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INCENTIVO A LEITURA A PARTIR DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NO ESPAÇO DA BIBLIOTECA.

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INCENTIVO A LEITURA A PARTIR DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NO ESPAÇO DA BIBLIOTECA.
NOME ALUNO
EMAIL ALUNO
Elenice Israel da Silva 
elenice.silva@uniube.br
RESUMO
O presente trabalho visa abordar o estudo sobre o uso das histórias em quadrinhos no âmbito escolar, e principalmente no espaço da biblioteca. É fomentar o seu uso como recurso didático nas salas de aula. Os objetivos são: mostrar aos alunos temas do nosso cotidiano que são abordados nas histórias em quadrinhos; explorar os temas transversais que elas proporcionam para o desenvolvimento de atividades didáticas e; abordar também a sua origem, principalmente no Brasil e suas contribuições para a sala de aula. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico a respeito do assunto abordado. O resultado foi de reflexão. Como é importante o trabalho com esse recurso e, a satisfação de levar os alunos à explorarem sua imaginação nesse universo que nos instiga cada vez mais, e o compromisso do professor em ter domínio para se trabalhar com o conteúdo, auxiliando significantemente na aprendizagem dos alunos.
Palavra- chave: Âmbito escolar. Temas transversais. Recurso didático. Atividades didáticas.
ENCOURAGING READING FROM COMIC BOOKS IN LIBRARY SPACE.
ABSTRACT
The present work aims to address the study of the use of comic books in the school field, and especially in the space of the library. It is fostering its use as a didactic resource in the classrooms. The goals are: to show students the subjects of our everyday life that are addressed in comic books; Explore the transversal themes that they provide for the development of didactic activities and; Also addressing its origins, mainly in Brazil and its contributions to the classroom. The methodology used was the bibliographical survey concerning the subject addressed. The result was reflection. How important is the work with this resource and the satisfaction of taking students to exploit their imagination in this universe that instigates us increasingly, and the teacher's commitment to having dominion to work with content, helping significantly in learning the Students.
Keyword: School scope. Transversal themes. Didactic resource. Didactic activities.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que, uma aprendizagem só é significativa, quando a mesma corresponde ás reais necessidades e interesses dos alunos e busca resposta para os problemas da realidade social e, quando o aluno é capaz de estabelecer relações entre o que se conhece com o que se aprende. Tal aprendizagem, só será possível quando o professor lançar mão do saber sistematizado historicamente, passando a ser um mediador da aprendizagem do aluno. 
Percebe-se que a leitura e a escrita são instrumentos básicos para o ingresso e a participação na sociedade letrada do qual fazemos parte. São ferramentas para que o homem possa compreender e realizar sua comunicação na sociedade e a chave para apropriação dos saberes já conquistados pela humanidade.
Baseando em estudos de diversos pesquisadores, verifica-se que a leitura não se dá somente durante o ato de ler à escrita, mas durante a interação com o educador, ao propor atividades que criem condições para que a criança em formação retorne ao texto e nessa retomada ela possa compreendê-lo.
O presente trabalho ressalta que a biblioteca é um espaço estruturado que incentiva a leitura e auxilia na formação de leitores, aproximando a escola ao cotidiano dos alunos e o trabalho com temas transversais. 
Buscou-se através de um levantamento bibliográfico responder a seguinte problematização: Em que medida as histórias em quadrinhos, no espaço da biblioteca, contribuem para a formação do aluno leitor? A pesquisa teve como objetivo investigar as histórias em quadrinhos como recurso motivacional ao incentivo à leitura no espaço da biblioteca, mostrando também que o professor pode diversificar suas aulas buscando desenvolver seu trabalho em outros espaços da escola, tornando o ensino mais prazeroso.
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
 A origem das histórias em quadrinhos
A primeira história em quadrinhos foi criada pelo artista americano Richard Outcault, em 1895, chamada The Yellow Kid. Na época fez tanto sucesso que acabou sendo disputada pelos jornais americanos. Mas esse modelo não surgiu por acaso, pois as histórias em quadrinhos mais antigas surgiram nos primórdios, onde os homens das cavernas comunicavam-se por meio das pinturas, contando através de desenhos a saga diária na luta pela sobrevivência. 
