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O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
DENISE DA SILVA BARBOSA 
GIOVANNA VICTÓRIA NUNES PEREIRA 
LUANA KELLY FEITOSA BASTOS 
MARIA RAFAELA DE OLIVEIRA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA - SP 
2017 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
DENISE DA SILVA BARBOSA 
GIOVANNA VICTÓRIA NUNES PEREIRA 
LUANA KELLY FEITOSA BASTOS 
MARIA RAFAELA DE OLIVEIRA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção 
do título de graduação em Pedagogia 
apresentado à Universidade Paulista – UNIP 
Orientadora: Profª Drª Katia Mendes 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA - SP 
2017 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E 
AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para 
obtenção do título de graduação em 
Pedagogia apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
Orientadora: Profª Drª.Katia Mendes 
 
 
 
 
 
Aprovado em: 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_____________________________/___/___ 
 Prof. 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
 
____________________________________ 
Prof. 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barbosa, Denise da Silva; Bastos, Luana Kelly Feitosa; Pereira, Giovanna 
Victória Nunes; Rodrigues, Maria Rafaela de Oliveira 
O trabalho da gestão escolar frente à educação especial e as 
dificuldades de aprendizagem [manuscrito] 2017. 
26 f.: il. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade 
Paulista, Sorocaba, 2017. Apêndice. 
 
 
Area de Concentração: Educação 
Orientador: Prof Katia Mendes 
 
 
1. Gestão escolar. 2. Educação especial. 3. Dificuldade de 
aprendizagem. I. Kátia Mendes orient. II. Título. 
 
 
 
 
 
 
CDU 37 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente а Deus qυе nos permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе 
nossas vidas, е nãо somente nestes anos como universitárias, mаs que еm todos оs 
momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. 
A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе nos 
oportunizaram, confiança nо mérito е ética aqui presentes. A nossa professora e 
orientadora Katia Mendes, pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, pelas suas 
correções е incentivos. 
A todos оs professores pоr nos proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, 
mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação 
profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а nós, nãо somente pоr terem nos ensinado, 
mаs por terem nos feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça 
аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos 
agradecimentos. 
 Aos nossos pais e familia, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. 
 E a cada uma de nós, desse grupo excelente, pelo companheirismo, confiança e luta 
dе cada uma, pelos laços que fizemos e pela amizade que será levada por toda vida. 
Por fim, a todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа nossa formação, о nosso 
muito obrigado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. 
Cora Coralina. 
 
 
 
RESUMO 
Essa trabalho teve por objetivo entender o trabalho da gestão escolar em relação à 
educação especial e as dificuldades de aprendizagem, além de analisar quais são as 
orientações pedagógicas para o processo de aprendizagem das crianças com 
necessidades especiais de aprendizagem. Refletir sobre as práticas de ensino que 
tragam melhores resultados, tanto para os professores que terão mais satisfação ao 
ver seu trabalho obtendo o sucesso desejado, quanto para os alunos que serão 
beneficiados com um ensino que seja mais próximo de sua realidade. Articulado às 
observações in loco por meio dos estágios obrigatórios, foi realizado levantamento 
bibliográfico, e aplicado questionário à equipe gestora das instituições de ensino 
concedentes, tanto privadas quanto públicas para verificar qual a realidade das 
escolas de Sorocaba quanto ao trabalho da gestão frente as questões relacionadas 
as dificuldades de aprendizagem e a educação inclusiva. Nesse trabalho, as 
dificuldades de aprendizagem não são abordadas como fruto de deficiências, mas 
sim de resultado do processo de ensino-aprendizagem, bem como a educação 
especial é abordada a partir do atendimento das pessoas nas instituições de ensino. 
O desenvolvimento do trabalho possibilitou a compreensão da realidade do trabalho 
da gestão escolar diante da temática pesquisada. Nessa pesquisa compreendemos 
que apesar de inúmeras adversidades apresentadas no ambiente escolar, tais como 
falta de profissionais ou formação precária, falta de recursos e estrutura de trabalho, 
ficou evidente a capacidade de superação das equipes gestoras, que junto ao corpo 
docente tem oferecido aos alunos em questão a educação que é um direito que não 
pode ser negligenciado. 
 
Palavras-chave: Gestão Escolar - Educação Especial - Dificuldades de 
Aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This research aims to contemplate the work of school management in relation to 
special education and learning difficulties. Articulate the observations on the spot by 
means of mandatory stages, was conducted bibliographic survey, and applied a 
questionnaire to the team manager of educational institutions grantors, both private 
and public, there was a feedback of three questionnaires. In this work, the learning 
difficulties are not addressed as a result of shortcomings, but rather a result of the 
teaching-learning process, as well as special education is approached from the care 
of persons in educational institutions. In this way, the work of the school management 
was observed forward to these approaches. 
 
Keywords: School Management - Special Education - Learning Difficulties 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Tabela 1. Distinção semantica entre conceitos……………………………………. 14 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução .......................................................................................................... 10 
2. Metodologia ........................................................................................................ 12 
3. Educação especial e dificuldades de aprendizagem ....................................... 13 
4. O trabalho da gestão escolar ............................................................................ 20 
5. Análise dos dados ............................................................................................. 26 
Considerações finais ............................................................................................. 31 
Referências ............................................................................................................ 34 
Apêndice ................................................................................................................. 37 
 
 
 
 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
Desde sempre a criança é estimulada para aprender, mas nem sempre 
consegue interiorizar a informação,não desenvolvendo a aprendizagem. Nesse 
caso pode ser comprometido o desenvolvimento de habilidades importantes e 
essenciais como a leitura. Esta situação pode interferir de maneira significativa na 
vida social e acadêmica do aluno. 
As crianças que são diagnosticadas com algum tipo de deficiência ou tenha 
sido identificada alguma dificuldade de aprendizagem podem, em certos casos, 
precisar de atendimento especializado, como por exemplo: fonoaudióloga, 
psicóloga ou neurologista, psicopedagogos, de acordo com o quadro apresentado. 
Todos os tipos de dificuldades que se observa na criança devem ser 
identificadas, trabalhadas e com muito apoio serem superadas. É importante 
ressaltar que o fracasso do aluno também poderá ser entendido como um fracasso 
da escola, pelo motivo desta não saber trabalhar de maneira adequada com a 
diversidade dos seus alunos, deixando em certo casos de propor metodologias de 
trabalho pedagógico adequadas. 
Este trabalho é fruto de pesquisa bibliográfica realizada acerca das 
discussões realizadas sobre esse tema em artigos, teses e revistas científicas, 
além de observações realizadas ao longo do estágio supervisionado em gestão 
escolar, atreladas a uma breve pesquisa de cunho qualitativo com a finalidade de 
compreender o trabalho da gestão escolar com relação à educação especial e as 
dificuldades de aprendizagem. A intenção dessa pesquisa é abordar dois temas 
causadores de certa inquietação, insegurança e até mesmo angústia nos 
educadores, que são as dificuldades de aprendizagem e a inclusão na escola. 
Essa pesquisa tem a intenção de conhecer melhor as ações de gestores 
escolares frente às questões da educação especial e das dificuldades de 
aprendizagem. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo na 
qual foi aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo do 
dessa pesquisa realizada no município de Sorocaba – SP. Para identificar as 
escolas, iremos indicar como instituição A, B e C. 
No primeiro capítulo deste trabalho é apresentada as definições de dificuldade 
de aprendizagem na escola e educação especial, baseadas em autores que 
pesquisam sobre a temática. 
11 
 
