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Web Consumidor - Gabarito2013.2

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GABARITO WEB:
AULA 1
GABARITO Aplica-se na solução deste caso o mesmo principio aplicado no caso anterior. O Código Civil é lei geral e o Código do Consumidor é lei especial porque tem como destinatário um sujeito especial – o consumidor. A Lei geral, embora posterior (mais nova) não derroga a lei especial. O Código Civil disciplina o contrato de transporte como um todo, mas esse contrato de transporte, sempre que gerar relação de consumo,fica também submetido aos princípios e regras do CDC. Ademais, a regra do art.206, § 3°, V do Código Civil, que estabelece prazo prescricional de 3 anos para a pretensão de reparação civil, é uma regra geral e não específica para o contrato de transporte, razão pela qual é inaplicável ao caso o art.732 do C.Civil. A regra do art.27 do CDC (prazo prescricional de 5 anos) é especial para os casos de acidentes de consumo, pelo fato do produto ou do serviço. Como o caso em exame envolve acidente de consumo pelo fato do serviço, a regra aplicável é a do art.27 do CDC. Logo, não ocorreu a prescrição. Com relação à Constituição e a defesa do consumidor é incorreto dizer: A) é um direito e uma garantia fundamental e um princípio inerente à ordem administrativa. B) é um direito e uma garantia fundamental e um princípio inerente à ordem econômica. C) é um direito e uma garantia fundamental que pode ser alterada por meio de emenda constitucional por e tratar de uma relação de direito privado. D) é uma cláusula pétrea e um direito ligado as relações de direito público. GABARITO: C Com fundamento nos artigos 5°, XXXII e 170, V da Constituição. 
AULA 2
Gabarito – Princípios de boa-fé e transparência que geram o dever de informar. A concessionária que vendeu o veículo agiu de má-fé.A pretensão de Antonio encontra firme fundamento no princípio da boa-fé ( art. 4º, III do CDC), princípio cardeal do Código do Consumidor; no princípio da transparência ( art.4º caput) e no direito de informação (art. 6º, III do CDC ). A Concessionária, ao vender um veículo modelo 2009 sem informar a Antonio que o modelo sairia de linha, além de violar esses princípios, violou também o princípio da confiança. Antonio certamente não compraria o veículo pelo preço que comprou se tivesse sido informado que o modelo sairia de linha e perderia o valor. Em relação à vulnerabilidade é incorreto afirmar: a) As normas do CDC estão sistematizadas a partir da ideia básica de proteção do consumidor, por ser ele vulnerável; b) Vulnerabilidade e hipossuficiência são a mesma coisa porque ambas indicam a fragilidade e a situação de desigualdade do consumidor; c) Vulnerabilidade é qualidade intrínsica, imanente e universal de todos que se encontram na posição de consumidor; d) Todos os consumidores são vulneráveis por presunção absoluta, mas nem todos são hipossuficientes; e) Hipossuficiência é um agravamento da situação de vulnerabilidade ligada a aspectos processuais. Gabarito – Letra B 
AULA 3
GABARITO Não há no caso relação de consumo por se tratar de consumo intermediário. Na linha da mais recente jurisprudência do STJ (RESPs. 684613 e 476428) consumidor é pessoa física ou jurídica que adquire bens de consumo para uso privado, fora da sua atividade profissional. O consumo intermediário, ou seja, a aquisição de produtos ou utilização de serviços, por pessoa natural ou jurídica, para incrementar a sua atividade negocial, não configura relação de consumo. E tal é a espécie dos autos, posto que as peças de vestiário foram adquiridas para desempenho das atividades empresariais da autora. A jurisprudência só tem admitido a pessoa jurídica como consumidor em situações específicas, isto é, quando do exame do caso concreto decorrer a sua inegável vulnerabilidade em face do fornecedor, o que no caso não resultou demonstrado. A atividade profissional. O consumo intermediário, ou seja, a aquisição de produtos ou utilização de serviços, por pessoa natural ou jurídica, para incrementar a sua atividade negocial, não configura relação de consumo. E tal é a espécie dos autos, posto que as peças de vestiário foram adquiridas para desempenho das atividades empresariais da autora. A jurisprudência só tem admitido a pessoa jurídica como consumidor em situações específicas, isto é, quando do exame do caso concreto decorrer a sua inegável vulnerabilidade em face do fornecedor, o que no caso não resultou demonstrado.
 
