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presente nas hemácias, e o que vai definir quem vai se juntar na hemácia naquele determinado momento é a pressão parcial de O2 e a [H+]. Nos alvéolos pulmonares(tecido pulmonar), a pO2 é muito alto, fazendo com que a hemoglobina libere o próton(que se liga ao bicarbonato criando ácido carbônico e, assim, se decompondo em CO2 e H2O|) e se junte com o O2. A equação da hemoglobina no TP está a seguir: HHb + O2 => HHbO2 HHbO2 => HbO2 + H+ H+ + HCO3- => H2O(g) + CO2(g) Já nos tecidos, a pO2 é baixa, e ainda, devido ao metabolismo celular, há grande liberação de CO2, que se funde no plasma se ligando à água(com ação da anidrase carbônica), e, dessa forma, criando bicarbonato e prótons livres, ou seja, aumenta a concentração de H+. Sendo assim, o meio plasmático no tecido fica ligeiramente mais ácido(fator que faz com que a hemoglobina tenha menos afinidade com o O2), fazendo com que a hemoglobina libere o O2 nos tecido e receba o próton livre(evitando a acidificação dos tecidos), levando-o até os pulmões. HbO2 => Hb + O2 Hb + H+ => HHb _________________ HbO2 + H+ => HHb + O2 Esse efeito do pH e da concentração de CO2 sobre a ligação e a liberação do oxigênio pela hemoglobina é chamado de Efeito Bohr Aminoácidos e proteínas Funções da proteínas Aminoácidos Proteínas são polímeros dos 20 tipos de aminoácidos existentes. Os aminoácidos são formado por um grupo amina, um carboxila, um H e um grupo R(radical, varia entre os aminoácidos), todos esses compostos são ligados por um carbono central, o Cα. As propriedades das cadeias laterais dos aminoácidos são extremamente importantes para a função da proteína. Os aminoácidos são dividido em 2 grandes grupos de acordo com a polaridade do grupo R: aminoácidos polares ou apolares. Os apolares são: glicina, alanina, valina, leucina, isoleucina, metionina, prolina, fenilalanina e triptofano, normalmente, ficam na parte interior da proteína. Os polares são divididos em três grupos: os básicos(lisina, arginina e histidina), os ácidos(aspartato e glutamato) e os neutros(serina, treonina, tirosina, asparagina, glutamina e cisteína). Os aminoácidos possuem isômeros ópticos, pois o C-alfa é um carbono quiral(menos na glicina, que o seu grupo radical é o H). O prefixo L(de L-aminoácidos) se referem aos aminoácidos de levógiros, já os D são os dextrógiros; apenas os isômeros L criam aminoácidos, os isômeros D são encontrados apenas em alguns antibióticos e na parede de algumas bactérias. Pesquisar peptidiltransferase. Ionização dos aminoácidos Os aminoácidos têm, pelo menos, 2 grupos ionizáveis(NH3+ e COOH), que podem se ionizar dependendo do pH em que se encontram. Em pH muito ácidos, os dois grupos se encontram protonados(NH3+ e COOH);em pH neutros o aminoácido se comporta como um íon dipolo, ou seja, um grupo se encontra protonado e o outro desprotonado(NH3+ e COO-); em pH muito alcalino, encontram-se desprotonados(NH2 e COO-). Quando um aminoácido tem apenas dois compostos ionizáveis, sua curva de titulação assemelha-se a junção da curva de titulação de dois ácidos fracos com pKa muito diferentes. Essa situação ocorre, pois o grupo carboxila é desprotonado em meio um pouco mais neutro, já o grupo amina é desprotonado apenas em meio muito básico, criando, assim, dois sistemas tampão de acordo com o pH da solução. Em aminoácidos com mais um composto ionizável(proveniente do grupo R), haverá mais uma região de tamponamento. Portanto, a forma eletricamente neutra(COO- e NH3+) só poderá ser em valores de pH acima do pKa do ácido carboxílico e abaixo do pKa do grupo amina, além disso, essa forma será a mais abundante quando o pH estiver num patamar equidistante do pKa de cada composto. Em aminoácido monoamínicos e dicarboxílicos, a forma com carga líquida igual a zero, ou seja, a eletricamente neutra, só será possível quando um grupo carboxílico estiver protonado e o outro desprotonado, neste caso a carga negativa criada será compensada pela carga positiva do grupo amina. O pH que esta forma será predominante vai ser nos valores equidistantes do pKa de cada grupo carboxílico. De maneira análoga, ocorre com os aminoácidos diamínicos e monocarboxílicos. Generalizando, portanto, o valor de pH que predomina a forma neutra dos aminoácidos - chamado de pH