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O USO DA LEITURA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM PARA OS ALUNOS DOS PRIMEIROS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
ALMEIDA, Sandra Aparecida de Lima
Martins. RU: 1067079
RESUMO
É notável que a utilização do recurso da leitura favorece um sistema de aprendizagem significativo, podendo ser considerada uma cúspide para aprendizagem de novos repertórios assim como um forte motivador nos programas de ensino. A formação do indivíduo por vias de regra utiliza-se do comportamento de ler para aquisição de novas habilidades assim como discriminar o mundo a sua volta.
O presente trabalho teve como objetivo verificar a contribuição do incentivo à leitura como ferramenta no processo ensino aprendizagem na educação infantil e sobre a importância da criação do hábito de ler desde os anos iniciais escolares até o início do ensino fundamental. Para isso foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica sobre os temas leitura, educação, importância da leitura e aprendizagem, identificando publicações, artigos científicos dentro destas áreas, também foi possível observar como é realizada o processo de aprendizagem do comportamento de ler e suas ferramentas utilizadas nesse processo. Dessa forma salienta-se que a cultura e a busca do conhecimento perpassam pela leitura que é à base do desenvolvimento humano. Considerando a leitura conforme embasamento teórico uma ferramenta essencial no processo de aprendizagem.
Palavras-chave: Leitura, educação, aprendizagem, escola.
INTRODUÇÃO
A prática da leitura está presente na vida de todos desde o momento em que se inicia a compreensão do mundo a nossa volta.
Conforme define Carleti (2007), a leitura é o meio mais importante para aquisição de saberes na formação de um cidadão crítico, para atuar na sociedade. A leitura leva ao conhecimento, estimula a imaginação e nos faz ir além do meio em que vivemos.
O que está de acordo com Freire (1989), a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. A leitura é associada à forma de ver o mundo, sendo possível dizer que a leitura é um meio de conhecer, que como processo cultural de decodificação e interpretação de linguagem tem um valor central na sociedade.
Souza (1997), afirma que leitura, é basicamente o ato de perceber e atribuir significados, através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob influência de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade.
Para Foucambert (1994), é na escola que a maioria da população tem acesso à leitura e aprende a dar os primeiros passos para a compreensão e que: somente a leitura permite essa relação com a escrita, representando um desafio fundamental da vida democrática nas áreas sociais, técnicas, culturais e políticas. Diante dessa responsabilidade, a escola funcionará como agente transformador cabe, portanto, ela desperta nos educandos o gosto pela prática da leitura, e o educador em suas práticas pedagógicas projetarem estratégias inovadoras no seu processo de ensinar e aprender. A escola, a biblioteca e o professor são componentes fundamentais de mediação das fontes de informação, os responsáveis pela apropriação do processo de disseminação de leitura.
Cardoso e Pelozo (2007), afirmam que nos primeiros anos de escolarização o discente precisa ser incentivado e instigado a ler, de modo que se torne um leitor autônomo e criativo. Essa autonomia faz com que seja mais criativo e desenvolva suas habilidades e imaginação.
Um detalhe, afirma Kriegel (2002), é que ninguém se torna um leitor por um ato de obediência, ninguém nasce gostando da leitura. A influência dos adultos como referência é bastante importante na medida em que são vistos lendo ou escrevendo. As crianças aprendem pelo exemplo, por isso pais e professores que leem, transferem para essas crianças o gosto pela leitura.
A prática da leitura está intimamente relacionada com a alfabetização, e que ler não significa apenas decifrar códigos, mas procurar um sentido, a partir de uma expectativa ligada a uma necessidade, a um prazer. Sabe-se o quanto os educandos dos anos iniciais do Ensino Fundamental se encantam com o fantástico e rico mundo da literatura infantil e assim nos questionarmos; por que razão esse encantamento vai sendo perdido a cada ano da vida escolar dos educandos. O que se exige da escola, é despertar não só do gosto pela leitura, mas incitá-lo a perceber a importância dessa prática tanto no âmbito da educação como na sociedade em que está inserido. Paiva e Oliveira (2011, p. 478) enfatizam que:
É função e obrigação da escola dar amplo e irrestrito acesso ao mundo da leitura, e isto inclui a leitura informativa, mas também a leitura literária; a leitura para fins pragmáticos, mas também a leitura de fruição; a leitura que situações da vida real exigem, mas também a leitura que nos permita escapar por alguns momentos da vida real.
