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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ANA CAROLINA GUEDES FERNANDES DE SOUSA LARISSA TEODORA FRANÇA EBRAM LILIAN DE OLIVEIRA RAMALHO VANESSA GOMES DA SILVA Imersão histórico-cultural: Conhecendo a evolução da Cidade através da Perspectiva do Parque Vicentina Aranha Jacareí 2020 Vídeo do Projeto Integrador: < > UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Imersão histórico-cultural: Conhecendo a evolução da Cidade através da Perspectiva do Parque Vicentina Aranha Relatório Técnico - Científico apresentado na disciplina Projeto Integrador para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual de São Paulo (Univesp). Tutor: Celso Bortolini Junior Jacareí 2020 EBRAM, Larissa Teodora França; RAMALHO, Lilian de Oliveira; SILVA, Vanessa Gomes da; SOUSA, Ana Carolina Guedes Fernandes de. Conhecendo a evolução da Cidade através da Perspectiva do Parque Vicentina Aranha. 45 Folhas. Relatório Técnico-Científico (Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Mediador: Celso Bortolini Junior. Polo Jacareí, 2020. RESUMO Foi realizada uma pesquisa virtual através de documentos oficiais e com professores especialistas sobre as propostas de ensino da cidade de São José dos Campos. Após um grande levantamento de informações relevantes a respeito das dificuldades enfrentadas pelos alunos sobre a história de sua cidade, um grupo de alunas da Universidade Virtual do Estado de São Paulo mobilizou-se na busca de alternativas que os auxiliassem, utilizando recursos visuais e tecnológicos. Movidas pela curiosidade, buscaram diferentes caminhos que conduzam os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental em uma imersão na história de sua cidade através do Parque Vicentina Aranha, ao entendimento dos processos históricos que lhe trouxeram o desenvolvimento local, através de um recurso visual que promova interação e aprendizagem. Portanto, foi elaborada uma proposta pedagógica através de uma vídeo-aula que proporcione a imersão em um contexto geo-histórico desde a fundação do então Sanatório Vicentina Aranha na cidade, passando pelos principais momentos históricos e respectivas mudanças e avanços ocorridos, até os dias atuais. Palavras-Chave: Parque. Histórico. Desenvolvimento. EBRAM, Larissa Teodora França; RAMALHO, Lilian de Oliveira; SILVA, Vanessa Gomes da; SOUSA, Ana Carolina Guedes Fernandes de. Conhecendo a evolução da Cidade através da Perspectiva do Parque Vicentina Aranha. 45 Folhas. Relatório Técnico-Científico (Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Mediador: Celso Bortolini Junior. Polo Jacareí, 2020. ABSTRATC A virtual search was carried out through official documents and with specialist teachers on the teaching proposals of the city of São José dos Campos. After a large survey of relevant information regarding the difficulties faced by students on the history of their city, a group of students from the Virtual University of the State of São Paulo mobilized themselves in the search for alternatives that would help them, using visual and technological resources. Driven by curiosity, they sought different paths that would lead students in the 5th year of elementary school to immerse themselves in the history of their city through Park Vicentina Aranha, to understand the historical processes that brought them local development, through a visual resource that promotes interaction and learning. Therefore, a pedagogical proposal was elaborated through a video class that provides immersion in a geo-historical context since the foundation of the then Sanatorium Vicentina Aranha in the city, going through the main historical moments and the respective changes and advances that have taken place, up to the present day. Keywords: Park. Historic. Development. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 2. DESENVOLVIMENTO 1 2.1. PROBLEMA E OBJETIVOS 1 2.1.2. Objetivo Geral 2 2.1.3. Objetivos Específicos 2 2.3. Fundamentação teórica 3 2.3.1. A Visão Socioconstrutivista no Ensino Fundamental 5 2.3.2. Desenvolvimento intelectual e processos cognitivos da aprendizagem 5 2.3.3. O ensino na área de Ciências Humanas 6 2.3.4. O ensino de Geografia no Ensino Fundamental 8 2.3.5. O que é História? 9 2.3.6. A História na Escola 11 2.3.7. O estudo de História no Ensino Fundamental 13 2.3.8 Tecnologia da Informação e Comunicação 15 2.3.9 Aplicação das disciplinas estudadas 17 2.4. Metodologia 17 3. RESULTADOS 18 3.1. Protótipo inicial 18 4. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS 21 REFERÊNCIAS 21 ANEXOS 23 Anexo A 23 Anexo B 24 Anexo C 25 APÊNDICES 29 Apêndice A 29 Apêndice B 30 Apêndice C 31 Apêndice D 33 1 1. INTRODUÇÃO A pesquisa do Projeto Integrador realizada pelas estudantes da Universidade Univesp tem foco no Plano de Ensino para o 5º ano do Ensino Fundamental do ano vigente 2020, nas áreas do conhecimento de História e Geografia, da Prefeitura de São José dos Campos. Este documento faz parte do Projeto Pedagógico de uma unidade escolar da cidade, fundamentado pela Base Nacional Comum Curricular. Tendo em vista a contemplação das Unidades Temáticas, Habilidades e Objetos de Conhecimento propostos nesses documentos, foi observada a importância de uma imersão cultural nas diversas fases por que a cidade passou, desde sua fundação, que a fizeram passar de cidade agrária à estância sanatorial, desenvolvendo-se depois para polo tecnológico e capital do Vale do Paraíba. Nesse contexto ocorreram grandes mudanças geográficas na estrutura, expansão e ocupação do território do município, além da grande migração de pessoas em busca de tratamento de saúde, melhores condições de vida e emprego. Este trabalho apresenta um estudo sobre algumas mudanças que levaram ao desenvolvimento desta cidade, de forma a despertar o interesse e curiosidade dos alunos para atividades que envolvam a interação política, cultural e social. O estudo da população local possibilita uma abordagem interdisciplinar e que permeia diversas áreas do conhecimento. Estudando a geografia populacional, é possível identificar e analisar alguns fenômenos e compreender como eles afetam as relações da sociedade em sua complexidade, nos diversos grupos populacionais. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. PROBLEMA E OBJETIVOS Durante a pesquisa realizada com alguns professores na cidade de São José dos Campos, destacaram-se alguns pontos importantes no processo de formação de jovens cidadãos. A preocupação com a história da cidade é bem evidente nos currículos escolares, principalmente em escolas da rede 2 municipal, porém, há certa dificuldade dos alunos conseguirem visualizar de maneira lúdica como era a cidade em meados do século XIX e início do século XX. Nas atividades propostas pelos professores no dia a dia, essas crianças acabam por não obter êxito nos objetivos propostos, pois não desenvolvem de maneira satisfatória a capacidade de atenção, o raciocínio abstrato e a criatividade. Com essa problemática em mente surgiram algumas perguntas: Como desenvolver uma aula lúdica para essa faixa etária com a temática do desenvolvimento da cidade? Que métodos podem ser utilizados no desenvolvimento dessas atividades que despertem o interesse e estimulem a participação integral dos alunos? Como aplicar as áreas de conhecimento que estão previstas na BNCC, contemplando a formação integral dessas crianças? 2.1.2. Objetivo Geral Desenvolver a capacidade dos estudantes de registrar a história da cidade da qual vivem em outra perspectiva, ou seja, considerando outras culturas, tradições, memórias. Para auxiliar nesse processo será utilizada a Fase Sanatorial que marcou a cidade, com foco no ParqueVicentina Aranha, durante o século XX. 2.1.3. Objetivos Específicos ● Analisar os dados coletados através de pesquisas com professores do 5º ano. ● Realizar uma sequência didática através do plano de ensino construído para o 1º semestre. ● Construir uma aula em vídeo. ● Documentar os resultados. 