Prévia do material em texto
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP Curso de Pedagogia Sequência Didática – Profª. Cláudia Vóvio Sequência didática sobre Padrões Silábicos da Língua Portuguesa Realizado por Ana Catarina de Lima – Matr.: 54753 Osmar da Silva Alves – Matr.: 54965 Simara Ferreira Souza – Matr.: 63487 Guarulhos, 03 de dezembro de 2014 2 Sumário Descrição da realidade e do objeto de ensino em foco ..................................................... 3 Realidade .......................................................................................................................... 3 Sistema de Ensino ............................................................................................................. 3 Escola ............................................................................................................................... 3 Perfil dos Alunos .............................................................................................................. 4 Sala de Aula ...................................................................................................................... 5 Objeto de Ensino .............................................................................................................. 6 Descrição da sequência didática ....................................................................................... 7 Conteúdos e tema ............................................................................................................. 7 Objetivos ........................................................................................................................... 8 Procedimentos e atividades .............................................................................................. 9 Identificação de conhecimentos prévios ........................................................................... 9 Problematização e conceitualização ............................................................................... 10 Desenvolvimento ............................................................................................................ 11 Atividades de sistematização .......................................................................................... 13 Atividades de aplicação .................................................................................................. 14 Quadro síntese (ver exemplo a seguir) ........................................................................... 15 Recursos ......................................................................................................................... 16 Tempo ............................................................................................................................. 17 Espaço físico ................................................................................................................... 17 Avaliação ........................................................................................................................ 17 Descrição e detalhamento das atividades e estratégias para avaliar ............................... 17 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 18 Anexo 1: Capa do Livro Gato pra cá, rato pra lá .......................................................... 20 Anexo 2: Atividade de Preenchimento de Sílabas Faltantes em Lacunas (Letra G) ...... 21 Anexo 3: Atividade de Preenchimento de Sílabas Faltantes em Lacunas (Letra R) ...... 22 Anexo 4: Cruzadinha (Sem Respostas) .......................................................................... 23 Anexo 5: Cruzadinha (Com Respostas).......................................................................... 24 Anexo 6: Jogo da Memória (Animais com sílabas com a letra G) ................................. 25 Anexo 7: Jogo da Memória (Animais com sílabas com a letra R) ................................. 26 3 Descrição da realidade e do objeto de ensino em foco Realidade Pretende-se trabalhar esta sequência didática junto a uma turma de 1º ano do Ensino Fundamental I, na disciplina Língua Portuguesa, em escola pública municipal da cidade de São Paulo. Segue, deste modo, a descrição desta realidade, especificamente seu sistema de ensino, a escola em si, o perfil de alunos e a sala de aula. Sistema de Ensino O sistema de ensino municipal é responsável, atualmente, pela Educação Infantil e pelo Ensino Fundamental I e Ensino fundamental II. Algumas escolas também trabalham com o Ensino Médio, porém, este é mais concentrado no ensino estadual. A estrutura para este atendimento é formada pelos CEIs e EMEIs (Educação Infantil), EMEFs (Ensino Fundamental I e II) e EMEFEMs (Ensinos Fundamental e Médio). Nas salas de aula das escolas municipais de São Paulo, as turmas são composta