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FACULDADES INTEGRADAS RIO BRANCO GESTÃO DE PESSOAS - JOEL SOUZA DUTRA CAPÍTULO 5 e 6 THABATA PACINI SEGETI RA: 211028 SÃO PAULO 2019 CAPÍTULO 5 Valorização é concretizada pelas recompensas que as pessoas recebem pelo seu trabalho. Ela pode ser expressada como o atendimento das expectativas e necessidades das pessoas, que podem ser econômicas, de crescimento pessoal e profissional, segurança, projeção social, reconhecimento, possibilidade de expressar-se por seu trabalho etc. A empresa pode usar as informações do mercado para se posicionar de forma a manter uma relação competitiva de forma a aplicar as recompensas para atrair e reter pessoas. Os padrões internos também são essenciais para estabelecer critérios de recompensa: a sensação de injustiça é pior que do que a inadequação da recompensa em relação ao mercado. Já a concretização dar-se-á por meio de um reconhecimento formal como um elogio, uma carta, um prêmio ou, até mesmo, em forma salarial, como um aumento. Porém, vale lembrar que é importante que os critérios sejam padronizados para garantir tratamento justo e não reconhecer duas pessoas diferentemente por contribuições semelhantes. Diferentemente do que é visto atualmente, antigamente se esperava uma postura submissa e determinada às metas da empresa, hoje se espera do funcionário uma postura autônoma e empreendedora, o desenvolvimento contínuo da pessoa é essencial para garantir o desenvolvimento da empresa, portanto, as recompensas tem esse intuito de valorizar o desenvolvimento da pessoa. Padrões Internos de Equidade Agregação de Valor É difícil estabelecer padrões internos de equidade, porque sua dificuldade se dá em determinar que esses critérios sejam ao mesmo tempo capazes de traduzir a contribuição, sejam aceitos por todos, mensuráveis, coerentes e consistentes no tempo, ou sejam que possam se aplicar mesmo em tempos turbulentos e instáveis e que sejam simples e transparentes. 1 Por isso, surge a dúvida de como determinar o grau de agregação de valor de uma pessoa para uma organização, para as demais pessoas ou para a comunidade? Para Taylor, a resposta é essa referência se dá na relação trabalho/tempo. Essa ideia utiliza a o cargo como referencial para determinar a agregação de valor das pessoas, portanto, o cargo é constituído por um conjunto de tarefas que caracterizam uma posição. Atualmente, porém, as mudanças acontecem muito rápido, tornando o cargo um valor volátil. Lawler aponta que há um esgotamento do uso do cargo como referencial e que existem vantagens para que essa diferenciação se de a partir das habilidades, o que estimula o autodesenvolvimento, participação no processo decisório e autogestão. No entanto, Hipólito aponta que habilidade pode não representar um diferencial baseado no fato que a performance explica melhor a entrega da pessoa do que a quantidade de habilidades que ela possui. Entretanto, hoje, a medida utilizada para a diferenciação na agregação de valor é o nível de complexidade das atribuições e responsabilidades. Padrões de Complexidade e Padrões de Agregação de Valor Os níveis de complexidade também podem ser medidos, segundo Elliott Jacques a partir do intervalo de tempo entre a tomada de decisão e a possibilidade de avaliação dos resultados decorrentes da mesma. Para ele, quanto mais elevado, maior a capacidade de abstração necessária para que a decisão tomada esteja correto. Embora existam ainda outros critérios que distingam os níveis de complexidade. Ao observar as experiências mais recentes, nota-se que nível de complexidade tem sido associado ao conceito de competência. A competência está atrelada ao produto do trabalho do profissional, o que permite associar para cada competência, diferentes níveis de complexidade de entrega. 2 Novos Padrões de Valorização e Padrões Tradicionais A ideia de compreender a agregação de valor da pessoa por conta do cargo ocupado por ela não é mais utilizada, em seu lugar, os empresários enxergam a entrega da pessoa e avaliam a complexidade dessa entrega. Uma forma de olhar a entrega da pessoa é observar o usa das competências requeridas pela organização. O antes importava para empresa, como o que o colaborador faz, deixa de ser importante, e o que passa a ocupar o cargo dessa importância é o que esta entrega para a empresa como um todo. Era medida pelo cargo em função de uma descrição de tarefas e posicionamento, quando na verdade se encontra em constante desenvolvimento se ocupando de diferentes espaços na organização. A complexidade responde às exigências de um ambiente mais competitivo: flexibilidade estrutura, agilidade de resposta, trazendo o processo decisório para mais próximo da operação, assim como maior envolvimento das pessoas com a organização. Desvincula-se o sistema de diferenciação com o sistema de valorização e a estrutura organizacional, o que tem sido um dos principais estimulantes de sua adoção pelas empresas, de modo a dá-la maior liberdade para alterar sua estrutura organizacional sem alterar o valor do cargo ou espaço ocupacional da pessoa, sem ainda incorrer nos riscos de um sistema totalmente centrado na pessoa, uma vez que o espaço ocupacional é determinado pelas necessidade organizacionais e pela competência da pessoa. Remuneração Tipos de Remuneração x Tipos de Contribuição A melhor forma de concretizar a valorização da pessoa se dá através da remuneração, que traduz em muitas situações a importância relativa da pessoa para a empresa e o seu status profissional para o mercado. 