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MECÂNICA DOS FLUIDOS I Curso: Engenharia Mecânica Tema: Noções Fundamentais Professor: Alex Luz Salgado, MSc (alex.salgado@uvv.br) Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido DEFINIÇÃO DE FLUIDO Normalmente, entende-se que, ao interagir com: DEFINIÇÃO DE FLUIDO O que é fluido? Substância que se deforma continuamente sob a aplicação de uma tensão de cisalhamento (tangencial). Como o fluido continua o movimento com a aplicação dessa tensão, temos que: DEFINIÇÃO DE FLUIDO Formas em que um fluido se apresenta: DEFINIÇÃO DE FLUIDO Ao aplicarmos a força “F” contínua de acordo com a figura abaixo: Deformação inicial Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido EQUAÇÕES BÁSICAS Leis básicas que governam o movimento do fluido: 1. Conservação da massa 2. Segunda Lei de Newton para o movimento 3. Princípio da quantidade de Movimento Angular 4. Primeira Lei da Termodinâmica 5. Segunda Lei da Termodinâmica Exemplo: • Equação do gás ideal 𝑝 = 𝜌. 𝑅. 𝑇 EQUAÇÕES BÁSICAS Leis básicas que usaremos são as mesmas da mecânica e da termodinâmica Teremos que formular essas leis de forma adequada à aplicação de escoamento de fluidos Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido MÉTODOS DE ANÁLISE Temos que definir o sistema em análise. Para isso, usaremos: Igual ao conceito utilizado em Termodinâmica, porém aqui estaremos mais focados em forças e movimentos (diferente da termodinâmica, onde o foco era energia. MÉTODOS DE ANÁLISE O que é um sistema? • Uma quantidade de massa FIXA e identificável. • O sistema é delimitado pelas suas fronteiras • Em um sistema, nenhuma massa cruza o mesmo. • Sistema: gás • Se aquecer o gás o pistão levantará o peso e a fronteira irá modificar • Calor e trabalho podem cruzar as fronteiras do sistema • Nenhuma massa cruza o sistema MÉTODOS DE ANÁLISE Exemplo: Aplicando a Primeira Lei à um sistema fechado • Um dispositivo cilindro-pistão contém 0,95 kg de oxigênio inicialmente a uma temperatura de 27ºC e a uma pressão de 150 kPa (absoluta). É adicionado calor ao gás até que ele atinja uma temperatura de 625ºC. Determine a quantidade de calor adicionada ao processo. Métodos de Análise Dados: Cilindro-pistão com O2, m = 0,95 Kg, T1 = 27ºC e T2 = 627ºC Solução: p = constante = 150 kPa (abs) Primeira Lei para Sistema 𝑄12 −𝑊12 = 𝐸2 − 𝐸1 Considerações: 1) E = U, visto que o sistema é estacionário 2) Gás ideal com calores específicos constantes 𝐸2 − 𝐸1 = 𝑈2 − 𝑈1 = 𝑚 𝑢2 − 𝑢1 = 𝑚𝑐𝑣 𝑇2 − 𝑇1 𝑊12 = 𝑉1 𝑉2 𝑝𝑑𝑉 = 𝑝. 𝑉2 − 𝑉1 Para um gás ideal pV=mRT, logo: 𝑊12 = 𝑚𝑅 𝑇2 − 𝑇1 Métodos de Análise 𝑄12 = 𝐸2 − 𝐸1+𝑊12 = 𝑚𝑐𝑣 𝑇2 − 𝑇1 +𝑚𝑅 𝑇2 − 𝑇1 𝑄12 = 𝑚 𝑇2 − 𝑇1 . 𝑐𝑣 + 𝑅 → 𝑅 = 𝑐𝑝 − 𝑐𝑣 𝑐𝑝 = 909,4 𝐽 𝑘𝑔. 𝐾 𝑄12 = 0,95𝑘𝑔 𝑥 909 𝐽 𝑘𝑔. 𝐾 𝑥 600 𝐾 = 518 𝐾𝐽 MÉTODOS DE ANÁLISE O que é um volume de controle? • Volume arbitrário no espaço no qual o fluido escoa • Superfície de controle é a fronteira geométrica do volume de controle • A superfície pode ser real ou imaginária • Pode estar em repouso ou em movimento MÉTODOS DE ANÁLISE Formulação Diferencial x Formulação Integral Leis básicas podem ser formuladas em termos de sistemas e volumes de controle infinitesimais ou finitos Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido DIMENSÕES E UNIDADES Dimensões: Comprimento, tempo, massa e temperatura. Unidades São os nomes e magnitudes arbitrárias adotadas como padrões de medida Exemplo: Ex: 1 milha = 5280 pés = 1609 metros DIMENSÕES E UNIDADES Sistema de Dimensões Qualquer equação que relaciona quantidades físicas deve ser dimensionalmente homogênea Cada termo da equação deve ter as mesmas dimensões 𝐹 ∝ 𝑚. 