de trinta e cinco crianças. Escola A escola para realização de nossa sequência didática se chama Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) “Primeiras Letras”, localizada na periferia da cidade de São Paulo, à Rua Emília Ferreiro, 1936, bairro de Ermelino Matarazzo, próxima a uma comunidade residencial, habitada por famílias de baixa renda e pouco escolarizadas, que, em geral, trabalha na zona central da cidade.. A comunidade convive com a falta de segurança e problemas com tráfico de entorpecentes, em locais isolados. Entretanto, as crianças escolarizadas na referida EMEF mantêm sua frequência regular na instituição, que ministra aulas em dois períodos (matutino, das 07:15h às 11:45h, e vespertino, das 13:15h às 17:45h). O quadro semanal constitui uma rotina, com a descrita abaixo: 4 Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Português Sala de Leitura Artes Português Português Português Português Português Português Natureza e Sociedade Matemática Português Português Educação Física Natureza e Sociedade Recreio Recreio Recreio Recreio Recreio Educação Física Natureza e Sociedade Matemática Natureza e Sociedade Informática Natureza e Sociedade Matemática Matemática Matemática Matemática Natureza e Sociedade Matemática Natureza e Sociedade Matemática Matemática Nessa escola estão matriculados 492 alunos, divididos em 16 turmas (8 de manhã e 8 à tarde), que estudam em 8 salas de aula, dispostas em um pavimento. Dessa quantidade, 246 alunos estudam em turmas do 1º ao 5º ano, na parte da manhã, enquanto os outros 246 estudam em turmas do 6º ao 9º ano, na parte da tarde. Essa escola possui infraestrutura adequada para crianças nascidas nos meses de janeiro a março do ano em que completam 6 anos de idade, egressas das EMEIs, que frequentarão as EMEFs durante nove anos. A instituição está equipada, portanto, com um parque, uma quadra poliesportiva, uma sala de informática e uma sala de leitura. Há ainda banheiros, cozinha, refeitório e dispensa, além das salas da diretoria, secretaria e coordenação pedagógica. O local também conta com equipamentos que garantam a acessibilidade às pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida. Nas salas de aula, há jogos educativos para alfabetização, instalados na sala de leitura ou na própria sala de aula. Na sala de informática, os computadores estão equipados com softwares específicos para trabalho com alfabetização. No que concerne especificamente às crianças que iniciam seu período escolar, esta aparelhagem busca respeitar sua infância, refletindo na facilitação da promoção de um ensino coerente com esta fase de suas vidas. Perfil dos AlunosConcentrar-nos-emos no 1º ano do Ensino Fundamental I (EF anos inciais), do período matutino, no ano de 2015. A turma abordada será o 1º B, composta de 31 alunos, dentre os quais 16 são do sexo feminino e 15 são do sexo masculino. Em geral, os alunos – não apenas da turma destacada, mas da escola como um todo – em sua maioria, passaram por CEIs e são egressas de EMEIs. Essas crianças são de diversos 5 núcleos familiares – desde aqueles cujo provedor é o pai, até famílias com mães solteiras e com crianças cuidadas pelos avós. Na Educação Infantil, as crianças tiveram acesso a um bom acervo de livros, sendo estimuladas pelas escolas que frequentaram a levá-los para suas casas, de modo que entregassem para seus pais, para que estes lhes fizessem a leitura. Os livros estavam permanentemente disponíveis em suas respectivas salas de leitura, ou “cantos de leitura”, para que as crianças pudessem manuseá-los e folheá-los. Havia participação efetiva de professores e contadores de histórias, que faziam leituras diárias para os alunos. No 1º ano da EMEF, a maioria dessas crianças já possui, portanto, alguma bagagem de letramentos e são curiosas com relação aos conhecimentos de leitura e escrita. Porém, boa parte delas não recebe, por parte de seu pais, avós ou cuidadores, mediação para os conhecimentos que adquirem, pelo fato desses adultos não terem obtido o mesmo tipo de acesso escolar como o que é proporcionado na atualidade. Sala de Aula A sala de aula é um ambiente voltado para a iniciação da alfabetização e das primeiras práticas de letramento. A parede da sala na qual se encontra a lousa possui o alfabeto pintado em cores alegres com letras maiúsculas em bastão (A, B, C etc.). Há, afixado, em outra parede, um cartaz com o nome de todos os alunos da turma, dando ênfase à letra inicial de seus nomes. A professora é a principal mediadora para os alunos. O mobiliário da sala é constituído por carteiras e cadeiras, dispostas junto às paredes e próximas umas das outras, com o espaço do meio livre, de modo que os alunos tenham ampla visão da lousa e da professora. Há armários instalados nas paredes, equipados com brinquedos