Buscar

Prévia do material em texto

Aula 03
Direito Processual do Trabalho p/ TRT-RS (Técnico - Área Administrativa)
Professor: Bruno Klippel
01674313071 Claudia feiten
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăو ŕ ś ﻲﯿ
aula 03
SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 01
2. Matéria objeto da aula Teoria: 02
3. Questões comentadas sobre o tema: 23
4. Lista das questões apresentada 54
5. Gabaritos 68
6. Considerações finais 69
APRESENTAÇÃO:
Prezados Alunos,
Iniciamos nossa sobre PRAZOS, NULIDADES E PETIÇÃO
INICIAL, temas que sempre são cobrados nos concursos, em especial,
aqueles realizados pela FCC FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. O tema
foi realocado para a aula 05, que trata do
tema sentença, para facilitar o entendimento da matéria.
Qualquer dúvida, é só entrar em contato comigo.
Forte abraço! Bons estudos!
Bruno Klippel
Vitória/ES
AULA 03: PRAZOS, NULIDADES E PETIÇÃO
INICIAL
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮ ŕ ś ﻲﯿ
MATÉRIA OBJETO DA AULA TEORIA:
1. PRAZOS PROCESSUAIS;
Prazo é o tempo de que se dispõe para a prática de um determinado ato
processual. Trata-se de instituto extremamente importante em direito processual,
pois interligado ao princípio da preclusão, já estudado, que possui como uma de
suas espécies a preclusão temporal (art. 183 do CPC).
9.1. Classificação;
Diversas são as classificações em relação aos prazos processuais, levando em
consideração, por vezes, quem os determina, o fato de poderem ou não ser
alterados e o destinatário.
9.1.1. Legais, judiciais e convencionais;
Em relação à determinação dos prazos, estes podem ser legais, judiciais e
convencionais, se o criador for, respectivamente, a lei, o Juiz ou as partes
(mediante convenção).
A regra quanto à determinação dos prazos é que sejam legais, isto é, criados pela
lei. Por questão de segurança jurídica e visando a concretização do princípio da
isonomia, o legislador deve criar os prazos de que dispõem os sujeitos processuais
para a prática de atos no decorrer da marcha processual.
Ocorre que nem todas as situações processuais foram pensadas pelo legislador,
que não impôs o prazo para a prática de todos os atos processuais. Assim, diante
dessa impossibilidade, delegou ao Magistrado, no caso concreto, a determinação
do prazo que atenda à situação concreta, ou seja, um prazo razoável para que se
realize o ato. Surgem assim os prazos judiciais, determinados in concreto, para a
prática de determinado ato. Verifica-se que em relação aos prazos legais, o
legislador tratou de situações genéricas (recursos, defesa, etc), ao passo quenos
judiciais o ato é concreto.
Geralmente nos prazos judiciais, o legislador afirma que o julgador determinará a
prática do ato em prazo razoável, que em duas demandas que tramitam perante
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىŕ ś ﻲﯿ
o mesmo rito e juízo, podem ser diferentes, tendo em vista a complexidade da
causa,
! A frase seguinte é extremamente utilizada nos concursos
públicos e foi extraída do art. 177 do CPC: ausência de
estipulação do prazo, o Juiz determinará a sua prática emprazo
razoável, conforme a complexidade da
O art. 13 do CPC é um bom exemplo de prazo judicial, que pode ser utilizado
perfeitamente nos domínios do processo do trabalho, tendo em vista a
preocupação com economia e celeridade processuais.
Por fim, por representarem número bastante restrito, os prazos convencionais são
aqueles definidos por acordo (convenção) das partes. Nessas situações, os
litigantes possuem certa liberdade para definir os prazos processuais. Situação
típica encontra-se no art. 265, §3º do CPC, que prevê a suspensão do prazo por
convenção das partes, hipótese em que o prazo será por elas estipulado, tendo
por máximo 6 (seis) meses. Verifica-se que a liberdade na definição não é
absoluta, e sim, relativa, uma vez que o legislador limita a definição a um prazo
máximo. Situação diversa poderia impedir o Estado de exercer a sua função
constitucional de analisar e decidir conflitos.
9.1.2. Dilatórios e peremptórios;
A presente classificação leva em consideração a natureza dos prazos,
considerando-se dilatórios os prazos que podem sofrer alteração, alargamento, ou
seja, os prazos que admitem prorrogação pelo juiz quando solicitado pelas partes,
conforme art. 181 do CPC.
Contudo, em decorrência da marcha processual e do interesse do legislador em
proporcionar o andamento célere do processo, a maioria dos prazos processuais
é classificada como peremptório, estando intimamente associados ao instituto de
preclusão, que impede a prática do ato processual após o término do prazo
estipulado para o mesmo.
O prazo recursal é apenas um exemplo de prazo peremptório. Se o parte possui
8 (oito) dias para interpor recurso, ao término daquele 8º dia haverá preclusão,
com a conseqüente perda da possibilidade de manejo do recurso.
A ocorrência de preclusão temporal encontra-se prevista no art. 183 do CPC, que
a prevê como regra que comporta exceção, sendo essa ligada à ocorrência de
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻰ ŕ ś ﻲﯿ
justa causa. Nessa hipótese, a não realização do ato no prazo determinado
acarretará a relevação da pena, com fixação de novo prazo, a ser estipulado pelo
Magistrado.
! Justa causa é considerado pelo §1º do art. 183 do CPC como o
evento imprevisível, que trouxe conseqüências negativas à
parte e que não podia ser evitado.
Importante destacar que mesmo os prazos peremptórios podem,
excepcionalmente, ser prorrogados na hipótese do art. 182 do CPC, que trata das
comarcas com dificuldade de transporte e em havendo calamidade pública.
9.1.3. Impróprios e próprios;
A última classificação leva em consideração o destinatário da norma: sendo o
Estado, que atua por meio do Juiz, Ministério Público fiscal da lei, perito, dentre
outros, o prazo será considerado impróprio; se as partes, os prazos serão próprios.
Se o Juiz possui 10 dias para decidir, de acordo com o art. 189, II do CPC, deverá
fazê-lo naquele prazo. Contudo, a desobediência não acarreta a perda da
possibilidade de atuar posteriormente, isto é, se não decidir no prazo legal, poderá
fazê-lo posteriormente. Em outras palavras, não haverá preclusão.
! Característica importante dos prazos impróprios é a ausência
de preclusão, já que o destinatário é o próprio Estado, através
do qual é exercida a função jurisdicional.
Já os prazos próprios são destinados às partes, que devem cumpri-los sob pena
de preclusão temporal (art. 183 do CPC). Se a lei fixa que o recurso ordinário deve
ser interposto em 8 (oito) dias, a parte deverá agir dentro do prazo destacado,
sob pena de não poder interpor mais o recurso, gerando o trânsito em julgado por
conseqüência. É importante lembrar que a preclusão temporal é uma regra que
possui por exceção a ocorrência de justa causa, que poderá relevar a pena
processual, permitindo a prática do ato processual mesmo que a destempo.
! A parte deverá demonstrar ao Juiz a ocorrência de um evento
imprevisível, que o impediu de realizar o ato processual no
prazo, como um acidente grave, sendo que o Magistrado, ao
reconhecer a justa causa, concederá à parte um prazo para a
prática de ato, que pode ser igual ou diferente do prazo
originário.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăيŕ ś ﻲﯿ
Por fim, o fato da parte não ter requerido a produção de determinado meio de
prova no momento oportuno, lhe gera preclusão e, consequentemente,perda
daquela possibilidade, salvo se o Magistrado, por meio de seus poderes
instrutórios (art. 130 do CPC), determinar de ofício a produção da prova. Não
poderá a parte insistir diante do indeferimento, já que houve preclusão.
9.1.4. Ausência de estipulação do prazo;
Já foi dito anteriormente que no silencio da lei, o Juiz determinará a prática de ato
em prazo razoável, isto é, determinado em um caso concreto, de acordo com a
complexidade do ato. Assim:
Mas o que ocorreria se o Julgador não fixasse o prazo de acordo com a
complexidade da causa? No silencio da lei e do Juiz, qual é o prazo de que dispõe
a parte para a prática do ato processual?
Nessa situação, adota-se o art. 185 do CPC, que afirma ser o prazo de 5 (cinco)
dias, uma vez que no silêncio do legislador e do julgador, as partes devem estar
atreladas à alguma regra sobre o prazo de que dispõem. Assim, se a parte for
intimada para aos autos o contrato social da , como não há
prazo legal sobre a matéria e o juiz não fixou prazo concreto, o contrato social
deverá ser juntado aos autos dentro de 5 (cinco) dias.
9.2. Prerrogativas de prazo;
Alguns entes possuem prerrogativas de prazos, o que significa dizer que o
legislador, por considerá-los diferentes (desiguais), criou normas diversas no que
Ausência de estipulação do prazo pela lei
Ausência de estipulação do prazo pelo julgador
Aplica-se o art. 185 do CPC Prazo automático de 5 (cinco) dias.