The Yellow Kid, do artista americano Richard Outcault, inaugurou a publicação dos quadrinhos em jornais¹
No Brasil as Histórias em quadrinhos, eram apenas reprodução e tradução dos originais estrangeiros, principalmente norte-americanos. O primeiro gibi de expressão foi O Tico-tico, concebido pelo desenhista Renato de Castro, no Rio de Janeiro, em 1905. Acredita-se que foi o início dos quadrinhos infantis, pois trazia em seu bojo contos, curiosidades, poesia, datas históricas e textos informativos.
Já o grande passo nos quadrinhos brasileiros foi dado somente em 14 de março de 1934, com o lançamento do Suplemento Juvenil, publicação idealizada pelo verdadeiro introdutor dos quadrinhos no Brasil, Adolfo Aizen, que trouxe de modo pioneiro dos EUA os direitos das publicações das grandes histórias da época como: Flash Gordon, Jim das Selvas, Tarzan, Mandrake, Dicky Tracy, Príncipe Valente, Terry e os Piratas.
O termo “história em quadrinhos” só foi utilizado a partir do início do século XX, quando foram inseridos balões nos desenhos com as falas dos personagens. A partir daí, as HQs se tornaram fenômeno em todo o mundo, consolidando o seu consumo entre crianças e jovens, principalmente, com o surgimento dos super-heróis, sobretudo o Superman em 1938. 
Logo a seguir o Jornal O Globo dentro do seu complexo editorial, também no Rio de Janeiro, lançou o Globo Juvenil e a revista Gibi, nome que passaria a significar qualquer revista em quadrinho. 
O parque gráfico dos quadrinhos é um desdobramento dessa época pioneira. A editora Brasil-América de Adolfo Aizen, no Rio de Janeiro, é uma das maiores do mundo especializada em quadrinhos e edita Batman, Superman, Zorro-internacionais e algumas nacionais como Judoka, toda feita no Brasil. Boa parte de sua produção é dedicada a Mandrake, Recruta Zero, Fantasma (Best-seller no Brasil) apesar de não publicar somente histórias em quadrinhos, importante saber que a Editora Abril publica Walt Disney e Maurício de Souza, autor da Mônica (hoje tem seus trabalhos publicados pela Editora Globo). 
Mauricio de Souza, criador da Turma da Mônica é o único desenhista brasileiro de quadrinhos, que vive exclusivamente da renda dos mesmos. Os demais desenhistas trabalham em desenho publicitário ou como ilustradores, professores, etc. 
Capa da primeira revista com o título antigo publicada pela Editora Abril, 1970
Na década de 80, os quadrinhos atingem cada vez mais o público adulto. As edições são mais luxuosas e as histórias, mais violentas. Os autores japoneses se tornam mais conhecidos no mercado ocidental.
Ao lado dos EUA, o Japão é um dos maiores produtores e consumidores de HQs. Os mangás atingem todas as idades inigualável multiplicidade de gêneros. Ryoichi Ikegami e Sho Fumimura são alguns dos desenhistas, mais bem pagos do mundo.
Percebe-se que as HQs se propagaram pelo mundo inteiro, com uma enorme variedade e de gêneros para atender os leitores. Mas, em determinada época, foram rejeitadas por professores e pais, por não serem consideradas recursos facilitadores da aprendizagem, ou pelo fato de muitos desconhecerem seus recursos. É um material que faz parte do cotidiano de crianças e jovens, com o intuito de despertar a criatividade, sociabilidade, senso crítico e imaginação aguçada e criadora, com sua linguagem simples, colorida.
Nota-se que a linguagem dos HQs teve sua propagação através de jornais, como entretenimento de baixocusto, mas com produções de super-heróis, ganhou destaque internacionalmente, tornando-se mais popular entre seus leitores.
Mendonça (2007) afirma que com o passar do tempo as História em Quadrinhos foram alcançando sucesso com publicações especializadas chamadas de gibis, embora atualmente, ainda são publicadas em jornais, mas encontram-se variedades de HQs: transformaram-se em desenho animado na mídia televisiva e anda como informativo de empresas públicas e privadas. 
Os quadrinhos têm diferentes definições de acordo com a sua origem. Em Portugal são conhecidos como histórias aos quadrinhos; nos Estados Unidos como comics; na França recebe o nome de bandes dessinées: na Itália, fumetti: na Espanha, tebeos; na Argentina conhece-se por historietas; em Cuba por munequitas e no Japão como mangas. No Brasil são chamados também de Historia em Quadrinhos (HQs). 	A história em quadrinhos busca a interação ativa com o leitor, fazendo-o se envolver emocional e concretamente.
