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UNIVERSIDADE PAULISTA DENISE DA SILVA BARBOSA GIOVANNA VICTÓRIA NUNES PEREIRA LUANA KELLY FEITOSA BASTOS MARIA RAFAELA DE OLIVEIRA RODRIGUES O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM SOROCABA - SP 2017 UNIVERSIDADE PAULISTA DENISE DA SILVA BARBOSA GIOVANNA VICTÓRIA NUNES PEREIRA LUANA KELLY FEITOSA BASTOS MARIA RAFAELA DE OLIVEIRA RODRIGUES O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de graduação em Pedagogia apresentado à Universidade Paulista – UNIP Orientadora: Profª Drª Katia Mendes SOROCABA - SP 2017 O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de graduação em Pedagogia apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Profª Drª.Katia Mendes Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _____________________________/___/___ Prof. Universidade Paulista – UNIP ____________________________________ Prof. Universidade Paulista – UNIP Barbosa, Denise da Silva; Bastos, Luana Kelly Feitosa; Pereira, Giovanna Victória Nunes; Rodrigues, Maria Rafaela de Oliveira O trabalho da gestão escolar frente à educação especial e as dificuldades de aprendizagem [manuscrito] 2017. 26 f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Paulista, Sorocaba, 2017. Apêndice. Area de Concentração: Educação Orientador: Prof Katia Mendes 1. Gestão escolar. 2. Educação especial. 3. Dificuldade de aprendizagem. I. Kátia Mendes orient. II. Título. CDU 37 AGRADECIMENTOS Primeiramente а Deus qυе nos permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе nossas vidas, е nãо somente nestes anos como universitárias, mаs que еm todos оs momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе nos oportunizaram, confiança nо mérito е ética aqui presentes. A nossa professora e orientadora Katia Mendes, pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, pelas suas correções е incentivos. A todos оs professores pоr nos proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а nós, nãо somente pоr terem nos ensinado, mаs por terem nos feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos agradecimentos. Aos nossos pais e familia, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. E a cada uma de nós, desse grupo excelente, pelo companheirismo, confiança e luta dе cada uma, pelos laços que fizemos e pela amizade que será levada por toda vida. Por fim, a todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа nossa formação, о nosso muito obrigado. “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Cora Coralina. RESUMO Essa trabalho teve por objetivo entender o trabalho da gestão escolar em relação à educação especial e as dificuldades de aprendizagem, além de analisar quais são as orientações pedagógicas para o processo de aprendizagem das crianças com necessidades especiais de aprendizagem. Refletir sobre as práticas de ensino que tragam melhores resultados, tanto para os professores que terão mais satisfação ao ver seu trabalho obtendo o sucesso desejado, quanto para os alunos que serão beneficiados com um ensino que seja mais próximo de sua realidade. Articulado às observações in loco por meio dos estágios obrigatórios, foi realizado levantamento bibliográfico, e aplicado questionário à equipe gestora das instituições de ensino concedentes, tanto privadas quanto públicas para verificar qual a realidade das escolas de Sorocaba quanto ao trabalho da gestão frente as questões relacionadas as dificuldades de aprendizagem e a educação inclusiva. Nesse trabalho, as dificuldades de aprendizagem não são abordadas como fruto de deficiências, mas sim de resultado do processo de ensino-aprendizagem, bem como a educação especial é abordada a partir do atendimento das pessoas nas instituições de ensino. O desenvolvimento do trabalho possibilitou a compreensão da realidade do trabalho da gestão escolar diante da temática pesquisada. Nessa pesquisa compreendemos que apesar de inúmeras adversidades apresentadas no ambiente escolar, tais como falta de profissionais ou formação precária, falta de recursos e estrutura de trabalho, ficou evidente a capacidade de superação das equipes gestoras, que junto ao corpo docente tem oferecido aos alunos em questão a educação que é um direito que não pode ser negligenciado. Palavras-chave: Gestão Escolar - Educação Especial - Dificuldades de Aprendizagem ABSTRACT This research aims to contemplate the work of school management in relation to special education and learning difficulties. Articulate the observations on the spot by means of mandatory stages, was conducted bibliographic survey, and applied a questionnaire to the team manager of educational institutions grantors, both private and public, there was a feedback of three questionnaires. In this work, the learning difficulties are not addressed as a result of shortcomings, but rather a result of the teaching-learning process, as well as special education is approached from the care of persons in educational institutions. In this way, the work of the school management was observed forward to these approaches. Keywords: School Management - Special Education - Learning Difficulties LISTA DE ILUSTRAÇÕES Tabela 1. Distinção semantica entre conceitos……………………………………. 14 SUMÁRIO 1. Introdução .......................................................................................................... 10 2. Metodologia ........................................................................................................ 12 3. Educação especial e dificuldades de aprendizagem ....................................... 13 4. O trabalho da gestão escolar ............................................................................ 20 5. Análise dos dados ............................................................................................. 26 Considerações finais ............................................................................................. 31 Referências ............................................................................................................ 34 Apêndice ................................................................................................................. 37 10 1. INTRODUÇÃO Desde sempre a criança é estimulada para aprender, mas nem sempre consegue interiorizar a informação,não desenvolvendo a aprendizagem. Nesse caso pode ser comprometido o desenvolvimento de habilidades importantes e essenciais como a leitura. Esta situação pode interferir de maneira significativa na vida social e acadêmica do aluno. As crianças que são diagnosticadas com algum tipo de deficiência ou tenha sido identificada alguma dificuldade de aprendizagem podem, em certos casos, precisar de atendimento especializado, como por exemplo: fonoaudióloga, psicóloga ou neurologista, psicopedagogos, de acordo com o quadro apresentado. Todos os tipos de dificuldades que se observa na criança devem ser identificadas, trabalhadas e com muito apoio serem superadas. É importante ressaltar que o fracasso do aluno também poderá ser entendido como um fracasso da escola, pelo motivo desta não saber trabalhar de maneira adequada com a diversidade dos seus alunos, deixando em certo casos de propor metodologias de trabalho pedagógico adequadas. Este trabalho é fruto de pesquisa bibliográfica realizada acerca das discussões realizadas sobre esse tema em artigos, teses e revistas científicas, além de observações realizadas ao longo do estágio supervisionado em gestão escolar, atreladas a uma breve pesquisa de cunho qualitativo com a finalidade de compreender o trabalho da gestão escolar com relação à educação especial e as dificuldades de aprendizagem. A intenção dessa pesquisa é abordar dois temas causadores de certa inquietação, insegurança e até mesmo angústia nos educadores, que são as dificuldades de aprendizagem e a inclusão na escola. Essa pesquisa tem a intenção de conhecer melhor as ações de gestores escolares frente às questões da educação especial e das dificuldades de aprendizagem. