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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA – 7º FLEX e 8º SEMESTRE
KÁTIA DE CÁSSIA DE OLIVEIRA
ALFABETIZAÇÃO E AFETO:
Juntos um verdadeiro sucesso
Governador Valadres
2017
KÁTIA DE CÁSSIA DE OLIVEIRA
ALFABETIZAÇÃO E AFETO:
Juntos um verdadeiro sucesso
Projeto deEnsino apresentado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de título de Pedagogo.
 Orientador: Natália Gomes dos Santos
Governador Valadares
2017
AGRADECIMENTOS
A Deus pоr tеr mе dado saúde е força pаrа superar аs dificuldades.
Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional, e ao meu marido e filhos.
Inventaram  um sentimento afetivo
e deram o nome  de Amor.
Edson Bastos
DE OLIVEIRA, Kátia de Cássia. ALFABETIZAÇÃO E AFETO: Juntos um verdadeiro sucesso. 2017. 24 folhas. Projeto de ensino ( Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Governador Valadares, 2017.
RESUMO 
O projeto de pesquisa tem como objetivo de mostrar o quanto o sentimento afetivo é importante no processo de ensino aprendizagem entre professor-aluno, retratando que a afetividade pode definir o sucesso de uma criança na escola e em toda sua sua vida. O presente estudo nos chama a refletir sobre o afeto, onde o professor se torna o principal mediador dessa afetividade em sala de aula propiciando a aprendizagem, assim é possivel melhorar o convívio do aluno com o professor, permitindo um relacionamento estabelecido entre a amizade e o respeito, desenvolvendo assim o seu próprio progresso. Este projeto se resguarda em pesquisa bibliográficae sua fundamentação teórica sebaseia em teóricos como Cunha, Piaget, Cury, Vygotsky, Almeida e outros. Os autores citados mostram que o afeto é necessário para o desenvolvimento cognitivo do aluno. Com os resultados foi possivel ver que a afetividade, além de mediar o aprendizado torna possível melhorar as relações interpessoais, fortalecendo os laços de amizade, permitindo existir o respeito, amizade,solidariedade,generosidade, confiança. 
Palavras-chave: Afetividade. Sucesso / Aprendizagem. Relação aluno-professor.
sumário
1. Introdução......................................................................................................7
2 Revisão Bibliográfica .....................................................................................8
2.1 O que é afeto? ............... ..............................................................................8
2.2 O processo de Ensino aprendizagem........................................................9
2.3 O sucesso da alfabetização junto ao afeto ............................................13
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino................................18
3.1Tema e linha de pesquisa............................................................................18
3.2 Justificativa..................................................................................................18
3.3 Problematização..........................................................................................18
3.4 Objetivos......................................................................................................19
3.5 Conteúdos...................................................................................................19
3.6 Processo de desenvolvimento..................................................................19
3.7 Tempo para a realização do projeto.........................................................19 
3.8 Recursos humanos e materiais.................................................................20 
3.9 Avaliação......................................................................................................20 
4 Considerações Finais.....................................................................................21 
5 Referências......................................................................................................22 
6 Apêndice .........................................................................................................23 
1 INTRODUÇÃO 
Dar afeto e carinho deveria ser a primeira preocupação dos educadores, porque é um elemento que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança. 
A escolha deste projeto com o tema sobre o sentimento afetivo se deu pela observação do cotidiano escolar que pode ser visto nos estágios onde os alunos vivenciam uma rotina de vida com conflitos tanto na família quanto na própria sociedade que acabam influenciando na construção dos valores éticos e morais do ser humano. 
Tal projeto tem o objetivo de promover mudanças de postura em relação ao docente e discente em relação a afetividade. Promovendo a conscientização do professor sobre o seu papel de mediador nesse processo de construção do afeto na escola mostrando o quanto a relação afetiva influencia no processo de ensino aprendizagem de crianças nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (Brasil,1997), estabelecem uma referência ao currículo do ensino fundamental. Esse currículo visa o desenvolvimento de capacidades como de relações  interpessoais, cognitivas, afetivas, éticas, estéticas. Enfatizando então que o afeto deve estar inserido na aprendizagem escolar.