Ausência de estipulação legal Juiz determina prazo razoável
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻲ ŕ ś ﻲﯿ
toca aos prazos, concedendo prazos maiores em comparação aqueles
despossuídos de tais prerrogativas.
O primeiro destaque atinge as pessoas jurídicas de direito público, cujo prazo para
contestar é contado em quádruplo, assim como o prazo para recurso é em dobro,
segundo disposição contida no Decreto-Lei 779/69. Ao se mencionar
-se incluídas na prerrogativa a União, os
Estados, Municípios, autarquias e fundações públicas, o que significa dizer que as
empresas públicas e sociedades de economia mista possuem os mesmo prazos
dos particulares.
! As empresas públicas e sociedades de economia mista estão
excluídas da regra em referência por possuírem personalidade
jurídica de direito privado, o que significa dizer que as normas
aplicáveis são aquelas previstas para as empresas privadas em
geral.
Mas o que significa dizer, na prática, que aqueles entes possuem prazo em
quádruplo para apresentar defesa? No processo do trabalho, como ainda será
estudado em profundidade, a defesa é apresentada em audiência, sendo que esse
ato será designado com intervalo mínimo de 5 (cinco) dias a contar do
recebimento de notificação, o que, em outras palavras, representa dizer que o
reclamado terá pelo menos 5 (cinco) dias para preparar a documentação e defesa
para apresentação em audiência. Para as pessoas jurídicas de direito público, o
prazo mínimo entre o recebimento da notificação e a realização da audiência,
momento em que poderá ser apresentada a defesa, deve ser de, no mínimo, 20
(vinte) dias, isto é, o quádruplo se comparado aos particulares.
Ocorre que além das pessoas jurídicas de direito público, também o Ministério
Público possui a prerrogativa de prazo, por aplicação subsidiária do art. 188 do
CPC, seja quando atua como fiscal da lei ou como parte. Nos termos do dispositivo
do Código de Processo Civil, poderá o MP:
Apresentar defesa em prazo quádruplo;
Recorrer em prazo duplo se o prazo recursal trabalhista é, em regra,
de 8 (oito) dias, para o Ministério Público, será de 16 (dezesseis) dias.
! Importante destacar que a prerrogativa de prazo para recurso
das pessoas jurídicas de direito público e Ministério Público não
alcança o prazo para apresentação de contrarrazões, que é
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﯾ ŕ ś ﻲﯿ
sempre simples. A prerrogativa existe apenas quando aqueles
entes interpõem recurso e não quando respondem ao apelo.
Mais uma vez, considerando a importância da regra e os equívocos que podem
dela surgir, destaca-se a inaplicabilidade do art. 191 do CPC. Não há no processo
do trabalho a prerrogativa de prazo para os litisconsortes que possuem diferentes
procuradores, como há no processo civil. Na seara trabalhista,
independentemente dos litisconsortes estarem representados por iguais ou
diferentes procuradores, o prazo será sempre simples. Essa informação consta na
OJ nº 310 da SDI-1 do TST.
9.3. Regras sobre contagem de prazos;
Sobre o tema, é imprescindível diferenciar início do prazo e início da contagem
do prazo, considerados pelas Súmulas nº 1 e 262 do TST, nos seguintes termos:
Início do prazo: se dá com a ciência do ato a ser realizado, ou seja, com
o recebimento da notificação. Assim, se recebida aquela numa sexta-feira,
o início do prazo será naquele mesmo dia.
Início da contagem do prazo: ocorrerá no primeiro dia útil seguinte ao
início do prazo. Assim, se o início do prazo ocorreu numa sexta-feira, o
início da contagem do prazo será na segunda-feira, caso dia útil,
prosseguindo-se na contagem do prazo até o último dia.
Como saber qual é o primeiro e o último dias de um prazo de 5 (cinco) dias para
a juntada de determinado documento? Ou o primeiro e último dias para a
interposição de um recurso? A memorização das seguintes regras impedirá a
ocorrência de qualquer falha na contagem dos referidos prazos:
1ª regra: ao contar o prazo, será excluído o primeiro dia (início do
prazo, dia da ciência) e incluído o último, ou seja, o ato poderá ser
realizado até o ultimo momento do expediente forense do último dia. Assim,
se o último dia do prazo for uma terça, poderá ser utilizado aquele dia em
sua integralidade.
! Sendo a parte intimada na sexta-feira, esse dia será excluído,
não sendo contado para fins do prazo processual.
2ª regra: o primeiro e o último dias do prazo devem cair um dias
úteis, ou seja, não há início ou fim de prazo em dias não úteis, que são
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﯿ ŕ ś ﻲﯿ
aqueles em que não há expediente forense, tais como: sábados, domingos
e feriados, prorrogando-se o prazo para o primeiro dia útil seguinte.
! Sendo a parte intimada na sexta-feira, esse dia será excluído,
iniciando-se o prazo apenas na segunda-feira, caso seja dia útil,
já que sábado, domingos e feriados não há início de prazo.
! Se o prazo terminar em um sábado, domingo ou feriado, será
prorrogado para o próximo dia útil, já que o último dia deve ser
útil.
3ª regra: considera-se dia não útil aquele que o expediente forense não
for completo, isto é, se o expediente terminar antes da hora normal, o prazo
será prorrogado para o próximo dia útil.
! Se por qualquer motivo não houver expediente forense
completo (suspeita de bomba, falta de luz, etc), o prazo será
prorrogado para o próximo dia útil, uma vez que a parte possui
direito a praticar o ato até o último minuto do último dia.
4ª regra: caso o sábado, domingo ou feriado estiverem no curso do prazo,
ou seja, se o início da contagem do prazo se der antes desses dias, eles
serão normalmente incluídos na contagem, já que os referidos dias tão
somente não geram o início e término do prazo, mas são contados no curso.
! Sendo intimada a parte na quinta-feira, esse dia será excluído,
iniciando-se a contagem na sexta-feira, se dia útil. O sábado e o
domingo serão contados normalmente, não havendo qualquer
suspensão ou interrupção do prazo em decorrência da ausência
de expediente forense.
5ª regra: caso a intimação seja realizada no sábado ou outro dia sem
expediente forense, o prazo será contado da seguinte maneira:considerar-
se-á intimada a parte no primeiro dia útil seguinte, excluindo-se tal dia e
iniciando-se a contagem no subseqüente, se útil. Essa regra está disposta
na Súmula nº 262 do TST, relacionada à intimação no sábado.
! Sendo intimado no sábado, presumir-se-á intimado na
segunda-feira, iniciando-se a contagem na terça-feira. O aluno
deve ter atenção especial, pois a tendência é pensar que o prazo
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻵ ŕ ś ﻲﯿ
possui início na segunda-feira, o que está errado, já que inicia a
contagem na terça-feira.
Ainda sobre a contagem dos prazos, é importante destacar dois aspectos tratados
pelo TST na Súmula nº 387, que especifica a forma de contagem do prazo recursal
quando o apelo é interposto por aparelho de fax (fac-símile).
O primeiro aspecto está explicitado no inciso II da súmula em estudo e analisa o
início do prazo de 5 (cinco) dias para o encaminhamento dos originais, sob pena
do apelo considerar-se inexistente. Assim, quando terá início o referido prazo? A
dúvida surgiu em decorrência da possibilidade do recorrente interpor o apelo antes
do término no prazo, ou seja, de forma antecipada. Se o recorrente interpuser o
recurso no 2º dia do prazo, no subseqüente já terá início o qüinqüídio legal? A
resposta é negativa, já que o TST firmou entendimento de que a aquele somente
terá início quando findo o prazo recursal, independentemente de ter sido
manejado antes ou no último dia.
! Assim, se interposto no 2º dia, o prazo de 5 (cinco) dia para a
remessa dos originais só terá início após o último dia do prazo
recursal, que na maioria dos recursos é de 8 (oito) dias.
A segunda questão, indispensável para a prática trabalhista, relaciona-se ao início
da contagem do prazo de 5 (cinco) dias para o encaminhamento dos originais.
Segundo o inciso III da Súmula nº 387 do TST, o primeiro dia desse prazo pode
ser útil ou não útil, ou seja, pode ter início em sábados, domingos e feriados.
Assim, se o último dia do prazo recursal foi sexta-feira, o primeiro dia do
qüinqüídio será no sábado, o segundo dia no domingo, assim sucessivamente.
Lembre-se que a ausência de envio dos originais faz considerar-se inexistente o
ato processual realizado por fac-símile.
Por fim, destaque para a regra contida na Súmula nº 385 do TST, que trata da
demonstração de feriado local ou de dia sem expediente forense, quando da
interposição do recurso.
