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Memória e Aprendizagem PROF. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO Memória e Aprendizagem • Durante muito tempo aprendizagem e memória foram tidos como fenômenos idênticos. Aprendia aquele que retia ou memorizava aquilo que era ensinado. • Inclusive os métodos didáticos se voltavam para o processo de repetição e memorização; • Hoje sabe-se que se tratam de dois processos mentais superiores diferenciados. Ainda que um dê suporte ao outro. • Na prática é possível memorizar muita coisa sem que isso signifique aprendizado, do mesmo modo que é preciso aprender muita coisa sem necessariamente “o decoreba de detalhes”. Memória • Não há maior horror que do esquecimento: receio de perder tudo o que o tempo nos permite salvar. • Sem memória não há identidade. Nós vivemos na memória. Habitamos nela. Aquilo que a memória ama permanece eterno, como afirma Adélia Prado. • Possuir o tempo da memória é a nossa mais bela capacidade, é esse fio de Ariadne que nos salva do labirinto da dor, da incerteza e nos devolve para a alegria de viver. • Por isto é preciso festejar a memória, falar com as lembranças, com a vida das lembranças. Ela serve para ocultar o tempo passado, esquecer a ferida demasiado viva, estorvando-a com recordações que distorcem a ordem inicial dos acontecimentos. Por isto, muitas vezes é mais traumática a lembrança do que o fato em si. Memória • “Somos quem somos em função daquilo que aprendemos e lembramos. Somos um produto das nossas sinapses.” (Kandel – Pai da Neurociência) Memória “O tempo é a substância de que sou feito”, (Borges) Todos queremos perpetuar nossa memória para que nossas vidas não se percam no vazio ou no silêncio. A tendência do ser humano é salvar sua vida do esquecimento” (Vila-Matas) Memória • Recordar, do latim recordare é voltar ao coração, às lembranças, falar é voltar a sentir, despertar o que dorme, e não suportamos as lacunas da lembrança, do poço sem fundo que supõe a perda do passado. Por outro lado, esquecer é uma função tão importante como recordar, e memória e esquecimento têm a mesma origem. • Sabemos também que não é possível levar consigo um completo inventário do passado, pois não há mala, ou diário íntimo, com capacidade suficiente. Muitas carências, pesadelos e inibições do adulto costumam ter raízes na infância, e o mais importante é descobri-la, compreendê-la, decifrá-la, detectar onde começou uma esperança, onde foi semeado um desalento. • “Todos queremos perpetuar nossa memória para que nossas vidas não se percam no vazio ou no silêncio. A tendência do ser humano é salvar sua vida do esquecimento”. MITOLOGIA GREGA : Oráculo de Trophonius Se quisesse esquecer : Fonte Lethe se quisesse lembrar: Fonte Mnemonsine (Deusa da Memória) Lete é um dos rios do Hades. Aqueles que bebessem de sua água ou, até mesmo, tocassem na sua água experimentariam o completo esquecimento. as almas dos mortos bebem para esquecer seu passado e, assim, se despojam de suas dores e vícios anteriores. O outro rio, o Mnemósine, e beber das suas águas faria recordar tudo e alcançar a omnisciência. Memória e Aprendizagem Absorção Memória e Aprendizagem Absorção Platão Memória e Aprendizagem Absorção Observou que Quanto mais lesões, mais erros. Assim a Memória teria uma localização distribuída, assim como as funções neurais. 2 grupos de roedores: Normal e lesionados 1ª Etapa: Aquisição: Através dos sentidos registro no cortex cerebral; 2ª Etapa: Formação das memórias; 3ª Etapa: Conservar as memórias; 4ª Etapa: Evocação das memórias. “Somos aquilo que aprendemos, recordamos e conseguimos esquecer.” A memória é uma faculdade cognitiva que forma a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências, estando intimamente associada à aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória. A aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção dos conhecimentos aprendidos. A memória precisa ser reforçada, quanto mais eu reforço, mais eu fortaleço, mais facilmente eu evoco e mais facilmente eu utilizo. 0s três Cérebros (Cérebro Triuno) – Filogênese Cerebral Cérebro repitiliano – primitivo: - Responsável pela auto- preservação, por nossas funções vitais: respiração, circulação, excreção, digestão e também está ligado as relações sexuais. 