Segundo Dutra (2011), ler é uma das competências mais importantes, a serem trabalhadas com o aluno, principalmente após recentes pesquisas que, apontam ser esta uma das principais deficiências do estudante brasileiro. Pois criar o hábito de leitura faz com que se torne um leitor mais atento e assim adquirindo gosto pelo ato de ler.
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E DO LIVRO NA APRENDIZAGEM
Segundo Abramovich (1993) “ouvir histórias é muito importante na formação de qualquer criança, é o início da aprendizagem para ser um leitor e, tornar-se um leitor é começar a compreender e interpretar o mundo”. Por isso precisamos “ler histórias para as crianças, sempre, sempre...” (ABRAMOVICH, 1993, p.17). A leitura tem que ser prazerosa e despertar o interesse do educando.
De acordo com Silva (1987), estes podem ser exemplos de atividades produtivas e de despertamento para o gosto e hábito da leitura. São por meio da leitura que se
conhece outras culturas, descobre-se a existência de outros povos, capaz de produzir alienação e despertar o cidadão para uma consciência crítica político-social da realidade.
Leitura, escrita e fala não são tarefas escolares que se esgotam em si mesmas; que terminam com a nota bimestral. Leitura escrita e fala – repetindo – são atividades sociais, entre sujeitos históricos, realizadas sob condições concretas. (Kuenzer, 2002, p.101).
Mas para obter conhecimento de mundo é preciso leitura, e quanto maior a variedade, a quantidade e principalmente a qualidade, a qual se lê, mais ampla será a sabedoria de quem lê. Sabe-se da grande importância que a leitura exerce no cotidiano do ser humano e consequentemente na escrita.
Segundo Kleiman (2008), a leitura precisa permitir que o leitor aprendesse o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos. O hábito de ler cria essa compreensão de texto e leva ao conhecimento de diferentes tipos de textos.
O	PAPEL	DA	ESCOLA	NO	PROCESSO	DE	LEITURA	COMO FERRAMENTA PARA A APRENDIZAGEM
O período de iniciação escolar, como já explicitado no capítulo anterior é fundamental na percepção que a criança irá ter ao longo de sua trajetória escolar pelos livros. O trabalho com a leitura precisa ser visto, principalmente com alunos dos anos iniciais, os quais estão construindo o gosto pelo ato de ler, como algo de extrema importância. Incentivar o gosto e a paixão dos alunos para que possam tirar proveito pessoal da leitura precisa ser objetivo de toda a escola. É muito importante que a escola contribua para a preparação de alunos capazes de participar como sujeitos do processo de desenvolvimento da aprendizagem.
Para isso, de acordo com Freire (1989), linguagem e realidade precisam ser relacionados dinamicamente e a experiência de vida dos alunos ser valorizada. Não basta identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido, compreendendo, interpretando, relacionando o que se lê com a própria vida, ações, sentimentos. As criançasleem quando os textos apresentam significados para elas. A leitura
significativa e contextualizada, que leve em conta as experiências do aluno enquanto participante do processo de aprendizagem contribui muito para uma melhor e mais agradável aquisição do processo de leitura. O prazer de ler impulsiona e mantém viva a leitura.