No projeto serão abordados argumentos que buscam ressaltar a importância da sentimento afetivo no processo de ensino/aprendizagem dos alunos, mostrando que o mesmo promove um crescimento do nível de aprendizagem dos educandos. 
Os argumentos citados acima justificam o desafio desta pesquisa sobre a importância da afetividade na relação aluno/professor para a construção do ser humano, investigando o afeto e a autoestima  no processo da aprendizagem. 
A avaliação desse projeto, será uma avaliação reflexiva, buscando mudança de comportamento, visando o afeto na escola.
Por fim pretendemos através de um trabalho amparado em pesquisa bibliográfica, analisar e discutir como tem ocorrido a afetividade na prática pedagógica entre professor/ aluno.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 o que é afeto?
 Não existe uma sociedade sem afeto em uma sociedade sem afetividade, esse sentimento ajuda a ter um mundo mais humanizado e melhor. Tal sentimento nasce com o ser humano pois é possível perceber o mesmo nos primeiros dias de vida.
 Todavia, é necessário demonstrar o afeto em todos os ambientes que existe. Principalmente nas instituições escolares, locais vistos como extensores de seus lares, já que muitos, nos dias atuais, passam mais tempo na escola do que em suas residências. Já que a escola não é lugar de contribuir para a formação da personalidade de seus alunos. 
Henry Wallon aborda que a afetividade deve estar atrelada ao objeto de estudo e ao cotidiano da criança, pois o afeto faz parte do processo de desenvolvimento do homem. Veja a citação a seguir:
 “[...] a afetividade refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo e interno por meio de sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis” (2007, apud ALMEIDA; MAHONEY, 2007, p. 17). 
No dicionário difine-se afetividade como o “Conjunto de fenômenos de natureza psíquica que envolve emoções e sentimentos e etc. Apesar de não ser possível chegar a um conceito exato pelo fato de o homem ser afetadopelo o mundo que cerca.
Para Wallon (2005 apud BRUNO, 2012), o meio molda a personalidade humana, pois o modo como o ser humano reage a determinadas situações de afeto depende do mundo que o cerca. Assim, entende-se que o ser humano age e reage de acordo o meio em que vive. Podemos citar como exemplo as pessoas que são mal tratadas e moram em lugares com alto índice de criminalidade, as mesmas são rebeldes e cometem crimes com naturalidade, já as bem tratadas e que recebem atenção e afeto reagem de forma totalmente distinta, com positividade.
Cunha 2010 aborda que a escola é quem melhor pode promover a vida, de vivência plena, sem desperdício, expressando o valor da coletividade na individualidade de cada um, participando do cotidiano e produzindo conhecimentos por meio da afetividade. 
 A escola juntamente com a família da criança têm um papel muito importante na formação do caráter do aluno, pois ambas tem função de transmitir valores que levará para o resto da vida, já que o diálogo e o afeto são fundamentais nesse processo. Com a união da família e escola o indivíduo constrói sua personalidade com autoestima, confiança e bons sentimentos.
Enfatiza-se acima o quanto é importante uma educação pautada no afeto, onde família e escola se unem em prol de um desenvolvimento saudável, pois uma criança feliz é uma criança que aprende mais. 
2.2 O processo de ensino/aprendizagem
 A afetividade pode facilitar o ensino/aprendizagem do aluno já que o processo educativo requer do professor um papel de mediador do ensino. 
Cunha (2008), nos mostra a importância que o professor deve ter ao procurar conhecer o seu aluno de forma particular, principalmente no que diz respeito aos estágios de desenvolvimento cognitivo de seu aluno, para que possa utilizar-se de recursos adequados e ao mesmo tempo estimulativos, facilitando assim de forma significativa o aprendizado do aluno. Para Piaget (2005) a afetividade é um dos principais elementos da inteligência, ela pode ajudar no desenvolvimento do aluno, como também pode prejudicar pelo excesso dos pais, que ocorre na super proteção. Por isso é tão necessário entender os seres humanos e praticarmos uma pedagogia afetiva. 