No segundo capítulo, com base nos autores pesquisados, foi feita uma breve 
reflexão sobre o papel dos gestores da escola frente as adversidades e desafios que 
as temáticas escolhidas colocam a cada dia diante desses profissionais. Desafios 
esses que influem em todo o trabalho pedagógico, a, especialmente acerca da 
prática docente, que podem contribuir decisivamente para o sucesso ou fracasso 
dos objetivos propostos no ambiente escolar. 
No terceiro e último capitulo foi apresentada a análise dos dados obtidos nas 
escolas onde os gestores gentilmente responderam os questionários, respostas que 
são uma pequena amostra do posicionamento de gestores, mas que pode ser uma 
referência para se ter base da realidade das escolas do município de Sorocaba-SP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2. METODOLOGIA 
Para a realização deste trabalho, foi escolhida a pesquisa qualitativa, na qual 
é possível ter uma amostra da realidade em que a prática e a vivência são melhor 
percebidas. Para esse objetivo foi feito o levantamento bibliográfico sobre a 
temática, a pesquisa de campo e um questionário com perguntas semiestruturadas 
que procuraram contemplar: I) as características da instituição bem como dos 
profissionais; II) a educação inclusiva; III) as dificuldades de aprendizagem; IV) o 
trabalho da gestão escolar com a educação inclusiva e as dificuldades de 
aprendizagem. 
Visando alcançar esse objetivo, analisamos uma amostra composta de três 
gestores de escolas da cidade de Sorocaba. Compondo os sujeitos da pesquisa foi 
dado destaque especial para o profissional da coordenação pedagógica das escolas 
em questão. A importância de estudar todos os indivíduos que participam da 
pesquisa é o reconhecimento de que todos os sujeitos são produtores de 
conhecimento e podem produzir as práticas adequadas para intervir nas situações 
que podem vir a ocorrer no ambiente escolar. 
Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo na qual foi 
aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo do dessa 
pesquisa realizada no município de Sorocaba – SP. Para identificar as escolas, 
iremos indicar como instituição A, B e C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
3. EDUCAÇÃO ESPECIAL E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
Não são recentes as discussões sobre a o atendimento das pessoas 
deficientes na área da educação. Desde o Brasil Império são criadas estratégias 
educacionais que contemplem as pessoas com deficiência. Segundo AMIRALIAN; 
GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO (2000), a Classificação 
Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID) apresenta 
terminologia científica na área da saúde para os termos deficiência, incapacidade e 
desvantagem que apresentam distinção. 
A terminologia científica é importante e necessária para que o grupo de 
pessoas que apresenta deficiências receba maior atenção, pois a superação 
de questões conceituais pode facilitar a promoção de outras ações, 
trazendo benefícios tanto a esse grupo de pessoas como à comunidade em 
geral (AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO, 
2000, p. 97). 
 
Deficiência apresenta perdas ou anormalidades de estrutura ou função 
psicológica, fisiológica ou anatômica, que podem ser temporárias ou permanentes, 
nessa categoria são inclusas as anomalias, defeitos ou perdas de membros, órgãos 
tecidos ou quaisquer parte do corpo humano, inclusive das funções mentais. 
Incapacidade é a restrição de habilidades para desenvolver tarefas 
consideradas normais, resultantes de uma deficiência. Desvantagem é resultado de 
uma deficiência ou de uma incapacidade, significando prejuízo para o indivíduo, 
apresenta limitação ou impedimento ao desempenhar papéis de acordo com idade, 
sexo, fatores social ou cultural (AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; 
PASQUALIN; PINTO, 2000). 
As diretrizes vigentes da educação especial no Brasil estabelecem uma 
abordagem de atendimento educacional pautadas pelo aspecto pedagógico como 
forma de se opor à forma clínica de atuação na educação especial, baseada em um 
modelo médico-psicológico, que tem como centro a medição da (in) capacidade dos 
sujeitos (CAMBAÚVA, 1988). 
A seguir apresentamos uma tabela que especifica quais dificuldades podem 
ser resultantes de determinadas deficiências: 
 
 
 
14 
 
Tabela 1. Distinção semântica entre os conceitos 
 
Fonte: AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO, 2000, p. 98 
 
Entendendo a importância da parte médica psicológica nesses casos, 
queremos ressaltar que esse modelo também tem seu limite, pois observa o aluno 
na em sua deficiência em si e não o todo, onde o aluno pode superar a sua 
deficiência e não apenas adaptar-se a modelos de comportamento esperados pelo 
meio social no qual está inserido. 
No cenário político vigente, nota-se a busca pela superação desses modelos 
de concepção em relação a educação para pessoas especiais e todo o entorno que 
envolve as práticas educacionais e inclusão na escola. Esses conceitos visam focar 
as necessidades de aprendizagem e não apenas os diagnósticos das deficiências 
dos alunos como apontam o Parecer CNE/CEB n. 17/2001, 
 
Em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensino e a escola, 
bem como as formas e condições de aprendizagem; em vez de procurar, no 
aluno, a origem de um problema, define-se pelo tipode resposta educativa e 
de recursos e apoios que a escola deve proporcionar-lhe para que obtenha 
sucesso escolar; por fim, em vez de pressupor que o aluno deve ajustar-se 
a padrões de “normalidade” para aprender, aponta para a escola o desafio 
de ajustar-se para atender à diversidade de seus alunos (BRASIL, 2001b, p. 
14 – grifos no original). 
 
Alunos atendidos pela educação especial têm características próprias, 
devendo cada caso ser analisado individualmente, e mesmo em casos onde 
apresentam deficiências semelhantes, o atendimento pode ser personalizado, para 
que haja melhor desenvolvimento do mesmo. As características presentes na 
maioria dos alunos atendidos pela educação especial, segundo o artigo 5o da 
Resolução CNE/CEB 2/2001, que define quem são os alunos com necessidades 
educacionais especiais, e também o Parecer CNE/CEB 17/2001: 
15 
 
[...] alunos que apresentam deficiências (mental, visual, auditiva, 
física/motora e múltiplas); condutas típicas de síndromes e quadros 
psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, bem como de alunos que 
apresentam altas habilidades/ superdotação (BRASIL, 2001b, p. 19). 
 
