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TRABALHO
 DE 
FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS
Piaget e o cognitivismo, Vygotsky, Henry Wallon.
O desenvolvimento emocional e afetividade.
Antonina
2018
Sumário
1.Desenvolvimento do Piaget e o cognitivismo.................................................04
2. Estágios do Desenvolvimento de Piaget.......................................................05
3.Desenvolvimento de Vygotsky.......................................................................06
4. Teoria de Vygotsky........................................................................................07
5. Desenvolvimento de Henri Wallon.................................................................09
6.Teorias de Henri Wallon.................................................................................10
7.Conclusão.......................................................................................................12
8.Bibliografia......................................................................................................13
Desenvolvimento do Piaget e o cognitivismo
Seria difícil superestimar a importância do psicólogo suíço Jean Piaget (1896 – 1980) para a pesquisa do desenvolvimento. A teoria do desenvolvimento cognitivo geralmente considerada como a mais compreensiva é a dele. Embora certos aspectos da teoria de Piaget tenham sido questionados e, em alguns casos, refutados, sua influência é imensa.
Piaget acreditava que a função da inteligência é auxiliar a adaptação ao ambiente. Em sua concepção, os meios de adaptação formam um continuum que varia de meios relativamente inteligentes, tais como hábitos e reflexos, a meios relativamente inteligentes, tais como os que exigem insight, representação mental complexa e a manipulação mental de símbolos. De acordo com seu foco na adaptação, acreditava que o desenvolvimento cognitivo acompanhava-se de respostas cada vez mais complexas ao ambiente. Embora Piaget usasse a técnica de pesquisa da observação, grande parte de sua pesquisa era também uma exploração lógica e filosófica de como o conhecimento se desenvolve, desde formas primitivas até sofisticadas, acreditava que o desenvolvimento ocorre em estágios que evoluem pela equilibração, na qual as crianças procuram um balanço (equilíbrio) entre o que encontram em seus ambientes e as estruturas e os processos cognitivos que levam a esse encontro, bem como entre as próprias capacidades cognitivas. A equilibração envolve três processos. Em algumas situações, o modo de pensamento e os esquemas (estruturas mentais) existentes na criança são adequados para enfrentar e adaptar-se aos desafios do ambiente; ela está, assim, em um estado de equilíbrio. Por exemplo, suponhamos que Arthur, de 2 anos de idade, usa a palavra au-au para abarcar todos os animais peludos quadrúpedes que se assemelham ao seu próprio cachorro; enquanto todos os animais quadrúpedes que ele vê forem como os cachorros que já viu, Arthur permanece em um estado de equilíbrio.
Estágios do Desenvolvimento 
Estágios de desenvolvimento de Piaget
Segundo Piaget, os processos equilibradores da assimilação e da acomodação são responsáveis por todas as mudanças associadas ao desenvolvimento por todas as mudanças associadas ao desenvolvimento cognitivo. Na sua concepção, é mais provável que o desequilíbrio ocorra durante os períodos de transição entre estágios.
O Estágio Sensório-Motor
O primeiro estágio de desenvolvimento, o estágio sensório-motor, envolve aumentos no número e na complexidade de capacidades sensoriais (input) e motoras (output) durante a infância – aproximadamente do nascimento a cerca de 18-24 meses de idade -. Segundo Piaget, as primeiras adaptações do bebê são reflexivas.
O Estágio Pré-Operatório
No estágio pré-operatório, da idade aproximada de 1 1/2 ou 2 anos a cerca de 6 ou 7 anos, a criança começa a desenvolver ativamente as representações mentais internas, que se iniciaram no fim do estágio sensório-motor. Segundo Piaget, o aparecimento do pensamento representativo, durante o estágio pré-operatório, abre o caminho para o desenvolvimento subsequente do pensamento lógico.
O Estágio Operatório Concreto
No estágio de operações concretas, aproximadamente dos 7 ou 8 anos até os 11 ou 12 anos de idade, as crianças tornam-se capazes de manipular mentalmente as representações internas que formaram, durante o período pré-operatório.
Estágio Operatório Formal
O estágio operatório formal, aproximadamente dos 11 ou 12 anos de idade em diante, envolve operações mentais sobre abstrações e símbolos que podem não ter formas concretas ou físicas. Além do mais, as crianças começam a compreender algumas coisas que elas mesmas não tinham experimentado diretamente.