Segundo a regra em estudo, se houver algum feriado local (municipal e estadual)
que interfira na contagem do prazo recursal, em seu início ou término, esse deverá
ser comprovado nos autos, para que o juízo de admissibilidade seja realizado
corretamente, de forma a que o TRT e TST tenham possibilidade de aferir
corretamente a tempestividade do apelo. Na ausência de qualquer comprovação,
serão levados em consideração apenas os feriados nacionais, de conhecimento
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوﮭ ŕ ś ﻲﯿ
público, o que pode levar os juízos a quo e ad quem a entender pela
intempestividade, criando sérios prejuízos ao recorrente, mas que deverão ser
suportados pelo mesmo, já que era seu ônus demonstrar qualquer anomalia na
contagem do prazo ocasionada por feriado local.
2. NULIDADES;
2.1. Princípios relacionados às nulidades;
Princípio da Instrumentalidade das formas: previsto nos artigos 154 e
244 do CPC, também é denominado de princípio da finalidade, pois
demonstra claramente que atingir a finalidade do ato processual é mais
importante do que simplesmente seguir-se a forma imposta por lei. Em
outras palavras, se a finalidade for atingida mesmo com desrespeito à
forma, o ato é válido. Assim, mesmo que a citação não seja entregue ao
real destinatário no endereço correto, se esse souber da demanda judicial
e vier aos autos, apresentando defesa, a ausência de prejuízo fará com que
o ato seja válido. O termo é a palavra-chave do princípio.
Princípio da Transcendência ou prejuízo: disposto no art. 794 da CLT,
o princípio aduz que somente haverá nulidade se do vício decorrer prejuízo.
Isto porque do conceito de nulidade extrai-se a seguinte formula: nulidade
= erro de forma + prejuízo. Se não houver prejuízo para aquele que é
beneficiado pelo ato, não há razão para repetir-se a prática daquele, uma
vez que a formalidade existe para proteger e, por isso, evitar prejuízos
decorrentes de sua violação.
Princípio da preclusão ou convalidação: conforme já estudado em
tópico próprio, preclusão é a perda da possibilidade de realizar-se um ato
processual e são 3 (três) as espécies: temporal, lógica e consumativa. O
princípio da preclusão ou convalidação é aplicável às nulidade relativas, que
são aquelas que devem ser alegadas pelas partes em momentos oportunos,
sob pena de não se poder mencioná-las no processo. Exemplo clássico é a
incompetência relativa, por exemplo, territorial, que deve ser alegada no
momento da defesa, por meio de exceção de incompetência. A não
apresentação daquela peça de defesa, por conveniência ou esquecimento,
impede a futura discussão acerca do vício, já que houve preclusão e,
portanto, perda da possibilidade de alegação futura.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوو ŕ ś ﻲﯿ
Princípio da economia processual: o primado da economia processual
foi levado em consideração pelo legislador trabalhista ao redigir os artigos
796, a e 797 da CLT, que em síntese demonstram que a nulidade do ato
processual somente deve ser declarada como última opção, quando não for
possível suprir a sua falta ou repetir-se o ato. Da mesma forma, quando se
for declarar a nulidade de um ato processual, deve-se atentar para a regra
acerca do aproveitamento dos atos processuais, descrita no art. 249 do
CPC, já que a nulidade de um ato processual pode acarretar ou não a
nulidade dos demais, devendo o Poder Judiciário declarar aqueles que são
atingidos pela nulidade.
Princípio da utilidade: também denominado de princípio da causalidade
ou interdependência, encontra previsão no art. 798 da CLT e 248 do CPC e,
em síntese, demonstra que os atos processuais são concatenados, mas que,
em certas situações, a nulidade de um não prejudica os demais, posteriores
ao viciado. O dispositivo celetista diz que nulidade do ato não prejudicará
senão os posteriores Assim,
os atos posteriores, por serem independentes, serão preservados, podendo
ocorrer ainda de um mesmo ato complexo ser anulado apenas em parte.
Princípio do interesse: trata-se de reflexo do adágio ninguém poderá se
, ou seja, aquele que realizou a conduta capaz de
gerar a nulidade, não pode arguí-la para benefício próprio. Tratado no art.
796, b da CLT, diz que a nulidade ao será pronunciada quando argüida por
quem lhe tiver dado causa.
2.2. Espécies de nulidades;
As nulidades processuais são penalidades impostas àquele que descumpre a
formalidade prevista para determinado ato processual. A inobservância das regras
impostas retira do ato jurídico processual os efeitos que lhe são inerentes, isto é,
priva aquele ato processual dos seus efeitos jurídicos.
Verifica-se sempre, ao se analisar o tema nulidades, a ocorrência de uma
irregularidade, que pode ser em grau maior ou menor, a depender do interesse
tutelado (privado ou público).
Parte-se, a partir de agora, para a análise das diversas espécies de nulidades,
partindo-se do menor para o maior grau, isto é, das irregularidades, que não
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوﻮ ŕ ś ﻲﯿ
geram conseqüências processuais negativas para o processo, até chegar à
inexistência, pior espéciede nulidade, que fulmina totalmente o ato processual,
ceifando-o de qualquer efeito.
2.2.1. Irregularidades:
Trata-se da mais simples forma de nulidade, pois são vícios que não impedem que
o ato processual produza efeitos. Podem ser ignorados ou reconhecidos de ofício
pelo Magistrado, ou mediante requerimento das partes.
! Reconhece-se uma irregularidade quando é verificado um vício
de forma, mas que não traz qualquer conseqüência negativa. Um
despacho está a lápis ou uma folha não está numerada nos
autos. Isso não retira do processo a sua força vinculante, não
impede que o Estado atue de forma a dizer o direito material.
Outra hipótese é o descumprimento dos prazos para a prática de atos pelo Juiz ou
Servidor. Se a sentença não for proferida em 10 (dez) dias, de acordo com o art.
190 do CPC, poderá ser proferida posteriormente? Produzirá os seus efeitos
normalmente? As respostas são positivas.
Como já dito, as irregularidades podem ser simplesmente ignoradas, por não
produzirem efeitos negativos, ou corrigidas de ofício pelo Juiz ou a requerimento
simples por qualquer das partes ou interessados.
Por fim, como exemplo de irregularidades, tem-se o art. 833 da CLT e 463 do CPC,
que tratam dos erros materiais existentes na sentença e que podem ser corrigidos
pelas formas acima descritas.
2.2.2. Nulidade relativa;
Também conhecida por anulabilidade, ocorre quando o desrespeito à forma atinge
norma jurídica de interesse privado, ou seja, de interesse das partes. O
prejudicado com a nulidade não é o Estado, e sim, as partes, razão pela qual
somente essas podem alegar o vício, não podendo ser reconhecido de ofício pelo
Juiz.
Além disso, não sendo alegada pela parte prejudicada no primeiro momento (no
momento adequado), restará preclusa, ou seja, tornar-se-á sanada, não sendo
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوى ŕ ś ﻲﯿ
lícita a alegação posterior. Nesse ponto, aplica-se o princípio da preclusão, que
impede a rediscussão posterior da questão.
! Pelos motivos expostos, a nulidade relativa é considerada um
vício sanável.
Exemplo típico dessa espécie de vício é a incompetência relativa, que afeta os
interesses das partes (e não do Estado), sendo que a Súmula nº 33 do STJ impede
o conhecimento do vício de ofício pelo Magistrado. Caso o réu não alegue a
questão no momento adequado (defesa), por meio da peça correta (exceção de
incompetência), o processo continuará a tramitar no juízo antes incompetente,
uma vez que a partir da incidência do princípio da preclusão, o juízo incompetente
tornou-se competente, instituto denominado prorrogação de competência.
2.2.3. Nulidade absoluta;
Diferentemente do que dito no item anterior, sobre a nulidade relativa, a nulidade
absoluta afeta diretamente norma de ordem pública, ou seja, de interesse do
Estado, e que por isso pode ser reconhecida pelo Juiz de ofício, ou mediante
requerimento da parte.
! A violação às matérias de ordem pública pode ser conhecida a
qualquer tempo, pois não incide o princípio da preclusão sobre
as mesmas, tendo em vista o interesse público em sua
preservação.
As nulidades absolutas também são conhecidas por objeções processuais, de
maneira a diferenciá-las das exceções, que dizem respeito às nulidades relativas.
A violação às normas de competência relativa é considerada como nulidade
relativa, ao passo que o desrespeito às normas de competência absoluta (critérios
absolutos pessoal, material, hierárquico e funcional) acarretara a nulidade
absoluta, já que o Estado criou os referidos critérios em benefício próprio.
Sendo matérias de ordem pública, podem ser reconhecidas a qualquer tempo e
grau de jurisdição (com exceção aos recursos extraordinários, que demandam
prequestionamento), pelo Juiz de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,
assim como em qualquer momento, mesmo depois do trânsito em julgado,
hipótese em que pode ser utilizada a ação rescisória (art. 485 do CPC).
