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TEORIA ELETROMAGNÉTICA I Prof: Marcus Vinícius Oliveira Braga Ementa: • Análise vetorial. • Cálculo vetorial. • Eletrostática. (Lei de Coulomb e Intensidade de Campo Elétrico; Densidade de Fluxo Elétrico; Lei de Gauss e Divergência; Energia e Potencial; Condutores e Dielétricos; Capacitância; Campo Magnético Estacionário.) • Carga horária 60h Referencial Bibliográfico • Hayt Jr, William H. / Buck, John A. Eletromagnetismo - 8ª Ed. 2017 Amgh Editora • Sadiku,Matthew N. O. Elementos de Eletromagnetismo - 5ª Ed. 2012 Bookman CRONOGRAMA DE AULA 28/jul AULA 1 Análise Vetorial 04/ago AULA 2 Lei de Coulomb e Intensidade de Campo Elétrico 11/ago AULA 3 Lei de Coulomb e Intensidade de Campo Elétrico 18/ago AULA 4 Densidade de Fluxo Elétrico 25/ago AULA 5 Lei de Gauss 01/set AULA 6 Divergência 08/set AULA 7 REVISÃO P/ PROVA 15/set PROVA N1 22/set AULA 8 Energia e Potencial 29/set AULA 9 Energia e Potencial 06/out AULA 10 Condutores e Dielétricos 13/out AULA 11 Capacitância 20/out AULA 12 Capacitância 27/out AULA 13 Campo Magnético Estacionário 03/nov AULA 14 Campo Magnético Estacionário 17/nov AULA 15 Campo Magnético Estacionário 24/nov AULA 16 REVISÃO P/ PROVA 01/dez PROVA N2 08/dez ENTREGA DE NOTAS 15/dez REPOSITIVA Análise Vetorial • Grandeza Escalar: O termo escalar se refere a uma grandeza cujo valor pode ser representado por um único número real. Exemplo: massa, densidade pressão, volume, resistividade volumétrica e tensão elétrica. • Grandeza Vetorial: Uma grandeza vetorial possui intensidade, direção e sentido no espaço. Exemplo: força, velocidade, aceleração. Operações com Vetores • Adição de Vetores: i) Comutativa A+B=B+A ii) Associativa A+(B+C)=(A+B)+C • Subtração de Vetores: A-B=A+(-B) • Multiplicação por escalares: A multiplicação de um vetor por um escalar também obedece às propriedades associativa e distributiva da álgebra: (r+s)(A+B)=r(A+B)+s(A+B)=rA+rB+sA+sB • A divisão de um vetor por um escalar é simplesmente a multiplicação do vetor pelo inverso do escalar. 𝑨 𝑟 = 𝑟−1. 𝑨 Sistema de Coordenadas Retangulares • Para descrever um vetor de forma precisa temos que fornecer algumas informações específicas, tais como comprimentos, direções e sentidos, ângulos, projeções ou componentes. • O sistema de coordenadas retangulares será um dos métodos utilizados para descrever um vetor. • No sistema de coordenadas cartesianas, estabelecemos três eixos coordenados que formam ângulos de 90º uns em relação aos outros e os denominamos de eixos x,y,z. Sistema de Coordenadas Retangulares Sistema de Coordenadas Retangulares • P(1, 2, 3) • Q(2, -2, 1) Sistema de Coordenadas Retangulares • Se visualizarmos três planos que se interceptam no ponto genérico P, cuja coordenadas são x, y e z, podemos incrementar cada valor coordenado de uma quantidade diferencial e obter três planos ligeiramente deslocados que se interceptam no ponto P’, cujas coordenadas são x+dx, y+dy, z+dz. Os seis planos definem um paralelepípedo retangular, cujo volume é dv=dxdydz. Sistema de Coordenadas Retangulares • As superfícies possuem áreas diferenciais dS iguais a dxdy, dydz e dxdz. • A distância dL de P a P’ é a diagonal do para paralelepípedo e tem comprimento de (𝑑𝑥)2+(𝑑𝑦)2+(𝑑𝑧)2 Componentes Vetoriais • Para descreve um vetor no sistema de coordenadas cartesianas retangulares (partindo da origem), deve-se representa-o a partir de uma soma dos três