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Sistema de Ensino Presencial Conectado
BACHARELADO EM ADMINISTRAçÃO 
Celiane Oliveira dos Santos
Beatriz de Jesus Gomes Oliveira
Catia Maria de Abreu
Jose Ernesto Behnen de Godoy
Solange Pereira Bispo
Zaida Genesi de Campos Wagner
A problemática ambiental
AGUA BOA /MT
2019
Celiane Oliveira dos Santos
Beatriz de Jesus Gomes Oliveira
Catia Maria de Abreu
Jose Ernesto Behnen de Godoy
Solange Pereira Bispo
Zaida Genesi de Campos Wagner
A problemática ambiental
Trabalho de grupo apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de 
Estratégia Empresarial; Sistema de Informação Gerencial; Simulação Empresarial; Diagnóstico e Intervenção Empresarial; Seminário Interdisciplinar: Tópicos Especiais II.
Professores: Natália Martinêz Ambrogi Woitas;
Eduardo de Faria Nogueira; Suzi Bueno de Almeida; Rinaldo José Barbosa Lima; Marilza Aparecida Pavesi.
AGUA BOA /MT
2019
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	DESENVOLVIMENTO	4
2.1	A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL	4
2.2	PLÁSTICO COMO UM GRANDE DESAFIO AMBIENTAL	8
2.3	ESTUDO DE CASO: YAMI YAMI PALETAS	9
3 CONCLUSÃO	13
REFERÊNCIAS	14
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como objetivo desenvolver um relatório diagnóstico com as informações necessárias para propor soluções e práticas para a micro-empresa Yami Yami Paletas promover o uso e o descarte responsável de resíduos plásticos em seus processos. 
Na primeira parte do trabalho será apresentado um breve panorama sobre a problemática ambiental em que a sociedade se encontra devido aos modos de produção e consumo característicos do sistema capitalista. A ideia é contextualizar o surgimento do conceito de sustentabilidade e o momento em que a sociedade passou a considerar a gravidade dos danos que a exploração dos recursos ambientais, o consumo desmedido e o descarte inadequado de resíduos sólidos provocam no meio ambiente. 
Na segunda etapa do trabalho serão apresentados os problemas decorrentes do uso de itens e embalagens de plástico, especificamente. Já na terceira etapa será apresentado o planejamento estratégico para a Yami Yami Paletas, incluindo uma análise dos ambientes interno e externo e a apresentação de ações que visam a melhoria de seus processos no que diz respeito ao cumprimento da responsabilidade ambiental da empresa.
Por fim, com base nos conceitos discutidos ao longo do semestre, serão feitas algumas considerações sobre o que foi aprendido com este estudo de caso.
DESENVOLVIMENTO
 A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL
Àrea do conhecimento ainda em construção, Sustentabilidade é um conceito sistêmico. Ela pode ser entendida como um meio de configurar a civilização e a atividade humana de forma a preencher suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, ao mesmo tempo que preserva a biodiversidade e os ecossistemas naturais para o futuro, planejando e agindo de forma a atingir proficiência na manutenção desses princípios (LASSU, 2010). 
Desde a segunda metade do século XX, governos e organizações passaram a ter mais consciência de que os recursos naturais são limitados e que políticas de Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental devem ser adotadas para evitar que o consumo desenfreado e o manejo inadequado de lixo gerem um colapso generalizado. Além disso, hoje em dia o correto gerenciamento de bens pré e pós-consumo é um requisito para as empresas que almejam uma gestão sustentável e o reconhecimento dessa atitude pelo mercado e pelos consumidores. 