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo na qual foi aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo do dessa pesquisa realizada no município de Sorocaba – SP. Para identificar as escolas, iremos indicar como instituição A, B e C. No primeiro capítulo deste trabalho é apresentada as definições de dificuldade de aprendizagem na escola e educação especial, baseadas em autores que pesquisam sobre a temática. 11 No segundo capítulo, com base nos autores pesquisados, foi feita uma breve reflexão sobre o papel dos gestores da escola frente as adversidades e desafios que as temáticas escolhidas colocam a cada dia diante desses profissionais. Desafios esses que influem em todo o trabalho pedagógico, a, especialmente acerca da prática docente, que podem contribuir decisivamente para o sucesso ou fracasso dos objetivos propostos no ambiente escolar. No terceiro e último capitulo foi apresentada a análise dos dados obtidos nas escolas onde os gestores gentilmente responderam os questionários, respostas que são uma pequena amostra do posicionamento de gestores, mas que pode ser uma referência para se ter base da realidade das escolas do município de Sorocaba-SP. 12 2. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho, foi escolhida a pesquisa qualitativa, na qual é possível ter uma amostra da realidade em que a prática e a vivência são melhor percebidas. Para esse objetivo foi feito o levantamento bibliográfico sobre a temática, a pesquisa de campo e um questionário com perguntas semiestruturadas que procuraram contemplar: I) as características da instituição bem como dos profissionais; II) a educação inclusiva; III) as dificuldades de aprendizagem; IV) o trabalho da gestão escolar com a educação inclusiva e as dificuldades de aprendizagem. Visando alcançar esse objetivo, analisamos uma amostra composta de três gestores de escolas da cidade de Sorocaba. Compondo os sujeitos da pesquisa foi dado destaque especial para o profissional da coordenação pedagógica das escolas em questão. A importância de estudar todos os indivíduos que participam da pesquisa é o reconhecimento de que todos os sujeitos são produtores de conhecimento e podem produzir as práticas adequadas para intervir nas situações que podem vir a ocorrer no ambiente escolar. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo na qual foi aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo do dessa pesquisa realizada no município de Sorocaba – SP. Para identificar as escolas, iremos indicar como instituição A, B e C. 13 3. EDUCAÇÃO ESPECIAL E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Não são recentes as discussões sobre a o atendimento das pessoas deficientes na área da educação. Desde o Brasil Império são criadas estratégias educacionais que contemplem as pessoas com deficiência. Segundo AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO (2000), a Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID) apresenta terminologia científica na área da saúde para os termos deficiência, incapacidade e desvantagem que apresentam distinção. A terminologia científica é importante e necessária para que o grupo de pessoas que apresenta deficiências receba maior atenção, pois a superação de questões conceituais pode facilitar a promoção de outras ações, trazendo benefícios tanto a esse grupo de pessoas como à comunidade em geral (AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO, 2000, p. 97). Deficiência apresenta perdas ou anormalidades de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que podem ser temporárias ou permanentes, nessa categoria são inclusas as anomalias, defeitos ou perdas de membros, órgãos tecidos ou quaisquer parte do corpo humano, inclusive das funções mentais. Incapacidade é a restrição de habilidades para desenvolver tarefas consideradas normais, resultantes de uma deficiência. Desvantagem é resultado de uma deficiência ou de uma incapacidade, significando prejuízo para o indivíduo, apresenta limitação ou impedimento ao desempenhar papéis de acordo com idade, sexo, fatores social ou cultural (AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO, 2000). As diretrizes vigentes da educação especial no Brasil estabelecem uma abordagem de atendimento educacional pautadas pelo aspecto pedagógico como forma de se opor à forma clínica de atuação na educação especial, baseada em um modelo médico-psicológico, que tem como centro a medição da (in) capacidade dos sujeitos (CAMBAÚVA, 1988). A seguir apresentamos uma tabela que especifica quais dificuldades podem ser resultantes de determinadas deficiências: 14 Tabela 1. Distinção semântica entre os conceitos Fonte: AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO, 2000, p. 98 Entendendo a importância da parte médica psicológica nesses casos, queremos ressaltar que esse modelo também tem seu limite, pois observa o aluno na em sua deficiência em si e não o todo, onde o aluno pode superar a sua deficiência e não apenas adaptar-se a modelos de comportamento esperados pelo meio social no qual está inserido. No cenário político vigente, nota-se a busca pela superação desses modelos de concepção em relação a educação para pessoas especiais e todo o entorno que envolve as práticas educacionais e inclusão na escola. Esses conceitos visam focar as necessidades de aprendizagem e não apenas os diagnósticos das deficiências dos alunos como apontam o Parecer CNE/CEB n. 17/2001, Em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensino e a escola, bem como as formas e condições de aprendizagem; em vez de procurar, no aluno, a origem de um problema, define-se pelo tipode resposta educativa e de recursos e apoios que a escola deve proporcionar-lhe para que obtenha sucesso escolar; por fim, em vez de pressupor que o aluno deve ajustar-se a padrões de “normalidade” para aprender, aponta para a escola o desafio de ajustar-se para atender à diversidade de seus alunos (BRASIL, 2001b, p. 14 – grifos no original). Alunos atendidos pela educação especial têm características próprias, devendo cada caso ser analisado individualmente, e mesmo em casos onde apresentam deficiências semelhantes, o atendimento pode ser personalizado, para que haja melhor desenvolvimento do mesmo. As características presentes na maioria dos alunos atendidos pela educação especial, segundo o artigo 5o da Resolução CNE/CEB 2/2001, que define quem são os alunos com