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A psicopedagogia age com interdisciplinaridade não só com a pedagogia e a psicologia

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A psicopedagogia age com interdisciplinaridade não só com a pedagogia e a psicologia, mas com vários campos de atuação, como medicina, psicanálise, neuropsicologia, fonoaudiologia, entre outros. O especialista em psicopedagogia pode atuar na área institucional, clínica e empresarial. 
Sua proposta é trabalhar com a relação afetiva durante a aprendizagem para garantir a espontaneidade, criatividade e transformar o modo de pensar. 
A partir da contextualização teórico-práticas de várias ciências, a psicopedagogia é um conhecimento aplicado que estuda o comportamento humano em situações socioeducativas. Estão interrelacionadas a ela: a psicologia evolutiva, a psicologia da educação, a psicologia da aprendizagem, entre outras ciências.
Abaixo estão os fundamentais campos de atuação do psicopedagogo:
1
Educação especial;
2
Terapias educativas;
3
Avaliação curricular;
4
Programas educativos;
O papel do psicopedagogo: o psicopedagogo é um profissional que pode atuar em escolas, clínicas e empresas, sendo que seu papel é:
Viabilizar a interferência, tendo em vista a solução dos problemas de aprendizagem, com perspectiva no aprendiz ou na instituição de ensino, pública e privada;
Efetuar o diagnóstico e interferência psicopedagógica utilizando sistemas, ferramentas e técnicas próprias da psicopedagogia, procedendo na precaução das dificuldades de aprendizagem;
Acrescentar pesquisas e estudos científicos, associados ao processo de aprendizagem e suas adversidades;
Possibilitar colaboração às ações executadas em espaços institucionais;
Além de coordenar e orientar, também supervisiona cursos de pós-graduação na área.
O psicopedagogo deve atuar junto às escolas de forma preventiva, exercendo o papel de consultor, atuando diretamente nas questões de ensino-aprendizagem para minimizar os problemas que possam surgir em relação aos alunos.
Assim, deverá mostrar à escola que os problemas de aprendizagem não surgem apenas das dificuldades dos alunos, mas também de problemas presentes na própria escola, tais como:
1. Organização da instituição;
2. Métodos de ensino;
3. Relação professor/aluno;
4. Linguagem do professor, dentre outros.
Segundo o estudioso da área, Lino de Macedo, existem determinadas atividades que são ocupações do psicopedagogo, vejamos:
1
Orientação de estudos: a criança ainda não tem condições de administrar seus estudos, por isso, é papel do psicopedagogo ajudá-la a organizar sua vida escolar;
2
Apropriação dos conteúdos escolares: o psicopedagogo deve estar atento às disciplinas escolares em que o aluno apresenta baixo rendimento, proporcionando condições para que este aluno se empenhe em dominar tais disciplinas;
3
Desenvolvimento do raciocínio: os jogos são muito utilizados, criando um contexto de observação e diálogo, sobre processos de pensar e de construir o conhecimento;
4
Atendimento à criança: o psicopedagogo deve estar apto e preparado para atender crianças com necessidades especiais.
Conforme a famosa psicopedagoga argentina Alicia Fernández, esse saber só é possível com uma formação que norteie os três pilares:
1
A prática clínica em consultório individual, grupal e familiar;
2
A construção teórica permeada pela prática;
3
O tratamento psicopedagógico-didático, a construção do olhar e da escuta clínica.
Psicopedagogia clínica
A psicopedagogia clínica é realizada em ambiente próprio como uma clínica, com atendimento, na maioria dos casos, individual. O psicopedagogo clínico avalia o indivíduo através de diagnóstico para identificar os motivos da dificuldade de aprendizagem. No primeiro momento ele fará uma entrevista com os pais para combinar horários, quantidade de sessões, honorários e a importância do comparecimento do indivíduo em todas as sessões.
Após o acordo, marcará com os pais (é extremamente importante a presença do pai e da mãe para compreender melhor a criança) para fazer a anamnese. O primeiro contato com a criança deverá ser feito de forma totalmente lúdica e nos demais fará uso de diferentes instrumentos, como as provas operatórias de Piaget, a EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), histórias, desenhos, entre outros instrumentos.
Após o término do diagnóstico, o psicopedagogo marcará com os pais uma devolutiva para esclarecer o que foi observado e quais condutas deverão ser tomadas. Os pais optam se vão dar sequência ao trabalho com o mesmo profissional que deu o diagnóstico, ou se procurarão outro. A fim de favorecer a formação do vínculo com o indivíduo desde o primeiro encontro, o atendimento deverá acontecer em um ambiente de muito respeito e confiança, deve-se perguntar à criança se ela sabe o motivo de estar ali e sempre responder seus questionamentos. 
O psicopedagogo é um profissional que possui informações multidisciplinares, já que em um processo de avaliação diagnóstica é imprescindível estabelecer e interpretar elementos em diversas áreas, como: auditiva, visual, motora, intelectual, cognitiva, acadêmica e emocional. As informações dessas áreas fazem com que o profissional perceba o quadro diagnóstico do aluno e tenha facilidade para o procedimento mais adequado.
Vale ressaltar ainda que, o profissional que atua neste segmento, não pode e nem deve ser refém apenas de sua formação acadêmica. É preciso recorrer a especializações e atualizações profissionais para que possa atender adequadamente seus alunos.
Psicopedagogia hospitalar
Psicopedagogia hospitalar se refere ao raciocínio e técnicas, que levam em consideração os padrões normais e patológicos, tendo em vista a influência do meio, família, escola e sociedade no desenvolvimento psico-socio-educacional e físico dos pacientes.
A recomendação da psicopedagogia hospitalar é ser o mediador, não só de crianças, mas também de todos aqueles que passam por internações, sejam elas de curta, média ou longa duração, doenças crônicas e terminais. Os psicopedagogos hospitalares, fundamentados na técnica e na prática, exploram todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as outras.