 
Gabarito: E
AULA 4
Gabarito: A decisão do laboratório de retirar do mercado o medicamento (anti-inflamatório) tem por fundamento o principio da prevenção, que, por sua vez, está previsto nos artigos 8 a 10 do CDC. Para evitar os danos que produtos perigosos poderão causar aos consumidores, o fornecedor tem o dever de tomar as providencias previstas nos parágrafos 1 a 3 do art.10 do CDC.
 
 
Gabarito – Letra A 
AULA 5
Inversão do ônus da prova. Código de Defesa do Consumidor. Honorários do perito. Precedentes da Terceira Turma e Súmulas n°s.7 e 297.
1.      O Código de Defesa do Consumidor alcança a relação entre o devedor e as instituições financeiras nos termos da Súmula n° 297 da Corte.
2.      O deferimento da inversão do ônus da prova com base na hipossuficiência foi feito considerando a realidade dos autos, o que esta coberto pela Súmula n° 7 da Corte.
3.      Esta Terceira Turma já decidiu que a “regra probatória, quando a demanda versa sobre relação de consumo, é a da inversão do respectivo ônus. Daí não se segue que o réu esteja obrigado a antecipar os honorários do perito; efetivamente não está, mas, se não o fizer, presumir-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor” (REsp n. 466.604/RJ, Relator o Ministro Ari Pargendler, DJ de 2/6/03). No mesmo sentido, o REsp n. 443.208/RJ, Relatora a Ministra Nancy Andrighi, DJ de 17/3/03, destacou que a “inversão do ônus da prova não tem o efeito de obrigar a parte contraria a arcar com as custas da prova requerida pelo consumidor. No entanto, sofre as conseqüências processuais advindas de sua não produção”. Igualmente, assim se decidiu no REsp n. 579.944/RJ, de minha relatoria, DJ de 17/12/04, no REsp n.435.155/MG, de minha relatoria, DJ de 10/3/03 e no REsp n.402.399/RJ, Relator o Ministro Antonio de Pádua Ribeiro, DJ de 18/4/05.
4.      Recurso especial conhecido e provido, em parte.
 
Gabarito: Letra C
AULA 6
GABARITO
 
 As ações tiveram por fundamento o art. 6, V do CDC – fato superveniente que tornou a prestação excessivamente onerosa. Houve também das financeiras e bancos violação dos princípios da boa-fé e confiança.
REsp 437.660/SP
Direito do consumidor. Leasing. Contrato com clausula de correção atrelada à variação do dólar americano. Aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor. Revisão da clausula que prevê a variação cambial. Onerosidade excessiva. Distribuição dos ônus da valorização cambial entre arrendantes e arrendatários. Recurso parcialmente acolhido.
I.                   Segundo assentou a jurisprudência das Turmas que integram a Segunda Seção desta Corte, os contrato de leasing submetem-se ao Código de Defesa do Consumidor.
II.                A clausula que atrela a correção das prestações à variação cambial não pode ser considerada nula a priori, uma vez que a legislação especifica permite que, nos casos em que a captação dos recursos da operação se dê no exterior, seja avençado o repasse dessa variação ao tomador do financiamento.
III.             Consoante o art.6°, V do Código de Defesa do Consumidor, sobrevindo, na execução do contrato, onerosidade excessiva para uma das partes, é possível a revisão da clausula que gera o desajuste, a fim de recompor o equilíbrio da equação contratual.
IV.              No caso dos contratos de leasing atrelados à variação cambial, os arrendatários, pela própria conveniência e a despeito do risco inerente, escolheram a forma contratual que no momento da realização do negócio lhes garantia prestações mais baixas, posto que o custo em reais. A súbita alteração na política cambial, condensada na maxidesvalorização do real, ocorrida em janeirode 1999, entretanto, criou a circunstancia da onerosidade excessiva, a justificar a revisão judicial da clausula que a instituiu.
V.                 Contendo o contrato opção entre outro indexador e a variação cambial e tendo sido consignado que os recursos a serem utilizados tinham sido captados no exterior, gerando para a arrendante a obrigação de pagamento em dólar, enseja-se a revisão da clausula de variação cambial com base no art.6°, V do Código de Defesa do Consumidor, para permitir a distribuição, entre arrendantes e arrendatários, dos ônus da modificação súbita da política cambial com a significativa valorização do dólar americano.
 