necessidades educacionais especiais, e também o Parecer CNE/CEB 17/2001: 15 [...] alunos que apresentam deficiências (mental, visual, auditiva, física/motora e múltiplas); condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, bem como de alunos que apresentam altas habilidades/ superdotação (BRASIL, 2001b, p. 19). No Parecer CNE/CEB 17/2001 encontramos a afirmação de que o conceito de necessidades educacionais especiais como “nova abordagem”, que pode superar o pedagógico tradicional da educação especial se trabalhar na perspectiva da inclusão desses alunos. Compreende-se que nessa direção, o trabalho da educação especial estaria sendo ampliado, pois não estaria focando apenas aspectos relacionados ás dificuldades de aprendizagem relacionadas a condições, disfunções, limitações e deficiências, mas também aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica, considerando que, por dificuldades cognitivas, psicomotoras e de comportamento, alunos são freqüentemente negligenciados ou mesmo excluídos dos apoios escolares (BRASIL, 2001b, p. 19). É importante ressaltar o fato de que os documentos que analisamos apontam uma concepção de educação escolar como uma prática social satisfatória que, tem ampliado seu foco de atuação para aqueles alunos em outros tempos não seriam considerados capazes de “acompanhar” as atividades e conteúdos no ambiente escolar. Nesse sentido pode-se afirmar que ocorre um movimento de inserção nessa categoria de todos aqueles alunos identificados na escola como alguém com “dificuldades de aprendizagem” mesmo que não haja diagnóstico no qual se possa embasar alguma causa orgânica. Em 1988 foi instituída a Constituição da República Federativa do Brasil, de modo que estabelece a educação como um direito de todos e dever do estado e da família, além disso, segue o princípio de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. No que diz respeito ao atendimento das pessoas deficientes, garante como “dever do estado a oferta do Atendimento Educacional Especializado, preferencialmente na rede regular de ensino” (MEC/SASE, 2007, p.2). Em 1996, há a criação da LDB nº 9394/96 que, [...] preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em 16 virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). (BRASIL, 2007, p.3) Além desses aspectos que contemplam os deficientes surgiram, como resultado de muitas lutas, estratégias importantíssimas em prol dos deficientes, como: I) garantia dos direitos humanos e liberdades fundamentais igualmente às demais pessoas; II) organização curricular e formação docente atentas às diversidades e especificidades dos alunos com deficiência; III) reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação; IV) Diretrizes e normas para o uso, ensino, produção e difusão do sistema Braile; V) implementação do Programa Educação Inclusiva; VI) publicação do documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular; VII) estabelecimento de normas e critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; VIII) acesso dos alunos surdos à escola e inclusão da LIBRAS no currículo; IX) implantação dos Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação; X) sistema de educação inclusiva assegurado pelos Estados- Partes; XI) lançamento do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos; e XII) Lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE (MEC/SASE, 2017). É notável o surgimento de estratégias que primam pela garantia dos direitos das pessoas deficientes de modo que se efetive a igualdade entre todos os cidadãos. O acesso e a permanência na escola instauram o paradoxo inclusão/exclusão, permeando reflexões quanto à efetivação plena de tais garantias. Em grande parte das escolas é possível encontrar casos de alunos que tem dificuldades em acompanhar o ritmo dos demais colegas da classe. Infelizmente, nesses casos é comum rotular esses alunos com algumas características que nem sempre condizem com a realidade deles como: dificuldades de aprendizagem, problemas de aprendizagem, ou até mesmo distúrbios de aprendizagem. No ambiente escolar, o termo dificuldades de aprendizagem é possivelmente o mais utilizado entre a gestão e o corpo docente. Nesse sentido, observa-se que qualquer aluno que não esteja em padrões considerados “normais”, levando em 17 consideração a média dos alunos, ou estabelecidos pelo professor ou pela própria escola, é comumente classificado como crianças com dificuldades de aprendizagem. Essa é uma realidade na maioria das escolas consultadas, contudo pesquisando a bibliografia sobre esse tema, temos percebido que é impreciso afirmar que essas classificações sejam precisas. Apesar de muitos agentes educacionais reconhecerem que fatores externos ao indivíduo (instrução insuficiente ou diferenças culturais), tenham peso significativo sobre a dificuldade de aprendizagem, é comum observar que em muitos casos se rotula esse aluno como deficiente. O aluno com dificuldade de aprendizagem não se constitui público-alvo da Educação Especial e não se enquadra no rol de pessoas com deficiência. Nesse sentido, Sisto (2001, p. 33) faz uma observação importante: [...] o termo dificuldades de aprendizagem engloba um grupo heterogêneo de transtornos, manifestando-se por meio de atrasos ou dificuldades em leitura, escrita, soletração e cálculo, em pessoas com inteligência potencialmente normal ou superior e sem deficiências visuais, auditivas, motoras, ou desvantagens culturais. Geralmente não ocorre em todas essas áreas de uma só vez e pode estar relacionada a problemas de comunicação, atenção, memória, raciocínio, coordenação, adaptação social e problemas emocionais. Como podemos notar, o autor exclui nessa afirmação as pessoas com deficiências; contudo a pessoa com deficiências citadas, no caso visual, auditiva e motora, da mesma forma passarão pelo processo de ensino e aprendizagem. Nessa mesma direção, outro autor, Barbosa (2001), afirma que aprender implica em ter dificuldades, e que esta faz parte do processo de "aprender”, sendo fundamental o respeito com os limitesde cada aluno em especial. Cabe ressaltar que a definição das dificuldades de aprendizagem é algo complexo, pois os educadores estão sujeitos a rotular um aluno, pois nem sempre a dificuldade ou sua causa em determinada criança se repetirá da mesma forma em outra. Ambientes socioculturais podem influir de maneira significativa na maneira da criança aprender. Silva (1997, p. 26) entende que “[...] dificuldade de aprendizagem como todas e quaisquer variáveis que bloqueiam ou dificultam o processo natural da aprendizagem. É importante que a criança que apresentem dificuldade na aprendizagem possa ser observada som um prisma qualitativo, diferente de uma percepção de 18 uma criança possivelmente seria incapaz. Os processos de interação com o meio social são o caminho que indicam a perspicácia dessa criança, que certamente demonstra nesse processo sua capacidade de assimilar o conhecimento. As crianças devem ser observadas no ambiente escolar como sujeitos distintos, e tratadas conforme suas necessidades de aprendizagem. Certamente haverão alunos que conseguirão ter bom desenvolvimento mesmo sem a ajuda docente, mas entre