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Parasitologia - Trichomonas vaginalis

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1 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
1 
Trichomonas vaginalis – Tricomoníase 
1. Introdução 
▪ Caracteriza a DST não viral mais presente no planeta. 
▪ Aproximadamente 170 milhões de casos anuais – sendo 154 
milhões em localidades com poucos recursos e o restante 
em áreas desenvolvidas, como Europa e EUA. 
▪ Curiosidade: Sua incidência supera a de clamídia e de 
gonorreia juntas. 
▪ Embora existam outras espécies do gênero Trichomonas, 
a vaginalis é a de maior relevância clinica no momento. 
2. Morfologia 
▪ Apresenta apenas a forma de trofozoíto. 
▪ Em geral, o formato é elipsoide, podendo, ainda, ser 
esférico ou oval. 
▪ Apresenta pseudópode, capaz de capturar alimentos e de 
promover fixação a partículas solidas. 
▪ Além disso, apresenta outras estruturas importantes, 
como 4 flagelos anteriores, blefaroplasto (coordenação 
de movimento), núcleo elipsoide (com dupla membrana e 
com nucléolo), hidrogenossomos, etc. 
▪ Obs.: Não apresentam mitocôndrias. 
 
3. Habitat 
▪ Trato geniturinário masculino e feminino. 
▪ Não sobrevive fora do sistema geniturinário. 
 
 
 
 
2 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
2 
4. Reprodução 
▪ Ocorre de duas maneiras, a saber divisão binaria 
longitudinal e divisão nuclear criptopleuromitótica. 
▪ O cariótipo desse protozoário apresenta 6 cromossomos. 
5. Biologia do Parasito 
▪ Anaeróbio facultativo, ou seja, pode crescer na 
ausência de oxigênio, em pH de 5 a 7,5 e em temperaturas 
de 20 a 40ºC. 
▪ Suas principais fontes energéticas são carboidratos 
simples, como glicose, frutose, maltose. Todavia, podem 
utilizar também glicogênio e amido. 
▪ Apresenta realização incompleta do Ciclo de Krebs. 
6. Transmissão 
▪ Relações sexuais desprotegidas. 
▪ O principal vetor é o homem, uma vez que nele a doença 
tende a se manter assintomática. 
▪ Outra forma de transmissão é através do canal de parto, 
no momento da passagem do feto. 
▪ Alguns autores consideram que a doença pode ser 
transmitida por fômites diversos. 
7. Patogênese 
▪ Em princípio, o parasito acarreta elevação do pH 
vaginal, que normalmente varia entre 3,8 e 4,5. 
▪ Em conjunto a esse aumento de pH, tem-se a diminuição 
da presença de microbiota residente, como 
L.acidophilus, que realizam a proteção desse sitio 
anatômico contra bactérias patogênicas. 
▪ O parasita apresenta a capacidade de se revestir com 
proteínas plasmáticas do hospedeiro, o que atua como um 
mecanismo de proteção contra o sistema imune. 
▪ No momento da menstruação, os fatores de virulência 
mediado pelo ferro tendem a aumento, acarretando 
aumento dos sintomas. 
8. Patologia 
▪ Complicações na Gravidez – Ruptura prematura de 
membrana, parto prematuro, baixo peso do RN, 
endometrite pós parto, morte neonatal. 
▪ Problemas de Fertilidade – Risco aumentado de 
infertilidade e doença inflamatória pélvica. Na mulher, 
por exemplo, o risco de infertilidade é 2x maior do que 
no homem. Todavia, os casos de infertilidade são 
geralmente decorrentes de um quadro bastante prolongado 
da doença. 
▪ Doença Inflamatória Pélvica – Resposta inflamatória no 
trato urinário superior, promovendo progressiva 
destruição da estrutura tubaria e danos às células 
 
 
 
3 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
3 
ciliares da mucosa, o que pode prejudicar, por exemplo, 
a passagem de espermatozoides ou de óvulos pela tuba 
uterina. 
▪ Além disso, é importante destacar que a tricomoníase 
facilita a infecção pelo HIV, entre outros aspectos, 
pela presença de micro ulcerações no canal vaginal. 
Desse modo, o vírus apresenta maior facilidade para 
entrar em contato com a corrente sanguínea. 
9. Sinais e Sintomas 
a) Mulher 
▪ Período de Incubação – 3 a 20 dias. 
▪ Sintomas – Vaginite, corrimento vaginal, fluido 
amarelado de odor fétido, prurido, irritação tecidual 
local, dor nas relações sexuais, dor ao urinar, aumento 
da frequência miccional, vagina e cérvice edematosas e 
eritematosas com erosões e pontos hemorrágicos (lesões 
que parecem morangos). 
 
b) Homem 
▪ Em geral, é assintomática. 
▪ Todavia, quando apresenta sintomas, ocorre uretrite de 
fluxo leitoso ou purulento. Além disso, é relatada leve 
sensação de prurido na uretra. 
 
 
 
4 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
4 
▪ Corrimento claro, viscoso e pouco abundante logo pela 
manhã, antes da primeira urina do paciente. 
▪ Possibilidade de dor ao urinar. 
▪ Complicações – prostatite, balanopostite (inflamação da 
glande e do prepúcio) e cistite. Além disso, pode 
desencadear inflamação da bexiga e da vesícula seminal. 
10. Imunologia 
▪ Resposta Inata – Via alternativa do complemento. 
▪ Resposta de neutrófilos, de macrófagos e de anticorpos 
inespecíficos. 
▪ Neutrófilos são as células de defesa predominantes na 
secreção vaginal da paciente com tricomoníase. 
▪ T.vaginalis induz a síntese de IL-8 e também a apoptose 
de neutrófilos. Esse processo, por sua vez, eleva a 
produção de IL-10, uma citocina anti-inflamatória, 
pelos macrófagos e diminui a produção de TNF-alfa e de 
IL-6, que são pro inflamatórias. Desse modo, tem-se uma 
mitigação da resposta inflamatória. 
▪ Anticorpos específicos já encontrados em mulheres – 
IgG, IgA e IgM em secreção vaginal e IgG em soro. 
11. Diagnostico 
a) Clinico 
▪ Anamnese e histórico do paciente. 
▪ Requer confirmação laboratorial. 
b) Laboratorial 
▪ Exames – Colorações (Giemsa, acridina,etc.), cultura ou 
exame direto a fresco. 
▪ Imunológicos – Reação de aglutinação, RIFI e ELISA. 
12. Epidemiologia 
▪ Fatores que influencia a incidência – idade, atividade 
sexual, numero de parceiros, presença de outras DSTs, 
fases do ciclo menstrual, etc. 
▪ Alta prevalência de tricomoníase em indivíduos de baixo 
nível socioeconômico. 
▪ É importante destacar que, por não apresentarem forma 
cística, os parasitos são suscetíveis a dessecação e a 
elevadas temperaturas. 
▪ O parasito pode sobreviver durante 3 horas na urina 
coletada e durante 6 horas no sêmen ejaculado.

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