Delmanto (2009) ressalta que a escola deve ter a preocupação cada vez maior com a formação de leitores, ou seja, a escola deve direcionar o seu trabalho para práticas cujo objetivo seja desenvolver nos alunos a capacidade de fazer uso da leitura para enfrentar os desafios da vida em sociedade. A autora ainda acrescenta que diante das diversas transformações com as quais convivemos a escola precisa, mais do que nunca, fornecer ao estudante os instrumentos necessários para que ele consiga buscar, analisar, selecionar, relacionar e organizar as informações complexas do mundo contemporâneo. E é dela também a responsabilidade de promover estratégias e condições para que ocorra o crescimento individual do leitor despertando-lhe interesse, aptidão e competência. Assim, a escola poderá contar com uma biblioteca ou um espaço reservado à leitura que certamente favoreceram a obtenção de resultados satisfatórios quanto aos objetivos almejados para o desenvolvimento das práticas leitoras. A biblioteca é vista muitas vezes como um lugar em que são armazenados livros para leitura; um lugar destinado a alunos considerados indisciplinados, ou ainda, de disseminação da informação. (AMATO E GARCIA, 1998, p. 13). A escola tem por obrigação proporcionar a seus alunos acesso ao conhecimento e a leitura, que apresenta sem dúvida algum lugar de grande destaque. A oportunidade de ler, ou seja, a disponibilidade de livros representa um papel decisivo no despertar do interesse pela leitura.
Incentivar o gosto e a paixão dos alunos para que possam tirar proveito pessoal da leitura precisa ser objetivo de toda a escola. É muito importante que a escola contribua para a preparação de alunos capazes de participar como sujeitos do processo de desenvolvimento da aprendizagem:
(...) entendemos que o ensino de leitura deve ir além do ato monótono que é aplicado em muitas escolas, de forma mecânica e muitas vezes descontextualizado, mas um processo que deve contribuir para a formação de pessoas críticas e conscientes, capazes de interpretar a realidade, bem como participar ativamente da sociedade. (OLIVEIRA E QUEIROZ, 2009, p.2)
A CONTRIBUIÇÃO DOS LIVROS E DA LEITURA NA SALA DE AULA
O professor tem um grande papel na formação de leitores, a importância do hábito de leitura precisa a todo tempo ser evidenciada pelo educador em sala de aula fazendo assim, com que seu aluno desperte para o quão necessário se torna a leitura em seu dia a dia.
A oportunidade de ler, como já visto, representa um papel decisivo no despertar do interesse pela leitura.
De acordo com Silva (1987), estes podem ser exemplos de atividades produtivas e de despertamento para o gosto e hábito da leitura: Leituras coletivas ou em pequenos grupos, silenciosa ou em voz alta pelo aluno ou professor, apresentar às crianças uma variedade de histórias, ler contos de fadas que apresentem diferentes versões, personagens diferentes ou finais diferentes podem estimular comparações por parte das crianças, facilitando o pensamento intuitivo e imaginativo, criar um “Cantinho da Leitura” em sala de aula com prateleiras à altura das crianças. Deixar que os alunos ficassem à vontade para ler. Ir renovando o acervo de materiais com livros e revistas de interesse das crianças. Proporcionar o acesso a livros suplementares para a leitura de lazer, discussões em grupo. Em sala de aula, usar livros de capa mole, livros de capa dura, artigos de jornal, revistas, quaisquer materiais extras que não reduzam a leitura das crianças somente à do livro didático. Para dar mais vida às leituras podem-se dramatizar trechos dialogados de uma história etc.
A leitura espontânea, pessoal e selecionada pela criança é de fundamental importância para a formação do hábito. Deve necessariamente existir abertura e oportunidade para que a criança leia livros de seu interesse. A escolha pessoal de livros deve ser incentivada, ainda que o professor possa orientar recomendar e até, mesmo sugerir textos, quando solicitado. Atividades de leitura independente podem ser introduzidas juntamente com projetos de pesquisa. Questões bem formuladas podem desafiar a curiosidade da criança e aumentar o seu desejo de ler e descobrir por que, como, quem, onde.
É necessário que haja um estímulo contínuo para o contato entre o indivíduo e o livro:
(...) o professor deve proporcionar várias atividades inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o gosto, deixando-o se expressar. (SOUZA, 2004, p.223)
Ainda segundo Silva (1987), leitura, enquanto um processo que atende a diferentes propósitos necessita ser claramente “mostrado” às crianças em função das aprendizagens que ocorrem por imitação da pessoa adulta. Muitos dos hábitos das crianças são em decorrência da imitação dos hábitos dos adultos. Por isso mesmo, pode-se ler e discutir um livro, jornais, revistas, mostrando, concretamente, que o professor convive com materiais escritos.