Para se educar é importante dá oportunidade do aluno aprender, e buscar suas próprias verdades, e não apenas transferir determinado conhecimento. Para isso é preciso usar diversos meios como a afetividade para que o aluno tenha prazer em estudar. Veja o que Cunha (2008, p.51) diz a seguir: 
Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista da atenção do aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe em lugares que, muitas vezes estão fechados às possiblidades acadêmicas. Considerando o nível de dispersão, conflitos familiares e pessoais e até comportamentos agressivos na escola hoje em dia, seria difícil encontrar algum outro mecanismo de auxílio ao professor mais eficaz. 
A afetividade é uma importante ferramenta para auxiliar o educador, pois o afeto sendo desenvolvido em sala de aula para alcançar a atenção do aluno, certamente pode provocar por parte do aluno uma boa receptiva do mesmo, em querer aprender e ao mesmo tempo tornar-se participativo. A afetividade tem mesmo esse poder de derrubar muralhas emocionais, de romper bloqueios psicológicos e também de promover um bem estar no aluno. 
Com o afeto o aluno consegue interagir com o professor com e com seus colegas de classe, que ocorre a troca de informações através do diálogo, em que o aluno vai se desenvolver intelectualmente na interação das atividades. Cunha apud Piaget (2007, p.54) aponta quatro estágios, com diferentes níveis “[...] sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais. Cada período constitui um momento do desenvolvimento, onde são construídas estruturas cognitivas singulares”. 
Cunha (2008) aborda que é importante que o professor conheça os estágios do desenvolvimento cognitivo do seu aluno, para utilizar a maneira certa de ensinar, estimulando e não restringindo, e sempre adequadas a idade. 
Isso significa que primeiro se ganha a confiança do aluno, através de um diálogo afetivo para depois começar a ensinar, através de exercícios que desenvolvem o aluno. De acordo com Montessori apud Cunha (2008, p.59) fala que: 
Um educador mal preparado para observar a alma infantil e o dinamismo das nuances do seu desenvolvimento cognitivo pode calcar a sua natural necessidade para o aprendizado escolar e, consequentemente de expressar-se. É necessário manter a prodigiosa aptidão da criança que, enquanto vive plenamente, aprende. 
Entende-se que se o educador estiver mal preparado impedirá este avanço da criança, seu crescimento, deixando conseqüências para toda vida. Para Cunha (2008, p..63): 
O modelo de educação que funcionava verdadeiramente é aquele que começa pela necessidade de quem aprende e não pelos conceitos de quem ensina. Ademais, a prática pedagógica para afetar o aprendente deve ser acompanhada por uma atitude vicária do professor. 
O ensinar não deve ser visto apenas como transferência de conhecimentos como se o aluno fosse um banco e nós depositássemos o conhecimento nele, mas sim que um aprende com o outro e que a criança precisa se divertir e aprender ao mesmo tempo. 
Para um ensino diferenciado é preciso transformar o aprendizado em algo bom, divertido, prazeroso, permitindo o professor conhecer seu alunos tanto no contexto escolar quanto fora. De acordo com Cunha (2008, p.67): 
[...] o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto. São as nossas emoções que nos ajudam a interpretar os processos químicos, elétricos, biológicos e sociais que experienciamos, e a vivência das experiências que amamos é que determinará a nossa qualidade de vida. Por esta razão, todos estão aptos a aprender quando amarem, quando desejarem, quando forem felizes. 
Segundo Cunha a afetividade será algo determinante na vida do aluno, pois o mesmo se sentindo feliz e amado sentirá o desejo de aprender mais. Assim Cunha (2008, p.69) relata que: 
Há professores – mesmo com pouquíssimos recursos- que afetam tanto que são capazes de transformar suas aulas em dínamos de inteligências, mesmo recitando o catálogo telefônico. Pode ser um exagero usar o catálogo como metáfora, mas na verdade, em nossa memória, o que mais conservamos são as coisas que nos afetam, para o bem ou para o mal. 