Segundo PIGA & MANSANO (2015, p.178), academicamente, as discussões sobre Sustentabilidade e os impactos da ação humana no meio ambiente se iniciaram na década de 1960 com a publicação do Livro “Primavera Silenciosa” (1962), de Rachel Carson. Desde então, a repercussão desta e de outras obras suscitaram a criação de conferências mundiais, como o Clube de Roma (1968) e a Conferência de Estocolmo (1972), visando propor soluções para um desenvolvimento sustentável das nações. 
Essas iniciativas foram muito importantes pois, como explica BECK (2010, p.58), soluções objetivas para problemas que envolvem o meio ambiente só poderiam ocorrer com base em regulamentações e acordos que transpusessem todas as fronteiras. E isso passou a ser pauta somente após tais eventos promoverem a ideia de uma preocupação ecológica compartilhada (PIGA & MANSANO, 2015, p.177). O que, por sua vez, inspirou a criação de leis ambientais mais rígidas em diversos países.
Tais iniciativas influenciaram, por exemplo, a Constituição Federal brasileira de 1988, que passou a incumbir o poder público de legislar, fiscalizar e punir práticas que possam causar danos ao meio ambiente. Em seu Art. 24, do Capítulo II “Da União”, por exemplo, dispõe que:
“Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre VI - Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (...). VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (BRASIL, 1988).
A carta magna também dispõe sobre a defesa do meio ambiente no Art. 170 do Título VII “Da Ordem Econômica e Financeira”, Capítulo I “Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica”. E ainda há o Capítulo VI “Do Meio ambiente”, cujo Art. 225 consagra que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (idem) e apresenta em 7 incisos e 7 parágrafos as incumbências do Estado e da sociedade para que esse direito seja garantido.
Sabido é que, desde a instauração dessa pauta global, conciliar desenvolvimento e crescimento econômico-financeiro com a implementação de políticas socioambientais é algo complexo. No entanto, também é cada vez mais difícil uma empresa permanecer no mercado sem atuar de forma transparente e correta. As empresas deixaram de ser vistas como agentes econômicos apenas, e hoje precisam apresentar ao mercado, ao Estado e à toda a sociedade, suas políticas de Responsabilidade Social e Ambiental.
Alguns autores, porém, apontam incongruências nessa intenção, pois, dentro da lógica capitalista de acumulo e produção em larga escala, os pressupostos do desenvolvimento sustentável não poderiam se concretizar na prática, sendo apenas demagógicos. Isto porque a ideia de sustentabilidade não prevê limites para o desenvolvimento econômico, mas, sim, uma conciliação das necessidades ambientais e econômicas, pois, como explica FARIA (2014):
uma sociedade sustentável não é exatamente apenas aquela que procura preservar, nos limites determinados pelas necessidades da produção e da reprodução do capital, as condições da natureza e do ambiente. É preciso igualmente valorizar as condições de vida daqueles que trabalham (FARIA, 2014, p.13). 
 