2.2. Justificativa O ensino de Geografia e História enfrenta o desafio de desenvolver atividades que resultem em aprendizagem significativa, onde grande parte dos alunos apresenta dificuldades durante toda a escolarização pela falta de interesse nessas disciplinas, pois por muitas vezes não se veem representados nos conteúdos abordados nas aulas. O contexto atual da educação é bastante complexo e exige um ensino mais didático e focado na prática interdisciplinar 3 com conhecimentos integrados, no ensino como uma prática social dinâmica e subjetiva, no tempo e espaço como um produto social e histórico. Partindo do lugar do aluno, o estudo geográfico propicia o pensamento crítico com autonomia, ao compreender as relações estabelecidas entre o homem e o seu meio. Segundo o socioconstrutivismo, o aluno é sujeito ativo em seu processo de aquisição do conhecimento e compreende a realidade através de sua historicidade. O tempo é elemento articulador da história e o conhecimento histórico se dá na relação do presente com o passado. Ao trabalhar o lugar do aluno é possível abordar a representação social do local objeto de estudo, onde a paisagem revela as relações de produção de uma sociedade, a familiaridade, a afetividade, a identidade, como aponta Cavalcanti (2015), esse estudo deve ser resultado de um processo histórico, situado em um determinado local. O estudo da cidade é de importância fundamental para a compreensão contemporânea do espaço habitado, que exige uma abordagem interdisciplinar e envolve o desenvolvimento de uma série de habilidades e capacidades por parte do aluno. Na BNCC o estudo da cidade se revela como conteúdo que perpassa os assuntos abordados em todos os anos do Ensino Fundamental de forma transversal, pois é o lugar onde acontecem as vivências do aluno, onde ele se vê representado, sujeito cultural e social construindo sua identidade. 2.3. Fundamentação teórica Desde o início da formação das sociedades existem questões relacionadas à população, como a organização dos grupos, suas necessidades essenciais e a possibilidade de sobrevivência e desenvolvimento. Os estudos da demografia e de registros populacionais apontam para a necessidade de administrar e otimizar o uso dos recursos. As análises sobre crescimento e distribuição espacial ganharam grande importância nos estudos geográficos, bem como as ações da humanidade exercidas sobre a natureza, com relação à produção e consumo, sendo a natureza uma provedora de recursos. Surge uma sociedade transformada em estatística, segundo Moreira (2006), classificada por idade, sexo, critérios para o mercado de trabalho e mão de obra. Mas, para além das estatísticas, o estudo populacional revela um 4 contexto histórico e geográfico, bem como as dinâmicas demográficas que contribuem para o desenvolvimento social, aliado à cultura e política local. Após a Revolução Industrial, no século XIX, ocorreram profundas mudanças na sociedade, envolvendo as esferas política, social e cultural, com a transformação na forma de trabalho, de produção e consumo da época, uma modificação na ocupação territorial e adensamento dos grandes centros. As relações de mercado são importantes para compreender as migrações, busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. A sociedade passa então por mudanças significativas, evolução e avanços tecnológicos, na comunicação, nos meios de transporte, mudança da economia e expansão capitalista, “com a evolução do sistema econômico e das cidades, a população foi adquirindo importância nas análises técnico-científico-sociais” (ARAÚJO, 2016, p. 20). No aspecto político todas as ações em diversas áreas, como economia, educação, saúde, meio ambiente, partem de uma necessidade de determinada área, segundo Verriére (1991, p.19), é “um conjunto coordenado e combinado de decisões, visando atingir um determinado objetivo”, ações estas que afetam as condições da população de maneira geral, a dinâmica das cidades, a agricultura e a indústria. Araújo (2016) menciona as questões ideológicas que podem influenciar os interesses dos grupos que detêm o poder, historicamente foi visto que essas questões interferem na dinâmica demográfica e podem afetar as políticas populacionais. O movimento de população de outros territórios fez aumentar taxa de migração para a região do Vale do Paraíba, todo o Estado de São Paulo entre 1850 e 1900 se tornou região de oportunidades com a atividade cafeeira, com migrantes vindos principalmente de Minas Gerais e região Nordestina. Os fatores econômicos e a busca por melhor qualidade de vida foram os principais impulsionadores da migração interna, além de crises econômicas, desemprego e precarização do trabalho no campo. O crescimento populacional gerou aumento da demanda de alimentos, serviços de saúde, educação, transporte, energia e emprego. O perfil das populações se reconfigura como consequência do desenvolvimento de indústrias, modificando os serviços de saúde e alimentação, colaborando para o crescimento populacional nas regiões mais desenvolvidas. 5 2.3.1. A Visão Socioconstrutivista no Ensino Fundamental A premissa da educação Socioconstrutivista é a de um sujeito que constrói seus conhecimentos, por meio de um ensino prático, experimental, partindo do saber do aluno, com encaminhamentos que ganham consistência conforme esse conhecimento é discutido, compreendido em suas vivências e fundamentado pela sua leitura de mundo. Segundo Castellar (2010), essa perspectiva concebe o ensino como uma intervenção intencional, em uma relação consciente e ativa com o objeto de conhecimento, num desafio que leve o aluno a desejar conhecê-lo. O aluno é sujeito ativo nesse processo de desenvolvimento intelectual, afetivo e social. Dessa maneira o professor atua como mediador ao favorecer os confrontos entre seu aluno e o objeto de conhecimento, com o desafio de desenvolver atividades em sala de aula que considerem todas as culturas, ao trazer questionamentos, dúvidas e fenômenos que afetaram ou ainda afetam as pessoas em épocas passadas e no presente. As temáticas relativas ao conhecimento histórico propiciam ao aluno uma atuação de forma consciente, tendo acesso a uma linguagem adequada e que contempla a diversidade existente, de valores, significados e de ritmos de aprendizagem. 2.3.2. Desenvolvimento intelectual e processos cognitivos da aprendizagem De acordo com Coll (2007), as crianças do ensino fundamental são capazes de adquirir e de organizar seus conhecimentos de forma elaborada, ao constituir sistemas de relações semânticas mais familiares, quando interessadas por algum tema específico. Uma capacidade para elaborar representações mentais, esquemas de conhecimentos como roteiros, cenas ou histórias. É um processo duplamente construtivo que começa com uma representação, uma interpretação e um armazenamento das informações segundo certas pautas cognitivas e que acaba com uma reconstrução ativa e interpretativa do armazenado na memória. (COLL, et al., 2007, p.241) 6 Os avanços cognitivos mais estruturais que permitem uma série de inferências e de raciocínios difíceis de serem elaborados pelas crianças mais novas, pode depender de suas capacidades lógicas, princípios lógicos que regem sua compreensão do mundo e a organização de suas lembranças, e isso depende em grande medida da capacidade de interpretação que a criança tem das informações. Em crianças maiores, a partir dos 10 anos, há maior envolvimento em discussõescomplexas e argumentadas sobre algum tema de interesse, a “idade da razão, que as distancia da forma de pensar mais intuitiva e mais subjetiva das crianças menores” (ibid, p.244). Uma mudança cognitiva, mas que repercute também nas atitudes e no comportamento em geral e na compreensão de temas mais complexos, ao entender as intenções das outras pessoas elas podem estar mais atentas ao que lhes interessa. Na idade do autoconceito, entre 8 e 12 anos, em que as relações interpessoais e as comparações com outras crianças tornam-se predominantes, como espelho da imagem que obtemos de nos mesmos na vida e nas trocas sociais, é possível observar os avanços que ocorrem na compreensão das relações interpessoais, da trama e dos sistemas sociais. O trabalho pedagógico para esta idade deve ser elaborado observando a capacidade para a adoção de perspectivas, a capacidade crescente para se pôr no lugar das pessoas que passam por elas para imaginá-las, ou a si mesmo, nas referidas situações, o desenvolvimento das noções sociais, a compreensão do orgulho e da culpa a partir de esquemas elaborados em torno de situações parecidas em um nível de abstração maior (ibid, p.271). Há importantes avanços na empatia, isto é, na capacidade para perceber a emoção que alguém está experimentando e para participar de sua vivência, de suas emoções, de seus sentimentos e se colocar dentro deles, [...] para se pôr, simultaneamente, em vários pontos de vista ou perspectivas; para compreender as emoções dos demais (inclusive as contraditórias), e para experimentar uma vivência empática tanto diante de situações concretas referentes a emoções cada vez mais complexas quanto, já́ no final dessa etapa, diante de situações de caráter mais geral e mais abstratas (COLL, et al., 2007, p. 272). 