Gabarito – A 
 
AULA 7
Gabarito
Ver ementa e fundamentação do REsp n. 595.734
Recurso especial. Código de Defesa do Consumidor. Dano moral. Venda de produto a varejo. Restrição quantitativa. Falta de indicação na oferta. Dano moral. Inocorrência. Quantidade exigida incompatível com o consumo pessoal e familiar. Aborrecimentos que não configuram ofensa à dignidade ou ao foro íntimo do consumidor.
1.      A falta de indicação de restrição quantitativa relativa à oferta de determinado produto, pelo fornecedor, não autoriza o consumidor exigir quantidade incompatível como consumo individual ou familiar, nem, tampouco, configura dano ao seu patrimônio extra-material.
2.      Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor, na hipótese, devem ser interpretados como “fatos do cotidiano”, que não extrapolam as raias das relações comerciais, e, portanto, não podem ser entendidos como ofensivos ao foro intimo ou à dignidade do cidadão.
      Recurso especial, ressalvada a terminologia, não conhecido.
 
Gabarito: Letra D
AULA 8
Gabarito
 
 AP.Civ. 11.812/2008 – CONSUMIDOR. Negativa de Concessão de Crédito. Exercício Regular de Direito. Inocorrência de Prática Abusiva.
A relação que se estabelece no momento da concessão do crédito, embora regida pelas regras protetivas do CDC, ocorre à similitude de qualquer contrato sinalagmático, sendo a vontade das partes requisito indispensável para a sua concretização.
Constitui faculdade exclusiva do fornecedor, exercício regular do seu direito, a concessão de crédito ao consumidor, bem como a aceitação de cartão de crédito, pagamento com cheque (pré-datado ou não) e outras formas de pagamento.
O CDC só reputa abusivo recusar o fornecedor a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento – art. 39, IX. Logo, não está o fornecedor obrigado a aceitar nenhuma outra forma de pagamento que não seja à vista. Desprovimento do recurso.
 
 
GABARITO – Letra C
AULA 9
REsp 259.263
Plano de saúde. Abusividade de clausula. Suspensão de atendimento. Atraso de única parcela. Dano moral. Caracterização.
I.       É abusiva a clausula prevista em contrato de plano de saúde que suspende o atendimento em razão do atraso de pagamento de uma única parcela. Precedente da Terceira Turma.
Na hipótese, a própria empresa seguradora contribuiu para a mora, em razão de problemas internos, não enviou ao segurado o boleto para pagamento.
II.    É ilegal, também, a estipulação que prevê a submissão do segurado a novo período de carência, de duração equivalente ao prazo pelo qual perdurou a mora, após o adimplemento do debito em atraso.
III.       Recusado atendimento pela seguradora de saúde em decorrência de clausulas abusivas, quando o segurado encontrava-se em situação de urgência e extrema necessidade de cuidados médicos, é nítida a caracterização do dano moral.
Recurso provido
 