Desenvolvimento de Vygotsky
Lev Semyonovich Vygotsky nascido em 5 de novembro de 1896 em Orsha, teve mais de duzentos trabalhos escritos. Os temas desses trabalhos variaram desde neuropsicologia, deficiência mental até crítica literária. Além de voltar sua atenção a essas áreas, Vygotsky volta sua atenção para a escola, para o professor, valoriza a intervenção pedagógica, valoriza o papel do outro na constituição do sujeito.
Os Vygotskys tinham uma boa condição financeira, os filhos foram educados em casa com tutores particulares. Lev Vygotsky, portanto, cresceu em ambiente extremamente favorável, tanto cultural e financeiramente, o que possibilitou o acesso aos livros (tinha na sua a sua disposição uma boa biblioteca) e a uma educação de boa qualidade, quanto afetivamente favorável para sua formação intelectual.
Vygotsky participava ativamente, junto com um círculo de amigos, de discussões de assuntos altamente abstratos, como a filosofia da história de Hegel e o papel do indivíduo na história. A leitura precoce de "Pensamento e Linguagem" (1922), de Potebnja, pode ter acelerado seu interesse pela psicologia. Nos seus últimos anos na universidade de Moscou, dividiu um quarto com sua irmã Zinaida, uma lingüista de destaque e co-autora de vários dicionários. Pode ter sido Zinaida quem mantinha o irmão bem informado sobre todos os desenvolvimentos nas áreas de lingüística.
Nos primeiros anos de universidade, Vygotsky manteve seu interesse anterior pela literatura e arte. Quando adolescente, começou a estudar Hamlet de Shakespeare e havia escrito vários rascunhos de uma análise da peça (valorizava o aspecto "sobrenatural" e os motivos subjetivos ocultos da obra).
Conclui seus estudos em 1917 e neste mesmo ano voltou para a cidade de Gomel, onde, depois da Revolução, teve permissão para lecionar nas escolas estaduais. Lecionou no Colégio Pedagógico de Gomel, no qual ele montou um pequeno laboratório psicológico e realizou suas primeiras experiências e deu suas primeiras palestras sobre assuntos relacionados à educação. O período que viveu em Gomel marca a origem do pensamento psicológico de Vygotsky.
Vygotsky se dedicou, principalmente, ao estudo daquilo que chamamos de funções psicológicas superiores, ou seja, buscou compreender os mecanismos psicológicos mais sofisticados, mais complexos que são típicos do ser humano e que envolvem o controle consciente do comportamento, a ação intencional e a liberdade do indivíduo em relação às características do momento e do espaço presente
Lev Semyonovich Vygotsky morreu em 11 de junho de 1934 no Sanatório Serebranny Bor, de tuberculose, a doença de que sofria há quatorze anos, deixando muitos livros, artigos escritos e gavetas cheias de manuscritos não publicados.
2.1 Teoria de Vygotsky
Segundo Vygotsky, a manifestação inicial da emoção parte da herança biológica, mas, junto com outras funções psicológicas, nas interações sociais, ela perde seu caráter instintivo para dar lugar a um nível mais complexo de atuação do ser humano, consciente e autodeterminado. Traz um enfoque histórico-cultural, afirmando que "a atividade humana é explicada com referência a influências sociais eculturais e pela reconstituição de seu desenvolvimento histórico na filogenia e na ontogenia" (apud Van Der Veer & Valsiner, 1996, p. 386). Vygotsky "tentou mostrar que a criança incorpora instrumentos culturais através da linguagem e que, portanto, os processos psicológicos afetivos e cognitivos da criança são determinados, em última instância, por seu ambiente cultural e social".
Para Vygotsky (1934), o fato central da psicologia é o fato da ação mediada. Nós pensamos, sentimos e nos emocionamos com base em conceitos, o que significa possuir um determinado sistema já preparado, uma determinada forma de pensar e de se emocionar que predetermina o conteúdo final e que nos foi apresentada pelo meio que nos rodeia. O que pode ser chamado de emocionalidade cultural, modos de reagir que fazem parte de práticas sociais e são criadoras de relações, que podem ser definidas como modos aceitáveis de comportar-se em relação às afecções do corpo.
Vygotsky destaca a importância do "outro". Para ele, o papel do outro é fundamental na aquisição do conhecimento por parte dos alunos, pois existem atividades que as crianças não conseguem realizar sozinhas necessitando, no início, da ajuda do outro.