 
No Parecer CNE/CEB 17/2001 encontramos a afirmação de que o conceito de 
necessidades educacionais especiais como “nova abordagem”, que pode superar o 
pedagógico tradicional da educação especial se trabalhar na perspectiva da inclusão 
desses alunos. Compreende-se que nessa direção, o trabalho da educação especial 
estaria sendo ampliado, pois não estaria focando apenas aspectos relacionados 
 
ás dificuldades de aprendizagem relacionadas a condições, disfunções, 
limitações e deficiências, mas também aquelas não vinculadas a uma causa 
orgânica específica, considerando que, por dificuldades cognitivas, 
psicomotoras e de comportamento, alunos são freqüentemente 
negligenciados ou mesmo excluídos dos apoios escolares (BRASIL, 2001b, 
p. 19). 
 
É importante ressaltar o fato de que os documentos que analisamos apontam 
uma concepção de educação escolar como uma prática social satisfatória que, tem 
ampliado seu foco de atuação para aqueles alunos em outros tempos não seriam 
considerados capazes de “acompanhar” as atividades e conteúdos no ambiente 
escolar. 
Nesse sentido pode-se afirmar que ocorre um movimento de inserção nessa 
categoria de todos aqueles alunos identificados na escola como alguém com 
“dificuldades de aprendizagem” mesmo que não haja diagnóstico no qual se possa 
embasar alguma causa orgânica. 
Em 1988 foi instituída a Constituição da República Federativa do Brasil, de 
modo que estabelece a educação como um direito de todos e dever do estado e da 
família, além disso, segue o princípio de igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola. 
No que diz respeito ao atendimento das pessoas deficientes, garante como 
“dever do estado a oferta do Atendimento Educacional Especializado, 
preferencialmente na rede regular de ensino” (MEC/SASE, 2007, p.2). Em 1996, há 
a criação da LDB nº 9394/96 que, 
 
[...] preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos 
currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às 
suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não 
atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em 
16 
 
virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos 
superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, dentre 
as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de 
avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 
24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas 
as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de 
trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). (BRASIL, 2007, p.3) 
 
Além desses aspectos que contemplam os deficientes surgiram, como 
resultado de muitas lutas, estratégias importantíssimas em prol dos deficientes, 
como: I) garantia dos direitos humanos e liberdades fundamentais igualmente às 
demais pessoas; II) organização curricular e formação docente atentas às 
diversidades e especificidades dos alunos com deficiência; III) reconhecimento da 
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação; IV) 
Diretrizes e normas para o uso, ensino, produção e difusão do sistema Braile; V) 
implementação do Programa Educação Inclusiva; VI) publicação do documento O 
Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular; 
VII) estabelecimento de normas e critérios para a promoção da acessibilidade às 
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; VIII) acesso dos alunos surdos à 
escola e inclusão da LIBRAS no currículo; IX) implantação dos Núcleos de 
Atividades de Altas Habilidades/Superdotação; X) sistema de educação inclusiva 
assegurado pelos Estados- Partes; XI) lançamento do Plano Nacional de Educação 
em Direitos Humanos; e XII) Lançamento do Plano de Desenvolvimento da 
Educação - PDE (MEC/SASE, 2017). 
É notável o surgimento de estratégias que primam pela garantia dos direitos 
das pessoas deficientes de modo que se efetive a igualdade entre todos os 
cidadãos. O acesso e a permanência na escola instauram o paradoxo 
inclusão/exclusão, permeando reflexões quanto à efetivação plena de tais garantias. 
Em grande parte das escolas é possível encontrar casos de alunos que tem 
dificuldades em acompanhar o ritmo dos demais colegas da classe. Infelizmente, 
nesses casos é comum rotular esses alunos com algumas características que nem 
sempre condizem com a realidade deles como: dificuldades de aprendizagem, 
problemas de aprendizagem, ou até mesmo distúrbios de aprendizagem. 
 No ambiente escolar, o termo dificuldades de aprendizagem é possivelmente 
o mais utilizado entre a gestão e o corpo docente. Nesse sentido, observa-se que 
qualquer aluno que não esteja em padrões considerados “normais”, levando em 
17 
 
consideração a média dos alunos, ou estabelecidos pelo professor ou pela própria 
escola, é comumente classificado como crianças com dificuldades de aprendizagem. 
Essa é uma realidade na maioria das escolas consultadas, contudo 
pesquisando a bibliografia sobre esse tema, temos percebido que é impreciso 
afirmar que essas classificações sejam precisas. 
Apesar de muitos agentes educacionais reconhecerem que fatores externos 
ao indivíduo (instrução insuficiente ou diferenças culturais), tenham peso significativo 
sobre a dificuldade de aprendizagem, é comum observar que em muitos casos se 
rotula esse aluno como deficiente. 
O aluno com dificuldade de aprendizagem não se constitui público-alvo da 
Educação Especial e não se enquadra no rol de pessoas com deficiência. Nesse 
sentido, Sisto (2001, p. 33) faz uma observação importante: 
[...] o termo dificuldades de aprendizagem engloba um grupo heterogêneo 
de transtornos, manifestando-se por meio de atrasos ou dificuldades em 
leitura, escrita, soletração e cálculo, em pessoas com inteligência 
potencialmente normal ou superior e sem deficiências visuais, auditivas, 
motoras, ou desvantagens culturais. Geralmente não ocorre em todas essas 
áreas de uma só vez e pode estar relacionada a problemas de 
comunicação, atenção, memória, raciocínio, coordenação, adaptação social 
e problemas emocionais. 
Como podemos notar, o autor exclui nessa afirmação as pessoas com 
deficiências; contudo a pessoa com deficiências citadas, no caso visual, auditiva e 
motora, da mesma forma passarão pelo processo de ensino e aprendizagem. 
Nessa mesma direção, outro autor, Barbosa (2001), afirma que aprender 
implica em ter dificuldades, e que esta faz parte do processo de "aprender”, sendo 
fundamental o respeito com os limitesde cada aluno em especial. 
Cabe ressaltar que a definição das dificuldades de aprendizagem é algo 
complexo, pois os educadores estão sujeitos a rotular um aluno, pois nem sempre a 
dificuldade ou sua causa em determinada criança se repetirá da mesma forma em 
outra. Ambientes socioculturais podem influir de maneira significativa na maneira da 
criança aprender. 
Silva (1997, p. 26) entende que “[...] dificuldade de aprendizagem como todas 
e quaisquer variáveis que bloqueiam ou dificultam o processo natural da 
aprendizagem. 
É importante que a criança que apresentem dificuldade na aprendizagem 
possa ser observada som um prisma qualitativo, diferente de uma percepção de 
18 
 
uma criança possivelmente seria incapaz. Os processos de interação com o meio 
social são o caminho que indicam a perspicácia dessa criança, que certamente 
demonstra nesse processo sua capacidade de assimilar o conhecimento. 
As crianças devem ser observadas no ambiente escolar como sujeitos 
distintos, e tratadas conforme suas necessidades de aprendizagem. Certamente 
haverão alunos que conseguirão ter bom desenvolvimento mesmo sem a ajuda 
docente, mas entre aqueles que apresentam dificuldades, deve ser trabalhado caso 
a caso. Nesse sentido, Strick e Smith (2001, p.15) entende que: 
 
Cada criança possui sua fase de desenvolvimento, no seu tempo, 
contudo há limites para atingir suas habilidades que não desenvolvidas 
devem ser estimuladas para que não consolide uma dificuldade de 
aprendizagem. As dificuldades de aprendizagem referem-se não a um 
único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar 
qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas 
como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares 
básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma 
criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades 
de aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas 
enfrentam muitos obstáculos na escola. São curiosos e querem aprender, 
mas sua inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil 
explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças têm boas intenções, no 
que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no meio do trabalho 
esquecem as instruções ou os objetivos. 
 