componentes vetoriais do vetor. • Exemplo: r=x+y+z Vetores Unitários • Os componentes vetoriais possuem intensidade que dependem do vetor dado, mas cada um possui direção e sentido constantes e conhecidos. • Tal fato sugere o uso de vetores unitários, que possuem, por definição, intensidade igual a um além de direção e sentido coincidentes com os dos eixos coordenados. • O vetor unitário e representado pelo símbolo ax+ay+az Vetores Unitários • Exemplo: Os vetores rP e rQ apontam da origem para os pontos P(1, 2, 3) e Q(2, -2, 1) são escritos como rP=ax+2ay+3az e rQ=2ax- 2ay+az. O vetor de P para Q pode ser obtido pela aplicação de regra de adição vetorial. • RPQ= rQ-rP= (2-1)ax+(-2-2)ay+(1-3)az= ax-4ay-2az Intensidade Vetorial • Escrita como |B| ou simplesmente B, é dada por: • Um vetor unitário na direção e sentido do vetor B é • Exemplo: Especifique o vetor unitário que parte da origem em direção ao ponto G(2,-2,- 1). G= 2ax-2ay-az 𝐆 = 𝟐𝟐 + −𝟐 𝟐 + −𝟏 𝟐 = 𝟑 𝐚𝐆 = 𝐆 |𝐆| = 𝟐 𝟑 𝐚𝐱 − 𝟐 𝟑 𝐚𝐲 − 𝟏 𝟑 𝐚𝐳 = Dados os pontos M(-1,2,1), N(3,-3,0) e P(-2,-3,- 4), determine: (a)RMN; (b) RMN+RMP; (c) |rMP|; (d) aMP; (e) |2rP-3rN|. Campo Vetorial • O campo vetorial é uma função vetorial de um vetor posição. Em geral, a intensidade, a direção e o sentido da função mudarão de acordo à medida que nos movermos pela com as coordenadas do ponto em questão. • Um campo vetorial S é expresso em coordenadas cartesianas com 𝐒 = 125 𝑥−1 2+ 𝑦−2 2+ 𝑧+1 2 𝑥 − 1 2𝑎𝑥 + 𝑦 − 2 𝑎𝑦 + 𝑧 + 1 𝑎𝑧 . (a) Avalie S em P(2,4,3). (b) Determine um vetor unitário que forneça a direção e o sentido de S em P. (c) Especifique a superfície f(x, y, z), onde |S|=1. Produto Escalar • Dados dois vetores A e B, o produto escalar é definido como o produto da intensidade de A pela intensidade de B e pelo cosseno do menor ângulo entre eles, • O resultado de um produto escalar é também um escalar, e obedece à propriedade comutativa, • Sabendo que o produto escalar obedece à propriedade distributiva temos, • 𝐴. 𝐵 = 𝐴𝑥𝑎𝑥 + 𝐴𝑦𝑎𝑦 + 𝐴𝑧𝑎𝑧 . 𝐵𝑥𝑎𝑥 + 𝐵𝑦𝑎𝑦 + 𝐵𝑧𝑎𝑧 = • 𝐴𝑥𝑎𝑥 . 𝐵𝑥 𝑎𝑥 + 𝐴𝑥𝑎𝑥 . 𝐵𝑦 𝑎𝑦 + 𝐴𝑥𝑎𝑥 . 𝐵𝑧 𝑎𝑧 + 𝐴𝑦𝑎𝑦 . 𝐵𝑥 𝑎𝑥 + 𝐴𝑦𝑎𝑦. 𝐵𝑦 𝑎𝑦 + 𝐴𝑦𝑎𝑦 . 𝐵𝑧 𝑎𝑧 + 𝐴𝑧𝑎𝑧. 𝐵𝑥 𝑎𝑥 + 𝐴𝑧𝑎𝑧. 𝐵𝑦 𝑎𝑦 + 𝐴𝑧𝑎𝑧. 𝐵𝑧 𝑎𝑧 • Uma vez que o ângulo entre dois vetores unitários diferentes no sistema de coordenadas é 90º, temos, • 𝑎𝑥 . 𝑎𝑦 = 𝑎𝑦 . 𝑎𝑥 = 𝑎𝑥 . 𝑎𝑧 = 𝑎𝑧𝑎𝑥 = 𝑎𝑦 . 𝑎𝑧 = 𝑎𝑧𝑎𝑦 = 0 • Os três termos restantes envolvem o produto escalar de um vetor unitário por ele mesmo, que é igual à unidade, resultando finalmente em • O produto escalar de um vetor por ele mesmo resulta no quadrado da sua intensidade, ou • Para obter o componente escalar de B na direção especificada pelo vetor unitário a aplica-se a seguinte expressão: • B.a= |B||a|cosϴBa=|B|cosϴBa • Exemplo: Consideremos um campo vetorial G=yax-2,5xay+3az e o ponto Q(4,5,2). Deseja-se encontrar: G em Q; o componente escalar de G em Q na direção de aN= 1/3(2ax+ay-2az); o componente vetorial de G em Q na direção de aN; e finalmente, o ângulo ϴGa entre G(rQ) e aN. • Os três vértices de um triângulo são localizados em A(6,-1,2), B(-2,3,-4) e C(-3,1,5). Encontre: (a) RAB; (b) RAC; (c) o ângulo ϴBAC no vértice A. Produto Vetorial • O resultado do produto vetorial AxB é um vetor. A intensidade de AxB é igual ao produto das intensidades de A, de B e do seno do menor ângulo entre A e B. A direção AxB é perpendicular ao plano que contém A e B, e o sentido é aquele relacionado ao avanço de um para fuso dextrogiro que é girado