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Princípio da Unidade Orçamentária

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Aprenda os 04 textos a seguir sobre o tema: Princípio da unidade ou unicidade
Texto 1:
O orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para dado exercício financeiro e para determinado ente, contendo todas as receitas e despesas. Apresentando-se de modo integrado, e não segmentado, permite obter um retrato geral das finanças públicas, qual seja, a estimativa das receitas e a fixação das despesas para cada exercício financeiro. Assim, permite-se ao Legislativo e à sociedade uma visão geral e um controle direto das operações financeiras de responsabilidade da administração pública.
De acordo com o art. 165, “leis” de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. Sendo que o § 5º do mesmo artigo reafirma a necessidade de que o orçamento público seja instituído por “lei”. Veda-se, ademais, nos incisos I e II do art. 167, o início ou a realização de programas ou projetos, ou de despesas, ou mesmo a assunção de obrigações fora do orçamento público. Obriga-se, assim, que qualquer autorização de gasto seja direcionado para a peça orçamentária.
O princípio da unidade é respaldado legalmente por meio do art. 2º da Lei 4.320/64 e pelo § 5º do art. 165 da CF 88.
Ainda que previsto desde 1964, o princípio clássico da unidade não estava sendo inteiramente observado. Na década de 80, havia um convívio simultâneo com três orçamentos distintos, o orçamento fiscal, o orçamento monetário e o orçamento das estatais. Não ocorria nenhuma consolidação entre os mesmos.
O art. 62, da Constituição de 1967, emendada, limitava o alcance de sua aplicação, ao excluir expressamente do orçamento anual as entidades que não recebessem subvenções ou transferências à conta do orçamento (exemplo: Banco do Brasil - exceto se houver integralização de capital pela União). No seu § 1º, estabelecia que a inclusão, no orçamento anual, da despesa e da receita dos órgãos da administração indireta seria feita em dotações globais e sem prejuízo da autonomia na gestão legal dos seus recursos.
O orçamento Fiscal era sempre equilibrado e era aprovado pelo Legislativo. O orçamento monetário e o das Empresas Estatais eram deficitários e sem controle e, além do mais, não eram votados. Ora, como o déficit público e os subsídios mais importantes estavam no orçamento monetário, e não no orçamento Fiscal, o Legislativo encontrava-se, na prática, alijado das decisões mais relevantes em relação à política fiscal e monetária da Nação.
Autor: Gontijo, Vander. Greggianin, Eugênio e Mendes, Graciano Rocha - CONOF/CD. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios.html. Acesso em: 14/04/2024.
Texto 2:
A Constituição de 1934, por meio do art. 50, consagrou o princípio da unidade do orçamento. Em igual vereda, fê-lo, também, a Carta de 1937, pelo art. 68, assim como o Estatuto Político de 1946, por intermédio do art. 73. No caso em tela estamos a cogitar do orçamento anual. Por certo, a exigibilidade de que o orçamento fosse uno, segundo a linguagem dos constituintes de então, preordenava-se a viabilizar o controle das contas públicas consubstanciadas num único documento.
Entrementes, as Cartas Magnas de 1967 e 1988 deixaram de fazer alusão expressa à unicidade, o que não significa a sua desaparição, mas a sua nova configuração.
Realmente, a complexidade do Estado Moderno não se compagina com a existência de um único documento orçamentário, no sentido literal do vocábulo. Assim, a unidade ganhou cores novas e passou a denotar a existência de um orçamento básico, em torno do qual se agregam orçamentos miniaturais, que, ao cabo de contas, se incorporam e se integralizam ao aludido orçamento-base, compondo um todo indivisível. Essa é a visão atual do postulado da unidade, cujos contornos desfrutam da opinião abalizada de Fonrouge, de Sebastião Sant’Anna e Silva e de José Afonso da Silva, dentre outros publicistas de prol.
De outra parte, o surgimento dos orçamentos plurianuais veio atenuar ainda mais o princípio clássico da unidade, pois é dotado de autonomia em relação ao anual, isso sem dizer da existência do orçamento de diretrizes orçamentárias, previsto no art. 165, II.
Sem embargo de haver três orçamentos em nossa ordem jurídica, por força do art. 165 da Constituição, retrocitado, a unidade persiste, pois, como bem atremou José Afonso da Silva22, a unidade não é documental, mas de objetivos a serem atingidos dentro de uma estrutura integrada do sistema.
Autor: Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário – 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019, páginas 63 - 64
Texto 3:
Na linha do princípio anterior, a unidade significa que deve existir apenas um orçamento
para cada ente da federação em cada exercício financeiro, conforme redação do
art. 2o, da Lei n. 4.320/64:
Art. 2o A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar
a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos
os princípios de unidade, universalidade e anualidade.
Assim, com o fito de se evitar diversos orçamentos, o que baralharia a sua fiscalização, o
princípio da unidade nega autorizações paralelas, como o foram, nos anos 1980, os orçamentos
fiscal, monetário e o das estatais. Com essa medida, o legislador achou por bem que os entes
federativos, independente da complexidade de sua organização, devam elaborar apenas um
orçamento, ainda que vertido em mais de um documento, ou em subdivisões, como ocorre
com a Lei Orçamentária Anual, que comporta três suborçamentos, quais sejam, o orçamento
fiscal, o orçamento da seguridade social e o orçamento de investimentos (art. 165, § 5o, da
CF), mas nem por isso desrespeita a unidade da orçamentação. Logo, não se refere a uma
unidade documental, mas a uma orientação política.
Não é demais registrar que aludido princípio não possui texto constitucional expresso
que o suporte, a não ser o art. 165§ 5o, quando afirma que a lei de orçamento deva abranger
todos os Poderes, seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta. Sua
previsão normativa expressa está no art. 2° da Lei n. 4.320/64, acima demonstrado.
Pelo princípio da unidade, os planos de trabalho de autarquias, fundações e estatais dependentes
devem estar consolidados numa única lei orçamentária, não cabendo sua previsão
apartada por decreto, como previsto no art. 107, da Lei n. 4.320/64, não recepcionado pela
CF, como asseverado.
Autor: Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro - 9. ed. rev., atual, e ampi. - Salvador: JusPODIVM, 2020. página 146.
Texto 4:
·L 5.6 .. Princípio da unidade/totalidade
O princípio da unidade ensina que o orçamento deve ser uno, ou seja,
no âmbito de cada esfera de Govemo (União, estados e municípios) deve
existir apenas um só orçamento para um exercício financeiro. Cada esfera
de Governo deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma
única política orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existem
o Orçamento da União, o de cada estado e o de cada município.
ATENÇÃO ~ O que configura esse princípio é a esfera de Governo/
Unidade da Federação (que deve ter apenas um único orçamento
anual), e não órgão/Unidade Orçamentária.
Esse princípio, contido no art. 2º da Lei n2 4.320/1964, foi consagrado
na Constituição Federal (art. 165, §52), que determina:
A Lei Orçamentária Anual compreenderá: I - o Orçamento Fiscal
referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituldas
e mantidas pelo Poder Público; 11 - o orçamento de investimento
das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha
a maioria do capital social com direito a voto; 111- o orçamento da
seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos
e fundações instituldos e mantidos pelo Poder Público.
Luiz Rosa Junior (2005) explica que "a concepção tradicional do
princípio da unidadesignificava que todas as despesas e receitas do Estado
deveriam estar reunidas em um só documento". Esse mesmo-autor explica
ainda que "a Constituição de 1988 deu uma concepção mais moderna ao
princípio da unidade, ao dispor, no§ 52 do art. 165, que a lei orçamentária
compreende: a) o Orçamento Fiscal; b) o Orçamento de Investimento; c) o
Orçamento da Seguridade Social".
Também é denominado princípio da totalidade por ser composto pelos:
Orçamento Fiscal; Orçamento de Investimento; Orçamento da Seguridade
Social - e ao mesmo tempo consolidar os orçamentos dos diversos órgãos e
Poderes de forma que permita a cada Governo uma visão geral do conjunto
das finanças públicas.