Letra C
AULA 10
OBS: Duas decisões devem ser analisadas
GABARITO I
Embora seja um direito do credor o registro do nome do devedor nos cadastros de proteção ao crédito, mesmo que ele esteja em mora a lei exige a sua prévia notificação (aviso) da negativação, consoante art. 43 § 2º do CDC. Assim, embora  Antonio , confessadamente, estivesse em mora com três prestações, teria que ser avisado antes da negativação do seu nome. Como não foi, há fundamento jurídico para a pretensão indenizatória por dano moral. A ação indenizatória, todavia, deverá ser proposta contra o SERASA e não contra o Banco, pois ela é que tem o dever legal de avisar previamente àquele cujo nome lhe foi encaminhado para a negativação. 
Nesse sentido a jurisprudência do STJ ( RESP 165.727; 471.091; etc) “A inscrição do nome do devedor no cadastro de inadimplentes sem a sua prévia comunicação por escrito ocasiona-lhe danos morais a serem indenizados pela entidade responsável pela manutenção do cadastro.
 
GABARITO II
a.      O aviso de negativação é obrigatório pois somente assim o consumidor poderá se defender, corrigir equívocos ou pagar a dívida para evitar a inserção do seu nome nos cadastros. 
b.      A base legal é o art.43, § 2° do CDC. 
c.       Sim, o STJ tem firmado posicionamento de que a falta desse requisito, por si só, gera indenização por danos morais, vide REsp 165.727/DF, REsp 471.091.
d.      Decidiria pela condenação do SERASA por ser dela a obrigação de avisar o devedor. A notificação pode ser feita pelo correio, sendo dispensável o aviso de recebimento (AR). Súmula 404 do STJ.
 
REsp 165.727 e 471.091
Direito do consumidor. Inscrição indevida no SPC. Furto do cartão de credito. Dano moral. Prova. Desnecessidade. Comunicação ao consumidor de sua inscrição. Obrigatoriedade. Lei 8.078/90, art.43, § 2°. Doutrina. Indenização devida. Fixação. Precedentes. Recurso parcialmente provido.
I.       Nos termos da jurisprudência da Turma, em se tratando de indenização decorrente da inscrição irregular no cadastro de inadimplentes, “a exigência de prova de dano moral (extrapatrimonial) se satisfaz com a demonstração da existência da inscrição irregular” nesse cadastro.
II.    De acordo com o artigo 43, § 2° do Código de Defesa do Consumidor, e com a doutrina, obrigatória é a comunicação ao consumidor de sua inscrição no cadastro de proteção de credito, sendo, na ausência dessa comunicação, reparável o dano oriundo da inclusão indevida.
III. É de todo recomendável, aliás que a comunicação seja realizada antes mesmo da inscrição do consumidor no cadastro de inadimplentes, a fim de evitar possíveis erros, como o ocorrido no caso. Assim, agindo, estará a empresa tomando as precauções para escapar de futura responsabilidade.
IV.  Não se caracteriza o dissídio quando os arestos em cotejo não se ajustam em diversidade de teses.
 
REsp 471.091/RJ
Processual civil e consumidor. Recurso Especial. Acórdão. Omissão. Inexistência. Inscrição no cadastro de inadimplentes. Comunicação previa do devedor. Necessidade. Dano moral.
- Inexiste omissão a ser suprida em acórdão que aprecia fundamentadamente o tema posto a desate.
- A inscrição do nome do devedor no cadastro de inadimplentes sem a sua previa comunicação por escrito ocasiona-lhe danos morais a serem indenizados pela entidade responsável pela manutenção do cadastro.
- Recurso especial provido na parte em que conhecido.
 