O professor tem um grande papel na formação de leitores, a importância do hábito de leitura precisa a todo tempo ser evidenciada pelo educador em sala de aula, fazendo assim, com que seu aluno desperte para o quão necessário se torna a leitura em seu dia a dia.
METODOLOGIA
Este estudo tem como base uma pesquisa bibliográfica, visando analisar se o uso de livros e da leitura como ferramenta pode contribuir para o processo ensino aprendizagem tendo como base pesquisas e obras já realizadas acerca do tema. Será feita uma revisão bibliográfica sobre a prática pedagógica, tendo a leitura como uma ferramenta de aprendizagem. A abordagem metodológica da pesquisa é a qualitativa e bibliográfica, que visa compreender como a leitura e os livros são vistos por aqueles que fazem uso desta ferramenta.
A leitura como grande instrumento facilitador da aprendizagem precisa ganhar lugar de destaque nas escolas. Os anos iniciais escolares deixam marcas profundas nos alunos. Paulo Freire (1989) em “A importância do ato de ler” trabalha a temática da leitura, discutindo sua importância, explicitando a compreensão crítica da alfabetização, reforçando que a alfabetização demanda esforços no sentido de compreensão da palavra escrita, da linguagem, das relações do contexto de quem fala, lê e escreve a relação entre leitura de mundo e leitura de palavra.Conforme
Freitas (2009) leitura compartilhada consiste em realizar uma leitura para toda a sala, ou seja, em voz alta, os alunos que ainda não sabem ler começam a ouvir a linguagem escrita, dividindo assim a leitura com o professor, essa relação já produz um convívio com o ato de ler. Contar histórias todos os dias para os alunos estabelece aos poucos a percepção de que o ato de ler é um hábito do cotidiano, e assim começa tomar gosto pela leitura.
Leituras coletivas ou em pequenos grupos, silenciosa ou em voz alta pelo aluno ou professor, apresentar às crianças uma variedade de histórias, ler contos de fadas que apresentem diferentes versões, personagens diferentes ou finais diferentes podem estimular comparações por parte das crianças, facilitando o pensamento intuitivo e imaginativo, criar um “Cantinho da Leitura” em sala de aula com prateleiras à altura das crianças. Deixar que os alunos ficassem à vontade para ler. Ir renovando o acervo de materiais com livros e revistas de interesse das crianças. Proporcionar o acesso a livros suplementares para a leitura de lazer, discussões em grupo. Em sala de aula, usar livros de capa mole, livros de capa dura, artigos de jornal, revistas, quaisquer materiais extras que não reduzama leitura das crianças somente à do livro didático. Para dar mais vida às leituras podem-se dramatizar trechos dialogados de uma história etc.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 2004.
AMATO, MIRIAM. GARCIA, NEISE APARECIDA RODRIGUES. A Biblioteca na
Escola: Ney Alfredina, Biblioteca escolar: estrutura e fundamento. São Paulo. Edições Loyola, 1998.
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FREITAS, EDUARDO DE. Professor incentivador da leitura. Canal do Educador 2009. Disponivel em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/sugestoes-pais- professores/professor-incentivador-leitura.htm acessado em 28 de março de 2019
KUENZER, ACÁCIA (ORG), 3º ed. Cortez, 1989.
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KRIEGEL, MARIA DE LOURDES DE SOUZA. Leitura um desafio sempre atual. Revista Pec. Curitiba, 2002. disponível em: www.unesp.br acessado em 28 de março de 2019
OLIVEIRA, CLAUDIO HENRIQUE. QUEIROZ, CRISTINA MARIA DE. Leitura em
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.PAIVA, SILVIA CRISTINA FERNANDES. OLIVEIRA, ANA ARLINDA. Literatura e
escola, o leitor em formação literária. X Congresso Nacional de Educação- EDUCARE. I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação- SIRSSE. Curitiba: PUC, 2011.
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