Características das HQs
 As histórias em quadrinhos são repletas de vozes. Aqui essas vozes se apresentam de maneira consistente e que se efetivam no dia a dia de seu leitor através de um discurso dialógico que possibilita tanto o desenvolvimento da narrativa quanto da imaginação do seu apreciador.
Ao analisar o gênero textual HQ, percebe-se que muitos aspectos podem ser trabalhados, conscientizando os educandos que não são textos apenas para passar tempo, mas muitos abordam os mais diversificados assuntos, como por exemplo, a Turma da Monica teve uma edição que explicava o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Mito da Caverna de Platão em HQ, filosofia para crianças. As tirinhas do Chico Bento são repletas de cuidados com o ambiente.
As HQs possuem um “entrecruzamento de linguagens diferentes”, mas acabam se complementando, coexistindo assim, a linguagem verbal e a linguagem não-verbal, que se desenvolvem a partir da criatividade dos autores e, com grande relevância, da atribuição de sentidos que é dada pelos leitores deste gênero textual.
Quadrinhos é uma narrativa, isto é, a maneira de narrar uma história, através de imagem, desenhos ou figuras impressos. É uma narrativa de tipo humorístico, ou seja, tem a função de provocar o riso nos leitores, seja através das falas ou desenhos.
	A história em quadrinhos tem características exclusivas, que a distingue de outros tipos de narrativa. O diálogo entre os personagens, seus pensamentos, e a própria narração aparecem sob a forma de legendas ou dentro de espaços delimitados, chamados de balões e são apresentados em quadrinhos subdivididos.
	Há diferentes tipos de histórias em quadrinhos, entre elas: a clássica, história de quadrinhos cômicos dos jornais e as histórias com predominação literárias, que envolve aventuras de guerra, histórias policiais, relatos românticos, ficção cientifica e outros.
Em relação às histórias em quadrinhos consta como conteúdo a ser observado, comparado e compreendido pelos alunos.
Elementos constituintes (personagens, sequência, temporal, tramam/enredo).
Disposição dos recursos gráfico-visuais.
Título e sua relação com a narrativa das histórias.
Balão com recurso gráfico (indicação da fala ou de pensamento da personagem).
Narrador (presença/ausência no texto).
Legenda, através do discurso indireto, como mais um recurso de narrativa.
Para melhor compreensão, pode-se definir as histórias em quadrinhos como enredos narrativos quadro a quadro, utilizando discursos diretos, por meio de textos e desenhos, característicos da língua falada , muito bem aceito como gênero textual. Tendo como elementos balão, requadro, onomatopeias, linhas cinéticas, metáfora visual e cores.
INCENTIVO A LEITURA A PARTIR DAS HQ NO ESPAÇO DA BIBLIOTECA
A história em quadrinhos vem ocupando espaço e interferindo cada vez mais no cotidiano das pessoas; por isso, sua leitura, além dos textos verbais apresentados nos livros, também deve ser trabalhada. Na proposta curricular de Português para a rede estadual, pode-se observar modificações neste sentido. Ela propõe a leitura e produção de vários textos desde os tradicionais até os jornalísticos, propagandísticos e utilitários instrucionais. 
Focando no tema da pesquisa, enfatizo que é preciso que a biblioteca tenha espaço e mobiliário adequados, acervo diversificado, além de horário de funcionamento flexível e profissional capacitado para a mediação de leitura. A biblioteca também deve ter uma área informal, um espaço lúdico, com tapetes, cortinas, fantoches, baús etc, a fim de que a criança se sinta mais à vontade. Em síntese, o autor lembra que é preciso que o profissional que atua na biblioteca seja dinâmico, empenhado em tornar a biblioteca um espaço mais acessível e agradável aos alunos. 
Vale ressaltar a importância dos profissionais da escola integrarem os bens culturais recebidos do governo às atividades da sala de aula e da biblioteca e, que orientem os alunos a ler as obras com diferentes níveis de dificuldade, refletindo sobre a qualidade textual, temática e gráfica das obras. 
As HQ merecem ser trabalhadas com a mesma seriedade com que se trabalha uma obra literária, onde é importante adequar o momento da leitura ao conteúdo e obra, relacionando-os aos conhecimentos e a realidade em que os educandos estão inseridos.
