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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO Silvana Cristina Torres de Siqueira A IMPORTÂNCIA DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL Sorocaba/SP 2017 Silvana Cristina Torres de Siqueira A IMPORTÂNCIA DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do Diploma de Graduação em Administração, da Universidade de Sorocaba. Orientador: Prof. Dr. Rafael Ângelo Bunhi Pinto Sorocaba/SP 2017 Silvana Cristina Torres de Siqueira GESTÃO AMBIENTAL A IMPORTÂNCIA DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do Diploma de Graduação em Administração, da Universidade de Sorocaba. Aprovado em: ___/___/_____ BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Rafael Ângelo Bunhi Pinto Universidade de Sorocaba Prof.Mª Sueli Sales de Almeida Universidade de Sorocaba AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho primeiramente а Deus, pôr ter me concedido vida, saúde, força e sabedoria para realizar todos meus objetivos. Ao meu esposo Daniel, pelo carinho, dedicação e incentivo, aos meus filhos, Gustavo e Leonardo pela paciência durante minhas ausências e também por servirem de fonte inspiradora para meu crescimento como pessoa, e porque através da maternidade tenho me tornado um ser humano melhor. Não poderia esquecer também de agradecer aos meus pais, que sempre me apoiaram e incentivaram em meus estudos. A esta Universidade e ao seu corpo docente, em especial ao meu estimado Prof. Dr. Rafael Ângelo Bunhi Pinto por não ter medido esforços para me orientar na conclusão deste trabalho, em nenhum momento sequer negou sua ajuda e sempre acreditou que eu pudesse concluí-lo. RESUMO Nos últimos anos, verifica-se um momento global voltado para as questões ambientais. Esse movimento tem envolvido a sociedade como um todo. A incorporação desse tema, dentro das organizações é uma realidade crescente e inevitável. A mudança de comportamento de toda a sociedade com a preocupação ambiental, as pressões exercidas pelos consumidores e órgãos regulamentadores e a necessidade do uso de novas tecnologias para produção, são alguns dos fortes argumentos para a implementação de sistemas de gestão ambiental. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é apontar as evidências que indicam essa importância do sistemas de Gestão Ambiental, quais as principais razões que levam as empresas a adotarem ferramentas de gestão ambiental, apontando alguns exemplos dessas ferramentas e como as organizações encaram as pressões sobre o tema de gestão ambiental. Palavras Chaves: Gestão Ambiental, Sustentabilidade, ISO 14000 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Diagrama do Sistema PDCA.....................................................................21 Gráfico 1 – Principais razões para a adoção de medidas gerenciais associadas à gestão ambiental pelas indústrias..............................................................................24 Gráfico 2 – Número de certificações ISO 14001 no Brasil entre os anos de 2001 a 2012...........................................................................................................................25 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ONGs Organizações Não Governamentais ONU Organização das Nações Unidas SGA Sistemas de Gestão Ambiental ISO International Organization for Standardization CONAMA Conselho Nacional no Meio Ambiente ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR Norma Brasileira PDCA Plan-Do-Check-Act CNI Confederação Nacional das Indústrias UNIDO Organização pelo Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas PNUMA Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas PNMA Política Nacional do Meio Ambiente CF Constituição Federal INMETRO Instituto Nacional de Metrologia WBCSD World Business Council for Sustainable Development CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 2 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................................. 15 2.1 Noções jurídicas sobre a questão ambiental e Licenciamento Ambiental . 19 2.2 Modelo de implantação do Sistema de Gestão Ambiental ........................... 20 2.3 Razões para implantação de Sistema de Gestão Ambiental Norma NBR ISO 14001 ........................................................................................................................ 22 3 MODELOS E FERRAMENTAS DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ..... 27 3.1 Produção Limpa e Produção mais Limpa ...................................................... 27 3.2 Ecoeficiência .................................................................................................... 29 3.3 Atuação Responsável ...................................................................................... 30 3.4 Administração da Qualidade Ambiental Total (TQEM) ................................... 31 4 METODOLOGIA .................................................................................................... 33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 36 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37 APÊNDICE – QUESTIONARIOS RESPONDIDOS .................................................. 40 12 1 INTRODUÇÃO Esta pesquisa tem como tema a Gestão Ambiental, delimitando seu campo de estudo na Importância de Sistemas de Gestão Ambiental, avaliando sua aplicabilidade, tendo em vista a realidade brasileira, nos aspectos econômico, cultural e legal. Nos últimos anos, a questão ambiental se tornou uma grande preocupação social, repercutindo no meio empresarial, mudando a maneira de administrar das organizações e no gerenciamento, tanto das empresas como no Estado, pois são cada vez mais pressionados a oferecer produtos e serviços sem agressão ao meio ambiente natural. O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir do conceito de “ecodesenvolvimento”, proposto durante a primeira Conferência das Nações Unidas. E, em 1987, a comissão Brundtland, publicou um relatório inovador chamado: “Nosso futuro Comum”, que trouxe a definição desse conceito. “Desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta para atender as futuras gerações” (ONUBR, 2010). A Segunda Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, aconteceu no Rio de Janeiro, em 1992, onde se reuniram 178 países e propuseram várias convenções para tentar resolver a questão da exploração dos recursos naturais no mundo (ONUBR, 2010). Dessa Conferência, resultaram várias declarações sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, dentre elas o documento conhecido como Agenda 21, um dos mais importantes da área. A Agenda 21 foi um plano de ação desenvolvido para ser utilizado pela sociedade como um todo, buscando a sustentabilidade com o meio em que estão inseridas, de forma equilibrada, estimulando políticas que contribuampara a melhoria da qualidade de vida de todos (STADLER; MAIOLI, 2012, p.114). A partir daí, movidas pela demanda dos consumidores, das exigências do governo, que estabelece legislação para o assunto, da sociedade, na criação de organizações não-governamentais (ONGs), Selos Verdes e Certificações, há uma corrida para adequar os processos industriais, a fim de atender às novas 13 expectativas, bem como implementar os sistemas de gestão, adotando uma consciência ambientalmente correta. Então, aquela velha postura imediatista, anteriormente encarada nas questões ambientais, que era resolvida na tomada de decisões em curto prazo, conforme os problemas iam aparecendo, foi dando lugar a postura mais proativa, utilizando estratégias para a administração de resíduos e poluentes a longo prazo (KINLAW, 1997 apud HERMANNS, 2005, p. 14). Nesse contexto, surge o problema de pesquisa: Como o desenvolvimento de Sistemas de Gestão são encarados dentro das organizações da região de Sorocaba? Como obter resultados economicamente viáveis e competitivos e ao mesmo tempo contribuir com o meio ambiente, respeitando o equilíbrio ecológico? Com base nesses problemas, levantam-se as seguintes hipóteses: - Criando Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), viáveis no sentido econômico, social, legal e ambiental, que sejam de fácil implementação, visando minimizar os riscos para a organização como um todo. Não somente atendendo aos regulamentos do licenciamento ambiental, mas também usufruindo estrategicamente dessa nova postura. - Talvez a quebra de paradigma se faça necessária, pois essa nova postura precisa nascer dos valores da organização e fazer parte de sua cultura. - Um sistema de gestão ambiental consistente permite à empresa sair da passividade em que atua, somente como coadjuvante, e adotar um comportamento mais crítico, protagonizando suas ações com inciativas para a melhoria contínua do seu sistema. - A busca pelas certificações, como a ISO 14.000, seria um segundo passo para que a organização consolide e demonstre a sociedade que efetivamente busca resultados mais eficientes e justos socialmente. Assim, o objetivo geral deste trabalho é analisar os fatores que levam as empresas a buscarem soluções para seus problemas ambientais e a sustentabilidade do seu negócio, bem como as consequências, dificuldades e benefícios desse controle. Como objetivos específicos, procura-se: a) Contextualizar historicamente o assunto em debate, a fim de apontar as evidências que indicam a importância de se apreciar a questão ambiental. 14 b) Buscar na teoria sobre o desenvolvimento sustentável, soluções e propor uma discussão sobre a relação entre o meio ambiente, sustentabilidade ambiental, viabilidade econômica e desejo de mudança. c) Debater sobre a possibilidade de uma harmonia entre o modo capitalista que produzimos e o meio ambiente, mostrando exemplos de medidas já utilizadas, promovendo uma reflexão sobre o desenvolvimento sustentável e verificar a implantação da Gestão Ambiental como ferramenta empresarial na busca de vantagens competitivas. 15 2 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL A percepção de que os recursos naturais estão se esgotando rapidamente, a degradação do meio ambiente e a lenta capacidade de regeneração da natureza têm levado a sociedade a questionar a postura ambientalmente correta na produção das indústrias. Mas não é tarefa fácil controlar todas as situações que esse assunto envolve no mundo corporativo, principalmente diante do capitalismo competitivo no qual estamos inseridos. Desta maneira, conciliar a preservação ambiental e o crescimento econômico lucrativo, é o ponto chave para o sucesso das companhias. A questão não é somente fazer uma coleta seletiva aqui, reflorestar ali e fazer a divulgação dessas ações, mas é preciso agir de maneira realmente a trazer benefícios para as gerações futuras. Encontrar o ponto de equilíbrio, desenvolvendo métodos eficazes, com baixo custo e que alcancem resultados positivos e satisfatórios. O conceito de Gestão Ambiental não deve ser reduzido de forma exclusiva à conservação da natureza, sendo o conceito muito mais amplo. Implica numa participação conjunta de toda sociedade no propósito comum de conseguir um desenvolvimento sustentável. A Gestão Ambiental pretende reduzir a ação do ser humano nos diversos ecossistemas e elevar ao máximo as possibilidades de sobrevivência de todas as formas de vida (CURI, 2017). Podemos dizer que a Gestão Ambiental é um sistema de administração que visa à sustentabilidade. Desta maneira, a Gestão Ambiental é um conjunto de atividades operacionais e administrativas, que estão inter-relacionadas para resolver as questões ambientais, levando em conta a saúde, a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente, visando reduzir os impactos ambientais das atividades econômicas (BARBIERI, 2007, p. 152) Assim, as organizações estão desenvolvendo cada vez mais práticas de gestão ambiental. Várias posturas estão sendo adotadas para se alcançar esses resultados. Primeiramente, é preciso definir a política ambiental da organização, e essa é uma tarefa da alta administração, pois se trata de um compromisso assumido perante a sociedade na qual toda a empresa se esforçará para cumpri-lo. Segundo Curi (2011), a partir dos anos de 1990, as exigências em relação ao meio ambiente mudaram. Somente prevenir e controlar a poluição já não era mais o suficiente. Era necessário desenvolver um sistema capaz de realizar uma Gestão 16 Ambiental efetiva. Dentro das organizações, o Sistema de Gestão Ambiental tem como objetivo principal minimizar os impactos negativos de suas atividades sobre a natureza. O Sistema de Gestão Ambiental é a parte de um sistema de gestão da empresa cujo foco central é o desenvolvimento e a implementação de sua política ambiental e o gerenciamento de seus aspectos ambientais (CALDAS, 2015, p.14). Seria a busca incessante de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e do ambiente de trabalho da organização. Podemos usar como exemplo a Basf Brasil, uma empresa do ramo agroquímico, com mais de 100 anos de história no Brasil. Em seu portfólio de produtos, a empresa oferece desde químicos, plásticos, produtos de performance, produtos para agricultura, até petróleo e gás. A Basf se destaca por sua excelente Gestão Ambiental. A empresa possui uma estrutura sólida em que a sustentabilidade está firmemente integrada nos sistemas organizacionais, desde o planejamento estratégico até a sua implementação (BASF, 2017). A indústria assumiu um compromisso global com a proteção do clima de forma economicamente eficiente e ecologicamente eficaz. Trabalha com metas como redução de geração de resíduos, melhoria dos custos de energia e menor consumo de água por tonelada produzida. A Basf reduziu 37,2% das emissões de gases de efeito estufa no mundo, desde 2002 até 2016. Sua meta, até 2020, é reduzir 40%. Para isso, a empresa tem utilizado tecnologias eficientes para gerar vapor e eletricidade. O uso sustentável da água e a conservação dos recursos hídricos também são prioridades. Entre as ações realizadas pela empresa na América do Sul, destaca-se a parceria com a Prefeitura de Guaratinguetá e a Fundação Espaço ECO® para implementação do Programa Produtor de Água, que tem como objetivo aumentar a disponibilidade de água na Bacia Hidrográfica do