De acordo com os autores, esses alunos, que apresentam dificuldades de 
aprendizagem, são crianças suficientemente inteligentes, mas tem enfrentado 
diversas barreiras na escola. Como outros alunos, também são curiosos e querem 
aprender, mas em muitos casos apresentam inquietação e certa incapacidade de 
prestar atenção, o que torna difícil explicar as atividades de sala de aula a eles. 
Garcia (1998, p.73) afirma que; 
As dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma 
diferente em relação a outros transtornos próximos, ainda que, frente a 
presença em uma pessoa de uma dificuldade de aprendizagem e de 
outro transtorno, seja necessário classificar ambos os transtornos, 
sabendo que se tratam de transtornos diferente 
 
As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer devido a vários motivos. 
Um deles diz respeito a alguma dificuldade cognitiva particular apresentada pela 
criança, que pode levar o aprendizado de certas habilidades, a se tornar mais 
difícil do que seria esperado. Porém, muitas dessas dificuldades podem ser 
causadas por algum tipo de problema ambiental ou educacional, que podem não 
estar relacionados às habilidades cognitivas desse aluno. 
19 
 
Na sociedade do conhecimento em que vivemos, podemos afirmar que 
tudo o que é criação humana é passível de ser aprendido, até mesmo a 
dificuldade de aprendizagem, aprendida, especialmente na sala de aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
4. O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR 
A gestão escolar tem um papel de grande relevância em relação as questões 
da educação especial e nos casos de dificuldade de aprendizagem, considerando 
que nem sempre os professores têm formação adequada a esses tipos de caso. 
Exercendo sua prerrogativa de orientar e apoiar o trabalho docente, a gestão 
pode trazer novos conhecimentos acerca dessas temáticas e assim contribuir para 
que essas crianças sejam atendidas em suas particularidades e possas desenvolver 
o aprendizado de maneira plena. 
 
[...] o gestor escolar é o grande responsável para que a inclusão ocorra na 
escola, abrindo espaços e promovendo trocas de experiências importantes, 
desenvolvendo uma gestão democrática e participativa dentro, é claro, de 
suas possibilidades e de acordo com o contexto em que atua na 
comunidade, favorecendo a formação e a consolidação de equipes de 
trabalho. (TEZANI 2004, p.19) 
 
A gestão da escola poderá junto ao corpo docente, basear seu planejamento 
contemplando diversos tipos de alunos que poderão vir a integrar o grupo, e 
alterando esses mesmos grupos mediante revisão, quando se fizer necessário. 
Compreende-se que a escola é uma instituição constituinte da sociedade 
moderna, assumindo um papel relevante na consolidação de valores sociais, 
culturais, políticos. A escola amplia as capacidades humanas e intervém na 
subjetividade do indivíduo, para que, sejam seres capazes de intervirem em práticas 
que promovam o fortalecimento do poder social, admitindo, concomitantemente o 
papel de transformar a sociedade (MICHELS, 2006). 
É fundamental a equipe de gestão escolar, em conjunto com os professores e 
os pais diagnosticar se existe alguma necessidade cognitiva que afeta a criança tem 
evitando sempre rotulá-la por apresentar dificuldade na aprendizagem. 
O corpo docente, considerando os conhecimentos adquiridos, aliados a 
vontade de querer fazer mais e melhor, deve optar sempre pela compreensão ao 
invés da exclusão. Em sua prática é necessário conhecer cada vez mais o processo 
de aprendizagem de seus alunos como seres humanos em desenvolvimento. A LDB 
(BRASIL, 1996) no seu art. 22 aponta que: “A educação básica tem por finalidade 
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o 
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores.” 
21 
 
A instituição escolar deve adaptar sua metodologia de trabalho com o intuito 
de promover a aprendizagem de seus alunos como um todo. Evidente que em algum 
momento terá crianças que apresentarão dificuldades, mesmo com todas as 
adaptações feitas, pois nenhuma fórmula funcionará com todos os alunos da mesma 
maneira. Assim sendo, se faz necessária uma reação por parte da escola, a fim de 
buscarem a solução para aquela dificuldade específica. 
Deve partir da escola um vigoroso esforço para que o processo de 
aprendizagem seja significativo para a criança. Essa é uma direção na qual ganham 
especialmente o aluno, sua família e também a escola. 
A escola deve, em seu corpo docente estar preparada para enfrentar tais 
questões, e para isso a equipe de gestão escolar deverá possibilitar a aquisição de 
técnicas e habilidades, que podem acontecer através de aperfeiçoamento da prática 
e o compartilhamento de conhecimentos e experiências. 
A gestão da escola, assim como seus professores devem estar abertos a 
novas formas de ensino-aprendizagem, cabendo a gestão orientar a atualização e 
possíveis modificações no currículo escolar de acordo com seus objetivos e a 
realidade apresentada. 
Um ponto importante a ser observado é sobre a questão emocional da 
criança. Freire (1996, p.146) entende que existe na prática educacional um caminho 
que transforma o processo e aproxima educadores e educandos. 
 
Como prática estritamente humana jamais pude entender a educaçãocomo 
experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os 
desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura 
racionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como 
uma experiência a que faltasse rigor em que se gera a necessária disciplina 
intelectual. 
 
 
As emoções vividas pelas crianças podem direcionar sua atividade intelectual 
e até mesmo seu estímulo em aprender. Diante de tantas crianças com dificuldades 
de aprendizagem, e mesmo as que tem deficiência, muitos alunos, até mesmo que 
não fazem parte desses dois grupos citados, podem chegar a escola com algum tipo 
de problema emocional. Certamente será no professor que ele irá esperar encontrar 
uma pessoa com a qual ele possa contar, pois é necessária a presença de alguém 
que mesmo de forma indireta possa dar algum conforto emocional aquela criança. 
22 
 
Nem sempre as expectativas daquela criança será correspondida, nesse caso 
pode acontecer a perda da confiança da criança na escola, o que pode afetar seu 
interesse pelas atividades desenvolvidas em sala de aula. 
Nesse sentido, José e Coelho (2002, p.21) acreditam que; “Para que haja um 
bom desenvolvimento da criança ela precisa de um ambiente afetivamente 
equilibrado onde ela receba amor autêntico e onde lhe permitam satisfazer as 
necessidades próprias do seu estado infantil.” 
A concepção de inclusão a todos as crianças no processo de ensino e 
aprendizagem somente se dará quando todos os agentes educadores confiarem na 
capacidade de seus alunos e na transformação de sua prática pedagógica. Não é 
um caminho fácil a ser trilhado, nem para a gestão e nem para os professores. Mas 
é um caminho que pode trazer resultados que não são alcançados se nada for feito 
de diferente. Entendendo a importância da transformação da prática pedagógica, 
Silva afirma que: 
 
O desafio é construir e por em prática no ambiente escolar pedagogia que 
consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém 
capaz de entender aos alunos cujas situações pessoais e características 
correspondentes requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isso sem 
demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados 
estigmas. Ao contrário, pondo em andamento, na comunidade escolar, uma 
conscientização crescente dos direitos de cada um (SILVA, 2006, p.88). 
 
