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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS MONTES CLAROS-MG Prática 9 - Hidrólise do Paracetamol Relatório da prática experimental Nº 9, apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Orgânica Experimental do curso de Engenharia Química Bacharelado do IFNMG - Campus Montes Claros. Docente: Marcelo Freire Alunos: Ayrton Reis Felipe Félix Daniel Freitas Letícia Lopes Sérgio Guimarães Talisson Bonfim 1 - INTRODUÇÃO Segundo Ellis, publicado pela sociedade científica Royal Society of Chemistry (2002) “o paracetamol é um medicamento muito usado. É um analgésico leve e reduz a temperatura dos pacientes com febre. Estas ações são conhecidas, respectivamente, como analgésicas e antipiréticas”. Esse fármaco vem substituindo o ácido acetilsalicílico (AAS), pois os dois compostos apresentam propriedades analgésicas e antipiréticas semelhantes, sendo muito recomendado a pessoas que apresentam sensibilidade ao AAS (GARRIDO, 2012). Imagem 1: Estrutura química do paracetamol. Fonte: GARRIDO, 2012. A hidrólise do paracetamol apresenta-se como uma das mais significativas rotas de degradação, uma reação que pode ser catalisada tanto por base como por ácido (LOURENÇÃO, 2009; GARRIDO, 2012). Com isso, o paracetamol (PAR) também é usado como intermediário para produtos farmacêuticos, como um precursor da penicilina. O p-aminofenol (PAP) é o principal produto da reação de hidrólise do PAR e um de seus principais metabólitos. A PAP tem efeitos nefrotóxicos e teratógenos significativos e foi detectada na PAR como uma impureza ou intermédio sintético (MORADLOD; ZARE, 2014, tradução nossa). Além do p-aminofenol, outro produto formado é o ácido acético. Essa reação pode ser evidenciada na imagem abaixo: Imagem 2: Reação de hidrólise do paracetamol. Fonte: GARRIDO, 2012. De acordo com Garrido (2012), existe uma desvantagem relacionada a hidrólise do paracetamol, esse empecilho está relacionado ao tempo de espera da conversão do paracetamol em p-aminofenol e ácido acético. Esse fator pode ser melhorado com a utilização de um micro-ondas, este método tem sido usado tanto em procedimento automatizados como também em semi-automatizados com o objetivo de acelerar a hidrólise. 2 - OBJETIVOS Obter o p-aminofenol por intermédio da reação de hidrólise catalisada por ácido do Paracetamol(acetaminofeno). 3 - MATERIAIS E REAGENTES 3.1 - MATERIAIS ● Béquer; ● Erlenmeyer; ● Tubos de ensaio; ● Pipeta de Pasteur; ● Proveta; ● Balança analítica; ● Grade para tubos de ensaio; ● Bastão de vidro; ● Funil; ● Algodão; ● Funil de Separação; ● Papel de tornassol. 3.2 - REAGENTES ● Água destilada; ● Vanilina; ● Isopropanol; ● Solução ácido sulfúrico (20%); ● Comprimidos de Paracetamol; ● Solução sulfato de cobre; ● Etanol. 4 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Adicionou-se alguns comprimidos de Paracetamol a um béquer onde foi dissolvido em 10 mL de água, deixando em repouso por 2 (dois) minutos, foram colocadas algumas pérolas de vidro para que promovesse a reação. Acrescentamos à reação H2SO4 0,2 mol/L (em igual quantidade), mantivemos a solução sobre fluxo e aquecimento por aproximadamente 30 minutos, logo após, filtramos no funil com o auxílio de algodão A solução foi dividida em dois tubos de ensaio, um deles foi destinado à realização dos testes e ao outro foi acrescentado 7 mL de isopropanol e saturou-se a mistura com cloreto de sódio, agitou-se brandamente. Em seguida foi separado a fase aquosa que contém o paracetamol, a fase orgânica foi transferida para outro tubo. Lavamos com NaHCO3 0,05 mol/L, separando a fases orgânica com NaCl. ● Testes para a detecção do para- aminofenol Adicionou-se 1 mL de etanol e 10 gotas da solução