São atribuições do psicopedagogo hospitalar:
1
Mediar, nos hospitais, as equipes multidisciplinares, contribuindo assim com os outros profissionais, recomendando seu procedimento no trato com o paciente e sua família;
2
Preparar diagnósticos das disposições de aprendizagem dos pacientes;
3
Criar condições para que as técnicas aplicadas à psicopedagogia sejam ajustadas para o ambiente hospitalar, para atender as necessidades de ensino/aprendizagem das pessoas que se encontram em situação delicada em razão de sua saúde; 
4
Realizar e aplicar programas sociais de prevenção de condutas de risco e de promoção de condutas saudáveis;
5
Desenvolver sistemas e projetos psicopedagógicos em âmbitos de restauração psicossocial para pessoas em reabilitação;
6
Realizar relatórios de disposições terapêuticas de ensino/aprendizagem e outras participações;
7
Conduzir o paciente com o intuito de colaborar não só com os conhecimentos básicos. É importante destacar o trabalho na progressão das competências psicossociais, para que o paciente se habilite como encarregado ativo do seu próprio processo de tratamento, recuperação e promoção de sua saúde;
8
Dar amparo à família, aos profissionais e aos acompanhantes do paciente em questão.
A psicopedagogia, onde quer que seja adaptada, lida com as questões inerentes, principalmente, à ansiedade, à baixa autoestima e às depressões; minimiza os prejuízos de ordem cognitiva no processo de aprendizagem, facilita a relação benéfica do indivíduo com o meio e o prepara para aprender também sobre situações ligadas à sua condição de ser, seus limites e potencialidades.
Particularmente, a enfermidade afeta as interações do paciente com o ambiente físico e social em que vive e, por sua vez, os aspectos do ambiente são alterados como resultado da enfermidade, a habilidade de conhecer sua nova circunstância e gerenciá-la de modo confiante, proveitoso e saudável, podendo fazertoda diferença na realização futura dessa pessoa, especialmente daquela que é hospitalizada por longos período
Uma das grandes preocupações na psicopedagogia hospitalar é criar condições para que o paciente consiga neutralizar sua condição adversa, desencadeando um processo de resistência que contribuirá para o ensino/aprendizagem.
A psicopedagogia é indispensável ao paciente hospitalizado, para manter-se o vínculo com os conhecimentos essenciais e melhorar as competências de natureza psicossocial. A escola é o ambiente ideal para aquisição de novos conhecimentos e é, para a criança, o meio de ser inserida e reconhecida no meio social, sendo necessária para sua avaliação como pessoa.
Desta forma é importante que a criança/paciente tenha em mente que:
1
Será preciso se abrir com o psicopedagogo, falando tanto de seus sentimentos bons quanto os que lhe incomodam;
2
Participar ativamente das atividades propostas pelo psicopedagogo, sabendo que aquilo será bom para ele;
3
Tem total liberdade para perguntar ao psicopedagogo tudo aquilo que deseja saber;
4
Tem total liberdade de expressão, até mesmo para se posicionar contra o profissional que o está ajudando, mas nunca deixando de cooperar nas atividades propostas;
5
É importante que o paciente não se atrase muito e que não falte nas sessões programadas, mantendo uma continuidade nos trabalhos realizados.
É pertinente enfatizar à criança que tudo que for conversado no consultório será segredo seu e dela. Mas os pais e professores têm de saber, não é? Neste caso, o psicopedagogo deverá conversar primeiro com a criança e deixar claro o motivo da necessidade de conversar com seus pais e com a equipe escolar. Todos juntos poderão ajudá-la e, assim, ela só terá auxílios.
Nem sempre a criança consegue dizer com palavras sobre o seu sofrimento. Às vezes, nem ela sabe o que está sentindo, muito menos o que a faz sofrer. Porém a criança demonstra o que sente quando brinca, joga, desenha, modela, conta e elabora histórias, revelando-se através dessas atividades. O trabalho é considerado encerrado a partir do momento em que a criança sinta que a escola é um ambiente agradável, ou quando conseguir superar os desafios que vão surgir.
Psicopedagogia institucional (escola)
Levando em conta que a escola é o agente executor de grande parte da formação do ser humano, o trabalho do psicopedagogo na instituição escolar tem uma qualidade preventiva, no sentido de procurar produzir competências e habilidades. 
Desta forma, em razão do grande número de crianças com alguma dificuldade de aprendizado, seja por questões familiares ou pelo próprio método de ensino da escola, o psicopedagogo tem papel fundamental e é peça essencial na estrutura das instituições de ensino. A psicopedagogia institucional escolar tem a capacidade de adotar tanto uma natureza preventiva, quanto assistencial.
Na natureza preventiva, cabe ao psicopedagogo perceber possíveis perturbações no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecer a integração, promover orientações metodológicas de acordo com as características e particularidade dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação.
Já na natureza assistencial, o profissional participa e contribui na elaboração dos planos e projetos das políticas educacionais, criando condições para que todo o corpo docente da escola analise, avalie e repense sobre o papel da escola, quanto às necessidades individuais de aprendizagem da criança.
Atuando na rotina escolar, o psicopedagogo se relaciona com a comunidade escolar, participando das reuniões de pais, esclarecendo o progresso dos filhos, dos conselhos de classe, ponderando o método didático metodológico, conduzindo a relação professor-aluno, orientando atividades ou concedendo apoio emocional e, participando no desenvolvimento do aluno e do educador, no vasto processo de aprendizagem dos quais estão envolvidos.
Psicopedagogia empresarial
O psicopedagogo que atua nas organizações precisa saber como é o funcionamento de grupos, o histórico, a cultura das empresas e, inclusive, noções de desenvolvimento administrativo. 
A psicopedagogia empresarial promove ações dentro das empresas que colaboram no planejamento, gestão, controle e avaliação de aprendizagens, proporcionando a qualidade dos processos de recrutamento, seleção e organização de pessoal, bem como os de diagnóstico organizacional, dando subsídios significativos e perfis específicos aos treinamentos que se aplicam no interior da organização.