Um só
Principio
Unidade c::==> Um orçamento anual por Esfera de Governo
Totalidade
O Orçamento Anual inclui: Orçam. Fiscal, Orçam.
=~> da Seguridade Social; de Investimento das estatais
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. página 25.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da unidade utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio.
Aprenda os 04 textos a seguir sobre o tema: Princípio da universalidade
Texto 1: 
Princípio pelo qual o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado . O § 5º do art. 165 da CF determina que a lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
A adoção desse princípio possibilita:
a) conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para respectiva arrecadação e realização;
b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de despesa sem prévia autorização Legislativa;
c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las;
d) garantir que todos os órgãos e unidades da administração pública estejam contemplados no orçamento.
A universalidade do orçamento alia-se ao princípio da unidade.
Na Lei 4.320/64, o cumprimento da regra é exigido nos seguintes dispositivos:
● Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.
● Art. 3º A Lei do Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei.
A Emenda Constitucional n.º 1/69 consagra essa regra de forma peculiar: "O orçamento anual compreenderá obrigatoriamente as despesas e receitas relativas a todos os Poderes, órgãos, fundos, tanto da administração direta quanto da indireta, excluídas apenas as entidades que não recebam subvenções ou transferências à conta do orçamento.
Somente a partir de 1988 as operações de crédito foram incluídas no orçamento. Além disso, as empresas estatais e de economia mista, bem como as agências oficiais de fomento (BNDES, CEF, Banco da Amazônia, BNB) e os Fundos Constitucionais (FINAM, FINOR, PIN/PROTERRA) não têm a obrigatoriedade de integrar suas despesas e receitas operacionais ao orçamento público. A inclusão de seus investimentos no Orçamento da União é justificada na medida que tais aplicações contam com o apoio do orçamento fiscal e até mesmo da seguridade.
Autor:https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios, acesso em 14/04/2024.
Texto 2: 
Adotamos aqui a postura preconizada na doutrina francesa, que entrevê no aludido princípio não só a obrigatoriedade de registro de todas as receitas e despesas, mas a não afetação das receitas públicas como um aspecto mais profundo a presidir o orçamento público.
A contabilização de todas as receitas e despesas, conquanto represente algo aparentemente óbvio, exprime um importante avanço na contabilidade pública, em termos de rigor técnico e de moralidade administrativa.
Tanto é veraz que a sistemática oposta, pela qual certas despesas são omitidas, mediante o artifício do registro da correspondente receita líquida, compromete a transparência do orçamento, além de dificultar o respectivo controle. Aliás, essa preocupação já foi alvitrada por Thomas Mun, por volta do ano 1630, embora tenha sido consagrada ao tempo das finanças funcionais.
No tocante à não afetação das receitas públicas, observe-se que a doutrina francesa considera esse item como desdobre da universalidade, com o que concordamos. Apenas para elucidar, esclarecemos que a doutrina brasileira costuma tratar isoladamente da não afetação das receitas dos impostos, como princípio orçamentário autônomo.
Muito embora as receitas dos impostos não possam ser afetadas, ao menos em regra, ficamos com as lições dos franceses, que, nesse ponto, deram maior amplitude ao princípio ao sustentar que, salvo os casos especiais, as receitas públicas não podem ser afetadas, o que, a nosso pensar, se aplica também ao direito brasileiro.
A Lex Legum, com efeito, trata da matéria por meio do art. 167, IV, cujo teor proíbe a vinculação da receita de impostos, excetuada a repartição efetuada aos Fundos de Participação das pessoas constitucionais, bem como as percentagens destinadas ao ensino, nos termos do art. 212, além da prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, consoante prevê o art. 165, § 8º.
Por outro lado, embora a não afetação das demais receitas não tenha sido positivada, impende lembrar que a análise sistêmica do direito nos leva a conclusão no sentido em que prevalece a referida proibição, ainda que implícita, mas com igual magnitude que as regras expressas. 
A vedação se justifica em virtude da generalidade e da impessoalidade que haverão de presidir a elaboração e a execução do orçamento, em obséquio, inclusive, ao postulado da igualdade, que não poderia tolerar privilégios na destinação dos recursos públicos, que pertencem a toda coletividade e não a um grupo de suseranos.
Autor: Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário / Eduardo Marcial Ferreira Jardim. – 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019, páginas 62 - 63
Texto 3: 
Por este princípio, todas as receitas e todas as despesas governamentais devem fazer
parte do orçamento, sem qualquer exclusão. Ele, juntamente com os princípios da anualidade
e da unidade, forma a relação dos princípios expressamente mencionados no art. 2o, da
Lei n. 4.320/64. É também delineado, ainda que implicitamente, no art. 165, § 5o, da CF.
Art. 165. § 5o A lei orçamentária anual compreenderá:
I — o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos
e mantidos pelo Poder Público.
Ora, se o princípio da Universalidade indica que todas as receitas e todas as despesas devem
constar no orçamento e, como o art. 165, § 5o, menciona todo o conteúdo da Lei Orçamentária
Anual, elencando todo o orçamento do ente federativo e sua administração indireta, indubitavelmente
que o artigo mencionado expressa o comando do princípio dauniversalidade.
No mesmo sentido, o art. 3o, da Lei n. 4.320/64, reza o seguinte:
Art. 3o A Lei do Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito
autorizadas em lei.
Embora fácil de ser identificado, não deve ser confundido com o princípio da unidade.
È que, enquanto o princípio da unidade se refere à unidade de programação ou de coerência,
ainda que não necessariamente documental, o princípio da universalidade está ligado à
ideia de o orçamento conter todas as receitas e todas as despesas da Administração.
Assim, todas as receitas oriundas de transferências, de convênios, royalties, subvenções
do transporte escolar, auxílios para construção de creches e hospitais, dentre outras,
devem ser levadas em consideração na lei orçamentária.
A súmula 66, do STF, acima citada, é tida por alguns como exceção a esse princípio,
visto que se tem o caso de tributos não previstos, porém arrecadados.
! ATENÇÃO! Os examinadores tentam confundir o princípio da universalidade com o princípio da unidade. Lembre-
-se que a expressão chave do princípio da universalidade é "todos(as) as receitas e despesas". Para além disso,
saiba que o art. 165, § 5e, da CF, pode tanto se referir ao princípio da unidade - orçamento compreendido apenas
em uma lei, uma vez que ali trata da LOA, quanto ao da universalidade, uma vez que os orçamentos de todos os
poderes devem estar centralizados numa lei).
Cumpre lembrar que não são computadas como receitas do orçamento aquelas que efetivamente
não pertencem à Administração, como são os ingressos extraorçamentários, estudados
adiante. Assim, aquelas receitas e despesas como cauções, depósitos, retenções, restos a pagar,
dentre outras, não são computadas para efeito da universalidade.
Autor: Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro - 9. ed. rev., atual, e ampi. - Salvador: JusPODIVM, 2020. páginas 146-147.
Texto 4:
O princípio da universalidade está contido nos arts. 21\ 3-º e 42 da Lei
nQ 4.320/1964, na Emenda Constitucional n2 01/1969 e também no§ 5Qdo
art. 165 da CF /1988. Ele determina que o orçamento deve considerar todas
as receitas e todas as despesas, e nenhuma instituição govemamental deve
ficar afastada do orçamento: Lei n• 4.320/1964, art. 2Q: "a lei do orçamento
conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a
política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo,
obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade"; art. 3-º
da Lei n" 4.320/1964: "a lei do orçamento compreenderá todas as receitas
inclusive as de operações de crédito autorizadas por lei"; art. 4º-: "a Lei
de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do
Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles
se devam realizar".
Amplamente aceito pelos tratadistas, esse princípio, segundo James
Giacomoni (2013),
[ ... ] permite ao legislativo: a) conhecer a priari todas as receitas
e despesas do Governo e dar prévia autorização para a respectiva
arrecadação e realização; b) impedir ao Executivo a realização de
qualquer operação de receita e despesa sem prévia autorização
parlamentar; c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas
pelo Governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos
estritamente necessários para atendê-las.
