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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURÚ, ESTADO DE SÃO PAULO
Autos nº
VIAÇAO METEORO LTDA., pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ/MF sob o nº, endereço eletrônico, com sede na Rua, nº, bairro, Cidade/UF, CEP, por seu advogado e bastante procurador, “in fine” assinado (Instrumento de Procuração com poderes especiais em anexo – doc.), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 335 e 343 ambos do CPC apresentar 
CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO
em face da inicial e documentos acostados às fls..., proposta por CAIPIRA HORTALIÇAS ME AUTORA DA INICIAL..., já devidamente qualificada, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidos:
I – DOS FATOS
Excelência, a autora ajuizou a presente ação indenizatória, alegando em suma, que no dia 11/02/2017, o veículo da empresa ré teria causado um acidente de trânsito e em consequência teria causado prejuízos no veículo a ela pertencente.
A Empresa Viação Meteoro Ltda. recebeu a citação da ação de indenização ajuizada perante a Vara Cível de Bauru/SP pela empresa Caipira Hortaliças Ltda.-ME. Constava no mandado advertência para comparecimento à audiência de conciliação designada para o dia 15/02/2018. A ação tinha como valor da causa a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais), e aduzia, que no dia 11/02/2017, o representante legal da autora conduzia um veículo Pick-up Ford Ranger, Placa GGG1123, pela Rodovia BR 345, em seu km 447, quando perdeu o controle na pista. A autora afirma que, naquele dia, a pista estava coberta por uma camada de óleo, chovia bastante e havia uma forte neblina. Em razão desses fatores, o seu veículo derrapou e permaneceu parado na pista. Alega assim a parte autora, que mesmo perdendo o controle do veículo, permaneceu assim com a sua mão direcional, sem adentrar-se a pista contrária. 
 Alega ainda que, enquanto o preposto da autora tentava mover o seu veículo para o acostamento, surpreendeu-se com a invasão do veículo ônibus placa GPW-1336, de propriedade da ré, Viação Meteoro, Ltda., que trafegava na mão contrária. Afirma que o preposto da ré teria perdido o controle do veículo, invadido a contramão direcional e colidido com o Veículo da Autora. Com o choque, o veículo da autora foi projetado a cerca de 10 (dez) metros da pista vindo a colidir em um barranco. 
 				Segundo relatos do motorista da empresa Viação Meteoro Ltda., ele vinha trafegando normalmente pela via, quando, de repente, se surpreendeu com o veículo Pick Up Ford Ranger. O referido veículo perdeu o controle na curva, e vinha em sua direção totalmente fora de controle. Em razão da manobra efetuada, o motorista optou por fazer uma manobra brusca, virando o veículo para a esquerda, como forma de se desvencilhar de uma colisão. No entanto, não houve tempo hábil, pelo que o ônibus colidiu com o veículo, que foi arremessado para o canteiro central da pista. O motorista cita ainda que duas testemunhas que estavam nos primeiros lugares do ônibus tiveram também essa impressão.
	O motorista relata também que, durante os trabalhos dos policiais e dos peritos, estes foram inconclusivos em relação ao causador do acidente. Um dos policiais afirmou que a culpa seria do ônibus, o outro entendia que, pelas posições dos veículos, poderia se inferir que a causa preponderante do acidente teria sido o deslocamento da Pick Up em direção à via por onde trafegava o ônibus.
 	O conteúdo do referido relatório indicava que, como a perícia policial foi inconclusiva, por não poder colher as marcas de frenagem dos veículos envolvidos no acidente, não havia como se afirmar a versão relatada na inicial do processo. O relatório, através da posição dos veículos e de relatos de passageiros, indica uma outra versão para o acidente.
 Portanto, essa não é a verdade dos fatos, conforme restará demonstrado nesta defesa, bem como durante a instrução do presente feito.
II – DAS PRELIMINARES
DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
Anteposto, oportuno salientar que o autor ao ajuizar sua ação atribuiu valor incorreto a causa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais,) tendo com irrelevante.
Assim, analisando seu pleito e o valor dado a causa, verifica-se que o mesmo não o fez com observância ao art. 292 do NCPC, que assim dispõe:
“Art. 292.  O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.
§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.”
Logo, em uma sucinta leitura do artigo 292, do Código de Processo Civil, conclui-se que, o valor da causa deveria ser o valor total dos prejuízos perseguidos na ação, o que não fez o autor haja vista a divergência apontada.