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوﻰ ŕ ś ﻲﯿ
O art. 113 do CPC ilustra bem o que foi dito, já que afirma que a incompetência
absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada em qualquer tempo e
grau de jurisdição, independentemente de exceção.
Importante apenas relembrar o disposto no §2º do referido dispositivo legal, pois
diz que apenas os atos decisórios serão nulos, quando reconhecida a
incompetência absoluta, preservando-se os demais, o que vai ao encontro do
princípio da economia processual.
! Somente os atos decisórios são anulados. Os demais são
preservados.
2.2.4. Inexistência;
Como já dito, o sistema de nulidades retira a produção de efeitos jurídicos do ato
viciado. Na irregularidade, o ato produz os seus efeitos normalmente, já que
ínfimo o vício. Na nulidade relativa, produz os seus efeitos até que a nulidade seja
argüida pelas partes, produzindo normalmente aqueles se a parte prejudicada não
arguí-lo no tempo e modo devidos. Na nulidade absoluta, o ato viciado também
produzirá os efeitos até que seja declarado nulo.
Na inexistência, espécie mais grave de nulidade processual, a ato sequer existe
para o mundo jurídico, não sendo passível de produção de qualquer efeito. Afirma-
se que o ato processual sequer nasce. Assim, não pode produzir qualquer efeito
legal. Como exemplos correntes na doutrina, têm-se: sentença sem assinatura do
Juiz e ato praticado por advogado sem procuração e que não foi ratificado no prazo
a que alude o art. 37 do CPC. Também pode ser citado o ato praticado por fac-
símile (Lei nº 9.800/99), sem o devido encaminhamento no prazo de 5 (cinco)
dias dos originais.
! O vício não pode ser sanado, sendo o ato simplesmente
desconsiderado para qualquer fim, haja visto não produzir
efeitos jurídicos.
3. PETIÇÃO INICIAL;
Já se afirmou que o Estado é inerte, necessitando da provocação da parte
interessada para atuar, conforme artigos 2º e 262 do CPC. Para retirar o Estado
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوي ŕ ś ﻲﯿ
de sua inércia, exerce-se o direito de ação através da apresentação da petição
inicial.
A petição inicial trabalhista possui diversas particularidades, dentre elas o fato de
poder ser apresentada oralmente. No processo civil, tal possibilidade somente se
dá em sede de juizados especiais, de acordo com a Lei n. 9099/95.
Em sede trabalhista, a apresentação oral, disposta no art. 840 da CLT decorre do
princípio da proteção, já que o acesso ao Poder Judiciário deve ser privilegiado,
mesmo para aqueles que não sabem escrever (lembre-se que o jus postulandi
permite o ajuizamento da demanda sem Advogado).
Ao ser ajuizada a demanda trabalhista oral, seguir-se-á à sua redução a termo,
por servidor da Justiça do Trabalho, após a distribuição.
! Atenção: a petição inicial oral será primeiramente distribuída
para depois ser reduzida a termo.
Alguns aspectos importantes sobre a petição inicial oral devem ser destacados:
Dissídio coletivo: Os dissídios coletivos, de acordo com o art. 856 da CLT,
não podem ser ajuizados por petição inicial oral.
O inquérito para apuração de falta grave, conforme disciplina o art.
853 da CLT, somente pode ser ajuizado por escrito.
Perempção: a ausência ao ato de redução a termo da petição inicial oral
importa em perempção, de acordo com o art. 731 da CLT. A pena surge
com uma única ausência.
Outra característica importante, que sempre deve ser destacada, é a
desnecessidade de ser firmada por Advogado, já que ainda vige no processo do
trabalho o jus postulandi., nos termos do art. 791 da CLT, com as restrições
impostas pela Súmula n. 425 do TST.
! Nos termos da Súmula nº 425 do TST, não se aplicao jus
postulandi na ação rescisão, mandado de segurança, ação
cautelar e recursos para o TST.
3.1. Requisitos legais;
No tocante aos requisitos para a petição inicial, dúvidas surgem em virtude da
possível aplicação subsidiária do art. 282 do CPC, além do fato de na prática o
Advogado sempre se espelhar no artigo do Código de Processo Civil, em
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوﻲ ŕ ś ﻲﯿ
detrimento do art. 840 da CLT, que regulamenta a matéria sem, contudo, fazer
menção a diversos requisitos ordinariamente utilizados.
A redação do dispositivo celetista é bastante simplória, não fazendo menção a
diversos requisitos, tais como fundamentos jurídicos, pedido de notificação do
reclamado, valor da causa e provas. Nos termos do preceito legal, escrita,
a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de
direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma
breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura
do reclamante ou de seu
Serão analisados, um a um, os requisitos faltantes à luz da CLT, de forma a
avaliar-se a necessidade ou não de aplicação dos preceitos do CPC.
Fundamentos jurídicos: apesar do art. 840 da CLT mencionar apenas os
fatos que embasam o pedido, entende-se pela necessidade de
demonstração também dos fundamentos jurídicos, isto é, da violação à
norma ocasionada pelo réu, a embasar os pedidos formulados na inicial.
! Não se pode confundir fundamento jurídico com fundamento
legal, já que este último é a indicação do artigo de lei tido por
violado. Não há necessidade dessa indicação, pois o Juiz
conhece o direito (iura novit curia), salvo nas exceções do art.
337 do CPC.
Pedido de notificação do reclamado: não há necessidade de pedido de
notificação (citação) do reclamado (réu), por tratar-se de ato automático,
realizado pelo escrivão ou chefe de secretaria, isto é, independe de pedido
da parte, como no processo civil. Além disso, não é o Juiz do Trabalho que
determina a notificação, já que aquela, como já afirmado, é automática.
Valor da causa: nesse item residem dúvidas na doutrina e na
jurisprudência, já que parte defende a aplicação do Art. 2º da Lei n.
5584/70, que afirma a possibilidade do juiz determinar de ofício o valor da
causa, bem como parte advoga a tese de que após a Lei n. 9957/2000, que
criou o rito sumaríssimo, o valor da causa é obrigatório.
! Adotar o entendimento de que o valor da causa é obrigatório
atualmente apenas no rito sumaríssimo, já que a lei assim
disciplina (art. 852-B, I da CLT). Nos demais ritos, é melhor
seguir a idéia de que o valor da causa é dispensável. Apesar de
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوﯾ ŕ ś ﻲﯿ
entendimentos contrários, para concursos é melhor seguir essa
tese.
Provas: no que toca ao pedido de produção de provas, também não se
mostra necessário, pois as provas serão produzidas em audiência, sendo
que as testemunhas são levadas àquele ato sem necessidade de intimação,
nos termos do art. 825 da CLT, bem como eventual perícia será deferida
em audiência, mesmo de ofício pelo Magistrado, conforme art. 130 do CPC,
que trata dos poderes instrutórios do Juiz.
Analisando o art. 840 da CLT, são requisitos da petição inicial trabalhista: 1.
Indicação da autoridade competente; 2. Qualificação das partes; 3. Breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio; 4. Pedido; 5. Data e assinatura do
subscritor.
Em relação ao item Indicação da autoridade trata-se de requisito
indispensável, pois informa o juízo competente, isto é, o órgão jurisdicional com
atribuição legal para julgar aquela demanda, devendo-se seguir as regras
dispostas no art. 651 da CLT.
-se de extrema importância, pois
nele são informados os nomes, profissão, estado civil e endereço do reclamante e
reclamado, servindo para individualizar as partes, ou seja, fixar os limites
subjetivos da lide, permitindo a realização dos atos processuais de maneira
correta, sem equívocos. Além disso, a indicação correta do endereço do
reclamado, para o procedimento sumaríssimo, é essencial para que a petição
inicial não seja indeferida.
Por sua vez, o item Breve exposição dos fatos de que resulte o é
imprescindível pois a causa de pedir deve ser exposta pelo autor, ou seja, deve
aquele demonstrar qual é o objeto do litígio e de fatos o mesmo se origina,
permitindo ao Juiz a verificação de eventual ferimento a direito e proporcionando
o contraditório e ampla defesa para o reclamado.
Ainda, em relação ao item estes vinculam a atividade do Magistrado,
de acordo com o princípio da congruência ou correlação, de maneira a guiar o
julgador quando de sua decisão, já que não pode conceder algo que não foi pedido
ou em quantidade superiora ao que se solicitou, sob pena da decisão ser eivada
de vícios (extra petita, ultra petita e citra petita).
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوﯿ ŕ ś ﻲﯿ
-se importante para
verificar a regularidade de representação, apesar de permitir-se o mandato tácito
(Art. 791, §3º da CLT e Súmula 164 TST).
3.2. Indeferimento;
Duas são as posições doutrinárias e jurisprudenciais sobre o indeferimento da
petição inicial. Corrente majoritária destaca que a petição inicial trabalhista
somente deve ser indeferida quando não for possível a sua emenda, conforme
Súmula n. 263 do TST. Tal entendimento também decorre do princípio da
proteção, já que o acesso ao Poder Judiciário deve ser privilegiado através da
aplicação do art. 284 do CPC, que determina a emenda da petição inicial quando
faltar algum pressuposto legal.