A introdução das histórias em quadrinhos (HQs) na educação aconteceu de forma bastante restrita, utilizadas inicialmente nos livros didáticos para ilustrar textos complexos. Com o tempo, foi sendo observada a boa aceitação entre os alunos e as pesquisas mostraram benefícios de sua utilização nas salas de aula como apoio pedagógico as diversas disciplinas (VERGUEIRO, 2010. p. 47).
Interpretar algo que se lê é fundamental para o entendimento e compreensão, pois, por meio da interpretação e do argumento é que os indivíduos chegam a uma conclusão mais elaborada e coerente sobre determinado assunto. O ensino reflexivo traz uma abordagem muito clara e objetiva à respeito do aprendizado de Língua Portuguesa e explicita o verdadeiro foco do processo de ensinar tendo como resultado a apreensão significativa das características dialógicas próprias da comunicação humana. Utilizar as HQ nas aulas incentiva o hábito da leitura de forma lúdica e prazerosa.
Mendonça (2007) colabora ao ressaltar que considera esse tipo de gênero textual muito negligenciado na escola. Por possuírem os elementos humor e entretenimento muito presentes em sua estrutura e a maneira de expressão verbal, as HQs foram “rebaixadas” aos adultos com “baixo grau de letramento” e “às crianças em fase de aquisição da linguagem”, os quais podem apropriar-se dos desenhos para dar sentido ao enunciado ou às suas interpretações. As HQs também aparecem nos livros didáticos em seções que objetivam muito mais a diversão do que o conteúdo em si. São exatamente esses elementos: humor e entretenimento. Sendo assim, utilizados em momentos, por exemplo que o aluno termina atividade e para não atrapalhar a turma ,o professor lhe oferece um gibi.
Esse gênero textual gera uma “rede de relações semânticas por meio da qual o mundo faz sentido”. O ponto de vista citado pelo autor é, além do modo de significação, o modo de olhar. Essa percepção que se dá através do modo de olhar possibilita que o leitor tenha diversas interpretações conforme as cenas da HQ, manipulando a leitura por meio de imagens, conteúdos e movimentos que são percebidos nos quadrinhos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa PCN enfatiza que um dos objetivos gerais do Ensino Fundamental é utilizar as diferentes linguagens : verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal ,como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação (1997, p, 8).
O estabelecimento de eixos organizadores dos conteúdos de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental parte do pressuposto que a línguase realiza no uso, nas práticas sociais, que os indivíduos se apropriam dos conteúdos, transformando-os em conhecimento próprio, por meio da ação sobre eles; que é importante que o indivíduo possa expandir sua capacidade de uso da língua e adquirir outras que não possui em situações linguisticamente significativas, situações de uso de fato (1997, p. 43).
Observa-se que no Ensino Fundamental o uso da linguagem oral e escrita objetiva abranger as funções comunicativas. Assim, de acordo com os PCNs (1997, p. 51) “o trabalho com linguagem oral deve acontecer no interior de atividades significativas”. Essas atividades oportunizam sentido e função objetiva, nas quais são observadas as entonações no momento da fala e dos gestos, o que proporciona maior sentido aos textos e aguça a imaginação do leitor. Nessa etapa da vida escolar, o uso de histórias em quadrinhos possibilita aos alunos não somente a diversão, mas uma ferramenta propulsora da aprendizagem.
Para que um leitor competente se forme, a decodificação precisa ser um pouco esquecida nesse momento para dar lugar à compreensão do texto através dos argumentos que o próprio gênero oferece dentro da leitura.
O professor de português ainda encontra dificuldade para conseguir formar leitores na escola. Essa prática de leitura parte do princípio de que essa atividade não decorre da imposição do mestre, mas da liberdade de escolher algo que além de trazer conhecimento e aprendizado, proporcione prazer ao leitor. 
A chave para a melhor leitura é conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, o que implica não só um repertório de textos com que estabelecer tal relação, repertório que só pode ser constituído pelo exercício daquela leitura primeira, mas também um conjunto de critérios que distinga os significativos dos demais textos. Tais critérios não são apenas construções espontâneas de cada leitor; são, principalmente, produtos do exercício da leitura reflexiva, aquela leitura transformada na escola numa atividade coletiva quase que exclusivamente pelo professor de português. Isto quer dizer que cada leitor produz, para o texto que lê, o sentido que pode, em função da quantidade e da qualidade de sua leitura, isto é, em função de tudo o que já leu e do trabalho que estiver disposto a dedicar ao estabelecimento das relações que ficou conhecendo como significativas de serem estabelecidas entre os textos lidos e o texto que lê. 