0s três Cérebros (Cérebro Triuno) – Filogênese Cerebral Cérebro intermediário (das emoções): - Formado pelo sistema límbico (mamíferos inferiores). - Relacionado ao cuidar, as emoções, vivência dos vínculos afetivos. - Estrutura de destaque: o hipotálamo 0s três Cérebros (Cérebro Triuno) – Filogênese Cerebral Cérebro superior (neocortex) - Camada de estruturas pensantes/reflexivas. - recobre os lóbulos pré- frontais e, em especial, os lobos frontais dos mamíferos. É a porção anatomicamente mais complexa do córtex. - Nos humanos 76% do volume do cérebro é ocupado por esta estrutura. O neocórtex feminino contém um valor aproximado de 19 bilhões de neurónios enquanto o masculino contém 23 bilhões. Cérebro superior (neocortex) O neocórtex encontra-se dividido em parietal, frontal, occipital, e lobos temporais, que executam distintas funções. O lóbulo occipital abrange o córtex visual primário, e o lobo temporal envolve o córtex auditivo primário. O lobo frontal encerra áreas correspondentes às habilidades enquanto que o orbitofrontal é responsável pelo processamento social e emocional. Heny Morrison – Portador de Epilepsia grave desde a juventude. Em determinado momento nem os anticonvulsivantes faziam efeito. Retirada cirúrgica dos focos epilépticos (Bilateralmente lobo temporal). Melhorou a epilepsia, mas gerou sérios problemas de memória episódica / anterógrada total (Tudo da cirurgia para frente) e amnésia retrógrada parcial (parte antes da operação). Memórias motoras – ok. Memórias declarativas – Comprometida. HIPOCAMPO: Região principal formadora de memórias. Tipos de Memória TIPOS DE MEMÓRIA: OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS DA MEMÓRIA - Codificação (Fixação): Aquisição dos dados a partir de uma linguagem própria da memória (mnêmica) - Armazenamento (Consolidação dos dados recebidos); - Recuperação (Reconhecimento) FIXAÇÃO ARMAZENAMENTO RECUPERAÇÃO MEMÓRIAS AGINDO JUNTAS: Os recursos que utilizamos para desenvolver determinadas ações como dançar ou dirigir está ligada a memória procedimental (IMPLÍCITA) Entretando o desempenho com eficácia das ações evoca outras ações: Por exemplo, lembrar como se conduz um carro exige a memória procedimental. Contudo para lembrar das leis de trânsito usamos a memória de princípios gerais conhecida como MEMÓRIA SEMÂNTICA. Tipos de Memória TIPOS DE MEMÓRIA: Tipos de Memória TIPOS DE MEMÓRIA: Tipos de Memória TIPOS DE MEMÓRIA: MEMÓRIA: PROCESSO ATIVO E INDIVIDUALIZADO. A informação que apreendemos de um mesmo episódio da vida é diferente. Cada um de nós enquadra a informação nos conhecimentos que já tem, ou seja,enquadra os conhecimentos no contexto das suas experiências e expectativas. A memória não reproduzfielmente o registo: a memória reconstrói os dados que recebe dando relevo a uns, distorcendo ou omitindo outros. Quando os acontecimentos estão muito marcados pela emoção, os pormenores escapam. Neste caso, o cérebro preenche essas falhas, reconstrói, portanto, a memória. Por isto tudo, diz-se que a memória é um processo ativo e dinâmico. À medida que vamos adquirindo novas informações no dia-a-dia e as armazenamos sob a forma de memória, estabelecem-se no cérebro novas alterações anatómicas. Uma vez que todos nós somos educados em ambientes algo diferentes e temos experiências algo diferentes, a arquitetura do cérebro de cada um de nós é modificada de forma única (incluindo os gémeos homozigóticos). A memória é registrada em lugares diferentes do cérebro. Não memorizamos apenas uma chave, mas o barulho que faz, o que abre, em que chaveiro se encontra, quando fizemos a chave ou outra história associada a mesma. A chave tem uma representação simbólica de algo que remete a posse, a conquista, a segurança, etc. Para além da memória pessoal, que assegura a identidade individual, há também uma memória coletiva que é parte integrante da identidade de cada família, grupo social ou nação. Do passado retêm-se determinados factos e esquecem-se outros: há uma seleção e uma idealização do passado. A reconstrução da memória social das nações ou grupos sociais, ou seja, o apagamento de determinados factos e a exaltação de outros tem por objetivo reforçar os laços sociais, sendo uma forma de definir a sua identidade. Tipos de Memória Tipos de Memória Quanto ao fator tempo: as memórias podem ser classificadas em: - Ultra-rápida, - dura apenas alguns segundos; - Curta duração tem duração um pouco maior, podendo