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RUPTURAS EM GONDOLAS DE SUPERMERCADO: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICIPIO DE DIAMANTINO-MT Andressa Sousa 1 Danilo Vazi 2 Elizama Lara da Silva Campos 3 Jocilene Costa 4 Sunamita Pereira de Arruda 5 RESUMO: Durante os últimos anos, ocorreram mudanças fundamentais no comportamento e expectativas dos consumidores. A ruptura em gondolas de supermercado pode ser um grande problema quando ocorre comumente em determinado estabelecimento comercial que leva a perda de cliente e consequentemente perda de receita. O presente artigo objetivou analisar as causas das rupturas de produtos nas gondolas de um supermercado localizado no município de Diamantino – MT, por meio da análise do sistema de gestão de estoque e quais as consequências destas em relação ao consumidor. Com o estudo pode-se comprovar que cerca de 40% dos consumidores deixam de comprar um produto e partem para outro estabelecimento. A principal causa da ruptura é o tempo médio entre a percepção pela equipe de reposição e a entrega pelo fornecedor da mercadoria faltante e isto pode ser minimizado pela melhor gestão do estoque evitando perdas e prejuízos. Palavras-chave: Rupturas; Supermercado; Gestão de estoque. INTRODUÇÃO 1 Acadêmica do curso de Administração da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. E-mail: andressinha16anos@gmail.com 2 Acadêmico do curso de Administração da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. E-mail: danilojesustga@gmail.com 3 Acadêmica do curso de Administração da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. E-mail: elizama_lara@hotmail.com 4 Acadêmica do curso de Administração da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. E-mail: jocilenecosta786@gmail.com 5 Acadêmica do curso de Administração da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. E-mail: sunamita_pereiraxd@hotmail.com Os consumidores estão cada vez mais seletivos ao consumirem os produtos de sua preferência e quando não o encontram em um lugar, tendem a busca-lo em outros locais, podendo ocasionar perda de clientes para outros comércios. Durante os últimos anos, ocorreram mudanças fundamentais no comportamento e expectativas dos consumidores. Alterações na percepção de preço, qualidade, serviços e marcas, aliadas à crescente concorrência em todos os elos da cadeia de suprimentos, têm resultado em sensíveis mudanças no setor de consumo (VIEIRA & MACHADO, 2008). Um sistema de gestão de estoque eficiente busca minimizar as rupturas, tentando quase sempre anular, porem se o gestor e sua equipe não fizerem bom uso deste sistema, os consumidores insatisfeitos pela falta de determinado produto podem deixar de serem clientes do supermercado. Para Coelho et. al (2015) a ruptura de produtos nas gôndolas é um dos grandes vilões do varejo de autosserviço supermercadista. [...] Este problema ocorre nos mercados do mundo todo, ocasionando perdas nas vendas e contribuindo para o aumento da insatisfação e afastamento dos clientes. O presente artigo objetivou analisar as causas das rupturas de produtos nas gondolas de um supermercado localizado no município de Diamantino – MT, por meio da análise do sistema de gestão de estoque e quais as consequências destas em relação ao consumidor. REFERENCIAL TEÓRICO Ruptura é a falta do produto no expositor da loja em que o consumidor normalmente vai buscá-lo. Falta essa que gera perda de vendas e frustração nos clientes (KARPINSKI et. al, 2009). Aguiar & Sampaio (2013) definem ruptura como uma situação onde há algum item regularmente comercializado por um ponto de venda, ocupando um espaço determinado nas gôndolas, e esse item, não está disponível na área de vendas ao consumidor no momento da compra. As estimativas de níveis de ruptura de estoque têm constantemente ultrapassado a média de 8,3%, sendo assim considerado um problema agravante no setor varejista (SOARES et. al, 2018) A ruptura provoca uma resposta dos consumidores, que pode resultar em perda de venda para um fabricante ou para um varejista, ou ambos (AGUIAR & SAMPAIO, 2013). Sampaio (2007) diz que os consumidores podem reagir à ruptura substituindo o item, adiando a compra ou deixando a loja. De acordo com Karpinski et. al (2009), além de estar diretamente relacionada à perda de vendas e de lucratividade das empresas, é uma das principais causas da insatisfação dos consumidores, que não hesitam em desistir de uma compra maior ou mesmo mudar de loja caso não encontrem os produtos ou marcas de sua preferência. Quando o cliente não acha o que veio comprar, a imagem do varejista sai prejudicada. E na terceira vez que ele não acha o que quer, frequentemente deixa o carrinho com a metade da compra, muda