3 Pode ser dividida de acordo com a forma como se apresenta para a pessoa: - Remuneração Direta: total de dinheiro em troca de um trabalho realizado, regular ou periodicamente, fixa ou variável. - Remuneração Indireta: um conjunto de benefícios que a pessoa recebe em função do trabalho realizado. Pode ser relacionado a segurança ou conforto ou seja, tende a ser estendido a todos os funcionários. Pode-se distinguir também a remuneração na forma como esta se apresenta: - Remuneração básica: recebida em troca de seu trabalho, geralmente fixa e baseada no cargo, nas habilidades, nas competências, etc. - Remuneração por senioridade: recebida por tempo de experiência ou dedicação à empresa. Normalmente traduz-se em adicionais percentuais ao salário em função do tempo, mas muito criticada uma vez que não estimula o desenvolvimento da pessoa. - Remuneração por performance: recebida por resultados apresentados, é variável e vinculada a metas. - Remuneração indireta: serve para cobrir expectativas, se encontra na forma de benefícios, serviços ou facilidades. Geralmente em função das necessidades em função da localidade, característicasdos grupos ocupacionais, etc. Parâmetros para a determinação da remuneração adequada Essa valorização se dá por adequação interna e externa, assim como à capacidade da pessoa de sobreviver na sociedade. Onde não há remuneração adequada as pessoas são obrigadas a optar por moradia ou estudos, alimentação ou vestimenta, etc. Apesar de vários autores utilizarem o mercado de trabalho como elemento de referência para determinar os salários, a realidade é outra. 4 Lógica do Mercado em relação à remuneração: De um lado, tem-se a oferta e demanda de trabalho, quando tem-se grande oferta de mão-de-obra e baixa demanda por trabalhadores, os salários tendem a declinar. Por outro lado, quanto maior a capacidade de agregação de valor da pessoa, maior é a sua valorização pelo mercado. A aceleração da carreira ocorre quando a pessoa é colocada em situações mais desafiadoras, nesses casos, a pessoa consegue aumentar sua capacidade agregar valor em um menor período de tempo e portanto, aumentar seu valor de mercado. O mesmo se aplica inversamente. 5 CAPÍTULO 6 Atualmente, necessita-se de novas formas de gerir pessoas, o que levou e continua levando as empresas a alterar de forma natural e espontânea, sua forma de gerir pessoas de forma a atender às demandas e pressões provenientes do ambiente externo e interno. Ainda assim, é importante frisar que nem todos os aspectos dessa nova gestão podem ser positivos, uma vez que muitas empresas se utilizarão dos conceitos de competência e complexidade como forma de extrair resultados do trabalho das pessoas sem ainda se preocuparem em patrocinar esse desenvolvimento. Devem-se, então, considerar que as empresas estão orientando sua gestão para o curto prazo e poderão sofrer consequências disso, das quais inclui a dificuldade em sustentar vantagens competitivas e de atrair e reter pessoas importantes para a organização por que essas mesmas pessoas estarão procurando cada vez mais uma relação que lhes agregue valor e desenvolvimento. As empresas necessitarão cada vez mais de um número crescente de trabalhadores especializados e essas pessoas precisarão de atualização contínua para manterem-se competitivas no mercado. Esse processo de movimentação, desenvolvimento e valorização das pessoas ganharão destaque para gerenciar a conciliação de expectativas entre empresas e pessoas. As relações de trabalho se tornarão mais complexas, tendo as empresas que se preocupar com todas as pessoas com quem mantiverem relações de trabalho, independentemente da forma de contratação legal. Essa maior complexidade irá gerar aumento no padrão de exigência em relação às pessoas, não só em termos de qualificação como em capacidade de resposta para as necessidades da empresa, por isso, o investimento efetuado por toda a sociedade se enfocará mais no desenvolvimento das habilidades e das competências que dos conhecimentos. 6 Efeitos Perversos da Gestão de Pessoas a Serem Evitados A revisão efetuada pelas empresas na sua forma de gerir pessoas é muitas vezes realizada como uma reação às pressões recebidas e com baixo nível de consciência dos fatos. Os casos bem-sucedidos são copiados por outras empresas sem a preocupação com a compreensão do contexto em que o caso estava inserido nem com os aspectos geradores do sucesso, o que provoca um uso inadequado dos conceitos e ferramentas e esse uso inadequado é que gerará efeitos indesejáveis ou perversos, como por exemplo: 1. Desarticulação Conceitual: com muitas formas de se interpretar e de se utilizar esses novos conceitos, pode acabar havendo uma falta de articulação entre os conceitos de forma a sustentar a coerência da gestão de pessoas. A ausência dessa articulação pode gerar uma empresa que tenha um discurso modernizador, mas que seja, na prática, retrógrada. 2. Exploração do trabalhador: esses conceitos são eficientes para gerar no trabalhador um comportamento para com a empresa, o que permite à empresa obter mais produtividade e empenho sem necessariamente oferecer uma contrapartida vantajosa. 3. Deslocamento estratégico: se o modelo de gestão não estiver articulado com o compromisso estratégico da empresa ou negócio, isso causará fissuras na empresa que afetará tanto a relação entre pessoas e na própria organização, o que pode gerar a perda de pessoas importantes, movimentos grevistas, falta de comprometimento, etc. 4. Desarticulação com as pessoas: se o modelo de gestão estiver alinhado aos objetivos organizacionais, mas desarticulado em relação às expectativas das pessoas, suas práticas não terão credibilidade e não se sustentarão por muito tempo. 7