 
Quando se afirma que a educação é uma prática social, consequentemente o 
papel que a escola desempenha é de caráter social. 
Nesse sentido, a educação inclusiva será realidade quando a escola se 
estruturar para que todas as crianças sejam contempladas em suas características, 
e sejam respeitadas em sua realidade, que é diversa entre uma e outra. De acordo 
com Carvalho: 
As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema 
educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando 
as necessidades de qualquer dos alunos. Sob essa ótica, não apenas 
portadores de deficiência seriam ajudados e sim todos os alunos que, por 
inúmeras causas, endógenas ou exógenas, temporárias ou permanentes, 
apresente, dificuldades de aprendizagem ou no desenvolvimento. 
(CARVALHO, 2004, p. 29) 
 
Os gestores da instituição escolar têm o papel de garantir a inclusão de todos 
os alunos que fazem parte daquela escola, mesmo enfrentando a resistência do 
23 
 
corpo docente, que em algumas situações podem estar presos a práticas 
tradicionais e assim não se sentirem motivados a trabalhar com novos 
conhecimentos e métodos. 
A gestão da escola, especialmente na pessoa dos diretores, tem alguém que 
pode animar o processo educacional, trazendo novas perspectivas e expondo 
experiências de outros lugares para que o corpo docente possa ter novas bases 
para reflexão. 
Não será fácil romper com antigos costumes, pois o medo de inovar pode não 
permitir que muitos professores adotem novas práticas ou abordagens quanto ao 
trabalho com alunos que precisem de atenção diferenciada. Ao diretor, assim como 
aos outros gestores caberá a liderança para que essas barreiras sejam superadas. 
Para que haja cooperação de todos, a gestão deve trabalhar de maneira que 
todos se sintam respeitados e participantes dos processos de mudança que a escola 
pode adotar para que a inclusão seja efetiva na escola. Assim, em uma gestão 
democrática, o diretor poderá agir também como motivador do grupo. 
A mudança não será efetivada por meio de uma ordem da gestão ou uma lei 
específica e sim através de muita reflexão, debates e trabalho em conjunto. A gestão 
deve estar ciente que os professores tem receio, e que deve ser respeitado a opinião 
de cada um. Quando o processo de inclusão começa na escola, ele deve ser feito de 
maneira que todos possam ter uma visão do que está acontecendo. Transparencia 
em todas as decisões e na ações que virão a partir dai são fundamentais. 
Aprender implica em dificuldades, pois fazem parte do processo, portanto, 
tanto as pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora, bem como as pessoas 
que não têm deficiência, passam pelo processo de aprendizagem e apresentam 
dificuldades. 
Cada criança tem uma maneira de aprender, que pode ser diferente de outra, 
e os tempos de aprendizagem podem também variar entre os alunos de uma mesma 
turma. Caberá ao professor, junto a gestão da escola trabalhar esses aspectos para 
que a criança possa ter seu aprendizado orientado a conseguir desenvolver suas 
habilidades em sala de aula. 
 Obstáculos no processo de aprendizagem não devem ser encarados como 
entraves que impedem a criança de avançar, pois existem caminhos que nem 
sempre são trilhados por todas as crianças, mas que trabalhado individualmente 
pode se chegar a resultados satisfatórios. 
24 
 
A acessibilidade na escola é direitos dos alunos com deficiência que a escola 
seja acessível, e o gestor terá papel fundamental para que esse direito seja 
assegurado, orientando a construção das condições para que tal realidade aconteça. 
A acessibilidade não deve acontecer nas estruturas físicas da escola, mas em todos 
os âmbitos, especialmente na parte pedagógica. 
Em suas pesquisas, Sage (1999) aponta que os gestores podem orientar 
novos comportamentos e ações cooperativas a serviço da inclusão. É de 
fundamental importância a superação de qualquer obstáculo, muitos deles 
previsíveis, e os gestores podem realizar sua intenção através de palavras e ações 
adequadas que demonstrem total apoio ao corpo docente. “Uma administração 
escolar bem sucedida depende de um envolvimento ativo e reativo de professores e 
do pessoal (...) desenvolvimento de trabalho em grupo no sentido de atender as 
necessidades dos estudantes” (BRASIL, 1997, p. 9) Ao especificar a atribuição dos 
gestores pedagógicos no contexto da escola, Lück (2009, p. 95) analisa que: 
 
A gestão pedagógica é, de todas as dimensões da gestão escolar, a mais 
importante, pois está mais diretamente envolvida com o foco da escola que 
é o de promover aprendizagem e formação dos alunos. Constitui-se como a 
dimensão para a qual todas as demais convergem, uma vez que esta se 
refere ao foco principal do ensino que é a atuação sistemática e intencional 
de promover a formação e a aprendizagem dos alunos, como condição para 
que desenvolvam as competências sociais e pessoais necessárias para sua 
inserção proveitosa na sociedade e no mundo do trabalho, numa relação de 
benefício recíproco. Também para que se realizem como seres humanos e 
tenham qualidade de vida. 
 
Para Sage (1999), os gestores devem ser os primeiros terem a consciência de 
que parte de suas funções a organização da escola de modo que se torne inclusiva. 
Esse é um passo essencial em um processo que possa promovermudanças 
educacionais, de maneira a transformar o ambiente escolar, que historicamente se 
pautou como espaços educacionais, destinados majoritariamente ao atendimento de 
crianças em salas regulares uniformes, em escolas de fato inclusivas, onde as 
diferenças sejam entendidas como ponto de partida para elaboração de todas as 
propostas pedagógicas. 
Ao analisar a realidade dos gestores escolares frente à inclusão na escola, 
Lima (2005, p. 100) entende que “assumir o compromisso de organizar uma escola 
inclusiva está longe de ser uma tarefa fácil, cômoda ou simples”, pois é nesse 
processo que valores preestabelecidos são confrontados e certamente serão 
expostas as falhas e as limitações da escola como instituição e de seus agentes. 
25 
 