de loja, para nunca mais voltar, e divulga o ocorrido para muita gente (KARPINSKI et. al, 2009). Uma loja que tem rupturas constantes pode gerar um efeito negativo sobre sua base de clientes, quer por parte de seus consumidores diretos que vivenciaram situações de rupturas ou por parte dos consumidores indiretos, influenciados pela publicidade negativa dos consumidores que experimentaram a situação de ruptura (AGUIAR & SAMPAIO, 2013). Indubitavelmente, uma das mais importantes funções da administração de materiais está relacionada com o controle dos níveis de estoques. Lógica e racionalidade podem ser aplicadas com sucesso nas ações de resolução de problemas que afetam os estoques (POZO, 2002). O problema da ruptura é um fantasma não só para os varejistas, como também para a indústria. A falta de produtos na gôndola afasta os clientes, que por muitas vezes podem procurar outro estabelecimento para comprar ou até trocar a marca (KARPINSKI et. al, 2009). Jakonis et. al (2017) complementa mostrando que a ruptura é um grande problema para grandes varejistas, supermercados, mercados de pequeno porte, problema que atinge mercados no mundo todo, isso leva a causa da insatisfação dos clientes, ocasionando em ineficiência das suas operações, sendo a principal responsável pelas perdas de vendas e lucratividade pelo empreendedor. O principal objetivo do gerenciamento de estoques é assegurar que o produto esteja disponível no tempo e nas quantidades desejadas pelos consumidores, não ocorrendo rupturas ou stockouts (BALLOU, 2001). Para Rosa & Dias (2015) apud Jakonis et al. (2017) o abastecimento das gôndolas no momento correto pelo gerenciamento do estoque, proporciona uma melhor variedade no mix dos produtos, uma maior satisfação ao cliente e não ocorrendo a falta do produto, pois elaborar uma análise do mix dos produtos do mercado é de suma importância, para não ocorrer a falta dos produtos nas gôndolas, obtendo quantidades exatas, gôndolas sempre cheias e bem abastecidas, com a maior variedade possível, para não acontecer do cliente não desistir da compra. Wanke (2011) mostra que a importância da gestão de estoques para a logística e para o gerenciamento de cadeia de suprimentos tem se tornado cada vez mais evidente. Agestão de estoques em ambientes complexos, como as cadeias de suprimento compostas por diversos estágios, não é um processo trivial, podendo acarretar impactos significativos nos níveis de serviço ao cliente e nos custos totais. Para Pozo (2002) a importância da correta administração de materiais pode ser mais facilmente percebida quando os bens necessários não estão disponíveis no momento exato e correto para atender as necessidades do mercado. METODOLOGIA Essa pesquisa pode ser classificada como exploratória, pois, tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Para a realização dessa pesquisa as técnicas utilizadas foram de levantamento bibliográfico a partir de artigos científicos, estudos de caso e livros sobre a gestão de estoque. O método utilizado para a pesquisa é de caráter quantitativo, pois de acordo com Creswell (2007) um projeto de levantamento dá uma descrição quantitativa ou numérica de tendências, atitudes ou opiniões de uma população ao estudar uma amostra dela. A partir dos resultados da amostragem, o pesquisador generaliza ou faz alegações acerca da população. A técnica para tratamento de dados é de natureza qualitativa, pois de acordo com Minayo (1994) “a qualitativa responde à questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis.” O método utilizado neste trabalho é de caráter mistos que segundo Creswell (2007) tem o objetivo de reunir dados quantitativos e qualitativos em um único estudo. A fim de atingir os objetivos propostos no estudo, foi aplicado um questionário estruturado para coleta de dados com o gestor da organização em estudo, e uma pesquisa com clientes da mesma, para avaliar qual as atitudes tomadas diante das rupturas dos produtos nas gondolas do supermercado. ANALISE DOS RESULTADOS De acordo com o gestor do supermercado em estudo, a gestão do estoque é realizada utilizando um software o qual é acompanhado diariamente pelo profissional responsável pela manutenção dos estoques da empresa. A empresa trabalha com estoque mínimo para evitar perdas e grandes investimentos, visto que a constituição de estoques resulta em custos de aquisição e manutenção dos mesmos. Há uma equipe que é responsável pela reposição das mercadorias nas gondolas a fim de evitar rupturas, esta equipe está ligada diretamente ao gestor de estoque que se utiliza das informações passadas pela equipe para realizar novas aquisições de mercadorias com estoque baixo. Isso mostra que, como diz Karpinski et. al (2009), que um controle