Ler em profundidade, ler reflexivamente, a ponto de deliberar se chegou a reconhecer o tipo de leitura que seu autor pretendia e de decidir ou entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista, portanto, só é dado a quem se qualifica como leitor, individualmente, dono da própria vontade.
As HQs possibilitam uma interação entre a linguagem escrita e a linguagem visual, se consolidando através dos tempos como um instrumento de difusão cultural e formação educacional para alunos de diferentes faixas etárias. Vergueiro (2004), explica que as determinações publicadas no que chamaram Código de Ética dos quadrinhos eram várias, entre as quais destaca-se a disseminação de assuntos educativos, valorização de pais e professores, entre outros. Aos poucos a comunidade escolar começa a entender a importância dessas obras na formação de leitores ativos, pois:
 
Os quadrinhos representam hoje, no mundo inteiro, um meio de comunicação de massa de grande penetração popular. Nos quatro cantos do planeta, as publicações do gênero circulam com uma enorme variedade de títulos e tiragens de milhares ou às vezes, até mesmo milhões de exemplares, avidamente adquiridos e consumidos por um público fiel, sempre ansioso por novidades (VERGUEIRO, 2004, p. 7).
 
Atualmente, devido à aproximação com o universo juvenil, as Histórias em Quadrinhos está sendo incorporada com mais intensidade nas escolas. Toda escola é beneficiada, pois terá o nível de desempenho em leitura de seus alunos elevados ao patamar de nível recomendável e ampliada o senso crítico através de temas relevantes de forma atrativa e prazerosa.
Embora a história em quadrinhos seja uma das narrativas mais presentes no cotidiano as crianças, não é tão utilizada no contexto escolar como texto literário. Na maioria das vezes é apresentada ao aluno apenas como uma forma de lazer e diversão. 	Buscando alcançar um melhor conhecimento sobre a história em quadrinhos, foi feito uma breve retrospectiva histórica para melhor compreender.
	Monteiro Lobato, Ziraldo e Mauricio de Sousa, usando linguagens diferentes, estimulam o imaginário de nossas crianças, resgatando histórias e lendas, colocando um novo sabor em nosso cotidiano.
	A literatura vem, de longa data, sendo trabalhada pela escola. Houve uma tentativa de aproximação da literatura com História em Quadrinhos quando surgiram as primeiras versões quadrinizadas dos clássicos da literatura, sem contar que as ilustrações dos livros, anteriormente, já procuravam dar um reforço visual aos textos.
	Dentro de um conceito mais amplo da literatura, as histórias em quadrinhos seriam as novas variantes incorporando a imagem literal como um elemento de sua estrutura.
	Para trabalhar a história em quadrinho em uma atividade (como colagem, pintura) cartazes, envolvendo diversas linguagens enriquece a experiência do aluno, pois oferece diversos campos de trabalho, tirando o aluno da situação rotineira.
Os balões são convenções gráficas, onde insere-se pensamento ou fala dos personagens, indicados dentro de um contorno-linha que os envolvem, podendo ter variação de acordo com o contexto da história.
O requadro segundo o autor, e amoldura que circunda os desenhos e textos de cada quadrinho, sendo em parte da linguagem não verbal dos quadrinhos, o requadro, limita o espaço onde passam as ações e colocam objetos. Sendo que seu formato pode ser circular, labirinto, ondulados entre outros, dependendo do espaço físico do autor que produz a história.
As onomatopeias de um forma dinâmica e que dão “vida” as HQs, de forma dinâmica, pois o ruídos , nos quadrinhos mais visual que sonoro, sendo muito expressivo. 
Já as linhas cinéticas, servem para indicar o movimento dos personagens, ou o trajeto dos objetos em plana ação, como veículos, balas que saem de revolveres, pedras atiradas entre outros. Na metáfora visual, os recursos utilizados para mostrar situações das histórias por meio de imagem são para demonstrar o pensamento em relação a ação .
As cores também são muito importantes para a linguagem das HQs, pois garante a parte das informações expressadas. Para exemplificar, citaremos o Incrível Hulk, que se caracteriza pela cor verde.
Outro elemento segundo o autor, é o tempo, que dá ideia de ação, sucessões de acontecimentos, tempo transcorrido.