E o que se percebe hoje é que, de fato, nessa conciliação, o meio ambiente sai perdendo. Para PIGA & MONSANO (2015, p.191), tal imbróglio sobre o desenvolvimento sustentável advém principalmente do conflito de interesses econômicos, políticos, culturais, acadêmicos e sociais e, consequentemente, na desconformidade de compromisso entre os países, dificultando o alcance das metas já estabelecidas em conferências e conselhos mundiais.
Contudo, apesar das contradições e impasses em torno do conceito de desenvolvimento sustentável, e ainda que as ações práticas não acompanhem a urgência do tema, é praticamente um consenso que a ampla discussão do tema provocou mudanças de atitude. Prova disto é o surgimento de legislações mais rígidas e o aumento de pressões políticas, econômicas e sociais que, por sua vez, levaram as empresas a se debruçarem sobre o tema e instaurarem políticas ambientais entre suas diretrizes. 
Entretanto,com o aumento da população mundial, que atingiu a marca de 7,6 bilhões, de acordo com o relatório Perspectivas da População Mundial: Revisão de 2017 (JÚNIOR, 2017), ocorre também o aumento do consumo de itens que geram resíduos sólidos e líquidos que, na ausência de medidas normativas, se não gerenciados corretamente, geram prejuízo financeiro para as empresas e danos ambientais que impactam toda a sociedade. 
A multiplicidade de materiais existentes, por suas características próprias, demanda a participação de outras empresas e entidades públicas responsáveis pela coleta, triagem e valorização de resíduos, o que exige investimentos e um alto grau de coordenação de todo o ciclo gerencial (SHEU, 2007 apud COUTO e LANGE, 2017, p.892). Problema que poderia ser reduzido, por exemplo, com o descarte correto desses resíduos. 
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2017 foram produzidas no Brasil 78,4 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), sendo 91,2% desse montante coletado pelos serviços municipais. Isso significa que 6,9 milhões de toneladas não foram coletadas. Além disso, cerca de 40% (ou 29 milhões de toneladas) do lixo coletado como lixo comum, e que poderia ser reciclado, foi descartado de forma inadequada (GAMA, 2018).
No Brasil, mesmo com a instauração da Lei Nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e da Lei Nº 11.445/2007, a chamada “Lei do Saneamento Básico”, que possibilitou a integração do Sistema Nacional de Saneamento aos serviços de limpeza e de manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, cerca de 30% das cidades brasileiras não possuem nenhum serviço relacionado ao manejo de RSU (GAMA, 2018). 
Conclui-se com isso que, se por um lado, o poder público falha – inclusive na aplicação de políticas de educação ambiental para a população – a ausência de uma filosofia organizacional que se preocupe com os resíduos gerados pela atividade industrial do início ao fim, seja ela qual for, também parece ser uma característica de muitas empresas no país (COUTO e LANGE, 2017 p.891). 
plÁSTICO COMO UM GRANDE DESAFIO AMBIENTAL
O plástico, termo que vem da palavra grega “plastikos” (“adequado à moldagem”), é classificado como um polímero, uma macromolécula composta por unidades de repetição (“monômeros”) ligadas por ligação covalente (SILVA & SILVA, 2003, p.5). Sua forma orgânica foi desenvolvida pelo cientista inglês Alexander Parkes, em 1862. 
Industrialmente, o plástico sintético passou a ser utilizado em meados de 1920, com o desenvolvimento da tecnologia petroquímica (MANSOR, 2010, p.76). A produção de polímeros sintéticos surgiu como alternativa ecológica, pois viria a substituir materiais como o marfim dos elefantes; além de ser econômica e versátil, uma vez que passou a ser possível desenvolver um produto com propriedades específicas para diversas aplicações. Isto numa época em que não se pensava em reciclagem.
Entretanto, com a valorização da pauta ambiental e a responsabilização das organizações a respeito dos impactos negativos de suas atividades no meio ambiente, passou a ser necessário também, do ponto de vista legal e de mercado, a busca por soluções para os produtos pós-consumo derivados do material sintético, responsáveis por uma grande quantia do lixo descartado, pois, muitas vezes, são produzidos para uso único. Isso se agrava quando se considera os problemas existentes nos sistemas de reciclagem.
Privilegiado por possuir vários ecossistemas distintos, o Brasil resguarda muitas possibilidades para o uso de resinas e gomas naturais ainda sem estudo científico e com grande potencial econômico (SILVA e SILVA, 2003, p.62). Por conta disso, hoje muitas empresas usam plásticos orgânicos desenvolvidos a partir da cana de açúcar, por exemplo, como substituintes dos derivados de petróleo, dada a sua evidente vantagem do ponto de vista ecológico, da extração à reutilização do material pós consumo. Mas um dos grandes problemas envolvendo o plástico reside justamente nessa etapa final. 