e materiais educativos, apropriados para as práticas de alfabetização e letramento, além de livros para contação de histórias. O espaço livre no meio da sala, aliás, é propício para a formação de rodas de leitura para os alunos. Além do Projeto Político-Pedagógico da escola como norteador de suas práticas de ensino-aprendizagem, a Secretaria Municipal de Educação (SME) da cidade de São Paulo adotou na rotina de seus trabalhos em sala de aula o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). É um programa do Governo Federal feito em parceria com os governos estaduais, municipais e do Distrito Federal que tem por objetivo o trabalho com quatro princípios: 6 1. o Sistema de Escrita Alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e problematizador; 2. o desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no início da Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias; 3. conhecimentos oriundos das diferentes áreas podem e devem ser apropriados pelas crianças, de modo que elas possam ouvir, falar, ler, escrever sobre temas diversos e agir na sociedade; 4. a ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem. 1 Os objetivos do PNAIC devem ser atingidos até a criança atingir oito anos de idade, ou no 3º ano do Ensino Fundamental. Até lá, ela precisa compreender o funcionamento do sistema de escrita; dominar as correspondências grafofônicas (no mínimo algumas convenções ortográficas irregulares e poucas regularidades que exijam conhecimentos morfológicos mais complexos); ser fluente na leitura e dominar estratégias de compreensão e produção de textos escritos. Objeto de Ensino Nosso objeto de ensino será embasado no Eixo 2 - Sistema de Escrita e Ortografia, conforme Proposta Curricular de Língua Portuguesa do Estado do Ceará, 1º a 5º Ano, Volume I 2, dentro da habilidade “Desenvolver consciência fonológica”, conforme item 2.29 – Agrupar sílabas para formar palavras por escrito. Justificamos tal escolha por meio dos conteúdos ministrados nas aulas de Alfabetização e Letramento, em particular os textos de Nóbrega (2013) e Rojo (2009), nos quais encontramos aspectos elementares para a conscientização sobre as relações grafema/fonema, bem como a desconstrução de mitos escolares, como o ensino de um 1 Fonte: http://pacto.mec.gov.br/o-pacto. Acesso em 29 nov. 2014. 2 CEARÁ (Estado). Secretaria da Educação. Coordenadoria de Cooperação com os Municípios (Copem). Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic). Proposta curricular de Língua Portuguesa - 1º ao 5º ano – Estado do Ceará. Fortaleza: Secretaria da Educação do Estado do Ceará, 2014. V.1: Pressupostos, habilidades e orientações didáticas. p. 46. 7 único padrão silábico em uma língua que conta com uma variedade maior destes. Vejamos cada uma delas nas citações abaixo: “Embora na língua portuguesa os grafemas representem os fonemas, nem sempre há uma relação biunívoca entre eles, isto é, nem sempre um grafema representa só um fonema e esse fonema só é representado por esse grafema e nenhum outro. Na verdade, são bem poucos os casos em que isso ocorre.” (...) “Embora as letras tenham um nome (á, bê, cê, dê etc.) orientado pelo princípio acrofônico, isto é, o nome da letra indica um dos sons que ela representa, não é em todos os casos que o nome revela o valor de base que o grafema representa.” (NÓBREGA, 2013:20-21) “[...] outro mito que permeia as práticas alfabetizantes é o de que a sílaba padrão do português do Brasil é a sílaba simples, consoante+vogal (CV). As cartilhas e professores passam o ano apresentando sílabas simples, deixam para o último mês ou bimestre a apresentação de outras estruturas silábicas e depois se espantam de que o aluno escreva “anivesaro” por “aniversário”. Isso só prova que ele aprendeu o que foi ensinado. “Ao contrário, o português escrito e falado no Brasil apresenta muitas outras estruturas silábicas – V, VV, VC, CVV, CCV, CVC etc. –, quase tão frequentes quanto a estrutura CV. Basta fazermos o simples exercício de contabilizar as estruturas silábicas das palavras do parágrafo acima: certamente teremos uma maioria CV, mas seguida de perto pela estrutura CVC e com boa incidência de CCV, vogais isoladas e VC. Por que não apresentar, desde o início, uma amostra mais rica da estrutura silábica do português?” (ROJO, 2009:69) Descrição da sequência didática Conteúdos e tema Serão ministrados, por meio desta sequência didática, início da compreensão dos padrões silábicos mais comuns na língua portuguesa, conforme supramencionado em Rojo (2009:69), ou seja, o padrão canônico (CV), além de padrões tão frequentes quanto esse (CVC, CCV, vogais isoladas e VC). Para desenvolver e aplicar essa sequência, adotaremos o livro literário infantil Gato pra cá, rato pra lá, de Sylvia Orthof. Por meio dele, construiremos atividades 