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Priscilla Peixoto P2A 1 Excitação do músculo esquelético TRANSMISSÃO DOS IMPULSOS DAS TERMINAÇÕES NERVOSAS PARA AS FIBRAS MUSCULARES (JUNÇÃO NEUROMUSCULAR) As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grandes fibras nervosas mielinizadas que se originam nos grandes neurônios. Cada fibra nervosa, depois de penetrar no feixe muscular, normalmente se ramifica. Cada terminação nervosa faz uma junção (junção neuromuscular) com a fibra muscular próxima de sua porção média. ANATOMIA FISIOLÓGICA DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR- A PLACA MOTORA A fibra nervosa forma um complexo de terminais nervosos ramificados que se invaginam na superfície extracelular da fibra muscular. Toda a estrutura é chamada placa motora. É o espaço entre o terminal e membrana da fibra. No terminal axonal há muitas mitocôndrias que fornecem energia utilizada para a síntese de um transmissor excitatório, a acetilcolina. ESPAÇO SINÁPTICO OU FENDA SINÁPTICA: é o espaço entre o terminal e a membrana da fibra. Ele possui muitas enzimas acetilcolinesterase. ENZIMA ACETILCOLINESTERASE: destrói acetilcolina depois de serem liberadas pelas vesículas sinápticas. ACETILCOLINA: excita a membrana da fibra muscular. EVENTOS DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR 1. Potencial de ação do neurônio motor até o terminal do axônio (terminal pré- sináptico). 2. Abertura dos canais de cálcio: se difundem dentro do terminal. São dependentes de voltagem da membrana pré-sináptica. 3. Liberação de acetilcolina (exocitose): a entrada de cálcio libera acetilcolina da terminação pré-sináptica. 4. Acetilcolina se difunde no fluido e se conecta nos receptores nicotídicos. 5. Canais de sódio e potássio são abertos na placa motora. 6. Despolarização da placa motora e potencial de ação da fibra muscular: potencial de ação se propaga pelo sarcolema. *a remoção do acetil cessa a transmissão. Priscilla Peixoto P2A 2 SECREÇÃO DA ACETILCOLINA PELOS TERMINAIS NEVOSOS Quando um impulso nervoso atinge a junção neuromuscular, cerca de 125 vesículas de acetilcolina são liberadas dos terminais no espaço sináptico. Quando o potencial de ação se propaga para o terminal, esses canais se abrem e permitem que os íons cálcio se difundam do espaço sináptico para o interior do terminal nervoso. Íons cálcio exercem atração sobre as vesículas de acetilcolina, puxando-as para a membrana neural. Vesículas de acetilcolinas se fundem com a membrana neural e lançam acetilcolinesterase no espaço sináptico (exocitose). EFEITO DA ACETILCOLINA NA MEMBRANA PÓS-SINÁPTICA DA FIBRA MUSCULAR PARA ABRIR OS CANAIS IÔNICOS A membrana da fibra muscular possui muitos receptores de acetilcolina. Cada receptor é um complexo proteico que possui 2 proteínas alfa, 1 beta, 1 delta e 1 gama Canais iônicos são controlados por acetilcolina. Os canais ficam fechados até que duas moléculas de acetilcolina se liguem às duas subunidades proteicas alfa. *o principal efeito da abertura dos canais é permitir que grande número de íons sódio entre na fibra levando grande número de cargas positivas e provocando alteração potencial chamado potencial da placa motora que inicia um potencial de ação e se propaga ao longo da membrana, causando contração muscular. DESTRUIÇÃO DA ACETILCOLINA LIBERADA PELA ACETILCOLINESTERASE A acetilcolina, após ser liberada no espaço sináptico e enquanto continua nesse espaço, permanece ativando os receptores de acetilcolina, por isso é removida. REMOÇÃO DA ACETILCOLINA DO ESPAÇO SINÁPTICO: 1-através da destruição pela enzima acetilcolinesterase 2-através da difusão para fora do espaço. *a rápida remoção da acetilcolina evita a reexcitação continuada do músculo depois que a fibra muscular se recupera do seu potencial de ação inicial. POTENCIAL DA PLACA MOTORA E EXCITAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR ESQUELÉTICA Para que haja a abertura suficiente dos canais de sódio e desencadear um potencial de ação, a voltagem da placa motora deve ser suficiente, causando efeito autorregenerativo de mais e mais íons de sódio fundindo para o interior da fibra que inicia um potencial de ação. CURARE: fármaco que bloqueia o efeito controlador da acetilcolina sobre os canais colinérgicos competindo pelos receptores de acetilcolina, causando baixa amplitude. TOXINA BOLULÍNICA (botox): veneno bacteriano que diminui a quantidade de acetilcolina liberada pelos terminais nervosos, causando baixa amplitude. Priscilla Peixoto P2A 3 Mecanismo de ação: entra no neurônio pré-sinápticos e inibe a liberação da acetilcolina. FATOR DE SEGURANÇA PARA A TRANSMISSÃO NA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR- FADIGA