Conforme AMARAL & RODRIGUES (2018), se todo o plástico descartado fosse reciclado, seria possível retornar cerca de R$ 5,7 bilhões para a economia. Contudo, apesar de ser reciclável, o plástico possui baixo valor agregado, sendo necessário um grande montante de resíduos para a obtenção de lucro. Isso desestimula seu descarte consciente, causando um grande impacto ambiental, sobretudo nos mares. 
De todos os tipos de plásticos produzidos no Brasil, e que correspondem a cerca de 13,5% do total de RSU descartados por ano (ou 10,5 milhões de toneladas), o PET (politereftalato de etila) é o mais reciclado, com cerca de 51% de aproveitamento. Mas a quantidade descartada ainda preocupa. Por ser produzido a partir de derivados do petróleo, sua decomposição pode levar séculos, permanecendo por esse período no ambiente. Por isso, para AMARAL & RODRIGUES (2018), a melhor alternativa para reduzir os danos causados pelo plástico sintético é a redução de seu consumo.
Somado a isto, no Brasil ainda existem muitas dificuldades que envolvem gestão e infraestrutura dificultando a aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), especialmente na triagem e descontaminação dos resíduos no geral. Atualmente estima-se que apenas 26% de todo o plástico consumido no país é reciclado, o que corresponde a 550,4 mil toneladas - um número baixo tendo em vista que o consumo total gera em média 2,13 milhões de toneladas de resíduos por ano (FONTES, 2018).
Em 2016, a Fundação Instituto de Administração (FIA) realizou um estudo de mapeamento da indústria de reciclagem de plásticos no Brasil com 169 recicladoras industriais. A pesquisa constatou que, dentre as dificuldades de manejo dos materiais poliméricos pós-consumo está a quantidade crescente, mas ainda pequena (63%) de empresas de reciclagem que atuam com mais de um tipo de polímero. 
Ainda de acordo com a pesquisa, é comum as empresas de reciclagem atuarem somente em uma das etapas do processo de reutilização como a moagem (3%), a granulação (63,3%) e a fase de reprocessamento e transformação (33%), o que torna o serviço complexo do ponto de vista logístico (PICPLAST, 2016). 
Além disso, conforme COUTO e LANGE (2017, p.894), a falta de Sistemas de Logística Reversa (SLR) por parte das empresas elevam os custos dos serviços de manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Segundo estudo do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), essas atividades compõem até 5% dos gastos dos municípios (BRASIL, 2013). 
Esse dado corrobora com o entendimento de que outro problema para a implantação da PNRS se deve ao lento, embora crescente, desenvolvimento do setor, afetado também pelo atual momento de retração econômica, de forma a prejudicar o estabelecimento de um sistema coeso e fechado de reutilização de materiais pós consumo.
ESTUDO DE CASO: Yami yami paletas
	Criada em 2015, a Yamy Yamy Paletas é uma empresa de varejo e atacado de paletas mexicanas com sede na região do Ipiranga, zona sul de São Paulo. O objetivo da micro-empresa de Suzana Kimura é aliar a receita mexicana de sorvetes no palito, com a cultura da China e do Brasil. Essa ideia culminou na paleta de chá-verde, e no ovo de páscoa de chocolate recheado de paletas sortidas, por exemplo.
	A Yamy-Yamy Paletas ainda costuma participar de eventos como o Ano Novo Chinês no bairro da Liberdade, em São Paulo, com um cardápio temático em seu quiosque. A empresa também possui freezers Artico para comercialização em comodato com padarias, restaurantes, postos de gasolina e afins. E também vende seus produtos via aplicativos de delivery como o iFood e o Rappi, facilitando o acesso a públicos de outros bairros.
Análise do ambiente interno 
	Para produzir um planejamento estratégico para a empresa adequar suas práticas a um ideal de Sustentabilidade, primeiramente é preciso analisar os cenários internos elencando os pontos fortes e fracos da empresa, e depois, analisar o ambiente externo,buscando oportunidades e ameaças que permeiam o negócio. 
	Portanto, para apresentar as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades identificadas na empresa Yami-Yami Paletas, foi feita uma análise que gerou uma matriz SWOT. Esses dados serão de grande valia para organizar um plano de ação para reduzir os riscos e aumentar as chances de sucesso do empreendimento: 
Tabela 1 – Matriz SWOT aplicada à empresa Yami-Yami Paletas
	