8 lúdicas e de produção escrita, visando o desenvolvimento da consciência fonólogica no alfabetizando. Objetivos Será trabalhado o item 2.29 do Eixo 2 (Sistema de Escrita e Ortografia), conforme mencionado na parte 1, além de atividades de produção escrita e elementoslúdicos, visto que, por meio do gênero textual conto infantil, será possibilitado para os alunos o encontro das relações silábicas e a conscientização sobre padrões silábicos mais ou menos frequentes na Língua Portuguesa. Segundo Nóbrega (2013:130), a partir do corpus de palavras analisado pelos estudantes, o professor consegue garantir que eles encontrem exemplos dos diferentes contextos em que o grafema pode ocorrer. Deste modo, o professor poderá diagnosticar o conhecimento prévio de seus alunos. Com isto, espera-se que os alunos aprendam a agrupar sílabas para formar palavras por escrito. Nóbrega acrescenta, ainda, que “atividades como essa promovem o desenvolvimento de habilidades metacognitivas, isto é, a capacidade de regular e organizar os próprios processos cognitivos.” (NÓBREGA, 2013:130) Corroborando nosso objetivo, apoiamo-nos novamente em Nóbrega (2013), que menciona: “Para que as crianças descubram que fonemas um grafema pode representar em função das restrições impostas pelo contexto, isto é, em função da posição do grafema na palavra (inicial, interior e final) ou ainda em seu entorno (quais grafemas ocorrem antes ou depois do que se quer empregar), duas condições didáticas são imprescindíveis: a seleção por parte do professor de um corpus de palavras com o grafema focalizado e a realização da atividade em duplas ou pequenos grupos.” (NÓBREGA, 2013:129-130) Para tanto, usaremos os seguintes grafemas: “G” e “R”. A escolha se deve ao uso constante desses grafemas na obra trabalhada (ver o próprio título: “Gato pra cá, rato pra lá). Além disso, são exemplos de grafemas que constituem dificuldade para as crianças em fase de alfabetização, visto apresentarem mais de um valor de base. Segundo Nóbrega, 9 “nem sempre um grafema representa só um fonema e esse fonema é representado por esse grafema e nenhum outro. Na verdade são bem poucos os caso em que isso acontece. O mais comum é que mais de um grafem concorra para representar um fonema (como o fonema /ž/, que pode ser representado por G em relógio ou por um J em canjica) ou que um único grafema, dependendo do contexto, possa representar diferentes fonemas (como o R, que pode representar /r/ em carinho e /R/ em enrolar).” (NÓBREGA, 2013:20) Procedimentos e atividades Identificação de conhecimentos prévios As atividades se basearão no texto do livro literário infantil, além da música “Rato”, da dupla Palavra Cantada. Segundo Nóbrega (2013), “o ditado de um texto ou de uma lista de palavras permitiria (…) investigar quais conteúdos ortográficos os alunos já dominam e quais precisam aprender.” (NÓBREGA, 2013:88). Deste modo, a atividade proposta será, a leitura do referido conto, seguida da exibição do vídeo com a música. Utilizando-se de cópias impressas da letra da canção, será solicitado aos alunos a produção escrita, na qual eles completarão trechos faltantes com as devidas palavras. Outra atividade será o reconto da história do gato no conto do livro, mediado pela professora, que escreverá na lousa aquilo que os alunos assimilaram. Por meio deste exercício, o professor pode identificar quais são os avanços e as dificuldades deles (vd. NÓBREGA, 2013:87). Nesse sentido, com base no item escolhido para nosso trabalho, Nóbrega observa que: “A seleção do texto a ser transcrito ou recontado deve ser feita de modo cuidadoso para assegurar que as palavras que o compõem favoreçam a emergência do que se quer investigar: interferência da fala na escrita, regularidades contextuais, regularidades morfológicas, contextos irregulares envolvendo palavras de alta frequência” (NÓBREGA, 2013:89) Além destas, proporemos às crianças o levantamento de um corpus de palavras, com base no livro e do vídeo, para identificar aquelas compostas pelos grafemas que 10 determinamos em nossa sequência, de modo que as crianças descubram que fonemas um grafema pode representar, isto é, em função da posição do grafema na palavra – no nosso caso, palavras que contenham os grafemas “G” e “R”, como no exemplo abaixo: G R gato rato gosta prata inimigo sorria morcego luar Observa-se que, em geral, os alunos possuem uma boa noção do que é o grafema G, e sabem identificá-lo, apesar de não lidarem com as ocorrências da posição desse grafema nas palavras. Contudo, a maior dificuldade foi observada com a assimilação do grafema R com seus respectivos fonemas, cuja produção, dependendo de sua posição na palavra, nem sempre condiz com o som produzido. Ora ele produz o som /r/, ora /R/ etc. Sendo assim: pode-se considerar sucedido o objetivo “agrupar sílabas para formar palavras por escrito”, sendo a maior dificuldade a associação do fonema ao grafema. Problematização e conceitualização Elaborar atividades que estejam relacionadas aos padrões silábicos fará com que os alunos, por meio da consciência fonológica, possam aprender como funciona o SEA. As atividades propostas darão subsídio para essa etapa da alfabetização. Ao se trabalhar com as letras R e G em palavras extraídas do conto e da música, as crianças estarão familiarizadas dentro de um contexto que abarca os conhecimentos com essas letras e sílabas formadas com elas. Atividade I – Leitura do livro: Primeiramente, será feito a leitura do livro e em seguida as crianças em roda de conversa falaram as suas impressões sobre o livro. O destaque que o livro dá é a conversa que o gato tem com a lua. A professora estimulará os alunos a recontarem a historia oralmente e em seguida junto com a turma ela reescrevera a história na lousa sendo uma escriba. 11 Atividade II – Reconto da história do livro infantil. A professora retomará o livro e, a seguir, pedirá para que os alunos contem a história de uma nova forma. A intervenção que ela fará será a mediação como escriba. Desenvolvimento Nossa sequência didática tem como fundamento o desenvolvimento da consciência fonológica no alfabetizando. Ao trabalhar-se sobre o funcionamento do SEA e com os padrões silábicos do português, procura-se fazer com que os educandos percebam como um determinado som está arranjado em uma palavra ou em uma junção de sílabas e perceber como cada letra é pronunciada dependendo de sua posição na palavra ou na sílaba. Isso é observado do ponto de vista de especialistas neste campo de estudos, conforme citação abaixo: “Os resultados de algumas pesquisas que desenvolvemos (MORAIS, 2004; GRANJA; MORAIS, 2004; LEITE, 2005) nos levam a assumir que o desempenho de habilidades de reflexão fonológica não é a condição suficiente para que um aprendiz domine a escrita alfabética. Mas é uma condição necessária. Excluindo as habilidades que exigem trabalhar de forma tão abstrata com fonemas, algumas outras habilidades são necessárias. Assim, até hoje não encontramos alunos que tenham alcançado uma hipótese sílabica sem ser capazes de contar as sílabas de palavras.” (MORAIS & LEITE, 2005:81) O propósito se fundará na perspectiva construtivista, trabalhando especificamente em três fases do processo cognitivo (descoberta, sistematização e aplicação do conceito trabalhado). Deste modo, as atividades procurarão atingir: o estímulo ao interesse do educando pelo objeto estudado, iniciado por um processo de assimilação. É importante salientar que para o processo de alfabetização aconteça, é preciso propor trabalhos que estimulem a consciência fonológica de modo significativo e que envolva a ludicidade, para que, assim, o aprendiz possa aprender brincando. Segundo Batista (2009): “Finalmente, a terceira conclusão prática a que chegou Vygotsky,a partir da interpretação de estudos acerca do desenvolvimento da escrita nas crianças, foi quanto à necessidade de 12 esta ser ensinada naturalmente. Ao referir-se a Montessori, salienta que essa educadora demonstrou que os aspectos motores podem ser acoplados ao brinquedo infantil e que o escrever pode ser 'cultivado' ao invés de 'imposto'. Por esse método, segundo avalia Vygotsky, as crianças não aprendem a ler e escrever , mas, sim, descobrem essas habilidades durante as situações de brincadeiras nas quais sentem a necessidade de ler e escrever: Vygotsky sugere que o que Montessori fez com relação a aspectos motores deveria ser feito igualmente em relação ao que ele definiu como sendo os aspectos internos da linguagem escrita e de sua assimilação funcional.” (BATISTA, 2009:19) Para que nossa sequência seja bem-sucedida, faremos uma sondagem, por meio das atividades que serão aplicadas logo após a apresentação do livro e do conto, ou seja, a criação de corpus de palavras com sílabas que contenham G e R e o reconto da história do gato pelas crianças. Com isso, poderemos detectar qual com hipótese cada criança já consegue lidar (pré-silábica, silábica, silábico-alfabética ou alfabética). Nas atividades seguintes, já conhecendo o perfil desses alunos e tirando a prova de seus conhecimentos prévios, o professor poderá, nas atividades seguintes, separar os alunos em duplas, sendo que aquele que trabalhar melhor com a hipótese pré-silábica será acompanhado de um aluno que se saia bem com a hipótese silábica, visto que o nível do segundo aluno está um pouco acima do primeiro, porém o suficiente para que o aluno silábico, mais experiente, impulsione aquele que está despertando para o próximo nível. Isso será feito sucessivamente entre os alunos, com a devida gradação destes níveis (silábico-alfabético com silábico e