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CONTROLES DE QUALIDADE EM LABORATÓRIO CLÍNICO Prof. Michele Janegitz Acorci Valerio CONTROLE DE QUALIDADE “... Procedimentos para monitorar os processos de trabalho, detectar problemas e corrigir antes de entregar os produtos ou serviços. O controle de qualidade estatístico é o procedimento mais importante do desempenho analítico dos métodos laboratoriais”. James O. Westgard, PhD. Normas de Qualidade • Normas internacionais: ISO • Normas Regionais: MERCOSUL • Normas Nacionais: ABNT, ONA • Outros documentos normativos: utilizados como relatórios técnicos ou guias de orientação para empresas Implantação de Sistema de Qualidade em Laboratórios Clínicos Conscientização de RH quanto a importância e participação efetiva de todos; Aquisição de amostras controles; Estabelecimento dos Limites Aceitáveis de Erros (LAE) para cada analito; Confecção de mapas de controle com base nas médias e LAE de cada método; Atualização e análise diária dos mapas de controle – detecção de possíveis erros; Correção das causas; Exame semanal e mensal dos mapas de controle – detectar tendências, desvios, perda de precisão, perda de exatidão. Procedimento Operacional Padrão (POP) • São documentos que descrevem detalhadamente cada atividade do laboratório. • As atividades devem ser validadas e aprovadas pela gerência da qualidade. • Devem estar à disposição do corpo técnico e de apoio, inclusive alunos e estagiários. Padronização em Laboratório Clínico Etapa Pré-Analíticos Identificação de amostras, preparação do paciente, coleta, etc. Etapa Analítica Procedimento detalhado da metodologia, reagentes, equipamentos, calibrações, valores de referência, etc. Etapa Pós-Analítica Cálculos, análise da consistência dos resultados, liberação dos laudos, armazenamento de material, arquivamento de resultados, etc. A Calibração é um processo que visa verificar se a medida obtida por um instrumento é compatível com o esperado e se ele está adequado ao uso. Por contribuir para a confiabilidade dos resultados e reduzir custos inerentes aos erros de ensaio, a calibração é hoje requisito de processos de certificação e acreditação. Define-se como toda ação sistemática para dar confiança aos serviços de laboratório a fim de atender as necessidades de saúde do paciente. Ferramenta empregada para validar os processos inseridos na fase analítica do fluxo de produção de resultados de exames. - AVALIAÇÃO - CONTROLE DE QUALIDADE • O Controle de Qualidade é utilizado para determinar se um PRODUTO se ajusta às especificações • Aplica-se amostragens estatísticas e técnicas de inspeção • O Controle de Qualidade busca cumprir com os requisitos CONTROLE DE QUALIDADE •A Qualidade se observa de fora •Uma pessoa ou grupo avalia a Qualidade que outra pessoa ou grupo produz •A análise se realiza depois de executado o processo de produção CONTROLE DE QUALIDADE • Avalia a Qualidade final das unidades amostradas. • Só fornece uma segurança estatística de que não se cometeram erros. O Controle de Qualidade Não pode garantir 100% de eficácia CONTROLE DE QUALIDADE PRECISÃO é o grau de variação de resultados de uma medição. A precisão tem como base o desvio-padrão de uma série de repetições da mesma análise. Ou seja, realizando-se 10 medidas com dois equipamentos diferentes, o que apresentar menos medidas diferentes é o que terá maior precisão. EXATIDÃO consiste no grau de conformidade de um valor medido ou calculado em relação à sua definição ou com respeito a uma referência padrão. Exatidão é quanto a medida se aproxima da realidade, ou seja, a parte que é constante no erro. Por exemplo, se há uma diferença de 2 milímetros em uma régua, com relação ao valor exato, está ocorrendo um erro sistemático de 2 milímetros em todas as medidas. Esse valor fornece a exatidão da régua. Análise diária de amostra controle com valores conhecidos dos analitos para avaliar a precisão dos ensaios. Função – garantir a reprodutibilidade e indicar