𝑎 A Segunda Lei de Newton relaciona: Força, massa, comprimento e tempo. Força: F, Massa: M, Comprimento: L, Tempo: t (a [m/s²]) DIMENSÕES E UNIDADES Sistemas de Unidades • Sistema Internacional de Unidades (SI) • Sistema de Unidades Métrico Absoluto (CGS) • Sistema de Unidades Gravitacional Britânico • Sistema de Unidades Inglês Técnico ou de Engenharia DIMENSÕES E UNIDADES Sistema Internacional de Unidades (SI) Sistema de Unidades Métrico Absoluto (CGS) Sistema de Unidades Gravitacional Britânico Sistema de Unidades Unidades Inglês Técnico Técnico ou de Engenharia Massa - quilograma (Kg) Massa - grama (g) Massa - slug (slug) Massa - libra- massa (lbm) Comprimento - metro (m Comprimento - centímetro (cm) Comprimento - pé (ft) Comprimento - pé (ft) Tempo - segundo (s) Tempo - segundo (s) Tempo - segundo (s) Tempo - segundo (s) Temperatura - Kelvin (K) Temperatura - Kelvin (K) Temperatura - Rankine (°R) Temperatura - Rankine (°R) Força - Newton (N) Força - dina (dina) Força - libra- força (lbf) Força - libra- força (lbf) DIMENSÕES E UNIDADES Sistemas Preferenciais • Sistema Internacional de Unidades (SI) • Sistema de Unidades Gravitacional Britânico Em ambos os casos a Segunda Lei de Newton é escrita da seguinte forma: 𝐹 = 𝑚. 𝑎 Outras unidades e fatores de conversão úteis são encontrados em tabelas presentes nas referências bibliográfica ou na internet. DIMENSÕES E UNIDADES Homogeneidade Dimensional • Todas as equações devem ser dimensionalmente homogêneas, ou seja, cada termo aditivo em uma equação tem de ter as mesmas dimensões Equação de Bernouilli DIMENSÕES E UNIDADES Variáveis secundárias importantes DIMENSÕES E UNIDADES O que deve ser feito para descrever um certo fenômeno físico? Para o caso mais geral da mecânica existem três grandezas independentes, são elas: Construir funções que interligam grandezas como espaço, tempo, velocidade, aceleração, força, massa, energia cinética, trabalho, etc FORÇA (F) -> COMPRIMENTO (L) -> TEMPO (T) FLT – GRANDEZAS FUNDAMENTAIS DIMENSÕES E UNIDADES Todas as outras grandezas são chamadas de grandezas derivadas. 𝜈 = 𝜇 (𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑢𝑡𝑎) 𝜌 (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎) → 𝜌 = 𝑚 𝑉 “m” é uma grandeza derivada. A correlação com grandezas fundamentais se dá através de: 𝐹 = 𝑚. 𝑎 → 𝑚 = 𝐹 𝑎 Exemplo: Escrever a equação dimensional da viscosidade cinemática (υ) na base FLT. DIMENSÕES E UNIDADES 𝑎 = 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑠2 → 𝐿 𝑇2 = 𝐿𝑇−2 𝜌 = 𝑚 𝑉 = 𝐹 𝑎. 𝑉 → 𝜌 = 𝐹 𝐿𝑇−2. 𝐿3 = 𝐹 𝐿4𝑇−2 = 𝐹𝐿−4𝑇2 𝜏 = 𝜇 𝑑𝑣 𝑑𝑦 → 𝜇 = 𝜏 𝑑𝑣 𝑑𝑦 𝑑𝑣 𝑑𝑦 = 𝐿𝑇−1 𝐿 = 𝑇−1 𝜈 = 𝜇 𝜌 = 𝐹𝐿−2𝑇 𝐹𝐿−4𝑇2 = 𝐹0𝐿2𝑇−1 𝑉 = 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠3 = 𝐿3 τ = 𝐹𝑡 𝐴 → 𝜏 = 𝐹 𝐿2 = 𝐹𝐿−2 𝜇 = 𝐹𝐿−2 𝑇−1 = 𝐹𝐿−2𝑇 DIMENSÕES E UNIDADES Exercício: Um corpo P pesa 1000 lbf quando submetido à gravidade padrão da Terra, cujo valor é g = 32,2 pés/s². (a) Qual ésua massa em kg? (b) Qual será o peso desse corpo em N se ele estiver submetido à gravidade da Lua ( = 1,62 m/s²)? DIMENSÕES E UNIDADES Exercício: Para cada grandeza física listada, indique as dimensões usando a força como a dimensão primária: a) Potência b) Pressão c) Velocidade Angular d) Energia e) Massa Específica f) Calor Específico DIMENSÕES E UNIDADES Exercício: Converta uma vazão volumétrica em 𝑖𝑛3/𝑚𝑖𝑛 