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Apostila 
Aleitamento 
Materno 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. Aleitamento .......................................................................................................... 6 
1.1 Anatomia e fisiologia da mama .......................................................................... 6 
1.2 Produção e constituição do leite ........................................................................ 7 
1.3 Completude do leite materno ............................................................................. 8 
1.4 Importância do aleitamento materno ................................................................. 8 
1.5 Prática de amamentação exclusiva ................................................................... 8 
1.6 Amamentação e estímulo para o desenvolvimento craniofacial ........................ 8 
1.7 Vantagens do aleitamento materno ................................................................... 9 
1.8 Posição para a amamentação ........................................................................... 9 
1.9 Livre demanda ................................................................................................. 11 
1.10 Primeira mamada e administração de soro glicosado ou água após o parto . 11 
2. Cuidados com as mamas ................................................................................... 12 
2.1 Cuidados higiênicos ......................................................................................... 12 
2.2 Exposição ao sol .............................................................................................. 13 
2.3 Exercícios para os mamilos e uso do sutiã de sustentação ............................. 14 
2.4 Ordenha manual .............................................................................................. 14 
2.5 Ingurgitamento mamário, mastite e hipogalactia ............................................. 14 
2.6 Câncer de mama ............................................................................................. 18 
2.7 Cirurgia plástica de mama ............................................................................... 18 
3. Alimentação das gestantes ................................................................................ 19 
4. Mamadeira, chupeta e copinho .......................................................................... 21 
4.1 Mamadeira ....................................................................................................... 21 
4.2 Chupeta ........................................................................................................... 24 
4.3 Sucção de polegar ........................................................................................... 26 
4.4 Alimentação com copinho ................................................................................ 27 
5. Pré-parto ............................................................................................................ 29 
5.1 Alterações fisiológicas na gestação ................................................................. 30 
5.2 Bem-estar físico e emocional na gestação ...................................................... 30 
5.3 Importância do pré-natal: atividades educativas e assistenciais ...................... 31 
5.4 A gestante e a atenção básica ......................................................................... 32 
5.4 Dependência química x amamentação ............................................................ 33 
5.5 Gestação na Adolescência .............................................................................. 33 
5.6 Imunização materna ........................................................................................ 34 
5.7 Doenças maternas x reflexos na amamentação .............................................. 34 
6. Parto................................................................................................................... 39 
6.1 Apoio emocional à gestante ............................................................................. 39 
6.2 Privacidade na unidade hospitalar e presença de acompanhante durante o 
trabalho de parto .................................................................................................... 40 
6.3 Procedimentos obstétricos ............................................................................... 40 
6.4 Primeira mamada ............................................................................................ 42 
7. Pós-parto ............................................................................................................ 42 
7.1 Alojamento Conjunto........................................................................................ 42 
7.2 Banco de Leite ................................................................................................. 43 
7.3 Ordenha do leite .............................................................................................. 43 
7.4 Armazenamento do leite .................................................................................. 44 
7.5 Teste do pezinho ............................................................................................. 44 
7.6 Teste do olhinho (teste do reflexo vermelho) ................................................... 45 
7.7 Teste da orelhinha ........................................................................................... 45 
7.8 Acompanhamento do pediatra ......................................................................... 46 
7.9 Anticoncepção na nutriz................................................................................... 46 
7.10 Nutrição de gemelares ................................................................................... 47 
7.11 Posições para amamentação de gêmeos ...................................................... 48 
8. Direitos das gestantes ........................................................................................ 48 
8.1 Garantia de emprego ....................................................................................... 48 
8.2 Licença maternidade........................................................................................ 49 
8.3 Tempo para amamentar o bebê ...................................................................... 50 
8.4 Direitos sociais ................................................................................................. 50 
8.5 Direitos de saúde ............................................................................................. 51 
9. Audição .............................................................................................................. 53 
9.1 Importância da audição para a comunicação .................................................. 53 
9.2 O aparelho auditivo .......................................................................................... 54 
9.3 Indicadores de surdez...................................................................................... 54 
9.4 Causas da surdez ............................................................................................ 55 
9.5 Prevenção ........................................................................................................ 56 
9.6 Tratamento ...................................................................................................... 56 
10. Linguagem ....................................................................................................... 57 
10.1 Importância de estimular a linguagem ........................................................... 57 
10.2 Desenvolvimento da linguagem ..................................................................... 58 
11. Funcionamento do Hospital das Clínicas ........................................................ 60 
11.1 Mala da mãe e do bebê ................................................................................. 60 
11.2 AlojamentoConjunto...................................................................................... 60 
11.3 Alta................................................................................................................. 60 
11.4 Recém nascido pré-termo ou com complicações .......................................... 60 
11.5 Mãe-canguru .................................................................................................. 61 
11.6 Banco de Leite Humano ................................................................................ 61 
12. Transição Alimentar ......................................................................................... 61 
A alimentação do bebê .......................................................................................... 62 
Alimentação complementar de transição ............................................................... 64 
Sal e açúcar com moderação ................................................................................ 68 
Ferro, cálcio, zinco e fibras para um crescimento saudável .................................. 69 
Composição da alimentação da criança não amamentadaErro! Indicador não 
definido. 
A introdução de fórmulas .......................................... Erro! Indicador não definido. 
Cuidados com o preparo do alimento ....................... Erro! Indicador não definido. 
Alimentação e a Fonoaudiologia ............................... Erro! Indicador não definido. 
Dez passos para uma alimentação saudável ........................................................ 80 
Conclusão .............................................................................................................. 80 
13. Hospital Amigo da Criança .............................................................................. 85 
DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO ................... 86 
NORMAS PARA O PROCESSO DE HABILITAÇÃO DO HOSPITAL AMIGO DA 
CRIANÇA INTEGRANTE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ................................ 91 
Placar dos Hospitais Amigos da Criança no Brasil (Atualizado em 2011- UNICEF) . 95 
Avanços na legislação ........................................................................................... 96 
14. Banco de Leite Humano .................................................................................. 98 
Conceitos ............................................................................................................... 98 
Coleta de leite humano ordenhado ...................................................................... 100 
Controle de Qualidade ......................................................................................... 106 
15. O Papel do Pai .............................................................................................. 109 
Dicas para a participação efetiva e afetiva do pai na gestação ........................... 110 
16. Textos complementares ................................................................................ 114 
Relação entre a pega incorreta e a presença de fissuras mamilares .................. 114 
Saúde materno-infantil na atenção básica ........................................................... 114 
Amamentação na adolescência: utopia ou realidade? ........................................ 116 
Incidência de amamentação na adolescência .................................................. 117 
Fatores que influenciam as adolescentes na decisão de amamentar: ............. 120 
Experiências das mães adolescentes em relação à amamentação: ................ 122 
Sites: ............................................................................ Erro! Indicador não definido. 
Referências Bibliográficas ............................................ Erro! Indicador não definido. 
1. Aleitamento 
 
1.1 Anatomia e fisiologia da mama 
A mama é formada em parte por tecido glandular e em parte por tecido 
conjuntivo e gordura. A forma e o tamanho da mama estão relacionados ao fato 
dela possuir mais ou menos tecido adiposo e não com a sua capacidade 
funcional (Júnior, Romualdo, 2005). 
O tecido glandular produz o leite, que posteriormente é conduzido ao 
mamilo por meio de pequenos canais ou ductos. Antes de atingir o mamilo, os 
ductos tornam-se mais largos e formam os seios lactíferos, ou ampolas, nos 
quais o leite é armazenado. Os seios lactíferos, por sua vez, conectam-se ao 
mamilo - e, consequentemente, ao exterior da mama - por meio de 
aproximadamente 10 a 20 ductos muito finos. O mamilo é muito sensível em 
decorrência das várias terminações nervosas que possui, e essa inervação é 
essencial para o desencadeamento dos reflexos que auxiliam a “descida” do leite 
(King, 1994). 
A área ao redor do mamilo é denominada aréola, e tanto ela quanto o 
mamilo são revestidos por pele pigmentada, com coloração que varia de rósea 
a marrom, conforme a raça. Essa pigmentação aumenta durante a gravidez e é 
reduzida após a lactação, não retornando, porém, à cor original. A aréola contém 
glândulas em forma de pequenas elevações que produzem secreção oleosa e 
antisséptica, fornecendo proteção e lubrificação para o mamilo e para a aréola 
durante a sucção (Júnior, Romualdo, 2005). Logo abaixo da aréola estão os 
seios lactíferos (King, 1994). 
A hipófise, glândula localizada na base do cérebro, possui duas partes 
com funções distintas: a adeno-hipófise, responsável pela produção do hormônio 
prolactina, e a neuro-hipófise, que armazena a ocitocina sintetizada pelo 
hipotálamo (Júnior, Romualdo, 2005). Cada vez que a criança suga, as 
terminações nervosas do mamilo são estimuladas e estes nervos levam o 
estímulo para a hipófise, que produzirá a prolactina. Esse hormônio, por sua vez, 
estimula as células glandulares da mama a produzir o leite, e atua também 
depois que a criança mama, para produzir leite para a próxima mamada. 
O leite é ejetado por pequenas células musculares situadas ao redor do 
tecido glandular que, ao se contraírem, jogam o leite para fora da mama. O 
hormônio ocitocina, que atua enquanto a criança está sugando, provoca a 
contração dessas células. (King, 1994). 
 
