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RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CURSO FGV ANA PAULA GOMES 1. O debate sobre a natureza da cooperação entre Estados soberanos é profundamente influenciado pela distinção entre influência e coerção. A situação onde há apenas influência e não coerção é: a Coréia do Norte assina um tratado com os Estados Unidos para receber ajuda humanitária em troca de acabar com seu programa nuclear. a União Europeia se recusa a aprovar um pacote de ajuda financeira que a Grécia precisa para honrar sua dívida até que o país cumpra uma série de exigências do Banco Central Europeu. o Brasil financia projetos de infraestrutura na África como parte de sua política de cooperação internacional para o desenvolvimento. Os financiamentos são condicionados à contratação de empresas brasileiras. x a embaixada canadense em Washington organiza jantares regulares para os membros do Congresso americano. Por meio de suas redes de contato, os diplomatas canadenses fazem lobby para que o Congresso aprove novas regulações sobre o comércio de alimentos. 2. A ideia de que o poder é um elemento da relação entre os atores internacionais é algo simples, mas que teve enorme influência no estudo das Relações Internacionais após a segunda metade do século XX. Sobre poder como relação, podemos afirmar que: os Estados militarmente mais fortes sempre se sobressaem. os elementos econômicos predominam para se entender o poder de um Estado. x a ideia do poder como relação abre caminho para o estudo dos elementos não materiais do poder. o poder nacional é medido objetivamente, considerando elementos como capacidade militar e econômica. 3. Embora o mundo esteja repleto de guerras civis e de conflitos que envolvem atores não estatais – terrorismo, por exemplo –, guerras entre Estados nacionais têm sido comparativamente raras depois da II Guerra Mundial. Em relação às guerras contemporâneas, podemos afirmar que: baseiam-se em conflitos religiosos. x acontecem mais dentro dos Estados do que fora deles. apenas envolvem disputas sobre armas de destruição em massa. conflitos de cunho nacionalista terminaram por volta do fim da Guerra Fria. RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CURSO FGV ANA PAULA GOMES 4. Considere a visão proposta pela teoria descrita na questão anterior. Embora ela pareça fazer sentido à primeira vista, muitos criticaram essa visão demasiado positiva do comércio internacional. Uma das críticas mais comuns a essa posição é: o comércio sempre favorece os Estados mais fortes militarmente. o comércio aumenta a desigualdade econômica e fomenta os conflitos internos. o comércio sempre causa o subdesenvolvimento econômico e isso leva ao que chamamos de novas guerras. x o comércio não é sempre uma relação entre iguais. Ele envolve certa medida de coerção. As relações assimétricas de comércio podem ser tão nefastas para a paz quanto um mundo com pouca integração econômica. 5. O problema de se oferecer uma resposta internacional aos desafios ambientais é amplamente conhecido. Podemos afirmar que a principal dificuldade em se conseguir acordos internacionais nessa área existe porque: os problemas de poluição dependem principalmente dos indivíduos, não dos Estados. as implicações de segurança internacional do problema afastam os Estados de um acordo na área. x o enorme número de atores envolvidos e o caráter eminentemente difuso do problema faz com que acordos sejam difíceis. a divisão entre Estados ricos – grandes poluidores – e Estados pobres – poluidores menores – faz com que os ricos tenham poucos incentivos para se engajar no problema. 6. A partir dos anos 1990, surgiu um fenômeno típico do sistema internacional – a formação de blocos econômicos regionais, como NAFTA, a União Europeia e a ASEAN. O principal argumento a favor da ideia de que o regionalismo é uma boa estratégia para lidar com a globalização se fundamenta na ideia de que: os processos de liberalização regional podem ser mais controlados pelos Estados do que os de liberalização multilateral. a liberalização regional tem sido adotada pelos ganhos de escala em se comercializar com países geograficamente próximos. X a Liberalização regional prepara Estados para a competição global e aumenta seu poder de barganha em negociações multilaterais. os processos de liberalização regional são uma resposta à dificuldade de avanços nas negociações multilaterais por parte dos Estados que desejam avançar a agenda regional. RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CURSO FGV ANA PAULA GOMES 7. Embora todos os efeitos dos avanços tecnológicos nas últimas décadas não sejam fáceis de ser totalmente compreendidos, há um consenso grande entre economistas e cientistas políticos de que existe uma relação cada vez mais estreita entre o caráter da globalização e o avanço de novas tecnologias em áreas como tecnologia da informação e transporte. Um exemplo dessa relação encontramos em: novas tecnologias de transporte que criam custos para pequenas empresas. novas tecnologias da informação que fizeram surgir novas ameaças, como o terrorismo. acordos de livre comércio que são bem implementados com novas tecnologias de informação. x novas tecnologias de transporte que facilitam a comunicação e permitem que atores econômicos operem globalmente. 8. Junto com o inglês Thomas Hobbes (1588-1679), Immanuel Kant (1724- 1804) foi um dos principais filósofos modernos a teorizar sobre a natureza da guerra e da paz. Suas teorias foram inspiração para movimentos diversos, desde as correntes mais radicais do pacifismo até as ideias neoconservadoras sobre a promoção da paz no Oriente Médio pela disseminação da democracia. Segundo Kant, o principal fator que faz com que as repúblicas sejam menos propensas a fazer guerras é: x o poder de decisão dos cidadãos. a inspiração na República Romana, que era mais pacífica do que o Império Romano. o não envolvimento das repúblicas de seu tempo na sangrenta Guerra da Sucessão Austríaca - 1740-1748. a força do Poder Legislativo – Congresso ou Parlamento – que faz com os Estados não possuam meios para entrar em guerra. 9. Uma das teorias mais importantes sobre a guerra e a paz no mundo hoje passa pela ideia de que a economia é uma peça central do quebra-cabeça da segurança internacional. Segundo essas teorias, podemos afirmar que o papel da interdependência econômica na promoção da paz é: a preferência dos Estados por atividades lucrativas do comércio à guerra. a liberalização do comércio para evitar conflitos com o protecionismo econômico. a preocupação dos políticos racionais com o custo econômico da guerra, o que faz com que eles decidam usar ou não a força. RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CURSO FGV ANA PAULA GOMES X a criação pelo comércio de laços importantes entre os países, o que faz com que seja mais custoso entrar em um conflito armado. 10. O comércio internacional e a revolução tecnológica foram dois dos principais fatores que aumentaram o incentivo para que os Estados cooperassem. Esse mecanismo é o que chamamos de interdependência. O cenário onde existe uma situação real de interdependência é: a Europa depende dos Estados Unidos para sustentar a força do Euro, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos dependem da União Europeia para manter sua influência e poder no mundo. os Estados Unidos dependem de suporte militar do Canadá na guerra no Afeganistão, ao mesmo tempo em que os canadenses dependem dos Estados Unidos para ter acesso ao comércio mundial. o Brasil depende da África para a importação de matérias-primas mais baratas, ao mesmo tempo em que a África depende do Brasil para receber cooperação internacional para o desenvolvimento. X a China depende do mercado de consumo americano para suas indústrias, ao mesmo tempo em que as grandes indústrias dos EUA dependem dos baixos preços de mãode obra da China para se manterem competitivos.