aqueles que apresentam dificuldades, deve ser trabalhado caso a caso. Nesse sentido, Strick e Smith (2001, p.15) entende que: Cada criança possui sua fase de desenvolvimento, no seu tempo, contudo há limites para atingir suas habilidades que não desenvolvidas devem ser estimuladas para que não consolide uma dificuldade de aprendizagem. As dificuldades de aprendizagem referem-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades de aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos obstáculos na escola. São curiosos e querem aprender, mas sua inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças têm boas intenções, no que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no meio do trabalho esquecem as instruções ou os objetivos. De acordo com os autores, esses alunos, que apresentam dificuldades de aprendizagem, são crianças suficientemente inteligentes, mas tem enfrentado diversas barreiras na escola. Como outros alunos, também são curiosos e querem aprender, mas em muitos casos apresentam inquietação e certa incapacidade de prestar atenção, o que torna difícil explicar as atividades de sala de aula a eles. Garcia (1998, p.73) afirma que; As dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma diferente em relação a outros transtornos próximos, ainda que, frente a presença em uma pessoa de uma dificuldade de aprendizagem e de outro transtorno, seja necessário classificar ambos os transtornos, sabendo que se tratam de transtornos diferente As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer devido a vários motivos. Um deles diz respeito a alguma dificuldade cognitiva particular apresentada pela criança, que pode levar o aprendizado de certas habilidades, a se tornar mais difícil do que seria esperado. Porém, muitas dessas dificuldades podem ser causadas por algum tipo de problema ambiental ou educacional, que podem não estar relacionados às habilidades cognitivas desse aluno. 19 Na sociedade do conhecimento em que vivemos, podemos afirmar que tudo o que é criação humana é passível de ser aprendido, até mesmo a dificuldade de aprendizagem, aprendida, especialmente na sala de aula. 20 4. O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR A gestão escolar tem um papel de grande relevância em relação as questões da educação especial e nos casos de dificuldade de aprendizagem, considerando que nem sempre os professores têm formação adequada a esses tipos de caso. Exercendo sua prerrogativa de orientar e apoiar o trabalho docente, a gestão pode trazer novos conhecimentos acerca dessas temáticas e assim contribuir para que essas crianças sejam atendidas em suas particularidades e possas desenvolver o aprendizado de maneira plena. [...] o gestor escolar é o grande responsável para que a inclusão ocorra na escola, abrindo espaços e promovendo trocas de experiências importantes, desenvolvendo uma gestão democrática e participativa dentro, é claro, de suas possibilidades e de acordo com o contexto em que atua na comunidade, favorecendo a formação e a consolidação de equipes de trabalho. (TEZANI 2004, p.19) A gestão da escola poderá junto ao corpo docente, basear seu planejamento contemplando diversos tipos de alunos que poderão vir a integrar o grupo, e alterando esses mesmos grupos mediante revisão, quando se fizer necessário. Compreende-se que a escola é uma instituição constituinte da sociedade moderna, assumindo um papel relevante na consolidação de valores sociais, culturais, políticos. A escola amplia as capacidades humanas e intervém na subjetividade do indivíduo, para que, sejam seres capazes de intervirem em práticas que promovam o fortalecimento do poder social, admitindo, concomitantemente o papel de transformar a sociedade (MICHELS, 2006). É fundamental a equipe de gestão escolar, em conjunto com os professores e os pais diagnosticar se existe alguma necessidade cognitiva que afeta a criança tem evitando sempre rotulá-la por apresentar dificuldade na aprendizagem. O corpo docente, considerando os conhecimentos adquiridos, aliados a vontade de querer fazer mais e melhor, deve optar sempre pela compreensão ao invés da exclusão. Em sua prática é necessário conhecer cada vez mais o processo de aprendizagem de seus alunos como seres humanos em desenvolvimento. A LDB (BRASIL, 1996) no seu art. 22 aponta que: “A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.” 21 A instituição escolar deve adaptar sua metodologia de trabalho com o intuito de promover a aprendizagem de seus alunos como um todo. Evidente que em algum momento terá crianças que apresentarão dificuldades, mesmo com todas as adaptações feitas, pois nenhuma fórmula funcionará com todos os alunos da mesma maneira. Assim sendo, se faz necessária uma reação por parte da escola, a fim de buscarem a solução para aquela dificuldade específica. Deve partir da escola um vigoroso esforço para que o processo de aprendizagem seja significativo para a criança. Essa é uma direção na qual ganham especialmente o aluno, sua família e também a escola. A escola deve, em seu corpo docente estar preparada para enfrentar tais questões, e para isso a equipe de gestão escolar deverá possibilitar a aquisição de técnicas e habilidades, que podem acontecer através de aperfeiçoamento da prática e o compartilhamento de conhecimentos e experiências. A gestão da escola, assim como seus professores devem estar abertos a novas formas de ensino-aprendizagem, cabendo a gestão orientar a atualização e possíveis modificações no currículo escolar de acordo com seus objetivos e a realidade apresentada. Um ponto importante a ser observado é sobre a questão emocional da criança. Freire (1996, p.146) entende que existe na prática educacional um caminho que transforma o processo e aproxima educadores e educandos. Como prática estritamente humana jamais pude entender a educaçãocomo experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse rigor em que se gera a necessária disciplina intelectual. As emoções vividas pelas crianças podem direcionar sua atividade intelectual e até mesmo seu estímulo em aprender. Diante de tantas crianças com dificuldades de aprendizagem, e mesmo as que tem deficiência, muitos alunos, até mesmo que não fazem parte desses dois grupos citados, podem chegar a escola com algum tipo de problema emocional. Certamente será no professor que ele irá esperar encontrar uma pessoa com a qual ele possa contar, pois é necessária a presença de alguém que mesmo de forma indireta possa dar algum conforto emocional aquela criança. 