O princípio da universalidade também contempla tudo que pode
aumentar j diminuir a arrecadação da receita e a realização da despesa.
E Todas as receitas e despesas devem ser inclusas na LOA
UP~incípiloddad Nenhuma instituição pública deve ficar fora do Orçamento
mversa t a e
Nenhuma despesa pode ser realizada sem autorização legislativa
Exceção: Orçamento operacional das Empresas Estatais INDEPENDENTES;
e ingressos/ dispêndios extraorçamentários.
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. página 21.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da universalidade utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio.
Aprenda os 04 textos a seguir sobre o tema: Princípio da anualidade
Texto 1: 
O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, chamado exercício financeiro, e que corresponde ao civil. A exceção se dá nos créditos especiais e extraordinário autorizados nos últimos quatro meses do exercício, que podem ser reabertos nos limites de seus saldos, no ano seguinte, incorporando-se ao orçamento do exercício subsequente.
O exercício financeiro é o período de tempo ao qual se referem a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA. O § 5º do art. 165 da CF 88 refere-se à existência de uma lei orçamentária anual. Conforme o art. 2º e 34 da Lei nº 4.320, de 1964, o orçamento é anual e o exercício financeiro coincidirá com o ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro).
Este princípio tem origem na Idade Média, quando a lei orçamentária autorizada a cobrança anual dos impostos. A autorização periódica do Parlamento permite, dessa forma, a revisão e o acompanhamento da dinâmica das contas públicas. A coincidência que ocorre no Brasil entre o exercício financeiro e o ano civil pode não acontecer em outros países. Na Itália e na Suécia o exercício financeiro começa em 1/7 e termina em 30/6. Na Inglaterra, no Japão e na Alemanha o exercício financeiro vai de 1/4 a 31/3. Nos Estados Unidos começa em 1/10, prolongando-se até 30/9.
O cumprimento deste princípio torna-se evidente nas ementas das Leis Orçamentárias: "Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 20xx."
Observe-se, finalmente, que os decretos de programação orçamentárias e financeira, previstos pela LRF, podem limitar a faculdade de os órgãos empenhar e pagar despesas.
Autor:https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios, acesso em 14/04/2024.
Texto 2: 
O termo “anualidade” em sua latitude semântica comporta dois sentidos, pois tanto pode significar o lapso temporal de vigência da lei orçamentária como pode dizer respeito ao pré-requisito que autoriza a cobrança dos tributos num dado exercício, na medida em que estejam eles incluídos no orçamento.
Aqui, a anualidade será analisada sob o prisma orçamentário, portanto segundo a sua concepção à luz do direito financeiro. O aludido postulado é muito bem explicado por Jean-Marie Cotteret e Claude Emeri, que assim averbam:
“O princípio da anualidade orçamentária exprime simplesmente que a autorização para despender e para receber não vale a não ser por um ano. Além desse marco de tempo, todas as receitas e todas as despesas são roibidas, até a nova autorização”.
Com efeito, a anualidade é prática adotada à unanimidade no Estado Moderno, merecendo observar, apenas, que o período relativo ao exercício financeiro é que pode variar, conforme será visto adiante. 
Por sem dúvida, a anualidade representa uma expressiva manifestação do postulado da segurança jurídica. Nesse sentido, constitui um limite ao poder interventivo do Estado Democrático de Direito, pois a cada ano os mandatários do povo votam e aprovam o respectivo orçamento. Com isso, evita-se a adoção de um período mais amplo, que poderia desequilibrar a atuação do Estado, quer pela estipulação de poderes excessivos ao Executivo,
como meio de tornar exequível um orçamento a longo prazo, quer, na hipótese inversa, pela restrição dos poderes do Executivo, comprometendo, assim, o próprio interesse público. Sobremais, um período menor do que um ano seria insuficiente para a realização dos objetivos públicos. As mais das vezes, a periodicidade orçamentária coincide com o anocalendário. É o caso do Brasil, Argentina, Bélgica, França, Holanda, Suíça e outros. Alguns países, entretanto, firmaram o exercício social em dissintonia com o lapso temporal retrocitado. Exemplificando: na Itália, o ano orçamentário começa em 1º de julho; na Grã-Bretanha e na Alemanha, em 1º de abril; e nos EstadosUnidos, em 1º de outubro.
Por outro lado, o princípio da anualidade admite atenuações, as quais, ao contrário de infirmarem o seu conteúdo, antes o confirmam. Assim, por considerar que certas obras não podem ser iniciadas e concluídas no mesmo exercício financeiro, em face de sua dimensão, a solução encontrada para conciliar a anualidade com esses objetivos governamentais repousa nas autorizações plurianuais, que, uma vez aprovadas, têm força vinculante com relação aos ciclos orçamentários subsequentes.
De acordo com o princípio ora examinado, o orçamento pode subordinarse ao regime de caixa – orçamento de gestão – ou ao regime de competência – orçamento de exercício. No primeiro caso, as receitas e as despesas são apuradas conforme o fluxo de caixa, vale dizer, o balanço de encerramento do período leva em conta a situação existente na data-base. Exemplifica o mencionado regime a não inclusão no balanço do final do exercício das despesas com funcionários a serem pagas no exercício posterior, embora relacionadas com o período
findo. 
No segundo, a contabilidade pública considera como receitas e despesas do período não só aquelas concretizadas no ano orçamentário, mas também os créditos relativos ao aludido lapso temporal, bem como as despesas atinentes ao período, embora sujeitas à efetivação ulterior. Recorrendo à hipótese utilizada no tópico anterior, neste regime os pagamentos referentes ao mês de dezembro, dentro do ciclo orçamentário coincidente com o ano civil, são computados como despesas do exercício, embora venham a ser realizados em janeiro do ano seguinte. 
O nosso direito abraça o regime de competência, conforme revela a Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, abonada com o autorizado magistério de José Afonso da Silva.
Cremos que o regime adotado pelo direito brasileiro apresenta a vantagem de traduzir com exatidão os resultados do exercício, em oposição ao regime de caixa, que não mostra toda a extensão das contas públicas, bem como do patrimônio público, ocultando, em suas limitações, variáveis que podem infirmar por completo um resultado meramente superficial que o seu frágil conteúdo pode revelar.
Autor: Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário / Eduardo Marcial Ferreira Jardim. – 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019, página 59-62
Texto 3: 
Trata-se de principio de simples definição: o orçamento é ânuo. Ou seja, o intervalo de
tempo em que se estimam as receitas e se fixa as despesas é de um ano, coincidente com o
exercício civil65, conforme redação do art. 34 da Lei n. 4.320/64:
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
Seu sentido advém da própria conceituação do orçamento público, chamado de Lei Orçamentária
Anual (art. 165, § 5o, da CF). Portanto é princípio aplicável à Lei Orçamentária
Anual , e não às demais leis orçamentárias, como o plano plurianual e a Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Quanto ao plano plurianual, basta a sua nomenclatura para afirmar tratar-se
de lei cuja vigência extrapola um exercício financeiro, restando nítida a sua plurianualidade.
Isso, contudo, não fere a anualidade, pois as metas e programas previstos no plano plurianual,
bem como as diretrizes previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias são sempre executados
ano a ano através do orçamento anual. A operacionalidade dos gastos ocorre através da lei
anual, em conformidade com o princípio que lhe rege.
Está intrinsecamente ligado à periodicidade necessária à elaboração e avaliação de planos
de governo, bem como ao estabelecimento de metas e prioridades, já que nada consegue se
desvincular do tempo e do espaço.
Náo se confunde com a anualidade tributária, não mais presente no sistema brasileiro.
E que, no passado, para se cobrar tributos, o orçamento deveria autorizar dita cobrança.
Ou seja, não bastava a lei instituir o tributo. Deveria, além disso, a lei orçamentária autorizar
a sua arrecadação, nos termos do art. 150, § 29, da CF/196766. Desse modo, qualquer tributo
criado ou majorado após a aprovação da lei orçamentária não poderia ser cobrado pela
ausência de autorização. A premissa era a de que não se poderia cobrar um tributo se não se
previu a sua necessidade para tanto.
