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Módulos mínimos de produção_ custos da produção de leite em pasto - Radar Técnico - Pastagens - MilkPoint

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05/04/2017 Módulos mínimos de produção: custos da produção de leite em pasto ­ Radar Técnico ­ Pastagens ­ MilkPoint
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Módulos mínimos de produção: custos da
produção de leite em pasto
 
Nas  últimas  décadas  são  consideráveis  os  avanços  no  campo  da  nutrição  e
alimentação de ruminantes. Novas técnicas de alimentação e manejo foram propostas
para  minimizar  os  custos  e  aumentar  a  renda  dos  diversos  setores  e  sistemas
produtivos.
Em se tratando de produção de leite em pasto, quando a forragem é diretamente colhida
pelo  animal,  os  custos  de  produção  podem  sofrer  sensível  redução.  A  oferta  de
alimento  no  momento  certo  (ponto  ótimo  de  manejo  da  forragem)  e  em  quantidade
adequada resulta em dieta volumosa adequada para que as vacas possam produzir até
12  litros  de  leite  por  dia  (Deresz  e  Matos,  1996),  desde  que  os  animais  tenham
potencial genético para tanto.
Dessa  forma,  um  sistema  com  pastagem  bem  estabelecia,  e  baixo  custo  de
implantação  em  comparação  aos  demais  sistemas  de  produção  de  leite,  confere
segurança e versatilidade  frente aos altos preços de  insumos e baixo preço do  leite.
Considerando como base o pasto (volumoso de verão), é de fundamental importância
utilizar sistemas mais produtivos (lotação/ha) plantando forrageiras de alto potencial de
produção.
Assim,  dentre  estes  sistemas,  uma das  opções  é  a  adoção  do  pastejo  com  lotação
rotacionada, que nada mais é que uma área subdividida em piquetes (por meio de cerca
eletrificada), tendo como finalidade fornecer ao animal forragem de alta qualidade. Após
o  pastejo,  este  capim  deverá  ser  adubado  (verão).  No  inverno,  o  uso  da  cana  de
açúcar  substitui  a  silagem  ou  feno,  alimentos  mais  caros  (Tabela  1)  utilizados
rotineiramente  nos  sistemas  de  confinamento.  A  cana­de­açúcar  é  hoje  o  volumoso
mais  barato  depois  do  pasto.  Embora  quando  usada  exclusivamente,  proporcione
baixas  produções  de  leite  por  animal  por  dia  (4­6  litros),  é  atrativa  por  ser  de  baixo
custo e de fácil manejo.
Tabela 1. Preços (R$) do kg de massa seca dos volumosos
Quanto à suplementação das vacas ao  longo do ano, estas não precisam de rações
que  contenham produtos milagrosos  que,  a  um passe de mágica,  farão  com que os
animais,  aumentem  a  produção. O  uso  de  subprodutos  da  agroindústria  como  parte
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desta suplementação, tem se tornado prática comum, com resultados positivos para o
sistema, reduzindo o preço do concentrado utilizado.
Para fechar um sistema simples e objetivo, o armazenamento do leite produzido deve
ser  levado  a  sério,  mesmo  que  os  preços  para  se  produzir  leite  em  pasto  sejam
menores,  em  comparação  à  produção  de  leite  com  vacas  confinadas.  Embora  as
lucratividades, segundo a literatura, sejam por volta de 20 a 30 % sem considerarmos
mão de obra, a obrigação é que o leite entregue ao caminhão que vem até a fazenda ou
levado  até  um  tanque  comunitário,  esteja  em  perfeitas  condições  físico­químicas  e
microbiológicas.
Esta publicação, objetiva relacionar e quantificar os custos de uma produção leiteira em
pasto, desde a  implantação da espécie  forrageira até a entrega do  leite no  tanque de
resfriamento. Assim, seguem abaixo os custos de uma produção leiteira em pasto com
produção de 300 litros de leite por dia, atualizado para o ano de 2010.
Para  tanto,  cabe  ressaltar  que  os  alguns  cálculos  foram  realizados  por  docentes  e
discentes  da  área  de  Forragicultura  e  Pastagens  do  curso  de  Pós­Graduação  em
Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP de Botucatu,
incentivados pelos constantes questionamentos referentes a viabilidade dos sistemas
de produção de leite em pastagem conduzidos com mão­de­obra familiar, tendo como
base informações IBGE, de que o Brasil possui 4,8 milhões de estabelecimentos rurais
e dentre eles 4,1 milhões são estabelecimentos familiares com média de 26 ha cada. A
renda mensal média é de zero ou negativa para 15 % destes, 55% até R$ 250,00, 20%
entre R$ 250 e 666,00, 5% entre 666 e R$ 1.250,00, 3% entre 1.250 e R$ 2.291,00 e,
apenas 2% acima deste valor. Assim, justifica­se esta preocupação em relação à área
do sistema e a renda do mesmo. Considerou­se então, uma família que conseguisse
obter 3 salários mínimos de rentabilidade no sistema, tendo como base no ano de 2010,
o salário mínimo de R$ 510,00.