1.2 Produção e constituição do leite 
O ser humano não está pronto para viver independente do organismo 
materno no momento em que deixa o útero, após o período da gestação. O leite 
materno é o único alimento que garante qualidade e quantidade ideal de 
nutrientes para o bebê, e é composto por cerca de 160 substâncias 
representadas por proteínas, gorduras e carboidratos, sendo o alimento 
imprescindível para o desenvolvimento da criança. As proteínas do leite materno 
são de alto valor biológico, de fácil digestão e absorção, ao contrário das 
proteínas do leite de vaca, que formam um coágulo duro no estômago do bebê 
e são de difícil digestão. (Ministério da Saúde, 2005) 
Existem dois tipos de leite: o colostro e o leite maduro. O colostro, 
presente nas primeiras semanas de vida, é insubstituível como o primeiro 
alimento para o recém-nascido. (Site, n.46) É amarelado e viscoso, contêm mais 
proteína, imunoglobulinas e vitamina A do que o leite maduro. O colostro ajuda 
a eliminar o mecônio - material espesso, rico em bilirrubina, que representa as 
primeiras fezes do recém-nascido. Essa função laxante previne a icterícia, pois 
como o fígado não consegue metabolizar rapidamente a bilirrubina, ela acumula-
se no sangue e termina por impregnar a pele com sua cor amarelada. (Site, n.47) 
Além disso, o colostro concentra fatores de crescimento que promovem o 
desenvolvimento do tubo intestinal imaturo do bebê, preparando-o para receber 
o leite maduro. 
O leite maduro desce em torno do 14º dia, e também apresenta 
características especiais, alterando sua constituição em função da hora do dia, 
da duração da mamada e do período da lactação (que relaciona-se com a idade 
do bebê). Enfim, a cada momento, dependendo das necessidades 
circunstanciais do bebê, o leite maternose adapta, suprindo todas as 
deficiências. (Site, n.46 e 48). 
 
1.3 Completude do leite materno 
Água e chás são desnecessários - a amamentação natural dispensa a 
administração suplementar de água e chás entre as mamadas. Quando tem 
sede, o bebê mama mais e o aporte hídrico fica garantido pela água contida no 
próprio leite. (Ministério da Saúde, 2009). 
 
1.4 Importância do aleitamento materno 
O desenvolvimento da relação afetiva tem na amamentação o principal 
elo de união mãe-filho, motivo pelo qual o aleitamento fortalecerá esse vínculo. 
O apego proporciona ao bebê o desenvolvimento emocional, livre do fantasma 
da separação. Enquanto o bebê suga o seio materno, ouve o batimento cardíaco 
da mãe, sua respiração, o som de sua voz, sensações que lhe são familiares e 
que lhe causam bem-estar, consagrando uma relação de afeto e carinho. 
(Junqueira, 2000) 
O leite materno favorece o desenvolvimento do sistema imunológico do 
bebê, com o aumento do número de anticorpos, protegendo-o contra infecções 
e alergias não apenas na infância, mas também na idade adulta. Favorece 
também o ganho de peso para o bebê. Mães que amamentam têm alta eficiência 
energética, o que significa dizer que mesmo aquelas que sofrem de algum grau 
de carência alimentar ou desnutrição são capazes de produzir leite de boa 
qualidade para garantir a sobrevivência e a saúde de seus filhos. 
 
1.5 Prática de amamentação exclusiva 
O aleitamento materno exclusivo ajuda no planejamento familiar, uma vez 
que enquanto amamenta com frequência a mulher não ovula e, 
consequentemente, não fica menstruada, tornando-se infértil temporariamente. 
Contudo, não existe segurança absoluta, sendo recomendado algum outro 
método anticoncepcional. (Ministério da Saúde, 2003) 
 
1.6 Amamentação e estímulo para o desenvolvimento craniofacial 
A amamentação possibilita o desenvolvimento das estruturas orais 
envolvidas no ato de sugar. O amadurecimento dessas estruturas por meio da 
amamentação natural traz benefícios posteriores na fala e mastigação. O recém-
nascido tem a mandíbula pequena e retraída. Os movimentos que ele realiza, 
com a mandíbula e músculos da face, para extrair o leite do seio materno 
favorecem e são os grandes responsáveis pelo crescimento da mandíbula, 
proporcionando uma posição ideal para o surgimento dos dentes. (Junqueira, 
2000) 
 
1.7 Vantagens do aleitamento materno 
Para a mãe, a amamentação também é importante, pois favorece o 
retorno do útero ao seu tamanho normal e ajuda a eliminar com maior rapidez 
as gorduras acumuladas durante a gravidez. Estudos mostram, ainda, que 
mulheres que amamentam apresentam menor incidência de câncer de mama. 
Economicamente, são evidentes as vantagens do aleitamento materno 
(Junqueira, 1999). 
O momento da amamentação deve ser o mais agradável possível para 
mãe e para o bebê. A mãe deve sentar-se confortavelmente, em um ambiente 
tranquilo e aproveitar este momento para conversar com o bebê e tocá-lo. Ele já 
é capaz de sentir e entender todo esse amor e carinho. 
 
1.8 Posição para a amamentação 
A posição correta para amamentar deve ser a mais vertical possível, 
devendo-se evitar alimentar o bebê deitado. A tuba auditiva no recém-nascido 
encontra-se em uma posição que favorece o escoamento de leite para o ouvido 
quando este é alimentado na posição horizontal, podendo propiciar a ocorrência 
de otites (Junqueira, 1999). 
Ao colocar o bebê para mamar, a mãe deve tomar alguns cuidados 
(Junqueira, 1999): 
• A melhor posição para a criança é como se ela estivesse sentada; 
• Os lábios inferior e superior devem ficar virados para fora, como 
que apoiados na mama; 
• O bebê tem que abocanhar o mamilo e a maior parte possível da 
aréola. Se a aréola for pequena, parte dela não será vista enquanto 
o bebê mamar; 
• Levar o bebê ao seio e não o contrário; 
• A primeira mamada deve ocorrer ainda na sala de parto, no máximo 
30 minutos após o nascimento; 
• Não permitir oferta de soro glicosado ou água à criança, já que 
estes saciam a fome e acalmam a criança, prejudicando no 
momento da próxima mamada; 
• Se possível, manter o alojamento conjunto (mãe e bebê); 
• Realizar a alternância das mamas; 
• Se for necessário segurar a mama, utilizar a posição em “C” para 
que não haja a compressão dos ductos. 
 
É importante lembrar que existem diversas posições possíveis, e a mãe 
pode escolher a que for mais confortável para ela e para o bebê, atentando-se 
para as dicas acima de modo a garantir uma alimentação segura e eficaz. 
Algumas delas são (Site, n.49): 
 
• A mãe segura o bebê no colo na posição transversal, utilizando o braço 
para sustentar e apoiar seu corpo e cabeça, de modo que a barriga 
dele esteja voltada para a barriga dela; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.danonebaby.com.br/postagem/ 
 
• Posição invertida, na qual a mãe passa o corpo do bebê por baixo do 
braço, do mesmo lado da mama em que ele estiver mamando, 
utilizando a mão para apoiar e sustentar a cabeça do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://espacodanutricao.wordpress.com/page/2/ 
 
1.9 Livre demanda 
No primeiro mês de vida da criança, a mãe deve amamentá-la por meio 
da livre demanda, ou seja, sempre que o bebê manifestar fome por meio do 
choro, do despertar do sono ou do reflexo de busca do seio. Evidências mostram 
que bebês que podem regular livremente a frequência de suas mamadas 
ganham peso mais rapidamente e permanecem sendo amamentados por um 
tempo maior que aqueles que são submetidos a limitações externas (Jones, 
2005). Após o primeiro mês de vida, o bebê se ajusta naturalmente e as 
mamadas vão ficando mais regulares, de acordo com seu próprio ritmo. 
 
1.10 Primeira mamada e administração de soro glicosado ou água após o 
parto 
O ato de sugar nasce com o bebê e é um reflexo de alimentação. O 
primeiro contato mãe-bebê é importante para o estabelecimento e 
desenvolvimento do reflexo de sucção, que garantirá uma amamentação 
adequada (Júnior, Romualdo, 2005). Cabe ressaltar que, de acordo Organização 
Mundial da Saúde (OMS), o início do aleitamento materno deve ocorrer na 
primeira meia hora após o nascimento (UNICEF- OMS, 2005). 
Durante a sucção, todas as estruturas orais - lábios, língua, bochechas, 
ossos e músculos da face - se desenvolvem e se fortalecem, facilitando a 
elevação da língua e o fechamento dos lábios. O esforço realizado pelo bebê 
durante a amamentação faz com que toda a musculatura facial seja muito 
trabalhada. Assim, constitui-se em um estímulo muito importante que auxiliará 
na aquisição de uma produção adequada dos sons da fala, favorecendo a 
prevenção de um possível distúrbio articulatório. 
 Enquanto está mamando, o bebê não solta o seio da mãe, mantendo os 
lábios vedados, o que propicia a respiração nasal. Levando-se em conta todos 
esses fatores, considera-se importante que a amamentação exclusiva seja 
realizada até o sexto mês de vida, fazendo o desmame de forma gradativa, com 
a introdução de outras consistências alimentares (Cunha, 2001). 
 
2. Cuidados com as mamas 
 
Durante toda a gravidez, deve-se orientar a gestante com relação aos 
cuidados com as mamas. O sucesso da amamentação requer preparo e 
conhecimento prévio sobre aspectos anatomofisiológicos e cuidados profiláticos 
com a mama (Corrêa, 1999). 
Nesse período, o preparo das mamas para a função lactogênica deve ser 
enfatizado e alguns cuidados já devem ser observados (Schmitz, 2000). 
 