Além disso, a restrição ao indeferimento também possui relação com o fato do
art. 840, §1º da CLT prever apenas alguns requisitos de forma para a petição
inicial. Nos termos do preceito celetista, escrita, a reclamação deverá
conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for
dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos
fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou
de seu
Contudo, se ausentes os requisitos mínimos exigidos por lei ou havendo algum
vício que não seja passível de correção, previstos no art. 295 do CPC, deverá o
Magistrado proferir sentença extinguindo o processo, com ou sem resolução do
mérito, conforme art. 269 e 267 do CPC.
! Na hipótese do art. 295, IV do CPC, em que o Magistrado
reconhece a prescrição ou decadência, a sentença extinguirá o
processo com resolução do mérito. Nas demais hipóteses, o
processo será extinto sem resolução do mérito.
! O indeferimento da petição inicial poderá ocorrer na própria
audiência, já que pelo procedimento imposto pela CLT, o
Magistrado dificilmente possui contato com os autos antes
daquele ato processual.
Não se pode confundir o indeferimento da petição inicial com a improcedência
liminar prevista no art. 285-A do CPC, hipótese na qual o Magistrado julga
improcedente o mérito da demanda, da maneira idêntica a outras situações já
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăوﻵ ŕ ś ﻲﯿ
analisadas pelo Poder Judiciário, se presentes os requisitos legais que serão
estudados oportunamente.
No que concerne ao rito sumaríssimo, destaque para o art. 852-B § 1º da CLT,
pois elenca situação específica de indeferimento da inicial naquele rito. Nos termos
celetistas, a petição inicial do rito sumaríssimo deve observar regras próprias, a
saber: 1. O pedido deve ser certo e determinado e indicar o valor, isto é, não pode
ser genérico, uma vez que nesseprocedimento não há liquidação da sentença;2.
O nome e endereço do reclamado devem ser expostos corretamente, pois não é
realizada a notificação por edital.
Não sendo cumpridas tais regras, a petição inicial será arquivada, ou seja, extinta
sem resolução do mérito, não sendo possível, conforme dicção do §1º do art. 852-
B da CLT, a emenda para correção do vício.
! Segundo dispõe a CLT, não cabe emenda da petição inicial caso
não seja fornecido o valor correspondendo aos pedidos, bem
como se o endereço fornecido ou o nome estiver errado ou for
insuficiente.
3.2.1.Recurso cabível;
Sendo indeferida a petição inicial, da sentença caberá o recurso ordinário, nos
termos do art. 895, I da CLT, com as peculiaridades impostas pela aplicação do
art. 296 do CPC. Conforme o dispositivo do Código de Processo Civil, duas são as
peculiaridades do recurso interposto em face da sentença que indefere a petição
inicial:
1ª: poderá o Magistrado retratar-se da sentença, no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas, excepcionando o art. 463 do CPC, que alerta que o Juiz não
poderá, em regra, depois de publicada a sentença, alterá-la, salvo de for
para corrigir inexatidões materiais e erros de cálculo, mesmo que ofício, ou
por meio do recurso de embargos de declaração, já que julgado pelo mesmo
Juiz.
! Não se pode confundir tal situação com aquela prevista noart.
285-A do CPC, na qual a retratação poderá ocorrer no prazo de
5 (cinco) dias.
2ª: Não havendo retratação pelo Magistrado, os autos serão remetidos
imediatamente ao Tribunal competente, sendo que o termo imediatamente
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮﮭ ŕ ś ﻲﯿ
significa sem contrarrazões, isto é, o recorrido não será intimado para
apresentá-las.
A despeito das peculiaridades, o julgamento do recurso ordinário seguirá as
mesmas regras das demais hipóteses, a serem estudadas em tópico próprio.
3.3. Emenda;
Pode-se afirmar que a emenda da petição inicial sempre será a primeira opção no
processo do trabalho, quando a peça de ingresso contiver algum vício. Isso
significa dizer que, antes de indeferir aquela peça, arquivando o feito, deve o
Magistrado determinar prazo para que o autor a complete, conforme dicção do
art. 284 do CPC.
Alguns aspectos de relevo sobre o tema devem ser tratados:
Obrigatoriedade da emenda: interpretação literal do disposto no art. 284
do CPC nos conduz à conclusão de que o Magistrado deve intimar o autor
para emendar a petição inicial, já que o legislador afirmar que aquele
determinará que o autor a emenda ou complete. Tal idéia está totalmente
de acordo com os princípios da celeridade e economia processuais, razão
pela qual se mostra como norma de ordem pública.
Prazo: o prazo para o autor emendar a petição inicial é de 10 (dez) dias,
contados de sua intimação, seguindo-se a regra do art. 184 do CPC, que
determina a exclusão do primeiro dia e inclusão do ultimo.
Consequência da inércia do autor: caso o autor, intimado para emendar,
não o faça no prazo legal, sua petição inicial será indeferida, com a
conseqüente extinção do processo sem resolução do mérito, podendo ainda
ser condenada ao pagamento das custas processuais, salvo de beneficiária
da justiça gratuita.
Situações reconhecidas pelo TST em súmulas: duas são as súmulas
que tratam do assunto, a saber:
o Súmula 263: destaca, de forma genérica, que o indeferimento da
petição inicial somente é possível após a intimação do autor para
emendá-la, caso aquele seja inerte. Óbvio que não se aplica nas
situações enquadradas no art. 295 do CPC, pois aquelas presumem
a impossibilidade de correção do vício.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮو ŕ ś ﻲﯿ
o Súmula 299: Trata da emenda da petição inicial da ação rescisória,
destacando em seu inciso II que a ausência da certidão do trânsito
em julgado pode ser suprida por meio de emenda, bem como outro
documento indispensável.
! A juntada posterior da certidão do trânsito em julgado é
posterior, se realizada no prazo de emenda da petição inicial.
Contudo, o trânsito em julgado da decisão rescindenda deve ter
ocorrido antes do ajuizamento da ação rescisória, pois o TST não
permite a rescisória preventiva.
Hipóteses em que não é possível a emenda: a jurisprudência sumulada
do TST já definiu por meio do verbete n. 415, a impossibilidade de ser
determinada a emenda da petição inicial no mandado de segurança, para
juntada posterior de documentos, já que é exigida prova pré-constituída.
Se faltar algum documento é porque não está preenchida a condição da
ação interesse processual adequação (direito líquido e certo), razão pela
qual a demanda deve ser extinta sem resolução do mérito.
3.4. Aditamento;
A matéria já foi analisada quando do estudo do princípio da inalterabilidade da
demanda, que permite sejam realizadas algumas alterações na petição inicial,
após o ajuizamento da demanda, desde que respeitados alguns requisitos.
Sobre o tema, os artigos 264 e 294 do CPC são aplicados, destacando, em síntese,
que:
O aditamento da petição inicial é possível na audiência, antes da
apresentação da defesa do réu, sem a necessidade de seu consentimento.
Após a apresentação da defesa, o aditamento ainda é possível, desde que
o reclamado consinta.
Ultrapassado o momento da defesa, isto é, ingressando o feito na fase
instrutória, nenhuma alteração pode ser realizada, mesmo com o
consentimento do réu.
! Não confundir com as regras do processo civil, que em síntese
são as seguintes: 1. Até a citação é possível o aditamento sem
necessidade de consentimento; 2. Após a citação e até o
saneamento é possível o aditamento, desde que o réu consinta;
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮﻮ ŕ ś ﻲﯿ
3. Após o saneamento é impossível o aditamento, mesmo como
consentimento do réu.
3.5. Improcedência liminar art. 285-A do CPC;
A lei n. 11.277/06 introduziu no Código de Processo Civil um importante instituto
denominado improcedência liminar, também chamado de improcedência prima
facie, já que a idéia pensada pelo legislador foi oportunizar ao Poder Judiciário o
julgamento imediato de questões repetitivas, nas quais já se sabe inexistir direito
ao direito.
Assim, um primeiro ponto a ser destacado é a conclusão a que o Magistrado pode
chegar ao se utilizar desse instituto: a sentença deve ser de total
improcedência.
Assim, não há qualquer violação ao princípio do contraditório, pois mesmo não
sendo citado, o réu não é prejudicado, haja vista não haver qualquer condenação.
! A nulidade somente existe quando há vício de forma e prejuízo.
Nessa hipótese, não há qualquer prejuízo ao réu. Muito pelo
contrário, pois é beneficiado pela sentença (de total
Para que o instituto possa ser aplicado, alguns requisitos devem estar presentes,
a saber:
A matéria em discussão deve ser unicamente de direito, ou seja, não deve
haver fatos a serem analisados pelo Magistrado;
A matéria já deve ter sido analisada outras vezes pelo Poder Judiciário,
concluindo pela total improcedência dos pedidos formulados pelo autor.