isoelétrico(pI) - vai ocorrer em um valor que seja a média aritmética dos dois pKa’s. Assim: = Ip 2 pKa1 + pKa2 Os valores de pKa vão depender de que aminoácido se trata. Nos aminoácidos sem composto ionizável na cadeia lateral, os valores vão se referir aos grupos amina e carboxila. Já nos aminoácidos com esses componentes, os valores vão ser dos dois compostos de mesma carga. Polimerização de aminoácidos Os aminoácidos formam polímeros - chamados de peptídeos ou proteínas - a partir da desidratação do grupo carboxila + o grupo amina, criando uma ligação peptídica(esse processo não é natural, ocorre com o auxílio de diversas enzimas, principalmente, a peptidiltransferase, e organelas). Essa ligação pode ser quebrado por variações bruscas de pH, temperatura e degradações enzimáticas. A ligação peptídica, devido à ressonância, pode variar entre ligação dupla e simples, assim não pode ser girada, mas as outras ligações(Calfa-N , Calfa-C) podem ter rotação. Dessa forma, o polímero formado pode ser formado como estruturas planares unidas entre si por articulações flexíveis. Todas as proteínas após serem sintetizadas formam o mesmo arranjo espacial, que é a conformação de menor energia livre, depois as proteínas se organizam de acordo com sua função(ajuste conformacional). Estruturas das proteínas A sequência de proteínas irá determinar o tipo de interação entre as estruturas laterais. Estrutura primária: é a sequência de aminoácidos ao longo da cadeia polipeptídica(a proteína é sempre lida a partir do aminoácido N-terminal). Estrutura secundária:descreve as estruturas regulares bidimensionais formadas por segmentos de cadeia polipeptídica. Existem duas organizações possíveis: a α-hélice e a folha-β pregueada A estrutura α-hélice é mantida por pontes de H entre uma unidade peptídica e a quarta unidade subsequente, essas pontes se dispõem paralelamente ao eixo da hélice. Como as cadeias laterais estão voltadas para fora e não participam das pontes, a estabilidade da hélice independe, até certo ponto, da estrutura da cadeia R, permitindo muitos aminoácidos se organizarem dessa forma. Porém, alguns grupos de aminoácidos não podem se organizar essa forma, pois têm muitas cargas iguais que se repelem(ex: polilisina). A folha-beta pregueada é mantida por pontes de H, mas os aminoácidos são polimerizados em cadeia lado a lado que dá o aspecto de uma folha. As pontes são perpendiculares ao eixo da cadeia e as cadeias R se projetam para para cima ou para baixo do plano da folha Os 2 tipos de estruturas secundárias podem ser encontradas juntas nas proteínas(ex: hemoglobina) Estrutura terciária: descreve o dobramento final por interação de regiões com estrutura regular ou sem estrutura definida. Nessaorganização, compostos distantes na estrutura primária podem fazer ligações não-covalentes, alterando, assim, a forma tridimensional do polipeptídico. As ligações mais comuns são as pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas(entre aminoácidos hidrofóbicos, com o objetivo de diminuir a área exposta ao meio aquoso) e ligações eletrostáticas(aminoácidos básicos + aminoácido ácidos). Estrutura quaternária: descreve a associação de duas ou mais cadeias polipeptídicas para compor uma proteína funcional oligomérica. Essa estrutura é mantida por ligações não-covalentes entre o compostos. A estrutura quaternária é formada por domínios de terciárias, que são subunidades componentes de uma proteína polimérica. Geralmente cadeias com mais de 200 aminoácidos se dobram em dois ou mais domínios. A interação entre os domínios pode variar desde independentes à contato muito íntimo. A flexibilidade criada por esse domínios facilita a ligação com outros compostos. Proteínas globulares e fibrosas As proteínas globulares apresentam uma ou + cadeias polipeptídicas organizada em uma forma final esférica, geralmente solúveis e desempenham diversas funções dinâmicas. Já as fibrosas, apresentam forma alongada, são geralmente insolúveis e desempenham papel basicamente estrutural. O componente fundamental dessas proteínas são cadeias longas com estruturas secundárias regulares: alfa-hélice nas alfa-queratinas e folha-beta nas beta-queratina. As alfa-queratinas se dispõem em em grupos de 2 ou 3 cadeias dispostas lateralmente, formando fibras e fibrilas alongadas