Contudo, Lima (2005, p.100-101) aponta que é importante considerar que 
será apenas partindo das transformações que decorrem dos próprios sistemas 
organizacionais educacionais, que a escola possibilitará a criação de novos valores, 
e como resultado uma cultura escolar renovada. Cultura essa que se inicia a partir 
da conscientização de todos os agentes comprometidos com esse processo, 
especialmente a gestão pedagógica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
5. ANÁLISE DOS DADOS 
Essa pesquisa tem a intenção de conhecer melhor as ações de gestores 
escolares frente às questões da educação especial e das dificuldades de 
aprendizagem. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo em 
que aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo da 
construção desse trabalho. Essas instituições estão localizadas no município de 
Sorocaba – SP. Para identificar as escolas, iremos indicar como instituição A, B e C. 
Abaixo as respostas obtidas junto à gestão dessas escolas. 
O questionário foi elaborado pelo grupo e contém 10 perguntas, nas quais os 
gestores identificavam as características da escola, como eles entendiam a temática 
da educação inclusiva e as dificuldades de aprendizagem e como enfrentavam 
esses desafios. 
Depois de aplicados os questionários, os quais foram respondidos pelos 
diretores e orientadores pedagógicos nas três escolas, fizemos uma análise e 
pudemos conhecer melhor o trabalho que esses gestores vem fazendo diante da 
temática abordada. 
Na instituição de ensino A, a gestão considera a escola inclusiva, pois, tem 
por objetivo tratar todas as crianças com equidade, oferecendo oportunidades de 
aprendizagem e valorizando o progresso do aluno a partir das suas particularidades 
e potencialidades e para assegurar a inclusão dos alunos com necessidades 
educativas especiais estabelece algumas ações, como: I) contribuir com a 
participação ativa do aluno em todas as atividades; e II) proporcionar momentos de 
interação entre os professores e seus pares para que, juntos, elaborem as atividades 
onde todos os segmentos da escola participem. 
Ademais, a gestão da escola se organiza de modo a atender as necessidades 
da criança com a estrutura que já possui e direciona os pais a procurar uma 
instituição especializada. Para a diretora dessa instituição uma escola inclusiva é 
aquela que acolhe o aluno de maneira total, garantindo que sua aprendizagem 
aconteça de acordo com as particularidades e potencialidades, proporcionando uma 
educação de qualidade na escola comum. 
Em relação às dificuldades de aprendizagem, as causas mais ligadas à este 
problema são: I) comunicação; II) raciocínio; e III) funções cognitivas. 
Concomitantemente às discussões sobre dificuldades de aprendizagem, surgem 
27 
 
inquietações sobre o fracasso escolar pelos quais a gestão da instituição acredita 
que suas possíveis causas são: Iinfluências familiares; relação família-escola 
danificada. 
Nesse caso, para essa instituição é importante que a gestão da escola auxilie 
no reforço da relação família-aluno-escola, garanta que a permanência do aluno na 
escola seja prazerosa, de modo a diminuir a desmotivação, aproxime o brincar do 
aprender, oriente os professores em situações particulares dos alunos e acompanhe 
e assista ao processo ensino-aprendizagem. 
Com as deficiências de aprendizagem a gestão da escola parte do princípio 
de que todas as crianças aprendem. Algumas necessitam de um olhar diferenciado 
para que tenham as mesmas oportunidades no processo ensino-aprendizagem. 
Foi possível observar que essa instituição procura formas de garantir a 
permanência dos alunos deficientes e dos com dificuldades de aprendizagem na 
instituição. A gestão estabelece relação dialógica com os pais, sempre que 
necessário, dando apoio e buscando soluções para cada caso, isoladamente. 
Poucos são os alunos deficientes atendidos nessa instituição, entretanto, há o 
atendimento educacional especializado numa outra escola do bairro, além de que 
lhes é oferecido o cuidado e o olhar da gestão escolar. 
Na instituição de ensino B, a gestão entende que o atendimento a criança 
com deficiência era realizado de forma não satisfatória, pois nas palavras da 
orientadora pedagógica, para que haja atendimento apropriado a essas crianças é 
necessário que a escola ofereça as estruturas adequadas, para que o ensino seja de 
fato trabalhado junto a essas crianças de maneira plena. 
Segundo a orientadora, a falta de formação adequada do corpo docente 
contribui para que o processo de ensino-aprendizagem não consiga alcançar 
patamares mais elevados junto as crianças com deficiência. Em relação a essa falta 
de preparo dos professores, ela ressalta que a gestão da escola como um todo tem 
se preocupado com essa questão, trazendo para as reuniões de HTPC temas 
relacionados a essa temática para que haja ao menos um melhor conhecimento 
acerca de como trabalhar com esses alunos. 
Quando alguma criança com deficiência é matriculada na escola, e tem algum 
tipo de deficiência que o professor ainda não tem conhecimento prévio sobre como 
trabalhar a partir dessa deficiência, a gestão logo comunica a Secretaria de 
educação do Município, pedindo suporte aquela situação específica. 
28 
 
Para a orientadora da instituição de ensino B, as dificuldades de 
aprendizagem podem estar ligadas a fatores como: I) problemas emocionais; II) 
vínculos familiares; e III) funções cognitivas. 
Para a gestora, é importante observar quais seriam os motivos para que a 
criança não consiga aprender aquilo que lhe é proposto, para que a criança não seja 
olhada como alguém que tenha algum tipo de transtorno, pois isso iria orientar o 
trabalho do professor em uma direção diferente daquilo que realmente acontece. Em 
conformidade a esse pensamento, Garcia (1998, p.73) entende que: 
 
As dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma 
diferente em relação a outros transtornos próximos, ainda que, frente a 
presença em uma pessoa de uma dificuldade de aprendizagem e de outro 
transtorno, seja necessário classificar ambos os transtornos, sabendo que 
se tratam de transtornos diferentes. 
 
Em relação as posições que tem em relação aos casos de alunos com 
dificuldade de aprendizagem, a orientadora tem como princípio que estímulos 
lúdicos e afetivos são fundamentais para o desenvolvimento das linguagens 
curriculares. 
Essa posição da gestora pode ser um caminho a levar a criança a superar 
possíveis obstáculos em relação a aprendizagem, pois um relacionamento de 
confiança e afeto entre a criança e o professor pode estabelecer um canal de 
comunicação importante no processo de ensino-aprendizagem. Sobre a relação de 
afeto entre os personagens que atuam na sala de aula, Menezes e Trevisol (2009, 
p.6) afirmam que:É fundamental que o professor saiba descobrir diferentes formas de dar e 
receber afeto. Reconhecer o afeto como forma de comunicação requer 
profissionais conscientes da importância da afetividade no processo de 
ensinar e de aprender. Reconhecer a realidade psicossocial do aluno pode 
ser um bom começo para se estabelecer um relacionamento saudável entre 
professor e aluno, capaz de promover a aprendizagem em ambos. 
 