alfabético com silábico-alfabético). Desta forma, os trabalhos, acredita-se, serão mais produtivos, além de estimularem o trabalho cooperativo entre os aprendizes. Nossa justificativa para essa estratégia se baseia em Coutinho (2005), que menciona: “As crianças, antes de poderem ler e escrever sozinhas e convencionalmente, formulam uma série de ideias próprias ou hipóteses, atribuindo aos símbolos da escrita alfabética significados bastante distintos dos que lhes transmitem os adultos que as alfabetizam; As hipóteses elaboradas pela criança seguem uma ordem de evolução em que, a princípio, não se estabelece uma relação entre as formas gráficas da escrita e os significantes das palavras (hipótese pré-silábica). Em seguida a criança constrói hipóteses de fonetização da escrita, inicialmente, relacionando os símbolos gráficos das palavras (hipótese silábica) e finalmente compreende que as letras representam unidades menores que as sílabas: os fonemas da língua (hipótese alfabética). Entre esses dois momentos, haveria um período de transição (hipótese silábico-alfabética). 13 Esse processo de evolução conceitual se dá entre crianças de diferentes classes sociais, e a possibilidade de vivenciá-lo ou o ritmo em que ocorre estariam provavelmente relacionados ao maior/menor contato que os aprendizes têm com a língua escrita na escola e em seu meio e à possibilidade de vivenciarem situações em que essa é empregada socialmente. (COUTINHO, 2005:50-51) Todas as atividades realizadas darão sustentação para que o aprendiz possa refletir sobre o funcionamento do SEA e à conceitualização que os alunos farão com os padrões silábicos mais comuns em português. Atividades de sistematização Atividade III – Corpus de palavras: Tendo ministrado a leitura do livro infantil e do reconto da mesma história com as crianças, a professora construirá com os alunos um corpus de palavras. Ela elucidará, primeiramente, o título da obra (Gato pra cá, rato pra lá) e enfatizará a palavra “gato”, escrevendo a na lousa. A seguir, ela estimulará os alunos a construir mais palavras com a mesma sílaba inicial (“ga”), conforme eles forem informando. Nesta ação, a professora mediará como uma escriba. O procedimento será feito com as palavras cuja sílaba possua o som igual (“go”, “gu”) e a professora pode, ainda, escrever palavras com a letra G apresentando diferentes valores de base: “ge”, “gi”, “gue”, “gui”. A seguir, o mesmo processo será feito com a palavra “rato”. Desta vez, o corpus abarcará palavras com a letra R. Em primeiro lugar, serão observadas palavras com o R no início. A seguir a professora estimulará os alunos com palavras no texto (“prata”, “choroso”, “sorria”, “luar”, cujos contextos fonológicos apresentam o R em posições diferentes, gerando sons diferentes de acordo com as sílabas descritas. Inclusive, o professor deve realçar na palavra, enquanto escreve na lousa, a sílaba com a letra R: “pra”, “ro”, “rri”, “ar”. Após a execução da atividade, a professora exibirá o vídeo com a canção “Rato”, mostrando aos alunos as personagens, relacionando-os com o texto do conto infantil, além de cantar junto com as crianças. 14 Atividades de aplicação Para que os aprendizes possam ter noção de como se dá os padrões silábicos serão confeccionadas atividades que contemplem esse desenvolvimento. Atividade IV – Apresentação do vídeo “Rato Meu Querido Rato” (cuja letra da canção está disponível no portal Vagalume (http://www.vagalume.com.br/palavra- cantada/rato.html#ixzz3KGYKU8Rc), para que as crianças associem os conhecimentos que obtiveram no conto com a canção que escutarão. A professora pode fazer perguntas ao final da exibição como: “Que personagens há no livro e na canção?”, “Quem quer namorar com a lua?”, entre outras. Esta será uma atividade que utiliza simultaneamente a parte lúdica e a aplicação de conhecimentos sobre o SEA. Atividade V – Preenchimento de lacunas com sílabas faltantes: As palavras e frases extraídas tanto do livro infantil, quanto da música, serão trabalhados em uma atividade que requer a assimilação de conhecimentos silábicos com as letras trabalhadas em grupos silábicos, não importando sua posição na palavra. Esta atividade pode ser realizada em duplas produtivas, dependendo da hipótese com a qual elas melhor atuem. Atividade VI – Cruzadinha: A cruzadinha segue o mesmo viés, reforçando a atividade anterior, sendo diferenciada, porquanto ela está parcialmente preenchida. O desafio será a assimilação de letras e sílabas específicas, com base nas figuras dispostas ao lado dos quadrados. Ela pode ser realizada por pares produtivos. Atividade VII – Jogo da Memória: Foram desenvolvidos dois jogos da memória. um com a letra G e outro com a letra R, aproveitando o campo semântico “animais”, porquanto os protagonistas do livro infantil são