Forma componentes da epiderme dos vertebrados. Nessas proteínas é comum a formação de pontes de dissulfeto, que garante resistência às fibras. Todavia, as fibras da beta-queratina são formadas a partir do empilhamento das folhas-beta, como ocorre na seda e teia de aranha. O colágeno é uma proteína diferente, sua cadeia polipeptídica apresenta uma formação secundária típica, o tropocolágeno, devido ao seu alto conteúdo de glicina-prolina-hidroxiprolina. As cadeias de tropocolágeno associam-se(ligações covalente) e formam as fibrilas do colágeno. Essa estrutura pode ser rompida por aquecimento, originando uma proteína desenrolada, a gelatina. O colágeno é componente fundamental do tecido conjuntivo e de determinados órgãos. Proteínas de membrana(GLUT) Os receptores GLUT são proteínas transmembranas, que apresentam-se organizadas em MOTIVO (aspecto global de estrutura da proteína, em beta-barril) Proteínas conjugadas As proteínas podem apresentar aminoácidos diferentes, que se formam de aminoácidos usuais modificados, no colágeno, tem-se a hidroxilação das cadeias laterais da prolina e lisina(com ação da vitamina C) Além disso, as proteínas podem apresentar moléculas orgânicas não-proteicas(carboidratos ou lipídeos), esses componentes são chamados de grupos prostéticos e a proteína de conjugada, como por exemplo grupo prostético heme da mioglobina. Essas proteínas formam as glicoproteína e lipoproteínas. Carga elétrica das proteínas A carga elétrica total de uma proteína é o somatório das cargas apresentadas pelos radicais de um aminoácido. Quando a carga total é 0, esse valor de pH é denominado ponto isoelétrico(pI). O pI, portanto, é um pH em que a proteína apresenta o mesmo número de de grupos ácidos desprotonados e de grupos básicos protonados. Em pH maior que o pI, a proteína apresenta carga negativa, pois seus a. ácidos estarão desprotonados(ficam com carga negativa) e alguns dos básicos também(perdem o H+). Por analogia, se o pH estiver menor que o pI, a proteína apresenta carga positiva, já que alguns ácidos estarão protonados(deixam de perder o H+) e os básicos protonados(ficam com o H+). No pI a solubilidade do aminoácido é menor, pois as moléculas têm a mesma carga e se repelem eletrostaticamente. Alterações estruturais de proteínas A desnaturação de proteínas pode ser provocada pelo aumento da temperatura, o qual quebra certas ligações químicas do polipeptídeo (principalmente as mais fracas). Além disso, a proteína pode ser desnaturada por solventes orgânicos miscíveis, por alteração de pH extremo, por certos solutos (como ureia) e por detergentes. Os solventes e ureia rompendo as as pontes de H do polipeptídeo; a adição de detergentes quebra as ligações hidrofóbicas; mudanças no pH alteram a protonação ou desprotonação de alguns peptídeos, o que traz repulsões eletrostáticas e rompimento de certas ligações de hidrogênio. A desnaturação pode ser irreversível. Todavia, existem situações de renaturação. A renaturação ocorre devido a presença de determinadas proteínas que assessoram durante a montagem e na remontagem da estrutura nativa da outra proteína. Um exemplo dessas proteínas são as chaperoninas, que se ligam às proteínas, podendo catalisar a hidrólise de ATP para direcionar o dobramento das cadeias. Outro tipo de proteína assessora proporciona a estabilização de proteínas em condições desfavoráveis, como por exemplo as HSP70(heats shock protein), que auxilia na renaturação ou manutenção em momento de ↑temperatura. OBS! Ferritina é uma proteína globular que se localiza no fígado, mais importante reserva do ferro e é encontrada em todas as células, principalmente naquelas envolvidas na síntese de compostos férricos. Utilizada como parâmetro para diagnóstico da anemia ferropriva. OBS! Após a síntese das proteínas elas podem não estar prontas, devido a necessidade de ajuste estrutural ou a necessidade da presença de grupos químicos funcionais(adição de açúcares por ex.). OBS! pesquisar a meia vida dos aminoácidos. OBS! Proteases são enzimas que hidrolisam proteínas, tanto para a formação de polipeptídeos menores ou para a ativação de zimogênios. OBS! Zimogênios são precursores inativos de enzimas, que, quando hidrolisados, formam a enzima ativa. Ec: quimotripsinogênio(zimogênio, inativo) e quimotripsina(ativa)