se estender por alguns minutos; - Longa duração: como é sabido, pode durar até mesmo uma vida inteira. A de curta duração tem duração um pouco maior, podendo se estender por alguns minutos. A de longa duração, como é sabido, pode durar até mesmo uma vida inteira. Tipos de Memória Quanto a natureza: Memória funcional (implícita, operacional ou procedural) É a memória inconsciente, que possibilita as aprendizagens perceptivas e motoras, bases dos automatismos, como andar de bicicleta, caminhar, dirigir... Outro exemplo das memórias implícitas são aquelas respostas emocionais primárias, inconscientes, que envolvem o sistema límbico (em especial a amígdala) e são ativadas principalmente em situações perigosas . Tipos de Memória Memória Sensorial (implícita, operacional ou procedural) Tipo de memória que tem origem nos órgãos sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se for passa para a memória a curto prazo. Divide-se em: • de representação perceptual: informações sensoriais que são gravadas e que não é associado significado, é uma memória pré- consciente. • de procedimentos: envolve hábitos e habilidades. • associativa,: permite o armazenamentos de informações que ligam estímulos e respostas mutuamente • não-associativa: permite o armazenamentos de informações que ligam estímulos e respostas mutuamente Tipos de Memória Longo Prazo: Memória Declarativa (explícita ou Memória com registro) São as memórias relativas aos conhecimentos em geral, como os idiomas, a localização de objetos no espaço, a medicina, a psicologia. As memórias de longo prazo são as memórias de curto prazo após o processo de consolidação. Quando uma pessoa lembra um telefone importante, no momento oportuno, está evocando uma memória de longo prazo. São elas que se mantém por meses dias e anos. Essas memórias são normalmente mais ricas e fiéis logo após sua aquisição. Com o passar dos anos e com a falta de exercício (evocação), tendem a se empobrecer, perder detalhes. Porém elas também podem ser modificadas pela recordação, pelo contexto em que são recordadas e pelo processo cognitivo que as evocou. Que imagem guarda de sua primeira namorada, um homem de 60 anos? A verdadeira, aquela de 45 anos atrás, ou esta outra, visualmente empobrecida, porém intelectualmente idealizada da última vez que a recordou? Tipos de Memória Longo Prazo: Memória Declarativa Divide-se em Episódica e Semântica: Episódica- quando envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos pessoas famosas, músicas, fatos e experiências pessoais)ou seja relacionados com o tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de Setembro ou o primeiro dia de escola. A memória semântica é, portanto, uma memória pessoal na qual que se manifesta uma relação íntima ente quem recorda e o que se recorda. Semântica- Abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química, fatos históricos, etc. Neste tipo de memória não há localização no tempo (ao contrário da memória episódica), não está associada a nenhum conhecimento, ação ou fato especifico do passado. Por exemplo: 1+1 = 2 Tipos de Memória MEMÓRIA DE LONGO PRAZO Memória Não Declarativa (Implícita) Difere-se da memória declarativa porque esta não precisa ser declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória usada para procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, etc. A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo. MEMÓRIA EXPLICITA (DECLARATIVA) X IMPLÍCITA (NÃO DECLARATIVA) Memória explícita (se pensa): Resulta de um esforço consciente, estão disponíveis para uma evocação consciente, são frequentemente fáceis de formar, mas também são facilmente esquecidas. Faz parte da memória permanente e é aquela que pode ser declarada, como fatos, nomes, acontecimentos e pode ser episódica (eventos com data) ou semântica (significado de palavras). Memória implícita (se faz): Resulta diretamente da experiência, adquirida de forma automática. Requer repetição e prática durante um certo período, mas essas memórias tem menor probabilidade de serem esquecidas. É aquela que evoca habilidades, objetos, associações, a aprendizagem baseada em não- associações e as aprendidas de modo mecânico. Aprender a dirigir é um bom exemplo do uso dessa memória. Tipos de Memória MEMÓRIA DE CURTO PRAZO Memória de Trabalho: Mobiliza a atenção, por exemplo um número de telefone que se ouve até