2.1 Cuidados higiênicos 
Lavar os seios apenas com água durante o banho. O uso de sabonete ou 
sabão está contraindicado pela sua composição alcalina que determina a 
desidratação do tecido por meio de uma ação físico-química, retirando sua 
lubrificação natural e diminuindo a acidez da epiderme (Schmitz, 2000). 
O uso de sabões, loções, óleos ou vaselina interferem na lubrificação 
natural do mamilo e da aréola,causando ressecamento da pela e rachaduras. O 
álcool é totalmente contraindicado. A mãe deve ter o cuidado de lavar bem as 
mãos com água e sabão antes de amamentar a criança, principalmente após a 
troca de fraldas (Euclydes, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: portal.belezarevelada.com.br 
 
2.2 Exposição ao sol 
É indicado expor as mamas às radiações solares (raios infravermelhos e 
ultravioletas) diariamente, por períodos curtos, de aproximadamente 15 minutos, 
especialmente entre 8h e 10h da manhã ou após as 16h (Site, n.50). Os raios 
infravermelhos apresentam feixes de radiações com comprimento de ondas 
maior que os ultravioletas, tendo capacidade de penetrar no tecido epidérmico 
até atingir a derme, onde têm ação vitalizante e calórica. Promovem a 
estimulação das terminações nervosas da pele, a dilatação dos poros e aceleram 
a eliminação de resíduos tóxicos produzidos pelas combustões intramusculares. 
Os raios infravermelhos são também dotados de poder germicida e bactericida, 
além de ativar a reparação dos tecidos, ajudando na cicatrização de feridas. No 
tecido epitelial da glândula mamária, além de dilatar vasos e capilar, atua no 
sistema canicular, promovendo dilatação dos canais e canalículos, o que 
favorece a ejeção do leite. Também se atribui aos raios infravermelhos a 
propriedade salutar de curar infecções e cicatrizar feridas superficiais (Schmitz, 
2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: saude.hsw.uol.com.br 
2.3 Exercícios para os mamilos e uso do sutiã de sustentação 
Não é recomendada a realização de exercícios para mamilos planos ou 
invertidos, uma vez que torções e puxões nessa área são ineficazes e podem 
causar dor (Site, n.50). 
É necessário o uso de sutiã para manter a mama sempre elevada, 
prevenindo possíveis acotovelamentos de ductos, e a sua troca deve ser diária. 
Não é necessário um sutiã específico para amamentação; o importante é que 
ele sustente bem a mama, e que na hora em que a mulher for amamentar ele 
deixe a mama livre (Barros et al, 2002). 
 
 
Fonte: mariabarriga.com.br 
 
2.4 Ordenha manual 
Durante o período da apojadura, é importante ensinar a mãe a palpar a 
mama após a amamentação. Caso sejam encontrados pontos dolorosos, deve 
ser feita a retirada do excesso de leite por ordenha manual na região ampolar. 
Essa técnica consiste em, com o polegar na face superior da mama, à altura do 
limite da borda areolar, fazer movimentos intermitentes de pressão dirigida à 
parte interna da mama sobre a ampola, de tal modo que haja drenagem do leite, 
que está nesta região, em direção ao mamilo. A cada movimento dos dedos, o 
leite normalmente flui para fora, indicando que está havendo a drenagem. A 
ordenha poderá ser feita com as duas mãos simultaneamente (Barros et al, 
2002). 
 
2.5 Ingurgitamento mamário, mastite e hipogalactia 
No puerpério imediato, quando as transformações por que passam as 
mamas são mais acentuadas, os problemas mais frequentes são o 
ingurgitamento mamário e a mastite. O ingurgitamento mamário consiste tanto 
no aumento da quantidade de sangue e fluídos nos tecidos que suportam a 
mama (congestão vascular) como em certa quantidade de leite que fica retida na 
glândula mamária. Quando isso ocorre, as duas mamas ficam inchadas 
(aumentam de volume e ficam dolorosas, quentes, vermelhas, brilhantes e 
tensas por causa do edema nos tecidos). 
 
 
Ingurgitamento mamário. Fonte: abpblh.org.br 
 
Geralmente, no terceiro ou quarto dia do pós-parto, há congestão 
mamária decorrente da descida do leite, acompanhada de ingurgitamento, dor e 
hiperemia. Esse processo dura 48 horas, até que se equilibrem a quantidade de 
leite formada e as necessidades do recém-nascido. O ingurgitamento não é 
devido à produção excessiva do leite, mas sim à sua retenção por falta de 
esvaziamento adequado. Nesta situação, recomendam-se medidas que facilitem 
a drenagem do leite (Corrêa, 1999): 
• Massagens suaves sobre a aréola e o mamilo, para amaciar e 
esvaziar a região. As massagens são realizadas no sentido da raiz 
das mamas para o mamilo, tentando-se a ordenha manual; 
• Oferecer a mama ao recém-nascido após esta ordenha, visando 
conseguir o esvaziamento natural; 
• Após a amamentação, se ainda restar leite nas mamas, deve-se 
esvaziá-las totalmente; 
• Usar sutiãs adequados para elevar as mamas e diminuir a dor. 
 
Existem algumas práticas que não são recomendadas, tais como: 
• Uso de bomba manual para extrair o leite, principalmente no 
período de apojadura e início da lactação, pois pode provocar 
traumas mamilares pela excessiva pressão negativa que exercem 
na região mamilo-areolar; 
• Aplicação de calor seco ou úmido para facilitar a drenagem láctea, 
pois, ao promover a vasodilatação, aumenta-se a produção de leite 
quando o que se deseja no período da apojadura é controlar essa 
produção; 
• Utilização de bolsa de gelo porque, depois de determinado tempo 
de uso, a vasoconstrição provoca vasodilatação reflexa e o 
processo passa a ser o mesmo do calor (Barros et al, 2002). 
 
 
Fonte: nene.net.br 
 
As mastites são complicações raras e, geralmente, evitáveis. O mais 
frequente é aparecerem a partir da segunda ou terceira semana do parto, em 
decorrência de desrespeito às normas de higiene e da presença de fissuras 
mamilares que servem de porta de entrada aos agentes infecciosos, 
principalmente o Staphylococcus aureus (Corrêa, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: scielo.br 
Qualquer fator que favoreça a estagnação do leite materno predispõe ao 
aparecimento de mastite, incluindo mamadas com horários irregulares, redução 
súbita do número de mamadas, longo período de sono do bebê à noite, uso de 
chupetas ou mamadeiras, não esvaziamento completo das mamas, frenúlo de 
língua curto, criança com sucção débil, produção excessiva de leite, separação 
entre mãe e bebê e desmame abrupto [66]. 
O sintoma predominante é a dor na mama acometida, acompanhada de 
calor, rubor, hiperemia súbita, tremores e cefaleia. Nesta fase ainda pode-se 
evitar o agravamento do processo por intermédio do uso de antiálgicos e 
antitérmicos, esvaziamento das mamas e aplicação local de calor úmido, visando 
facilitar o aporte de células de defesa pelo aumento da vascularização (Corrêa, 
1999). Ainda pode-se orientar que a mãe amamente até esvaziar a mama doente 
e massageie delicadamente as áreas doentes enquanto estiver amamentando. 
Se necessário, orientar a mãe para tomada de analgésico antes de proceder à 
auto-ordenha e a usar sutiã que sustente bem a base da mama, mas que não a 
aperte. 
Nesta fase, geralmente não há necessidade de antibioticoterapia, e deve-
se manter a amamentação (Corrêa, 1999). 
Se o quadro evolui para formação de abscesso, deve-se fazer a drenagem 
do mesmo sob anestesia geral, uma vez que o envolvimento mamário é maior 
do que aparenta. As incisões da pele podem ser paralelas à margem areolar ou 
seguir as linhas da pele. A dissecação mamária deve ser ampla. Após a 
drenagem do abscesso, lava-se a região com soro fisiológico e coloca-se um 
dreno (Penrose) para manter a drenagem. Mobiliza-se o dreno diariamente, até 
que não exista mais secreção. Administra-se antibiótico até a resolução definitiva 
do processo infeccioso. A cicatrização será por segunda intenção (Corrêa, 
1999). 
Permite-se o retorno do aleitamento, isto na dependência da extensão do 
processo infeccioso e de a puérpera suportar a sucção na mama comprometida 
(Corrêa, 1999). 
Outra complicação no puerpério imediato, no que se refere às mamas, é 
a hipogalactia, ou seja, a diminuição de secreção láctea. Tal complicação é 
comprovada mediante a observação recém-nascido: esse mostra-se insatisfeito, 
insone e chorando frequentemente, não aumentando de peso. A orientação da 
puérpera sobre alimentação (dieta hipercalórica), o aumento na ingestão de 
líquido, a correção da técnica de aleitamento e a redução da ansiedadematerna 
podem corrigir o problema. Questiona-se o emprego de medicamentos como 
ocitócitos, bromoprida ou metaclopramida para aumentar a produção do leite: 
poucos acreditam em seus efeitos benéficos (Corrêa, 1999). 
 
2.6 Câncer de mama 
Mulheres que realizaram tratamento para o câncer de mama podem 
apresentar dificuldades em amamentar. A incisão cirúrgica pode destruir o tecido 
mamário causando redução drástica na quantidade de leite produzido. A 
radiação pode causar alterações como fibrose perilobar e periductal, atrofia 
lobular e estenose dos ductos lactíferos. Pode haver comprometimento na 
elasticidade do mamilo, causando dificuldades de uma pega adequada. Algumas 
mulheres, contudo, conseguem êxito na amamentação no seio afetado. Não se 
justifica a contraindicação da amamentação em mulheres previamente tratadas 
para câncer de mama do ponto de vista de risco para o recém-nascido (Santos, 
2005). 
 