DA JUNÇÃO Cada impulso que chega à junção neuromuscular provoca potencial da placa motora de amplitude 3 vezes maior que o necessário para estimular a fibra muscular, o que justifica o alto fator de segurança. FADIGA MUSCULAR: estimulações da fibra nervosa com frequência maior que 100 vezes por segundo durante vários minutos frequentemente, diminui tanto o número de vesículas de acetilcolina que os impulsos não são mais transmitidos à fibra muscular POTENCIAL DE AÇÃO MUSCULAR ASPECTOS QUANTITATIVOS DOS POTENCIAIS MUSCUALARES: Potencial de repouso da membrana: cerca de -80 a -90 milivolts nas fibras musc. Esqueléticas. Duração do potencial de ação: 1 a 5 milissegundos. Velocidade da condução: 3 a 5 m/s. PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO PARA O INTERIOR DA FIBRA MUSCULAR POR MEIO DOS “TÚBULOS TRANSVERSOS” Para causar o máximo de contração muscular, a corrente tem que penetrar profundamente na fibra muscular até as proximidades das miofibrilas através dos túbulos transversos (túbulos T). PROCESSO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO: Os potenciais de ação no túbulo T provocam liberação de íons cálcio no interior da fibra muscular (nas miofibrilas) e causam a contração muscular. ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO- CONTRAÇÃO TÚBULO TRANSVERSO- SISTEMA RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO Os túbulos T são extensões extensões internas da membrana celular. Quando um potencial de ação se propaga pela membrana da fibra muscular, a alteração do potencial se propaga ao longo dos túbulos T para o interior da fibra muscular LIBERAÇÃO DOS ÍONS CÁLCIO PELO RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO No interior dos túbulos vesiculares do retículo sarcoplasmático existe excesso de íons cálcio. Muitos desses íons cálcio são liberados de cada vesícula quando um potencial de ação ocorre em um túbulo T adjacente. À medida que o potencial de ação progride pelo túbulo T, a variação da voltagem é detectada pelos receptores de di-idropiridina (DHP), ligados aos canais de liberação de cálcio. A ativação de receptores de DHP abre os canais de liberação de cálcio, liberando cálcio para o sarcoplasma que banha as miofibrilas e causam a contração. Priscilla Peixoto P2A 4 A BOMBA DE CÁLCIO REMOVE OS ÍONS CÁLCIO DO LÍQUIDO MIOFIBRILAR, DEPOIS DA CONTRAÇÃO Uma vez liberados dos túbulos sarcoplasmáticos, os íons cálcio se difundem nos espaços entre as miofibrilas, provocando a contração muscular que permanece enquanto a concentração de íon continua elevada. Uma bomba de cálcio continuamente ativada nas paredes dos retículo sarcoplasmático, bombeia os íons cálcio para longe das miofibrilas, de volta para os túbulos sarcoplasmáticos. PROTEÍNA CALSEQUESTRINA: proteína que existe dentro do retículo que pode quelar o cálcio, promovendo acúmulo do íon até 40 vezes mais que a quantidade de cálcio livre. “PULSO” EXCITATÓRIO DE ÍONS CÁLCIO A concentração normal de íons cálcio no estado de repouso é muito baixa para provocar a contração. A excitação do túbuloT e do sistema retículo sarcoplasmático provoca a liberação de íons cálcio suficiente para aumentar a concentração no líquido miofibrilar cerca de 10 vezes o nível necessário para provocar a contração muscular máxima. Em seguida, a bomba de cálcio reduz outra vez a concentração de íons cálcio. Para a contração persistir sem interrupção por longos intervalos, uma série de pulsos de cálcio tem de ser iniciada por série contínua de potenciais de ação repetitivos. SÍNTESE E DEGRADAÇÃO DA ACETILCOLINA SÍNTESE: A acetilcolina é sintetizada no citosol do terminal da fibra nervosa e é transportada para o interior através das vesículas. Quando um potencial de ação chega ao terminal nervoso, abre muitos canais de cálcio (controlado por voltagem) DEGRADAÇÃO: A concentração desses íons no interior do terminal aumenta mais ou menos 100 vezes, o que aumenta a velocidade de fusão das vesículas de acetilcolina com a membrana cerca de 10.000 vezes, fazendo com que muitas vesículas se rompam (exocitose de acetilcolina para o espaço sináptico) No espaço sináptico, a acetilcolina é clivada pela acetilcolinesterase em íon acetato e colina. A colina é reabsorvida pelo terminal neural e usada para formar nova acetilcolina. FÁRMACOS QUE REFORÇAM OU BLOQUEIAM A TRANSMISSÃO NA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR FÁRMACOS QUE ESTIMULAM A FIBRA MUSCULAR POR AÇÃO SEMELHANTE À ACETILCOLINA METACOLINA, CARBACOL E NICOTINA: tem o mesmo efeito que acetilcolina no músculo. A diferença é que ou não são destruídas pela colinesterase ou são destruídas lentamente, fazendo sua ação