Para Cunha (2008) o professor saber dar uma aula excelente, com conteúdos que chamam atenção deixará marcas positivas pra sempre na vida do educando. Martinelli (2005, p.116) fala que a escola deve: 
Propiciar um ambiente favorável à aprendizagem em que sejam trabalhados a autoestima, a confiança, o respeito mútuo, a valorização do aluno sem contudo esquecermos da importância de um ambiente desafiador, [...] mas que mantenha um nível aceitável de tensões e cobranças, são algumas das situações que devem ser pensadas e avaliadas pelos educadores na condução do seu trabalho. 
O professor ideal não pode ser aquele que fala horas e horas na sala de aula, mas sim o que consegue formar um diálogo entre professor/aluno e toda classe. É o que acredita que o aluno tem capacidade de gerar ideias e colocá-las em prática. 
Cunha aborda que o professor é o protagonista de uma cena que é vivida pelos alunos na sua rotina escolar, a qual demonstra ser o professor o centro das atenções dos seus alunos. A postura do educador se manifesta na percepção e na sensibilidade aos interesses das crianças que em cadaidade diferem em seu pensamento e modo de sentir o mundo. O mesmo exerce em sala de aula um papel tão importante e sublime que é capaz de mexer com a emoção dos seus alunos, através de um simples sorriso, um abraço, um aperto de mão, enfim, demonstrando afeto em suas palavras e atitudes. Veja o que Cury (2003, p.64) relata: 
Bons professores falam com a voz, professores fascinantes falam com os olhos. Bons professores são didáticos, professores fascinantes vão além. Possuem sensibilidade para falar ao coração de seus alunos. 
De acordo com o autor citado acima o docente precisa ter afeto e também saber estimular seu aluno a pensar, e querer construir a sua própria história, pois através da relação afetiva entre o professor e os alunos, serão construídos valores humanos que irão refletir durante toda a vida do aluno. Cury (2003, p.65) diz que: 
Os educadores apesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos.
Acredita-se que a maior recompensa de um professor é o aluno aprender com êxito e saber que o mesmo é capaz de argumentar e desenvolver grandes idéias. Saber que seu trabalho não foi em vão e que com a afetividade transforma cidadãos.
2.3 O sucesso da alfabetização junto ao afeto 
A alfabetização deve ser destacada no processo de ensino e aprendizagem. Falar em alfabetização é pensar em ensinar a ler e a escrever, ensinar as letras do alfabeto e montar e ler frases. 
Ao consultar o dicionário foi possível ver várias definições, uma delas é que a alfabetização é a ação ou resultado de alfabetizar, de ensinar a ler e escrever, aprendizado e desenvolvimento da capacidade do uso da escrita. 
De acordo com Cunha (2010) é necessário que a emoção seja o ponto de partida de qualquer trabalho pedagógico. Pois a emoção do que aprende apropria-se do que será apreendido fazendo com que a afetividade atue em dois momentos o afeto sendo no início do processo de aprendizagem para chamar a atenção e no final para ajudar a memória para relembrar algumas informações. 
Entende-se que para que ocorra uma aprendizagem com êxito e satisfação é preciso que o aluno esteja em um ambiente propício que colabore nesse procedimento de alfabetização. 
O processo de alfabetização é para a criança uma grande experiência que fica pra toda vida, pois com essa etapa sua vida muda por completo, o mesmo passa a conhecer um mundo novo e diferente, aumentando os desafios fazendo com que o discente esteja preparado para a sociedade na qual se inicia o processo de transformação que deve servir ao objetivo de alimentá-la em seu crescimento pessoal e intelectual. 
O educadortem o poder de influenciar seu aluno e por isso precisa criar um ambiente humano e com harmonia.Almeida ( 2004, p.123) afirma que:
[...] o professor desempenha um papel ativo na construção da pessoa do aluno. O professor deve basear a sua ação fundamentada no pressuposto de que o aluno conquista no plano afetivo é um lastro para o desenvolvimento cognitivo, e vice-versa. 