Ribeirão de Guaratinguetá, por meio de práticas e manejos de conservação do solo, da recuperação das matas ciliares e da proteção dos remanescentes de vegetação nativa e nascentes (BASF, 2017). Nesta estrutura, podemos destacar Conselhos e comitês criados especialmente para fazer a Gestão ambiental da empresa: - Comitê de Sustentabilidade Corporativa: É o órgão de direçãocentral para o desenvolvimento sustentável dentro da Basf. Esse Comitê é composto por chefes de 17 operações, das divisões centrais e funcionais, e é presidido por um membro do conselho. O Comitê monitora a implementação estratégica, define metas e aprova documentos de posicionamentos das empresas do grupo sobre temas relacionados à sustentabilidade. - Equipe de Núcleo de Sustentabilidade: Essa equipe apoia o Conselho de sustentabilidade, na gestão e execução das decisões, em cooperação com as comunidades de sustentabilidade. Sua tarefa principal é a gestão de iniciativas de sustentabilidade acordadas e o controle para alcançar os objetivos da empresa. - Comunidades de Sustentabilidade: Na forma de equipes inter-regionais, essas comunidades trabalham com desafios práticos na implementação da estratégia de sustentabilidade em seus negócios, garantindo a uniformidade e o compartilhamento de conhecimentos em todo o mundo. - Conselho Consultivo de Stakeholders: Especialistas internacionais no campo da ciência, da sociedade civil e membros da diretoria executiva participam das reuniões ordinárias deste conselho. Seu objetivo é o diálogo permanente para desenvolver continuamente sua abordagem de sustentabilidade. - Estratégia de Sustentabilidade: Essa equipe fornece serviços de consultoria de modo a avaliar as oportunidades de negócios e riscos, avaliar produtos e processos e apoiar o desenvolvimento de estratégias (BASF, 2017). Fica cada vez mais evidente a importância da consciência ambiental dentro das organizações e o SGA desempenha um papel fundamental para a construção de sua sustentabilidade. A questão do desenvolvimento sustentável dentro das empresas tem se tornado preocupação vital para a manutenção dos negócios. Segundo Barbieri (2007 apud CURI) há uma diferenciação entre uma empresa inovadora e uma empresa sustentável. Sendo a primeira uma organização que insere novidades de qualquer tipo em seu processo e usufrui dos resultados esperados, já a segunda, é uma organização que visa o respeito ambiental, a eficiência nos processos e estimula a inclusão social, tudo ao mesmo tempo. Neste contexto, Barbieri (2007 apud CURI, 2010) afirma que surge o conceito de Organização Sustentável Inovadora, que é a organização que introduz novidades que atendam as múltiplas dimensões da sustentabilidade. As dimensões da sustentabilidade são: 18 - Dimensão Social: Há uma preocupação com os impactos sociais que possam ocorrer devido às mudanças. Importa-se com a valorização e o respeito ao ser humano. - Dimensão Ambiental: Preservação dos ecossistemas e equilíbrio ambiental. - Dimensão Econômica: Alocar e gerenciar os recursos de forma mais eficiente para conservar os ganhos econômicos. Um belo exemplo brasileiro de sustentabilidade vem da maior fabricante de cosméticos e produtos de beleza e higiene pessoal: A Natura. A empresa oferece aos seus consumidores o refil para a reposição de produtos. A embalagem foi desenvolvida utilizando uma tecnologia verde, que tem em sua formulação o etanol da cana-de-açúcar como elemento principal, e o resultado é chamado de plástico verde, o qual é totalmente reciclável e não compromete as reservas esgotáveis do planeta, ao contrário dos produtos de origem petroquímica. As embalagens originais dos produtos podem ser reutilizadas por, no mínimo, 5 vezes, para depois serem descartadas. Além da preocupação ambiental, o refil é em média 20% mais barato do que o produto regular. Desta maneira há também o respeito à economia dos seus clientes.(NATURA, 2017) A Natura também tem dados interessantes conquistados, como redução de 33% da emissão de gases efeito estufa atingida em 2013 sob a meta estipulada em 2007, e a emissão dos gases que não podem ser evitadas, são compensadas através da aquisição do crédito de carbono, que proporciona benefícios socioambientais, desde o ano de 2007. A empresa possui também fontes alternativas de energia, como carretas de transportes movidas a etanol, carros elétricos, triciclos e bicicletas para entrega dos seus produtos, parcerias firmadas com seus fornecedores logísticos. (NATURA, 2017) A empresa tem divulgado todas suas metas e resultados de sustentabilidade através de um documento público chamado "Pense Impacto Positivo - Sustentabilidade 2050", no qual reafirma diversos compromissos ambientais, sociais e econômicos. Fundamentalmente, queremos contribuir para que os princípios da Sustentabilidade sejam o alicerce de outras formas de se construir o ambiente empresarial e a sociedade como um todo, através de relações humanas entusiasmadas, com interações micro e macroeconômicas voltadas para a geração de impactos positivos no sentido econômico, social e ambiental (NATURA, 2014, p. 15). 19 No ano de 2015, A Natura recebeu o prêmio, conferido pela ONU “campeões da Terra”, que é a maior homenagem ambiental que a Organização das Nações Unidas pode conferir a indivíduos e organizações de destaque (ONUBR, 2015). O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA, Achim Steiner, disse ao se referir ao prêmio conferido a Natura: O modelo de negócios da Natura é um exemplo brilhante de como a sustentabilidade e o empreendedorismo andam lado a lado. O trabalho da companhia para ter cadeias de fornecimento verdes, reduzir sua pegada de carbono e apoiar comunidades locais demonstra não só um compromisso admirável com o meio ambiente, mas também afirma o potencial de uma economia verde inclusiva (STEINER, 2015 apud ONUBR, 2015). O sucesso da Natura é uma inspiração e modelo para empresas de toda parte. Eles mostraram que padrões de consumo e produção sustentáveis não só são possíveis como beneficiam tanto a companhia como a comunidade. 2.1 Noções jurídicas sobre a questão ambiental e Licenciamento Ambiental As questões jurídicas voltadas ao meio ambiente são encontradas na Carta Magna do país, conforme segue em seu artigo 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988). A legislação ambiental do Brasil, estabelece que crime ambiental é qualquer dano ou prejuízo causado ao meio ambiente e aos elementos que o compõe. A Lei nº 9605/98, disciplina as sanções administrativas e penais referentes as condutas e atividades prejudiciais ao meio ambiente, ou seja, todo aquele que comete um crime ambiental, seja contra fauna, flora, crimes de poluição, ordenamento urbano, patrimônio cultural ou outros, poderá ser passível de pena (COSTA, 2008). Conforme descreve Curi (2011), o Brasil utiliza instrumentos de comando e controle, que são um conjunto de regras que estabelecem a relação das empresas e do cidadão com a natureza. Seu objetivo é controlar o impacto de práticas negativas e evitar a degradação do meio ambiente. Os instrumentos de comando e controle 20 visam o gerenciamento da produção de poluentes por meio de penalidades impostas aos causadores da poluição, baseados em legislações nacionais ou locais. O licenciamento ambiental é um dos principais instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA. Foi instituída pela Lei nº 6.938/81 e, nas últimas décadas, foi sendo ampliada em relação à sua configuração original. Atualmente, suas regras estão estabelecidas em várias outras normas de natureza infraconstitucional e por um conjunto de normas legais baseadas em Decretos Federais, leis Estaduais e Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, além das diretrizes municipais em que a gestão ambiental está implantada (BRASÍLIA, 2004). O artigo 1º, inciso I, da Resolução CONAMA n° 237, de 19 de dezembro de 1997, traz o seguinte conceito de licenciamentoambiental: Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. 