FORÇAS
	
FRAQUEZAS
	
1) Ingredientes orgânicos e diferenciados (paletas de chá-verde e matchá);
2) Produtos criativos (Ovos de páscoa recheados com paletas e Anmitsu com paleta de frutas).
3) Uso de material reciclável nas embalagens.
	
1) Alta concorrência (Gelaterias);
2) Não possui políticas de reciclagem de resíduos.
	
OPORTUNIDADES
	
AMEAÇAS
	
1) Localização privilegiada (loja próxima à Estação Ipiranga e ao Pq. da Independência);
2) Possibilidade de parceria com empresa de reciclagem de embalagens.
	
1) Crise econômica;
2) Fechamento recente de Paleterias concorrentes.
	A Yami-Yami Paletas não possui políticas de reciclagem. Mas a empresa utiliza embalagens plásticas com revestimento BOPP (polipropileno biorientado) transparente em seus produtos, que é considerado 100% reciclável. A própria embalagem das paletas Yami-Yami possui o símbolo com três setas e a sigla BOPP que indicam essa característica. O problema é que muitas cooperativas brasileiras ainda não possuem tecnologia para a reciclagem do material. É o caso das cooperativas da cidade de São Paulo, por exemplo. 
	A alternativa existente no país para diminuir o descarte do material é o chamado upcycle de resíduos, que é o reaproveitamento do material coletado para a feitura de outros produtos como bolsas e carteiras. A Terracycle é um exemplo de empresa que trabalha resíduos de difícil reciclabilidade, e com a qual a Yami-Yami Paletas poderia fazer uma parceria como uma de suas ações de sustentabilidade. 
	Outra sugestão que careceria de um maior investimento é o re-design da embalagem, buscando uma matéria-prima mais facilmente reciclável, como o papel, mas que mantenha a qualidade e a integridade do produto. Essas iniciativas poderiam representar um diferencial competitivo para a empresa, cuja concorrência direta não possui políticas de sustentabilidade. 
Além disso, os clientes possivelmente valorizam a atitude da empresa em privilegiar ingredientes naturais em seu menu, tais como chás e frutas. Isso pode indicar que eles possivelmente valorizarão o fato da empresa aplicar políticas voltadas à preservação do meio ambiente. 
Com essas informações sobre o ambiente interno da empresa foi possível elaborar o Plano de Ação abaixo: 
Tabela 2 – Plano de ação para a empresa Yami-Yami Paletas
	
PLANO DE AÇÃO
	
Equipe:
Suzana Kimura
Celso Kimura
	
Início: 26/08/2019
Término: 29/10/2019
	
Objetivo: 
Gestão sustentável das embalagens de plástico BOPP
	
Responsável:
Suzana Kimura
	
Folha: 01
	
Ação
	
Procedimento
	
Responsável
	
Prazo
	
Status
	
Buscar empresas que trabalhem com reciclagem ou upcycle de plástico BOPP
	
Verificar a possibilidade de pareceria com a empresa de reciclagem ou upcycle
	
Celso Kimura
	
10/09/2019
	
AND
	
Buscar outras possibilidades de matéria prima para as embalagens visando sua reciclagem 
	
Verificar com empresas de embalagem se existe outro material que pode ser reciclado mais facilmente
	
Suzana Kimura
	
10/09/2019
	
CAN
	
Criar programa de descarte responsável de embalagens para os clientes
	
Criar uma seção no site da empresa com informações para os clientes descartarem as embalagens da forma correta
	