2.3.3. O ensino na área de Ciências Humanas A Base Nacional Comum Curricular estabelece o ensino de História e Geografia de forma contextualizada com as noções de tempo e espaço, por meio de diferentes linguagens, de forma a contribuir para que os alunos 7 desenvolvam a cognição e o raciocínio espaço-temporal, como condição para que compreenda, interprete e avalie os significados das ações realizadas no passado ou no presente, o que o torna responsável tanto pelo saber produzido quanto pelo controle dos fenômenos naturais e históricos dos quais é agente. Apresenta a ideia de que o homem produz o espaço em que vive, favorecendo a compreensão, pelos alunos, dos tempos sociais e da natureza e de suas relações com os espaços em uma leitura geo-história, com abordagens históricas, sociológicas e espaciais (geográficas) simultâneas. O ensino de Geografia e História, ao estimular os alunos a desenvolver uma melhor compreensão do mundo, não só favorece o desenvolvimento autônomo de cada indivíduo, como também os torna aptos a uma intervenção mais responsável no mundo em que vivem (BRASIL, 2017, p 353). Em um estímulo da formação ética, do sentido de responsabilidade e da valoração dos direitos humanos, fortalecendo valores sociais com respeito ao ambiente e à própria coletividade, os estudos de Ciências Humanas visam à formação de alunos intelectualmente capazes, que reflitam sobre questões sociais, éticas e políticas, bem como sua atuação na comunidade e seu papel na sociedade. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental a troca de experiências estimula o pensamento criativo e crítico e potencializa descobertas, através das trocas de conhecimentos e escuta, procedimentos fundamentais na compreensão de si, de seus grupos e suas relações com o ambiente e com o mundo que os cerca de forma significativa. Os alunos já são capazes de observar e compreender o espaço biográfico, que se relaciona com as experiências dos alunos em seus lugares de vivência. Os conceitos de tempo e de espaço trabalhados na História e Geografia devem ser pensados articuladamente como um processo, uma construção social, que se associa à memória e às identidades sociais dos sujeitos, em diferentes contextos socioculturais. Valorizar as memórias do passado vivenciadas em diferentes lugares ampliando a compreensão de mundo na relação com contextos políticos, econômicos e culturais para formar cidadãos ativos, democráticos e solidários. No decorrer do Ensino Fundamental, os alunos devem compreender e estabelecer as interações entre sociedade e meio físico natural, considerando o 8 tempo e períodos históricos, a produção do espaço geográfico em diferentes sociedades e épocas, com abordagens socioeconômicas dos processos produtivos, nas relações de trabalho, na geração de emprego e a urbanização, para que os alunos compreendam as mudanças que ocorreram e os processos históricos, sociais e étnico-raciais. A aplicação dos conhecimentos da Geografia está relacionada ao exercício da cidadania, a compreensão do contexto pelos processos socioeconômicos e culturais que resultaram na desigualdade social para a construção da criticidade, fator fundamental de autonomia para a vida fora da escola. 2.3.4. O ensino de Geografia no Ensino Fundamental A proposta do ensino de Geografia é transformar os conteúdos em questionamentos, trazer as dúvidas para o objeto do conhecimento de forma a compreender os fenômenos que afetaram a sociedade em épocas passadas e ainda afetam no presente, ou deixaram marcas importantes no decorrer do tempo. O estudo de lugar, paisagem e espaço, partindo do lugar que o aluno conhece, as relações com este espaço e as pessoas que fazem parte dele em uma abordagem das configurações político-administrativas, considerando as características da cidade e do campo. Com base nos objetivos norteadores do ensino de Geografia, espera-se que o aluno desenvolva habilidades e que se perceba como sujeito ativo na sociedade, compreendendo suas responsabilidades sociais, a diversidade cultural e econômica de que é composta uma sociedade, que reconheça o espaço onde vive, suas características e sua função na sociedade. Deve também reconhecer que a paisagem atual representa uma herança das relações estabelecidas anteriormente, entre a natureza e a sociedade, pessoas e lugares, condições de vida, história e identidade. A Geografia proposta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) oferece instrumentos para compreender a realidade social, como as diferentes sociedades interagem com a natureza na construção de seu espaço, conhecer as múltiplas relações que se estabelecem e perceber as marcas do passado no presente. A capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos, 9 como conhecimentos teóricos, o saber fazer prático, valores, percepções, avaliações e estimativas, são habilidades desenvolvidas a partir de trabalhos interdisciplinares, que requer do professor uma aproximação das demais disciplinas. É importante que o aluno compreenda que o espaço geográfico não pode ser definido sem o tempo, as motivações e transformações que levaram à expansão do lugar e a criação de unidades administrativas, toda evolução da ocupação do espaço é histórica e geográfica. Um estudo da realidade local ampliado e comparativo, leva à percepção das diferenças e semelhanças no ritmo de transformação das comunidades em diferentes espaços. Para isso os recursos que mais permitem a aproximação com o real são as imagens, fotos aéreas e imagens de satélite. 2.3.5 O que é História? O maior objetivo da História é proporcionar ao aluno uma melhor compreensão da sociedade em que está inserido, para poder entender seu papel como ser social e cultural. Entende-se também que a História traz consigo a identidade individual, coletiva, nacional, mundial a todos que por ela se aproximam. Como diz Cícero do Orador, “A História [...] é a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a anunciadora da Antiguidade (...) Ignorar o que aconteceu antesde termos nascido equivale a ser sempre criança”. (RÓNAI, 1985, p.439) A história é uma forma de conhecimento que estuda o ser humano e suas relações sociais ao longo do tempo. Tem como finalidade descobrir como viviam, os costumes que os envolviam, a organização da vida e as influências que sofriam, procurando identificar mudanças e permanências nas instituições políticas, na economia, nas ideias, nos costumes, etc. Na História pode-se encontrar a própria identidade, pois as experiências do passado são experiências humanas que se assemelham muito em diversos aspectos da vida das pessoas na atualidade. Após tomar ciência das experiências do passado, a compreensão do mundo em que se vive torna-se mais fácil, e essa compreensão é o que faz possível uma ação humana mais consciente e transformadora. 10 O problema da utilidade da História, no sentido ‘pragmático’ da palavra ‘útil’ não se confunde com o da sua legitimidade, propriamente intelectual. O da utilidade só pode, aliás, vir em segundo lugar: não é verdade que para agir avisadamente é necessário, primeiro compreender? Mas sob essa pena de só dar meia resposta às sugestões mais imperiosas de senso comum, tal problema não pode também iludir-se. (BLOCH, 1970, p.17) A História quando compreendida é algo fascinante. É reviver o passado em épocas distintas, reviver tempos jamais imaginados. É trazer à tona emoções e sentimentos vividos pelos antepassados, é realmente algo fascinante o que a história desperta. A História permite consultar as memórias, pois pode ser usada para lembrar das coisas como elas eram e as comparar com as atuais. Através delas é possível perceber as mudanças que ocorreram, mas também aquilo que permaneceu, como por exemplo um edifício antigo, que faz lembrar de um passado distante, pois suas características da época estão impressas em sua construção, apesar de estar ocupando um espaço no presente. Ela pode ser entendida como estudo do ser humano em sociedade ao longo do tempo. O papel do historiador é indicar mudanças e permanências, relacionar eventos, instituições e processos do passado a seus respectivos contextos históricos. Entender as transformações que ocorreram no passado elucida o presente, traz conhecimento para orientar nosso futuro. De acordo com Vasconcelos (2012), durante muito tempo, em especial nas décadas de 1960 e 1970, para inovar em um texto Histórico era necessário destacar os aspectos quantitativos se apoiando em estatísticas para analisar variações em grandes intervalos de tempo dando enfoque à estrutura da sociedade estudada. Com isso era considerado o que era importante no passado, sendo a estrutura por meio se conferia a devida importância aos eventos históricos. Ao final