Com a entrada em vigor da anterioridade tributária (art. 150, III, “b”, da CF/88), a
partir da EC n. 01/69, não se tornou mais necessário vincular a cobrança do tributo a uma
autorização orçamentária, não se podendo mais falar em anualidade tributária, mas apenas
em anualidade, quando se refere ao direito financeiro, e anterioridade, quando se refere ao
direito tributário.
Daí a validade do teor da Súmula 66, do STF, quando afirma que: “É legítima a cobrança
do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo
exercício financeiro”. Ou seja, mesmo após a aprovação do orçamento, os tributos podem ser
majorados ou criados, de modo que a ausência da previsão da sua receita no orçamento não
impede a sua cobrança no exercício seguinte. Desta forma, para um tributo ser cobrado, basta
observar os princípios tributários na sua criação e cobrança, e não os princípios orçamentários.
A anualidade espraia os seus efeitos até mesmo na hipótese de eventual revisão dos índices
referentes aos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios (FPM, FPE), de
modo a não ser possível a promoção de sua alteração em meio ao exercício financeiro. Nesse
sentido, decidiu o STF:
EMENTAS: 1. (...) 2. MUNICÍPIO. Fundo de Participação. Revisão da estimativa populacional.
Redução do índice anual de participação. Alteração promovida por Decisão Normativa do Tribunal
de Contas da União. Aplicação imediata, em meio ao exercício financeiro. Ilegalidade. Violação da
regra da anualidade da vigência dos índices fixados para todo o exercício financeiro (...). Não é lícito
ao Tribunal de Contas da União promover revisão de índices referentes ao Fundo de Participação dos
Municípios, que devem viger durante todo o exercício financeiro, para os reduzir no curso deste. (MS
24098, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 29/04/2004, DJ 21-05-2004
PP-00033 EMENT VOL-02152-02 PP-00273 RTJ VOL-00191-01 PP-00162)
Por fim, cumpre ressaltar que o fato de haver uma lei orçamentária com vigor de 4
(quatro) anos, como o PPA (§ 1 do art. 167 da CF), bem como uma lei com vigência superior
a um ano, como a LDO, não invalida o princípio da anualidade, visto que todas essas
leis convergem para a aplicação de programas, projetos, atividades e ações previstos na lei
orçamentária, cuja vigência é de um ano.
Dúvida poderia surgir da interpretação do novo § 14 do art. 165 da CF, advindo com a
EC n. 102/2019, se o mesmo teria revogado o princípio da anualidade para a LOA. Vejamos
a sua redação:
Art. 165. § 12. “A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios
seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento”
Nota-se que a norma constitucional não impõe o dever de a LOA conter previsões de
despesas para exercícios seguintes. Sendo assim, há uma facultatividade de a LOA detalhar
os investimentos para os exercícios financeiros seguintes, em alinhamento com a LDO e
o PPA, com vistas a contribuir na elaboração das metas fiscais dos próximos exercícios. O
princípio da anualidade continua observado, dado que a LOA não deve conter dotações que
extrapolem um exercício financeiro. Ela se adstringe às receitas e despesas de um ano, podendo
conter previsões de despesas de exercícios seguintes com o fito de orientar os investimentos.
Autor: Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro - 9. ed. rev., atual, e ampi. - Salvador: JusPODIVM, 2020. página 144-145.
Texto 4: 
O princípio da anualidade apregoa que as estimativas de receitas e as
autorizações de despesas devem referir-se a um período limitado de tempo,
em geral, um ano ou o chamado "exercício financeiro", que corresponde
ao período de vigência do orçamento.
De acordo com o art. 22 da Lei nQ 4.320/1964, "a Lei do Orçamento
conterá a discriminação da receita e despesade forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os
princípios da unidade, universalidade e anualidade".
Esse princípio impõe que o orçamento deve ter vigência limitada no
tempo, e, no caso brasileiro, corresponde ao período de um ano. De acordo
com o art. 42 da Lei nQ 4.320/1964: "o exercício financeiro coincidirá com
o ano civil"- ou seja, 1-º de janeiro a 31 de dezembro.
Exceção: A autorização e abertura de créditos especiais e extraordináriosse
promulgados nos últimos quatro meses do ano-conforme art. 167, § 2Q, da
CF: "'os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro
em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos
últimos quatro meses, casos em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente".
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. página 20.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da anualidade utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio.
Aprenda os textos a seguir sobre o tema: Princípio da exclusividade
Texto 1:
O princípio da pureza ou exclusividade, previsto no § 8º do art. 165 da CF, estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. São ressalvados a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação de Receitas Orçamentárias - ARO, nos termos da lei.
Ademais, nos termos do art. 64, parágrafo único, I, "d", da Constituição, é vedada a edição de medidas provisórias para matérias orçamentárias, quais sejam, planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais, ressalvados os créditos extraordinários previstos no art. 167, § 3º.
A lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira. Ou seja, dela deve ser excluído qualquer dispositivo estranho à estimativa de receita e à fixação de despesa. O objetivo deste princípio é evitar a presença das chamadas "caudas e rabilongos" (matéria estranha à lei orçamentária).
O fato de a lei orçamentária ser veiculada de forma célere no Legislativo, dado o prazo constitucional para sua apreciação, gerou, no passado, comportamentos oportunistas, pelo que se firmou esse importante princípio, delimitando-se o conteúdo da lei orçamentária.
O princípio restringe o Executivo e o Legislativo, impedindo a inclusão de normas estranhas. De outra parte, o próprio alcance dos termos "estranhos à previsão da receita e à fixação da despesa” já foi motivo de interpretações divergentes nas relações entre Legislativo e Executivo. Discute-se, por exemplo, se o texto da lei orçamentária pode contar determinações acerca da execução do orçamento, limitando ou condicionando sua eficácia.
Deve-se salientar as diferentes ilações do princípio em tela:
a) a de que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à estimativa da receita e fixação da despesa, com as exceções constitucionais (pureza); e
b) a de que somente a lei orçamentária, e seus créditos adicionais, pode autorizar (abrir) crédito orçamentário (exclusividade). Assim, nenhuma outra lei, nem mesmo a lei de diretrizes orçamentárias ou a lei do plano plurianual, detém essa prerrogativa constitucional.
Autor:https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios, acesso em 14/04/2024.
Texto 2: 
Trata-se de princípio positivado na Lex Suprema, o qual já fora constitucionalizado em Textos anteriores. Com efeito, o aludido comando proíbe expressamente que a lei orçamentária contenha disposições estranhas a receitas e a despesas.
Por essa forma, o orçamento pode abrigar, por exemplo, as despesas relativas à construção de uma universidade ou de uma escola, mas não pode decidir sobre a criação dos mencionados estabelecimentos de ensino, porquanto tais tarefas se encartam no âmbito competencial da legislação própria, refugindo, pois, da ambitude da lei orçamentária.
Autor: Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário / Eduardo Marcial Ferreira Jardim. – 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019, página 64
Texto 3: 
Pela ideia de coerência, que deveria estar presente na criação de todas as leis, uma lei
orçamentária só pode conter matéria orçamentária e nada mais. O mesmo deveria ocorrer
com a criação das demais leis no direito, em clara observância da Lei Complementar n. 95/98,
o que não é seguido. O princípio da exclusividade significa dizer que a lei orçamentária não
pode conter qualquer matéria estranha ao orçamento.
Em matéria orçamentária, o princípio da exclusividade assume capital importância, principalmente
em virtude do tamanho dessas leis e de seus anexos. Assim é que, não raro, uma lei
orçamentária, com os seus anexos, ultrapassa mil páginas, e, como tal, seria de todo absurdo
que, dentro do seu conteúdo, se inserisse matéria estranha ao orçamento, como a criação de
cargos ou funções, promoção de servidor, perdão de dívidas, ou outra matéria. Com isso se
evita as chamadas caudas orçamentárias ou os orçamentos rabilongos62
Por esse motivo, o art. 165, § 8o, reza:
Art. 165. § 8o - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.