Conforme observado, nessa instituição a gestão está de fato preocupada com 
as questões relacionadas a educação especial e as dificuldades de aprendizagem 
apresentadas por alguns alunos. 
Apesar desse interesse, a gestão se vê impotente frente a precariedade, tanto 
de materiais específicos para trabalhar cada situação e também as estruturas de 
trabalho, tanto do prédio, que não oferece de maneira adequada espaço adaptado 
29 
 
para determinadas deficiências, quanto em relação a formação dos docentes que em 
muitos casos não contempla esses alunos. Uma escola inclusiva se faz no todo, e 
não em apenas alguns aspectos, segundo a orientadora que diz: “incluir vai além de 
matricular, incluir é oferecer toda a estrutura necessária para atender com dignidade 
todos os alunos que fazem parte da instituição escolar”. 
Na instituição de ensino C, a gestão compreende que a escola inclusiva seria 
aquela instituição que inclui o aluno com deficiência em todos os âmbitos. Nesse 
sentido, a coordenadora considera a instituição em que atua inclusiva, mas ressalta 
que tanto a equipe gestora quanto os demais profissionais precisam de atualização 
em alguns assuntos. Além disso, argumenta sobre a necessidade da formação 
continuada de todos os profissionais da educação, colocando isto como uma das 
ações da gestão escolar na melhoria da qualidade do atendimento a essas crianças. 
 
Muito embora a legislação vigente e os documentos normativos estejam 
impulsionando, ou mesmo norteando a organização de sistemas 
educacionais inclusivos, é mister destacar que sem mudança de postura, 
que deve ser desenvolvida por todos os protagonistas que fazem parte da 
comunidade escolar, será quase impossível tornar tais políticas efetivas. 
(VIOTO,VITALIANO,2012, p.4) 
 
Logo o trabalho de efetivação da inclusão destas crianças deve ser 
impulsionado por todas as pessoas envoltas a ela , incluindo a gestão da escola que 
deve administrar e incentivar este trabalho por parte de todos os profissionais da 
escola. 
 As crianças com deficiência atendidas pela instituição C são acompanhadas 
por auxiliares, em sua maioria em processo de formação no ensino superior, quando 
esta instituição recebe um novo aluno com deficiência, procura atender suas 
necessidades com a estrutura que já possui. Ação descrita pela coordenadora que 
discorda com a postura apresentada por ela mesma nas questões anteriores, pois 
havia a opção oferecer formação específica aos profissionais, que seria a mais 
adequada seguindo a postura apresentada no questionário. 
A partir do questionário a coordenadora vinculou as dificuldades de 
aprendizagem a problemas de comunicação, atenção, raciocínio, problemas 
emocionais e funções cognitivas. Coloca como causas a relação família - escola 
danificada e condições físicas e psicológicas das crianças. Percebe-se que mesmo 
se tratando somente da temática da dificuldade de aprendizagem a vinculação as 
30 
 
crianças com deficiências é contínuo, pois as funções cognitivas são sempre 
apontadas pela coordenadora como problemas e causas dessa defasagem. 
Na busca da superação dessas dificuldades os casos de alunos são levados à 
coordenação pelos professores e por sua vez estudados, para a elaboração dos 
trabalhos a serem feitos, a maioria das “soluções” são aulas de reforço e reuniões 
com os responsáveis, estas opções respondidas pela coordenadora como trabalho 
do coordenador/orientador pedagógico na instituição de ensino. Além da garantia 
que a permanência do aluno na escola seja prazerosa, de modo a diminuir a 
desmotivação e orientação aos professores em situações particulares do aluno. 
Diante do posicionamento das equipes gestoras participantes da pesquisa é 
possível perceber uma grande convergência de pensamentos, apesar de poucas 
discordâncias entre elas. As gestoras observam que existe vontade por parte da 
própria equipe e também do corpo docente em levar adiante novas idéias e práticas 
que possam colaborar com uma educação inclusiva para todos. 
É evidente também na fala das gestoras a certeza de que a instituição em que 
atuam são inclusivas, mesmo com todas as barreiras que se sobrepõe a todos, 
alunos e professores. 
A partir dessas falas, podemos concluir que é preciso que haja um plano de 
ação proveniente de uma política pública bem elaborada, que pode vir do poder 
público e ser complementado pela própria escola, que levaria adiante esses plano de 
acordo com sua realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir das análises empreendidas, entendemos que o papel da gestão 
pedagógica se destaca no contexto educacional no qual a temática estudada é 
abordada. Esse destaque é observado tendo em vista que é prerrogativa dos 
gestores a liderança no planejamento e organização da instituição escolar de 
maneira a atender os alunos que tem necessidades diferentes quanto a 
aprendizagem e até mesmo outros aspectos como locomoção, sociabilização etc. 
O papel exercido pelos gestores será exercido plenamente se houver por 
parte desses profissionais a conscientização de que é imprescindível não só 
organizar uma escola inclusiva, mas também viabilizar essa a concepção desta, pois 
essa ainda é uma realidade em construção. 
Nesse sentido, caberá a gestão providenciar junto aos órgãos responsáveis 
recursos materiais e os profissionais capacitados que levem adiante o processo de 
aprendizagem dos alunos com deficiência e dificuldade de aprendizagem. 
Certamente no que se refere a profissionais capacitados, quando se trata do 
corpo docente é também função da gestão buscar novas metodologias diferenciadas 
no processo de ensino-aprendizagem que favoreça a inclusão de todas as crianças. 
A gestão caberá contribuir de maneira determinante na regularização do 
acesso a educação especial. A inclusão dos estudantes da educação especial é um 
direito assegurado na LDB nº 9394/96 
A realidade das escolas brasileiras nem sempre facilitará esse processo, pois 
é notória a falta de estrutura física, material, pedagógica e até de qualificação 
profissional que tenderão a desmotivar os gestores a desenvolver uma escola onde 
os processos favoreçam não somente os alunos que tem desenvolvimento 
satisfatório, mas também aqueles que por diversos motivos devem ter adaptadas a 
sua realidade a metodologia de trabalho pedagógico. 
A concepção de dificuldade de aprendizagem que observamos, tanto nos 
autores estudados, como nas respostas dos gestores que responderam aos 
questionários, indicam que essa temática deve ser debatida com mais profundidade. 
Isso se deve a necessidade de compreender melhor que existem diferenças entre as 
crianças, tanto coletivamente, como de maneira individual, levando em consideração 
as especificidades de cada um e as diferentes realidades que podem ser 
vivenciadas dentro da escola. 
32 
 