persistir por horas. *os fármacos atuam provocando áreas localizadas de despolarização da membrana da fibra muscular na placa motora, onde estão localizados os receptores de acetilcolina. Cada vez que a fibra muscular se recupera de uma contração, essas Priscilla Peixoto P2A 5 áreas despolarizadas em virtude do vazamento de íons iniciam novo potencial de ação, levando a estado de espasmo muscular. GLAUCOMA: é ocasionada pelo aumento de pressão ocular derivada do mal funcionamento da esponja, acumulando muito líquido e aumentando a pressão. O carbacol vai contrair os músculos ciliados que estão em contato com a esponja. Ao contrair, puxa a esponja, aumentando o diâmetro, diminuindo a pressão e melhorando o funcionamento. FÁRMACOS QUE ESTIMULAM A JUNÇÃO NEUROMUSCULAR, INATIVANDO ACETILCOLINESTERASE NEOSTIGMINA, FISOSTIGMINA E FLUOROFOSFATO DE DI-ISOPROPIL: inativam acetilcolinesterase nas sinapses, impedindo a hidrólise da acetilcolina. Assim, a cada impulso nervoso sucessivo, mais acetilcolina se acumula e estimula repetidamente a fibra muscular, provocando espasmo muscular, mesmo quando poucos impulsos nervosos chegam ao músculo. *pode causar morte por espasmo da laringe que sufoca o indivíduo. Neostigmina e fisoestigmina: se combinam com a acetilcolinesterase para inativa-la durante horas. Fluorofosfato de di-isopropil: funciona como potente gás venoso para os nervos. Inativa a acetilcolinesterase por semanas (letal). FÁRMACOS QUE BLOQUEIAM A TRANSMISSÃO NA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR FÁRMACOS CURACIFORMES: impedem a passagem dos impulsos da terminação nervosa para o músculo. D-tubocurarina: bloqueia a ação da acetilcolina nos receptores de acetilcolina da fibra muscular, evitando o aumento da permeabilidade dos canais de membrana muscular, suficiente para inicial o potencial de ação. MIASTENIA GRAVIS CAUSA PARALISIA MUSCULAR Causa paralisia muscular devido à incapacidade das junções neuromusculares transmitirem sinais suficientes das fibras nervosas para as fibras musculares. Doença autoimune em que a própria pessoa desenvolve anticorpos que bloqueiam ou destroem seus próprios receptores para acetilcolina, na membrana pós-sináptica da junção neuromuscular. A despolarização da fibra muscular não ocorre. Se a doença for muito intensa= morte por paralisia (paralisia dos músculos respiratórios). PATOLOGICAMENTE: anticorpos atacam receptores de acetilcolina (no sangue). TRATAMENTO: os efeitos podem melhorar com o uso de neostigmina ou outro fármaco anticolinesterásico que provoque o acúmulo maior de acetilcolina no espaço sináptico. em alguns minutos, algumas pessoas paralisadas podem recobrar a atividade motora quase normal. Neostigmina inibe a acetilcolinesterase, deixando mais acetilcolina no espaço. Teste do gelo: A melhora da função do músculo miastênico após a aplicação de gelo ocorre pelo fato de que em temperatura abaixo de 28⁰C há uma diminuição na atividade da acetilcolinesterase com consequente aumento na concentração de acetilcolina na fenda sináptica. Durante a noite, há formação de novos receptores, por isso que os pacientes acordam mais dispostos. Priscilla Peixoto P2A 6 IMPULSO NERVOSO Corresponde a uma despolarização da membrana propagada ao longo do neurônio devido à ocorrência de um potencial de ação. NEURÔNIO EM REPOUSO: significa que a célula está polarizada = carga da membrana é -70mv. Esta polarização ocorre devido à maior (não tudo) quantidade de cátions (Na+) fora da célula que dentro dela. Essa despolarização é mantida pela bomba de sódio e potássio. DESPOLARIZAÇÃO DA MEMBRANA Um estímulo favorece a abertura dos canais de Na+ e k+. o sódio começa a entrar rapidamente na célula, modificando a carga da membrana. Se a despolarização for suficiente para aumentar a carga em até +35mv (ou 40), há formação do potencial de ação da membrana = propagação do impulso. Na+ começa a entrar na célula REPOLARIZAÇÃO DO NEURÔNIO O local que sofreu inicialmente a despolarização sofre abertura dos canais de potássio. Na+ começa a sair rapidamente, polarizando a membrana. SINAPSE QUÍMICA A passagem do impulso para outro neurônio depende da liberação de mediadores químicos (neurotransmissores) pela membrana pré- sináptica na fenda sináptica. Principais neurotransmissores: acetilcolina, noradrenalina, adrenalina, dopamina e serotonina Estrutura de uma sinapse química: Obs: algumas drogas atuam favorecendo a passagem do impulso na sinapse, como a nicotina. Obs: o neurotransmissor que não foi passado poderá ser reaproveitado para passar depois. Obs: a cocaína era utilizada como anestésico, pois impedia a passagem do impulso de um neurônio para outro. Priscilla Peixoto P2A 7