da década de 1970 percebeu-se que esta história que estava sendo considerada, se distanciava do leitor comum. Porém, nas últimas décadas, desenvolve-se uma vertente dos estudos históricos chamada de História Cultural, onde é privilegiado o cotidiano das pessoas que viveram no passado, produzindo através de pesquisa com objetos reduzidos, como uma cidade, uma pequena vila, ou uma fábrica, ganhando uma pesquisa com mais profundidade, ampliando o olhar a determinado tema. 11 Ora, fazer micro história ou História do cotidiano não significa se interessar por qualquer objeto somente porque este pertence ao passado. Essa é a atitude de um colecionador de antiguidades, não de um verdadeiro historiador. A vida de um moleiro, uma pequena comunidade, uma fábrica ou uma família imigrante são relevantes para a História na medida em que esses objetos se articulem com uma estrutura que lhes confira significado. (VASCONCELOS, 2012, P.55) 2.3.6 A História na Escola A Pedagogia tradicional é um modelo no qual os alunos são vistos como sujeitos passivos neste processo de ensino-aprendizagem. A ênfase do processo está em decorar aquilo que o professor dita e a compreensão real dos conteúdos é deixada de lado, onde a escola na perspectiva tradicional, é um local produtor de homogeneidade, onde os alunos que lá convivem perdem sua criatividade individual. As principais características de uma pedagogia tradicional em História são a organização do espaço da sala de aula com carteiras enfileiradas, onde a atenção do aluno esteja ao seu professor, indicando o local de destaque e ativo do professor neste processo de ensino-aprendizagem. Dos alunos espera-se disciplina, silêncio e sua atenção ao que seu professor lhe transmite, sempre anotando tudo o que seja importante neste depósito de conhecimento. Às vezes neste trajeto a História vira sinônimo de tabelas, onde se relaciona datas a eventos e locais, usando a estratégia de memorização para uma eventual aprovação nas avaliações, sempre dispondo de respostas objetivas, sem análises, comparações, reflexões e discussões, sem compreender o que lhe foi apresentado. A história contemporânea visa romper essa barreira imposta pelo tradicional, tanto no campo historiográfico, quanto no pedagógico. Nessa visão, o alvo é a contemplação de novos objetos além da política, como na economia, os costumes, a condição feminina, o cotidiano, etc. Ao mesmo tempo, antigos objetos são vistos de uma nova ótica. Onde se valoriza os aspectos culturais de uma região, de um povo, sem romantizar, mas dando a devida e real importância. A pedagogia tradicional sendo superada, onde a memorização 12 perde espaço para atividades que levam a reflexão e debate à compreensão dos conteúdos. A mudança de visão só acontece quando o papel central do processo passa a ser o aluno, e o professor se torna o mediador. O papel do professor é fazer com que os conteúdos se tornem significativos para a vida do aluno, onde ele deve ser estimulado a compreender o passado, compará-lo com o presente e estabelecer uma relação para poder compreender não somente o contexto histórico apresentado, mas também poder entender os dias atuais e a sociedade em que vive. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino em História nos informa: Espera-se que, ao longo do ensino fundamental, os alunos gradativamente possam ler e compreender sua realidade, posicionar- se, fazer escolhas e agir criteriosamente. Nesse sentido, os alunos deverão ser capazes de: Identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços [...] conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles [...] valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e como um elemento de fortalecimento da democracia.(BRASIL, 1997, p.33) Os recursos devem despertar o prazer da descoberta, através de documentos que expressem clareza, trazendo proximidade do aluno com vestígios do passado. Além de documentos de época, o professor também dispõe de textos de historiadores, reportagens de jornais, e revistas históricas, sempre sob um olhar de um historiador contemporâneo. O professor dispõe de vários recursos para trazer aos alunos o prazer da descoberta que tenham proximidade do aluno com o passado, vejamos a seguir alguns tipos de fontes históricas: Documentos oficiais São aqueles expedidos por órgãos públicos ou por entidades particulares com o aval do Estado, isto inclui procurações, certidões, despachos, leis, etc. Cartas oficiais, são aquelas endereçadas a autoridades políticas, informando sobre questões de interesse do Estado Cartas pessoais São cartas escritas com assuntos particulares, que na maioria dos casos, tratam de questões existenciais. 13 Textos jornalísticos Textos com o objetivo comum de informar o leitor, telespectador ou ouvinte sobre algum acontecimento oufato. O texto jornalístico é valorizado pela sua subjetividade, pois o historiador busca compreender não somente os fatos, mas também os sentimentos e os valores das pessoas do passado. Textos literários Os textos literários apresentam aspectos subjetivos, que podem ser questionados por meio da comparação com outros tipos de fontes. Estes textos foram produzidos em determinado contexto ao qual pode-se ajudar a conhecer esse contexto em uma ótica que o documento oficial não permite. Imagens Imagens que ilustram os contextos nos materiais didáticos. A imagem possibilita “ver” com os olhos dos personagens do passado, lembrando sempre que as imagens não são neutras, elas mostram a visão do artista, como ele interpretou a cena. Filmes e documentários É também um tipo especial de imagem que possui movimento. Também não é neutra, pois é carregada da visão do cineasta e a visão realçada pelo mesmo. Depoimentos orais Pessoa mais velhas que viveram momentos históricos podem falar sobre o que vivenciaram e oferecer a todos através dos seus relatos, uma descrição mais vívida sobre o passado. O depoimento dá vida aos fatos, mas o texto didático oferece uma oportunidade de instância crítica da memória. Fonte: OLIVEIRA, 2015. 2.3.7. O estudo de História no Ensino Fundamental A compreensão das relações que se estabelecem entre os diferentes grupos nos diversos tempos e espaços é o primeiro objetivo do conhecimento histórico, essencial para que o aluno se aproprie de uma visão consciente da sociedade. O conhecimento de fontes históricas, mapas, ilustrações, gravuras, documentos oficiais e imagens fazem parte da construção do conhecimento histórico, de forma a fazer com que o aluno encontre sentido no que estuda e compreenda os processos históricos. O estudo de História busca explicar tanto as uniformidades e as regularidades das formações sociais quanto as rupturas e diferenças no 14 embate das relações humanas, um conjunto de comportamentos interligados, em um “exercício de problematização da vida social, que identifica as relações sociais, percebe as diferenças e semelhanças, conflitos e contradições, igualdades e desigualdades existentes nas sociedades” (KARNAL, 2005, p.44), comparando problemáticas atuais a outros momentos da história, de forma que o aluno se posicione de maneira crítica no seu presente. A percepção da diversidade de sujeitos históricos mostra a complexidade do estudo de História e Geografia, traz a indagação do lugar que o indivíduo ocupa e como são construídas as identidades sociais, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para História e Geografia, O sujeito histórico pode ser entendido, por sua vez, como sendo os agentes de ação social, que se tornam significativos para estudos históricos escolhidos com fins didáticos, sendo eles indivíduos, grupos ou classes sociais [...] que atuam em grupo ou isoladamente, e produzem para si ou para uma coletividade. (BRASIL, 1997, p.29) O trabalho com linha do tempo é um importante recurso para o desenvolvimento da noção de tempo histórico, noções de permanência e mudança, continuidade e descontinuidade, tempo e espaço, passado e presente, para isso faz-se necessária a prática do estudo interdisciplinar, pois a aprendizagem demanda interação com outras disciplinas do currículo escolar, onde as diferentes linguagens dinamizam o aprendizado. Leva o aluno a perceber as diversas temporalidades no decorrer da história, as formas de organização social e seus conflitos, fenômenos sociais e ideologias diferenciadas. Lima (2011) aponta que, ao ter contato com registros visuais, o aluno tem possibilidade de refletir sobre a época estudada ao reconhecer as permanências e mudanças ocorridas. No final do primeiro ciclo do Ensino Fundamental, o aluno irá se aprofundar no estudo da ocupação territorial e sua organização, centrada nos principais grupos formadores da sociedade. A análise dessas fontes visuais permite ao aluno compreender o modo de viver de uma sociedade, perceber alguns aspectos que não estariam tão claros apenas nos escritos. 