2.2 Modelo de implantação do Sistema de Gestão Ambiental A Gestão Ambiental pode ser dividida em quatro partes: Planejamento, Execução, Verificação e Ação, formando um ciclo de melhoria contínua, também conhecido como PDCA (Plan-Do-Check-Act) (ABNT, 2015). O ciclo PDCA é provavelmente o mais conhecido conceito de gestão da qualidade. Seu conceito é bastante aplicado nos processos de gestão de melhoria contínua e foi amplamente disseminado por William Edward Deming. O Ciclo envolve as 4 etapas: Plan (Planejar): É o passo responsável pelo desenho do processo em que se quer aplicá-lo. Nesta fase, é preciso estabelecer os objetivos e os caminhos para alcançá-lo. Do (Executar): Executar o planejado, treinando os envolvidos e coletando os dados. Check (Verificar ou checar): Analisar e verificar o que foi coletado anteriormente. Nesta fase, são detectadas as possíveis falhas e erros do processo. 21 Act (Agir): Após atingir o objetivo, o PDCA inicia um novo ciclo. Nesta fase, são aprimoradas e corrigidas as falhas e, também, são definidos os planos de ação para o melhoramento da qualidade do processo. Há a busca de eficiência e eficácia. Figura 1. Representação do ciclo da melhoria contínua (PDCA) Fonte: ABNT, (2015) A certificação da Norma ISO14001 da ABNT (Associação Brasileira das Normas Técnicas), é a responsável por regulamentar o sistema, estabelecendo os requisitos de implementação e operação. Muitos mercados exigem produtos certificados ISO 14001, o que mostra que a questão ambiental não é mais uma forma de responder as exigências legais, mas sim um fator de competitividade e manutenção de seus mercados. A Conformidade do sistema de gestão da empresa com a norma ABNT NBR ISO 14001 garante a redução da carga de poluição gerada por essas organizações porque envolve a revisão de um processo produtivo visando à melhoria contínua do desempenho ambiental, controlando insumos e matérias-primas que representem desperdícios de recursos naturais. Certificar um Sistema de Gestão Ambiental significa comprovar junto ao mercado e a sociedade que a organização adota um conjunto de práticas destinadas a minimizar impactos que imponham riscos à preservação da biodiversidade (ABNT, 2017). Segundo a ABNT (2017), com isso, além de contribuir com o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida da população, as organizações obtêm um considerável diferencial competitivo, fortalecendo sua ação no mercado. 22 O número de empresas que desenvolveram a gestão ambiental com base na Norma NBR ISO 14.001, vem aumentando a cada ano. Essa consciência ecológica abre caminhos para oportunidades e desenvolvimento do negócio. A norma NBR ISO 14001 estabelece um conjunto de requisitos necessários para que um SGA possibilite o desenvolvimento de políticas e objetivos de acordo com os aspectos legais e ambientais mais significativos. A NBR ISO 14001 apresenta, de forma genérica, instruções necessárias para o funcionamento de um SGA. Não existem orientações específicas para a forma como rotinas devem ser formuladas, implantadas ou gerenciadas e, portanto, é uma tarefa importante no processo de certificação a sua interpretação e adaptação à realidade da empresa. (OELREICH, 2004 apud OLIVEIRA; SERRA, 2010, p. 431). O SGA que é implementado segundo a ISO 14001, permite à organização a obtenção de certificação, após auditoria por organismo certificador acreditado. Para muitas empresas, obter essa certificação é uma necessidade de mercado, pois demonstra seu comprometimento com práticas sustentáveis e padrões internacionais de gestão ambiental. 2.3 Razões para implantação de Sistema de Gestão Ambiental Norma NBR ISO 14001 Os Sistemas de Gestão Ambiental são utilizados por empresas que buscam gerenciar suas responsabilidades ambientais de maneira sistemática, o que coopera para a sustentabilidade da organização. A necessidade de divulgar e verificar uma postura ambientalmente correta das indústrias fez nascer o sistema de avaliação de desempenho ambiental ISO 14001, com suas normas na Gestão Ambiental, a qual tem por objetivo principal estabelecer critérios e padronização no Sistema de Gestão Ambiental-SGA (MAZZAROTTO; BERTÉ, 2013). Os principais benefícios obtidos com um SGA baseado na norma NBR ISO 14001 são: redução de custos na contratação de seguros; aumento da atratividade perante investidores; facilidade de acesso a empréstimos; motivação dos colaboradores para atingirem metas e objetivos ambientais; influência positiva nos demais processos internos de gestão, melhoria do moral dos colaboradores e da imagem da empresa; aumento da demanda por bens e serviços; desenvolvimento de ações ambientais preventivas; redução do consumo de energia elétrica, óleo combustível, água e gás; 23 início ou ampliação das exportações; e maior confiabilidade na marca da empresa (OLIVEIRA; SERRA, 2010, p. 430). A Certificação da Norma ISO 14001, trata de uma norma com diretrizes básicas para o desenvolvimento de um sistema de gestão ambiental. Uma nova versão desta norma ocorreu em setembro de 2015. Dentre as principais mudanças da versão ISSO 14001 2004 para 2015, pode-se evidenciar as seguintes: (SGS, 2017). - Gestão Ambiental Estratégica: Há um novo requisito para compreender o contexto da organização ao identificar problemas internos e externos que estão relacionados com suas atividades e ao meio ambiente; - Liderança: Responsabilidades específicas da alta administração para expressar sua liderança e seu compromisso com a gestão ambiental; - Proteção Ambiental: A proteção do meio ambiente, prevenção da poluição e outros compromissos devem estar explícitas na política ambiental da empresa; - Desempenho ambiental: O foco principal deve ser melhorar o desempenho relativo a gestão das questões ambientais, através de avaliação de desempenho e indicadores; - Ciclo de vida: A organização precisará estender o controle e influência de seus impactos ambientais, desde a aquisição até o tratamento de resíduos. Não implica em controlar todo o ciclo de vida do produto, no entanto, precisará levar em consideração todos os estágios que podem ser controlados (SGS, 2017). Entre as razões que justificam a implantação de um SGA, conforme os fundamentos básicos apresentados pela norma