Como se nota, dentro do orçamento, a única matéria permitida é a orçamentária. Tanto
é que até as exceções mencionadas na norma dizem respeito ao orçamento. Vejamos:
Regra A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
Exceções
a) autorização para abertura de créditos suplementares;
b) contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária (ARO).
Se bem analisadas, as duas exceções dizem respeito ao tema orçamentário, qual seja,
fixação de despesa e previsão de receita. E que, quando a despesa fixada não é suficiente
para atender ao seu desiderato, o orçamento pode conter uma autorização para a abertura de
crédito suplementar, que visa a reforçar a dotação orçamentária, a fim de que sejam destinados
mais recursos para a realização das despesas. Por outro lado, quando a receita prevista
também não é suficiente para alcançar o seu fim, a lei orçamentária pode conter previsão
autorizando o Executivo a realizar operações de crédito (empréstimos públicos), a fim de
se buscar mais receitas para a concretização dos gastos. Logo, as exceções ao princípio da
exclusividade não permitem que matérias estranhas ao orçamento dele façam parte, e, sim,
que outras matérias, como tributárias, previdenciárias, administrativas, dentre outras, sejam
mencionadas dentro do orçamento.
Autor: Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro - 9. ed. rev., atual, e ampi. - Salvador: JusPODIVM, 2020. página 133.
Texto 4:
De acordo com o § 82 do art. 165 da Constituição Federal, a Lei
Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita
e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para a
abertura de créditos suplementares e contratações de operações de crédito,
ainda que por antecipação de receitas, nos termos da lei.
ATENÇÃO ~ O princípio da exclusividade veda a inserção de
matéria estranha em leis orçamentário-financeiras.
A Lei de Orçamento deverá tratar apenas de matéria financeira,
excluindo-se dela qualquer outro dispositivo estranho. Assim, não pode o
texto da lei orçamentária instituir tributo, por exemplo, nem qualquer outra
determinação que fuja às finalidades específicas de previsão de receita e
fixação de despesa.
Claudiano Albuquerque, Mareio Medeiros e Paulo H. Feijó (2008)
explicam que
[ ... ]o princípioda exclusividade foi consagrado pela reforma constitucional
de 1926 e sua adoção visava pôr fim às chamadas "caudas
orçamentárias" ou, como Ruy Barbosa denominava, "orçamentos
rabilongos". Segundo esse princípio, o orçamento deve conter
apenas matéria orçamentária, não incluindo em seu projeto de lei
assuntos estranhos.
Exceção: Autorizaç~o para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita
(ARO ou outra operação de crédito).
ATENÇÃO ~ A autorização da LOA não se aplica a todos os créditos
adicionais; aplica-se somente a uma de suas espécies: os créditos
suplementares.
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. página 24.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da exclusividade utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio
Aprenda os textos a seguir sobre o tema: Princípio da vedação do estorno
Texto 1:
Também conhecido como o postulado que veda a transposição de recursos de uma dotação orçamentária para outra, sem prévia autorização do Legislativo. Na verdade, o referido princípio simplesmente reproduz a quintessência da função administrativa, a qual deve limitar-se a cumprir a lei, não lhe sendo facultado alterá-la.
Autor: Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário / Eduardo Marcial Ferreira Jardim. – 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019, página 64
Texto 2:
Corolário do princípio da legalidade, aludido princípio determina que o gestor público
não pode repriorizar as ações governamentais através da transposição, remanejamento ou
transferência (TRT) de recursos sem prévia autorização legislativa.
Está delimitado na Constituição Federal da seguinte forma:
Art. 167. São vedados: VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização
legislativa; VIII — a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5o;
Os termos remanejamento, transposição e transferência foram utilizados pelo constituinte
de 1988 em substituição à expressão “estorno de verba”, utilizada em Constituições anteriores
para indicar a mesma vedação. Com esta regra, veda-se a realocações de recursos orçamentários
de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, o que, para
ocorrer, sempre depende de autorização a ser consignada por meio de lei específica.
Para Ives Gandra, as três formas se assemelham. Tanto a transposição como o remanejamento
e a transferência são formas de retirar recursos de uma programação e passá-los para
outra, o que representaria, se permitido fosse, uma real forma de burlar a lei orçamentária
Com maior tecnicidade, o Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão,
José de Ribamar Caldas Furtado83, explica a distinção entre os termos “Transposição”,
“Remanejamento” e “Transferência” de recursos, o que ainda não foi cobrado de modo tão
específico em concursos públicos:
a) Remanejamentos são realocações na organização de um ente público, com destinaçâo de
recursos de um órgão para outro. Podem ocorrer, por exemplo, em uma reforma administrativa.
A extinção de um órgão pode levar a Administração a decidir pelas realocações das
atividades, inclusive dos respectivos programas de trabalho, recursos físicos e orçamentários,
para outros órgãos, sejam da administração direta, sejam da administração indireta. Nesse
caso, não cabe a abertura de crédito adicional especial para cobertura de novas despesas, uma
vez que as atividades já existem, inclusive os respectivos recursos não financeiros. Entretanto,
se houver a necessidade da criação de um cargo novo, a Administração deverá providenciar
a abertura de um crédito adicional para atender a essa despesa;
b) Transposições são realocações no âmbito dos programas de trabalho, dentro do mesmo
órgão. Pode acontecer que a administração da entidade governamental resolva não construir
a estrada vicinal, já programada e incluída no orçamento, deslocando esses recursos para
a construção de um edifício para nele instalar a sede da secretaria de obras, também já
programada e incluída no orçamento, cujo projeto original se pretende que seja ampliado.
Nesse caso, basta que a lei autorize a realocação dos recursos orçamentários do primeiro
para o segundo projeto;
c) Transferências são realocações de recursos entre as categorias econômicas de despesas,
dentro do mesmo órgão e do mesmo programa de trabalho. Ou seja, repriorizaçóes dos
gastos a serem efetuados. Pode ocorrer que a administração do ente governamental tenha
que decidir entre realocar recursos para a manutenção de uma maternidade ou adquirir um
novo computador para o setor administrativo dessa maternidade, que funciona relativamente
bem, ainda que utilizando computadores antigos. A opção por recursos para a manutenção
da maternidade se efetivará através de uma transferência, que não se deve confundir com
anulações, parciais ou totais, de dotações para abrir crédito adicional especial. Nas transferências,
as atividades envolvidas continuam em franca execução; nos créditos adicionais
especiais ocorre a implantação de uma atividade nova.
A essência desse princípio é que o Executivo não tenha poderes de remanejar ou transpor
dotações do orçamento sem a autorização do Legislativo, já que, por ser lei, o orçamento
deve ser observado em todos os seus aspectos, de sorte que uma alteração mínima, ainda que
transferindo recursos de um órgão para outro, ou de uma programação para outra, significaria
atuação ao arrepio da lei aprovada pelo Parlamento.
Qualquer necessidade de operar repriorizaçóes de ações governamentais remanejamento,
transposição ou transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de
um órgão para outro, haverá necessidade de alteração formal da lei orçamentária.
Aplicar verba destinada a uma categoria de programação em local diverso, ou destinada
a um órgão, em outro, é típica hipótese de desvio de verbas públicas, a atrair a incidência do
crime de desvio de verbas, tipificado no artigo 315, do Código Penal:
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena — detenção, de um a três meses, ou multa.
A falta de planejamento, o famigerado “jeitinho” na solução dos problemas públicos,
bem como a urgência fabricada pela demora de determinados atos, não pode fazer com que
o Executivo realize estorno ou transposição de verbas de uma rubrica específica para outra,
como se fosse expediente comum orçamentário dentro da sua margem de discrição.
A prática de qualquer desses atos acima é típica adequação às hipóteses de transposição
de recursos de determinada dotação para outra, sem prévia autorização em lei, a significar
clara infração ao art. 167, VI, da CF/88. Como se não bastasse, em se tratando de conduta
praticada por prefeito municipal, o seu enquadramento está também no art. Io, III, do
Decreto-Lei n. 201/67 (desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas), e na
lei de improbidade administrativa, que considera ato ímprobo “XI — liberar verba pública
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular” (Lei n. 8.429/92, art. 10, XI).