Importante que se diga que o Juiz não é obrigado a dispensar a citação e proferir
sentença desde logo, pois o dispositivo afirma que poderá ser dispensada a
citação. Na dúvida, não se deve aplicar o dispositivo, já que a única conclusão que
pode surgir na sentença é a total improcedência. Além disso, o dispositivo pode
ser aplicado também nos tribunais, em ações de sua competência originária, tais
como mandados de segurança e ações rescisórias, não havendo razão para reduzir
a sua aplicação apenas ao primeiro grau de jurisdição.
Teoria e questões de Processo do Trabalhopara TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮى ŕ ś ﻲﯿ
É claro que a aplicação do dispositivo pode ser dificultada pela sistemática do
direito processual do trabalho, no qual a notificação do réu é automática, mas
poderá o Magistrado, se tiver acesso aos autos antes da audiência, aplicá-lo ou
mesmo no início da audiência, após a primeira tentativa de conciliação, proferir
desde logo sentença de total improcedência.
QUESTÕES COMENTADAS SOBRE O TEMA:
COMENTÁRIOS:
A alternativa A afirmativa acerca da suspensão dos
prazos recursais no recesso forense e férias coletivas do Ministros do TST, está de
acordo com o inciso II da Súmula nº 262 do TST, a seguir transcrito:
Tribunal
Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os
prazos
e
inclusão do último.
1 - Q280527 ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do
Trabalho / Direito Processual do Trabalho / Atos, Termos e Prazos; )
Em relação aos prazos no processo do trabalho, é entendimento
jurisprudencial dominante:
a) Os prazos contam-se com inclusão do dia do começo e inclusão do dia
do vencimento.
b) Os prazos que se vencerem em sábado ou domingo, terminarão na
segunda-feira seguinte.
c) Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará na
segunda-feira imediata, e a contagem, na terça-feira.
d) O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior
do Trabalho suspendem os prazos recursais.
e) Não se aplica o prazo em dobro para a interposição de embargos
declaratórios por pessoa jurídica de direito público.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮﻰ ŕ ś ﻲﯿ
e
não, na segunda-feira seguinte, pois se esse dia não for útil, será novamente
prorrogado.
segunda e terça-feira, e sim, em dia
subsequente. Realizada a notificação no sábado, a intimação será
presumidamente realizada no dia útil seguinte e o início da contagem no
subsequente, conforme Súmula nº 262 do TST.
Letra errada, pois o DL 779/69 diz em prazo em dobro para a interposição de
recursos, inclusive os embargos de declaração.
2 - Q288774 ( Prova: FCC - 2012 - PGE-SP - Procurador / Direito
Processual do Trabalho / Atos, Termos e Prazos; )
O seguinte comando do Código de Processo Civil é considerado
INCOMPATÍVEL com o Processo do Trabalho, de acordo com entendimento
sumulado pelo TST:
a) Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando
esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a
complexidade da causa.
b) Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão
contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo
geral, para falar nos autos.
c) Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o
dia do começo e incluindo o do vencimento.
d) Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco)
dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
e) Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração
judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar
que não o realizou por justa causa.
COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA A aplicação do art. 191 do CPC, que trata
da dobra do prazo quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, é
incompatível com o processo do trabalho, conforme OJ nº 310 da SDI-1 do TST,
uma vez que viola o princípio da celeridade processual. Transcreve-se a OJ, uma
vez que muitas vezes é exigida nos concursos trabalhistas:
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮي ŕ ś ﻲﯿ
do
trabalho, em decorrência da sua incompatibilidade com o princípio
da celeridade inerente ao processo
compatível com o processo
do trabalho. Caso a lei seja omissa, o Juiz fixará o prazo. Sendo omisso o juiz, o
prazo será de 5 dias, conforme art. 185 do CPC.
Letra tal regra é compatível com o processo do trabalho, pois tanto no
processo civil, quanto no trabalhista, a regra de contagem do prazo é a mesma,
ou seja, haverá a exclusão do primeiro dia e inclusão do último.
rt. 185 do CPC.
com
o processo do trabalho.
COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA Os prazos dilatórios realmente decorrem
de normas de natureza dispositiva, pois podem ser alterados por vontade das
partes. Os prazos peremptórios decorrem de normas de ordem pública, em que
há o interesse do Estado, não sendo possível a sua alteração por vontade das
partes. Os prazos convencionais, como aquele previsto no art. 265 do CPC, que
trata da suspensão do processo, são em regra dilatórios, podendo ser alterados
3 - Q249303 ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Juiz do
Trabalho - Tipo 5 / Direito Processual do Trabalho / Atos, Termos e
Prazos; )
Os prazos
a) peremptórios decorrem de normas que permitem à parte dele dispor
para a prática de determinado ato.
b) peremptórios, em regra, podem ser objeto de convenção.
c) convencionais, em regra, não são dilatórios.
d) dilatórios podem ter a prorrogação autorizada pelo juiz a qualquer
momento.
e) dilatórios decorrem de normas de natureza dispositiva.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮﻲ ŕ ś ﻲﯿ
por vontade das partes. Vale a pena transcrever os artigos 181 e 182 do CPC, que
tratam da matéria:
ou
prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia
se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo
legítimo. § 1o O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da
prorrogação. § 2o As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em
favor de quem foi concedida a prorrogação.
Art. 182. É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo,
reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas
comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos,
mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias. Parágrafo único. Em
caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto
neste artigo para a prorrogação de
4 - Q249306 ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Juiz do
Trabalho - Tipo 5 / Direito Processual do Trabalho / Atos, Termos e
Prazos; Dissídios Individuais; )
Quanto à forma de reclamação e a notificação no dissídio individual
trabalhista pelo rito ordinário, conforme previsões contidas na CLT e em
súmulas da jurisprudência uniformizada do TST é correto afirmar:
a) Recebida e protocolada a reclamação, dentro de 5 dias será notificado o
reclamado para comparecer em audiência que será a primeira desimpedida,
depois de 48 horas.
b) Não é possível a acumulação num só processo de várias reclamações,
ainda que se trate de empregados da mesma empresa, sem aparticipação
da entidade sindical.
c) Diante da complexidade das matérias que podem ser discutidas no
processo trabalhista, com o advento das novas competências, como por
exemplo, as indenizações por danos morais e por acidente do trabalho e as
responsabilidades relativas à
terceirização de mão de obra, não mais se admite a reclamação trabalhista
verbal.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮﯾ ŕ ś ﻲﯿ
COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA O recebimento da notificação pelo
reclamado está de acordo com a Súmula nº 16 do TST, que presume o
recebimento daquela na prazo de 48h, sendo um presunção relativa. A mesma
Súmula afirma ser ônus do destinatário a prova do não recebimento ou do
recebimento posterior àquele prazo. Nos termos do entendimento sumulado,
temos:
-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas
depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após
odecurso desse prazo constitui ônus de prova do
Letra errado, pois em desconformidade com o art. 841 da CLT. Houve a
inversão dos prazos. A remessa é feita em 48h, para a audiência em, pelo menos,
5 dias.
que não fala em participação
do sindicato.
Letra errado, pois a petição trabalhista verbal continua sendo compatível com
o processo do trabalho, conforme art. 840 da CLT.
Letra errado, pois não há juízo de admissibilidade da petição inicial. Deve ser
realizada a notificação do reclamado pelo Secretaria da Vara do Trabalho.
5 - Q113387 ( Prova: FCC - 2008 - TRT - 19ª Região (AL) - Técnico
Judiciário - Área Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Atos,
Termos e Prazos; )
Maria, advogada da empresa Rural, foi intimada pelo Diário Oficial
Eletrônico para cumprir determinação de magistrado em cinco dias. Porém,
d) Ao receber a petição inicial, a Secretaria da Vara, conforme expressa
previsão legal, deve enviar os autos imediatamente ao juiz para realização
do juízo de admissibilidade.
e) Presume-se recebida a notificação 48 horas depois de sua postagem; o
seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui
ônus de prova do destinatário.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮﯿ ŕ ś ﻲﯿ
COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA A contagem dos prazos processuais será
realizada conforme previsão do art. 775 da CLT, a seguir transcrito, diante de sua
importância:
Título contam-se com exclusão do
dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e
irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo
estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de
força maior, devidamente
Como as demais alternativas tratam do mesmo assunto, não precisam ser
analisadas em separado.
6 - Q213532 ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Técnico
Judiciário - Área Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Atos,
Termos e Prazos; )
De acordo com a CLT, em regra, os atos processuais praticados no Processo
Trabalhista serão
a) sempre públicos e realizar-se-ão nos dias úteis das 8 às 18 horas.
Maria está com dúvidas a respeito da contagem do prazo processual
indagando João, seu colega de trabalho, a respeito da respectiva contagem.