orgânica do procedimento em um tubo de ensaio. Posteriormente com o uso da pipeta de Pasteur, foram adicionadas 3 gotas de solução de FeCl 3. O teste foi repetido com a solução de paracetamol 250g/ L. ● Teste com a solução de CuSO4 à 5% Repetiu-se o início do primeiro teste com quantidades iguais de etanol e solução isopropanólica, porém foi utilizada solução de CuSO4. O teste foi replicado com a solução de paracetamol 250g/ L. ● Teste com a solução de vanilina Foi adicionado em um tubo de ensaio, 1 mL de álcool etílico, 2 gotas da solução orgânica e 2 gotas de vanilina. O teste foi replicado com o de uma solução de paracetamol 125g/ L. ● Teste de complexação da imina Adicionou-se 1 mL de etanol, 10 gotas de imina (formada no terceiro teste) e 3 gotas da solução de Sulfato de Cobre (5%) . O teste foi repetido com o uso de CuSO4 ao invés de FeCl3/ FeCl2. 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO O mecanismo da reação de hidrólise do paracetamol, catalisada pelo ácido clorídrico, proposto no roteiro é o seguinte: Após realizados os procedimentos para a hidrólise do Paracetamol, foram obtidos os componentes resultantes da reação que são o p-aminofenol, o ácido acético e o ácido clorídrico que foi catalisador da reação, e então foram feitos os seguintes testes para a detecção do 4-aminofenol que é um dos compostos resultantes da reação. 5.1- Teste com a solução de FeCl3/FeCl2 Ao adicionar a solução de FeCl3/FeCl2 no tubo contendo a solução isopropanólica observou-se a formação de precipitado de cor amarela, já na solução de paracetamol não houve precipitação. 5.2 - Teste com a solução de CuSO4 à 5% No tubo contendo a solução isopropanólica, a adição da solução de CuSO4 deu coloração violeta à mistura, e formou precipitado, já no tubo contendo a solução de paracetamol, observou-se um precipitado, porém a parte líquida da mistura ficou incolor. 5.3 - Teste com a solução de vanilina Nesse teste, a adição de solução de vanilina ao tubo contendo a solução de aminofenol deu coloração amarelada ao líquido do tubo, e no tubo contendo solução de paracetamol, a adição de solução de vanilina não modificou visualmente o líquido, permanecendo incolor. 5.4 - Teste de complexação da imina Utilizando a imina formada no teste 5.3 com a adição de solução de vanilina à solução de aminofenol, foi feito o último teste, onde foram adicionadas gotas de solução aquosa de CuSO4 à 5% no tubo contendo a imina, e observou-se a formação de precipitado. Por outro lado, ao adicionar gotas da solução de FeCl3/FeCl2 em outro tubo contendo imina, não ocorreu precipitação. 6- CONCLUSÃO De acordo com o experimento realizado e os testes feitos, foi possível identificar a presença do aminofenol, sendo esse o objetivo do experimento. Além disso, foi possível observar a importância de etapas como a secagem,por exemplo, que podem ser cruciais para o resultado. 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LOURENÇÃO, Bruna Cláudia. Determinação voltamétrica simultânea de paracetamol e cafeína e de ácido ascórbico e cafeína em formulações farmacêuticas empregando um eletrodo de diamante dopado com boro. 2009. 139p. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Química de São Carlos - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009. GARRIDO, R.M. Extração E Quantificação De Paracetamol Em Fármacos. 2012. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso - Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis, Assis. 2012 MORADLOD, O; ZARE, M. A. Kinetic Study of Paracetamol Hydrolysis: Evaluating of the Voltammetric Data. [s.l]: Anal. Bioanal. Electrochem, v.. 6, n.4, 2014, p. 450-460. ELLIS, Frank. Paracetamol - a curriculum resource. Royal Society of Chemistry, Londres, 2002.