3.0 Desenvolvimento de Henri Wallon 
Henri Wallon (1879-1962), responsável por investigar a emoção geneticamente, diz que ela é a primeira manifestação de necessidade afetiva do bebê e o elo dele com o meio, tanto biológico como social. Isto é, quando a pessoa nasce, ela é só emoção. "Essa descoberta é muito importante, senão vital, para os que trabalham com os pequenos, pois saber que eles não vão reagir de forma racional às coisas interfere na forma de lidar com as circunstâncias que os envolvem", diz Silvia Rodrigues, docente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
A comunicação não é o único papel da emoção. "Wallon atribui a ela também a função de mobilizar o ambiente para suprir o prolongado período de dependência, característico da espécie humana", diz Heloysa Dantas, professora aposentada da Faculdade de Educação da USP e estudiosa da obra de Wallon há mais de 20 anos.
O conceito diz respeito a uma das três manifestações da afetividade, que incluem sentimento e paixão. A emoção tem como característica a ativação orgânica, ou seja, não é controlada pela razão e é contagiosa. Por meio dela, o bebê mobiliza os outros para que atendam às suas necessidades. Por isso, ela é considerada o primeiro elo do corpo com o meio.
3.1 Teorias de Henri Wallon
Quando uma criança faz birra, por exemplo, e o adulto não entende que essa é uma reação normal, ele pode perder o controle da situação. Mas não adianta tentar argumentar racionalmente com a criança num momento de crise como esse, pois ela tende a não escutá-lo, visto que encontra-se em uma turbulência emocional. "Muitos pais e educadores atribuem uma intencionalidade às ações dos pequenos, como se eles quisessem chamar a atenção propositalmente. Mas não é isso o que ocorre. Essas manifestações emocionais fazem parte da construção do 'eu' da criança, que vai se delineando pouco a pouco", diz Leny Magalhães Mrech, livre-docente pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
Podemos identificar quatro temas em sua teoria:
1. A questão da motricidade: Entende que a motricidade é a primeira forma de manifestação do ser humano, que suas primeiras manifestações são afetivas.
2. A questão da emoção: A emoção é orgânica e social. É orgânica porque tem controle sub-cortical e tem repercussões tônicas. A emoção faz parte da vida orgânica e cognitiva. É através dela que o indivíduo se socializa.
3. A questão da inteligência: A inteligência se desenvolve através de "saltos". Para que estes "saltos" ocorram é necessário o amadurecimento neurológico e também a influência da cultura. Descreve dois momentos principais: -a inteligência sensório-motora e -a inteligência representativa. Para que ocorra, então, o "salto" da inteligência sensório-motora para a representativa são necessários os elementos neurológicos e também a influência da cultura. A inteligência representativa iniciaria, desta forma, em uma fase pré-categorial, onde o pensamento é sincrético, permitindo a "circulação" entre eles.
4. A formação do "eu": A construção do eu depende essencialmente do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Isso se dá aos 3 anos de idade, a hora de saber que “eu” sou. “Manipulação (agredir ou se jogar no chão para alcançar o objetivo), sedução (fazer chantagem emocional com pais e professores) e imitação do outro são características comuns nessa fase”, diz a professora Angela Bretas, da Escola de Educação Física da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. “Até mesmo a dor, o ódio e o sofrimento são elementos estimuladores da construção do eu”, emenda Heloysa Dantas. Isso justifica o espírito crítico da teoria walloniana aos modelos convencionais de educação.
4.0 Conclusão
O desenvolvimento intelectual envolve não só o cérebro, mas também sua emoção. Emoção, movimento e espaço físico se confundem na sala de aula. Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Concluímos destacando a importância dos três autores para o abandono de uma perspectiva instrumental da linguagem e o estabelecimento de proposições que tomam a linguagem como uma função constitutiva do próprio pensamento. Os autores se questionam uma concepção da linguagem que considera seu funcionamento a partir da soma ou associação de elementos. Questionam-se, dessa forma, um pensamento que se associa às construções da linguagem numa vinculação de ordem mecânica. Para estes autores, pensamento e linguagem se modificam e se reestruturam em relações complexas, não havendo realidade anterior à linguagem ou fora dela. 
Bibliografia 
http://www.helioteixeira.org/ciencias-da-aprendizagem/teoria-do-desenvolvimento-cognitivo-de-jean-piaget/ acesso 03/07/18
http://www.lite.fe.unicamp.br/papet/2004/ep127/Emocao_e_afetividade_a.htm / acesso 03/07/18
http://teoriadaaprendizagem.blogspot.com/2012/03/principais-teorias-de-wallon.html / acesso 03/07/18
https://novaescola.org.br/conteudo/114/henri-wallon-conceito-emocao / acesso 03/07/18

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