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Universidade Federal de Itajubá EMBi18 - Hidrologia Precipitação Prof. Fernando Neves Lima lima.fernando@unifei.edu.br Cortesia: prof. Dr. Mauro Naghettini 1 – Precipitação É a descarga líquida ou sólida que se abate sobre a superfície terrestre, resultante da condensação do vapor d’água atmosférico e coalescência. Formas da precipitação: •Chuvisco/garoa (0,1<Ø<0,5 mm, intensidade tão baixa que parece flutuar no ar) •Chuva (0,5<Ø<5 mm, intensidades variáveis com o mecanismo de formação) •Granizo (pedras de gelo de Ø variável a partir de nuvens convectivas de des. vertical) •Orvalho (umidade nas folhagens por resfriamento noturno) •Geada (se temperatura < 0oC, orvalho torna-se geada) •Neve (precipitação de cristais de gelo, formando flocos de dimensões variadas) Formação: • ascensão das massas de ar (barreiras orográficas, convecção, sistemas frontais) • atingindo o nível de condensação, forma-se a nuvem, ou seja, um aerosol constituído por ar, vapor d’água, gotículas de água e/ou gelo (0,01<Ø<0,03 mm) • coalescência direta, ou seja, a colisão de gotas descendentes de maior diâmetro com gotículas ascendentes de menor diâmetro, tensão superficial e/ou eletrostática • Intensidade da precipitação depende da velocidade com que se processa o crescimento das gotas e da realimentação por correntes ascendentes de ar úmido • Tipos: orográfica, convectiva e frontal 2 – Pluviometria (pluviômetro, pluviógrafo e radar meteorológico) • Pluviômetro: recipiente metálico de volume capaz de conter as maiores precipitações possíveis em um intervalo de 24 horas. Se A é a superfície de captação em cm2, V é o volume recolhido no recipiente em cm3, então é a altura diária da chuva em mm. Graduação: 0,2 mm Precisão: 0,1 mm Limitação: não registra a variação da precipitação ao longo do dia (int subdiários) P V A 10 • Pluviógrafo: mesmo princípio do pluviômetro, mas com registro gráfico das variação da precipitação ao longo do dia. Tipos: de massa e de básculas. Grandezas: altura (mm), duração (h) e intensidade (mm/h) massa de mínima haste da pena suporte da haste da pena mesa massa de máxima limitador de balança estribo do suporte da haste da pena -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 mm hora Pluviógrafo Us.Biogás colocado em 05/01/97 às 07 horas retirado em 06/01/97 às 07 horas Operador CEMIG Fontes de possíveis erros nas observações pluviométricas e pluviográficas: defeitos de fabricação, incompatibilidade entre provetas e áreas de captação, evaporação, falhas mecânicas, a operação incorreta e ação dos ventos (20%). Recomendação para instalação de pluviômetros e pluviógrafos: Análise de consistência de dados pluviométricos: difícil e subjetiva! • Radar Meteorológico Princípio: Radar (RAdio Detection And Ranging) transmite microondas em um feixe concentrado. Parte dessa energia eletromagnética (v=300.000 km/s) reflete em objetos (gotas de chuva) e retorna à antena do radar. A refletividade do eco é uma medida da intensidade da precipitação. A distância até a área de precipitação pode ser medida pelo tempo entre a emissão e a reflexão. Os movimentos verticais (↑↓) e azimutais (O) do radar permitem quantificar a variação tri-dimensional da intensidade da chuva em cada instante, dentro de um raio de até 180 km. Exige calibração por meio de pluviômetros e pluviógrafos convencionais. 3 – Análise de dados Pluviométricos • Preenchimento de Falhas de Totais Mensais e Anuais (Ponderação Regional) Médias normais devem ter > 10 anos de período base • Correção de Erros Sistemáticos em Séries Mensais e Anuais (Dupla Massa) P N N P N N P N N PX X A A X B B X C C 1 3 P P P PAcorreto I Aincorreto I tan tan PX PD PE PA PB PC • Precipitação Média Espacial (eventos, diária, mensal, longo termo) Média Aritmética: Método das Isoietas: Método de Thiessen: 15 41 64 38 51 107 66 Precipitação (mm) Área do Polígono (km 2 ) Área % Média Ponderada (mm) 15 13 1,93 0,3 38 154 22,88 8,7 41 264 39,22 16,1 51 18 2,67 1,4 107 224 33,30 35,6 673 100 62,1 P mm 38 4 107 3 62 15 41 64 38 51 107 66 25 50 75 100 Isoieta (mm) Área (km2) Área % Isoieta Média (mm) Média Ponderada (mm) > 100 35 5,20 107 5,6 75-100 108 16,05 87 14,0 50-75 194 28,83 63 18,2 25-50 305 45,32 37 16,8 < 25 31 4,60 23 1,1 673 100 55,7 4 - Variação das Precipitações função (latitude, afluxo de unidade, relevo, direção de ventos, etc.) Janeiro Julho Regiões do Brasil Regiões de Minas Gerais Belo Horizonte (1517 mm) Juiz de Fora (1518 mm) Montes Claros (1111 mm) Variação Temporal das Alturas Anuais de Chuva em Belo Horizonte À exceção da regularidade das variações diurnas e sazonais, é muito difícil demonstrar conclusivamente a existência de ciclos regulares e persistentes (e/ou tendências ao longo do tempo) nas variações temporais da precipitações (Linsley et al., 1975). Valores Recordes de Precipitação Altura Diária na RMBH: 266 mm em 15/02/78, pluviógrafo de Caeté, com concentração de 170 mm em 6 horas (i=28,3 mm/h). Outros: ±300mm/dia. Exercício resolvido: estude as relações altura/intensidade-duração para o pluviograma a seguir. Solução: • Exercício proposto: A bacia hidrográfica da figura a seguir é monitorada pelas estações pluviométricas P1, P2, P3 e P4. Dados os valores das precipitações médias anuais em cada estação, calcular (a) a precipitação média anual equivalente sobre a bacia, empregando o método dos polígonos de Thiessen; (b) a vazão média anual em m3/s na seção exutória A, sabendo que a evapotranspiração anual vale 480 mm. 660 640 620 640 620 620 640 640 660 640 620 620 640 640 600 600 600 580 580 560 560 540 540 520 520 510 A 660 950 1110 1290 1050 1100 1030 1250 1280 1410 1320 Exercício proposto: O mapa ao lado, na escala 1:50.000, apresenta as precipitações médias anuais observadas em 10 estações pluviométricas da região. Utilize os métodos da média aritmética, de Thiessen e das isoietas para estimar a precipitação média anual sobre a bacia hidrográfica correspondente à seção exutória A. Compare os resultados. 1030 1250