que se anota, quando a informação então é descartada. A repetição parece ser a sua melhor aliada. Tem sua localização na área pré-frontal. Outro exemplo pode ser a segunda palavra da oração anterior, que permaneceu na memória do leitor apenas o tempo suficiente para que pudesse compreender a oração, depois perdeu-se para sempre. É chamada de memória de trabalho por analogia a memória de trabalho dos computadores (memória RAM). Sem a memória de trabalho de curta duração é praticamente impossível a aquisição de memória e por conseqüência o aprendizado se torna inviável, pois não se pode conectar os elementos sucessivos de cada experiência Tipos de Memória MEMÓRIA DE CURTO PRAZO Memória Imediata: A informação recebida fica retida durante um curto período de tempo (cerca de 30 segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que podemos conservar sete elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove unidades. Tipos de Memória RECENTE REMOTA Pode durar meses, anos ou a vida inteira Tipos de memória - Classificações: A memória não declarativa: Aprendizagem por condicionamento clássico. Memória declarativa: Episódica- Eventos/Semântica- Fatos Estrutura da Memória: Explicita Episódica-Semântica- Autobiográfica Características: Memória implícita é um tipo de memória no qual as experiências passadas auxiliam o desempenho de uma tarefa sem que haja consciência destas experiências anteriores Tipos de Memória Curta- duração Longa- duração (dias, semanas ou anos) Fatos ao longo da vida (autobiográfica) Episódio temporal Recordações generalizadas (fatos históricos, regras gramaticais, etc.) Atemporal. Emocional Não-Emocional Automáticos. Ex: Dirigir Limitada/ Temporária Localização: • A MEMÓRIA EPISÓDICA (EMOCIONAL) e SEMÂNTICA: • Regiões corticais : Áreas pré-frontal e entorrinal (região que dá origem ao principal sistema fibroso do hipocampo). Localização: • A MEMÓRIA NÃO DECLARATIVA OU IMPLÍCITA: • Regiões corticais com destaque para o cerebelo, responsável pelos movimentos e atividades motoras. Esquecimento • Normalmente, associa-se o esquecimento a uma falha mental ou ate uma patologia, mas sem o esquecimento é ser-nos-ia impossível continuar memorizar informação. • esquecimento serve como que um filtro daquilo que ainda nos é importante, a este processo designa-se por função seletiva e adaptativa. A própria memória também tem um caráter adaptativo pois ela não memoriza tudo a que estamos expostos no dia-a-dia (a informação é transformada). • Habitualmente falamos de esquecimento ligado apenas à memória de longo prazo pois como já disse a memória a curto prazo apaga-se para dar lugar a novas informações ou então passa à memória de longo prazo. Esquecimento: • o esquecimento pode ser também mau quando é um esquecimento regressivo ou seja quando surgem dificuldades em reter novos materiais e em recordar conhecimento, nomes ou fatos aprendidos recentemente. Este tipo de esquecimento pode ser devido à degenerescência dos tecidos cerebrais e ataca sobretudo pessoas de certa idade. • E existe vários tipos de esquecimento: • Desinteresse ou Falta de uso; • por interferência de aprendizagem (como que uma reciclagem de informação); • Por repressão ou recalque (Conteúdos dolorosos, insuportáveis são esquecidos); • Regressivo (conteúdo pouco importantes são esquecidos); • motivado utilizado quando se quer esquecer algo negativo na nossa vida. Afetamentos da Memória • A MEMÓRIA EPISÓDICA (EMOCIONAL) PODE SER AFETADA POR: • TRAUMAS; • HIDROCEFALIA; • TUMORES; • DOENÇAS METABÓLICAS (Deficiência de vitamina B1); • DOENÇAS NEUROLÓGICAS (Mal de Alzheimer) Amnésia • capacidade de armazenar fatos ou lembrá-los de forma consciente denomina-se memória. A retenção de informações e acontecimentos pode ser dividida em dois sistemas muito estudados: a memória a curto prazo (MCP); de capacidade limitada e pequena duração; e a memória a longo prazo (MLP); mais estável e duradoura. • A amnésia consiste justamente na incapacidade de se processar e armazenar fatos ou idéias no MCP ou no MLP. A amnésia orgânica consiste em mal funcionamento das células nervosas o que acarreta diminuição no registro e retençãode informações. A amnésia psicogênica é consequência de fatos psicológicos que inibem a recordação de certos episódios vividos. Muitas amnésias podem ser mistas, ou seja, contam com fatores psicogênicos e