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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC 
ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE QUÍMICA 
 
 
 
Aluno: ROGÉRIO SUZARTE DE LIMA 
 
Título: Estrutura da Matéria 
Objetivos do experimento realizado: Discutir sobre a composição da matéria. Abordar o 
histórico de desenvolvimento científico para a definição da estrutura dos átomos. 
 
Público Alvo 
Caracterização dos alunos que fizeram o experimento: Primeiro ano do Ensino Médio. 
Caracterização da escola onde foi realizado o experimento: Escola José Talarico, da rede 
pública do Estado de São Paulo. 
 
 
Relato das falas e observações anotadas antes, durante e depois da 
execução do experimento “Objeto na Caixa”. 
 
I) Questões que foram discutidas com os alunos antes da execução do 
experimento. 
 
- Que tipos de medição podemos utilizar para tentar descobrir qual é o objeto escondido 
dentro da caixa? 
Relato do que foi observado: A maioria dos alunos disse que o melhor método seria 
balançar a caixa em várias posições. Com esse procedimento tentar ouvir o som das 
massas dos produtos que encontram dentro da caixa. 
 
 
- Que tipo de suposições pode fazer sobre os objetos antes de manipularmos a caixa? 
Relato do que foi observado: A atividade ocorre, em um primeiro momento, após os 
grupos estarem definidos e separados, apenas com a apresentação das caixas, sem o 
manuseio das mesmas pelos alunos. Neste momento pedimos para os grupos sugerirem 
os objetos que estão no interior de cada caixa, apenas olhando-as e registramos as suas 
respostas, tal como encontramos na Tabela l, abaixo. Neste momento é feito um paralelo 
com o que ocorria na época de Platão e Aristóteles, quando a “Ciência” era racional e 
baseada em explicações filosóficas. 
Tabela l. Respostas dadas pelos alunos antes de manusearem as caixas. 
Tabela l. Caixa 1 Caixa 2 Caixa 3 Caixa 4 
Grupo 1 Borracha escolar Bolinha de gude Uma régua Uma bolinha de isopor 
Grupo 2 Bússola Uma tampa de caneta Uma bolinha de gude Uma bolinha de isopor 
Grupo 3 Borracha escolar Uma borracha escolar Uma lápis Uma bolinha de isopor 
 
Foi observado que, em sua maioria, os objetos citados pelos alunos fazem parte do 
ambiente acadêmico-escolar e também algumas respostas se repetem. 
- Qual a metodologia, ou melhor, quais os passos que poderiam ser adotados durante o 
trabalho de descobrir os objetos dentro da caixa? 
Relato do que foi observado: Após este primeiro momento, passamos para a segunda 
etapa da atividade, na qual as caixas são distribuídas para os grupos, de forma que cada 
grupo fique com uma caixa. Os integrantes do grupo podem manusear a caixa e, através 
dos seus sentidos, tais como o tato (peso da caixa com o objeto, o tipo de movimento que 
o objeto realiza em seu interior – desliza, rola etc.) e a audição (barulho que o objeto faz 
ao ser chacoalhado – se tem um som “seco” ou amortecido, indicando se o objeto é duro 
ou macio etc.). Com isto, normalmente as primeiras sugestões dadas apenas ao observar 
as caixas são registradas. 
 
 
 
II) Realização da atividade prática. 
 Após serem separados em grupos, os alunos receberam uma das caixas 
preparadas pelo professor. Os alunos foram orientados que poderiam realizar qualquer 
tipo de medida e qualquer tipo de movimento com a caixa para tentar descobrir quais 
eram os três objetos lá dentro. Os alunos foram orientados que a caixa não poderia ser 
aberta em momento algum. Foi estipulado um tempo de 15 minutos para este trabalho. 
 
IIIQuestões que foram discutidas com os alunos depois da execução do 
experimento: 
 
- Que objetos cada grupo supõe estar dentro da caixa? O grupo tem certeza destes 
objetos ou são hipóteses que ainda precisam ser confirmadas? 
Relato do que foi observado: Tabela ll. Respostas dadas pelos alunos após manusearem as caixas. 
 Caixa 1 Caixa 2 Caixa 3 Caixa 4 
Grupo l Duas borrachas Duas pedras Três bolinhas de gude Pedaço de isopor 
Grupo 2 Três borrachas Duas tampas de canetas Duas bolinhas de gude Pedaço de papelão 
Grupo 3 Duas bússolas Três borrachas Duas pedras Pedaço de isopor 
 
Observado que, com base na Tabela ll, acima, que as respostas dadas pelos alunos 
foram, quase que na sua totalidade, discrepantes das sugestões dadas no primeiro 
momento. Isto se deve ao fato de poder investigar com mais profundidade os conteúdos 
das caixas. Neste momento os alunos deixaram de sugerir apenas objetos comuns ao 
meio-acadêmico, ampliando, assim, as possibilidades de respostas. Verificou-se que 
ainda que é bem comum que as respostas dadas por grupos que manusearam a caixa 
anteriormente influenciem as respostas de grupos que manuseiem a caixa em um 
momento posterior. Na Ciência isto também ocorre, como, por exemplo, no caso de Henry 
Becquerel (1852-1908) que, ao observar os efeitos da radioatividade, explicou o fato 
tendo se por base os raios X, que estavam sendo extremamente investigados naquele 
momento, e não criando uma nova explicação. 
 
- Quais foram as hipóteses levantadas pelo grupo sobre os objetos e quais foram as 
medidas que foram realizadas para comprovar ou descartar a hipótese? 
Relato do que foi observado: Por fim, as caixas são recolhidas e as sugestões dadas por 
cada grupo serão investigadas: “por que vocês acham que tem este objeto dentro desta caixa? 
O objeto é leve ou pesado? Pequeno ou grande?“ etc., de forma a compreendermos melhor as 
sugestões e expor aos demais grupos os motivos da escolha feita por eles. Após esta 
breve investigação as caixas foram aberta, relevando os dois corretivos escolares, os 
objetos esclarecidos que estavam dentro das caixas. Na nossa atividade, as explicações 
dadas pelos grupos mostraram que estes se utilizaram bem dos seus sentidos (que era a 
única coisa que lhes estava disponível.) e, de forma geral, evoluíram bastante em suas 
respostas, em relação às respostas dadas quando apenas olhavam as caixas, sem 
manuseá-las. 
 
 
- Para os objetos que não puderam ser definidos com grande certeza, quais medidas 
poderiam ser realizadas em um laboratório “mais avançado” para que fosse possível 
confirmá-los? 
Relato do que foi observado: Foram discutidas as possibilidades e as limitações de 
alguns equipamentos, como o Raio-X por exemplo, mostrando que em alguns casos este 
equipamento também não possibilitaria determinar os objetos com precisão. 
 
IV) Conclusões 
 Após o final do experimento, foi realizada uma discussão sobre a relação entre o 
trabalho que os alunos fizeram e o método que a ciência emprega para determinar a 
estrutura da matéria. Foi abordada a importância para as ciências naturais de se levantar 
hipóteses, de realizar experimentos, de propor modelos e teorias e de reformular as 
hipóteses. 
 
REFERÊNCIAS 
Krasilchik, M., Reformas e realidade: o caso do ensino das Ciências, São Paulo em Perspectiva 14, 85–93 
(2000). 
Silva, R. R., Machado, P. F. L., Experimentação no ensino médio de química: a necessária busca da 
consciênica ético-ambiental no uso e descarte de produtos químicos – um estudo de caso, Ciência & 
Educação.