Por tais razões, a ré apresenta a presente preliminar, requerendo que esse r. juízo à acolha e por derradeiro, determine a intimação do autor para que este efetue a correção do valor dado a causa e consequentemente efetue a complementação das custas processuais, nos termos do art. 293 do NCPC, sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito.
(B) DO DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO (337, IX);
Excelência, de igual forma, oportuno destacar que o autor ao ajuizar a presente ação, não trouxe aos autos os documentos indispensáveis à propositura da ação, conforme determina o art. 320 do NCPC, vez que deixou de anexar o instrumento de procuração, bem como xerocópia dos atos constitutivos da empresa, que comprovasse tal ato.
Ademais, importante ainda registrar, que o mesmo não o fez com observância aos arts. 287 e 75, VIII, ambos do NCPC, que assim dispõe:
“Art. 287.  A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico.
Parágrafo único.  Dispensa-se a juntada da procuração:
I - no caso previsto no art. 104;
II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;
III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou em lei.”
Art. 75.  Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
Ou seja, na simples leitura dos artigos supracitados, conclui-se que falta ao autor requisitos válidos para o prosseguimento, portanto, a ré apresenta a presente preliminar, requerendo que esse r. juízo à acolha e por derradeiro, determine a intimação do autor para que este efetue a regularização de sua representação, sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito.
III – DO DIREITO
A) DA DENUNCIAÇÃODA LIDE A SEGURADORA – ART. 125, II DO NCPC
Primeiramente, oportuno destacar que a ré, conforme se verifica na apólice de seguro em anexo (doc. nº...) possui cobertura de seguro contra terceiro. Assim, analisando citada apólice, a ré está coberta pela seguradora. Trafegar S/A, até o valor de R$.... a títulos de danos materiais.
Desta forma, de acordo com o artigo 125, II, do NCPC, a ré requer que esse r. juízo acolha o pedido ora requerido e determine a citação da Seguradora Trafegar S/A, para que venha a integrar a presente lide diante da cobertura securitária ora comprovada.
“Art. 125.  É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.”
		Nesse sentido o autor, Elpídio Donizetti, aduz que: “a denunciação da lide em “uma ação regressiva, in simultaneus processus, proponível tanto pelo autor como pelo réu, sendo citada como denunciada aquela pessoa contra quem o denunciante terá uma pretensão indenizatória, pretensão de reembolso, caso ele, denunciante, vier a sucumbir na ação principal.”
				Sobre esse assunto o STJ na súmula 537, aduz que: “em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice.”
Por tais razões, requer seja acolhido por esse r. juízo a denunciação da lide e por derradeiro determine a citação da seguradora denunciada no endereço situado na Rua..., nº..., bairro..., cidade..., estado..., cep..., para querendo, apresente resposta no prazo legal.
 Outrossim, protesta pela juntada posterior das custas envolvendo a citação da denunciada.
DA EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE DA RÉ - CULPA EXCLUSIVA DA AUTORA
É nítido que o devido acidente só veio à acontecer por culta exclusiva da parte autora, já que a mesma vinha trafegando sem a devida observância na condução do seu veículo, exigidos pelo CTB em seus artigos 28 e 29, II em situações climáticas desfavoráveis. Não tem completamente o domínio de seu veículo.
“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
    Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
 II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;”
No entanto, excelência, caso a tese acima não seja acolhida por esse r. juízo, o que não se espera, em respeito ao princípio da eventualidade, a ré requer seja acolhido a tese de culpa concorrente, como a mesma, ficou parada na pista sendo uma rodovia onde o próprio CTB em seu Art. 182, V, puni esse tipo de atitude.
 “Art. 182. Parar o veículo:
  V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das demais vias dotadas de acostamento:
  Infração - grave;
 Penalidade - multa;”
 Sendo também observado, que a autora ao mover seu veículo para o acostamento não tomou as devidas precauções, sendo de sinalizar com pisca alerta, alertando quem vinhetes a sua frente. 
  
 “Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser providenciada a imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.”
Ao prevalecer então a versão da autora a culpa no mínimo seria concorrente e não exclusivamente do condutor do ônibus, já que o autor concorreu culposamente para o evento do dano, devendo ser responsabilizado pelos seus atos, como costa no Art. 945 CC;
“Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.”
DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INDENIZATÓRIO NOS DANOS MATERIAIS DO CONSERTO DO VEÍCULO DO AUTOR
			O Autor alega que tenha sofrido danos materiais na ordem de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), em razão de ter sofrido perda total do veículo, ocorre que tais alegações não foram comprovadas. Os documentos acostados à inicial foram elaborados unilateralmente e não possuem firma reconhecida, motivo pelo qual não possuem força probatória e não devem ser utilizados como elementos ensejadores de indenização.
Sendo assim, pela análise do conjunto probatório dos autos não se infere a culpa imputada ao demandado, mas sim ao próprio autor. O nexo de causalidade consiste na relação de causa e efeito entre a conduta praticada pelo agente e o dano suportado pela vítima. Vislumbrou-se no caso em tela uma causa de rompimento do nexo causal, qual seja: a culpa da vítima.
Quanto aos danos materiais pleiteados, consistentes no arbitramento de indenização por dano material, também seguem a mesma sorte da análise supra dos requisitos da responsabilidade civil.
 Impugna-se, portanto, o valor declarado a título de danos materiais, para que o Autor comprove, efetivamente, qual o verdadeiro valor do dano sofrido.
DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INDENIZATÓRIO NOS DANOS EMERGENTES DO AUTOR;
Quando se fala em reparação de danos é necessário que haja um ato ilícito a ser reputado ao agente causador deste, para que então se desencadeie a obrigação de indenizar por tais danos.
A explicação do que é ato ilícito pode ser encontrada no Código Civil em seu artigo 186, senão vejamos:
“Art. 186. Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Na responsabilidade civil, o centro de exame é o ato ilícito. O dever de indenizar vai repousar justamente no exame da transgressão ao dever de conduta que constitui o ato ilícito.
Com isso, constata-se que não houve qualquer prática de ato por parte do requerido que pudesse caracterizar como ato ilícito.
A conduta do agente para acarretar responsabilidade civil deve comprovadamente causar danos ou prejuízo a vítima. Sem o dano não há que se falar em responsabilidade civil, pois sem ele não há o que reparar.
				Assim aduz o Professor Álvaro Villaça Azevedo que: “A palavra dano tem extensão ilimitada de sentido, representando o resultado de qualquer espécie de lesão (moral, religiosa, econômica, política etc); entretanto, no prisma jurídico, o dano circunscreve-se a detrimência econômica ou moral". Toda vez que alguém sofrer uma diminuição no seu patrimônio estará experimentando um prejuízo material, sofrendo um dano, que, para existir, juridicamente, no Direito brasileiro, deve representar uma redução no acerco dos bens materiais.”
				Ademais, verifica-se que o autor reivindica pedidos de recebimento de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) em virtude dos prejuízos sofrido, sendo improcedente o valor em virtude de que, o mesmo concorreu para o ocorrido, Art.945 CC;
“Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.”
Sendo revisto esse valor por ter culpa concorrente do recorrido segundo Art. 944, Parágrafo único, CC;
“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.”
DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES DO AUTOR;
			Não á o que se fala em lucros cessantes em face do autor, por não ficar nítido as provas sobre os prejuízos sofrido, logo que o mesmo não juntou notas fiscais de períodos anteriores, balançodo ano anterior para comprovar que sua empresa na mesma época do acidente auferia os valores que requer em juízo. Dessa forma, não sendo possível mensurar os lucros que possivelmente sua empresa produziria.
Em relação a eventual culpa concorrente do autor, venho a vossa excelência, destacar que segundo os artigos supracitado nos deixa claro, que havendo culpa concorrente o valor deve ser revisto, levado em conta a gravidade de sua culpa como causador do fato gerador do dano.
DA RECONVENÇÃO 
Excelência, de acordo com o todo acima exposto e que dos autos constam, verifica-se que a culpa do acidente em comento deve ser atribuída exclusivamente a autora, ora reconvinda, posto que foi esta a causadora do acidente envolvendo o objeto da presente lide, vez que esta invadiu a contramão na estrada, vindo a colidir frontalmente com o veículo da reconvinte...
Assim, diante da verdade dos fatos, bem como ao conjunto probatório, comprovados e demonstrados nesta peça apresentada, além dos que serão comprovados durante a instrução deste feito, verifica-se que a mesma ao conduzir seu veículo infringiu os artigos ..., todos do CTB, conforme já descritos nesta petição.
Nesse contexto, deverá esta arcar com os prejuízos suportados pela empresa reconvinte, nos termos dos artigos..., todos do CC.