2.7 Cirurgia plástica de mama 
Existe um número cada vez maior de mulheres que se submetem a 
cirurgia plástica de mamas. Essas cirurgias podem ser redutoras ou de implantes 
de silicone. Cada uma dessas apresenta várias técnicas operatórias. 
Caso a mamoplastia redutora seja feita pela técnica de transplante da 
região mamilo-areolar ocorrerá a secção da inervação da aréola e do mamilo. 
Um segundo tipo técnica preserva a vascularização, a inervação e os ductos 
lactíferos, sendo essa opção reservada para as mulheres que considerem a 
possibilidade de amamentar. Alguns estudos afirmam que o aleitamento é 
possível após a cirurgia plástica de redução de mama e por isso, as mulheres 
devem ser bem orientadas e encorajadas a amamentar (Santos, 2005). 
Existem três principais incisões de inserção da prótese de silicone. A 
incisão periareolar é a mais associada a um aumento na incapacidade de 
amamentar. Já as incisões inframamária e axilar estão menos relacionadas com 
problemas relativos à amamentação. Os implantes de silicone podem ser 
inseridos tanto sob a glândula mamária quanto sob o músculo peitoral. Se a 
prótese for inserida sob a glândula mamária poderá ocorrer uma maior 
compressão do tecido glandular com possível sequela. A sensibilidade na região 
aréolo-mamilar pode estar aumentada ou diminuída após a cirurgia de colocação 
de prótese, que podem ser alterações temporárias ou permanentes e também 
podem afetar a habilidade da mulher em amamentar (Santos, 2005). 
 
 
Fonte: revistacrescer.globo.com. 
 
3. Alimentação das gestantes 
 
A alimentação da mulher durante a gravidez tem a finalidade de manter a 
gestante saudável, formar o bebê, armazenar nutrientes para a fase de 
amamentação e para o bebê nos seus primeiros meses de vida. A influência da 
alimentação adequada para a gestante é evidente e favorece o trabalho de parto, 
evitando certas complicações durante o puerpério, favorecendo a lactação e 
possibilitando ao recém-nascido um bom estado de nutrição. Contudo, é 
necessário desmistificar a ideia de que grávida deve "comer por dois". A 
alimentação da gestante deve mudar mais qualitativa do que quantitativamente 
(MARIA, 1999). 
Portanto algumas dicas são muito úteis na orientação às nutrizes sobre a 
dieta ideal: 
• A gestante deve fazer várias refeições durante o dia, pois, havendo 
alimentos no estômago, diminuem-se as possibilidades de náuseas, 
vômitos e azia. Essas refeições podem ser divididas em seis, 
distribuídas da seguinte maneira: café da manhã, fruta (no meio da 
manhã), almoço, lanche da tarde, jantar e lanche noturno; 
• Comer por dois levará a gestante a engordar, pode prejudicar o bebê 
e dificultar o parto; 
• É bom tomar, entre as refeições, grande quantidade de líquidos, por 
exemplo, sucos e água; 
• Recomenda-se beber cerca de 6 a 8 copos de água por dia, essa 
quantidade de água ingerida é muito importante para prevenir o 
aparecimento de edemas. 
 
A dieta para a gestante deve ser considerada e prescrita individualmente, 
levando-se em consideração as características físicas e nutricionais de cada 
mulher; a alimentação deve ser balanceada, contendo todos os nutrientes 
necessários também para mulheres não gestantes. A avaliação nutricional é de 
máxima importância para uma gestação saudável e segura, e deve ser realizada 
logo no início da gestação por um médico ou nutricionista (FERNANDES, 2010). 
 
Fonte: PLILIPPI, S. T. et al, 1999. 
4. Mamadeira, chupeta e copinho 
 
O bebê, quando nasce, tem a mandíbula pequena e retraída. A cavidade 
oral é pequena, assim a língua se posiciona mais para frente, apoiando-se sobre 
a gengiva, podendo colocar-se entre os lábios (Junqueira, 2000). 
Durante a sucção, todas as estruturas orais (lábios, língua, bochechas, 
ossos e músculos da face) se desenvolvem e se fortalecem, pois, para extrair o 
leite materno é necessário elevar a língua, pressionando o mamilo contra o 
palato, enquanto a mandíbula se movimenta para baixo, frente, para cima e para 
trás. Esse movimento exige um grande esforço de todos os músculos da face, 
estimulando o crescimento da mandíbula e prevenindo futuros problemas nos 
dentes e ossos da face (Junqueira, 2000). 
 
Figura 1: Sucção realizada naturalmente (Degan, Boni, 2004) 
4.1 Mamadeira 
Quando a criança é alimentada com mamadeira, ela deixa de realizar os 
movimentos necessários para o desenvolvimento correto das estruturas orais, 
da musculatura facial e dos ossos e, além disso, pode proporcionar alterações 
nessas estruturas, dentre elas a má oclusão que, de acordo com a revisão de 
literatura realizada por Neiva et al. (2003), mantém estreita relação com o uso 
de mamadeira. 
Durante o uso da mamadeira, o bico apoia-se no dorso da língua da 
criança, gerando uma estimulação muito grande nesta região e fazendo com que 
a língua fique em posição rebaixada e posteriorizada. Para a retirada do leite, a 
língua não se movimenta em ondas peristálticas (ântero-posterior), a mandíbula 
realiza poucos movimentos e é necessária grande participação do lábio inferior, 
o que acaba ocasionando tensão do músculo mentual. Além disso, com a 
utilização da mamadeira a criança realiza poucas sucções, já que ela apenas 
deglute. Assim, todos esses fatores fazem com que deixe de existir a 
estimulação adequada dos músculos e ossos e dificulta a coordenação sucção-
deglutição-respiração. 
 
• Cárie de mamadeira 
Cárie de mamadeira acomete a dentição decídua, ou seja, dentes de leite 
de crianças pequenas que estão acostumadas a terem suas alimentações 
através de mamadeiras, mas especificamente as noturnas e adoçadas demais. 
(Secretaria de saúde do estado de Goiás, 2010). 
 
• Desmame precoce 
Outro aspecto que deve ser considerado em relação à mamadeira é que 
ela favorece o desmame precoce, pois, frequentemente, causa a confusão de 
bicos, que ocorre quando o lactente apresenta dificuldades para sugar o peito da 
mãe após ter aprendido a sugar o bico artificial (Nyqvist e Ewald, 2006). 
 
• Tamanho de furos no bico 
Muitas mães, por comodidade e falta de tempo, fazem uma abertura maior 
no bico, o que faz com que a criança não tenha o estímulo de sucção e 
deglutição, pois o leite é praticamente jogado na região da úvula, sem que a 
criança exercite qualquer músculo (MORESCA e FERES, 1994). Existem furos 
adaptados a cada tipo de alimento, ou seja, diversos tamanhos de furos para 
diferentes consistências de alimentos. Escolha o tamanho certo de furo, para 
que o bebê realize adequada força muscular e movimentos corretos da língua, 
além de conseguir melhor coordenação entre as funções sucção-deglutição-
respiração (Terçarolli e Terçarolli, 2010) 
 
• Tipos de bico 
No mercado há dois tipos de chupetas: convencionais e ortodônticas, de 
três tamanhos e de dois tipos de material (látex e silicone). O bico ortodôntico é 
anatômico, moldando-se de forma muito semelhante ao mamilo, evitando assim, 
deformidades na boca do bebê. O bico ortodôntico vemcom furo de tamanho 
adequado, não devendo ser aumentado. Há 2 tamanhos de bico ortodôntico 
(para recém nascido até 6 meses e outro de 6 meses a 1 ano e meio) podendo 
ser de látex ou silicone, sendo que o de silicone apresenta maior durabilidade 
(JUNQUEIRA, 1999). 
 
 
 
Figura 3 : Sucção utilizando-se bico convencional (Degan, Boni, 2004) 
 
 
Figura 4: Sucção realizada por meio de bico ortodôntico (Degan, Boni, 2004) 
 
• Cuidados com a mamadeira 
Os bicos devem ser limpos com sabão neutro e água corrente. com 
escovas próprias para a higienização de mamadeiras, disponíveis em lojas 
especializadas. Sempre que o bebê for utilizar a mamadeira deve-se fazer 
novamente a esterilização (ferver por cinco minutos). Limpeza e esterilização 
são procedimentos diferentes. A limpeza se destina à remoção de resíduos, 
enquanto que esterilização refere-se à eliminação de bactérias e germes 
(Rodrigues, 2011). 
É importante ressaltar que, caso os pais decidam utilizar a mamadeira, 
mesmo diante das possibilidades de prejuízos à criança, é mais indicado adquirir 
os bicos do tamanho correto para a idade do bebê, realizar sempre a 
higienização do material (lavar e colocar em água fervente por pelo menos 5 
minutos antes de cada uso) e trocar os bicos frequentemente (uma vez por mês), 
pois com o uso eles podem deformar. Tais orientações devem ser feitas 
exclusivamente nesses casos, pois o estímulo ao aleitamento materno deve ser 
sempre realizado. 
 
4.2 Chupeta 
• Necessidade de uso: benefícios para a criança ou para a mãe? 
O uso da chupeta pela criança é, na maioria dos casos, uma necessidade 
dos pais e não da criança, já que é introduzida nos momentos de inquietação da 
criança, como forma de acalmá-la. 
 
• Vício / dependência – difícil para retirar 
O objeto torna-se um artefato que proporciona apoio emocional às 
crianças, substituindo a atenção dos pais. Além disso, devido ao vínculo 
emocional que representa para a criança, o uso de chupeta torna-se um 
vício/dependência e, portanto, um hábito de difícil retirado (Araújo, 2010). 
 
• Alterações de oclusão e fala 
O uso excessivo da chupeta poderá causar alterações na arcada e no 
posicionamento dos dentes, provocando uma má oclusão nesta criança, além de 
comprometer também a fala, deglutição e também a respiração correta pelo nariz 
(Oliveira, 2010). 
 