15 2.3.8 Tecnologia da Informação e Comunicação Diante da revolução na era da informática, o mundo se transforma, os impactos são vistos em diversas áreas. A educação está inserida nas mudanças que ocorreram nos últimos anos, a tecnologia está cada dia mais dentro da sala de aula, auxiliando os professores e levando a aprendizagem de forma inovadora através de equipamentos tecnológicos através de projetos que integram a educação e tecnologia. As Tecnologias da Informação e Comunicação, conhecidas como TIC’s, são consideradas como sinônimo das tecnologias da informação, elas dizem respeito a diversos recursos tecnológicos de comunicar e informar por meio das funções de equipamentos hardware (computadores, notebooks, tablet´s, celulares) softwares, aplicativos e telecomunicações (projetores, lousas interativas). TIC consistem em TI bem como quaisquer formas de transmissão de informações e correspondem a todas as tecnologias que interferem e mediam os processos informacionais e comunicativos dos seres. Ainda, podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam por meio das funções de software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem. (OLIVEIRA, 2015, p.78) Com as mudanças no ensino, os aparatos tecnológicos têm desempenhado um papel de mais peso na sala de aula. Os professores têm a cada dia se deparado com uma gama de recursos para trazer aos alunos aulas mais atrativas e que contemplem a construção do conhecimento e envolva a todos no processo. A Tecnologia está no dia a dia dos alunos e se beneficiar deste recurso é a tentativa de envolver o aprendizado em algo que instigue o aluno a participar. A forma de ensinar e aprender pode contemplar o uso dessas tecnologias, como por exemplo a internet, que traz uma diversidade de informações, mídias e softwares que auxiliam nessa aprendizagem. Há diversas dificuldades quando se tenta incorporar as TIC’s no processo de ensino, pois o professor tem ainda o papel de destaque no processo de ensino-aprendizagem, sendo o detentor de todo conhecimento. No ensino através das tecnologias, o papel do professor é de interventor dessa nova tecnologia, dando total suporte para o uso responsável e adequado. É um desafio ainda não superado a implantação de TIC numa perspectiva transformadora trazendo a devida melhoria no ensino e 16 aprendizagem nas escolas. É importante que os professores estejam abertos para mudar sua forma de conceber e pôr em prática o ensino, utilizando de várias ferramentas que as novas tecnologias disponibilizam. Para Imbérnom (2010, p.36): Para que o uso das TIC signifique uma transformação educativa que se transforme em melhora, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão nas mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel e sua responsabilidade na escola atual. Mas outras tantas escapam de seu controle e se inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e da própria sociedade. O computador, a princípio, tem um papel de pesquisa e de criação, mas ainda são muito limitados os recursos que podem ser explorados na sala de aula. As TIC’s possibilitam a adequação do contexto e as situações do processo de aprendizagem às diversidades em sala de aula (OLIVEIRA, 2015). As escolas devem utilizar todos recursos de informática e comunicação como novos meios de aprendizado, explorando todos os aspectos do currículo. As tecnologias permitem aos alunos as diversas maneiras de se construírem seus saberes, através da comunicação e interação com um mundo plural em que através de diversas trocas de experiência, os alunos entrem em contato com diferentesculturas, sem limitações geográficas, permitindo ter contato sem sair da escola. Desta maneira as tecnologias têm o papel de impulsionar os recursos de uma forma dinâmica, principalmente quando bem exploradas pelos educadores e educandos, permitindo a melhoria das práticas pedagógicas. É necessário aliar as tecnologias como novos métodos a serem implantados, é necessário que haja reflexão de como essas tecnologias tenham um lugar de importância no processo de ensino-aprendizagem, já que a tecnologia está inserida no aluno, fazer uso deste conhecimento para tornar a educação inovadora e atrativa, é entender que os conhecimentos que os alunos trazem consigo precisam ser valorizados e sejam considerados instrumento do conhecimento. A utilização adequada destas tecnologias estimula a capacidade de desenvolver estratégias de buscas; critérios de escolha e habilidades de processamento de informação, não só a programação de trabalhos. Em correlação a comunicação, induz o desenvolvimento de competências sociais, a capacidade de comunicar efetiva e coerentemente, a qualidade da apresentação escrita das ideias, permitindo a autonomia e a criatividade. (OLIVEIRA, 2015, p.84) 17 É evidente que as utilizações das tecnologias são benéficas em todas as áreas, inclusive na educação, área em que a atuação da tecnologia deve ser bem planejada, bem empregada e amplamente utilizada, pois é através da educação que se forma cidadãos, preparando-os para a vida e para a sociedade tecnológica dos dias de hoje. 2.3.9 Aplicação das disciplinas estudadas Durante todo o processo de pesquisa foram utilizados os conceitos abordados em Sociologia da Educação e Teorias da aprendizagem, que abordam a função social da escola e a sociedade, o direito à educação democrática e à igualdade, o desenvolvimento intelectual e processos de aquisição do conhecimento e aprendizagem, além das relações e interações sociais. Debruçadas sobre a Base Nacional Comum Curricular, foram aprofundados os conceitos concernentes ao estudo de História e Geografia, os objetivos e as habilidades projetadas durante o processo de aprendizagem na primeira etapa do Ensino Fundamental. Também foi objeto de estudo as abordagens de Didática e Metodologias Ativas, buscando métodos de ensino eficazes e atrativos ao público alvo deste trabalho. As Tecnologias de Informação e Comunicação foram norteadoras ao desenvolvimento da sequência didática abordada. 2.4. Metodologia A partir das pesquisas realizadas com professores da área, o problema identificado foi a dificuldade de aprendizagem dos conceitos abordados nas disciplinas de História e Geografia, pela falta de atratividade das matérias, pois os alunos não se veem representados ali. Como proposta de amenizar este problema, foi desenvolvida uma sequência didática com três aulas e abordagens diferentes, de maneira interdisciplinar. A primeira aula com abordagem na sala de leitura, utilizando o recurso do projetor, será apresentado um vídeo de um conto de terror gravado no Parque Vicentina Aranha, baseado em narrativas reais de pessoas que viveram a realidade do Sanatório de forma lúdica com uso de recursos visuais que darão maior visibilidade ao momento histórico narrado. 18 Em uma segunda aula a proposta é utilizar a sala de informática para pesquisar no aplicativo Google Maps imagens aéreas do local, abordando a distribuição geográfica no entorno do Parque - com uma leitura cartográfica da região central da cidade, o planejamento da ocupação urbana no período, localizando outros sanatórios da época, discorrendo sobre as avenidas largas que promoviam um distanciamento entre as pessoas sãs e os locais de tratamento. As crianças poderão verificar a localização estratégica do parque, em lugar alto e arejado, tendo na época o banhado como vista. Finalizando a terceira aula com a escrita de um breve texto no caderno sobre os pontos mais marcantes da fase sanatorial, nesta importante fase na história do desenvolvimento político, crescimento populacional e acontecimentos sociais vinculados à população tuberculosa. Os alunos poderão apresentar os resultados de suas pesquisas, compartilhando e debatendo com os colegas suas descobertas sobre a cidade. 3. RESULTADOS 3.1. Protótipo inicial 19 20 21 4. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS REFERÊNCIAS ARAÚJO, W. M.; TAVEIRA, B. D. A.; FOGAÇA, T. K. Geografia da população. Curitiba. Editora Saberes, 2016. BOTH, I. J. Avaliação planejada, aprendizagem consentida: é ensinando que se avalia, é avaliando que se ensina. 2. Ed. Curitiba: InterSaberes, 2017. BLOCH, M. Introdução à História. Mira-Sintra: Europa-América, 1970. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história, geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/> Acesso em: 30 de abril de 2020. BRASIL, Ministério da Educação, (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF. CASTELLAR, S. (Org.). Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo. Editora Contexto, 2010. CAVALCANTI, L. S. A geografia escolar e a cidade: ensaios sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana. Campinas. Editora Papirus, 2015. 22 COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e Educação - Psicologia Evolutiva Volume 1. 2.Ed. Porto Alegre. Artmed Editora, 2007. IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2010. IGLESIAS, E. Reflexões sobre o que fazer da história oral no mundo rural. DADOS - Revista de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Vol. 27, n.. 1. 1984. KARNAL, L. (Org.) História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas. São Paulo. Editora Contexto, 2005. LIMA, M. Porta aberta: história e geografia, 2º ano. São Paulo. Editora FTD, 2011. MOREIRA, R. Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica. São Paulo. Editora Contexto, 2006. OLIVEIRA, c. Tic´s na Educação: A utilização das tecnologias da informação e comunicação na aprendizagem do aluno. 2015 Disponível em <http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/11019> acesso em 18 abril 2020. RÓNAI, P. Dicionário universal de citações. São Paulo: Círculo do Livro, 1985 VASCONCELOS, J. A. Metodologia do ensino de história. Curitiba, Ed. Intersaberes, 2012. VERRIÉRE, J. As políticas de população. 2. ed. Rio de Janeiro. Editora Bertrand Brasil, 1991. http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/11019 23 ANEXOS Anexo A 24 Anexo B 25 Anexo C PLANO DE ENSINO – HISTÓRIA 5º ANO 1 º e 2 º B IM E S T R E S UNIDADES TEMÁTICAS HABILIDADES/CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO OBJETOS DE CONHECIMENTO ESTRATÉGIAS E RECURSOS DIDÁTICOS Povos e Culturas: Meu lugar no mundo e meu grupo social (EF05HI01) Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05HI03) Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos. (EF05HI04) Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos. (EF05HI05) Associar o conceito de cidadania à conquista de direitos dos povos e das sociedades, compreendendo-o como conquista histórica. Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas. Contação de História; Data Show; Aula Expositiva; Registro. Registros da História: Linguagens e culturas (EF05HI06) Comparar o uso de diferenteslinguagens e tecnologias no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas. (EF05HI07) Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de As tradições orais e a valorização da memória; Os patrimônios materiais e imateriais da humanidade. 26 memória. (EF05HI09) Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais. Os patrimônios materiais e imateriais da humanidade. (EF05HI10) Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo. Fonte: BNCC – Ministério da Educação, 2017. PLANO DE ENSINO – GEOGRAFIA 5º ANO 1 º e 2 º B IM E S T R E S UNIDADES TEMÁTICAS HABILIDADES/CRITÉRI OS DE AVALIAÇÃO OBJETOS DE CONHECIMEN TO ESTRATÉGI AS E RECURSOS DIDÁTICOS O Sujeito e o seu Lugar no Mundo (EF05GE01) Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações entre migrações e condições de infraestrutura. Diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais. (EF05GE02) Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios. Dinâmica populacional. Diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais. Contação de História; Data Show; Aula Expositiva; Registro. Conexões e Escalas (EF05GE03) Identificar as formas e funções das cidades e analisar as Território, redes e urbanização. 27 mudanças sociais, econômicas e ambientais provocadas pelo seu crescimento. (EF05GE04) Reconhecer as características da cidade e analisar as interações entre a cidade e o campo e entre cidades na rede urbana. Mundo do Trabalho (EF05GE05) Identificar e comparar as mudanças dos tipos de trabalho e desenvolvimento tecnológico na agropecuária, na indústria, no comércio e nos serviços. (EF05GE06) Identificar e comparar transformações dos meios de transporte e de comunicação. (EF05GE07) Identificar os diferentes tipos de energia utilizados na produção industrial, agrícola e extrativa e no cotidiano das populações. Trabalho e inovação tecnológica. Formas de Representaç ão e Pensamento Espacial (EF05GE08) Analisar transformações de paisagens nas cidades, comparando sequência de fotografias, fotografias aéreas e imagens de satélite de épocas diferentes. Representação das cidades e do espaço urbano. (EF05GE09) Estabelecer conexões e hierarquias entre diferentes cidades, Mapas e imagens de satélite. Representação das cidades e do espaço urbano. 28 utilizando mapas temáticos e representações gráficas. Natureza, Ambientes e Qualidade de Vida (EF05GE10) Reconhecer e comparar atributos da qualidade ambiental e algumas formas de poluição dos cursos de água e dos oceanos (esgotos, efluentes industriais, marés negras etc.). Diferentes tipos de poluição. (EF05GE11). Identificar e descrever problemas ambientais que ocorrem no entorno da escola e da residência (lixões, indústrias poluentes, destruição do patrimônio histórico etc.), propondo soluções (inclusive tecnológicas) para esses problemas. Gestão pública da qualidade de vida. (EF05GE12) Identificar órgãos do poder público e canais de participação social responsáveis por buscar soluções para a melhoria da qualidade de vida (em áreas como meio ambiente, mobilidade, moradia e direito à cidade) e discutir as propostas implementadas por esses órgãos que afetam a comunidade em que vive. Qualidade ambiental. Diferentes tipos de poluição. Gestão pública da qualidade de vida. Fonte: BNCC – Ministério da Educação, 2017. 29 APÊNDICES Apêndice A Entrevista com Professores do 5º ano, História e Geografia Nome: Diego Alvares Garcia Escola que atua: Instituto São José Onde se formou para se tornar professor (a)? Universidade de São Paulo - USP Fez pós ao longo do caminho? Possui alguma outra especialização? Não. Diante do conteúdo programático para se trabalhar com o 5º ano nas disciplinas de História e Geografia, qual a sua maior dificuldade? A falta de pensamento abstrato nessa faixa etária, que dificulta imaginar o passado e lugares distantes. Dentro dessas disciplinas, o estudo que propõe é fragmentado ou as atividades são interdisciplinares? São interdisciplinares entre si, com alguma conexão com as demais áreas do conhecimento. Você costuma adaptar o conteúdo a realidade do aluno? Dentro do possível. Há uma defasagem grande, de modo geral, sobre essas disciplinas quando elas chegam no 5º ano? Não, pois o currículo dessas disciplinas no Ensino Fundamental I é muito introdutório, não havendo grandes problemas. Qual é o seu método avaliativo? Provas escritas, trabalhos em grupo, tarefas individuais Tem algo que gostaria de implementar nas suas aulas que por algum motivo ainda não foi possível? Desenvolvimento de atividades de análise da política são muito complicadas, pois a intervenção externa no trabalho do educador impede as iniciativas mais inovadoras. 30 Quais as expectativas de aprendizagem (feedback) que os alunos trazem a você professor (a) sobre o que eles irão aprender na disciplina de História e Geografia? Pensam na continuidade do quarto ano. Mesmo aqueles que não se recordam de conteúdos específicos do ano anterior entendem que se trata do estudo do passado e tem limitada compreensão do significado da Geografia. Qual o conhecimento que os alunos trazem da história de São José dos Campos? Ou eles chegam no 5º ano sem ter nenhuma base sobre o assunto? (EX: As mudanças ao longo do processo histórico como a política, prédios históricos, pontos turísticos, etc.) Existe um conhecimento muito limitado e heterogêneo, alguns alunos conhecem bastante dos lugares e histórias importantes, outros nunca ouviram falar. Apêndice B Entrevista com Professores do 5º ano, História e Geografia Nome: Marina Gomes Pimentel Bertges Escola que atua: EMEF Profª Martha Abib Castanho Onde se formou para se tornar professor (a)? Fiz Magistério no CEFAM e Pedagogia na Unip. Fez pós ao longo do caminho? Possui alguma outra especialização? Fiz pós em Educação Especial. Também fiz o curso do Profa. Diante do conteúdo programático para se trabalhar com o 5º ano nas disciplinas de História e Geografia, qual a sua maior dificuldade? Relembrar os conteúdos (já que não gosto muito da matéria) para poder ensinar os alunos da melhor forma. Dentro dessas disciplinas, o estudo que propõe é fragmentado ou as atividades são interdisciplinares? De ambos os modos. Gosto de propor atividades interdisciplinares, porém tem hora que precisa ser fragmentado. Você costuma adaptar o conteúdo a realidade do aluno? Alguns sim nem todos. 