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Cientistas revelam uma nova maneira de gerar eletricidade a partir da mistura de água do rio e do mar

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Cientistas revelam uma nova maneira de gerar eletricidade a
partir da mistura de água do rio e do mar
Uma membrana melhorada (linha amarela) aumentou drasticamente a quantidade de energia osmótica
colhida a partir de gradientes de sal, como os encontrados em estuários onde a água salgada (tanque
esquerdo) encontra água doce (tanque direito). Crédito: Adaptado da ACS Energy Letters 2024,
Os pesquisadores desenvolveram uma nova maneira emocionante de produzir eletricidade usando a mistura
natural de água do rio e água do mar, um método conhecido como energia osmótica “azul”.
Esta descoberta foi relatada na revista científica ACS Energy Letters.
Os estuários, onde os rios deságuam no mar, não são apenas lugares bonitos para observação de aves e
caiaque, mas também pontos naturais onde se misturam águas de diferentes níveis de sal.
Essa diferença no teor de sal pode ser usada para gerar energia sustentável.
A chave para este processo é um tipo especial de bateria feita de camadas de um material chamado
membrana.
Essas membranas agem como filtros que permitem que certas partículas, como íons de sal, passem
enquanto bloqueiam outras.
https://dx.doi.org/10.1021/acsenergylett.4c00320
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Quando a água doce de um rio encontra água salgada, ela cria uma pressão natural à medida que os íons
de sal tentam se espalhar uniformemente. Essa pressão pode ser convertida em eletricidade.
Uma equipe liderada pelos pesquisadores Dongdong Ye e Xingzhen Qin criou um novo tipo de membrana
que funciona de forma mais eficiente do que os atualmente disponíveis.
Seu design inovador separa os caminhos para íons de sal e eletricidade para viajar através da membrana, o
que ajuda a gerar mais energia.
Esta separação é conseguida através da colocação de um material de gel que atrai íons entre duas
camadas de uma substância que conduz eletricidade.
Em testes de laboratório, este novo design de membrana gerou mais do que o dobro do poder das
membranas comerciais existentes. Para testar seu protótipo em condições que imitam a natureza, os
pesquisadores usaram um tanque de água projetado como um estuário.
Os resultados foram promissores: a nova membrana funcionou continuamente por mais de duas semanas
sem perder eficácia e conseguiu gerar energia suficiente para executar uma calculadora, uma luz LED e um
cronômetro.
Este avanço sugere que membranas semelhantes poderiam ser desenvolvidas usando materiais ecológicos,
melhorando a capacidade de colher energia osmótica.
Este tipo de geração de energia é particularmente atraente porque usa o ambiente natural e não depende da
queima de combustíveis fósseis, tornando-o uma opção mais limpa e sustentável.
No geral, esse avanço pode levar a aplicações mais práticas de energia osmótica, aproximando-nos do
vasto poder de nossas vias navegáveis.
O trabalho de Ye, Qin e seus colegas abre novas possibilidades para o uso de diferenças naturais de sal na
água para alimentar nossos dispositivos cotidianos.

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