As crianças,na sua fase inicial de estudo, ou seja nos anos iniciais do Ensino Fundamental, precisam ser acolhidas e também precisam de muito afeto, porque as mesmas tem na maioria das vezes um lar onde são amadas e protegidas. Assim sentem a nbecessidade de receber o mesmo carinho de casa. Palacios e Hidalgo (2004, p. 252) relatam que:
Durante esses primeiros anos da infância, o principal contexto no qual a grande maioria das crianças cresce e se desenvolve é a família. A medida que avançam no desenvolvimento, as crianças vão tendo acesso e participando de novos contextos e, como conseqüência, vão aparecendo novas fontes de influência no desenvolvimento da personalidade. A escola e a família se transformam, então, nos dois contextos mais influentes voltados para a configuração da personalidade infantil; os pais, os professores, o grupo de iguais irão transformar-se nos agentes sociais mais importantes e decisivos durante esses anos. 
 Dessa forma, a escola se torna um lugar de total relevância para o desenvolvimento do homem, sendo necessário que crie condições para um bom relacionamento com seus alunos onde reine a harmonia, para que aconteça o processo de ensino aprendizagem. De acordo com Souza (1970, p. 10), é preciso satisfazer a necessidade da criança que é o amor para conseguir sucesso no aprendizado. Veja:
Para que haja um desenvolvimento harmonioso é importante satisfazer a necessidade fundamental da criança que é o amor. [...] O professor, na sua responsabilidade e no seu conhecimento da importância de sua atuação, pode produzir modificações no comportamento infantil, transformando as condições negativas através das experiências positivas que pode proporcionar. Estabelecerá, assim, de forma correta, o seu relacionamento com a criança, levando-a a vencer suas dificuldades. 
É necessário pensar em afetividade e educação ao mesmo tempo, pois o papel do professor além de ensinar é fazer seus alunos felizes e com equilíbrio emocional. Assim a criança será capaz de conviver em sociedade sem problemas.
Não se pode esquecer que a escola é uma instituição onde há diversos funcionários e todos são participantes na educação escolar das crianças que a eles são confiadas. Todos devem acolhê-las e atendê-las com afeto e dedicação para que possam transmitir tais valores, pois se sabe que a criança espelha-se no adulto, reproduzindo os valores por eles transmitidos. 
Segundo Freire (1996, p. 22), “[...] ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Essas possibilidades devem estar ligadas a afetividade, pois uma criança que recebe carinho é capaz de desenvolver a autonomia e a autoestima, fatores significativos para o seu aprendizado, visto que uma criança autoconfiante tem mais probabilidade em desenvolver-se de maneira saudável. 
É de suma importância que o aluno seja visto com um ser pensante, capaz de enfrentar seus próprios desafios. Ensinar é o mesmo que saber ouvir seu aluno, sendo capaz de se colocar no lugar dele. Freire (1996, p.130) complementa que:
Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles. 
 Entende-se que é necessário que o educador conheça seu discente e permita que o mesmo desenvolva sua própria autonomia. Para que isso aconteça faz-se necessária a criação de vínculos afetivos entre professor e aluno. Assim será possível o diálogo e confiança entre os mesmos, transformando seu aluno em um cidadão de bem.
Para entender melhor sobre a importância da afetividade no processo de ensino/aprendizagem foi utilizado como recurso, uma pesquisa investigativa com os alunos, realizada na Escola Estadual Vicente José Soares em Santo Antônio do Pontal ( Governador Valadares) , em turmas do 4° e 5° ano do Ensino Fundamental, buscando identificar entre os alunos, qual seria o perfil de um bom professor e o que faz o educador ser ideal, além de perguntar também sobre quais assuntos os alunos gostam de conversar com seus educadores. 
O resultado foi representado em gráficos e foi possível perceber que os alunos entendem que o professor ideal além de ensinar,também precisa ter atitude, respeito, disciplina, paciência e entender situação, ajudar, brincar, ter sabedoria, educação, amizade, saber ouvir, ser razoávele dedicado. E também que os alunos gostam de conversar com os professores assuntos diversos e não só sobre a disciplina. 