ISO 14001, conforme Hermanns, (2015) estão: - Os recursos naturais são limitados e são afetados pelos processos decorrentes da utilização, exaustão e degradação nas atividades fabris; - Os bens naturais, como a água e o ar, estão deixando de ser um bem grátis e de livre utilização; - O crescimento da população no mundo influencia fortemente nas consequências sobre o meio ambiente e os recursos naturais do planeta; - A legislação ambiental tem exigido cada vez mais cuidados e respeito ao meio ambiente exercendo de maneira coercitiva, através de sanções impostas para proteger o ambiente natural; 24 - Pressões públicas cada vez mais exigentes quanto à responsabilidade ambiental das empresas; - Os bancos e seguradoras dão vantagens competitivas às empresas economicamente responsáveis e, por outro lado, cobram taxas mais elevadas das empresas poluidoras; - A sociedade e a comunidade local das empresas estão cada vez mais críticas com relação a poluição e aos danos causados ao meio ambiente por atividades industriais; - Compradores estão cada vez mais exigentes com produtos que sejam produzidosem condições ambientalmente responsáveis; - A imagem das empresas ambientalmente responsáveis é muito mais aceita por acionistas, consumidores e autoridades públicas. No gráfico 1, percebe-se que a maioria das indústrias brasileiras utilizam ações ambientais mais como uma resposta às regulamentações ambientais do que como uma postura flexível e proativa. 79% das indústrias declaram que adotam programas de gestão ambiental por causa da imagem e reputação no mercado, 78% por exigência do licenciamento e 67% por obrigação legal. Gráfico 1 - Principais fatores para a adoção de procedimentos de Gestão Ambiental Fonte: PRIA et al . apud (Sondagem Especial da CNI – Confederação Nacional das Indústrias - Ano 2, n.1, maio de 2004) 25 Assim, quando se opta em implantar um SGA, as empresas recebem não apenas benefícios financeiros, como economia de insumos, redução de resíduos, aumento da eficiência de produção, mas também mitigam os riscos do não gerenciamento adequado de seus aspectos ambientais, como multas por descumprimentos de legislações, acidentes ambientais, passivos trabalhistas e, também, perdas de competitividade no mercado. Além desses aspectos apontados, outros ganhos podem ser considerados, como: maior valor agregado ao produto, oportunidade de novos negócios, e uma boa reputação ecologicamente correta. Gráfico 2 - Evolução de certificações ISO 14001 Fonte: INMETRO, 2013 apud GOIS, E. H. B; BALTRUSCH, K. C. S. M. Panorama Nacional e Mundial da Norma ISO 14001. Rev. Brasileira de Iniciação Científica, Nº 02, 2015, p. 87. No primeiro ano da série da Norma ISO 14001, em 2001, no Brasil foram registradas apenas sete certificações. No entanto, esse número foi aumentando ano após ano, até atingir 2.191 certificações em 2012 (INMETRO, 2013 apud GOIS; BALTRUSCH, 2015, p. 85). As principais dificuldades da gestão de um SGA com base na norma NBR ISO 14001 são: resistência dos colaboradores em relação aos processos de auditoria interna e externa; aumento de custos, de um modo geral, para a empresa; e dificuldade de cumprimento de alguns requisitos da norma em função de constantes mudanças na legislação (OLIVEIRA; SERRA, 2010, p. 430). 26 As organizações estão buscando adaptar-se às novas normas e leis ambientais para que consigam garantir sua sobrevivência no mercado. As decisões sobre qual estratégia usar para se adequar às necessidades de seus clientes e simultaneamente aos regulamentos, precisam ser pensadas de acordo com sua atividade. 27 3 MODELOS E FERRAMENTAS DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL A seguir, são apresentados alguns modelos ou ferramentas para a implantação de um sistema de Gestão Ambiental. 3.1 Produção Limpa e Produção mais Limpa Entre várias estratégias utilizadas nas organizações que possuem uma preocupação ambiental sustentável, destaca-se a denominada Produção Mais Limpa (P+L), que tem como intuito reaproveitar, minimizar ou reciclar, todos os resíduos que são gerados no processo produtivo industrial. Seu objetivo principal é o aumento da eficiência no uso das principais matérias-primas: Energia e água (BRÜGGER et al., 2011). A Produção Mais Limpa, derivou-se do conceito de Produção Limpa (PL), que é um programa desenvolvido pela Organização Não Governamental-ONG Greenpeace, entidade voltada a esse assunto, o qual visa um sistema produtivo saudável, preocupado com a preservação, limpeza e bem-estar do meio ambiente (BRÜGGER et al., 2011). Segundo Lerípio (2001 apud BRÜGGER et al., 2011), O conceito de Produção Limpa (PL) surgiu nos anos 80, época em que houve um despontamento global por parte de várias instituições governamentais e não governamentais, sobre a preocupação com o aspecto da relação entre as indústrias e o meio ambiente. O Greenpeace definiu algumas características que a organização limpa deve implementar em todo processo industrial, no qual a preocupação ambiental incorpore todas as fases do processo produtivo, tendo como foco principal a preocupação na geração de resíduos. Estas características foram descritas pela Fundação Vanzolini (1998 apud BRÜGGER et al., 2011, p. 1) - A auto-sustentabilidade de fontes renováveis de matéria-prima; - A redução no consumo de água e energia; - A prevenção da geração de resíduos tóxicos e perigosos na fonte de produção; - A reutilização e reaproveitamento de materiais por reciclagem de maneira atóxica e energia eficiente; - A geração de produtos de vida útil longa, seguros e atóxicos, para o homem e meio ambiente, cujos restos (incluindo embalagens) tenham reaproveitamento atóxico; 28 - A reciclagem (na planta industrial ou fora dela) de maneira atóxica como alternativa para as opções de manejo ambiental representadas por incineração e despejo em aterros. No entanto, utilizando-se da base conceitual do Greenpeace e da PL, desenvolveu-se uma proposta mais acessível sob a perspectiva de aplicabilidade junto às organizações produtivas. A Produção Mais Limpa (P+L). O conceito de Produção Mais Limpa, foi definido conjuntamente pela Organização pelo Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) e pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA) no início da década de 1990, como a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e serviços com o intuito de aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos à saúde e ao meio ambiente (BRASIL, 2017). A Metodologia da Produção Mais Limpa propõe aplicação de uma estratégia ambiental preventiva, que esteja integrada aos processos industriais para aumentar sua eficiência e minimizar os riscos para a sociedade e para o meio ambiente, além de reduzir os desperdícios e custos e, dessa maneira, alavancar o processo inovador da organização, visando sua competitividade e ganhos (WERNER; BACARJI; HALL, 2009). Essa estratégia está cada vez mais presente nas empresas preocupadas com a sustentabilidade do seu negócio e se torna uma ferramenta eficaz do SGA. Na aplicação da metodologia da Produção Mais Limpa, a questão ambiental vem sendo encarada como uma estratégia para a competitividade, pois através da redução do uso de água, matérias-primas e energia, bem como a eliminação ou redução dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas, torna-se possível sua adequação aos requisitos do desenvolvimento sustentável, numa condição essencialmente relacionada a ecoeficiência (HENRIQUES ; QUELHAS, 2007 apud WERNER; BACARJI; HALL 2009 p. 12). Sem dúvida, a grande vantagem do uso das tecnologias limpa, encontra-se na possibilidade de reverter um custo de desperdício, o qual seria tratado como um problema e passa a ser uma vantagem, com ganhos de produtividade. As tecnologias limpas surgiram para substituir processos que são prejudiciais ao meio ambiente, utilizando tecnologias inovadoras para produzir a mesma quantidade de energia ou produtos, sem a degradação do meio ambiente. Alguns 29 exemplos são: Produção de energia eólica, solar, produção de biomassa, biocombustível, entre outras. 