31 Há uma defasagem grande, de modo geral, sobre essas disciplinas quando elas chegam no 5º ano? Digo que há uma defasagem, porém tem aluno que tem um bom conhecimento. Vai muito de aluno para aluno. Qual é o seu método avaliativo? Não avalio apenas pela avaliação bimestral, mas também pela participação em sala. Tem algo que gostaria de implementar nas suas aulas que por algum motivo ainda não foi possível? Na atual escola não temos sala de informática, que seria muito bom para uma dinâmica usando esse tipo de recurso. Seria bem interessante também um laboratório de Ciências. Quais as expectativas de aprendizagem (feedback) que os alunos trazem a você professor (a)sobre o que eles irão aprender na disciplina de História e Geografia? Nesse ano tivemos poucos conteúdos nas disciplinas, por conta da pandemia. Mas eles se demonstravam bastantes interessados pelo conteúdo, nas explicações dadas. Gostavam de aulas mais dinâmicas e de menos conteúdos escritos. A maioria não deixa de fazer as atividades propostas e textos que muitas vezes acabo passando na lousa. Qual o conhecimento que os alunos trazem da história de São José dos Campos? Ou eles chegam no 5º ano sem ter nenhuma base sobre o assunto? (EX: As mudanças ao longo do processo histórico como a política, prédios históricos, pontos turísticos, etc.) No conteúdo do 4º ano, de acordo com a Matriz Curricular, eles aprendem durante todo o ano letivo a história de São José dos Campos, bem como as questões da divisão geográfica dos municípios e bairros. Aprendem os pontos turísticos, patrimônios históricos, etc. Acredito que esse conteúdo os alunos já conseguiram dominar. Podendo então dar continuidade aos conteúdos do 5º ano. Apêndice C Entrevista com Professores do 5º ano, História e Geografia Nome: Lilian Regiane Vieira da Fonseca. Escola que atua: EMEF “Profª Martha Abib Castanho” São José dos Campos/SP. 32 Onde se formou para se tornar professor (a)? EEPSG “Monteiro Lobato” –Taubaté/SP. Fez pós ao longo do caminho? SIM. Possui alguma outra especialização? Psicopedagogia e Educação Especial. Diante do conteúdo programático para se trabalhar com o 5º ano nas disciplinas de História e Geografia, qual a sua maior dificuldade? Encontrar recursos didáticos que tornem a aula mais atrativa. Dentro dessas disciplinas, o estudo que propõe é fragmentado ou as atividades são interdisciplinares? Interdisciplinares. Você costuma adaptar o conteúdo a realidade do aluno? Sim. Há uma defasagem grande, de modo geral, sobre essas disciplinas quando elas chegam no 5º ano? Não percebo isso, pois trata-se de uma matriz curricular espiral e evolutiva. Qual é o seu método avaliativo? Avaliação Formativa. Tem algo que gostaria de implementar nas suas aulas que por algum motivo ainda não foi possível? Sim, uso das Tecnologias Digitais (audiovisuais). Quais as expectativas de aprendizagem (feedback) que os alunos trazem a você professor (a) sobre o que eles irão aprender na disciplina de História e Geografia? Vejo que ainda sentem dificuldades em articular os conhecimentos do entorno, somente quando a proposta desperta a curiosidade é que sentem-se desafiados. Qual o conhecimento que os alunos trazem da história de São José dos Campos? Ou eles chegam no 5º ano sem ter nenhuma base sobre o assunto? (EX: As mudanças ao longo do processo histórico como a política, prédios históricos, pontos turísticos, etc.). Embora conheçam os patrimônios culturais, a maioria não questiona sobre a história e os processos de mudança. 33 Apêndice D SEQUÊNCIA DIDÁTICA IDENTIFICAÇÃO Professoras: Ana Carolina Guedes Fernandes de Sousa Larissa Teodora França Ebram Lilian de Oliveira Ramalho Vanessa Gomes da Silva Área de estudo: História e Geografia no Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Série: 5º ano Período de realização: 150 minutos – 3 horas/aula Introdução O ensino de História e Geografia nos anos iniciais de acordo com a BNCC objetiva uma contribuição melhor na formação do aluno/cidadão crítico e consciente. O conhecimento sobre a cultura do lugar de onde moram é sempre um ponto favorável na formação das crianças, com o intuito de ajudá-las a melhorar o ambiente em que vivem. A BNCC oferece também uma melhor contribuição na formação do professor. Portanto, essa sequência didática traz algumas estratégias pedagógicas diversificadas que podem reduzir a angústia na busca de práticas interativas e inovadoras. O ato de ensinar é um desafio aos profissionais docentes que necessitam de metodologias que permitam incentivar a participação e proporcionar a aprendizagem dos conteúdos ministrados (Moran, 2015). Objetivos Objetivo Geral O objetivo maior desta sequência didática é desenvolver a capacidade dos estudantes de registrar a história da cidade da qual vivem em outra perspectiva, ou seja, considerando outras culturas, tradições, memórias. 34 Objetivos Específicos 5. Escrever quais foram os pontos mais marcantes da história da Fase Sanatorial de São José dos Campos. 6. Ilustrar a Fase Sanatorial em forma de um conto. 7. Registrar quais foram as mudanças durante os anos durante e após a fase, em seus aspectos físicos e sociais. 8. Comparar o sanatório durante os anos. 9. Localizar geograficamente o sanatório. 10. Avaliar o progresso formativo após a realização da sequência. MÓDULOS DIDÁTICOS Módulo I O início da sequência didática será através do vídeo: Conto de Terror sobre o Parque Vicentina Aranha. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5OnNjHLcmV4>. Módulo II Sanatório Vicentina Aranha Foi criado pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo para acolher e internar pessoas com tuberculose e atendia os doentes que vinham de várias regiões do Estado, a Irmandade já tratava e cuidava de diversos doentes como os que tinham Lepra, Tuberculose e outras doenças relacionadas a condições precárias na capital em São Paulo. O Sanatório Vicentina Aranha era um dos maiores centros de tratamento da Tuberculose na América Latina, primeiro Sanatório de São José dos Campos e um dos primeiros do país. Quem teve a intenção primária de construir o Sanatório foi Vicentina de Queiroz Aranha, esposa do senador Olavo Egídio, por ver e entender a necessidade de um local para tratar os pacientes tuberculosos. Porém D. Vicentina chegou a falecer em 1916, mas sua ideia prosseguiu mesmo após a sua morte e o Sanatório começou a ser construído em 1918 pelo escritório https://www.youtube.com/watch?v=5OnNjHLcmV4 35 técnico Francisco de Paula Ramos de Azevedo & CIA. O local para construção foi escolhido devido ao clima que a cidade oferecia e a chácara que foi escolhida para a construção do Sanatório Vicentina Aranha também era bastante arborizado, o que muito favorecia o tratamento da doença. O Sanatório teve como funcionários membros da Igreja Católica, um padre de destaque da época foi o Pe. Rodolfo Komorek que nasceu na Polônia, veio para o Sanatório em 1940, com sintomas da tuberculose, ajudava os doentes com palavras de conforto e sempre era chamado para conceder extrema unção na hora da morte. Em vida, Padre Rodolfo tinha carinho e zelo pelos pobres, idosos e doentes. Mesmo muito doente, precisando repousar e se alimentar, ele ia ao Vicentina Aranha atender os doentes, visitava um ou dois doentes e dava a eles a extrema unção, consolo de Deus para a pessoa fragilizada. Todo esse amor e cuidado que ele tinha com as pessoas fez com que a população de São José ficasse devota a ele o nomeando de “Padre Santo”. Quando faleceu, os carros com caixa de som, típico da época, percorreram a cidade inteira por dois dias dizendo “O Padre Santo morreu”. Alberto Gobbo In Pelas trilhas do Vicentina Aranha – Bruna Batista; Kaori Iwamoto. O Sanatório foi construído utilizando uma área de 488.000 m2, com mais de um edifício, o que fez dele um hospital pavilhonar, havia edificações principais, edificações de apoio e anexos como capela, logo mais foram construídos o necrotério e residência interna dos médicos. Conforme a cura para a doença foi surgindo a partir de descobertas de medicamentos, a procura por tratamento no Sanatório também foi diminuindo, a Santa Casa começou a vender os loteamentos, para sanar algumas dívidas, foi urbanizado e hoje são moradias ao entorno do parque, em 1990 o Sanatório Vicentina Aranha tornou-se um hospital Geriátrico, por decisão da Santa Casa. Em 1996 foipreservado pela Lei Municipal nº 4.928/96, considerado setor de preservação e tombado em 25 de julho de 2001, quando deixou de ser administrado pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo em 2004, logo em 2006 foi adquirido pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos. O