Seu sentido é facilitar a concepção e a participação do conhecimento, fomentando novas formas de relacionamentos, criando união entre o comportamento de gestores e colaboradores. Abaixo relacionamos alguns dos atributos desta função:
1
Avaliação de colaboradores;
2
Recrutamento e seleção;
3
Treinamento;
4
Dinâmicas em grupo;
5
Formação de agentes multiplicadores;
6
Padronização de procedimentos;
7
Elaboração de manuais e informativos.
Para um psicopedagogo atuar numa empresa, não vai ser diferente da atuação na escola. É evidente que o profissional não vai atuar com métodos, estratégias ou outras atribuições de pedagogos, assim como os "transtornos" serão aprimorados pelo psicólogo.
Vai desenvolver a “pessoa do gerente” no que ele tem de melhor, o aqui e o agora é um trabalho de transformação, e essa transformação deve fazer com que o gerente veja seus subordinados e colaboradores como parceiros, ou seja, trabalhando em parceria na busca de resultados de interesses comuns
Esta é a ocupação de um psicopedagogo que atua em empresas, ou seja, originar e avaliar ações quanto à aprendizagem do indivíduo no contexto grupal; facilitando a construção e o compartilhamento do conhecimento coletivo; incentivando novas formas de relacionamentos; criando concordância entre gestores e colaboradores; podendo atuar junto ao responsável de recursos humanos, na avaliação e no controle da aprendizagem, contribuindo com sua experiência no processo de recrutamento e seleção, bem como na organização de pessoal e na área de treinamento.
Leis, diretrizes e códigos da psicopedagogia
O Código de Ética da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), produzido pelo Conselho Nacional em 1992, e reestruturado pelo Conselho Nacional em 1996, é constituído por vinte artigos fracionados em dez capítulos.
Já em seu Artigo 1º, designa o conceito de psicopedagogia e a área de atuação de seu profissional:
“A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos.”
O Artigo 6º impõe compromissos éticos do psicopedagogo, focando na cautela nas relações, considerando que estamos lidando no dia a dia escolar, com múltiplos profissionais de diversas formações, mas essencialmente porque trabalhamos com crianças e jovens em formação, que se espelharão em nós, no estabelecimento de sua personalidade.
São deveres fundamentais dos psicopedagogos:
1
Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem do fenômeno da aprendizagem humana;
2
Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma atitude crítica de abertura e respeito em relação ás diferentes visões de mundo;
3
Assumir somente as responsabilidades nas quais estejam dentro dos limites da competência psicopedagógica;
4
Colaborar com o progresso da psicopedagogia;
5
Difundir seus conhecimentos, prestando serviços nas agremiações e classe sempre que possível;
6
Responsabilizar-se pelas avaliações feitas, fornecendo ao cliente uma definição clara do seu diagnóstico;
7
Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente, nos relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
8
Responsabilizar-se por crítica feita à colegas na ausência destes;
9
Manter atitude de colaboraçãoe solidariedade com colegas sem ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e manutenção do conceito público.
Regulamentação da psicopedagogia
No Brasil ainda não é regulamentada a profissão de psicopedagogo e há uma luta constante para que o congresso aprove o projeto de lei n° 128/2000.
Para ser psicopedagogo é necessário ter uma formação superior em licenciatura e fazer a pós-graduação em psicopedagogia. Em 2005, uma universidade abriu o curso de graduação e dois anos mais tarde foi fechado pelo MEC.
A regulamentação não tem progredido desde então. Contudo, a regulamentação de novas profissões, a exemplo da experiência da psicanálise no Brasil, que é acessível no mundo, tem encontrado em privilégio constitucional a sua praticabilidade, pois o Art. 5º da Constituição Brasileira pressupõe o "livre exercício profissional", sendo entendida que é desnecessário e oneroso para o Estado, a regulamentação de profissões, exceto quando há risco eminente para a sociedade.
O processo de ensino-aprendizagem e as práticas de avaliação escolar
Para analisar os diversos conceitos que envolvem o processo de ensino-aprendizagem, é preciso perceber as diferentes épocas que foram desenvolvidas as práticas, como também compreender sua evolução no decorrer da história de produção do saber do homem.
A concepção de aprendizagem surgiu das investigações de rotina da psicologia, de investigações baseadas no pressuposto de que toda instrução e conhecimento provêm da experiência. Considerando assim o sujeito como um ser vazio, sem saberes e conhecimentos, com a única função de detentor de conhecimento.
Este primeiro conceito é baseado no positivismo que inspirou diversos conhecimentos, como o behaviorismo, que acredita que a aprendizagem se dá pela mudança de comportamento do qual é resultado do treino ou da experiência. São sustentados pelos trabalhos dos condicionamentos de respostas para posteriormente serem pró-ativos.
Contradizendo estes conceitos que delimitam o ser humano como passivo e não produtor, acaba surgindo a Gestalt racionalista. Não existe aprendizagem e sim entendimento, sendo que a linha racionalista não crê no conhecimento contraído, porém defende o conhecimento como resultado de uma pré-formação biológica do indivíduo.
Por fim, chega à psicologia genética representada por Piaget, Vygotsk e Wallon, da qual leva a uma concepção de aprendizagem a partir da comparação e colaboração do conhecimento do empirismo, behaviorismo e gestáltico
A psicologia genética está presente em várias áreas de atuação, como a da saúde, por exemplo, onde o indivíduo é tratado como um todo, ou seja, um padrão abrangente. Contudo, esta é uma visão sistêmica e, portanto, amplia-se o conceito de educação, ou seja, o conceito do processo de ensino-aprendizagem.
O processo de ensino-aprendizagem vai desde o destaque ao papel do professor como transmissor de conhecimento, até as compreensões atuais que interpretam o processo de ensino-aprendizagem como um todo, associado ao papel do educando.