22 Nem sempre as expectativas daquela criança será correspondida, nesse caso pode acontecer a perda da confiança da criança na escola, o que pode afetar seu interesse pelas atividades desenvolvidas em sala de aula. Nesse sentido, José e Coelho (2002, p.21) acreditam que; “Para que haja um bom desenvolvimento da criança ela precisa de um ambiente afetivamente equilibrado onde ela receba amor autêntico e onde lhe permitam satisfazer as necessidades próprias do seu estado infantil.” A concepção de inclusão a todos as crianças no processo de ensino e aprendizagem somente se dará quando todos os agentes educadores confiarem na capacidade de seus alunos e na transformação de sua prática pedagógica. Não é um caminho fácil a ser trilhado, nem para a gestão e nem para os professores. Mas é um caminho que pode trazer resultados que não são alcançados se nada for feito de diferente. Entendendo a importância da transformação da prática pedagógica, Silva afirma que: O desafio é construir e por em prática no ambiente escolar pedagogia que consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém capaz de entender aos alunos cujas situações pessoais e características correspondentes requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isso sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. Ao contrário, pondo em andamento, na comunidade escolar, uma conscientização crescente dos direitos de cada um (SILVA, 2006, p.88). Quando se afirma que a educação é uma prática social, consequentemente o papel que a escola desempenha é de caráter social. Nesse sentido, a educação inclusiva será realidade quando a escola se estruturar para que todas as crianças sejam contempladas em suas características, e sejam respeitadas em sua realidade, que é diversa entre uma e outra. De acordo com Carvalho: As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos. Sob essa ótica, não apenas portadores de deficiência seriam ajudados e sim todos os alunos que, por inúmeras causas, endógenas ou exógenas, temporárias ou permanentes, apresente, dificuldades de aprendizagem ou no desenvolvimento. (CARVALHO, 2004, p. 29) Os gestores da instituição escolar têm o papel de garantir a inclusão de todos os alunos que fazem parte daquela escola, mesmo enfrentando a resistência do 23 corpo docente, que em algumas situações podem estar presos a práticas tradicionais e assim não se sentirem motivados a trabalhar com novos conhecimentos e métodos. A gestão da escola, especialmente na pessoa dos diretores, tem alguém que pode animar o processo educacional, trazendo novas perspectivas e expondo experiências de outros lugares para que o corpo docente possa ter novas bases para reflexão. Não será fácil romper com antigos costumes, pois o medo de inovar pode não permitir que muitos professores adotem novas práticas ou abordagens quanto ao trabalho com alunos que precisem de atenção diferenciada. Ao diretor, assim como aos outros gestores caberá a liderança para que essas barreiras sejam superadas. Para que haja cooperação de todos, a gestão deve trabalhar de maneira que todos se sintam respeitados e participantes dos processos de mudança que a escola pode adotar para que a inclusão seja efetiva na escola. Assim, em uma gestão democrática, o diretor poderá agir também como motivador do grupo. A mudança não será efetivada por meio de uma ordem da gestão ou uma lei específica e sim através de muita reflexão, debates e trabalho em conjunto. A gestão deve estar ciente que os professores tem receio, e que deve ser respeitado a opinião de cada um. Quando o processo de inclusão começa na escola, ele deve ser feito de maneira que todos possam ter uma visão do que está acontecendo. Transparencia em todas as decisões e na ações que virão a partir dai são fundamentais. Aprender implica em dificuldades, pois fazem parte do processo, portanto, tanto as pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora, bem como as pessoas que não têm deficiência, passam pelo processo de aprendizagem e apresentam dificuldades. Cada criança tem uma maneira de aprender, que pode ser diferente de outra, e os tempos de aprendizagem podem também variar entre os alunos de uma mesma turma. Caberá ao professor, junto a gestão da escola trabalhar esses aspectos para que a criança possa ter seu aprendizado orientado a conseguir desenvolver suas habilidades em sala de aula. Obstáculos no processo de aprendizagem não devem ser encarados como entraves que impedem a criança de avançar, pois existem caminhos que nem sempre são trilhados por todas as crianças, mas que trabalhado individualmente pode se chegar a resultados satisfatórios. 24 A acessibilidade na escola é direitos dos alunos com deficiência que a escola seja acessível, e o gestor terá papel fundamental para que esse direito seja assegurado, orientando a construção das condições para que tal realidade aconteça. A acessibilidade não deve acontecer nas estruturas físicas da escola, mas em todos os âmbitos, especialmente na parte pedagógica. Em suas pesquisas, Sage (1999) aponta que os gestores podem orientar novos comportamentos e ações cooperativas a serviço da inclusão. É de fundamental importância a superação de qualquer obstáculo, muitos deles previsíveis, e os gestores podem realizar sua intenção através de palavras e ações adequadas que demonstrem total apoio ao corpo docente. “Uma administração escolar bem sucedida depende de um envolvimento ativo e reativo de professores e do pessoal (...) desenvolvimento de trabalho em grupo no sentido de atender as necessidades dos estudantes” (BRASIL, 1997, p. 9) Ao especificar a atribuição dos gestores pedagógicos no contexto da escola, Lück (2009, p. 95) analisa que: A gestão pedagógica é, de todas as dimensões da gestão escolar, a mais importante, pois está mais diretamente envolvida com o foco da escola que é o de promover aprendizagem e formação dos alunos. Constitui-se como a dimensão para a qual todas as demais convergem, uma vez que esta se refere ao foco principal do ensino que é a atuação sistemática e intencional de promover a formação e a aprendizagem dos alunos, como condição para que desenvolvam as competências sociais e pessoais necessárias para sua inserção proveitosa na sociedade e no mundo do trabalho, numa relação de benefício recíproco. Também para que se realizem como seres humanos e tenham qualidade de vida. Para Sage (1999), os gestores devem ser os primeiros terem a consciência de que parte de suas funções a organização da escola de modo que se torne inclusiva. Esse é um passo essencial em um processo que possa promovermudanças educacionais, de maneira a transformar o ambiente escolar, que historicamente se pautou como espaços educacionais, destinados majoritariamente ao atendimento de crianças em salas regulares uniformes, em escolas de fato inclusivas, onde as diferenças sejam entendidas como ponto de partida para elaboração de todas as propostas pedagógicas. Ao analisar a realidade dos gestores escolares frente à inclusão na escola, Lima (2005, p. 100) entende que “assumir o compromisso de organizar uma escola inclusiva está longe de ser uma tarefa fácil, cômoda ou simples”, pois é nesse processo que valores preestabelecidos são confrontados e certamente serão expostas as falhas e as limitações da escola como instituição e de seus agentes. 25 Contudo, Lima (2005, p.100-101) aponta que é importante considerar que será apenas partindo das transformações que decorrem dos próprios sistemas organizacionais educacionais, que a escola possibilitará a criação de novos valores, e como resultado uma cultura escolar renovada. Cultura essa que se inicia a partir da conscientização de todos os agentes comprometidos com esse processo, especialmente a gestão pedagógica. 26 5. ANÁLISE DOS DADOS Essa pesquisa tem a intenção de conhecer melhor as ações de gestores escolares frente às questões da educação especial e das dificuldades de aprendizagem. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo em que aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo da construção desse trabalho. Essas instituições estão localizadas no município de Sorocaba – SP. Para identificar as escolas, iremos indicar como instituição A, B e C. Abaixo as respostas obtidas junto à gestão dessas escolas. O questionário foi elaborado pelo grupo e contém 10 perguntas, nas quais os gestores identificavam as características da escola, como eles entendiam a temática da educação inclusiva e as dificuldades de aprendizagem e como enfrentavam esses desafios. Depois de aplicados os questionários, os quais foram respondidos pelos diretores e orientadores pedagógicos nas três escolas, fizemos uma análise e pudemos conhecer melhor o trabalho que esses gestores vem fazendo diante da temática abordada. Na instituição de ensino A, a gestão considera a escola inclusiva, pois, tem por objetivo tratar todas as crianças com equidade, oferecendo oportunidades de aprendizagem e valorizando o progresso do aluno a partir das suas particularidades e potencialidades e para assegurar a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais estabelece algumas ações, como: I) contribuir com a participação ativa do aluno em todas as atividades; e II) proporcionar momentos de interação entre os professores e seus pares para que, juntos, elaborem as atividades onde todos os segmentos da escola participem. Ademais, a gestão da escola se organiza de modo a atender as necessidades da criança com a estrutura que já possui e direciona os pais a procurar uma instituição especializada. Para a diretora dessa instituição uma escola inclusiva é aquela que acolhe o aluno de maneira total, garantindo que sua aprendizagem aconteça de acordo com as particularidades e potencialidades, proporcionando uma educação de qualidade na escola comum. Em relação às dificuldades de aprendizagem, as causas mais ligadas à este problema são: I) comunicação; II) raciocínio; e III) funções cognitivas. Concomitantemente às discussões sobre dificuldades de aprendizagem, surgem 27 inquietações sobre o fracasso escolar pelos quais a gestão da instituição acredita que suas possíveis causas são: Iinfluências familiares; relação família-escola danificada. Nesse caso, para essa instituição é importante que a gestão da escola auxilie no reforço da relação família-aluno-escola, garanta que a permanência do aluno na escola seja prazerosa, de modo a diminuir a desmotivação, aproxime o brincar do aprender, oriente os professores em situações particulares dos alunos e acompanhe e assista ao processo ensino-aprendizagem. Com as deficiências de aprendizagem a gestão da escola parte do princípio de que todas as crianças aprendem. Algumas necessitam de um olhar diferenciado para que tenham as mesmas oportunidades no processo ensino-aprendizagem. Foi possível observar que essa instituição procura formas de garantir a permanência dos alunos deficientes e dos com dificuldades de aprendizagem na instituição. A gestão estabelece relação dialógica com os pais, sempre que necessário, dando apoio e buscando soluções para cada caso, isoladamente. Poucos são os alunos deficientes atendidos nessa instituição, entretanto, há o atendimento educacional especializado numa outra escola do bairro, além de que lhes é oferecido o cuidado e o olhar da gestão escolar. Na instituição de ensino B, a gestão entende que o atendimento a criança com deficiência era realizado de forma não satisfatória, pois nas palavras da orientadora pedagógica, para que haja atendimento apropriado a essas crianças é necessário que a escola ofereça as estruturas adequadas, para que o ensino seja de fato trabalhado junto a essas crianças de maneira plena. Segundo a orientadora, a falta de formação adequada do corpo docente contribui para que o processo de ensino-aprendizagem não consiga alcançar patamares mais elevados junto as crianças com deficiência. Em relação a essa falta de preparo dos professores, ela ressalta que a gestão da escola como um todo tem se preocupado com essa questão, trazendo para as reuniões de HTPC temas relacionados a essa temática para que haja ao menos um melhor conhecimento acerca de como trabalhar com esses alunos. Quando alguma criança com deficiência é matriculada na escola, e tem algum tipo de deficiência que o professor ainda não tem conhecimento prévio sobre como trabalhar a partir dessa deficiência, a gestão logo comunica a Secretaria de educação do Município, pedindo suporte aquela situação específica. 28 Para a orientadora da instituição de ensino B, as dificuldades de aprendizagem podem estar ligadas a fatores como: I) problemas emocionais; II) vínculos familiares; e III) funções cognitivas. Para a gestora, é importante observar quais seriam os motivos para que a criança não consiga aprender aquilo que lhe é proposto, para que a criança não seja olhada como alguém que tenha algum tipo de transtorno, pois isso iria orientar o trabalho do professor em uma direção diferente daquilo que realmente acontece. Em conformidade a esse pensamento, Garcia (1998, p.73) entende que: As dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma diferente em relação a outros transtornos próximos, ainda que, frente a presença em uma pessoa de uma dificuldade de aprendizagem e de outro transtorno, seja necessário classificar ambos os transtornos, sabendo que se tratam de transtornos diferentes. Em relação as posições que tem em relação aos casos de alunos com dificuldade de aprendizagem, a orientadora tem como princípio que estímulos lúdicos e afetivos são fundamentais para o desenvolvimento das linguagens curriculares. Essa posição da gestora pode ser um caminho a levar a criança a superar possíveis obstáculos em relação a aprendizagem, pois um relacionamento de confiança e afeto entre a criança e o professor pode estabelecer um canal de comunicação importante no processo de ensino-aprendizagem. Sobre a relação de afeto entre os personagens que atuam na sala de aula, Menezes e Trevisol (2009, p.6) afirmam que:É fundamental que o professor saiba descobrir diferentes formas de dar e receber afeto. Reconhecer o afeto como forma de comunicação requer profissionais conscientes da importância da afetividade no processo de ensinar e de aprender. Reconhecer a realidade psicossocial do aluno pode ser um bom começo para se estabelecer um relacionamento saudável entre professor e aluno, capaz de promover a aprendizagem em ambos. Conforme observado, nessa instituição a gestão está de fato preocupada com as questões relacionadas a educação especial e as dificuldades de aprendizagem apresentadas por alguns alunos. Apesar desse interesse, a gestão se vê impotente frente a precariedade, tanto de materiais específicos para trabalhar cada situação e também as estruturas de trabalho, tanto do prédio, que não oferece de maneira adequada espaço adaptado 29 para determinadas deficiências, quanto em relação a formação dos docentes que em muitos casos não contempla esses alunos. Uma escola inclusiva se faz no todo, e não em apenas alguns aspectos, segundo a orientadora que diz: “incluir vai além