Assim sendo, entendemos ser necessário que haja cada vez mais pesquisa 
por parte dos gestores e do corpo docente, visando compreender melhor a influencia 
nos processos de ensino-aprendizagem de fatores de dentro e fora da escola e 
como podem ser superados, caso sejam entraves para o aprendizado e socialização 
dos alunos. 
A partir do questionário aplicado em três escolasdo município de Sorocaba-
SP, podemos também ter uma referencia da realidade do papel da gestão frente às 
temáticas trabalhadas. 
Analisando as respostas dos questionários, observamos que apesar de 
algumas divergências, aos gestores dessas escolas compartilham de realidades e 
pensamentos semelhantes em muitos pontos. 
As escolas apresentam uma realidade de precariedade em relação a 
materiais pedagógicos, estrutura física dos prédios escolares que não tem 
adaptação adequada para crianças com deficiência. Nessas respostas foram 
apontadas também a falta de capacitação do corpo docente e outros profissionais 
que trabalham no ambiente escolar. 
A falta de capacitação é um ponto que desafia a gestão das escolas, pois o 
trabalho frente a educação especial e dificuldade de aprendizagem nem sempre é 
alvo de estudos mais profundos na formação docente. 
A formação deficiente e a falta de formação continuada são de fato, 
obstáculos para que se tenha uma prática docente que se transforme de acordo com 
as reais necessidades das crianças. 
Apesar dessa realidade, o professor deve estar sempre refletindo sobre sua 
prática, para que a partir da produção da criança, sua prática possa ser guiada para 
que novas possibilidades possam ser trazidas para a sala de aula. 
Apesar de todas as dificuldades, os gestores tem mostrado disposição em 
transformar a realidade escolar, de modo que todos os alunos, independente de 
deficiências ou dificuldades possam ser contemplados, participando cada vez mais 
plenamente do processo de ensino-aprendizagem. 
Nas respostas obtidas, observamos que os gestores consideram sua escola 
inclusiva, apesar de tudo, e que sempre recorrem as instancias superiores, no caso 
o poder público para resolverem questões que estão acima da capacidade da escola 
naquele momento. 
Em nossa pesquisa percebemos que muitos professores não se acham 
33 
 
preparados para atender alunos que fogem da imagem do “aluno comum”. Todavia a 
partir dessa pesquisa percebemos que muitas escolas estão comprometidas a 
buscar mudar essa realidade e incluir de fato todos os alunos nesse processo, pois 
não é um favor que se faz a essas crianças, e sim assegurar o seu direito a 
educação. 
No decorrer da pesquisa, o grupo entendeu que o tema pesquisado foi 
oportuno, pois é uma área de grande desafio dentro da educação. Assim como nas 
escolas pesquisadas, podemos nós também trabalhar com esses alunos 
futuramente, sendo então importante conhecer um pouco mais da realidade dos 
profissionais da educação frente ao desafio de trabalhar com diferentes tipos de 
alunos. 
Em um primeiro momento pensamos que seria difícil o desenvolvimento da 
pesquisa, pois as primeiras escolas em que fizemos contato não deram respostas 
positivas, o que veio acontecer depois de várias tentativas, oque nos fez sentir um 
pouco de apreensão. Quando encontramos as respostas positivas por parte da 
gestão das escolas que aceitou nosso ingresso, não tivemos mais dificuldades, pois 
tivemos ótima recepção nessas instituições. Conhecemos gestoras e professoras 
que foram muito solícitas em nos ajudar a entender oque se passava na sala de aula 
e como era a linha de trabalho delas, mostrando o planejamento e a execução deste. 
Ao término da pesquisa ficou o entendimento que esse tema precisa ser mais 
aprofundado para que estejamos sempre a disposição de todos os alunos 
independente de qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem ou deficiência, para 
que a aprendizagem possa se dar de maneira plena. 
Entendemos que no decorrer do trabalho docente teremos a oportunidade de 
conviver com esses alunos e na prática aplicar os conhecimentos adquiridos com 
essa pesquisa e desenvolve-los cada vez mais. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
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37 
 
APÊNDICE 
Questionário utilizado para coleta de dados da pesquisa 
 
1) Para conhecermos melhor esta instituição de ensino, pedimos que assinale e 
preencha os campos abaixo: 
(a) Qual etapa esta instituição atende? 
( ) Ed. Infantil 
( ) Ensino Fundamental I 
( )Ensino Fundamental II 
( ) Ensino Médio 
( ) Ensino Técnico 
( ) EJA 
(b) Quantos alunos estão regularmente matriculados? 
______________________________________________________________________. 
(c) Atende alunos deficientes? Se sim, quantos? 
( ) Sim, ____________________. 
( ) Não. 
 (d) Esta instituição conta com os colaboradores denominados “cuidadores” ou outro 
profissional que auxilie no cuidado das crianças deficientes? Se sim, qual? 
( ) Sim, ____________________. 
( ) Não. 
2) Qual cargo você ocupa nesta instituição? 
( ) Direção 
( )Vice-Direção 
( ) Orientação Pedagógica 
( ) Coordenação Pedagógica 
( ) Outro, _____________________. 
 
3) Você considera sua escola realmente inclusiva? Por quê? 
 
 
 
4) Descreva algumas ações, que considere importante, por parte da gestão escolar 
para assegurar a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais. 
 
 
38 
 
5) Como a gestão da escola se estrutura, a partir do momento que recebe um aluno 
com necessidades educacionais especiais? 
( ) Oferece formação específica aos profissionais. 
( ) Busca contratar profissionais especializados. 
( ) Procura atender a necessidade da criança com a estrutura que já possui. 
( ) Direciona os pais a procurar uma instituição especializada. 
 
6)Qual o significado de uma Escola Inclusiva para você? 
 
7) As Dificuldades de Aprendizagem são todas e quaisquer variáveis que 
bloqueiam ou dificultam o processo natural de aprendizagem. Geralmente, as 
dificuldades de aprendizagem estão ligadas a problemas como: 
( ) Comunicação 
( ) Atenção 
( ) Memória 
( ) Raciocínio 
( ) Coordenação 
( ) Adaptação 
( ) Problemas Emocionais 
( ) Vínculos Familiares 
( ) Funções cognitivas 
( ) Outros, _________________________________________________________. 
 
8) Concomitantemente às discussões de Dificuldades de Aprendizagem, surgem 
inquietações sobre o Fracasso Escolar, uma resposta insuficiente do aluno a uma 
exigência ou demanda da escola. Suas possíveis causas são: 
( ) influências familiares 
( ) condições precárias para a realização do trabalho pedagógico 
( ) intervenção pedagógica inapropriada 
( ) relação família-escola danificada 
( ) condições físicas e psicológicas das crianças 
( ) ausência do acompanhamento da gestão escolar no trabalho pedagógico 
( ) insipiência governamental 
( ) Outros, __________________________________________________________. 
39 
 
9) O orientador pedagógico auxilia o professor em sua prática pedagógica em busca 
de superar os problemas de dificuldade de aprendizagem que resultam no fracasso 
escolar. É importante que a gestão da escola: 
( ) auxilie no reforço da relação família - aluno - escola 
( ) garanta que a permanência do aluno na escola seja prazerosa, de modo a 
diminuir a desmotivação 
( ) aproxime o brincar do aprender 
( ) oriente os professores em situações particulares dos alunos 
( ) crie estratégias de recuperação destes alunos 
( ) acompanhe e assista ao processo ensino-aprendizagem 
( ) crie estratégias avaliativas 
( ) outros, ________________________________________________________. 
 
10) Em seu contexto de trabalho e na função em que ocupa, como você lida com os 
casos de Dificuldades de aprendizagem?

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