Assim,  para  efeito  de  cálculo,  tomaremos  por  base,  uma  rentabilidade  de  25%  (sem
considerar custos com mão de obra, a qual será  familiar). No entanto,  fixaremos um
salário hipotético de 3 salários mínimos (3* R$ 510,00 = R$ 1530,00) e um preço do
leite de R$ 0,70 (média histórica). Aplicando­se rentabilidade de 25%, temos por litro de
leite  vendido,  lucro  de  R$  0,18.  Para  uma  renda  de  R$  1.530,00  (1530,00  /  0,18)  a
produção  diária  deve  ser  de  283  litros.  Para  isso,  necessita­se  de  18  vacas  em
lactação de 16 litros de leite em média, mais 6 vacas secas. Considerando uma taxa de
lotação no pasto (verão) de 15 UA/ha e 1 hectare de cana para alimentar 20 a 25 vacas
durante um período de 150 dias (inverno) temos: 1,6 ha de pastagem (verão) e 1 ha de
cana  de  açúcar,  ambos,  bem  manejados.  Além  disso,  computou­se  1  ha  para
instalações.
No entanto, não só produzir a baixo custo é necessário, mas que o investimento inicial
seja  o  menor  possível.  Para  tanto,  considerando  uma  rentabilidade  igual  a  citada
anteriormente,  de  três  salários  mínimos,  é  comum  observarmos  sistemas  rentáveis
como a criação de frangos por exemplo que em menos de 1 ha, consegue­se rendas
acima do previsto. Todavia, o investimento inicial é alto considerando os equipamentos
utilizados, dentre eles bebedouros, comedouros além de toda a estrutura de barracão e
demais construções.
Neste contexto, de acordo com a Tabela 2, observam­se os custos para o módulo de
produção de leite em pasto, desde a implantação do pasto, compra de animais e custo
de  investimentos  com  instalações.  As  instalações  serão  o  mais  simples  possível,
porém funcionais para o aspecto de higiene, condições de trabalho e versatilidade. Na
Tabela 3, encontram­se os valores do custo de manutenção das benfeitorias, diluídos
para os anos de utilização. Ainda, na Tabela 4, encontram­se a receita do leite vendido
e os custos de produção, não inclusos gastos com mão de obra.
Tabela 2. Custos de implantação do sistema (módulo de produção de 300 l de leite por
dia).
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Tabela 3. Custos anuais com respectivas diluições para os anos de utilização.
Tabela 4. Receita anual para o módulo de produção proposto.
A partir da visualização das tabelas, pode­se concluir que a produção de leite é rentável
(R$ 1.530,00) em pequenas áreas (3,6 ha), em relação ás outras atividades pecuárias
como a bovinocultura de corte e ovinocultura que necessitam de áreas maiores para se
obtero mesmo lucro, que serão abordadas em outras publicações. Apesar dos custos
iniciais  inerentes  à  atividade,  é  possível  diluí­los.  Assim,  toda  e  qualquer  benfeitoria
pode  ser  financiada,  bem  como  a  compra  dos  animais  que,  pode  ser  gradativa  e
seguindo  metas  previamente  estabelecidas.  Para  tanto,  todo  e  qualquer  sistema  de
produção  precisa  de  planejamento  e  oportunidades  de  mercado,  devidamente
gerenciados,  para  cumprir  objetivos  e  alcançar  o  sucesso.  Fica  evidente  que  a
produção de leite em pasto é a atividade pecuária que demanda menor área quando se
trata de estabelecimentos familiares.
Literatura citada
CEPEA/ESALQ­USP ­ Metodologia do índice de preços dos insumos utilizados na
produção pecuária Brasileira. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
­ Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. 2010.
DERESZ,  F.;  MATOS,  L.  L.  Influência  do  período  de  descanso  da  pastagem  de
capim  elefante  na  produção  de  leite  de  vacas  mestiças  Holandês  x  Zebu.  In:
Reunião Anual  da Sociedade Brasileira  de Zootecnia,  33,  1996, Fortaleza. Fortaleza:
SBZ, 1996. v.3, p.166­167.
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Marco Aurélio Factori    Presidente Prudente ­ São Paulo
Professor na UNOESTE ­ Presidente Prudente Zootecnista, Dr. em Zootecnia pela
FMVZ/UNESP ­ Botucatu SP. Manejo de Pastagens, Conservação de Forragens e
Nutrição Animal com foco em nutrição de Ruminantes.
CINIRO COSTA    Botucatu ­ São Paulo
PROF. FORRAGICULTURA E PASTAGENS
Paulo Roberto de Lima Meirelles    Botucatu ­ São Paulo
Pesquisa/ensino
Cristiano Magalhães Pariz    Ilha Solteira ­ São Paulo
Estudante
Tags: pasto, mão de obra, açúcar, forragem, forrageira, seca, fortaleza, levado, deresz, matos,
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