Retomando as considerações de Santos, afirma-se que as HQs podem ser consideradas arte sequencial de desenhos, textos cores, imagens que transmitem um acontecimento ou história, que tem como objetivo:
a narração de fatos procurando reproduzir uma conversação natural, na qual os personagens interagem face a face, expressando-se por palavras e expressões faciais e corporais. Todo o conjunto do quadrinho é responsável pela transmissão do contexto enunciativo ao leitor. Assim como na literatura, o contexto é obtido por meio de descrições detalhadas através da palavra escrita. Nas HQs, esse contexto é fruto da dicotomia verbal / não verbal, na qual tanto os desenhos quanto as palavras são necessárias ao entendimento da história[...] (EGUTI, 2001, p. 45).
Baseado nas considerações do autor, pode-se dizer que a arte sequencial é geradora de vários temas que podem ser trabalhados em diferentes contextos sócio culturais, do mais popular, as camadas elitizadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizar essa produção, a mesma remete-nos a refletir sobreo papel da biblioteca no contexto da educação e da formação do leitor. Apesar da diversidade de perspectivas teóricas, os autores enfatizam a dinamização do espaçoda biblioteca, o investimento em acervo com qualidade literária e científica e a formação continuada de profissionais flexíveis que efetivamente sejam mediadores de leitura, a fim de que sejam construídas práticas educativas relevantes e prazerosas para os educandos e educadores.
No que tange ao recorte temático que foi escolhido as História em quadrinhos no espaço da biblioteca, pode-se afirmar que as HQs podem ser consideradas arte sequencial de desenhos, textos cores, imagens que transmitem um acontecimento ou história, que tem como objetivo a narração de fatos procurando reproduzir uma conversação natural, na qual os personagens interagem face a face, expressando-se por palavras e expressões faciais e corporais. Todo o conjunto do quadrinho é responsável pela transmissão do contexto enunciativo ao leitor. Assim como na literatura, o contexto é obtido por meio de descrições detalhadas através da palavra escrita.
Pode-se definir as historias em quadrinhos como enredos narrativos quadro a quadro, utilizando discursos diretos, por meio de textos e desenhos, característicos da língua falada , muito bem aceito como gênero textual. Tendo como elementos balão, requadro, onomatopeias, linhas cinéticas, metáfora visual e cores.
Quando se apresenta um texto ou um livro aos educandos, precisa-se ter metas e objetivos a serem alcançados, de forma clara. Não se pode ler por ler, sem contexto, sem interpretação e sem saber o “por que” desta leitura. É necessário criar estratégias para que as metas realmente sejam alcançadas, senão o objetivo da atividade se perde.
 Pensa-se que a grande falha no entendimento da leitura está na abordagem utilizada pelos educadores. Nos anos iniciais há uma grande preocupação dos docentes em fazer com que seus educandos aprendam a ler, ou melhor, decodificar o signo. 
	É de suma importância que o professor incentive seus alunos a tomarem gosto pela leitura, não de forma imposta ou como castigo. As intenções de fazer com que as crianças apreciem o momento de sentar e ouvir histórias necessita de um ambiente agradável que proporcione uma escuta atenta e mobilize a sua expectativa em relação ao que foi lido.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental – SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental. Brasília, 1997
EGUTI, Claricia Akemi. A Representatividade da oralidade nas Histórias em Quadrinhos. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. USP, 2001.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: Teoria e Prática, São Paulo: Pontes, 2007.
MENDONÇA, M. R.S. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: DIONÕSIO, A. P.; A. R. Machado e BEZERRA, M. A. Gêneros textuais & ensino. 5. ed. Rio de Janeiro: Lucena, 2007. 
RAMA, A.; VERGUEIRO, W.; BARBOSA, A.; RAMOS, P., VILELA, T.; Como usar as histórias em quadrinhos em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004. 
REZENDE, L. A. Leitura e Formação de Leitores: Vivências Teóricos Práticas. Londrina. Eduel, 2009. 
SOUZA, R.J. (org.). Biblioteca escolar e práticas educativas: o mediador em formação. Campinas: Mercado das Letras. 2009.
PEREZ, Luana C.A. História da História em Quadrinhos.
Disponível em: <www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/historia-historia-quadrinhos>. Acesso em: 30 agosto 2017.
WIKIPÉDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE. Turma da Mônica. Disponível em: <www.wikipedia.org/wiki/Turma_da_Mônica>. Acesso em: 02 setembro 2017.
PENTEADO, Maria Aparecida. Desvelando o universo das histórias em quadrinhos: uma proposta de ação. 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1167-4.pdf.> Acesso em: 23 agosto 2017.

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