Suzana Kimura
	
01/10/2019
	
AND
Legenda:
EXE: Executado 
AND: Andamento 
CAN: Cancelado 
ATR: Atraso
Análise do ambiente interno 
	De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), em 2017 houve um crescimento de 6,8% nas vendas de food service, ou “alimentos preparados fora do lar” (que abrange paleterias, restaurantes, redes de fast-food, lanchonetes, padarias, pizzarias, delivery’s , etc) em relação a 2016. De acordo com a associação, nos últimos 10 anos, as vendas da indústria de Food Service cresceram, em média, 13,3% ao ano (ABIA, 2019). 
	Alguns dos fatores que impulsionaram esse mercado, de acordo com a ABIA são a mudança de estilo de vida da população, que passou a se alimentar mais fora de casa; a criação de novos formatos de negócio que utilizam novos canais de venda como sites e aplicativos e a diversidade de opções gastronômicas cada vez mais acessíveis (idem). 
	No caso do consumo de sorvetes no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), houve, por exemplo, um aumento no consumo per capita de 3,95 em 2004, para 6,41 em 2014. Em 2016, por exemplo, o consumo per capita foi de cerca de 4,86 litros, gerando o consumo de cerca de 1 bilhão de litros de sorvete, o que rendeu ao segmento o faturamento de mais de R$ 12 bilhões. (ABIS, 2018). 
	Isso mostra que o setor ainda está aquecido, o que favorece os planos da Yami-Yami Paletas de aprimorar sua gestão do ponto de vista da sustentabilidade. Esse fator pode, inclusive, ser um diferencial competitivo, pois os concorrentes diretos da empresa, a Sorveteria Los Los e a Paleteria Don Camaleon não possuem ações de sustentabilidade.
	A Sorveteria Los Los foi pioneira em produzir, em 2014, paletas mexicanas para venda em comodato com outros estabelecimentos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (cujos atuais 1500 endereços podem ser encontrados no site sorvetesloslos.com.br) fornecendo freezer próprio para venda de seus produtos. O menu da empresa é bastante diversificado, e inclui versões mini das paletas para crianças. A empresa também fez em 2018 um co-branding com a empresa Arcor, na qual foi criada a Mini Paleta 7 Belo, inspirada na tradicional bala 7 Belo.
	Já a Paleteria Don Camaleon possui loja própria no bairro do Ipiranga, como a Yami Yami Paletas. E também possui um tamanho diferenciado para crianças, as “paletitas”, com 60 ml, ante os 120ml da paleta tradicional. Como a Yami Yami, a Don Camaleon também foca nos sabores de frutas em seus produtos, como demanda a receita tradicional mexicana. Diferentemente da Los Los, no entanto, a Don Camaleon oferece a venda via aplicativos como iFood e Rappi, tal como a Yami Yami Paletas.
Gestão de relacionamento
	A Gestão de Relacionamento com o Cliente ou CRM (Customer Relationship Management) é um conjunto de estratégias que uma empresa emprega utilizando softwares, políticas e estratégias de negócios visando um melhor gerenciamento de seu relacionamento com os clientes, com a intenção de fidelizá-los e conquistar novos clientes e, consequentemente, gerar maior lucro para o negócio (FILHO, 2019). 
	Conforme GABRIEL (2019), o CRM impacta diretamente nas estratégias de marketing, vendas, suporte e vários outros setores de uma empresa, posto que o relacionamento com o cliente afeta todos eles. Na prática, com uma melhor organização e a centralização da base de dados de clientes, e com o alinhamento das ações dos colaboradores, o gestor terá uma visão ampliada do negócio, o que pode gerar melhores decisões. 
	Em suma, tal investimento na comunicação organizacional interna pode facilitar os processos, potencializando a produtividade da empresa e seus resultados.
Sustentabilidade
	
	Além dos resíduos plásticos das embalagens de sorvete que são vendidos em freezers em estabelecimentos da cidade e em sua loja própria, a Yami-Yami Paletas gera uma quantidade mínima de resíduos de papel. Isto, pois, a loja do bairro do Ipiranga serve a sobremesa em pratos de louça com talheres de alumínio que são devolvidos, ou fornece guardanapos de papel para os clientes que optam por levar os produtos para viagem.
	No entanto, a empresa poderia instalar na loja e ao lado dos freezers, lixeiras com as divisórias correspondentes a cada material (orgânico, plástico e papel) para facilitar o descarte por parte dos clientes. Seguidamente, a empresa poderia fazer uma parceria com uma empresa de coletapara destinar os resíduos a um local adequado, como a empresa Terracycle, que trabalha como reaproveitamento de resíduos de difícil reciclagem. 
	Essas iniciativas poderiam ser acompanhadas também por uma campanha dirigida aos clientes por meio do site da empresa e da página do Facebook, promovendo a conscientização destes para o descarte responsável de resíduos. 
	Outra estratégia que pode ser eficaz para lembrar os clientes da importância de descartar as embalagens no local adequado, é a criação de uma promoção onde a devolução de um número de embalagens concede ao cliente o direito de ganhar uma paleta de graça em qualquer estabelecimento que venda o produto da marca Yami-Yami. 
	