para 𝑚𝑚3/𝑠 Converta uma vazão volumétrica em metros cúbicos por segundo para gpm (galões por minuto) Converta uma vazão volumétrica em litros por minuto para gpm (galões por minuto) Converta uma vazão volumétrica de ar padrão de pés cúbicos por minuto (SCFM – standard cubic feet per minute) para metros cúbicos por hora (um pé cúbico padrão de gás ocupa um pé cúbico na condição padrão (temperatura de 15ºC e pressão absoluta de 101,3 kPa) Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido FLUIDO COMO CONTÍNUO A estrutura molecular dos fluidos NÃO está distribuída de forma contínua no espaço Podemos ver que estão separadas FLUIDO COMO CONTÍNUO Sob que condições o fluido pode ser tratado como contínuo? 𝜌 = 𝛿𝑚 𝛿𝑉 • Para volumes muito pequenos, ρ varia grandemente. • Para um determinado volume, não possuímos grande variação na propriedade. • A partir deste volume podemos tratar o fluido como um “CONTÍNUO” • Suficientemente preciso para avaliações de mecânica dos fluidos FLUIDO COMO CONTÍNUO Esta hipótese é válida somente para fluidos em condições normais de temperatura e pressão Como consequência da hipótese, temos que cada propriedade tem um valor definido em cada ponto do espaço. Então temos que as propriedades de um fluido são em função de sua posição geométrica e do tempo. 𝜌 = 𝜌 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡 → campo escalar Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido CAMPO DE VELOCIDADE Outro campo a ser apresentado de acordo com o que já foi discutido, é o campo de velocidade: 𝑉 = 𝑉 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡 → campo vetorial 𝑉 = 𝑢 𝑖 + 𝑣 𝑗 + 𝑤 𝑘 Por que é considerado um campo vetorial? Pois necessitam, além do valor e da unidade de medida, informar o sentido e a direção. Pode também ser escrito em termo dos três componentes escalares CAMPO DE VELOCIDADE O que está sendo medido? 𝜕η 𝜕𝑡 = 0 Velocidade de uma partícula passando através de um ponto (x, y, z) no instante de tempo “t”. x, y, z não é uma posição da partícula individual, mas sim do ponto observado. Se as propriedades em um ponto NÃO variam com o tempo, dizemos que o escoamento está em regime permanente: Onde η é qualquer propriedade do fluido CAMPO DE VELOCIDADE Logo, para regime permanente: 𝜕𝜌 𝜕𝑡 = 0 → 𝜌 = 𝜌 𝑥, 𝑦, 𝑧 𝜕𝑉 𝜕𝑡 = 0 → 𝑉 = 𝑉 𝑥, 𝑦, 𝑧 Em regime permanente qualquer propriedade pode variar de ponto para ponto no campo. Porém todas as propriedades permanecem constantes com o tempo em cada ponto. CAMPO DE VELOCIDADE Escoamentos Uni, Bi e Tridimensionais Um escoamento é classificado como uni, bi ou tridimensional de acordo com o número de coordenadas espaciais necessárias para especificar seu campo de velocidade. CAMPO DE VELOCIDADE Apesar da maioria dos escoamentos serem tridimensionais, a análise em uma quantidade menor de dimensões é significativa Em muitos casos é conveniente fazer uma aproximação para escoamento uniforme (unidimensional). Em um escoamento uniforme, a velocidade é constante através de qualquer seção normal ao escoamento. CAMPO DE VELOCIDADE Linhas de Tempo, Trajetórias, Linha de Emissão e Linhas de Corrente CAMPO DE VELOCIDADE Linhas de Tempo (timeline): Se, num campo de escoamento, várias partículas fluidas adjacentes forem marcadas num dado instante, elas formarão uma linha no fluido naquele instante. Trajetórias (pathline): Caminho traçado por uma partícula fluida em movimento. Para isso, emprega-se o uso de um corante ou fumaça para determinar a linha