• Utilizar a chupeta como exercício 
Alguns lactentes, mesmo após a amamentação, ainda sentem 
necessidade de sugar. Neste caso é indicado que os pais ofereçam a chupeta 
aos seus filhos, mas utilizando-a como um exercício. Caso seja necessário, a 
criança poderá sugar a chupeta enquanto alguém irá puxá-la levemente em 
movimento contrário. Isto deverá ser feito até a necessidade da criança ser 
satisfeita. É importante ressaltar que está é a única forma de uso não prejudicial 
à criança (FAKHORY, 2010). 
 
• Tipos de bicos 
No mercado há dois tipos de chupetas: convencionais e ortodônticas, de 
três tamanhos e de dois tipos de material (látex e silicone). Procure dar 
preferência a chupetas ortodônticas, do tamanho adequado para a idade do seu 
bebê. Este tipo de chupeta, diferentemente da convencional, é anatômica e, por 
isso, se amolda corretamente na boca do bebê. Devem ser trocadas 
frequentemente para que não se deforme o material e por motivos de higiene. 
Deve-se evitar passar qualquer tipo de produto na chupeta antes de oferecê-la 
ao bebê e evitar pendurar objetos na chupeta, como fraldas e outras chupetas, 
pois o peso na mesma, durante a sucção, pode deformar a arcada dentária 
(FAKHORY, 2011). 
 
 
Figura 5: Modelos convencionais de chupetas (Degan, Boni, 2004) 
 
 
Figura 6: Modelos ortodônticos de chupetas (Degan, Boni, 2004) 
 
 
 
• Higienização da chupeta 
Sempre que o bebê for utilizar a mamadeira ou a chupeta deve-se fazer 
novamente a higienização (lavar com sabão neutro e ferver por cinco minutos). 
Limpeza e esterilização são procedimentos diferentes. A limpeza se destina à 
remoção de resíduos, enquanto que esterilização refere-se à eliminação de 
bactérias e germes (Rodrigues, 2011). 
 
• Recomendações de uso da chupeta 
Deve-se evitar passar qualquer tipo de produto na chupeta antes de 
oferecê-la ao bebê. Mel, açúcar e outras substâncias similares podem ocasionar 
cólicas no recém-nascido, além de serem contraindicadas pelos 
odontopediatras. Deve-se evitar, também, pendurar objetos na chupeta, como 
fraldas e outras chupetas, pois o peso, durante a sucção, pode deformar a 
arcada dentária (Junqueira, 2000). Não deve se permitir também que a criança 
durma com a chupeta. 
 
4.3 Sucção de polegar 
O hábito de sugar o dedo, geralmente, é mais difícil de ser removido do 
que o hábito da chupeta. Assim como o uso da chupeta, a sucção prolongada do 
dedo, também causa a mordida aberta. Essa má oclusão irá depender de 
algumas variáveis tais como: a posição do dedo na região intraoral, contrações 
musculares associadas, posição e movimentação da mandíbula durante a 
sucção, padrão do esqueleto facial, força aplicada nos dentes e no processo 
alveolar, frequência e duração da sucção (Medeiros, 2006). 
As características desenvolvidas pela sucção de polegar após a dentição 
decídua instalada são (BLACK, 1990): 
• Mordida aberta anterior; 
• Prognatismo maxilar; 
• Retrognatismo mandibular; 
• Palato ogival; 
• Atresia da maxila (arco superior); 
• Musculatura labial superior flácida; 
• Musculatura labial inferior rígida; 
• Interposição de língua nos incisivos; 
• Respiração oral; 
• Calo ósseo na região do polegar. 
 
 
Figura 8: Aplicação da força na dentadura e adaptação da musculatura 
orofacial durante a sucção de polegar (Medeiros, 2006) 
 
 
Figura 9: Mordida aberta anterior. FONTE:Instituto Smile. 
 
4.4 Alimentação com copinho 
Devido aos malefícios causados pela utilização dos bicos de mamadeira, 
é recomendado o uso do copinho durante a alimentação do bebê. 
O objetivo de se utilizar o copinho é prevenir alterações no 
desenvolvimento da arcada dentária e ossos da criança, além de evitar que o 
lactente tenha dificuldades para sugar o peito da mãe após ter aprendido a sugar 
o bico artificial (Nyqvist e Ewald, 2006). Assim, o copinho favorece também o 
início e a manutenção do aleitamento materno, especialmente em casos que o 
bebê, por razões médicas ou devido ao retorno da mãe ao trabalho, precisa ser 
alimentado por um método alternativo. 
Outras vantagens encontradas com o uso do copinho são: 
• Pode ser utilizado por bebês prematuros 
Pode ser oferecido, de maneira eficiente, inclusive para bebês muito 
prematuros, favorecendo maior estabilidade fisiológica quando comparado com 
o aleitamento por mamadeira (NyqvisT e Ewald, 2006). 
 
• Método simples, prático, de baixo custo e é uma forma segura de 
alimentar 
Por ser um método simples, prático, de baixo custo e uma forma segura 
de alimentar, o copinho deve ser utilizado caso seja necessário o uso de uma 
forma alternativa de alimentação do bebê (Gutierrez et al, 2006). Além disso, 
esse utensilio é de fácil esterilização, tornando-o mais prático e seguro para 
alimentar à criança, prevenindo-a de infecções. 
 
• Não ocasiona alterações faciais e dentárias 
Durante o uso do copinho o bebê não realizará os movimentos 
mandibulares necessários para o desenvolvimento adequado das estruturas 
orais, dos músculos e ossos da face, como ocorre durante a amamentação no 
seio materno. Porém o copinho não ocasionará as alterações nos dentes, ossos 
e musculatura, como no caso do uso constante da mamadeira. 
 
• Permite o contato íntimo com a mãe ou com o cuidador (Gutierrez et al, 
2006) 
Enquanto se oferece o alimento, é mantido o contato de olhos e a 
proximidade da mãe ou do cuidador com a criança, o que favorece também o 
desenvolvimento afetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
Os procedimentos para a utilização do copinho durante a alimentação dobebê são (WHO e UNICEF, 1990): 
• É necessário que o bebê esteja em estado de alerta, sentado ou semi-
sentado no colo da mãe ou do cuidador. Este posicionamento adequado 
da criança é muito importante, pois diminui o risco de otite média aguda. 
• A borda do copo deverá ser encostada no lábio inferior do bebê de forma 
que o leite apenas toque os seus lábios. 
• Os bebês devem lamber (como um gatinho), colocando a língua no leite. 
• O leite não deverá ser derramado na boca do bebê, pois este poderá ser 
aspirado. 
 
5. Pré-parto 
 
A gravidez e o parto representam para a mulher, um acontecimento de 
grande importância em sua vida, carregado de ansiedades. Alguns fatores 
podem influenciar a gravidez, como por exemplo, a personalidade da mulher, a 
ocorrência de eventos vitais estressantes, diversidades sócio-demográficas, 
condições socioeconômicas, o nível educacional, o estado civil, a idade e 
paridade. Inconscientemente, ela pode ser influenciada por diversos fatores do 
contexto de seu ambiente social, tendo como consequência manifestações 
psicossomáticas (muitas vezes negativas), transformando esse período em uma 
experiência “dolorosa”. 
A gravidez e o parto representam momentos marcantes para a mulher. 
São períodos de grandes transformações, não só em seu organismo 
(envolvendo todos os sistemas fisiológicos), mas também psicológico e em seu 
papel sócio-familiar. As pessoas têm, normalmente, uma maior probabilidade de 
adoecerem emocionalmente durante os momentos mais críticos de suas vidas, 
sejam momentos objetivamente tidos como bons ou ruins. Trata-se de uma 
resposta emocional às solicitações de adaptação. O puerpério é reconhecido 
como um momento crítico e de alto risco e, por isso, as chances da mulher 
adoecer emocionalmente nessa fase de sua vida são maiores do que em outras 
épocas (Ribeiro, 2004). 
 
5.1 Alterações fisiológicas na gestação 
A gravidez é caracterizada por uma variedade de ajustes fisiológicos e 
endócrinos, com o objetivo de proporcionar um ambiente adequado para o 
desenvolvimento do feto. Sistemas orgânicos, bem como a personalidade da 
mulher são intimamente envolvidos neste processo (ARTAL, 1999). 
Algumas alterações são comuns em cada trimestre da gestação: 
 1° trimestre - náuseas, vômitos, taquicardia e aumento do volume 
sanguíneo. 
 2° trimestre - mudança do centro de gravidade, frouxidão ligamentar, 
instabilidade articular, aumento da lordose e cifose, e edemas. 
 3o trimestre - varicosidade, aumento da volemia, aumento do débito 
cardíaco, taquicardia e hiperventilação, desconforto respiratório, e síndrome da 
hipotensão supina (Reis, 1993). 
 