3.2 Ecoeficiência É o modo de produzir bens e serviços utilizando menos recursos naturais e também gerando menos resíduos. A ecoeficiência baseia-se no pensamento de aproveitar ao máximo o potencial dos recursos e seu reaproveitamento, por meio, principalmente, do reuso e da reciclagem. A redução de materiais e energia por unidade de produto e/ou serviço, aumenta a competitividade da empresa podendo, também, criar valor, ao mesmo tempo em que reduz as agressões ao meio ambiente (BARBIERI, 2007 apud CURI, 2010 p. 33). O termo ecoeficiência foi introduzido em 1992 pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) – Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável.,por meio da publicação do livro Changing Course, sendo endossado pela Conferência Rio-92, como uma forma das organizações implementarem a Agenda 21 no setor privado. Desde então, tem-se tornado sinônimo de uma filosofia de gerenciamento que leva à sustentabilidade, e como foi um conceito definido pelo próprio mundo dos negócios, está se popularizando muito rapidamente entre os executivos de todo o mundo (SCHMIDHEINY,1992 apud ECOEFICIENTES 2017). Os princípios da Ecoeficiência estão baseados nas seguintes ações, conforme aponta Schmidheiny (1992 apud ECOEFICIENTES, 2017). a) Redução da intensidade de materiais; b) Redução da intensidade de energia; c) Redução da dispersão de substâncias tóxicas; d) Aumento da reciclabilidade dos seus materiais; e) Maximização do uso de recursos renováveis; f) Extensão da durabilidade dos produtos; g) Aumento da intensidade dos serviços. 30 3.3 Atuação Responsável Um exemplo de acordo voluntário privado unilateral é o Responsible Care, criado pela Canadiam Chemical Producers Association, em resposta à perda de confiança do público com relação à indústria química, ou Atuação Responsável. No Brasil, a ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química, é a responsável pela implementação desse programa, que é denominado Atuação Responsável - AR. O programa Atuação Responsável, de acordo com Barbieri (2007 apud CURI, 2010 p. 35) baseia-se em seis componentes: Princípios diretivos; Códigos e práticas gerenciais; Comissões de lideranças empresariais; Conselhos comunitários consultivos; Avaliação de progresso; Difusão na cadeia produtiva. O código de conduta orienta as ações da empresa nas áreas de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, recomendando uma abordagem de prevenção à poluição. A implantação do Sistema de Gestão do Programa AR, oferece a empresa uma ferramenta que permite desenvolver de maneira objetiva os temas relacionados à saúde, segurança e ao meio ambiente, considerando seus processos, produtos, instalações e serviços. Conforme descrito no Manual Institucional do Programa Atuação Responsável, (2017). os requisitos do Sistema visam: Segurança de processo: Preservar a integridade das instalações e a confiança operacional Saúde: Prevenir a exposição de agentes químicos, fisícos, ergonômicos e biológicos. Meio Ambienta: Eliminar e/ou reduzir os impactos causados pelos produtos químicos no meio ambiente. Segurança do Trabalho: Proteger e prevenir contra acidentes de trabalho. Gestão de Produto: Avaliar e controlar riscos dos produtos de acordo com o Sistema Globalmente Harmonizado (GHS) e o Global Product Strategy ( GPS). Segurança das Instalações: Proteger e prevenir contra ações intencionais. O programa ainda destaca em seu Manual Institucional do Programa Atuação Responsável (2017), benefícios para a empresa que o adota e para os seus funcionários, como por exemplo: Maior confiança na organização, demonstra inovação, aumenta a transparência da organização, reduz o risco de acidentes e os 31 impactos ambientais, protege as pessoas e conserva o meio ambiente. Além disso, o programa ainda destaca benefícios à comunidade local e toda a sociedade. Como exemplos podem ser mencionados: maior transparência, proteção global do meio ambiente e maior conteúdo de informação e garantia de um futuro sustentável. 3.4 Administração da Qualidade Ambiental Total (TQEM) Atribui-se ao Global Environmental Management Initiative (GEMI), uma ONG criada em 1990 por grandes empresas multinacionais, tais como Coca-Cola, IBM, etc, o conceito de Total Quality Environmental Management (TQEM), que é uma ampliação dos conceitos de Qualidade Total, ou Total Quality Management (TQM) É compreendida num esforço contínuo de todos os integrantes da empresa e seus fornecedores em produzir e comercializar bens ou serviços que atendam as expectativas de seus clientes. Os elementos básicos da TQEM, segundo Barbieri (2007 apud CURI, 2010 p. 131) são: Foco no cliente, qualidade como uma dimensão estratégica, processos com unidade de análise, participação de todos, trabalho em equipe, parcerias com clientes e fornecedores e melhoria continua. Conforme descreve Curi ( 2010), a eliminação dos desperdícios é o conceito central do TQM e do TQEM e, além dos desperdícios, tudo que possa causar problemas ambientais. Tanto o TQM, quanto o TQEM, utilizam o Ciclo PDCA na melhoria contínua, ou seja a empresa nunca pode parar e ficar satisfeita com os resultados. Para controlar os impactos de seus produtos e suas atividades com relação ao meio ambiente, as empresas utilizam ferramentas que facilitam esses controles. Muitas não foram criadas para gestão ambiental, mas sim para a qualidade, mas, ainda assim são muito úteis para controlar falhas de processo (CURI, 2010, p. 133). Curi, (2010) menciona também algumas dessas ferramentas utilizadas nos modelos de Gestão Ambiental TQEM como, por exemplo: O Histograma, que é um gráfico de barras o qual ajuda a visualizar a frequência com que determinado comportamento se repete. Os Fluxogramas, que também são gráficos, porém descritos por meio de símbolos e setas, que ajudam entender como determinada 32 atividade se desenvolve passo a passo. Já o Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que demonstra a frequência com que determinado fenômeno se repete, começando do fenômeno mais frequente para o mais esporádico, apurando se no final a relação conhecida como 80/20, foi constatada. Há ainda, segundo Curi (2010), o diagrama de Ishikawa, ferramenta muito útil quando se quer encontrar a causa de um problema. Geralmente, a maior parte dos problemas tem a ver com os 6 Ms da cadeia produtiva: Medição, Materiais, Mão de obra, Máquinas, Métodos e Meio Ambiente. O objetivo principal desta ferramenta é evitar o desperdício e garantir que as sobras sejam recicladas. Existe, ainda, o Diagrama de dispersão, um gráfico em que são representados dados de, geralmente, duas variáveis, no qual o conjunto dos dados permite analisar a relação entre as causas e efeitos dos fenômenos. 