momento de promover ações corretivas. CONTROLE INTERNO DE QUALIDADE O Controle Interno (ou material de referência) é responsável pelo monitoramento freqüente da reprodutibilidade da fase analítica, identificando e eliminando erros inerentes ao processo das análises quantitativas e qualitativas. Os Sistemas mais usados são: Sistema de Controle de Levey- Jennings Sistema de Controle através das Regras de Westgard CONTROLE INTERNO DE QUALIDADE SISTEMA DE CONTROLE DE LEVEY-JENNINGS O gráfico é constituído de linhas especificando valor médio na linha central e limites de controle estabelecidos para identificar e mostrar tendências dos resultados encontrados. Avaliação diária – resultados dentro ou fora de controle Avaliação semanal – detectar tendência, desvio, perda de exatidão, perda de precisão Avaliação mensal – avaliar variações significativas = erros em reagentes e/ou instrumentos R E S U L T A D O S Introdução Regras de Controle para corrida analítica Detecta problemas nas corridas Alta detecção de erros Estabelece-se médias e desvios padrões REGRAS DE WESTGARD Aplicação Baseada em métodos estatísticos Analisa dados de controle Detectam erros sistemáticos Regra base de aviso: revisão processo Regra base de atuação: rejeição resultados Violação das regras de Westgard Aceitar o teste em totalidade Rejeitar ensaio geral Aplicação de re-teste REGRAS DE WESTGARD Os dados de controle são plotados em gráficos de Levey- Jennings, contudo tem várias linhas limites permitindo aplicação de regras adicionais de controle. Conjunto de regras: 1:3s – rejeita quando um valor excede a média ± 3DP 2:2s – rejeita quando dois valores consecutivos excedem a média ±2DP R:4s – um valor excede a média +2DP e outro -2DP 4:1s – rejeita quando quatro valores consecutivos excedem a média ±1DP 10:média – rejeita quando 10 observações consecutivas caem do mesmo lado da média 1 3s se refere a uma regra de controle que é comumente usado com um gráfico de Levey-Jennings quando os limites de controle são definidos como os mais 3s média e média menos 3s. A corrida é rejeitada quando uma medição de controle único é superior à média 3s mais ou o limite de controle média menos de 3s. 1 2s refere-se a regra de controle que é comumente usado com um gráfico de Levey-Jennings quando os limites de controle são definidos como mais ou menos 2s média. No procedimento original de Regras Múltiplas de Westgard, esta regra é utilizada como uma regra de alerta para acionar uma inspeção cuidadosa dos dados de controle por rejeição das regras a seguir. 2 2s - Rejeita-se quando duas medições de controle consecutivas exceder a mesma média de 2s mais ou a mesma média de controle limite menos 2DP. 4s R - Rejeita-se quando uma medição de controle de um grupo superior a mais de 2s média e outro superior ao menos 2s média 4 1s - Rejeita-se quando quatro medições de controle consecutivas exceder a mesma média 1s mais ou a mesma média de controle do limite de 1s menos. 10 x - Rejeita-se quando 10 medições de controle consecutivas estiveremno mesmo lado da média. 2de3 2s - Rejeita-se quando: 2 de 3 medidas de controle exceder a mesma média de 2s mais ou um controlo limite menos 2DP; 7 T - rejeitar quando sete medidas de controle tendência no mesmo sentido, ou seja, obter progressivamente maior ou menor. Conclusões Boa sensibilidade utilizando-se 2 ou mais testes Baixa falsa rejeição Alta identificação de erros Sistema de controle em que o resultado de cada teste do labaratório participante é comparado com a média de consenso do seu grupo. Consiste na comparação da exatidão de resultados interlaboratoriais. Avaliação nas categorias: BOM – resultados entro de média ±1DP ACEITÁVEL – dentro da média ±2DP INACEITÁVEL – fora da média ±2DP CONTROLE EXTERNO DE QUALIDADE TESTE DE PROFICIÊNCIA Consiste de amostras múltiplas de valor desconhecido enviadas periodicamente aos laboratórios para realização de ensaios. Detecta desvio indeterminado (imprecisão) e erro sistemático (inexatidão).