um gato e um rato. Esta atividade mostra a vastidão de palavras com estas letras e utilizando-as em sílabas com diversos padrões. A atividade é lúdica e aplica, ainda, os conhecimentos assimilados sobre o SEA e a formação de sílabas. Pode se solicitar às crianças, inclusiva quais os animais que elas desejam que participem dos jogos para que elas possam brincar. A professora anotará na lousa esses animais e dará a elas o desenho duplo de cada animal para que as crianças confeccionem seus próprios jogos da memória e, assim, divertirem-se. 15 Quadro síntese (ver exemplo a seguir) O quadro a seguir contemplará nossa sequência didática para aplicação durante cinco (05) aulas de Língua Portuguesa, conforme abaixo: 02/03/2015 ETAPAS OBJETIVO TEMPO PREVISTO ENTRADA (7H00) ORGANIZAÇÃO DO DIA Atividade Permanente: Conversa coletiva sobre as atividades do dia: leitura do texto literárioinfantil “Gato pra Cá, Rato pra lá”. Organizar as atividades do dia, com ênfase para o início da sequência didática. Situar os alunos no contexto do conto abordado, além de promoção lúdica do enredo por meio da roda de conversa. 45 minutos (das 7h às 7h45) 03/03/2015 ETAPAS OBJETIVO TEMPO PREVISTO ORGANIZAÇÃO DO DIA Atividade Permanente: Reconto da leitura do livro pelas crianças. Nesta atividade a professora vai anotar na lousa todos os apontamentos feitos pelos alunos após a leitura. Verificar o conhecimento prévio dos alunos com relação à linguagem, o SEA e os diversos padrões silábicos da língua portuguesa. 45 minutos (das 7h às 7h45) 04/03/2015 ETAPAS OBJETIVO TEMPO PREVISTO ORGANIZAÇÃO DO DIA Atividades Permanentes: Exibição do Vídeo “Rato meu querido rato”, que está disponível no link: www youtube.https://www.youtube.co m/watch?v=piu12_ESfzE. Conversa coletiva antes do vídeo para retomar o que já foi lido no conto, com o objetivo de avaliar o conteúdo assimiliado pelo aluno. Certificar se os alunos não esqueceram o tema proposto na primeira aula; Identificar se os alunos são capazes de recuperar mentalmente e reproduzir o conteúdo do conto; Contextualizar o aluno acerca do conto e do vídeo e suas relações; A professora pedirá pedir aos alunos que busquem comparações entre o conto e o vídeo. 45 minutos (das 7h às 7h45) 05/03/2015 ETAPAS OBJETIVO TEMPO PREVISTO ORGANIZAÇÃO DO DIA Atividade Permanente: A seleção de um corpo de palavras por parte do professor de um corpus de palavras com os grafemas “G” e “R”. A atividade será coletiva e envolverá todos os alunos da sala. A professora pedirá aos alunos que apontem quais as palavras apuradas com esses grafemas e as escreverá na Aos solicitar o levantamento das palavras aos alunos, o professor consegue garantir que encontrem exemplos dos diferentes contextos em que esses grafemas podem ocorrer, seja no início, meio e no fim da palavra. 45 minutos (das 7h às 7h45) 16 lousa. 06/03/2015 ETAPAS OBJETIVO TEMPO PREVISTO ORGANIZAÇÃO DO DIA Atividades Permanentes: Neste dia, serão aplicadas três atividades de descoberta para os alunos. A primeira delas é o preenchimento das lacunas com as sílabas faltantes. A professora entregará aos alunos uma atividade para que eles identifiquem as sílabas faltantes no texto. A atividade abordará o conteúdo do conto e do vídeo. A segunda é o preenchimento de uma cruzadinha com algumas letras já preenchidas. Na terceira e última, a professora aplicará nos alunos um jogo de memória, como uma abordagem lúdica importante para a aquisição do conhecimento dos alunos. O jogo da memória apresentará animais com sílabas com a letra “G “e com a letra “R”. Segundo Nóbrega, “as atividades de descoberta da regularidade configuram-se como um pequeno projeto de pesquisa em que os estudantes submetem suas hipóteses às análises do corpus e, a partir dos dados, vão construindo modelos explicativos cada vez mais complexos. À medida que desenvolvem atividades cognitivas de reflexão metalingüística, ampliam suas capacidades de pensar a língua”, (2013, p. 132). Assimilar os conhecimentos da música com o livro, além do SEA (Sistema de Escrita Alfabética) e dos padrões silábicos do português. Neste caso dos grafemas “g” e “r”. A cruzadinha tem por objetivo permitir aos alunos que sistematizem as regularidades dos grafemas descobertos. Assim, é possível realizar uma versão simplificada na qual eles escrevem apenas alguns grafemas e/ou sílabas em que há o emprego do grafema em estudo, o que confere maior dinamismo à atividade. O jogo de memória proposto aos alunos objetiva ampliar o corpus de palavras usado na atividade de descoberta das regularidades contextuais dos grafemas “G” e “R”, com base no campo semântico animais, proporcionado pelo título do livro infantil, impulsionado pelo gato e pelo rato. 45 minutos (das 7h às 7h45) Recursos Equipamento de Vídeo; Livros; Roda de leitura; Produção de atividade de escrita; Anexos (Ver seção Anexos, abaixo). 