33 4 METODOLOGIA Referente à metodologia deste trabalho, quanto aos objetivos, foi desenvolvida a pesquisa exploratória, através de levantamento de informações e dados para compreender um determinado fenômeno. A pesquisa exploratória se restringe em definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado assunto de estudo, descrevendo as relações existentes entre seus elementos, podendo ainda obter uma nova percepção sobre esse assunto e descobrir novas ideias. (CERVO, BERBIAN, SILVA, 2007, p. 63). Quanto aos procedimentos, em um primeiro momento, utiliza-se da pesquisa bibliográfica e, posteriormente, do estudo de caso. A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas, quando a pesquisa bibliográfica é feita com o objetivo de recolher informações, e conhecimentos existentes de um determinado problema ao qual deseja obter resposta (CERVO, BERBIAN, SILVA, 2007, p. 63). Já o estudo de caso, na visão de Perovano (2016, p. 198), tem a finalidade de esclarecer sobre um ou mais componentes da pesquisa, a fim de explorar situações que correspondam aos fenômenos pesquisados. O estudo de caso foi realizado com duas empresas de Sorocaba-SP, as quais serão descritas como Empresa A e Empresa B. A empresa A é uma empresa japonesa do ramo têxtil, fabricante de componentes para vestuário, com cerca de 480 colaboradores, instalada em Sorocaba já há mais de 40 anos. A empresa B é uma empresa especializada em transportes e destinação de resíduos e efluentes industriais, também com mais de 40 anos de existência. Na primeira questão do estudo, foi questionado sobre o que a empresa entende por Sistema de GestãoAmbiental. A empresa A afirma que o Sistema de Gestão Ambiental, em sua organização é o sistema responsável por gerenciar todos os aspectos ambientais, cumprir os requisitos legais e levantar oportunidades. Já a Empresa B afirma que o sistema de SGA, em sua organização, é a razão de sua existência, uma vez que o ramo de atividade de sua organização está totalmente 34 voltado para a gestão dos impactos das atividades produtivas das empresas e sem um SGA consistente, o negócio da companhia não haveria continuidade. Quando perguntado sobre as principais dificuldades enfrentadas pela organização na implantação do SGA, a empresa A apontou as dificuldades econômicas, pois para atender todos os requisitos legais existentes e , fazer o ciclo PDCA girar, é preciso fazer investimentos em novas tecnologias. A empresa B também apontou dificuldades econômicas, na manutenção do sistema, no entanto ressaltou duas outras observações interessantes, a primeira quanto as dificuldades em promover a motivação do colaborador de forma voluntária e consciente, de forma a praticar a sustentabilidade, sem ter aquele "Peso" da obrigatoriedade, e a segunda seria a cultura do consumidor , pois até que ponto o mercado estaria disposto a pagar pela qualidade ambiental, que é importante, porém encarece o resultado final do produto ou serviço? Importante mencionar que o ciclo PDCA citado pela empresa A, se refere ao método de gestão utilizado para controle da melhoria contínua, conforme mencionado no capítulo 2. Na pergunta referente como sua empresa contribui para a qualidade de vida da comunidade onde está inserida, para a empresa A existe em sua organização a preocupação com a comunidade, e uma de suas ações é doar parte de seus resíduos não contaminados para um órgão municipal que promove ações socioeducativas junto a comunidade, como geração de renda a um grupo de artesãos. No ponto de vista da empresa B, sua contribuição é com toda a sociedade, pois reduz o impacto causado ao meio ambiente e isso reflete em qualidade de vida. Quando se perguntou sobre a relação das melhorias propostas pelo SGA e a conservação do meio ambiente, ambas as empresas descreveram ações implantadas em sua organização, as quais se podem constatar através de números, a redução, reutilização e a reciclagem em seus processos. Também, para ambas as organizações, todos os ganhos econômicos obtidos através dessas ações realizadas, podem ser constatados através de indicativos e relatórios divulgados pela companhia. Para a empresa A , utilizar a imagem ambientalmente correta de sua organização tráz retornos financeiros para a companhia, pois muitos clientes estão preocupados em consumir produtos sustentáveis. No ponto de vista da empresa B, expor a imagem ambientalmente correta de sua organização, é praticamente obrigatório, pois suas ações precisam ser transparentes em 35 praticamente todos os atos, pois transparência traz confiança e confiança traz fidelização, conclui. Ambas as empresas concordam que, para manter os colaboradores engajados com a política ambiental da organização, é preciso investimento em treinamentos. É necessário que os colaboradores definitivamente compreendam a importância de suas práticas, para que, não somente o objetivo individual da companhia seja atingido, mas também para o bem estar geral da sociedade e das futuras gerações. E, por final, foi perguntado qual o modelo, ou ferramenta de gestão ambiental que a empresa adota em sua organização. Nesta questão a empresa A citou as mais utilizadas, como: Melhoria contínua, 5W2H, PDCA e diagrama de Ishikawa. A empresa B citou apenas que utiliza as praticas e requisitos inseridos na certificação ISO 14001. Vale ressaltar aqui que as ferramentas utilizadas pelas Empresas, A e B, foram citadas no capitulo 3, sobre Ferramentas e Modelos de Gestão Ambiental, com exceção da ferramenta 5W2H, também bastante difundida e utilizada, a qual contribui para a tomada de decisão em um plano de ação. A ferramenta utiliza 7 questões, como aponta Nakagawa (2017): - O que (What) deve ser feito? - Por que (Why) deve ser implementado? - Quem (Who) é o responsável pela ação? - Onde (Where) deve ser executado? - Quando (When) deve ser implementado? - Como (How) deve ser conduzido? -Quanto (How much) vai custar a implementação? 