3 CONCLUSÃO
A presente análise permitiu concluir que o desenvolvimento sustentável ainda encontra uma série de barreiras conceituais, políticas e econômicas, dificultando a implementação de ações e pactos que de fato auxiliem na preservação do meio ambiente por parte das nações. No que diz respeito às organizações a situação não se mostra diferente. Conciliar crescimento econômico-financeiro com a implementação de políticas socioambientais é um grande desafio para empresas de qualquer porte.
Como agentes com participação - chave no desenvolvimento sustentável de um país, as organizações vêm deixando de ser consideradas apenas como agentes econômicos. Hoje elas devem buscar conciliar exploração econômica com uma postura de Responsabilidade Social e Ambiental correspondente à sua função social. O conceito de sustentabilidade se apoia exatamente nisso, sendo cada vez mais difícil uma empresa existir sem exercer de forma transparente e correta seu papel perante à sociedade.
No caso da micro-empresa Yami-Yami Paletas, foi discutida a importância da consciência ambiental em todas as áreas da empresa, desde a escolha da matéria-prima, até o produto pós-consumo. As sugestões para a empresa, que utiliza embalagens de plástico BOPP em seus produtos, foram: o re-design da embalagem, buscando uma matéria-prima mais ecológica, como o papel; e a elaboração políticas de reciclagem do material que envolvam cooperativas e empresas parceiras, além do consumidor final, de forma a minimizar o impacto da atividade da empresa no meio ambiente. 
A conclusão é de que tais iniciativas poderiam representar um diferencial competitivo para a empresa, cuja concorrência direta não possui políticas de sustentabilidade. E cuja clientela, que valoriza a atitude da empresa em privilegiar ingredientes naturais em seu menu, tais como chás e frutas, possivelmente valorizará o fato da empresa aplicar políticas voltadas à preservação do meio ambiente. 
Hoje, tanto os consumidores, quanto a concorrência, o mercado e as legislações pressionam as empresas a adotarem políticas socioambientais que permitam o desenvolvimento de uma atividade econômica ética em relação às pessoas, e sem comprometer os recursos naturais necessários para o equilíbrio da vida no planeta. 
Ainda assim é urgente a ideia de uma real transformação cultural nessas organizações, onde os critérios sustentabilidade façam parte da filosofia, dos valores, das negociações, dos processos produtivos e do relacionamento da empresa com seus públicos. E não seja apenas uma estratégia demagógica.
REFERÊNCIAS
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Disponível em:<https://portal.fmu.br/reciclagem-no-brasil-panorama-atual-e-desafios-para-o-futuro/Acesso em: 24 de agosto de 2019.
BATISTA, Marcos. Resíduos Sólidos, Danos Ambientais e Possíveis Soluções. Geographia Opportuno Tempore, Londrina, v. 2, n. 3, p. 31-42, 2016.
Disponível em:<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/Geographia/article/viewFile/31352/22190>. Acesso em: 24 de agosto de 2019.
BECK, U. Sociedade de Risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2010.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 24 de agosto de 2019.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, 2010a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm> Acesso em: 24 de agosto de 2019.
BRASIL. Ministério das Cidades. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Série Histórica. Brasília, 2013. Disponível em: <http://www.cidades.gov.br/serieHistorica/>. Acesso em: 25 de julho de 2018. 
CERRI, Alberto S. BOPP: plástico que embala doces e salgadinhos tem reciclagem?.E-cycle.
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/6-atitude/645-bopp-plastico-que-embala-doces-e-salgadinhos-tem-reciclagem-.html
COUTO, M.C.L., LANGE, L.C. Análise dos sistemas de logística reversa no Brasil. Revista de Engenharia Sanitária Ambiental. V.22, N.5, p. 889-898, setembro/outubro, 2017. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/esa/v22n5/1809-4457-esa-22-05-00889.pdf> Acesso: 24 de agosto de 2019.
DELBONO, B. de F. Responsabilidade social e ambiental. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. (Biblioteca Virtual Kroton).
ESTATÍSTICA. Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes - ABIS. 2019.
Disponível em:<http://www.abis.com.br/estatistica_producaoeconsumodesorvetesnobrasil.html>.Acesso em: 25 de agosto de 2019.
FARIA, J. H. Por uma teoria crítica da sustentabilidade. Organizações e Sustentabilidade. Londrina, v. 2, n. 1, p. 2-25, jan./jun. 2014.
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FILHO, Cezar A. G. O que é CRM e como ele pode crescer suas vendas. CRM Pipe Run. 18 de abril de 2019.
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