Observe os gráficos a seguir: 
Percebe-se também o quanto o professor é importante para o aluno o também é possivel constatar que para eles o professor representa uma forte influência em seu aprendizado. Desse modo, Souza (1970) entende que a influência mais importante no processo educativo é a figura do professor; ele pode contribuir para modificações positivas no comportamento infantil. 
Todos os alunos alegam gostar de carinho e atenção. Consequentemente, o que eles mais admiram nos professores dos quais mais gostam também é o carinho e dedicação para com eles. 
3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO
3.1Tema e linha de pesquisa 
O projeto de ensino tem como tema central a importância da afetividade no processo de ensino/aprendizagem. A linha de pesquisa baseia-se em autores que enfatiza a influência do afeto na relação professor-aluno na aprendizagem escolar e também na formação do aluno na vida como um todo. Esse tema foi escolhido pois está ligado ao sucesso do aluno e também a todo funcionamento eficaz da escola, buscando refletir sobre o quanto é importante o papel no professor que trabalha e não se esquece de que o afeto é o ápice da educação.Acredito que todo educador após ler esse trabalho sairá mais comprometido com a nobre missão de educar.
3.2 Justificativa 
O tema foi escolhido, pois desde que a autora do trabalho começou o estágio sentiu a necessidade de mostrar o quanto a afetividade é importante para o desenvolvimento do aluno. Também pela curiosidade de saber como funciona a interação no dia-a-dia da sala de aula buscando um ambiente afetivo e prazeroso. 
3.3 Problematização 
É certo que a relação afetiva entre professor/aluno na escola, influencia e muito na eficácia da aprendizagem. Foi possível perceber que muitos teóricos falam a respeito da aprendizagem, Vygotsky aborda que o aluno vem com um conhecimento prévio, ou seja, uma experiência trazida de casa.Com esse conhecimento prévio o professor pode ensinar novas coisas.Portanto se não houver um sentimento afetivo o educador não conseguirá transmitir conhecimento para seu educando. Assim se torna de suma importância a relação de afetividade entre o professor/aluno, porque essa relação está diretamente ligada a aprendizagem do aluno. 
3.4 Objetivos 
Mostrar a importância da afetividade entre professor e aluno no processo de ensino aprendizagem;
proporcionar uma reflexão do educador sobre sua forma de ensinar;
Analisar e discutir como deve ser o professor ideal.
3.5 Conteúdos 
teóricos que abordam a afetividade na escola. 
temas como o perfil do bom professor, 
a influência da afetividade no processo de aprendizagem dos alunos 
3.6 Processo de desenvolvimento 
O projeto será desenvolvido teoricamente baseado em autores, Cunha, Piaget, Cury, Vygotsky e Almeida. Primeiro foi lido roteiro do projeto de ensino, para que fosse possível entender a proposta de trabalho. Depois foi feita pesquisas para buscar um embasamento teórico sobre o tema. Após ser realizada a leitura comecei a elaborar o projeto de acordo com o roteiro. Na introduçao abordei o tema afetividade, na revisão bibliográfica utilizei várias referências como suporte na tese defendida, que é a afetividade. Utilizamos como recurso, uma pesquisa investigativa com os alunos, para identificarmos entre os alunos, qual seria o perfil de um bom professor, afim de refletirmos em cima do resultado obtido, como tem sido a nossa prática pedagógica em sala de aula e qual tem sido o olhar do nosso aluno para nós. O resultado foi representado em gráficos.
3.7 Tempo para a realização do projeto 
A realização do projeto foi executada em várias etapas com duração de quase 2 meses e 10 dias ( dia 03/08 a 27/10). Segue abaixo as etapas:
Escolha do tema. 
Pesquisa bibliográfica.
Escolha e Leitura 
Elaboração dos objetivos do projeto. 
Início da elaboração da introdução do projeto e Elaboração da redação do relatório do projeto.
 Início da elaboração do desenvolvimento do projeto de ensino.