Na contramão dessa rigorosidade, e com o fim de estimular o desenvolvimento científico,
tecnológico e a inovação, bem como impulsionar a pesquisa nacional e a criação de soluções
tecnológicas que aperfeiçoem a atuação do setor produtivo, o Congresso Nacional publicou a
Emenda Constitucional n. 85/15, que criou importante exceção ao princípio da proibição
do estorno. Vejamos:
§ 5o. A transposição, o remanejamento oua transferência de recursos de uma categoria
de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência,
tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas
funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa
prevista no inciso VI deste artigo.
Note-se clara exceção também ao princípio da legalidade, de modo que recursos poderão
ser transpostos, remanejados ou transferidos de uma categoria de programação para outra,
no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, sem a necessidade de autorização
do Legislativo, sendo suficiente ato do Poder Executivo.
As atividades de ciência, tecnologia e inovação receberam especial atenção no seu aspecto
orçamentário, visto que a EC n. 85/15, como um todo, permite que sejam feitas parcerias
com órgãos públicos e privados para o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação
com contrapartida financeira para este fim, sem a prévia chancela do Legislativo.
Por fim, cumpre destacar o instituto da descentralização de créditos e sua distinção de
outros fenômenos afins. A descentralização de créditos orçamentários é o procedimento por
meio do qual um órgão ou entidade transfere a outro a possibilidade de utilização dos créditos
orçamentários, sem a necessidade de celebração de convênios ou instrumentos congêneres,
com o objetivo de racionalizar o emprego dos recursos públicos, reduzir custos operacionais
e otimizar a estrutura da Administração do Estado.84
84. Redação do § 1® do art. 1® da Lei n. 12.931/2004 do Estado de Santa Catarina.
Ela não implica qualquer alteração na categoria de programação nem nos respectivos
valores totais aprovados pela lei orçamentária anual. Aqui há movimentação de parte do orçamento,
mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômica para
que outras unidades administrativas possam executar a despesa orçamentária. Portanto, não
se confundem com transferências e transposição.
Autor: Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro - 9. ed. rev., atual, e ampi. - Salvador: JusPODIVM, 2020. página 169-170.
Texto 3: 
Esse princípio encontra-se expressamente previsto no art. 167, VI, da CF:
"é vedado: a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro,
sem prévia autorização legislativa".
O administrador público não pode, portanto, remanejar ou transferir
verbas de um órgão para outro nem alterar a categoria de programação
sem prévia autorização legislativa. Se houver insuficiência orçamentária ou
carência de novas dotações, devese recorrer à abertura de crédito suplementar
ou especial, mediante autorização do Poder Legislativo, contida na própria
LOA ou em lei específica de crédito adicionaL
Exceção: 1. O § 5" do art. 167 permite a transposição, remanejamento
ou transferência de recursos de uma categoria para outra para atividades de
ciência, tecnologia e inovação, mediante ato direto do Poder Executivo. 2.
O Poder Executivo pode transpor, remanejar, transferir- se decorrente de
extinção, transformação, transferência, incorporação ou desmembramento de
órgãos/ entidades (ou alterações de suas competências/atribuições), mantida
a categoria de programação.
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. página 28.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da Princípio da vedação do estorno
utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio.
Aprenda os textos a seguir sobre o tema: Princípio da legalidade
Texto 1:
Historicamente, sempre se procurou dar um cunho jurídico ao orçamento, ou seja, para ser legal, tanto as receitas e as despesas precisam estar previstas a Lei Orçamentária Anual, ou seja, a aprovação do orçamento deve observar processo legislativo porque trata-se de um dispositivo de grande interesse da sociedade.
O respaldo a este princípio pode ser encontrado nos art. 37 166 da CF de 1988. O Art. 166 dispõe que: "Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum."
A evidência de seu cumprimento encontra-se na própria ementa das leis orçamentárias: "O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: "O princípio da legalidade é intrínseco ao estado de direito. O Poder Público somente pode agir e executar os planos de estado naquilo que a lei expressamente autorizar, de forma que a administração pública encontra-se subordinada à lei. De acordo com a Constituição Federal de 1988, conforme o artigo 165, a ação planejada do estado, quanto à sua atividade financeira, é viabilizada, no lado das despesas, pelas leis do ciclo orçamentário (PPA, LDO e LOA, com seus créditos adicionais), No lado da receita, determina o inciso I do art. 150 da Constituição que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Autor:https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios, acesso em 14/04/2024.
Texto 2: 
O primado da legalidade, em sua feição genérica, comunica efeitos a todo o direito. Por sem dúvida, é um dos princípios sobranceiros de nosso sistema normativo, daí representar, também, um dos vetores do Sistema Constitucional Financeiro.
Genericamente considerada, a legalidade significa que apenas a lei pode criar direitos e deveres, consoante preceitua o art. 5º, II, da Carta Magna.
A função administrativa, verbi gratia, traduz hipótese de atividade infralegal e, portanto, sujeita à preeminência da legalidade lato sensu. Exemplifica hipótese do princípio em apreço a disposição legal que investe a Administração Pública de poderes para exercer a atividade censória relativa a espetáculos teatrais ou cinematográficos, pois nesses casos a lei formula um conceito indeterminado que deve ser aquilatado e implementado pelo Executivo, segundo critérios subjetivos. Igual sorte se verifica amiúde nos mais variados campos do direito.
No Sistema Financeiro, por outro lado, a legalidade assume foros de intenso rigor, donde adjetivar-se como estrita, pois nessa seara não basta a lei criar um dado direito ou dever apenas em tese, mas é de mister fazê-lo de modo exaustivo e pormenorizado, emitindo conceitos determinados, de que falam Larenz e Roxin, em contranota aos comandos incompletos ou elásticos. Como corolário temos que a estrita legalidade não deixa espaço para o Executivo expedir decretos que introduzam critérios subjetivos na aplicação
da lei, vedada, ainda, a edição de atos administrativos discricionários. Como bem observa José Afonso da Silva20, a legalidade in casu estende-se aos programas, às operações de crédito, à transposição de recursos de uma dotação orçamentária para outra e à abertura de crédito suplementar, dentre outras hipóteses.
Como se vê, cabe à lei, e tão somente à lei, a tarefa de estabelecer objetivamente a faixa de atuação da Administração Pública no tocante à matéria interserta no Sistema Financeiro, consoante sua constitucionalização plasmada na Carta promulgada em outubro de 1988.
Autor: Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário / Eduardo Marcial Ferreira Jardim. – 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019, páginas 59-59
Texto 3:
O princípio da legalidade não é exclusivo do direito financeiro, por ser princípio sobranceiro
a todos os demais ramos. Está intrinsecamente ligado à ideia de Estado Democrático
de Direito, na medida em que vincula, não apenas o cidadão, mas também o Estado aos
ditames da lei.
Assim, como as finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização da lei,
tem-se na legalidade um princípio que permeia toda a atividadefinanceira do Estado, seja
para arrecadar os tributos, seja para efetuar os gastos. Daí se afirmar que o orçamento é o
início e o fim de toda ação estatal, pois a lei do orçamento é que permite a realização dos
gastos públicos. Nada pode ser despendido sem a previsão nesta lei.
A Constituição está repleta de artigos que dispõem sobre a necessária observância da
legalidade nos gastos públicos, que vai desde a elaboração dos planos e dos programas orçamentários,
às operações de abertura de crédito, alteração do orçamento e instituição de
fundos (Arts. 48, II, IV; 166; 167, I, II, V, VI, VII, VIII e IX).