As atuais repercussões do processo ensino-aprendizagem permitem identificar um agrupamento de ideias de diversas correntes teóricas, sobre a profundidade dos termos ensino e aprendizagem. Podemos apontar como fatores do processo, as contribuições da psicologia contemporânea em relação à aprendizagem, que nos leva a repensar a prática educativa, buscando um conceito que explicite esse processo.
Ainda assim, a grande maioria das escolas continua atuando de maneira empírica, moldando alunos com pouca ou nenhuma capacidade para resolver problemas, expressar opiniões críticas ou mesmo abandonar o velho hábito de decorar os conteúdos ensinados, mantendo-se a hierarquia estabelecida entre educador e educando. O desfecho para tal situação está na investigação de como os alunos aprendem e como o processo de ensinar pode transmitir aprendizagem.
Afirmamos ainda, que o resultado está em partir da teoria e colocar em prática os conhecimentos contraídos ao longo do tempo, de forma crítica-reflexiva-laborativa: crítica e reflexiva para pensar os conceitos atuais e passados, identificando o que há de melhor; laborativa não só para mudar, como também para criar novos conhecimentos.
Esta é a ocupação de um psicopedagogo que atua em 
Temos que refletir sobre o processo de ensino-aprendizagem de forma dialética, agregando à pesquisa, promovendo a formação de novos conhecimentos, conduzindo à ideia de seres humanos como indivíduos inacabados, capazes de uma curiosidade progressiva, aqui, considerada como uma curiosidade epistemológica, uma capacidade de refletir criticamente o aprendido, ou seja, com a capacidade de levar uma continuidade no processo ensinar-aprender.
empresas, ou No processo pedagógico, alunos e professores são sujeitos e devem atuar conscientemente. Não se trata apenas de sujeitos do processo de conhecimento e aprendizagem, mas de seres humanos mergulhados numa cultura e com histórias peculiares de vida. Os conteúdos de ensino e as atividades propostas se compõem nessa trama da constituição complexa do indivíduo.
O processo de ensino-aprendizagem possui um teor que é, ao mesmo tempo, produção e produto. Parte de um conhecimento que é formal (adquirido na escola/curricular) e outro que é dissimulado, oculto e deriva dos indivíduos.
Todo feito educativo deriva, na maioria das vezes, das particularidades, empenho e possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades escolares e outros elementos do processo. 
Portanto, a educação se dá em grupo, mas não perde de vista o indivíduo que é ímpar (contextual, histórico, particular e complexo). Assim, é necessário assimilar que o processo ensino-aprendizagem é um elo entre indivíduos que possuem sua história de vida e estão colocados em contextos de vida próprios.
seja, orDevido à diversidade individual e pela potencialidade que pode oferecer a produção de conhecimento, consequentemente ao processo de ensino e aprendizagem, concluímos que há necessidade de estabelecer vínculos relevantes entre as experiências de vida dos alunos, aos conteúdos oferecidos pela escola e às exigências da sociedade, estipulando também relações necessárias para compreensão da realidade social em que vive e para estimulação em direção às novas aprendizagens com sentido verdadeiro.
iginar e avaliar ações quanto à aprendizagem do indivíduo no contexto grupal; facilitando a construção e o compartilhamento É ofício da escola realizar a mediação entre o conhecimento preliminar dos alunos e o sistematizado, possibilitando acesso ao conhecimento científico. Nessa diretriz os alunos caminham, ao mesmo tempo, na ocupação do conhecimento sistematizado, na capacidade de buscar e organizar informações, no desenvolvimento de seu pensamento e na formação de conclusões.
A escola é um cenário de ações e reações onde ocorre o saber-fazer. É composta por peculiaridades políticas, sociais, culturais e críticas. É um sistema vivo e aberto, e, por isso, deve ser considerada como um constante processo de evolução, influenciando e sendo influenciada pelo ambiente, onde existe um feedback dinâmico e contínuo. 
O professor é inserido neste ambiente não como um indivíduo superior em hierarquia com o aluno, como depositário do saber-fazer, mas como igual, onde o relacionamento entre ambos efetiva o processo de ensinar-aprender. 
O papel do professor é proporcionar direção e orientação à atividade mental dos alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo. É seu dever compreender o funcionamento do processo ensino-aprendizagem para descobrir o seu papel no grupo e separadamente. Pois, além de professor, ele é ser humano com direitos e obrigações diversas.
Permanece hoje, o desafio de tornar as práticas educativas mais apropriadas com a realidade, mais humanas e com teorias capazes de incluir oindivíduo como um todo, motivando o conhecimento e a educação.
; criando concordância entre gestores e colaboradores; podendo atuar junto ao responsável de recursos humanos, na avaliaç
A integração sensório motora cortical é fundamental para a estrutura perceptiva. A área cortical humana é muito grande e é responsável por agregar informações sensitivo sensoriais que tem sua origem interna ou externamente, ou seja, informações próprias de nossa formação social e informações que recebemos de fontes externas.
O cérebro humano possui uma estrutura de sistemas complexos extremamente organizados e no cognitivismo computacional, ele é entendido como um computador que processa a informação e emite respostas pertinentes. Claro que nesta metáfora não consideramos as complexas conexões e atividades realizadas por ele.
e na área de treinamento.
São nos dois primeiros anos de vida que acontece o desenvolvimento mais marcante do cérebro, já que é nesta fase que ele dobra de tamanho, o hipocampo aumenta significativamente, entre outros desenvolvimentos que também acontecem. E não podemos evitar de dizer que o cuidado dos pais e o ambiente que essa criança dispõe, influenciam muito em sua formação, em seu desenvolvimento e em sua aprendizagem.
As bases neurobiológicas para o desenvolvimento comportamental e aprendizagem incluem complexas manifestações de investigação. A harmonia dos dados de diferentes grupos de pesquisa detectou um palco de permanentes mudanças que, atualmente, está fundamentado em alguns achados com maior grau de reprodução entre os pesquisadores.