João deverá responder que os prazos processuais
a) são, em qualquer hipótese, contínuos, irreleváveis e improrrogáveis, por
expressa determinação legal.
b) contam-se com a inclusão do dia do começo e exclusão do dia do
vencimento, e são contínuos e releváveis.
c) contam-se com a inclusão do dia do começo e exclusão do dia do
vencimento, e são contínuos e irreleváveis.
d) que terminarem aos sábados ou domingos vencerão antecipadamente
na primeira sexta-feira antecedente.
e) contam-se com a exclusão do dia do começo e inclusão do dia do
vencimento, e são contínuos e irreleváveis.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻮﻵ ŕ ś ﻲﯿ
COMENTÁRIOS:
A alternativa A prática dos atos processuais segue a
regra do art. 770 da CLT, a seguir transcrito:
contrário
determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6
(seis) às 20 (vinte) horas. Parágrafo único - A penhora poderá
realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização
expressa do juiz ou
Percebe-se que os atos são públicos e realizados nos horários descritos na
FCC.
Letra errado, pois não são sempre públicos, podendo haver restrição da
publicidade, sendo realizados das 6h às 20h.
Letra errado, pois a restrição à liberdade não decorre da vontade das partes,
e sim, do interesse social.
Letra errado, pois quem determina a restrição à publicidade é o interesse
social e não a vontade do Juiz. Além disso, serão os atos realizados das 6h às 20h.
Letra errado, pois é o interesse social que justifica a restrição da publicidade,
bem como a penhora somente é realizada em domingos e feriados com
autorização do Juiz.
b) públicos salvo quando as partes estabelecerem o contrário e realizar-
se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas.
c) públicos salvo quando o contrário determinar o juiz e realizar-se-ãonos
dias úteis das 6 às 18 horas.
d) públicos salvo quando envolver pessoa pública de notoriedade social e
a penhora poderá realizar-se em domingo ou dia de feriado, independente
de autorização expressa do juiz.
e) públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social e
realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىﮭ ŕ ś ﻲﯿ
7 - Q202488 ( Prova: FCC - 2011 - PGE-MT - Procurador / Direito
Processual do Trabalho / Atos, Termos e Prazos; Nulidades; )
É INCORRETO afirmar que
a) os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário determinar
o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas.
b) as nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das
partes, as quais deverão ser arguidas somente em razões recursais.
c) nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá
nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes
litigantes.
d) a reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus
representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do
Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador
nomeado em juízo.
e) na Justiça do Trabalho, o não comparecimento do reclamante à
audiência inicial importa o arquivamento da reclamação, e o não
comparecimento do reclamado importa em revelia, além de confissão,
quanto à matéria de fato.
COMENTÁRIOS:
A alternativa A informação contida na alternativa
conflitando com o art. 795 da CLT, que trata das nulidades processuais.
Transcreve-se o dispositivo legal para análise:
provocação
das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que
tiverem de falar em audiência ou nos
Percebe-se que a FCC diz que a parte deve arguir em razões recursais, enquanto
ou
nos As nulidades tratadas no dispositivo são as relativas, pois as absolutas
podem ser reconhecidas de ofício pelo Magistrado, bem como serem alegadas
pelas partes em qualquer tempo e grau de jurisdição.
CLT.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىو ŕ ś ﻲﯿ
CLT.
3 da CLT.
CLT.
COMENTÁRIOS:
A alternativa A preclusão é a perda da possibilidade
de realização de um ato processual. Não realizado o ato no prazo adequado,
surgirá a preclusão temporal, uma das suas espécies, permitindo o progresso do
processo e a impossibilidade de retorno à momentos anteriores. A preclusão
proporciona a marcha avante do processo. Como principais espécies de preclusão
temos:
a. Temporal: ligada ao prazo para a prática de atos processuais;
b. Lógica: relacionada à pratica de atos incompatíveis no processo.
c. Consumativa: ligada à prática do ato processual e a impossibilidade, regra
geral, de sua repetição.
Em relação ao tema preclusão temporal, destaca-se o art. 183 do CPC:
prazo, extingue-se, independentemente de
declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo,
porém, à parte provar que o não realizou por justa causa. §
1o Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da
parte, e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
8 - Q202043 ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico
Judiciário - Área Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Atos,
Termos e Prazos; )
No tocante aos atos processuais, o fato impeditivo, destinado a garantir o
avanço progressivo da relação processual e a obstar o seu retorno para
fases anteriores do procedimentoé
a) a preclusão.
b) a prescrição.
c) a decadência.
d) a litispendência.
e) o impulso exofficio.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىﻮ ŕ ś ﻲﯿ
§ 2o Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do
ato no prazo que Ihe
COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA A resposta ao questionamento encontra-
se na Súmula nº 262, I do TST, a seguir redigida:
ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se
dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no
Conforme informações constantes na questão da FCC, a intimação foi recebida no
sábado, o que faz com que seja presumidamente recebida no primeiro dia útil, ou
seja, na terça-feira, já que segunda-feira é feriado. Sendo recebida a intimação
na terça (por presunção), o início da contagem do prazo será na quarta-feira.
Como as demais alternativas tratam do mesmo tema, não precisam ser
analisadas em separado.
9 - Q25234 ( Prova: FCC - 2008 - TRT - 19ª Região (AL) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Atos, Termos
e Prazos; )
Ana Maria, representante legal da empresa XUBA, recebeu intimação na
reclamação trabalhista proposta por Ana Joaquina, sua ex-funcionária.
Considerando que a intimação ocorreu no sábado e que segunda-feira é
feriado nacional, será considerada que a intimação foi realizada
a) no próprio sábado e o prazo processual começará a correr na terça-feira.
b) no próprio sábado e o prazo processual começará a correr na segunda-
feira.
c) na terça-feira e o prazo processual começará a correr na quarta-feira.
d) na terça-feira e o prazo processual começará a correr da própria terça-
feira.
e) na sexta-feira antecedente e o prazo processual começará a correr na
terça-feira.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىى ŕ ś ﻲﯿ
10 - Q299001 ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do
Trabalho / Direito Processual do Trabalho / Nulidades; )
Reconhecendo a importância da forma dos atos processuais para garantir
o bom desenvolvimento do processo até que se alcance a sua finalidade, o
legislador trabalhista adotou um sistema de nulidades composto de
diversas regras, entre as quais destaca-se:
a) a instrumentalidade é a técnica da prevalência da forma na prática dos
atos processuais sobre o fim dos mesmos; o ato processual deve se ater à
observância das formas, sob pena de ser declarado nulo e,
consequentemente, não atingir sua finalidade.
b) o desrespeito à forma prevista para a prática do ato implica na sua
nulidade, podendo o mesmo, no entanto, ser aproveitado caso tenha
alcançado sua finalidade.
c) a simples desconformidade do ato processual com a forma estabelecida
para sua prática permite ao juiz declarar a nulidade do mesmo, bastando,
para tanto, que haja requerimento expresso da parte interessada.
d) a nulidade de um ato processual pode ser alegada pela parte a qualquer
tempo, sendo certo, porém, que os atos posteriores que não sejam
consequência do ato considerado nulo e que dele não dependam poderão
ser aproveitados.
e) a nulidade fundada em incompetência deve ser declarada de ofício,
devendo o juiz que se julgar incompetente determinar a remessa do
processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua
decisão.
COMENTÁRIOS:
A alternativa Um dos princípios mais importantes em
relação às nulidades processuais denomina-se instrumentalidade das formas,
que descreve que o ato processual, mesmo se realizado de forma diversa da
prevista em lei, será considerado válido se atingir a sua finalidade. Isso significa
dizer que a finalidade é mais importante que a forma, não devendo ser
considerado nulo o ato se a sua finalidade foi atingida. Dois dispositivos do CPC
tratam do tema, a saber: Artigos 154 e 244, sendo que o primeiro será transcrito
a seguir:
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىﻰ ŕ ś ﻲﯿ
termos processuais não dependem de forma
determinada senão quando a lei expressamente a exigir,
reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe
preencham a finalidade
Vejamos as demais assertivas da FCC:
Letra errado, pois conforme dito, a instrumentalidade se apega mais à
finalidade do que com a forma do ato processual.
não
devendo declarar a nulidade do ato nessa hipótese.
Letra errado, já que existem as nulidades relativas que não podem ser
alegadas pelas partes a qualquer tempo, pois sofrem preclusão. Essas, conforme
art. 795 da CLT, devem ser alegadas na primeira vez que as partes tiverem que
falar nos autos.
Letra errado, pois duas são as espécies de incompetência: absoluta e relativa.
Somente a primeira deve ser declarada de ofício, com remessa dos autos ao Juízo
competente, conforme art. 795, §1º da CLT. A relativa deve ser alegada pela
parte, conforme art. 112 do CPC e Súmula nº 33 do STJ.