Cinco desses incisos merecem maior ênfase:
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
Vili - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal
e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5o;
Esses dispositivos proíbem a realização de qualquer despesa ou a obtenção de empréstimo sem
a autorização legal. Realizar despesa estranha à Lei Orçamentária Anual consiste em crime
contra as finanças públicas, passível de reclusão de 1 a 4 anos (art. 359-D, do Código Penal):
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei;
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
A única hipótese em que um instrumento, que não a lei, pode ser utilizado, para a
realização de gastos, é a da medida provisória, nos termos do art. 167, § 3o, da CF.
Logo, se o orçamento é uma lei, embora de natureza formal como apregoam doutrina e
jurisprudência, qualquer alteração só poderá ser autorizada por igual instrumento. Assim, os
créditos orçamentários que alteram a lei orçamentária necessariamente devem ser aprovados
pelo Legislativo.
Importa acentuar que a EC n. 85/15 trouxe importante exceção ao princípio da legalidade,
ao permitir, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, a transposição,
o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra
sem prévia autorização do Legislativo:
Art. 167, § 5o. A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de
ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos
a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização
legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
O tema será melhor explorado no item 5.12, que trata do princípio da proibição de
estorno.
Por fim, cumpre afirmar que a redação do art. 107, da Lei n. 4.320/64, não foi recepcionada
pela Constituição, por prever que o orçamento das autarquias e empresas estatais
pudesse ser aprovado por mero decreto do Poder Executivo, não se sujeitando ao Legislativo,
o que não é possível61.
Calha relembrar a distinção acima da existência de princípios que dizem com todo
o direito financeiro e de outros voltados apenas ao orçamento público. Estes serão aqui
estudados, tendo em vista a sua especificidade à orçamentação. A distinção não é excludente,
de modo que diversos princípios orçamentários espraiam seus efeitos para além do
orçamento, ao passo que os princípios gerais do direito financeiro também reverberam nas
normas orçamentárias.
Autor: Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro - 9. ed. rev., atual, e ampi. - Salvador: JusPODIVM, 2020. Paginas 131-132
Texto 4: 
O princípio da legalidade exige que o gestor público obseiVe os preceitos
e normas legais aplicáveis à arrecadação de receitas e à realização de despesas.
Por este princípio, o orçamento anual, no final de sua elaboração, deve
ser aprovado pelo Poder Legislativo respectivo, tomando-se uma lei. Também
devem ser objeto de lei as Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual (art.
165 da CF /1988), bem como os créditos adicionais.
O orçamento anual materializa-se numa lei, a Lei Orçamentária Anual
(LOA), e nenhuma despesa poderá ser realizada se não for autorizada pela
LOA ou mediante créditos adicionais. Portanto, o gestor público somente
poderá realizar as despesas autorizadas pela lei.
O princípio da legalidade tem a função de limitar o poder estatal e
garantir a indisponibilidade do interesse público, já que não há falar em
vontade pessoal no trato da coisa pública. Isso significa que a ação estatal deve
ser exercida nos contornos da autorização parlamentar consubstanciada no
Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, na Lei Orçamentária
Anual ou em qualquer outra modalidade que exige autorização legislativa
relativa à matéria orçamentária.
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. página 19.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da legalidade utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio
Aprenda os textos a seguir sobre o tema: Princípio da publicidade orçamentária
Texto 1:
O conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para conhecimento do público e para eficácia de sua validade. Este princípio é consagrado no art. 37 da CF de 88: "A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ..."
De acordo com o art. 48 da LRF, são “instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.”
As versões simplificadas devem facilitar a compreensão das expressões de conteúdo técnico mais complexo, permitindo-se assim o acesso de mais pessoas ao orçamento público.
Autor:https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios, acesso em 14/04/2024.
Texto 2: 
É um dos princípios fundamentais que regem a Administração Pública
(art. 37 da CF /1988). Tem o objetivo de levar os atos praticados pela
Administração ao conhecimento de todos. A publicidade legal faz-se através
do Diário Oficial, podendo também abranger jornais, internet etc.
Foi reforçado como princípio orçamentário pela CF/1988, amparado
pelo art. 165, § 3º: "O Poder Executivo publicará, até trinta dias após
o encerramento de cada bimestre, o relatório resumido da execução
orçamentária"; e do art. 165, §&>,que exige que o projeto da lei orçamentária
venha acompanhado de "demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as
receitas e despesas, decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e
beneficios de natureza financeira, tributária e creditícia".
A partir do ano 2000 foi fortalecido por vários dispositivos da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
A publicação torna mais transparentes o montante, a destinação e a
utilização dos créditos orçamentários, e demonstra onde, como, em que e
para que foram utilizados os recursos públicos, e quais os resultados obtidos
e facilita a fiscalização pelos órgãos de controle e pela sociedade.
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Riode Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. página 26.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da Princípio da publicidade orçamentária
utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio.
Aprenda os textos a seguir sobre o tema: Princípio da não afetação
Texto 1:
Nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos casos ou a determinado gasto. Ou seja, a receita não pode ter vinculações. Essas reduzem o grau de liberdade do gestor e engessa o planejamento de longo, médio e curto prazos.
Este princípio encontra-se claramente expresso no inciso IV do art. 167 da CF de 88, mas aplica-se somente às receitas de impostos, e contempla uma série de exceções.
"IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;".
Apesar do princípio, existem diversas receitas afetadas na lei orçamentária. Decorrem, dentre outras causas, da necessidade de aplicação obrigatória de recursos derivados de taxas e outras receitas vinculadas, empréstimos: comprometidos para determinadas finalidades ou serviços.
A existência de “fundos” na lei orçamentária foi prevista nos artigos 71 a 74 da Lei 4.320/64. Em princípio, o saldo positivo apurado em balanço no final do exercício é transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo. Mas o governo pode promover desvinculações, em geral em favor da redução do estoque da dívida pública.
A necessidade de desvinculação dos fundos públicos é pauta recorrente das discussões acerca da necessidade de flexibilidade orçamentária e na busca de meios para mitigar a crise fiscal. Deve-se alertar, no entanto, que:
a) a perda da vinculação da despesa com a receita pode fazer com que a própria receita (taxa) seja questionada do ponto de vista de sua constitucionalidade tributária; nesse caso, além de perder receita, terá a administração o ônus de encontrar outro meio de prover a despesa que, em função da desvinculação, restou órfã de sua fonte de financiamento;
b) a maior parte dos recursos vinculados encontra-se destinado às despesas obrigatórias, que terão que ser providas, de uma forma ou de outra, com alguma fonte de recursos (livres ou vinculados).
Assim, os efeitos fiscais de uma desvinculação geral, na prática, são menores do que pode aparentar.
Autor:https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios, acesso em 14/04/2024.
Texto 2:
Segundo esse princípio, nenhuma parcela da receita poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos ou determinados gastos. Trata-se de dotar o administrador público de margem de manobra para alocar os recursos de acordo com suas prioridades. Em termos legais, a Constituição Federal, em seu art. 167, inciso IV, veda a vinculação de receita de impostos a uma determinada despesa, as exceções previstas referem-se à repartição de receitas em razão dos fundos de participação dos estados e municípios, bem como aqueles direcionados às ações e serviços públicos de saúde, manutenção e desenvolvimento do ensino, realização de atividades da administração tributária e prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita. De forma geral, no Brasil, esse princípio não vem sendo observado. Nos últimos anos, paulatinamente têm sido criadas outras receitas (que não tributos) com automática vinculação a áreas de despesas específicas. Recentemente, vários fundos foram criados vinculando a receita a áreas como telecomunicações, energia e ciência e tecnologia, entre outros. A vinculação, se, por um lado, garante a regularidade no aporte de recursos para as determinadas áreas, por outro, diminui significativamente a margem de manobra do governante para implementar políticas de acordo com suas prioridades. O resultado é que em algumas áreas há excesso de recursos que não podem ser carreados para outras que estão com escassez. O excesso de vinculação faz com que haja, em boa medida, uma repartição definida legalmente entre as áreas de governo, diminuindo significativamente as alternativas de opções alocativas dos administradores públicos.