de A para B. • Ao inverter a ordem dos vetores A e B, teremos um vetor unitário na mesma direção mas em sentindo oposto, logo o produto vetorial não é comutativo (BxA)=-(AxB). • Ao se utilizar componentes cartesianos para os dois vetores A e B e expandir o produto vetorial como uma soma de nove produtos vetoriais mais simples, cada um envolvendo dois vetores unitários, • 𝐀x𝐁 = 𝐴𝑥𝐵𝑥𝑎𝑥x𝑎𝑥 + 𝐴𝑥𝐵𝑦𝑎𝑥x𝑎𝑦 + 𝐴𝑥𝐵𝑧𝑎𝑥x𝑎𝑧 + 𝐴𝑦𝐵𝑥𝑎𝑦x𝑎𝑥 + 𝐴𝑦𝐵𝑦𝑎𝑦x𝑎𝑦 + 𝐴𝑦𝐵𝑧𝑎𝑦x𝑎𝑧 + 𝐴𝑧𝐵𝑥𝑎𝑧x𝑎𝑥 + 𝐴𝑧𝐵𝑦𝑎𝑧x𝑎𝑦+ 𝐴𝑧𝐵𝑧𝑎𝑧x𝑎𝑧 • Sendo 𝑎𝑥x𝑎𝑦 = 𝑎𝑧, 𝑎𝑦x𝑎𝑧 = 𝑎𝑥, 𝑎𝑧x𝑎𝑥 = 𝑎𝑦 • 𝐀x𝐁 = (𝐴𝑦𝐵𝑧 − 𝐴𝑧𝐵𝑦)𝑎𝑥 + (𝐴𝑧𝐵𝑥 − 𝐴𝑥𝐵𝑧) + (𝐴𝑥𝐵𝑦 − 𝐴𝑦𝐵𝑥)𝑎𝑧 Produto Vetorial • Assim, se A= 2ax-3ay+az e B=-4ax-2ay+5az, temos • Os três vértices de um triângulo estão localizados em A(6,-1,2), B(-2,3,-4) e C(-3,1,5). Encontre: (a) RAB x RAC; (b) a área do triângulo; (c) o vetor unitário perpendicular ao plano ao qual o triângulo pertence. Coordenadas Cilíndricas Circulares • No sistema de coordenadas cilíndricas, um ponto P é representado pela tripla ordenada (ρ, φ, z), em que ρ e φ são as coordenadas polares da projeção de P no plano xy e z é a distância orientada do plano xy ao ponto P. Coordenadas Cilíndricas Circulares • O vetor unitário aρ em um ponto P(ρ1, φ1, z1) aponta radialmente para fora e é normal à superfície cilíndrica ρ= ρ1. Ele pertence aos planos φ= φ1 e z= z1. O vetor unitário aφ é normal ao plano φ= φ1 , aponta no sentido crescente de φ, pertence ao plano z=z1 e ´´e tangente à superfície cilíndrica ρ= ρ1. O vetor unitário az é o mesmo que o vetor unitário az do sistema de coordenadas cartesianas. • Um elemento de volume diferencial em coordenadas cilíndricas pode ser obtido aumentando-se ρ, φ e z com os incrementos diferenciais dρ, dφ, dz. Os dois cilindros de raio ρ e ρ+dρ, os dois planos radiais nos ângulos φ e φ+dφ e os dois planos horizontais z e z+dz limitam, agora, um volume pequeno que tem formato de uma cunha truncada. • As superfícies possuem áreas de ρdρdφ, dρdz e ρ dφdz, e o volume se torna ρdρdφdz. • As variáveis dos sistemas de coordenadas cartesianas e cilíndricas podem ser relacionadas umas às outras. • Transforme o vetor B= yax-xay+zaz para coordenadas cilíndricas. • Resp. B=-ρaφ+zaz Sistema de Coordenadas Esféricas • Devemos considerar qualquer ponto como a interseção entre três superfícies mutuamente perpendiculares – uma esfera, um cone e um plano. Superfícies mutuamente perpendiculares do sistemas de coordenadas esféricas • Três vetores unitários podem ser definidos em qualquer ponto. Cada vetor unitário é perpendicular a uma das três superfícies mutuamente perpendiculares e é orientado no sentido crescente da coordenada. Vetores unitários das coordenadas esféricas • Um elemento diferencial de volume pode ser construído em coordenadas esféricas incrementando r, ϴ e φ de dr, dϴ e dφ. • A distância entre duas superfícies esféricas de raios r e r+dr é dr; • A distância entre os dois cones cujos ângulos gerados são ϴ e ϴ+dϴ é rdϴ; • A distância entre os dois planos radias nos ângulos φ e φ+dφ é rsinϴdϴ. • As superfícies possuem áreas de rdrdϴ, rsinϴdrdφ e r²sinϴdφ. O volume é igual r²sinϴdrdϴdφ. • A transformação de escalares do sistema de coordenadas cartesianas para esféricas é feitas da seguinte forma: • A transformação de vetores requer a determinação dos produtos dos vetores unitários em coordenadas cartesianas e esféricas. • Exemplo: Converta o campo vetorial G=(xy/z)ax em variáveis e componentes esféricos.