11 - Q302227 ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista
Judiciário - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho /
Nulidades; )
Conforme dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho relativos às
nulidades e exceções processuais, é INCORRETO afirmar que
a) se a parte recusante houver praticado algum ato pelo qual haja
consentido na pessoa do Juiz, não mais poderá alegar exceção de
suspeição, salvo sobrevindo novo motivo.
b) nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho, só haverá
nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes
litigantes.
c) as nulidades não serão declaradas, como regra, senão mediante
provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que
tiverem de falar em audiência ou nos autos.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىي ŕ ś ﻲﯿ
COMENTÁRIOS:
A alternativa INCORRETA É A LETRA A afirmativa de que a nulidade sempre
será pronunciada, encontra-se em conflito com o art. 796 da CLT, assim redigido:
- A nulidade não será pronunciada: a) quando for
possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; b) quando argüida
por quem lhe tiver dado
Percebam que se o vício puder ser suprido ou o ato realizado novamente, não
haverá declaração de nulidade. Assim também ocorrerá quando argüido o vício
por quem lhe tiver dado causa. Nessa hipótese, por lógica, não será possível a
declaração de nulidade. Vejamos as demais assertivas:
ois em conformidade com o art. 801, § único da CLT.
CLT.
Le CLT.
-se no art. 801 da
CLT.
12 - Q263458 ( Prova: FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Área
Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Recursos; Nulidades; )
No processo do trabalho, considerando as normas específicas e a
jurisprudência sumulada do TST é correto afirmar:
a) Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam
realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a
comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é válida,
diante do princípio do jus postulandi.
d) dentre os motivos, em relação à pessoa das partes, em que o Juiz é
obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado estão a inimizade
pessoal e a amizade íntima.
e) a nulidade sempre será pronunciada, mesmo quando for possível suprir-
lhe a falta ou repetir o ato, diante do princípio da irretroatividade dos atos
processuais.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىﻲ ŕ ś ﻲﯿ
COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA A FCC considerou a alternativa
correta em decorrência da Súmula nº 214 do TST. Percebam que a regra geral no
processo do trabalho realmente é airrecorribilidade imediata das decisões
interlocutórias, conforme art. 893, §1º da CLT. Ocorre que a Súmula nº 214 do
TST traz 3 situações excepcionais, sendo que uma delas,a aliena trata do
julgamento da exceção de incompetência, de forma como foi afirmado pela banca
examinadora. Não é a única, pois a Súmula também traz outras duas alíneas
e mas a FCC considerou correta a assertiva. Transcreve-se a referida súmula
para fixação:
as
decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas
hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho
contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante
recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de
incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado,
consoante o disposto no art. 799, § 2º, da
Vejamos as demais assertivas:
b) A nulidade não será declarada senão mediante provocação das partes,
devendo ser pronunciada ainda que for arguida por quem lhe tiver dado
causa.
c) Haverá nulidade por julgamento extra petita da decisão que deferir
salário quando o pedido for de reintegração, ante a falta de previsão legal.
d) Na Justiça do Trabalho as decisões interlocutórias não ensejam recurso
imediato, salvo nas hipóteses de decisão que acolhe exceção de
incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado.
e) Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, as exceções serão
alegadas como matéria de defesa, não havendo suspensão do feito, ainda
que se trate de exceções de suspeição ou incompetência.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىﯾ ŕ ś ﻲﯿ
TST.
da CLT.
TST traz entendimento contrário.
Letra errada, pois o art. 799 da CLT diz que haverá a suspensão do processo.
Também o art. 306 do CPC.
COMENTÁRIOS:
13 - Q249300 ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Juiz do
Trabalho - Tipo 5 / Direito Processual do Trabalho / Nulidades; )
Em relação às nulidades no processo do trabalho, considere:
I. O princípio do prejuízo está intimamente ligado ao princípio da
instrumentalidade das formas e é explicitamente albergado pela CLT.
II. Não se declara a nulidade se inexistir vício processual que possa ter
acarretado prejuízo às partes, consoante o princípio da convalidação,
explicitamente gravado na CLT.
III. A CLT abriga o princípio da transcendência, segundo o qual às nulidades
não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais
deverão argui-las na primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou
nos autos.
IV. O princípio da convalidação, albergado pela CLT, só é aplicável às
nulidades relativas, que dependem de provocação da parte interessada,
não se aplicando às nulidades absolutas ou quando a parte provar legítimo
impedimento para a prática do ato.
V. O princípio da economia processual está contido na CLT, ao estabelecer
que a nulidade não será pronunciada quando for possível suprir-se a falta
ou repetir-se o ato.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, IV e V.
b) I, II e V.
c) I, II e III.
d) II, III e V.
e) I e IV.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىﯿ ŕ ś ﻲﯿ
A alternativa CORRETA É A LETRA Apenas as assertivas I, IV e V estão
corretas, nos termos dos comentários abaixo destacados:
I. Perfeito, pois somente há declaração de nulidade se a finalidade do ato
não for alcançada, o que acarreta prejuízo às partes, conforme previsto
no art. 794 da CLT.
II. Errado, pois o princípio da convalidação diz que a nulidade pode não ser
reconhecida se, por exemplo, o ato puder ser refeito, isto é, o vício será
sanado, convalidado.
III. Errado, pois também existem as nulidades absolutas, que não precisam
de provocação das partes, já que podem ser reconhecidas de ofício pelo
Magistrado, nos termos do art. 795, §1º da CLT.
IV. Correta, pois as nulidades absolutas, por ferirem interesse do Estado,
não se sujeitam à convalidação, ou seja, os vícios continuam a existir
mesmo que não alegados pelas partes, haja vista que o próprio Juiz pode
reconhecê-los de ofício.
V. Correta, pois o art. 796 da CLT traz essas hipóteses de convalidação.
COMENTÁRIOS:
14 - Q241032 ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista
Judiciário - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho /
Nulidades; )
Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho, em relação à
matéria de nulidades, é correto afirmar que:
a) As nulidades somente serão declaradas se forem arguidas em recurso
de revista ao TST.
b) A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele
dependam ou sejam consequência.
c) O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade não precisa declarar os atos
a que se estende.
d) Ainda que seja possível repetir-se o ato, a nulidade será pronunciada.
e) Ainda que dos atos inquinados não resulte manifesto prejuízo às partes,
a nulidade deverá ser declarada de ofício pelo juiz.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăىﻵ ŕ ś ﻲﯿ
A alternativa CORRETA É A LETRA A declaração de nulidade parte de várias
premissas, uma das quais trata da economia, ou seja, da possibilidade de
aproveitamento dos atos processuais. O art. 798 da CLT diz que:
dele
dependam ou sejam
Perceba que os atos anteriores ao vício serão mantidos, não serão anulados. Os
posteriores não necessariamente serão anulados, pois podem não estar
relacionados ao vício, ou seja, podem não ser conseqüência direta do ato viciado.
Vejamos as demais assertivas:
Letra errado, pois as nulidades absolutas podem ser argüidas a qualquer
tempo, bem como reconhecidas de ofício pelo Magistrado, conforme art. 795, §1º
da CLT.
CLT.
t. 797 da CLT.
795
da CLT.
COMENTÁRIOS:
15 - Q213041 ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Nulidades; )
Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho, a nulidade
a) não poderá ser declarada mediante provocação das partes, mas apenas
se arguida exofficio pelo Juiz.
b) será pronunciada ainda quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
c) só será declarada quando resultar dos atos inquinados manifesto
prejuízo às partes litigantes.
d) após declarada não prejudicará senão os atos anteriores ou posteriores
que dele dependam, ou sejam consequência.
e) será sempre pronunciada, mesmo que seja possível suprir-se a falta ou
repetir-se o ato.
Teoria e questões de Processo do Trabalho para TRT/RS
Prof. Bruno Klippel Aula 03
ŎŎŎ śℓĊʼnĂĊś┼╜Ăľ◘■ľĵ ʼnℓ◘ℓ ľ◘▓ Ľʼnt ʼn◘źỀ . ʼnĵ ■◘Y▄╜♫♫ś▄ t Ą┼╜■Ăﻰﮭ ŕ ś ﻲﯿ
A alternativa Mais uma questão baseada no art. 795
da CLT. Para que você possa memorizar os dispositivos da CLT ligados às
nulidades processuais, transcrevo os mesmos abaixo, por serem apenas 4 artigos:
- Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do
Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados
manifesto prejuízo às partes litigantes. Art. 795 - As nulidades não
serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais
deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em
audiência ou nos autos. § 1º - Deverá, entretanto, ser declarada
ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse
caso, serão considerados nulos os atos decisórios. § 2º - O juizou
Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma
ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à
autoridade competente, fundamentando sua decisão. Art. 796 - A
nulidade não será pronunciada: a) quando

Mais conteúdos dessa disciplina