Gabarito – letra C
AULA 11
Gabarito 
 
REsp 930.351
Consumidor. Recurso Especial. Ação de busca e apreensão. Aplicação
do CDC às instituições financeiras. Súmula 297/STJ. Contrato
celebrado fora do estabelecimento comercial. Direito de
arrependimento manifestado no sexto dia após a assinatura do
contrato. Prazo legal de sete dias. Art. 49 do CDC. Ação de busca e
apreensão baseada em contrato resolvido por cláusula de
arrependimento. Improcedência do pedido.
- O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições
financeiras. Súmula 297/STJ.
- Em ação de busca e apreensão, é possível discutir a resolução do
contrato de financiamento, garantido por alienação fiduciária,
quando incide a cláusula tácita do direito de arrependimento,
prevista no art. 49 do CDC, porque esta objetiva restabelecer os
contraentes ao estado anterior à celebração do contrato.
- É facultado ao consumidor desistir do contrato de financiamento,
no prazo de 7 (sete) dias,a contar da sua assinatura, quando a
contratação ocorrer fora do estabelecimento comercial, nos termos do
art. 49 do CDC.
- Após a notificação da instituição financeira, a cláusula de
arrependimento, implícita no contrato de financiamento, deve ser
interpretada como causa de resolução tácita do contrato, com a
consequência de restabelecer as partes ao estado anterior.
- O pedido da ação de busca e apreensão deve ser julgado
improcedente, quando se basear em contrato de financiamento
resolvido por cláusula de arrependimento.
Recurso especial conhecido e provido.
 Gabarito: Letra C 
AULA 12
GABARITO
Em caso de recusa da seguradora ao pagamento da indenização contratada, o prazo prescricional da ação que a reclama é de um ano, nos termos do artigo 206 § 1º, II, b do NCC. Inaplicável à espécie o prazo de cinco anos previsto do artigo 27 do CDC por não se tratar de fato do serviço.
 
REsp 738.460/RJ
Indenização. Seguro saúde. Despesas hospitalares. Cobertura recusada pela seguradora. Prescrição anua.
- Em caso de recusa da seguradora ao pagamento da indenização contratada, o prazo prescricional da ação que a reclama é de um ano, nos termos do art.178, § 6°, II, do Código Civil de 1916.
- Inaplicável o lapso prescricional de cinco anos, por não se enquadrar a espécie no conceito de “danos causados por fato do produto ou serviço” (acidente de consumo). Precedentes do STJ. Recurso especial conhecido, em parte, e provido.
 
Gabarito - Letra D
AULA 13
Gabarito: As compras feitas pela internet estão subordinadas ao CDC desde que o comprador seja consumidor, e, no caso, Celso é o destinatário final do serviço aéreo. O CDC, no seu art. 49, concede ao consumidor o prazo de 7 dias de arrependimento para desistir do contrato sempre que a compra for feita fora do estabelecimento comercial, e a internet é o maior exemplo disso.Logo, a empresa aérea não tem razão; Celso pode desistir da compra sem pagar qualquer multa.
 
Gabarito - Letra A 
AULA 14
GABARITO: Duas decisões como fundamento e análise do caso
REsp 279.273/SP
Responsabilidade civil e Direito do Consumidor. Recurso especial. Shopping Center de Osasco-SP. Explosão. Consumidores. Danos materiais e morais. Ministério Público. Legitimidade ativa.  Pessoa Jurídica. Desconsideração. Teoria maior e teoria menor. Limite de responsabilização dos sócios. Código de Defesa do Consumidor. Requisitos. Obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Art.28, § 5°. 
- Considerada a proteção do consumidor um dos pilares da ordem econômica, e incumbindo ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, possui o Órgão Ministerial legitimidade para atuar em defesa de interesses individuais homogêneos de consumidores, decorrentes de origem comum.
- A teoria maior da desconsideração, regra geral no sistema jurídico brasileiro, não pode ser aplicada com a mera demonstração de estar a pessoa jurídica insolvente para o cumprimento de suas obrigações. Exige-se, aqui, para além da prova de insolvência, ou a demonstração de desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração), ou a demonstração de confusão patrimonial (teoria objetiva da desconsideração).
- A teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso ordenamento jurídico excepcionalmente no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.
- Para a teoria menor, o risco empresarial normal às atividades econômicas não pode ser suportado pelo terceiro que contratou com a pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou administradores desta, ainda que estes demonstrem conduta administrativa proba, isto é, mesmo que não existe qualquer prova capaz de identificar conduta culposa ou dolosa por parte dos sócios e/ou administradores da pessoa jurídica.
- A aplicação da teoria menor da desconsideração às relações de consumo está calcada na exegese autônoma do § 5° do art.28, do CDC, porquanto a incidência desse dispositivo não se subordina à demonstração dos requisitos previstos no caput do artigo indicado, mas apenas à prova de causar, a mera existência da pessoa jurídica, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
- Recursos especiais não conhecidos.
 