O sistema de linguagem é constituído por diversos subsistemas, mas, aqui, enfatizamos os mecanismos referentes à leitura, principalmente. Por outro lado, o sistema de aprendizagem é ainda muito mais complexo, mas há indicadores que insinuam grande interação com a linguagem, sobretudo quando suportado por estudos de pacientes com lesões cerebrais ou alterações comportamentais.
X
Neste sentido, podemos afirmar que o sistema neural motor e de linguagem respondem sempre que uma ação é observada, como forma de compreender a racionalização e concepção imaginativa do ato. Por este motivo, tal sistema está relacionado à predisposição de integração de estímulos nas circunstâncias da aprendizagem.
Dessas novas teorias que surgiram após os estudos sobre neuroimagem, foi levantado um novo modelo de processamento de linguagem. Já o processo de leitura tem sido pautado como dependente do processo de linguagem.
A contribuição da avaliação neuropsicológica da criança é uma extensão do processo de ensino-aprendizagem, já que possibilita criar vínculos entre as funções corticais superiores, como a linguagem, a atenção e a memória; e a aprendizagem simbólica como a escrita e a leitura, por exemplo.
O padrão neuropsicológico dos impedimentos da aprendizagem busca reunir uma amostra de funções mentais superiores, envolvidas na aprendizagem simbólica que é correlativo com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição, a aprendizagem não acontece normalmente. 
As funções psicológicas e o funcionamento cerebral são relatados, considerando o cérebro como um sistema inter-relacionado a partir de três funções:
1
Unidade para regular o tônus, o zelo e os estados mentais (área de projeção que abrange a formação reticular);
2
Unidade para arrecadar, analisar e armazenar explicações (área de projeção que abrange parietal, occipital e temporal primários; área de associação que abrange parietal, occipital e temporal secundários);
3
Unidade para designar, regrar e realizar a atividade (área de sobreposição que abrange as áreas pré-frontais e frontais).
Cada unidade funcional abrange um conjunto de órgãos ou de áreas corticais que, em conjunto, constituem o grande sistema neuropsicológico da aprendizagem humana.
Certamente, a aprendizagem é fruto do desenvolvimento dessas unidades funcionais que estão organizadas verticalmente e se estabelecem geneticamente da primeira unidade (reflexos) à terceira unidade (intenções), passando pela segunda unidade (experiências e ações multissensoriais). 
Assim, por exemplo, as aprendizagens complexas como a leitura, assentam sobre aprendizagens compostas como a discriminação e a identificação perceptiva, que, por sua vez, decorrem de aprendizagens simples, como a aquisição de postura bípede e das aquisições apreensivas na primeira idade.
A leitura, um dos processos mais difíceis da aprendizagem, abrange a discriminação visual de símbolos gráficos (grafemas) através de um processo de decodificação que acontece na segunda unidade, só possível com um processo de atenção seletiva regulada pela primeira unidade. 
Ao fornecer elementos para investigar a percepção do funcionamento intelectual da criança, a neuropsicologia pode harmonizar-se com diferentes profissionais, como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, impulsionando uma intervenção terapêutica mais eficiente.
A importância da abordagem neuropsicológica da aprendizagem está na observação dos quadros clínicos, particularizados sobre as bases anatomofuncionais do cérebro e não no tipo de teste empregado.
Desenvolvimento e aprendizagem: bases afetivas
O desenvolvimento das funções psíquicas, incluindo o aprendizado, pertence a situações inerentes ao equipamento biopsicológico e a inversão afetiva dessas funções. A palavra aprender é de origem latina: “ex-ducere” – expressar um processo interior para o exterior. Sendo interior o mundo mental, interno, dos afetos, emoções, sentimentos, pensamentos, sonhos e fantasias que são princípios que compõem a subjetividade individual, cada vez mais singular na cultura contemporânea. 
A psiquiatria comprova que as dificuldades de aprendizado, global e específica, são consequências das nossas relações, como as primeiras relações afetivas e até mesmo antes do nascimento, em função da hipotética imaginação dos pais e do ambiente.
Distúrbios neuroperceptivos pré-existentes são agentes causadores da organização e da dinâmica das dificuldades relacionais. Nos processos prematuros de desenvolvimento e no estudo dos seus desvios, torna-se difícil determinar qual fator teve início primeiro. Mesmo assim, são situações separadas que precisam de atenção geral e não apenas voltadas para as dificuldades específicas.
As dificuldades de aprendizagem podem ter causas particulares que acarretam problemas emocionais. Mas o oposto também é verídico: questões psicoemocionais gerando adversidades específicas. As dificuldades de aprendizado podem ser a manifestação de sintomas de conflitos psíquicos inconscientes, resultantes de inibições, repressões, cisões, projeções, ansiedades e fobias que cruzam os processos de simbolização e de representação.
Há casos cuja dificuldade de aprendizagem é consequente à não aquisição ou à aquisição deficiente, ou distorcida na construção do mundo interno, da organização do ego e superego. Tecnicamente, podemos considerar que se trata de fenômenos que atuam no processo de simbolização, de maneira a interferir de forma negativa em alguns mecanismos psicológicos, como defesa do ego, estruturação do self, processo de identificação, intolerância às frustrações, entre outros.
O dilema das dificuldades para perceber e discriminar o que se apresentam na primeira infância, ou durante a vida escolar, é o que interfere na escola e no comportamento, como expressão de conflitos inconscientes que afetam as funções do ego, inclusive a organização do pensamento, a leitura, a escrita, a compreensão e a expressão do mundo simbólico. Devemos ressaltar sempre que não se trata de seres humanos completamente formados, ou seja, trata-se de indivíduos que ainda passam por desenvolvimento tanto biológico quanto funcional.
Quem nunca teve uma experiência de ter passado por situações de angústia, sentido sua mediação no jeito de perceber o mundo interno e externo? São estes momentos que abalam a capacidade de pensar, de analisar ou de associar. 
Uma criança que sofra repetitivamente estadoscrônicos de ansiedade e mesmo de angústia, pode ter perturbações na percepção da realidade interna e externa, bem como na estrutura de respostas libertadoras ou elaboradas.
