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Usucapião de bem móvel proveniente de furto ou roubo

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Usucapião de bem móvel proveniente de furto ou roubo:
Existem particularidades a serem esclarecidas ao usucapir um bem móvel. A primeira é com relação da existência posse, boa-fé e justo título (documento de propriedade), requisito que o artigo 1261 descreve que poderá usucapir o bem móvel independente de título ou boa-fé se a posse da coisa se prolongar por 5 anos. 
- Doutrinas sobre o tema:
Marco Aurélio Bezerra: “Interessante questão que pode ocorrer envolvendo usucapião de bens móveis é a declaração de propriedade envolvendo apreensão que tenha sido fruto da prática de crime contra o patrimônio. Conforme já estudamos por ocasião da análise da classificação da posse em justa e injusta (art. 1.200, CCB), sabemos que o exemplo figurado retrata uma posse injusta e, portanto, seria mais uma das inúmeras manifestações de uma não-posse, como se fora uma autentica detenção em sentido amplo e, portanto, jamais daria ensejo ao início da posse, quiçá a qualificada posse para fins de usucapião. Entretanto, sabemos que o artigo 1.208 do Código Civil contempla expressamente a possibilidade de convalescimento da posse injusta. Assim, é cabível, em tese, a usucapião de um automóvel furtado em favor do próprio ladrão ou de um terceiro que tenha adquirido o referido bem.”
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvaldi: “Controversa, todavia, é a possibilidade de o próprio autor do crime contra o patrimônio usucapir o veículo subtraído (furto ou roubo). A princípio, repugna ao estudioso tal possibilidade, eis que a má-fé não gera direito a favor de ninguém Todavia, duas razoes sustentam a admissibilidade da usucapião pelo ladrão: a) a usucapião extraordinária de bens imóveis e móveis não pede o requisito da boa-fé. Assim, mesmo aquele que sabe que a coisa pertence a outrem, pode usucapir no prazo longo de cinco anos; b) o usucapião proveniente de aquisição violenta da posse é viável no tocante aos bens imóveis e o termo inicial da prescrição aquisitiva é o instante da cessação da violência (art. 1.208, CC). Assim, também terminará a violência no momento posterior à prática do ilícito de subtração do veículo, daí iniciada a contagem do lustro legal.”

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