2007.002.25565 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
DES. NAGIB SLAIBI - Julgamento: 03/10/2007 - SEXTA CAMARA CIVEL 
Direito Processual Civil. Art. 557 da Lei Processual. Recurso manifestamente improcedente, ou seja, que evidentemente não terá sucesso. Direito Empresarial. Fase de cumprimento de sentença. Desconsideração da pessoa jurídica. Inclusão dos sócios no pólo passivo. Indeferimento do pedido quanto ao administrador. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidas aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. (Novo Código Civil, art. 50). A desconsideração da pessoa jurídica é instituto com raízes do Common Law (disregard of legal entity) e, no dizer de Rubens Requião em obra pioneira sobre o tema, não constitui a anulação da personalidade jurídica em toda a sua extensão, mas apenas a declaração de sua ineficácia para determinado efeito concreto. Assim, somente em casos determinados, quando se verificar que houve abuso de direito ou fraude nos negócios e atos jurídicos da pessoa jurídica, é que o juiz ignora a sua personalidade jurídica e projeta os efeitos desde logo em face da pessoa física que se beneficiou ou que praticou o ato. A nova previsão legislativa se mostra muito mais rigorosa do que está no Código de Defesa do Consumidor, pois admite o abuso da personalidade jurídica tão-somente em decorrência de um dos dois fatos objetivos, quais sejam, o desvio da finalidade ou a confusão patrimonial. Daí decorre que basta a demonstração de qualquer um deles, em densidade suficiente para autorizar a deflagração de seus efeitos, para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Inexistência de suporto fático capaz de conduzir ao deferimento do pedido. Manutenção da decisão. Desprovimento do agravo.
 
 
Gabarito - Letra A 
AULA 15
Ver REsp 253.589/SP
Processual civil. Administrativo. Embargos de divergência. Pressupostos de admissibilidade. Dissídio notório. Ação civil publica. Caderneta de poupança. Relação de consumo. Código de Defesa do Consumidor. Correção monetária. Janeiro/89. Coisa julgada. Limites. Dissenso jurisprudencial superado. Súmula 168/STJ.
1.      A sentença na Ação Civil Pública faz coisa julgada erga omnes nos limites da competência territorial do órgão prolator, nos termos do art.16 da Lei 7.347/85, com a novel redação dada pela Lei 9.494/97. Precedentes do STJ: EREsp 293.407/SP, Corte Especial, DJ 01.08.2006; REsp 838.978/MG, Primeira Turma, DJ 14.12.2006 e REsp 422.671/RS, Primeira Turma, DJ 30.11.2006.
2.      In casu, embora a notoriedade do dissídio enseje o conhecimento dos embargos de divergência, a consonância entre o entendimento externado no acórdão embargado e a hodierna jurisprudência do STJ, notadamente da Corte Especial. Conduz à inarredável incidência da Súmula 168, do Superior Tribunal de Justiça, verbis: “Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado.”
3.      Agravo regimental desprovido, mantida a inadmissibilidade dos embargos de divergência, com supedâneo na Súmula 168/STJ.
Gabarito: Letra B

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