36 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O propósito deste trabalho foi evidenciar as motivações que levam as empresas a adotarem mecanismos de gestão ambiental em sua organização. O estudo permitiu contextualizar o Sistema de Gestão Ambiental ( SGA) e algumas de suas ferramentas. Também é possível constatar os instrumentos de pressões que são exercidas atualmente nas indústrias como legislações e exigências da sociedade com relação à postura ambientalmente correta das empresas. Foi realizado estudo de caso com duas empresas, as quais responderam perguntas sobre o assunto e expuseram seus pontos de vista com relação ao tema Gestão Ambiental. Ficou evidente que o assunto é cada vez mais relevante para o sucesso de qualquer organização e de conhecimento significativo das empresas estudadas. Lembrando-se do problema de pesquisa, que consta na introdução: Como o desenvolvimento de Sistemas de Gestão são encarados dentro das organizações da região de Sorocaba? Como obter resultados economicamente viáveis e competitivos e ao mesmo tempo contribuir com o meio ambiente, respeitando o equilíbrio ecológico? podemos observar neste trabalho que os Sistemas de Gestão Ambiental são indispensáveis como estratégia para a alta direção e comprovadamente são meios para adequação e controle dos impactos ambientais gerados no processo de produção. Quanto às hipóteses, confirmam-se todas as levantadas, como as questões sobre criação de Sistemas de Gestão Ambiental consistentes, adotando posturas proativas, saindo da passividade, procurando incorporar a sustentabilidade na cultura da empresa. Buscando alternativas criativas, de fácil implemetação e usufruiindo estrategicamente dessa nova postura. Ficou evidente também que a busca pelas certificações, principalmente a ISO 14001, está cada vez mais presente nas organizações, apesar de argumentarem que adotam os programas de Gestão Ambiental por motivos de imagem positiva da empresa, exigências de licenciamento e regulamentações ambientais. 37 REFERÊNCIAS ABNT. Sistema de gestão da Qualidade ABNT NBR ISSO 9001. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/certificacao/tipos/sistemas#faqnoanchor>. Acesso em: 10 abr. 2017. A indústria e o Meio Ambiente. Sondagem Especial da CNI. Ano 2, n.1, maio de 2004. Disponível em: <https://static-cms- si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/70/d6/70d6f3c5-7e7e-4448-bf41- 067806989e08/se12mai2004.pdf>. Acesso em: 11 mai. 2017. BASF. BASF alia inovação e sustentabilidade para contribuir com a proteção climática. 2017. Disponível em: <https://www.basf.com/br/pt/company/news-and- media/news-releases/2017/06/basf-alia-inovacao-e-sustentabilidade-para-contribuir- com-a-prot.html>. Acesso em: 18 out. 2017. 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Parte do sistema de gestão usado para gerenciar aspectos ambientais, cumprir requisitos legais e outros requisitos, e abordar riscos e oportunidades. Quais as principais dificuldades enfrentadas pela organização na implantação de um Sistema de Gestão Ambiental ( SGA)? As principais dificuldades nos dias atuais para manter ou implantar um sistema de gestão ambiental, são econômicos. Trabalhar a todo o momento para atender à leis já existentes e novas aplicáveis, requer muito investimento para adequações. Fazer o ciclo PDCA girar visando a melhoria continua na Gestão dos processos, também necessita de investimento em novas tecnologias. Como o SGA de sua empresa contribui para a qualidade de vida da comunidade em que está inserida? O SGA DA YKK promove doações de alguns resíduos não sigilosos e não perigosos (recicláveis) para uma divisão da prefeitura, o RESSIG. Varias empresas promovem a doação para essa divisão, a fim de ajudar a comunidade, artesãos, escolas com o reaproveitamento do material ou a utilização dos mesmos em atividades socioeducativas. Como podemos constatar a relação entre as melhorias nos processos produtivos da empresa, propostos pelo SGA ,e a conservação do meio ambiente? Redução no consumo de energia – aquisição de maquinas que consomem menos e tem maior produtividade Redução no consumo de água – aquisição de maquinas que consomem menos e tem maior produtividade Redução na geração de resíduos – melhor aproveitamento de matéria prima e reaproveitamento de perdas de matéria prima, gerando menos refugos. Ideias sustentáveis – reaproveitamento de óleos lubrificantes em alguns processos 41 Manutenção preventiva: ajustes, regulagens de máquinas – reduz o consumo de insumos e produtos químicos. Como podemos mensurar os ganhos econômicos obtidos pelas melhorias propostas pelo SGA? De acordo com tudo que disse acima, todas as ações reduzem o consumo de insumos e recursos, consequentemente de custos. Até que ponto é vantajoso para a empresa se expor e utilizar a imagem ambientalmente correta utilizada em seu SGA? Até o momento em que todas as exposições tragam bons negócios e clientes. Como é possível manter os colaboradores de sua empresa engajados com a política ambiental definida pela alta direção? Através da integração de novos colaboradores e reciclagem ambiental dos existentes. É importante que todos os colaboradores entendam a importância da sua participação nas ações de reciclagem, da redução de consumo de insumos, redução da geração de refugos, entre outros. Sem a compreensão e conhecimento desses assuntos, não existe engajamento. A empresa adota algum modelo / ferramenta de Gestão Ambiental? Qual o modelo utilizado? Utilizamos 5 W 2 H, PDCA, Ishikawa, melhoria continua, entre outras. 42 EMPRESA “B” QUESTÕES: O que se entende por Sistema de Gestão Ambiental?Para nós, o Sistema de Gestão ambiental é a própria razão de nossa existência, pois o nosso ramo de atividade é voltado para a gestão dos impactos das atividades produtivas das empresas e sem a nossa própria gestão ficaria inviável a prestação de serviços. Quais as principais dificuldades enfrentadas pela organização na implantação de um Sistema de Gestão Ambiental ( SGA)? A educação e cultura das pessoas e como motivar para que participem de forma voluntaria e consciente sem o ”peso” da obrigatoriedade. Os investimentos para implantação e manutenção. A dúvida de que o mercado está disposto a pagar por esta qualidade importante mas que encarece o produto / serviço final. Como o SGA de sua empresa contribui para a qualidade de vida da comunidade em que está inserida? Os controles exigidos colaboram de várias maneiras, minimizando o uso de recursos naturais , cultivando a otimização da reciclagem e isto reflete direto numa sociedade num todo. Como podemos constatar a relação entre as melhorias nos processos produtivos da empresa, propostos pelo SGA ,e a conservação do meio ambiente? Criando informações registradas e indicadores , exemplo: aumento no volume de recicláveis e diminuição do lixo gerado e enviado a aterro. Como podemos mensurar os ganhos econômicos obtidos pelas melhorias propostas pelo SGA? Criando informações registradas e indicadores. Até que ponto é vantajoso para a empresa se expor e utilizar a imagem ambientalmente correta utilizada em seu SGA? Investir com seriedade num SGA praticamente obriga a organização ser transparente e acessível em todos os seus atos. Transparência traz confiança e fidelização. 43 Como é possível manter os colaboradores de sua empresa engajados com a política ambiental definida pela alta direção? Investir em educação, consciência e treinamento. Entender que não existe cafezinho de graça e que a motivação financeira individual ou em grupo contribuiria para o sucesso do programa A empresa adota algum modelo / ferramenta de Gestão Ambiental? Qual o modelo utilizado? Utilizamos as praticas e requisitos inseridos na certificação da ISO 14001.