Para haver um desenvolvimento adequado das possibilidades psíquicas, e, portanto, das funções inerentes ao aprendizado, é imprescindível a existência de um bom vínculo inicial parental por meio do qual se estabeleça o sentimento de confiança básica. A qualidade das relações afetivas interfere no desenvolvimento dos processos biológicos, nas defesas imunológicas, no ganho pôndero-estatural, entre outros. 
Os distúrbios da aprendizagem se apresentam frequentemente sobre aquelas funções em livre desenvolvimento, por receberem mais investimento afetivo. Distúrbios de orientação têmporo-espacial, por exemplo, uma simples falta de sincronismo na relação afetiva entre mãe e bebê pode ocasionar problemas ligados às tensões emocionais.
Somente conhecer a criança, não basta! É indispensável compreender a criança que está na cabeça dos pais e os pais que estão na cabeça da criança, como as expectativas, os papéis, as fantasias, as condições socioculturais e as emocionais, até mesmo antes do nascimento e, sobretudo, durante os primeiros anos de vida.
É impossível avaliar as dificuldades de aprendizagem separadamente dos processos relacionais familiares e socioculturais, com o risco de se dividir o sujeito e proporcionar o desenvolvimento de sentimentos de exclusão.
Desenvolvimento e aprendizagem: bases intelectuais ou cognitivas
Para cada novo aprendizado são formadas novas redes de conexão que se alternam em expansão e número de ligações. As primeiras palavras são demonstrações cognitivas que são correspondentes aos ilimitados números de ligações em rede das células nervosas. 
O desenvolvimento e expansão das redes neuromaturacionais são responsáveis diretas pela ascendência da capacidade cognitiva. As capacidades cognitivas dependem da expansão e consolidação neuromaturacional. Portanto, podemos concluir que assim como na relação cognição/neuromaturação observada anteriormente, o processo de aprendizagem pode ser representado pela didática/neurociências.
No mesmo sentido, o professor que conhecer as profundezas do ser, com todas as complexidades que o envolvem, terá maior facilidade e obterá resultados através da escolha, da adaptação e da disposição dos conteúdos a ofertar para crescimento e evolução do aluno. A técnica, a didática e os recursos a serem ocupados, porém individualizados, serão elaborados na medida em que mais soubermos sobre os nossos alunos.
Ao investigarmos o conhecimento nas bases neurocientíficas do desenvolvimento humano e da aprendizagem, esclarecemos fundamentalmente que:
1
No máximo reforço, superamos os caminhos na cognição da qual se forma;
2
No mínimo reforço, mais frágeis são os caminhos à cognição;
3
Na maior diversidade e incentivos à cognição, há maiores facilidades à interiorização, formação e/ou expansão de redes sinápticas e memorização prolongada;
4
Na maior diversidade e incentivos, há mais expansão das bases neuromaturacionais à cognição, sendo contrário na falta de variedade dos estímulos.
Reforçamos a relevância em ofertar ao ser em formação, o máximo de conhecimentos possíveis ao desenvolvimento das redes neuromaturacionais, ou seja, elas são as bases de toda capacidade de aprendizado.
As emoções têm papel único na extensão da memória. O sistema límbico (passagem obrigatória de sinais captados pelos sentidos) divide as emoções, enviando os sinais para seus semelhantes, como sentimentos de prazer, frustração, felicidade, medo, alegria, raiva, tristeza, entre outros sentimentos, tornando-nos seres de tantas emoções, variando em intensidade e expansão, depressão ou pânico.
Podemos afirmar que o sistema límbico executa parte do que denominamos consciência. Entretanto, sua consciência é inconsciente ao ser e se apresenta em forma de reação imediata. Neste sentido, praticamente não há interferência em algumas situações de reflexos puros.
Consideramos as emoções como bases do aprendizado pelos estímulos eletroquímicos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, com autêntica expansão psicomaturacional a partir do fortalecimento e neuroexpansão das redes sinápticas, frente aos sentimentos de plenitude e felicidade (liberação de acetilcolina e dopamina) quando da consecução de atividades e aquisição de novos conhecimentos que formam elos com os que já estão depositados (codificados).
Os conteúdos, os conhecimentos, os saberes, as experiências e as vivências, quando associados às emoções, se instalam com mais facilidade na memória do que por força da impressão emocional, se mantendo por longos períodos e podendo permanecer por toda a vida.
Os sentimentos, portanto, são cruciais aos estímulos da percepção e atenção. Um filme ou uma lembrança com um toque emocional, obtém um espaço especial em nossos interiores e ganha a química de nosso ser. Os conteúdos necessitam alcançar um significado para que o sistema límbico o torne inesquecível. Com finalidade na memorização, é preciso que os conteúdos sejam colocados para proporcionar ao aluno uma experiência pessoal.
Aprendizados alternados com relaxamento, lazer ou com estímulos de outros seguimentos conectados à sua memorização, como música, artes plásticas, teatro, atividades físicas, têm maior resultado na sua fixação prolongada.
Portanto, reafirmamos que, quanto mais diversificados forem os recursos didáticos, maiores serão as possibilidades de memorização. Do ponto de vista neurológico, os sinais elétricos serão distribuídos entre órgãos sensoriais, como visão, audição, tato, olfato e demais órgãos que contribuirão para aguçar a memorização.
A neurodidática propõe um sustento de conhecimentos diretamente proporcionais à capacidade neuromaturacional dos seres. Sendo assim, não há espaço às avaliações reprovativas. Os dons e talentos individuais, se respeitados, acrescentarão maiores perspectivas de desenvolvimento do ser. O processo de aprendizagem é dependente de um ambiente que ofereça segurança e certa provocação ao aluno.
Começaremos a falar sobre o diagnóstico psicopedagógico. O diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a função de apoio e será a base que dará suporte ao psicopedagogo para fazer o encaminhamento necessário.