Sanatório tornou-se um parque que atualmente ocupa uma área de 84.500m2, o restante da parte que era ocupado pelo Sanatório com 80% de 36 área verde, pista para caminhadas, pavilhões do Sanatório que são de preservação ambiental e histórica da cidade, onde a prefeitura promove a recuperação das edificações com obras de restauração e manutenção. O parque apresenta diversas atrações culturais, ambientais, laser, educação e atividades físicas, bastante procuradas pelos moradores da cidade e também como atração turística. Módulo III A importância da Fase Sanatorial para o desenvolvimento social da cidade de São José dos Campos O Vale do Paraíba na primeira metade do século XX viveu um cenário onde muitos portadores de tuberculose vieram em busca de tratamento, isso ocorreu entre os anos 1920 e 1950, nesse período do final do século XIX até a década de 1950 o Vale do Paraíba estava em processo de industrialização e urbanização, a cidade de São José dos Campos nessa época tinha menos que 20 mil habitantes, vivia da produção de café, algodão e a agropecuária sem muitas perspectivas. Foram criados na cidade de São José dos Campos, diversos sanatórios para o tratamento desses pacientes que migravam para a região devido ao clima que favorecia o tratamento da doença, devido ao fluxo de pacientes na cidade de São José dos Campos a cidade foi dividida em zonas: residencial, comercial, industrial e sanatorial. Para um importante e renomado médico da cidade Dr. Ruy Dória, dizia que a cidade não precisava de máquinas, mais sim de doentes, essa era a “indústria” da cidade. O Sanatório Ruy Dória tinha o maior número de internados comparado com outros da cidade, haviam alguns leitos gratuitos, mas a maioria deles era leitos particulares. Antes mesmo da criação dos Sanatórios, pacientes já migravam para cidade devido ao clima, para tentar a cura da doença e se alojavam em pensões, casas particulares e até hotéis, contudo as condições para o tratamento da doença ainda eram bastante precárias e a falta de profissionais da saúde era grande. Houve na primeira década de 1900 uma intenção de se criar Sanatórios para o tratamento desses doentes que migravam para a cidade, sabendo das incapacidades das pensões e precariedade para o 37 tratamento, contudo essa primeira proposta foi negada e não conseguiram dar início a construção dos Sanatórios, a cidade já aceitava a condição de estação para o tratamento da doença, apesar de existirem pensamentos contrários e correntes que eram contra essa condição e que estimulavam a industrialização, formou-se uma comissão que originou a Resolução de 4 de maio de 1920, a qual cedia terrenos e isenção de impostos para a instalação de indústrias no município. Em 1918 houve a construção do primeiro Sanatório em São José dos Campos, o Sanatório Vicentina Aranha no Vale do Paraíba e a inauguração do mesmo em 1924, a Estância Climatérica inicia-se em 1935 e prolonga-se até 1950, essa Estância foi criada devido ao caráter climático da cidade, que muito favorecia o tratamento da doença, além dos Sanatórios em São José dos Campos, em Campos do Jordão, cidade situada a 83,6 km de distância, também haviam outros Sanatórios. No ano de 1932 a 1940 a cidade foi passando por uma expansão demográfica, e a estrutura que era antes isolada para o sanatório começa a ser desmontada passando a ter habitações comuns na região também, assim que a diminuição por morte de tuberculose foi sendo conquistada com o avanço dos medicamentos. Com a criação de estradas que ligavam São José dos Campos, Campos do Jordão e Sul de Minas e as estradas Rio de Janeiro – São Paulo, facilitou ainda mais o acesso de pessoas a cidade, com esse maior fluxo de pessoas a infraestrutura da cidade precisou ser aprimorada e foi o que contribuiu muito para o desenvolvimento da cidade. A Estância Climatérica foi fundamental para o desenvolvimento urbano da cidade, pois a partir deles começou a haver pavimentação nas ruas, tratamento de esgoto, luz, água, que até então eram precários antes dos Sanatórios. A fase Sanatorial desenvolveu uma economia voltada para a rede de serviços relacionados a cura da tuberculose, até mesmo o comércio funerário se tornou um negócio atrativo em São José dos Campos, uma vez que a taxa de mortalidade era alta por conta da doença. Como em meados da década de 1950 houve um aumento de habitações comuns e diminuição das áreas senatoriais, ocorreu também um avanço na urbanização e desenvolvimento tecnológico, com a chegada do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e Instituto Técnico Aeronáutico (ITA), o surgimento de indústrias, como a Embraer, General Motors (GM), Jhonson & Jhonson, 38 Alpargatas, etc., o que fez com que houvesse um maior desenvolvimento regional. Muitos moradores da cidade não concordavam com a criação de Sanatórios e incentivavam as indústrias, porque tinham um certo receio de que a cidade fosse tomada por pacientes tuberculosos. Com o passar do tempo houve uma adaptação entre a população sadia e a enferma, pois os doentes que estavam em tratamento continuavam trabalhando e exercendo suas profissões, muitos deles tinham formação técnica e alguns se mantinham com seus próprios negócios. Entre o tempo de tratamento da doença e seus afazeres diários os pacientes também encontravam um tempo para sair, se divertir em barzinhos da cidade e nas praças, sempre com as devidas precauções para evitar a contaminação de outros com a doença, nessa época conta-se também diversos casos amorosos que surgiram nesse período, entre enfermeiros, pacientes. Além do Sanatório Vicentina Aranha inaugurado em 1924, teve também o Vila Samaritana 1928, Ruy Dória 1934, Maria Imaculada 1935, Ezra 1936, Adhemar de Barros 1941, São José 1946 e Antoninho da Rocha Marmo 1952. O Sanatório Vila Samaritana foi o primeiro a atender e dar assistência aos tuberculosos mais pobres, era administrado por uma instituição evangélica e permitia aos pacientes o convívio com seus familiares. Em 1967 o Sanatório foi desapropriado e deu espaço para a construção do Colégio UNIVAP, atualmente o Sanatório é preservado dentro do Colégio. Módulo IV Sugestão para atividade prática. Pedir que os alunos registrem no caderno quais foram os pontos mais marcantes da história da Fase Sanatorial de São José dos Campos e, depois socializem com o grupo as experiências. FORMA DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS A avaliação formativa é aquela que procura acompanhar o processo de aprender dos alunos, porém não se pode permitir que o objetivo principal da 39 avaliação seja apenas identificar o quanto o aluno sabe e com que profundidade apreendeu os conteúdos, em vez disso, deve-se assegurar e verificar quais foram os caminhos que levaram esses alunos ao conhecimento. Como todo processo avaliativo precisa ser claro, ao término dessa sequência didática, os alunos precisam conseguir formar opiniões a respeito do processo histórico da Fase Sanatorial. Os alunos serão avaliados desde o início do projeto: leitura colaborativa, leitura compartilhada e registro das mudanças físicas e sociais do sanatório. Importante: Leitura Colaborativa: Quando a professora lê e vai fazendo pausas (perguntas aos alunos) e Leitura Compartilhada: Quando todos os alunos têm a possibilidade de ler. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATISTA, B.; IWAMOTO, K. Pelas trilhas do Vicentina Aranha - Projeto Experimental (Graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo) - Universidade de Taubaté, Departamento de Comunicação Social, 2015.BOTH, I. J. Avaliação planejada, aprendizagem consentida. É ensinando que se avalia, é avaliando que se ensina. 2 edições. Curitiba: InterSaberes, 2017. FERREIRA, V. P. A importância do Sanatório Vicentina Aranha para o desenvolvimento da cidade de São José dos Campos na primeira metade do século XX. Disponível em: < http://www.camarasjc.sp.gov.br/promemoria/wp-content/uploads/2019/03/TCC- Vit%C3%B3ria-Unitau.pdf > PAPALI, M. A.; ZANETTI, V. Fase Sanatorial de São José dos Campos: Espaço e Doença Vol. IV. 2010. 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H. A. da; PINHEIRO, S. A. G. Preconceito e economia: Breve estudo sobre o tuberculoso em São José dos Campos e Campos do Jordão na primeira metade do século XX. Disponível em: < http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/resources/anais/48/1471370952_ARQU IVO_BreveestudosobreotuberculosoemSaoJosedosCamposeCamposdoJordao naprimeirametadedoseculoXX.pdf > ZANETTI, V.; VIANNA, P. C.; PAPALI, M. A. Memória da fase sanatorial em São José dos Campos e Campos de Jordão (1920-1960). 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