maior por parte da empresa para que os funcionários informem o problema antes de faltar o produto, isto é, quando detectar no armazém que está sendo colocado os últimos itens para a loja, imediatamente comunicar o departamento de compras auxilia na diminuição da ruptura nas gondolas. Ainda complementa apresentando um plano de ação baseado no ponto essencial que se concentra no ataque a cada falta, mediante análise de sua respectiva causa. Ao analisar as razões potenciais que estão causando faltas na loja, pode-se incorporar medidas preventivas que evitem a ocorrência de faltas de outros produtos também (KARPINSKI et. al, 2009). O gestor justifica que a maior causa das rupturas está entre relacionada entre o tempo de percepção da falta até a entrega pelo fornecedor, sendo necessário a diminuição deste prazo. Mesmo motivo proposto por Da Silva Mesquita & Loos (2017) que afirmam que o principal motivo encontrado que ocasiona as rupturas foi a quebra operacional. O tempo médio de reposição de uma mercadoria é de seis dias, podendo variar entre dois e dez dependendo da localização do fornecedor. O mesmo tempo leva-se para repor uma mercadoria em ruptura nas gondolas. No dia a dia de uma organização, os gestores são encorajados a tomar decisões, sendo que essas devem contribuir para a lucratividade da organização, garantindo sua sobrevivência. Em paralelo à decisão, faz-se necessária a busca contínua pela eliminação das perdas nos processos, tanto produtivos quanto de negócios (MACHADO & TONDOLO 2014). A escolha de fornecedores com menor tempo de resposta e maior agilidade da entrega pode contribuir para diminuição do tempo de ruptura de determinado produto, bem como a gestão mais rigorosa do estoque e da reposição por parte da equipe de trabalho. Na pesquisa realizada com os clientes do supermercado em estudo, verificando qual a reação destes quando não encontram um produto de sua preferencia nas gondolas do supermercado, a maioria, cerca de 48% dos clientes, dizem buscar um produto de semelhante, porém de outra marca. Resultados semelhantes são obtidos por Sampaio (2007) que mostra em seu estudo que três entre quatro consumidores que receberam a oferta da possibilidade de substituição decidiram não deixar a loja, mostrando que se um produto esta faltante e na gondola houver um produto igual, porem de outra marca, o consumidor opta por levar este em substituição ao que veio buscar. A figura 1 apresenta os resultados obtidos pelo autor comparado com os resultados apresentados por Gruen, Corsten e Bharadwaj, (2002) apud AGUIAR & SAMPAIO (2013), mostrando a reação dos consumidores diante da ruptura de mercadorias de sua preferência. Figura1: Reação dos clientes frente a ruptura de produtos de sua preferencia. Fonte: Gruen, Corsten e Bharadwaj, (2002) apud AGUIAR & SAMPAIO (2013) Fonte: Pesquisa realizada pelo autor com clientes do supermercado em estudo. O estudo também mostra que 30% dos consumidores vão a outro supermercado em busca de seu produto preferido. Enquanto 10% dos clientes optam por comprar o produto em outra oportunidade. Esses resultados vão de encontro com o que afirmam Gruen, Corsten e Bharadwaj (2002) apud Aguiar & Sampaio (2013), que dizem que no caso de uma ruptura, o consumidor pode decidir entre: substituir o item, adiar a compra do item, sair da loja e esquecer-se da compra, procurar o item em outra loja ou não comprar o item novamente (perda da venda). Esse resultado levanta um alerta, mostrando que perdas em faturamento podem ser incorridas as rupturas em estoque, o que gera um impacto negativo nas gestão financeira do empreendimento. Um estudo da Procter & Gamble exposto por Karpinski et. al (2009) apresenta que um resultado muito próximo do encontrado neste artigo, avaliando que 42% dos clientes optam por ir a outra loja, 16% desistem da compra, 10 % adquirem um similar e 8% adiam a compra de determinado produto.CONCLUSÕES Após a analise dos resultados e da posição do gestor sobre as causas e consequências das rupturas nas gondolas do supermercado em estudo podemos concluir que: ● A principal causa da ruptura é o tempo médio entre a percepção pela equipe de reposição e a entrega pelo fornecedor da mercadoria faltante; ● O tempo médio pode ser diminuído se forem adotadas medidas de prevenção de rupturas, como a adoção de medidas de controle rigorosas sobre a gestão do estoque e a troca por fornecedores que apresentam menor tempo de resposta na entrega de mercadorias. ● A maior parte dos consumidores optam por comprarem outras marcas de produtos quando não encontram os de sua preferência, porem uma percentagem semelhante opta por irem a outro estabelecimento ou desistirem da compra. 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