orgânicos. Amnésia • capacidade de armazenar fatos ou lembrá-los de forma consciente Quanto a cronologia a amnésia pode ser dividida em retrógrada e anterógrada. • RETRÓGRADA: A primeira, refere-sea incapacidade de relembrar fatos ocorridos antes do distúrbio; • ANTERÓGRADA: de armazenar novas informações (distúrbio de retenção). • As causas principais da amnésia são traumatismo craniano, tumor cerebral, infecção intracraniana, intoxicação, doenças cerebrais e deficiência de vitamina B. Doença de Alzheimer • O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade da pessoa. De início, o paciente começa a perder sua memória mais recente. Pode até lembrar com precisão acontecimentos de anos atrás, mas esquecer que acabou de realizar uma refeição. • A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, é uma doença neurodegenerativa cujo curso desenvolve-se ao longo de 5 a 10 anos, de forma progressiva e inexorável. Essa doença afeta cerca de 40% da população acima de 85 anos e aproximadamente 10% das pessoas entre 65 e 85 anos. Sua alta incidência nestas faixas demográficas, que estão em crescimento, caracteriza-a como um grave problema de saúde pública. • A doença foi descrita pela primeira vez em 1907 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer. Desde então são conhecidos tanto os principais sintomas da doença (déficit de memória, acompanhado por perda progressiva das capacidades cognitivas), quanto seus achados anatômicos patológicos: as placas neuríticas ou senis, os emaranhados neurofibrilares e a perda de neurônios. Doença de Alzheimer • Com a evolução do quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação. • A demência varia em gravidade desde o estágio mais brando, quando está apenas começando a afetar o funcionamento de uma pessoa, até o estágio mais grave, quando a pessoa deve depender completamente dos outros para atividades básicas da vida diária. (2,3) • No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas têm a doença de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Em todo o mundo, 15 milhões de pessoas têm Alzheimer, Doença de Alzheimer • Estágio inicial: O estágio inicial raramente é percebido. Parentes e amigos (e, às vezes, os profissionais) veem isso como "velhice", apenas uma fase normal do processo do envelhecimento. Como o começo da doença é gradual, é difícil ter certeza exatamente de quando a doença começa. A pessoa pode: • Ter problemas com a propriedade da fala (problemas de linguagem) • Ter perda significativa de memória – particularmente das coisas que acabam de acontecer • Não saber a hora ou o dia da semana • Ficar perdida em locais familiares • Ter dificuldade na tomada de decisões • Ficar inativa ou desmotivada • Apresentar mudança de humor, depressão ou ansiedade • Reagir com raiva incomum ou agressivamente em determinadas ocasiões • Apresentar perda de interesse por hobbies e outras atividades. Doença de Alzheimer • Estágio intermediário: Como a doença progride, as limitações ficam mais claras e mais graves. A pessoa com demência tem dificuldade com a vida no dia a dia e: • Pode ficar muito desmemoriada, especialmente com eventos recentes e nomes das pessoas • Pode não gerenciar mais viver sozinha, sem problemas • É incapaz de cozinhar, limpar ou fazer compras • Pode ficar extremamente dependente de um membro familiar e do cuidador • Necessita de ajuda para a higiene pessoal, isto é, lavar-se e vestir-se • A dificuldade com a fala avança • Apresenta problemas como perder-se e de ordem de comportamento, tais como repetição de perguntas, gritar, agarrar-se e distúrbios de sono • Perde-se tanto em casa como fora de casa • Pode ter alucinações (vendo ou ouvindo coisas que não existem).Doença de Alzheimer • Estágio avançado: O estágio avançado é o mais próximo da total dependência e da inatividade. Distúrbios de memória são muito sérios e o lado físico da doença torna-se mais óbvio. A pessoa pode: • Ter dificuldades para comer • Ficar incapacitada para comunicar-se • Não reconhecer parentes, amigos e objetos familiares • Ter dificuldade de entender o que acontece ao seu redor • É incapaz de encontrar o seu caminho de volta para a casa • Ter dificuldade para caminhar • Ter dificuldade na deglutição • Ter incontinência urinária e fecal • Manifestar comportamento inapropriado em público • Ficar confinada a uma cadeira de rodas ou cama.