traçada pela partícula (trajetória) CAMPO DE VELOCIDADE Linhas de Corrente (streamline) São aquelas desenhadas no campo de escoamento de forma que, num dado instante, são tangentes à direção do escoamento em cada ponto do campo. São tangentes ao vetor velocidade em cada campo do escoamento. Linha de Emissão (streakline): Quando identificamos com corante todas as partículas que passam em um local fixo no espaço. Após um certo tempo teremos uma quantidade de partículas identificáveis no escoamento. A linha que une essas partículas é a Linha de Emissão. CAMPO DE VELOCIDADE Em regime permanente, a Trajetória, a Linha de Emissão e a Linha de Corrente são linhas idênticas no campo de escoamento Vídeo: (Flow Visualization part 1) https://www.youtube.com/watch?v=DOUfyDHxkYQ&list= PLF467935CA1CB8BC8&index=12 Fonte: National Committee for Fluid Mechanics Films (NCFMF) Vídeos/Flow Visualization part 1.mp4 https://www.youtube.com/watch?v=DOUfyDHxkYQ&list=PLF467935CA1CB8BC8&index=12 CAMPO DE VELOCIDADE Se um comprimento de arco elementar dr de uma linha de corrente deve ser paralelo a V, seus respectivos componentes devem ser proporcionais: 𝑑𝑥 𝑢 = 𝑑𝑦 𝑣 = 𝑑𝑧 𝑤 = 𝑑𝑟 𝑉 CAMPO DE VELOCIDADE Em regime transiente as linhas de emissão, linhas de corrente e trajetórias terão geralmente formas diferentes. 𝑥 = 𝑥𝑃 𝑡 → 𝑦 = 𝑦𝑃 𝑡 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑣 𝑥, 𝑦 𝑢 𝑥, 𝑦 Linha de corrente em um instante de tempo Para trajetórias: 𝑑𝑥 𝑑𝑡 𝑃𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎 = 𝑢 𝑥, 𝑦, 𝑡 → 𝑑𝑦 𝑑𝑡 𝑃𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎 = 𝑣 𝑥, 𝑦, 𝑡 Coordenadas instantâneas de uma partícula específica Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido CAMPO DE TENSÃO Cada partícula fluida sofre ação de dois tipos de força: CAMPO DE TENSÃO 𝜎𝑛 = lim 𝛿𝐴𝑛→0 𝛿𝐹𝑛 𝛿𝐴𝑛 𝜏𝑛 = lim 𝛿𝐴𝑛→0 𝛿𝐹𝑡 𝛿𝐴𝑛 CAMPO DE TENSÃO Quando lidamos com Força, é ideal considerar a mesma decomposta em um sistema de coordenadas cartesianas. 𝜎𝑥𝑥 = lim 𝛿𝐴𝑥→0 𝛿𝐹𝑥 𝛿𝐴𝑥 𝜏𝑥𝑦 = lim 𝛿𝐴𝑥→0 𝛿𝐹𝑦 𝛿𝐴𝑥 𝜏𝑥𝑧 = lim 𝛿𝐴𝑥→0 𝛿𝐹𝑧 𝛿𝐴𝑥 𝜎𝑥𝑥 CAMPO DE TENSÃO Plano “y” Positivo Plano “y” Negativo CAMPO DE TENSÃO 𝜎𝑥𝑥 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑧 𝜏𝑦𝑥 𝜎𝑦𝑦 𝜏𝑦𝑧 𝜏𝑧𝑥 𝜏𝑧𝑦 𝜎𝑧𝑧 A tensão em um ponto é determinada pelos seguintes componentes Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido VISCOSIDADE VISCOSIDADE Escoamento entre duas placas infinitas. (a) Inicialmente em repouso no instante t. (b) Aplicação de uma força constante para a direita 𝛿𝐹𝑥 aplicada à placa, que é arrastada através do fluido com velocidade constante 𝛿𝑢 𝑡 + 𝛿𝑡 . (c) 𝑡 + 2𝛿𝑡 𝜏𝑦𝑥 = lim 𝛿𝐴𝑦→0 𝛿𝐹𝑥 𝛿𝐴𝑦 = 𝑑𝐹𝑥 𝑑𝐴𝑦 VISCOSIDADE Podemos ver nafigura acima a deformações do fluido no instante 𝑡 (MNOP), no instante 𝑡 + 𝛿𝑡 (M’NOP’) e no instante 𝑡 + 2𝛿𝑡 (M’’NOP’’) devido à tensão de cisalhamento imposta. = lim 𝛿𝑡→0 𝛿𝛼 𝛿𝑡 = 𝑑𝛼 𝑑𝑡 VISCOSIDADE Para expressar 𝑑𝛼 𝑑𝑡 em quantidades mensuráveis, temos que: 𝛿𝑙 = 𝛿𝑢. δ𝑡 Espaço = velocidade x tempo Para pequenos ângulos 𝛿𝑙 = 𝛿y. δ𝛼 𝛿𝐹 𝛿𝑢 𝛿𝛼 𝛿𝑙 𝛿y 𝛿𝑥 VISCOSIDADE Com isso, temos que, igualando as duas equações para 𝛿𝑙: δ𝛼 δ𝑡 = 𝛿𝑢 𝛿𝑦 𝑑𝛼 𝑑𝑡 = 𝑑𝑢 𝑑𝑦 VISCOSIDADE Qual a conclusão disso? • Quando o fluido está submetido à uma tensão de cisalhamento, ele experimentará uma taxa de deformação (taxa de cisalhamento) dada por 𝑑𝑢 𝑑𝑦 . Qual a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de cisalhamento (taxa de deformação)? FLUIDOS NEWTONIANOS E FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS Fluido Newtoniano: • Fluido para o qual a tensão de cisalhamento É DIRETAMENTE proporcional à taxa de deformação 𝜏𝑦𝑥 ∝ 𝑑𝑢 𝑑𝑦 Fluido Não-Newtoniano: • Fluido para o qual a tensão de cisalhamento NÃO É DIRETAMENTE proporcional à taxa de deformação FLUIDOS NEWTONIANOS Fluido Newtoniano: • Em condições normais, os fluidos mais comuns são newtonianos (água, ar, gasolina, etc). Ou seja: 𝜏𝑦𝑥 ∝ 𝑑𝑢 𝑑𝑦 • A equação acima possui uma constante de proporcionalidade. Essa constante é a viscosidade absoluta (ou dinâmica) 𝜇. • Logo, a Lei de Newton da Viscosidade para escoamento unidimensional é: 𝜏𝑦𝑥 = 𝜇 𝑑𝑢 𝑑𝑦 FLUIDOS NEWTONIANOS Sistema Viscosidade 𝝁 Gravitacional Britânico Lbf.s/ft²: slug/(ft.s) Métrico Absoluto poise = 1g/(cm.s) SI Kg/(m.s): Pa.s *1 Pa.s=1N . s/m² A razão entre a viscosidade absoluta, 𝜇, e a massa específica, 𝜌, é chamada de viscosidade cinemática (𝜈). 𝜈 = 𝜇 𝜌 FLUIDOS NEWTONIANOS FLUIDOS NEWTONIANOS Exercício Resolvido: Viscosidade e Tensão de Cisalhamento em um fluido newtoniano Uma placa infinita move-se sobre uma segunda placa, havendo entre elas uma camada de líquido. A viscosidade do líquido é 0,65 centipoise e sua densidade relativa é 0,88. Determine: a) A viscosidade absoluta do líquido, em lbf.s/ft² b) A viscosidade cinemática do líquido, em m²/s c) A tensão de cisalhamento na placa superior, em lbf/ft² d) A tensão de cisalhamento na placa inferior, em Pa e) O sentido de cada tensão cisalhante calculada em “c” e “d”. FLUIDOS NEWTONIANOS FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS Fluido Não-Newtoniano: • Fluido para o qual a tensão de cisalhamento NÃO É DIRETAMENTE proporcional à taxa de deformação • Mesmo não sendo um fluido a ser discutido com maior profundidade, existem muitos fluidos comuns que apresentam comportamento não newtoniano. FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS A pasta de dente se comporta como fluido somente quando espremida do tubo A tinta Lucite é muito espessa no interior da lata, porém fica mais fina quando espalhada pelo pincel. Há um limite de tensão abaixo do qual o fluido se comporta como um sólido FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS a) Tensão de cisalhamento, 𝜏 , e (b) viscosidade aparente, 𝜂, com uma função da taxa de deformação para o escoamento unidimensional para vários fluidos não newtonianos. FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido TENSÃO SUPERFICIAL Quando temos nosso carro molhado, porém com gotas mais achatadas, podemos dizer que o mesmo precisa ser lavado Após lavagem, podemos ver que as gotas aparecem mais esféricas TENSÃO SUPERFICIAL Se θ < 90º, dizemos que o líquido molha uma superfície, onde θ é o ângulo de contato. TENSÃO SUPERFICIAL O que é? Sempre que um líquido está em contato com outros líquidos ou gases, ou com uma superfície gás/sólido, uma interface se desenvolve criando uma membrana elástica esticada, e consequentemente uma tensão superficial TENSÃO SUPERFICIAL Para o caso do carro a lavagem alterou a superfície de contato (sólida), alterando o ângulo θ. A limpeza da superfície e a pureza do líquido afetam o ângulo de contato. TENSÃO SUPERFICIAL TENSÃO SUPERFICIAL TENSÃO SUPERFICIAL Um dos efeitos, é a criação de um menisco curvo nos tubos de leitura de manômetros ou barômetros TENSÃO SUPERFICIAL Fatores que influenciam na formação do menisco: Sumário Definição de Fluido Equações básicas Métodos de Análise Dimensões e Unidades Conceitos Fundamentais Fluido como Contínuo Campo de Velocidade Campo de