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Introdução A extração por Soxhlet é um método aplicado na purificação e separação das substâncias de uma mistura. Com base nessa metodologia, é possível segregar um componente puro através de uma mistura. É uma técnica que foi elaborada para quando a substância desejada tem uma solubilidade estabelecida em um solvente definido e suas impurezas são insolúveis nesse mesmo solvente. Nesse processo, a amostra a ser analisada, um sólido, é transferida para a fase líquida.1 A solubilidade é o principal aspecto a ser examinado. O processo de solubilização de uma substância química é decorrente da interação entre a espécie que se pretende solubilizar e a substância que a dissolve. Assim, sustenta a definição de que a quantidade de soluto que dissolve numa certa quantidade de solvente, é uma condição de equilíbrio. Dessa forma, a solubilidade é diretamente associada com a estrutura molecular, principalmente com a polaridade, momento dipolo, das ligações químicas.2 Compostos apolares ou pouco polares são solúveis em solventes apolares ou de baixa polaridade, na mesma proporção que compostos de elevada polaridade são solúveis em solventes também polares, conforme a regra de que apolar dissolve apolar e polar dissolve polar.2 O açafrão da terra é um composto fenólico alaranjado que é bastante utilizado nos países orientais como composto medicinal, tempero e corante em alimentos. Esse composto detém de três pigmentos, curcumina, bisdemetoxicurcumina e demetoxicurcumina, que possuem a característica de serem antioxidante para o organismo humano.3 Objetivo Extrair os curcuminóides presentes no açafrão da terra, através da técnica de Soxhlet. Resultados e Discussões 3.1 – Discussão do trabalho experimental Essa técnica consiste no solvente, contido no balão, é aquecido até entrar em ebulição. O vapor gerado sobe pelo tubo lateral até o condensador, onde sofre a condensação, gotejando no extrator, cobrindo o cartucho. Quando o nível de solvente atinge o sifão, o solvente é evacuado para o balão, arrastando consigo as substâncias solúveis. Esse processo é repetido a medida que o sistema permanecer aquecido. Quando o composto orgânico é mais solúvel em água do que no solvente orgânico, são necessárias grandes quantidades de solvente orgânico para se extrair pequenas quantidades da substância. A técnica da extração por Soxhlet se baseia na circunstância de que a solubilidade dos sólidos varia em função do solvente. O etanol foi o solvente usado, sendo ele polar, capaz de extrair as substâncias polares presentes nos curcuminóides. Os curcuminóides apresentam as seguintes estruturas: Figura 1: estrutura dos curcuminóides Fonte: Google imagens Como se observa na figura 1, as hidroxilas dos curcuminóides (amostra) realizam interações intermoleculares com as hidroxilas do etanol (solvente), sendo ela, ligação hidrogênio. Houve então, uma dissolução no instante em que o solvente entrou em contato com a amostra. Assim, as forças atrativas entre as moléculas do soluto e solvente, se tornaram maiores às forças de entre as próprias moléculas do soluto e as próprias moléculas do solvente. Conclusões Concluiu-se a determinação do processo de extração dos curcuminóides, utilizando como solvente o etanol, através do experimento extração por Soxhlet. O sistema montado possui como objetivo extrair o máximo da amostra, sua importância se dispõe da escolha do solvente empregado para a obtenção dos compostos através da polaridade das substâncias. Como constitui de um procedimento continuo, as impurezas não são deslocadas para o balão, ficando no cartucho, assim seria viável extrair os curcuminóides. Parte Experimental Desenho da aparelhagem 5.2 - Procedimentos Experimentais Determinou-se a capacidade do extrator de Soxhlet conectando-se um balão de fundo redondo à câmara do extrator. Adicionou-se etanol na câmara e observou-se o retorno do solvente para o balão, a quantidade mínima de solvente para o procedimento. Logo após, adicionou-se pedras de porcelana ao balão e o colocou em uma manta de aquecimento. Depositou-se uma grande quantidade de curcuminóide colorido em um cartucho de papel filtro, cobriu-se com algodão e posicionou-se dentro do extrator. Certificou-se que o material estava necessariamente disposto no cartucho para que ele não desobstrua durante o procedimento. Conectou-se o condensador à câmara do extrator, ligou-se o fluxo de água e o aquecimento da manta. Deixou-se o extrator em funcionamento por três sifonadas. No final, desligou-se o aquecimento e o fluxo de água, esperando-se esfriar e desmontando-se a aparelhagem. 5.3 - Dados Físicos 5.3.1 – Etanol 5 Nome IUPAC Etanol Massa Molar 46,07 g/mol Fórmula Molecular C2H6O CAS 64-17-5 Aparência Líquido e incolor Ponto de Fusão -118 ºC Ponto de Ebulição 77,0 ºC Densidade 0,793 g/m3 Reatividade Estável sob condições usuais de manuseio e armazenamento. Não sofre polimerização Combate a Incêndio Espuma resistente a álcool, neblina d’água, pó químico e dióxido de carbono (CO2) Solubilidade Solúvel em água e solvente orgânicos Primeiros Socorros: contato com a pele Remover as roupas e sapatos contaminados. Lavar a pele exposta com grande quantidade de água, por pelo menos 15 minutos Primeiros Socorros: contato com os olhos Enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos Primeiros Socorros: caso de inalação Remover a vítima para local arejado e mantenha-a em repouso Primeiros Socorros: caso de ingestão Lavar a boca da vítima com água em abundância. Não induzir ao vômito Fórmula Estrutural Referência Bibliográfica DIAS, A. G., COSTA, M. A., GUIMARAES, P. I. C. Guia Prático de Química Orgânica, v.1: técnicas e procedimentos: aprendendo a fazer. 1ª edição. Interciência. Rio de Janeiro. p.103-105. 2004. MARTINS, C. R., LOPES, W. A., ANDRADE, J. B. Solubilidade das substâncias orgânicas. Química Nova, Salvador, v. 36, n. 8, 1248-1255, 2013. BRAGA, M. E. M., Obtenção de compostos bioativos de Curcuma longa L. e Lippia alba M. por tecnologia supercrítica: rendimento global, cinética de extração, composição química e aproveitamento do resíduo amiláceo. 2005.200 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) - Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005. 2