17 Tempo 5 horas/aula de 45 minutos, no período da manhã, conforme quadro síntese acima, nas aulas de Língua Portuguesa. Espaço físico O espaço físico utilizado será a sala de aula do 1º B, além da sala de vídeo da instituição. Além disso, far-se-á uso das seguintes recursos: Vídeo; Livros; Não será necessário mobiliário especial ou complementar. Avaliação A avaliação será contínua, sendo notados os conhecimentos que a criança assimilará no decorrer da aplicação das atividades desta sequência didática. Será levado em consideração o grau de dificuldade com que a criança as executa, bem como sua avaliação se dará de modo descritivo, porquanto no primeiro ano será possível observar se a criança obteve avanços na assimilação dos conhecimentos sobre padrões silábicos do português. Descrição e detalhamento das atividades e estratégias para avaliar Leitura do livro: A avaliação consistirá na compreensão dos alunos acerca do objeto ministrado. Trata-se de atividade diagnósitca, por meio da qual verificar-se-á os conhecimentos prévios que eles possuem e o entendimento do texto; Reconto da história do livro: Verificar-se-á a desenvoltura e o domínio das sílabas e palavras aprendidas durante a primeira leitura da história; Corpus de palavras: Também é uma atividade diagnóstica, para verificação das relações grafema/fonema e dos padrões silábicos mais comuns na língua portuguesa. A professora, especificamente neste trabalho, utilizará de grupos de grafemas com as 18 letras G e R, em qualquer posição na palavra (inicial, interior e final), verificando casa som que o grafema pode produzir, dependendo do contexto; Exibição do vídeo da dupla “Palavra Cantada com a música “Rato”: A avaliação consistirá na compreensão dos alunos acerca do objeto ministrado. Trata-se de atividade diagnóstica, por meio da qual verificar-se-á os conhecimentos prévios que eles possuem e o entendimento do texto; Atividade de preenchimento de lacunas com sílabas: Atividade de aplicação para verificar o grau de dificuldade com o qual os alunos conseguem notar e aplicar a sílaba correta no trecho destacado; Cruzadinha: A partir do conhecimento adquirido sobre o SEA e padrões silábicos, conforme trabalhados nesta sequência didática, verificar-se-á, o grau de dificuldade com que os alunos preenchem as lacunas desta atividade. Será avaliada a percepção com a qual os alunos conseguem trabalhar estes grafemas/sílabas específicos; Jogo da Memória: Trata-se de atividade lúdica, por meio da qual verificar-se-á o grau de dificuldade na associação das figuras de animais expostas neste jogo, bem como o domínio dos grupos silábicos trabalhados. Referências Bibliográficas COUTINHO, M de L. Psicogênese da língua escrita: o que é? Como intervir em cada uma das hipóteses? Uma conversa entre professores. In: MORAIS, A. G. et al Alfabetização: apropriação do sistema alfabético. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. P. 47-70. Disponível em http://www.ufpe.br/ceel/e-books/Alfabetizacao_Livro.pdf. MACIEL, F. I. P.; BAPTISTA, M. C; MOURÃO, S. (Orgs) A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de nove anos: orientações para o trabalho com a linguagem escritaem turmas de crianças de seis anos. Belo Horizonte: UFMG/FaE/CEALE, 2009.122 p. (p. 7 a 24). Introdução e Capítulo 01. Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12624%3Ae nsino-fundamental&Itemid=859 MORAIS, A. G de; LEITE, T. M. R. Como promover o desenvolvimento das habilidades de reflexão fonológica dos alfabetizandos? In: MORAIS, A. G de et al. Alfabetização: apropriação do sistema alfabético. Disponível em http://www.ufpe.br/ceel/e-books/Alfabetizacao_Livro.pdf 19 NOBREGA, M. J. Como a norma ortográfica está organizada: o sistema grafo- fonêmico. In: ________ Como eu ensino ortografia. São Paulo: Melhoramentos, 2013, p. 15-37 ROJO, R. Letramentos múltiplos. Escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009. Livro base para a Sequência Didática: ORTHOF, Sylvia. Gato pra cá, rato pra lá. Ilustrações Graça Lima. Rio de Janeiro: Rovelle, 2012. Endereço para o vídeo “Rato Meu Querido Rato” (Filme com a canção “Rato”): www.youtube.com/watch?v=piu12_ESfzE. 20 Anexo 1: Capa do Livro Gato pra cá, rato pra lá 21 Anexo 2: Atividade de Preenchimento de Sílabas Faltantes em Lacunas (Letra G) PREENCHA AS LACUNAS COM AS SÍLABAS FALTANTES: 22 Anexo 3: Atividade de Preenchimento de Sílabas Faltantes em Lacunas (Letra R) PREENCHA AS LACUNAS COM AS SÍLABAS FALTANTES: 23 Anexo 4: Cruzadinha (Sem Respostas) 24 Anexo 5: Cruzadinha (Com Respostas) 25 Anexo 6: Jogo da Memória (Animais com sílabas com a letra G) VAMOS BRINCAR DE JOGO DA MEMÓRIA? 26 Anexo 7: Jogo da Memória (Animais com sílabas com a letra R) VAMOS BRINCAR DE JOGO DA MEMÓRIA?