5.2 Bem-estar físico e emocional na gestação 
O bem-estar físico proporciona uma gestação equilibrada, tanto no 
aspecto físico como emocional. Os exercícios específicos, a respiração e o 
relaxamento atuam como fatores auxiliadores no controle da dor e como 
facilitadores do parto. A prática de exercícios físicos durante a gestação melhora 
as condições físicas e emocionais da mulher e permite um convívio mais positivo 
com as transformações de seu corpo por meio de um melhor desenvolvimento 
de sua percepção corporal. As atividades mais recomendadas são feitas na 
água, como natação e hidroginástica, pois evitam as forças gravitacionais, 
melhorando as dores lombares e o inchaço. É necessário a gestante consultar o 
médico e um preparador físico, pois as atividades variam de acordo com o 
período da gestação. 
O bem-estar emocional pode ser proporcionado por “doulas”, que são 
mulheres voluntárias ou pagas, que auxiliam nesse aspecto acompanhando a 
mãe antes, durante e depois do parto, não sendo profissionais formadas na área 
da saúde. Antes do parto elas orientam o casal sobre o que esperar do parto e 
pós-parto, explicando os procedimentos comuns. Durante o parto, a doula ajuda 
a mãe a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto, além de 
mostrar formas eficientes de respiração e medidas naturais que possam aliviar 
as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc. Após o parto, elas podem 
visitar à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, 
especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê. É importante 
lembrar que o Hospital das Clínicas da UFMG não disponibiliza este serviço. Os 
Hospitais Júlia Kubitschek, Risoleta Tolentino Neves, Sofia Feldman, Odilon 
Behrens, Maternidade Odete Valadares, Maternidade Municipal de Contagem e 
a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte oferecem o serviço de doula 
comunitária, e existe também um cadastro nacional no qual a mãe pode 
contactar uma doula para ajudá-la. Este cadastro pode ser realizado pelo site 
disponível em www.doulas.com.br (Rego, 2008). 
 
5.3 Importância do pré-natal: atividades educativas e assistenciais 
O pré-natal é o momento ideal para a abordagem adequada do incentivo 
ao aleitamento materno. Oferece, sem dúvida, o período de maior contato entre 
a população feminina, os profissionais e a instituição (Fraifer e Santo, 2010). 
Nas atividades educativas no período do pré-natal (individuais ou 
coletivas) são abordados temas de interesse da gestante sob a forma de 
palestras, discussões informais, relatos de experiências, dramatizações, 
oficinas, etc. Normalmente ocorrem na sala de espera, mas também podem 
acontecer em locais próprios, determinados pelo serviço ou pela instituição. 
É denominada atividade assistencial aquela desenvolvida em consultório 
por profissional de saúde capacitado (não sendo necessariamente o médico), 
que, além de acompanhar o desenvolvimento da gestação e o bem-estar 
materno e fetal, deve também empregar parte do tempo disponível da consulta 
para promover o aleitamento. 
Estas práticas, consideradas perda de tempo para alguns, traz benefícios 
imensuráveis tanto nos aspectos afetivos, quanto psicológicos, sociais, de saúde 
pública e financeira, que não podem ser esquecidos, principalmente em países 
em desenvolvimento. 
Durante a consulta, o profissional deve estar atento às situações que 
possam contribuir para o desmame precoce ou mesmo para o aleitamento 
parcial ou misto, cabendo à gestante informá-lo sobre qualquer alteração anterior 
ou atual que lhe pareça relevante. Na dúvida, deve-se sempre questionar o 
médico, que saberá dimensionar o problema. 
5.4 A gestante e a atenção básica 
O fonoaudiólogo participante das equipes do Programa de Saúde da 
Família (PSF) pode mover-se em favor dos grupos de orientações às gestantes, 
para que a mãe seja orientada sobre questões importantes desse período que 
está vivendo e da nova fase de sua vida que se iniciará após o parto. Dessa 
forma, o fonoaudiólogo pode auxiliar os outros profissionais (como completar 
informações sobre alimentação, higiene, uso de medicamentos apenas por 
indicação médica, ingestão de álcool e drogas lícitas ou ilícitas, doenças 
específicas desse período, etc) e abordar as informações que são da sua área 
de atuação (como as vantagens do aleitamento materno para a mãe e o bebê, 
os benefícios do leite materno, a relação entre a sucção no seio materno e o 
desenvolvimento da motricidade orofacial, a audição do feto, doenças mamárias, 
etc). 
As orientações às gestantes são importantes tanto para as mães de 
“primeira viagem” quanto as mães que já possuem filhos, pois muitas que tiveram 
dificuldades nas amamentações anteriores não planejam realizar o aleitamento 
materno na gestação atual e por isso o fonoaudiólogo deve retirar as dúvidas e 
auxiliar para que essa mãe não encontre esses obstáculos novamente. Além 
disso, em função do número crescente de procedimentos cirúrgicos com fins 
estéticos, muitas gestantes realizaram mamoplastia redutora ou inclusão de 
prótese de silicone, e por isso acreditam que não possam amamentar. Essas 
mulheres devem ser orientadas que provavelmente elas poderão realizar o 
aleitamento materno pois foram desenvolvidastécnicas que não interferem, ou 
interferem pouco, na produção e na saída do leite, pois em alguns casos os 
ductos e glândulas não foram afetados ou um número reduzido foi prejudicado. 
Entretanto esse fato só será comprovado depois do parto, durante o aleitamento. 
Essas mães devem ser acompanhadas pelos fonoaudiólogos, que por meio de 
massagens e técnicas devem auxiliar ao máximo a produção e saída desse leite. 
Caso o aleitamento materno não seja possível, ela será orientada sobre as 
outras formas de alimentar o seu bebê. 
Desta forma, o fonoaudiólogo, respeitando as peculiaridades das 
gestantes, tem grande importância nesse nível de atenção, e pode proporcionar 
além de benefícios fisiológicos (como a alimentação adequada com o leite 
materno), benefícios psicológicos, pois a gestante acolhida e orientada se sente 
mais confiante e segura com seu filho. 
 
Fonte: site Baby Dicas. 
 
5.4 Dependência química x amamentação 
Pelo expressivo número de casos existentes, deve-se dar atenção 
especial às mulheres com dependência química, seja pelo alcoolismo, 
tabagismo ou uso de drogas ilícitas. Essas mulheres devem saber que, 
independentemente do malefício que estas substâncias podem causar, muitas 
delas interferem no aleitamento, por diminuírem a produção de leite e 
dependendo de qual droga está sendo utilizada, as substancias desse produto 
podem, por um determinado período de tempo, serem passadas para a criança 
através do leite materno. Dessa forma, em alguns casos o aleitamento materno 
deve ser suspendido até que a droga não seja mais ingerida ou seja suspensa. 
Utilizar este forte argumento como estratégia para o abandono do vício pode ser 
proveitoso. 
É importante que os profissionais estejam atentos a comportamentos das 
gestantes durante o pré-natal para diagnosticar o quanto antes o uso e assim 
orientar a retirada da substância (Barreto e Packer, 2007). 
 
5.5 Gestação na Adolescência 
As gestantes adolescentes merecem grande atenção do fonoaudiólogo e 
de toda a equipe multidisciplinar que acompanha essas mães. Elas, geralmente, 
enfrentam diversas dificuldades, como a aceitação no meio social e familiar, 
buscando muitas vezes o isolamento, principalmente quando é a primeira 
gestação. Grande parte dessas mães apresentam dificuldades para entender 
e reter as informações passadas pela equipe, sendo muito importante orientar 
também as avos desses bebes. E além de dificuldades socioeconômicas, 
familiares, medos e inseguranças que essas gestantes podem apresentar, 
muitas dessas mães querem retornar a vida social que possuíam antes da 
gravidez e não realizam o aleitamento materno, principalmente se os pais desses 
bebês também são adolescentes e continuam com as suas vidas sociais ativas. 
Pelos motivos expostos, elas devem ser assistidas pela equipe 
multidisciplinar, que transmitirá a confiança e motivação necessárias ao sucesso 
do programa (Frota & Marcopito, 2004). 
 
5.6 Imunização materna 
A imunização materna é fundamental e por isso no período da gestação 
é recomendado que a mãe seja imunizada com várias vacinas, entretanto quatro 
vacinas não são recomendadas: tríplice viral, HPV, varicela e febre amarela, 
sendo que essa última pode ser aplicada quando os riscos de adquirir a doença 
superam os riscos potenciais da vacinação. 
Apenas a vacina de febre amarela é contraindicada para as mulheres que 
estão amamentando crianças de até seis meses de vida, mas caso a vacina seja 
necessária, recomenda-se suspender o aleitamento materno por pelo menos 15 
dias e preferencialmente 30 dias após a imunização (Site. n.52). 
Mesmo as vacinas de vírus vivos, como as de sarampo, varicela, rubéola, 
caxumba e poliomielite, quando indicadas, podem ser aplicadas nas mulheres 
que amamentam, visto que não há descrição de eventos adversos indesejáveis 
aos seus bebês (Giugliani, 2004). 
 
5.7 Doenças maternas x reflexos na amamentação 
Abaixo serão citadas algumas das doenças mais comuns e a 
recomendação durante a amamentação: 
 
Continuar a amamentação - Mãe em tratamento: 
 
Doenças infecciosas 
A criança pode continuar a amamentação enquanto a mãe recebe 
medicamentos adequados e compatíveis com o aleitamento (Giugliani, 2004). 
 
Mastite 
 Atenção especial deve ser dada ao diagnóstico diferencial entre 
ingurgitamento mamário, obstrução dos ductos e mastite. A mastite é uma 
infecção bacteriana de um ou mais segmentos da mama. Na maioria das vezes, 
são as fissuras a porta de entrada da bactéria. Na mastite, a parte afetada está 
dolorosa, hiperemiada, edemaciada e quente. O tratamento com antibióticos 
deve ser instituído o mais precocemente possível, para que a mastite não evolua 
para abcesso mamário. Apesar da presença de bactérias no leite materno 
quando há mastite, a manutenção da amamentação está indicada por não 
oferecer riscos ao recém-nascido (Giugliani, 2000). 
Hepatite A 
A amamentação não está contra-indicada e alguns expertos recomendam 
dar imunoglobulina a recém-nascidos cujas mães iniciaram os sintomas da 
doença entre duas semanas antes e uma semana após o parto, embora a 
eficácia dessa medida não esteja estabelecida. A mãe deve lavar 
cuidadosamente as mãos com água e sabão antes de cuidar de seu filho 
(Giugliani, 2000). 
 