Vejamos abaixo, a estrutura do diagnóstico psicopedagógico clínico:
1
Coleta de dados: entrevistas (anamnese) com o sujeito separadamente ou com ele e sua família (no caso de crianças e adolescentes); observação, quando for o caso, do sujeito avaliado em situação escolar; sessão lúdica centrada na aprendizagem e ou EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem); 
2
Construção dos eixos históricos de análise: horizontal (momento presente) e vertical (do momento do nascimento até o presente); 
3
Elaboração do primeiro sistema de hipóteses: orientará a escolha dos instrumentos de diagnóstico a serem utilizados; 
4
Aplicação de instrumentos de acordo com o sistema de hipóteses inicial: diagnóstico operatório, avaliação do desempenho em atividades de leitura, escrita, psicomotricidade e/ou matemática; testes projetivos psicopedagógicos; 
5
Elaboração do segundo sistema de hipóteses: orientará a proposta de intervenção a ser apresentada ao cliente; 
6
Devolução: apresentação dos resultados obtidos, acompanhada de proposta de intervenção, quando for o caso, definindo o enquadramento do trabalho a ser realizado e o prognóstico. 
Duração de cada sessão: oito sessões, no máximo, são suficientes para que a ação diagnóstica seja realizada.
– Duas sessões para a fase de coleta de dados; 
– Cinco sessões para aplicação de instrumentos de avaliação psicopedagógica; 
– Uma sessão de devolução.
O objetivo do diagnóstico psicopedagógico não é de descobrir deficiências no sujeito, em sua família ou na instituição escolar à qual pertence, mas permitir que se abra um espaço para que ele possa ver a si mesmo, para que a família se veja na relação com ele e para que a escola possatambém pensar a respeito de sua implicação, nas dificuldades ou desejos do qual ele apresenta.
Por isso, não adianta aplicar um número infindável de testes, pensando que eles terão a condição de predizer a situação do cliente e suas possibilidades. O terapeuta consciente de sua função de ajuda, de cuidado, sabe que o ser humano é imprevisível e que cabe a ele se aproximar das possibilidades que o cliente apresenta, encarando-as como âncoras que poderão fixar espaços de ampliação de seu potencial.
Para o psicopedagogo, seu cliente é um ser aprendente/ensinante e esta característica é que o torna verdadeiramente humano. E como todo ser humano, ele aprende. Não existe possibilidade de não aprendizagem. O que pode acontecer é que algumas pessoas se deparam com obstáculos neste processo e precisam de ajuda, enquanto outras conseguem superá-los sozinhas.
Os profissionais seguidores da linha da epistemologia convergente realizam a anamnese após as provas, para que não haja excesso de informações trazidas pela família, pois acreditam que fica distorcido o olhar sobre aquela criança e influencia no resultado do diagnóstico.
Quando falamos em epistemologia convergente, não podemos esquecer de citar o EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), que tem por finalidade a investigação do modelo de aprendizagem do sujeito que será investigado. Sua prática baseia-se na psicologia social de Pichón Rivière, nos postulados da psicanálise e no método clínico da Escola de Genebra.
A realização do EOCA é feita através da apresentação do sujeito para o entrevistador, apresentando as informações referentes ao que ele sabe fazer, ao que lhe ensinaram e ao que ele aprendeu. O entrevistar também pode se utilizar de materiais diversos, dos quais poderá deixá-los em cima de uma mesa e pedir que o entrevistado mostre o que ele realmente sabe fazer.
Avaliação psicopedagógica 
Durante a avaliação, o entrevistador poderá oferecer diversos materiais para o paciente. Dentre os mais utilizados pelo psicopedagogo, destacamos as folhas de papel, borracha, caneta, tesoura, régua, livros ou revistas, barbantes, cola, lápis, massa de modelar, lápis de cor, lápis de cera, quebra-cabeça ou ainda, outros materiais que julgar necessário.
O entrevistado tende a comportar-se de diferentes maneiras após ouvir a recomendação. Alguns, imediatamente pegam o material e começam a desenhar ou escrever. Outros começam a falar, outros pedem que lhe digam o que fazer e outros simplesmente ficam inertes. 
A avaliação acontece entre 8 a 10 sessões, podendo confirmar ou nãoalguma dificuldade de aprendizagem.
A intervenção começa a partir desta confirmação!
Ainda durante a avaliação, o psicopedagogo deverá observar três aspectos fundamentais que serão base para um sistema de hipóteses. São eles:
A temática: deve-se observar tudo aquilo que o paciente fala;
A dinâmica: deve-se observar tudo o que paciente faz, como, por exemplo, gestos, sinais, posturas etc;
O produto: deve-se observar o resultado do trabalho com os materiais disponibilizados pelo psicopedagogo.
Nesta primeira entrevista, todas as observações feitas deverão passar por uma análise mais rigorosa, sendo que o próximo passo será o diagnóstico.
É da EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem) que o psicopedagogo extrairá o primeiro sistema de hipóteses e definirá sua linha de pesquisa. Logo após, são selecionadas as provas piagetianas para o diagnóstico operatório, as provas projetivas psicopedagógicas e outros instrumentos de pesquisa complementares.
No subitem 4.2 da apostila, você confere como elaborar o Modelo de Relatório de Avaliação Psicopedagógica. Não deixe de conferir!
É importante estar atento ao volume de provas aplicadas em uma mesma sessão, uma vez que as respostas podem ser contaminadas por excesso de informações. Tudo deve ser anotado pelo psicopedagogo, de forma detalhada, desde suas falas, atitudes e soluções para questões, até mesmo a forma de arrumar seu material. Todas as anotações serão de grande valia para interpretação das condutas.
Na avaliação, as respostas são divididas em três níveis:
Nível 1: sem alteração, ou seja, a pessoa não atinge nem mesmo o nível operatório;
Nível 2 ou intermediário: apresenta alteração em alguns momentos e em outros não, com respostas oscilantes, instáveis e incompletas;
Nível 3: respostas seguras, demonstrando noção e sem oscilações. 