Autor: Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário / Eduardo Marcial Ferreira Jardim. – 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019, páginas 65 - 66
Texto 3:
Princípio de sobranceira importância para a República Federativa e demanda pré-conhecimento
tributário para o seu entendimento. E que, originalmente, e seguindo a redação
do art. 4o, do Código Tributário Nacional (CTN), os tributos têm a sua natureza jurídica
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevante para qualificá-la a
desti nação legal do produto da sua arrecadação. Logo, o destino da receita dos tributos nunca
teve muita importância em direito tributário.
Ocorre que, com o surgimento de novas espécies tributárias, no caso, as contribuições
especiais, o destino da receita dos tributos tornou-se elemento essencial da caracterização
do próprio tributo, de modo a se tornar o principal elemento diferenciador entre algumas
contribuições e os impostos. Mas esse tema é eminentemente doutrinário e não encontrou
ainda recepção na jurisprudência.
Dessa forma, saber para onde vai o recurso de um tributo é matéria afeta ao direito
financeiro. No entanto, segundo a nova doutrina76, é assunto que diz respeito também ao
direito tributário porque há tributos que, quando da sua criação, (i) obrigatoriamente deve-se
determinar qual o destino da sua receita, outros que (ii) pode-se determinar ou não o destino da
sua arrecadação e aqueles que (iii) nunca podem ter a sua receita vinculada a alguma destinação.
Em que pese a importância desse tema para o direito tributário, mormente quanto aos
tributos vinculados ou finalísticos, seu campo de estudo é mais amplo dentro do direito
financeiro, porque é da essência desta disciplina estudar a destinação dos recursos públicos
e a sua correta aplicação.
E aqui entra o tema acalorado, na doutrina e na jurisprudência, da possível inconstitucionalidade
de um tributo quando o destino da sua receita é desviado para um fim distinto
do que motivou a sua instituição. Por exemplo, se o governo destina para fins diversos os
recursos da COFINS, contribuição criada para o financiamento da Seguridade Social, seria
o tributo inconstitucional no seu todo, por não ter atingido a sua finalidade? Para o STF,
não. Assim, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 56600777, comentado abaixo (Tópico
11), assentou-se que, na hipótese de a desvinculação de receitas ser considerada
inconstitucional, a consequência seria a vinculação do produto da arrecadação, e não
sua devolução ao contribuinte.
Apesar do posicionamento adotado pelo STF, saber para onde vão os recursos dos tributos
é tema de suma importância, pois ajuda a decifrar algumas dúvidas, tanto do direito tributário,
quanto do direito financeiro. O seguinte quadro elucida com clareza o que se deseja afirmar,
quando se analisa a lei criadora de um tributo e a disciplina dada ao destino de sua receita:
Tributos que, obrigatoriamente, deve-se determinar na lei de sua criação o destino da sua arrecadação; Contribuições especiais; contribuição de iluminação pública; empréstimos compulsórios e contribuição de melhoria.
Tributos que facultativamente se determina na lei de sua criação o destino da sua arrecadação; Taxas 
Tributos que nunca se determina na sua criação o destino da sua arrecadação, com exceções constitucionais; Impostos 
Sendo assim, é da natureza do imposto não ter a sua receitavinculada a algum órgão,
fundo ou despesa, visto que devem ter os recursos livres para a aplicação, pelo Executivo, do
seu programa de governo, idealizado politicamente. Se os seus recursos fossem plenamente
vinculados, pouca ou nenhuma margem restaria ao Executivo para governar, uma vez que
todos os tributos já teriam sua receita direcionada pelo Legislativo, em grave e frontal malferimento
à separação de poderes.
Segundo Kiyoshi Harada, “essa vedação traduz o princípio de que cabe ao governante,
consagrado nas urnas, a responsabilidade de elaborar o seu plano de ação governamental
promovendo o direcionamento de despesas públicas para setores reputados prioritários e
dentro da plataforma de campanha, sob pena de faltar legitimidade para governar. Mas,
isso é tarefa para estadistas, que parece não mais existir. Na falta destes, a tendência é ir
vinculando receitas públicas às mais diversas necessidades públicas a serem satisfeitas, de tal
forma que a governança poderia até ser entregue a um computador”
Com o devido respeito ao simplismo da gestão de recursos públicos dado pelo autor, o
certo é que se encontrou no instituto da vinculação uma forma de prestigiar áreas que, se deixadas
ao alvedrio de alguns representantes do povo, despreparados na eleição das prioridades,
poderiam ser relegadas ao último plano, na contramão da valoração dada pela Constituição
aos direitos sociais como educação, saúde, previdência e assistência.
Os recursos vinculados, segundo a redação do art. 8o, parágrafo único, da LRF, devem
atender ao objeto de sua vinculação, mesmo que em outro exercício financeiro.
Art. 8o. Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão
utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício
diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Se um Município, por exemplo, arrecada recursos com a Contribuição de Iluminação
Pública e não os gasta em determinado exercício, esses valores não se desvinculam no exercício
seguinte pelo seu não uso. Continuarão vinculados, inclusive nos orçamentos seguintes. O
mesmo ocorre com os demais entes em relação aos tributos de receita vinculada.
Embora a redação acima refira-se a todos os recursos legalmente vinculados, como os
oriundos de programas específicos, de convênios, dentre outros, sua aplicação aos tributos de
receita vinculada é nítida e merece maior atenção, mormente porque, no âmbito da União,
sua maior receita advém do recolhimento das contribuições especiais (Item 11) e os recursos
arrecadados geralmente não são destinados à finalidade prevista.
E mais, sempre é bom repetir, ainda que haja desvio na aplicação do recurso vinculado,
tal ato não macula o tributo de inconstitucionalidade e não assegura a sua restituição. Nesse
sentido, assentou o STF, quando do julgamento da ADI 2925 (julgamento em 18.12.2003),
que se o desvio se desse na lei instituidora do tributo, o mesmo seria inconstitucional. No
entanto, se a lei fosse criada conforme a CF/88 e se o desvio dos recursos ocorresse na LOA,
ter-se-ia hipótese de inconstitucionalidade da LOA, sem qualquer mácula ao tributo, não
cabendo a restituição.
O princípio da desvinculação da receita de impostos é preceituado na Constituição
Federal do seguinte modo:
Art. 167. São vedados:
(...)
IV — a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2o, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8o, bem como o disposto no
§ 4o deste artigo; (grifo nosso)
Note-se que, pela importância de algumas áreas e alguns temas, o constituinte previu a
possibilidade de a receita dos impostos ser, desde o seu nascimento, vinculada a alguns fins.
São oito as exceções à vinculação da receita:79
Autor: Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro - 9. ed. rev., atual, e ampi. - Salvador: JusPODIVM, 2020. página 160 - 163
Texto 4:
O princípio da não afetação de receitas veda a vinculação de receita de
impostos a órgão, fundo ou despesa, e está definido na Constituição Federal.
Art. 167, São vedados:
IV-a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
ações e serviços públicas de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração
tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §
22,212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito
por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 82, bem como
o disposto no § 42 deste artigo.
ATENÇÃO -+ Esse princípio refere-se apenas aos impostos - não
inclui taxas e contribuições.
O princípio da não afetação de receitas determina que as receitas de
impostos não sejam previamente vinculadas a determinadas despesas, a fim
de que estejam livres para sua alocação racional, no momento oportuno,
conforme as prioridades públicas.
Exceções: Há muitas~ 1 -fundos constitucionais: Fundo de Participação
dos Estados, Municípios, Centro-Oeste, Norte, Nordeste, compensação pela
exportação de produtos industrializados etc.; 2- Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb); 3-Ações e serviços públicos
de saúde; 4- garantias às operações de crédito por antecipação de receita
(ARO); 5-atividades da administração tributária; 6 -vinculação de impostos
estaduais e municipais para prestação de ga~ntia ou contra garantia à União.
Autor: Paludo, Augustinho Vicente. Orçamento público, administração financeira e orçamentária e LRF I Augustinho Vicente Paludo. - 7. ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2017. Página 25.
A partir dos textos aprendidos, conceitue o principio da não afetação utilizando citações indiretas dos autores de cada texto e indicando o dispositivo legal do princípio

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