Hepatite B 
 Não há evidências de que o aleitamento materno aumente o risco 
de transmissão da hepatite B para o bebê. Por isso, a amamentação não está 
contra-indicada em mães HBsAg positivas. A vacina e a administração de 
imunoglobulina específica (HBIG) após o nascimento, preferencialmente nas 
primeiras 12 horas de vida, até 48 horas após o parto ou o mais rápido possível. 
A imunização praticamente elimina qualquer risco teórico de transmissão da 
doença via leite materno (Giugliani, 2000). 
 
Citomegalovírus 
 Apesar de o citomegalovírus (CMV) ser encontrado no leite materno e 
poder ser transmitido à criança, a doença é incomum em recém-nascidos, 
provavelmente pela passagem de anticorpos via transplacentária. Portanto, a 
amamentação não é contra-indicada em recém-nascidos a termo cujas mães 
sejam CMV positivas antes do parto. Essas crianças, se não amamentadas, 
podem ser infectadas pelo CMV por outras vias, inclusive saliva, podendo 
desenvolver sintomas, pois não recebem anticorpos maternos específicos e 
outros fatores de proteção existentes no leite materno (Giugliani 2000). 
 
Doença de Lyme 
O aleitamento materno pode continuar durante o tratamento da mãe. 
 
Doenças psiquiátricas 
 Deve-se garantir que, além dos cuidados médicos tradicionais, para estas 
mulheres sejam valorizados os aspectos emocionais da gestação, durante e 
após o parto. Quando for necessário utilizar medicamento psicotrópico no 
período de aleitamento, deve-se optar pelos que causem menos efeitos 
colaterais na criança e fazer o acompanhamento cuidadoso do bebê. 
 
Continuar a amamentação - 
A mãe deve estar em tratamento, evitar contato íntimo com o filho, lavar 
rigorosamente as suas mãos e as do bebê, amamentar com máscara ou 
similar, e o leite deverá ser ofertado por meio de copinho ou seringa: 
 
 
Gripe A 
 Não há excreção do vírus pelo leite materno, e mesmo a mãe que estiver 
sendo medicada pode continuar a amamentar. Deve-se fazer uma assepsia 
rigorosa das mãos da nutriz, com água, sabão e álcool gel, e no bebê, somente 
com água e sabão. 
 
Tuberculose 
Mães com tuberculose, tratadas adequadamente por mais de duas semanas no 
momento do parto (não bacilíferas) poderão amamentar, segundo a OMS (1994), 
uma vez que a transmissão é principalmente respiratória. Nos casos de mãe não 
tratada, o leite deve ser ordenhado, ou mãe deve usar máscara para evitar ao 
máximo o contato respiratório. 
Hanseníase 
Não há contra-indicação para a amamentação se a mãe estiver sob tratamento 
adequado. O recém-nascido deve ser tratado o mais precocemente possível e 
simultaneamente com a mãe. As drogasutilizadas são as mesmas da mãe e 
podem passar para o recém-nascido pelo leite humano em baixas 
concentrações, não havendo relato de efeitos colaterais graves. De acordo com 
Camelo e Motta (2004), são recomendados os seguintes cuidados na 
amamentação: lavagem rigorosa das mãos, uso de máscara ao manusear a 
criança e oclusão de lesões nas mamas. 
 
Varicela – catapora 
Mãe com varicela cujo início da doença foi há mais de cinco dias antes do parto 
ou após o terceiro dia pós-parto pode produzir e transferir anticorpos para o 
recém-nascido tanto por via transplacentária quanto pelo leite materno. Nesse 
caso, o recém-nascido pode desenvolver a forma leve da doença, não estando 
indicado nem isolamento, nem profilaxia. A mãe pode amamentar a criança, 
tomando os cuidados especiais de lavagem das mãos, uso de máscara e oclusão 
de lesões (Heuchan, 2001). 
 
Herpes simples 
O risco de transmissão pós-natal do vírus tipo I (VHS-1) pelo leite materno é 
muito baixo, exceto nos casos que a mãe tem lesões vesiculares na pele da 
mama, quando o aleitamento está contra-indicado. Lesões em outras regiões 
devem ser cobertas e deverá ser feita uma higiene rigorosa nas mãos (Lana, 
2001). 
 
Doença de Chagas 
 Não contra-indica a amamentação quando a mulher possui um quadro 
crônico, porém, no caso de haver fissura de mamilo com sangramento, o 
aleitamento deve ser interrompido até a cicatrização do local. 
 A transmissão materno-infantil pode ocorrer por via transplacentária (mais 
comum), pelo líquido amniótico, através do contato do sangue materno com as 
mucosas do recém-nascido (intra-útero, durante ou após o parto). A transmissão 
através do aleitamento materno pelo leite, colostro e fissura mamária foi 
demonstrada por, duas vezes. Pela sua raridade, não se contra-indica o 
aleitamento materno, segundo Mell e Assreuy (2004). 
 
Descontinuar a amamentação - utilizar o Banco de Leite Humano 
 
Abscesso mamário 
A amamentação na mama afetada não é recomendada, mas o leite deve 
ser retirado dessa mama. O aleitamento pode ser retomado após drenagem do 
abscesso e o início do tratamento com antibióticos. O aleitamento materno deve 
continuar na mama não afetada. 
 
Doença de Chagas 
 Deve-se contra-indicar o aleitamento natural em mulheres em fase aguda 
da doença (Mell e Assreuy, 2004). 
 
HIV – AIDS 
O HIV (vírus da Imunodeficiência humana) é transmitido à criança através 
da mãe, pela transmissão vertical durante a gravidez, parto e leite materno 
(Rocha, 2003). 
No Brasil, o Ministério da Saúde (2004) recomenda que as mães 
portadoras do vírus HIV não amamentem. O HIV é excretado livre ou no interior 
de células no leite de mulheres infectadas, que podem apresentar ou não 
sintomas da doença. Durante o aleitamento materno, a transmissão do vírus 
pode ocorrer em qualquer fase, porém parece ser mais freqüente nas primeiras 
semanas e, especialmente, nas infecções maternas mais recentes. A carga viral 
no colostro ou leite inicial é significativamente mais elevada que no leite maduro. 
A utilização de terapêutica anti-retroviral durante a gestação e o parto e sua 
manutenção em recém-nascidos resulta, mesmo se mantido o aleitamento 
materno, em redução da transmissão vertical do HIV por até seis meses após o 
parto (Paiva, 2006). 
Logo, quando a substituição adequada da amamentação é aceitável, 
factível, acessível, sustentável e segura (AFASS), recomenda-se que mães HIV 
positivas nunca amamentem. Caso contrário, a amamentação exclusiva é 
recomendada durante os seis primeiros meses de vida do bebê e deve ser 
interrompida assim que as condições acima sejam atingidas. O aleitamento 
misto (aleitamento materno e alimentação substituta ao mesmo tempo) não é 
recomendado, uma vez que a alimentação artificial pode causar danos à mucosa 
gastrointestinal, facilitando a penetração do vírus HIV. (Giugliani, 2000) 
 
Vírus Linfotrófico Humano de Células T – HTLV 1 
O HTLV-1 (Human T-Cell Lymphotropic Virus Type I) está associado com 
o desenvolvimento de neoplasias malignas e problemas neurológicos em 
adultos. Como alguns estudos sugerem a transmissão do vírus via leite materno, 
a lactação tem sido contra-indicada em mães HTLV-1 positivas (Giugliani, 2000), 
caso haja opções adequadas (AFASS) e disponíveis para a substituição da 
amamentação. 
 
 
Hepatite C 
Estudos epidemiológicos não têm comprovado a transmissão do vírus da 
hepatite C (HCV) pelo leite materno em mães HCV positivas, apesar de o vírus 
e anticorpos anti-HCV terem sido detectados no leite humano. A prevenção de 
fissuras mamilares em lactantes HCV positivas é importante, uma vez que não 
se sabe se o contato da criança com sangue materno favorece a transmissão da 
doença (Giugliani, 2000). 
 
Doenças neoplásicas 
A possibilidade de amamentar sendo portadora de algum tipo de câncer 
depende das condições clínicas da paciente e dos medicamentos que serão 
utilizados para o tratamento. Se a mulher estiver muito debilitada pela doença ou 
em quimioterapia, o aleitamento deve ser suspenso. (Joel et al., 2004) 
6. Parto 
 
6.1 Apoio emocional à gestante 
O apoio emocional deve se iniciar a partir da admissão da gestante na 
unidade, independentemente da mesma estar ou não acompanhada. Deste 
momento em diante é dever de todos tratá-la com respeito e carinho, 
identificando suas inseguranças e temores e trabalhando no sentido de eliminá-
los, certos de que isso trará benefícios a todos (Rego, 2006). 
 
6.2 Privacidade na unidade hospitalar e presença de acompanhante 
durante o trabalho de parto 
A unidade hospitalar deve observar se o ambiente reservado à 
internação de gestantes em trabalho de parto oferece certa privacidade, para 
permitir a presença do acompanhante durante este período, o que deve ser 
motivado pelas vantagens que esta prática proporciona. É previsto na Lei Nº 
11.108, de 7 de abril de 2005, no Art. 19-J., que os serviços de saúde do Sistema 
Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir 
a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período 
de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Isto é facilmente possível, 
transformando-se um grande ambiente em outros menores com a utilização de 
divisórias e/ou cortinas. A adoção desta medida simples propicia maior 
segurança e conforto e resulta em diminuição da utilização de drogas, do tempo 
de trabalho de parto, do número de intervenções obstétricas, com queda na 
incidência de cesarianas. Acrescenta-se a isto o fato de os recém-nascidos por 
via de regra nascerem mais alertas e responsivos quando adotadas estas 
medidas, o que favorece a interação precoce, ainda na sala de parto, entre a 
mãe e seu filho, etapa fundamental para a efetivação do vínculo, de máxima 
importância para o início e a manutenção do aleitamento materno exclusivo. Esta 
prática está alicerçada no conhecimento de que o estabelecimento de laços 
afetivos entre eles é mais forte nas primeiras duas horas após o nascimento 
(Rego, 2006). 
É fundamental que os membros da equipe promovam o correto 
acompanhamento clínico e dialoguem informando e respondendo dúvidas que 
possam estar ocorrendo (Rego,2006). 
 