Em decorrência do acidente em comento, a empresa reconvinte amargou no prejuízo no importe total de R$..., tudo conforme documentos que instruem esta petição, tais como, mas não exclusivamente, fotos, orçamentos, etc.
O direito da reconvinte efetuar citado pleito, encontra-se previsto no artigo 343, do NCPC, que assim dispõe:
“Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.”
				Nesse sentindo, o autor, Daniel Amorim Assumpção Neves, aduz o seguinte conceito para reconvenção: “a reconvenção não se confunde com nenhuma das outras duas espécies de resposta previstas no art. 297, CPC, sendo compreendida como o exercício do direito de ação do réu dentro do processo em que primitivamente o autor originário tenha exercido seu direito de ação. Afirma-se em doutrina que na reconvenção o réu se afasta da posição passiva, própria da contestação, para assumir uma posição ativa, pleiteando um bem da vida em pedido dirigido contra o autor da ação originária.”
Comentando tal entendimento o desembargador Alexandre Freitas Câmara, em seu estudo didático aduz que: “a reconvenção não é uma modalidade de defesa, mas sim um verdadeiro contra-ataque. Trata-se, em verdade, de uma demanda autônoma oferecida pelo réu em face do autor. Pode-se assim definir a reconvenção como a ação proposta pelo réu em face do autor, aproveitando-se do mesmo processo. Sendo a reconvenção uma demanda autônoma, o réu é de ser tratado, aqui, como demandante (réu-reconvinte), e o autor como demandado (autor-reconvindo)". 
Conforme amplamente demonstrado nos tópicos da contestação, é evidente que a Requerida não foi responsável e não pode ser responsabilizado pelo acidente automobilístico sofrido pelo Requerente.
Numa análise detalhada e conversando com testemunhas do acidente, a Requerida verificou que, além de não ter sido responsável pelo acidente, foi o Requerente que deu causa a ele. Ora, num dia chuvoso, com neblina, como pode ser verificado nos autos que o próprio Autor juntou à petição inicial, tem-se que o Requerente agiu com imprudência.
Portanto, deverá a reconvinda ser condenada ao pagamento dos danos materiais suportados pela reconvinte, no valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), vez que conforme comprovado, é a responsável.
DA CONCLUSÃO 
Ante ao exposto e tudo que dos autos constam, requer a empresa ré, que se digne-se Vossa Excelência:
a) que sejam acolhidas as preliminares arguidas, acolhendo a procedência destas, quanto a Impugnação ao Valor da Causa e do pedido quanto a irregularidade da representação processual da parte autora e, por derradeiro determine a intimação desta para as devidas regularizações, bem como para a complementação das custas processuais, tudo sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito;
b) que seja acolhido o pedido de denunciação da lide a seguradora. Trafegar S/A, conforme item III, item “a”, com a consequente citação desta, no endereço situado na Rua..., nº..., bairro..., cidade..., estado..., cep..., para querendo, apresente resposta no prazo legal;
c) E no mérito, requer a improcedência dos pedidos iniciais nos termos propostos pela autora e por consequência, a condenação desta no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no patamar de 20% (vinte por cento) sobre o valor dado a causa, nos termos do artigo, do NCPC ou;
c.1) caso este não seja o pedido esposado por esse r. juízo, o que não se espera, mas o faz em respeito ao princípio da eventualidade, requer como pedido subsidiário, seja acolhido a tese de culpa corrente, procedendo na compensação dos valores despedidos por ambas as partes;
Outrossim, no tocante a reconvenção, requer a empresa ré, ora reconvinte, que se digne-se Vossa Excelência:
d) A procedência dos pedidos da reconvenção, para condenar a autora, ora reconvinda, no pagamento de indenização por danos materiais no importante de R$ 22.000,00(vinte e dois mil reais), acrescido do pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no patamar de 20% (vinte por cento) sobre o valor dado a causa, nos termos do artigo, do NCPC.
e) ao acolhimento da juntada dos documentos em anexo.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal da empresa autora, sob pena de confissão e revelia, oitiva de testemunhas a ser eventualmente arroladas, juntada de novos documentos, perícias, expedições de ofícios e as demais que se fizerem necessárias ao deslinde da demanda, sem exclusão de nenhuma.
Finalmente, em relação à presente reconvenção, ora pleiteada, nos termos do art. 292, do NCPC, dá-se à causa o valor de R$22.000,00(vinte e dois mil reais), para fins de alçada.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data
Nome do Advogado
OAB/UF nº

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