de matricular, incluir é oferecer toda a estrutura necessária para atender com dignidade todos os alunos que fazem parte da instituição escolar”. Na instituição de ensino C, a gestão compreende que a escola inclusiva seria aquela instituição que inclui o aluno com deficiência em todos os âmbitos. Nesse sentido, a coordenadora considera a instituição em que atua inclusiva, mas ressalta que tanto a equipe gestora quanto os demais profissionais precisam de atualização em alguns assuntos. Além disso, argumenta sobre a necessidade da formação continuada de todos os profissionais da educação, colocando isto como uma das ações da gestão escolar na melhoria da qualidade do atendimento a essas crianças. Muito embora a legislação vigente e os documentos normativos estejam impulsionando, ou mesmo norteando a organização de sistemas educacionais inclusivos, é mister destacar que sem mudança de postura, que deve ser desenvolvida por todos os protagonistas que fazem parte da comunidade escolar, será quase impossível tornar tais políticas efetivas. (VIOTO,VITALIANO,2012, p.4) Logo o trabalho de efetivação da inclusão destas crianças deve ser impulsionado por todas as pessoas envoltas a ela , incluindo a gestão da escola que deve administrar e incentivar este trabalho por parte de todos os profissionais da escola. As crianças com deficiência atendidas pela instituição C são acompanhadas por auxiliares, em sua maioria em processo de formação no ensino superior, quando esta instituição recebe um novo aluno com deficiência, procura atender suas necessidades com a estrutura que já possui. Ação descrita pela coordenadora que discorda com a postura apresentada por ela mesma nas questões anteriores, pois havia a opção oferecer formação específica aos profissionais, que seria a mais adequada seguindo a postura apresentada no questionário. A partir do questionário a coordenadora vinculou as dificuldades de aprendizagem a problemas de comunicação, atenção, raciocínio, problemas emocionais e funções cognitivas. Coloca como causas a relação família - escola danificada e condições físicas e psicológicas das crianças. Percebe-se que mesmo se tratando somente da temática da dificuldade de aprendizagem a vinculação as 30 crianças com deficiências é contínuo, pois as funções cognitivas são sempre apontadas pela coordenadora como problemas e causas dessa defasagem. Na busca da superação dessas dificuldades os casos de alunos são levados à coordenação pelos professores e por sua vez estudados, para a elaboração dos trabalhos a serem feitos, a maioria das “soluções” são aulas de reforço e reuniões com os responsáveis, estas opções respondidas pela coordenadora como trabalho do coordenador/orientador pedagógico na instituição de ensino. Além da garantia que a permanência do aluno na escola seja prazerosa, de modo a diminuir a desmotivação e orientação aos professores em situações particulares do aluno. Diante do posicionamento das equipes gestoras participantes da pesquisa é possível perceber uma grande convergência de pensamentos, apesar de poucas discordâncias entre elas. As gestoras observam que existe vontade por parte da própria equipe e também do corpo docente em levar adiante novas idéias e práticas que possam colaborar com uma educação inclusiva para todos. É evidente também na fala das gestoras a certeza de que a instituição em que atuam são inclusivas, mesmo com todas as barreiras que se sobrepõe a todos, alunos e professores. A partir dessas falas, podemos concluir que é preciso que haja um plano de ação proveniente de uma política pública bem elaborada, que pode vir do poder público e ser complementado pela própria escola, que levaria adiante esses plano de acordo com sua realidade. 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das análises empreendidas, entendemos que o papel da gestão pedagógica se destaca no contexto educacional no qual a temática estudada é abordada. Esse destaque é observado tendo em vista que é prerrogativa dos gestores a liderança no planejamento e organização da instituição escolar de maneira a atender os alunos que tem necessidades diferentes quanto a aprendizagem e até mesmo outros aspectos como locomoção, sociabilização etc. O papel exercido pelos gestores será exercido plenamente se houver por parte desses profissionais a conscientização de que é imprescindível não só organizar uma escola inclusiva, mas também viabilizar essa a concepção desta, pois essa ainda é uma realidade em construção. Nesse sentido, caberá a gestão providenciar junto aos órgãos responsáveis recursos materiais e os profissionais capacitados que levem adiante o processo de aprendizagem dos alunos com deficiência e dificuldade de aprendizagem. Certamente no que se refere a profissionais capacitados, quando se trata do corpo docente é também função da gestão buscar novas metodologias diferenciadas no processo de ensino-aprendizagem que favoreça a inclusão de todas as crianças. A gestão caberá contribuir de maneira determinante na regularização do acesso a educação especial. A inclusão dos estudantes da educação especial é um direito assegurado na LDB nº 9394/96 A realidade das escolas brasileiras nem sempre facilitará esse processo, pois é notória a falta de estrutura física, material, pedagógica e até de qualificação profissional que tenderão a desmotivar os gestores a desenvolver uma escola onde os processos favoreçam não somente os alunos que tem desenvolvimento satisfatório, mas também aqueles que por diversos motivos devem ter adaptadas a sua realidade a metodologia de trabalho pedagógico. A concepção de dificuldade de aprendizagem que observamos, tanto nos autores estudados, como nas respostas dos gestores que responderam aos questionários, indicam que essa temática deve ser debatida com mais profundidade. Isso se deve a necessidade de compreender melhor que existem diferenças entre as crianças, tanto coletivamente, como de maneira individual, levando em consideração as especificidades de cada um e as diferentes realidades que podem ser vivenciadas dentro da escola. 32 Assim sendo, entendemos ser necessário que haja cada vez mais pesquisa por parte dos gestores e do corpo docente, visando compreender melhor a influencia nos processos de ensino-aprendizagem de fatores de dentro e fora da escola e como podem ser superados, caso sejam entraves para o aprendizado e socialização dos alunos. A partir do questionário aplicado em três escolasdo município de Sorocaba- SP, podemos também ter uma referencia da realidade do papel da gestão frente às temáticas trabalhadas. Analisando as respostas dos questionários, observamos que apesar de algumas divergências, aos gestores dessas escolas compartilham de realidades e pensamentos semelhantes em muitos pontos. As escolas apresentam uma realidade de precariedade em relação a materiais pedagógicos, estrutura física dos prédios escolares que não tem adaptação adequada para crianças com deficiência. Nessas respostas foram apontadas também a falta de capacitação do corpo docente e outros profissionais que trabalham no ambiente escolar. A falta de capacitação é um ponto que desafia a gestão das escolas, pois o trabalho frente a educação especial