Tensão Viscosidade Tensão Superficial Descrição e Classificação dos Movimentos de Fluido DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Devido à natureza ampla e vasta que apresenta a Mecânica do Fluidos, iremos delimitar a mesma. Dois aspectos da mecânica dos fluidos serão considerados DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamentos Viscosos e Não Viscosos DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Podemos predizer se as forças viscosas são ou não desprezíveis em relação as forças de pressão? SIM 𝑅𝑒 = 𝜌𝑉𝐿 𝜇 Onde: 𝜌 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 𝜇 = 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑉 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Exemplo: DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Exemplo: DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamentos Viscosos e Não Viscosos DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamentos Viscosos e Não Viscosos • Linhas de corrente simétricas • A velocidade decresce sempre que as linhas se abrem • Velocidade Zero em A e C (ponto de estagnação) • Velocidade alta em B • Alta pressão em pontos de velocidade baixa • Distribuição de pressão simétrica • Sem força líquida de arrasto devido à pressão • Sem arrasto devido ao atrito DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Porém, isso é irreal. Em 1904 Prandtl sugeriu a existência de uma camada limite. Na qual o atrito é significante, mesmo para altos Re. Neste local a velocidade aumenta (de zero até valor previsto) Já que temos atrito na camada limite, teremos arrasto DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Como consequência da camada limite, temos a formação da esteira, do ponto D em diante (ponto de separação ou de descolamento) Como a velocidade diminui na medida que a partícula vai de B para C, e ainda como o efeito do atrito dentro da camada limite, as partículas são levadas ao repouso e posteriormente são deslocadas pelas partículas seguintes DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Embora ainda exista o efeito do atrito, a maior parte do arrasto é devido à distribuição de pressão assimétrica causada pela separação da camada limite DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Carenagem de um Corpo DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Carenagem de um Corpo DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamento Laminar e Turbulento DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamento Laminar e Turbulento DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamento Laminar e Turbulento Análise de escoamento turbulento é extremamente difícil. No escoamento laminar e unidimensional: 𝜏𝑦𝑥 = 𝜇 𝑑𝑢 𝑑𝑦 DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamento Compressível e Incompressível DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamento Compressível e Incompressível 𝐸𝑣 ≡ 𝑑𝑝 𝑑𝜌 𝜌 DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO EscoamentoCompressível e Incompressível DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐ℎ → 𝑀 ≡ 𝑉 𝑐 Razão entre a velocidade de escoamento, V, e a velocidade do som, c. 𝑀 < 0,3 → 𝐼𝑛𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 → 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 < 5% Escoamento compressíveis: sistema de ar comprimido para brocas dentárias, condução de gases em altas pressões, etc. DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE FLUIDO Escoamento Interno e Externo