No caso de suspeita de deficiência mental, os estudos de B. Inhelder (1944) em “El diagnóstico del razonamiento en los débiles mentales” mostram que os oligofrênicos (QI 0-50) não chegam a nenhuma noção de conservação; os débeis mentais (QI 50-70) chegam a ter êxito na prova de conservação de substância; os fronteiriços (QI 70-80) podem chegar a ter sucesso na prova de conservação de peso; os chamados de inteligência normal “obtusa” ou “baixa”, podem obter êxito em provas de conservação de volume e, às vezes, quando bem trabalhados, podem atingir o início do pensamento “formal”.
O psicólogo Jorge Visca, criador das técnicas projetivas psicopedagógicas, entende que as provas projetivas têm por função investigar os vínculos de uma pessoa, em três segmentos específicos, são eles: a escola, a família e si próprio, sendo possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de aprendizagem. 
De acordo com a epistemologia convergente, após a aplicação das provas operatórias e das técnicas projetivas, o psicopedagogo levantará o segundo sistema de hipóteses e organizará sua linha de pesquisa para a anamnese que, como vimos anteriormente, terá lugar no final do processo diagnóstico, de modo que não interrompa a percepção do avaliador.
Na anamnese, verifica-se com os pais como se deu essa construção e as adulterações ocorridas no percurso, ou seja, trata-se de uma ferramenta essencial para o processo de diagnóstico.
Através da anamnese é possível compreender situações do passado e do presente do indivíduo, bem como possíveis variáveis existentes em seu meio. Através dela é possível verificar padrões familiares sobre a história do indivíduo, preconceitos, expectativas, relações familiares e demais informações que possam ser depositadas sobre ele. Na pior das hipóteses, sobre a importância da anamnese, podemos considerá-la como uma incursão na vida do paciente, buscando uma reflexão desde a origem do paciente, bem como de sua família. 
Neste sentido, colher dados nada mais é do que realizar entrevistas com os pais ou responsáveis para, a partir daí, levantar o máximo de informações possíveis e consequente análise com levantamento do terceiro sistema de hipóteses.Porém, para ter sucesso em todo o processo, tanto o levantamento de informações quanto as análises, elas devem ser muito bem conduzidas e registradas.
O profissional deve ter em mente que, para conseguir o máximo de informações, os entrevistados devem estar à vontade e com liberdade para expor seus sentimentos sobre o indivíduo. Tal liberdade permite que os entrevistados recordem detalhes sobre o indivíduo, que serão fundamentais para a análise do psicopedagogo. Weiss adota a mesma técnica de permitir que os entrevistados falem livremente, porém, considera importante direcionar a entrevista sempre que houver necessidade.
Para a realização de um bom diagnóstico, é preciso que todos os detalhes estejam anotados na anamnese. Concluída a anamnese, o psicopedagogo levantará o terceiro sistema de suposições. A anamnese deverá ser comparada com todo o trabalho de diagnóstico, para fazer a devolutiva e o encaminhamento necessário.
Neste momento, é normal que exista muita ansiedade para todos os envolvidos no processo, seja o psicopedagogo, o paciente ou o responsável. Por isso, é comum no momento de realizar a devolutiva, confirmar suspeitas que foram levantadas durante todo o processo de diagnóstico.
Muitos pais ou responsáveis pela criança não têm a menor ideia do que sabem sobre seu filho. É imprescindível que se tenha cuidadocom a situação e determinar a mudança, se não tiver essa disposição é melhor não efetuar um contrato de tratamento. É indispensável também um roteiro, pois evita que o psicopedagogo se perca e que os pais não fiquem confusos. 
É indispensável trabalhar com muito afeto e seriedade, transmitindo segurança e isenção. É importante focar, inicialmente, os aspectos mais otimistas do paciente para que se sinta reconhecido. Na maioria das vezes, a criança está com sua autoestima tão baixa que somente apontar os aspectos negativos, pode acarretar em algo mais preocupante, o que acaba com as expectativas de rumos melhores.
Após, devemos citar os pontos motivadores dos problemas de aprendizagem. Posterior a esta atuação, tem que se relatar as recomendações, como troca de escola, atenuar a superproteção dos pais, incentivar a leitura em casa, entre outras recomendações; enfim, as indicações que são os atendimentos que considera necessário, como o psicológico, o fonoaudiológico, o psiquiátrico, entre outros.
Cada profissional indicado, em cada um dos segmentos, deverá receber o informe. Trata-se de um laudo final com as conclusões do que foi diagnosticado durante todo o processo, porém, por razões de proteção do paciente, o informe deverá ser adaptado para cada tipo de profissional que irá recebê-lo, evitando que, com isso, as informações sigilosas cheguem às pessoas que não tenham capacidade para interpretá-las.
Recursos psicopedagógicos e ambiente de trabalho
Não existem recursos específicos para psicopedagogia, geralmente jogos, atividades artísticas, orais, escritas ou tudo que o profissional julgue necessário para desenvolver a capacidade de aprender.
Os jogos são os recursos mais utilizados e adequados, pois eles são reveladores, onde inclusive o próprio jogador passa a se conhecer melhor através deles. Ele constrói, já que depende de uma ação do indivíduo, e, os profissionais de psicopedagogia trabalham com técnicas que permitem uma articulação de aspectos objetivos, e também subjetivos, que são necessários para aprendizagem.
O jogo exige observação, levantamento de hipóteses e empatia. Além de proporcionar autonomia moral e seguimento de regras. O psicopedagogo consegue observar a dinâmica da aprendizagem. 
No momento do jogo é possível compreender certos aspectos que desencadearam uma patologia no aprender, sendo que:
1
O espaço de aprendizagem e o espaço de jogar são parecidos;
2
Os dois processos possuem os seguintes momentos: inventário e organização;
3
Integração;
4
A forma desenvolvida no jogo e o tipo de tratamento do objeto esclarecem o quadro de aprendizagem;
5
O ato de brincar desenvolve as significações de aprender;
6
A criança se expressa de forma totalmente lúdica.

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