e dificuldade de aprendizagem nem sempre é alvo de estudos mais profundos na formação docente. A formação deficiente e a falta de formação continuada são de fato, obstáculos para que se tenha uma prática docente que se transforme de acordo com as reais necessidades das crianças. Apesar dessa realidade, o professor deve estar sempre refletindo sobre sua prática, para que a partir da produção da criança, sua prática possa ser guiada para que novas possibilidades possam ser trazidas para a sala de aula. Apesar de todas as dificuldades, os gestores tem mostrado disposição em transformar a realidade escolar, de modo que todos os alunos, independente de deficiências ou dificuldades possam ser contemplados, participando cada vez mais plenamente do processo de ensino-aprendizagem. Nas respostas obtidas, observamos que os gestores consideram sua escola inclusiva, apesar de tudo, e que sempre recorrem as instancias superiores, no caso o poder público para resolverem questões que estão acima da capacidade da escola naquele momento. Em nossa pesquisa percebemos que muitos professores não se acham 33 preparados para atender alunos que fogem da imagem do “aluno comum”. Todavia a partir dessa pesquisa percebemos que muitas escolas estão comprometidas a buscar mudar essa realidade e incluir de fato todos os alunos nesse processo, pois não é um favor que se faz a essas crianças, e sim assegurar o seu direito a educação. No decorrer da pesquisa, o grupo entendeu que o tema pesquisado foi oportuno, pois é uma área de grande desafio dentro da educação. Assim como nas escolas pesquisadas, podemos nós também trabalhar com esses alunos futuramente, sendo então importante conhecer um pouco mais da realidade dos profissionais da educação frente ao desafio de trabalhar com diferentes tipos de alunos. Em um primeiro momento pensamos que seria difícil o desenvolvimento da pesquisa, pois as primeiras escolas em que fizemos contato não deram respostas positivas, o que veio acontecer depois de várias tentativas, oque nos fez sentir um pouco de apreensão. Quando encontramos as respostas positivas por parte da gestão das escolas que aceitou nosso ingresso, não tivemos mais dificuldades, pois tivemos ótima recepção nessas instituições. Conhecemos gestoras e professoras que foram muito solícitas em nos ajudar a entender oque se passava na sala de aula e como era a linha de trabalho delas, mostrando o planejamento e a execução deste. Ao término da pesquisa ficou o entendimento que esse tema precisa ser mais aprofundado para que estejamos sempre a disposição de todos os alunos independente de qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem ou deficiência, para que a aprendizagem possa se dar de maneira plena. Entendemos que no decorrer do trabalho docente teremos a oportunidade de conviver com esses alunos e na prática aplicar os conhecimentos adquiridos com essa pesquisa e desenvolve-los cada vez mais. 34 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AMIRALIAN M. L. T.; GHIRARDI, M. G,;LICHTIG, I.; MASINI, E. F. S. PASQUALIN, L.; PINTO, E. B . Conceituando deficiência . Revista Saúde Pública, 34 (1): 97- 103, 2000 BOCCIA, M. B; D. , M. R. ; L. S. C. (orgs.) Gestão Escolar em Destaque (Pedagogia de A a Z; vol.5). Jundiaí, Paco Editorial: 2013. 208 p. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 19/04/2017 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política nacional de educação especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 19/04/2017 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Fundamental. Secretaria de Educação Especial. Parâmetros curriculares nacionais. Adaptações curriculares. Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. 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IX Anais da ANPED SUL, Caxias do Sul, 2012. 37 APÊNDICE Questionário utilizado para coleta de dados da pesquisa 1) Para conhecermos melhor esta instituição de ensino, pedimos que assinale e preencha os campos abaixo: (a) Qual etapa esta instituição atende? ( ) Ed. Infantil ( ) Ensino Fundamental I ( )Ensino Fundamental II ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Técnico ( ) EJA (b) Quantos alunos estão regularmente matriculados? ______________________________________________________________________. (c) Atende alunos deficientes? Se sim, quantos? ( ) Sim, ____________________. ( ) Não. (d) Esta instituição conta com os colaboradores denominados “cuidadores” ou outro profissional que auxilie no cuidado das crianças deficientes? Se sim, qual? ( ) Sim, ____________________. ( ) Não. 2) Qual cargo você ocupa nesta instituição? ( ) Direção ( )Vice-Direção ( ) Orientação Pedagógica ( ) Coordenação Pedagógica ( ) Outro, _____________________. 3) Você considera sua escola realmente inclusiva? Por quê? 4) Descreva algumas ações, que considere importante, por parte da gestão escolar para assegurar a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais. 38 5) Como a gestão da escola se estrutura, a partir do momento que recebe um aluno com necessidades educacionais especiais? ( ) Oferece formação específica aos profissionais. ( ) Busca contratar profissionais especializados. ( ) Procura atender a necessidade da criança com a estrutura que já possui. ( ) Direciona os pais a procurar uma instituição especializada. 6)Qual o significado de uma Escola Inclusiva para você? 7) As Dificuldades de Aprendizagem são todas e quaisquer variáveis que bloqueiam ou dificultam o processo natural de aprendizagem. Geralmente, as dificuldades de aprendizagem estão ligadas a problemas como: ( ) Comunicação ( ) Atenção ( ) Memória ( ) Raciocínio ( ) Coordenação ( ) Adaptação ( ) Problemas Emocionais ( ) Vínculos Familiares ( ) Funções cognitivas ( ) Outros, _________________________________________________________. 8) Concomitantemente às discussões de Dificuldades de Aprendizagem, surgem inquietações sobre o Fracasso Escolar, uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Suas possíveis causas são: ( ) influências familiares ( ) condições precárias para a realização do trabalho pedagógico ( ) intervenção pedagógica inapropriada ( ) relação família-escola danificada ( ) condições físicas e psicológicas das crianças ( ) ausência do acompanhamento da gestão escolar no trabalho pedagógico ( ) insipiência governamental ( ) Outros, __________________________________________________________. 39 9) O orientador pedagógico auxilia o professor em sua prática pedagógica em busca de superar os problemas de dificuldade de aprendizagem que resultam no fracasso escolar. É importante que a gestão da escola: ( ) auxilie no reforço da relação família - aluno - escola ( ) garanta que a permanência do aluno na escola seja prazerosa, de modo a diminuir a desmotivação ( ) aproxime o brincar do aprender ( ) oriente os professores em situações particulares dos alunos ( ) crie estratégias de recuperação destes alunos ( ) acompanhe e assista ao processo ensino-aprendizagem ( ) crie estratégias avaliativas ( ) outros, ________________________________________________________. 10) Em seu contexto de trabalho e na função em que ocupa, como você lida com os casos de Dificuldades de aprendizagem?