Análise do resultado da pesquisa e montagem do gráfico. 
 Reflexão sobre o tema.
Término do projeto.
 Avaliação diagnóstica e elaboração das considerações finais. 
3.8 Recursos humanos e materiais
Materiais:
os livros das obras literárias 
computador
lápis
borracha
impressos sobre o assunto
Recursos humanos:
os alunos que responderam à pesquisa 
os professores que me orientou
todos os funcionários administrativos da escola
3.9 Avaliação 
A avaliação será refletir sobre o tema, para conscientizar os professores em relação a valorização do sentimento afetivo no processo de ensino/aprendizagem dos educandos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ser humano precisa de afetividade o tempo todo, assim na sala de aula, não é diferente, pois até a própria relação entre professor/aluno requer a presença de afeto para que haja respeito e aprendizagem. 
O uso de afetividade na prática pedagógica pode estimular não só o afeto mas também a questão cognitiva e social do aluno. Na relação professor-aluno o sentimento afetivo é o ponto crucial para que o processo de aprendizagem aconteça com eficácia. 
De acordo com a fundamentação teórica argumentada neste trabalho, foi possível perceber o quanto é importante, a afetividade transmitida do professor para o aluno. Com o afeto o aluno eleva sua autoestima, melhorando sua aprendizagem tornando o ambiente escolar mais harmonioso e prazeroso. 
Assim para que o educador possa conhecer seus educandos é preciso que o mesmo tenha bastante afeto pelos alunos, refletindo sobre a importância da afetividade em sala de aula nos anos iniciais do ensino fundamental, de modo que os alunos possam ser compreendidos, aceitos e respeitados, e os professores possam entender os seus sentimentos. 
O professor ideal tem o poder de transformar seu aluno através de carinho, afeto e um bom ensinamento.
REFERÊNCIAS
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MAHONEY, Abigail A.; ALMEIDA, Laurinda R. (Orgs.) A constituição da pessoa na 
proposta de Henri Wallon. São Paulo: Loyola, 2004. 
ALMEIDA, Laurinda R.; MAHONEY, Abigail A. (Orgs). Afetividade e 
aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. 2 ed. São Paulo: Loyola, 2007.
ALMEIDA, A. R. S. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999.
ALMEIDA, L. R. , MAHONEY, A. A. A Afetividade e a aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. São Paulo, Edições Loyola, 3ª ed. 2011.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC, 1996. <Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 025 out. 2016. 
CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem: relação da amorosidade e saber na prática pedagógica. 2 ed. Rio de Janeiro: WAK , 2010. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
DANTAS, Heloysa. A afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon. In: LA TAILLE, Y.; OLIVEIRA, M. K.; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. 
CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e 
saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak 2008. 
CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro: 
Sextante, 2008. 
ROUSSEAU, Jean Jacques. Projeto para a educação do Senhor de Sainte-Marie. 
Edição bilíngüe.Paraula, 1994. 
SOUZA, Iracy Sá de. Psicologia: a aprendizagem e seus problemas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1970. 
VYGOSTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. Martins Fontes - São Paulo. 5ª 
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____________. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
____________. O desenvolvimenro psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
____________. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares/ Secretaria de Educação fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 107-108.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
_____________. Professora sim, tia não: Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'agua, 1997.
PAULA, Sandra e Regina de, FARIA, Moacir Alves. Afetividade Na Aprendizagem. FAC- Revista Eletrônica Saberes da Educação. Volume 1 nº1-2010 http://www.facsaoroque.br/novo/publicacoes/pdfs/sandra.pdf   
PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. 2ª Ed. Vozes: Petrópolis, 1996.
SOUZA, Iracy Sá de. Psicologia: a aprendizagem e seus problemas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olimpyo, 1970.
APÊNDICES
PESQUISA – ESTAGIO MONITORADO III
Questionário sobre afetividade na escola/ bom professor
Enumere as qualidades que um professor deve ter em sala de aula.
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Diga quais assuntos você gosta de conversar com seu professor.
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