6.3 Procedimentos obstétricos 
O ambiente do nascimento deve ser calmo e acolhedor. Nos partos 
normais, sempre que possível e o quanto antes, o bebê deve ser colocado junto 
de sua mãe, ainda na sala de parto, e permanecer com ela enquanto os 
procedimentos obstétricos ainda estão sendo finalizados. Em muitas ocasiões 
os cuidados básicos ao recém-nascido podem ser realizados junto à mãe, e 
assim permanecendo até deixarem este ambiente unidos, física e afetivamente 
em direção ao alojamento conjunto. Esta é a situação ideal, porque permite 
iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento garantindo um 
melhor desempenho a longo prazo e evita que seja oferecido ao bebê soro 
glicosado(Rego,2006). 
Estas medidas podem inicialmente sofrer restrições por parte de alguns 
profissionais que, também interessados no bem estar destes nascituros, alegam 
a necessidade de seguir os passos iniciais recomendados pela American Heart 
Association, referendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, no Manual de 
Reanimação Neonatal, que são: 
• Prevenir a perda de calor, colocando-o sob fonte de calor radiante, 
secando a pele e removendo as compressas úmidas. 
• Manter as vias aéreas pérvias, pelo posicionamento adequado e pela 
aspiração de secreções, e quando necessário estímulo tátil para iniciar 
a respiração. 
• Avaliar respiração, frequência cardíaca e cor (Rego,2006). 
Todavia, para os casos que necessitem avaliação detalhada, a execução 
de todos os passos iniciais, segundo o próprio manual, não deve exceder a 20 
segundos, tempo bastante resumido, que possibilita pronta intervenção médica 
para prevenir e/ou minimizar o dano, ou, se desnecessária qualquer nova ação, 
é correta, a partir daí, a aproximação entre ambos. O ILCOR 
(InternationalLiaisonCommitteeonResuscitation) publicou, então, as novas 
orientações e entre elas há o seguinte (Rego,2006): 
“No recém-nascido a termo, que reage vigorosamente aos estímulos do 
ambiente extra-uterino, com respiração forte, choro vigoroso e movimento das 
extremidades, os cuidados iniciais de rotina (aquecimento, limpeza de vias 
aéreas e secagem) podem ser feitos no colo (tórax ou abdome) seco de sua 
mãe” 
Quando o parto é cesáreo, deve-se permitir que a paciente expresse o 
momento em que se julgue capaz de receber seu filho, em condições de atendê-
lo. Não deve haver rotina rígida de horário estipulado pela equipe médica, para 
o intervalo de recuperação pós -operatória, que varia em cada caso, e sim 
pessoal disponível para apoiá-la quando manifesto seu desejo de receber seu 
filho (Rego,2006). 
Quando se permite que esta união seja íntima e precoce, facilita-se a 
colonização do intestino do recém-nato com germes maternos e asseguram-se 
os benefícios que disto advêm (Rego,2006). 
 
6.4 Primeira mamada 
A primeira mamada deve acontecer na primeira meia hora após o parto. 
Ela não é essencialmente nutritiva, mas muito importante para o laço mãe bebê 
e a saúde de ambos. A sucção no peito aumenta a liberação da ocitocina, 
facilitando a finalização dos procedimentos obstétricos (parto da placenta) e 
possibilita uma mamada nutritiva efetiva e tranqüila posteriormente. A sucção no 
peito (Rego, 2001) determina a liberação de dezenove diferentes hormônios 
gastrointestinais tanto na mãe quanto no bebê, incluindo colecistoquinina e 
gastrina, os quais estimulam o crescimento das vilosidades intestinais de ambos, 
aumentando a superfície de absorção de calorias a cada mamada. Isto 
demonstra que este fenômeno interativo abrange não somente aspectos 
psicoafetivos, mas também orgânicos e fisiológicos. 
Algumas mães podem necessitar de auxílio nas primeiras mamadas. Isto 
é particularmente verdade nas puérperas de cesarianas, nas mães de 
gemelares, nas portadoras de intercorrências clínicas, nas adolescentes e em 
algumas primíparas, devendo a equipe de saúde estar atenta e disponível. 
 
7. Pós-parto 
 
7.1 Alojamento Conjunto 
O Sistema Alojamento Conjunto é definido, segundo o Ministério da 
Saúde, como um sistema hospitalar em que o bebê sadio, logo após o 
nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente 
até alta hospitalar de ambos e que permite aos pais receberem orientações que 
os tornem aptos a prestar cuidados ao filho. Visa também, incentivar a 
amamentação, favorecer o vínculo entre os familiares, bem como, contribuir para 
a redução dos índices de infecção hospitalar. 
Quando mãe e recém-nascido colocados lado a lado no pós-parto, a 
mulher é estimulada à amamentar e a cuidar de sua criança tão logo quando 
possível, com o objetivo principal de proporcionar e fortalecer o vínculo mãe-filho 
e estimular o aleitamento materno (Brenelli, 1994). 
7.2 Banco de Leite 
Centro especializado responsável pela promoção, proteção e apoio ao 
aleitamento materno e execução de atividades de coleta do excedente da 
produção lática de nutrizes, do processamento e do controle de qualidade, 
posterior distribuição, sob prescrição de médicos ou nutricionistas, sendo este 
obrigatoriamente vinculado a um hospital materno e/ou infantil. É uma instituição 
sem fins lucrativos, sendo vedada a comercialização dos produtos de sua 
responsabilidade (Rego, 2006). 
 
7.3 Ordenha do leite 
A ordenha do leite materno é indicada para aliviar o ingurgitamento 
mamário, manter a produção de leite quando a mãe está doente, aliviar o 
gotejamento das mamas, higiene das mamas, tratamento de lesões mamilares, 
alimentar um recém nascido de baixo peso ou uma criança doente, deixar leite 
para a criança quando a mãe sai ou vai para o trabalho. É contra-indicada para 
a ordenha do pré-colostro, ou seja, antes do parto, com exceção em situações 
de treino da nutriz para posterior realização do procedimento (Rego,2006). 
A ordenha pode ser realizada com máquinas ou manualmente. Quando 
realizada com máquinas, elétricas ou não, as instruções de uso devem ser 
seguidas corretamente e deve-se tomar cuidados extras com a higiene, tendo a 
necessidade de esterilização de todo o equipamento, e com as massagens antes 
e durante o processo. Contra indicações à ordenha com máquinas são de que 
causam maior desconforto e risco de danos à papila mamilar, podendo agravar 
lesões mamilares quando preexistentes, apresentando ainda um efeito reduzido 
nas situações de ingurgitamento, estase láctea e bloqueio de ductos (Rego, 
2001). A ordenha manual pode ser feita pela própria nutriz, chamada então de 
auto-ordenha, ou por outra pessoa. Antes de iniciar é essencial fazer uma 
massagem nas mamas e ao seu redor, preparando a pele para o contato físico 
das mãos e observando qualquer anormalidade ou pontos dolorosos. O 
processo, em situações normais, não deve causar dor e dura aproximadamente 
20 minutos, sendo de 5 a 10 minutos para cada mama. A ordenha pode ser feita 
a cada duas horas e deve-se prestar atenção para o conforto da nutriz 
(Rego,2006). 
A pessoa que for realizar a ordenha deve lavar bem as mãos e cobrir a 
boca e nariz, evitando assim contaminar o leite. Outro cuidado a ser tomado é 
não colocar o dedo na aréola ou mamilo. Não existe uma manobra padrão a ser 
desenvolvida, de modo geral, quem está fazendo a ordenha coloca uma mão 
espalmada sobre a mama, com o polegar na região limítrofe da aréola, 
contrapondo ao dedo indicador. Deve-se pressionar circularmente toda a região 
periareolar. Os seios lactíferos devem ser pressionados mediante um movimento 
conjugado, tanto para dentro, contra a parede torácica, como para baixo, em 
direção à papila mamilar. Esta ação visa pressionar a aréola atrás do mamilo 
com o objetivo de apertar os seios lactíferos, que são subareolares. Para a 
efetivação da ordenha manual é necessário se estabelecer ritmo e o tônus dos 
movimentos visando instalar o fluxo (Rego, 2001). 
 
7.4 Armazenamento do leite 
Após a ordenha do leite é necessário armazená-lo bem, para que possa 
ser oferecido ao bebê sem nenhum risco. O leite pode ser conservado 
(http://www.webartigos.com/artigos/aleitamento-materno-e-cuidados-com-as-
mamas/27657/): 
• À temperatura ambiente por até 12 horas; 
• Em geladeira (2º C a 6° C), por 24 a 48 horas; 
• Em freezer (-20°C), por até 3 meses. 
Além disso, deve ser armazenado em um recipiente fervido e muito bem 
tampado. Para servi-lo ao bebê deve-se descongelá-lo ou aquecê-lo em banho-
maria e, em seguida, agitar bem o frasco para completa mistura dos 
componentes. O leite nunca deve ser fervido e após o reaquecimento não pode 
ser congelado novamente, portanto o que não for oferecido à criança deve ser 
descartado. 
 
7.5 Teste do pezinho 
O Teste do