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104 1. Departamentos de engenharia industrial e de planejamento de empresas industriais e de serviço, e mesmo de empresas comerciais. 2. Cursos especializados de Jayout como livro-texto básico . 3. Disciplinas de administração da produção, organização do traba lho, planejamento, etc. em escolas graduadas e pós-graduadas de ad ministração e engenharia. O autor, devido à natureza prática da obra, não achou ne cessária a inclusão de uma biblio grafia e de um índice remissivo, mas juntou formulários utilíssimos. Kurt E. Weil Revista de Administração de Empresas Administração por objetivos o método 3-0 Por W. J. Reddin. 1. ed. em português. Do original Effecti ve managemenr by objecrives - The 3-D Method of MBO. Tradução H. de Barros. Atlas, 1978. 256p. Introdução - O Prof. William J . Reddin, do Departamento de Ad ministração da Universidade de New Brunswick, Canadá, especia lista em teoria das organizações e em mudança organizacional,_ é amplamente conhecido · nos Esta dos Unidos, Canadá e Grã Bretanha, através dos seus . traba lhos como agente de mudanças em diversas organizações, tendo como base de sua atividade a sua teoria 3-0, que pela primeira vez incorporou aos estudos de com portamento e de estilo da figura central do líder uma nova dimen são que é a eficácia gerencial. To dos os modelos anteriores cuida vam do binômio produção/ re lações humanas, deixando de in cluir qualquer critério de eficácia como característica primordial do desempenho gerencial. Pode-se dizer que o trabalho do Prof . Reddin teve uma evolução oposta às demais teorias de admi nistração por objetivos; como es pecialista em estudos do compor tamento, ele procurou estruturar toda a teoria' de administração de uma organização nas relações en tre chefe e subordinado, e essas relações são, na realidade, toda a base de seu trabalho, tendo como ponto central a eficácia gerencial . A obra que aqui sintetizamos, apesar de suas falhas em termos de texto em português, devido a um tradução um pouco descuida da, apresenta-se como um dos melhores trabalhos em termos de APO, dando uma nova visão da administração das organizações. Caracteriza-se, também, pelo alto grau de apl_icabilidade e praticida de, já que o autor deixa de lado to das as considerações teóricas a respeito do assunto, apresentando somente os conceitos que sejam de importância para o uso do método. Além disso, todo o traba lho baseia-se em casos reais e vivi dos· pelo autor, o que confere à obra muita riqueza de situações. O trabalho divide-se, a nosso ver, em duas grandes partes : uma conceitual, na qual são apresenta das as bases do método, e uma se gunda parte que orienta a sua ím P lemen tação. A administração por objetivos e o método 3-0 - A APO teve um grande desenvolvimento a partir da década de 50, com os trabalhos de Peter F. Drucker, mais tarde com George Odíorne e John Hum ble, entre outros. Atualmente, vem sendo utilizada · em todo o mundo, nas maiores empresas. Humble assim define a APO: "Um siste.ma dinâmico que íntegra as necessidades da empresa de atingir seus objetivos de lucro e de crescimento com a necessidade do gerente de cont ri buir e desenvolver-se. É um estilo exi gente e compensador de se dirigir uma empresa". Esta definição volta-se, de modo essencial, para o planejamento empresarial. Já a definição de Odiorne ass1m se apresenta : "(. .. )o superior e os gerentes subordinados de uma empresa, conjuntamente, definem seus objetivos comuns, defin·em as áreas mais importantes de respon sabilidade de cada indivíduo, em termos dos resultados que dele são esperados, e utilizam essas medi das como guias p·ara operar a uni dade e avaliar a contribuicão de ca da um de seus membro~". Nota se, nesta definição, a ênfase que seu autor coloca na relação entre gerente e subordinados . ' O autor do livro aqui analisado utiliza-se de conceitos mais próximos dos apresentados por Odiorne e apresenta sua definição de APO como sendo "O estabele cimento de áreas de eficácia para as posições gerenciais com as suas conversões periódicas em objeti vos mensuráveis·, limitados no tempo, unidos vertical e horizon talmente, e segundo um planeja mento futuro". A. essência do método 3-D reside/ portanto, na definição das áreas de eficácia pa ra cada posição gerencial, e no conseqüente estabelecimento de objetivos, que devem ser quantifi cados ou mensuráveis . Na sua de finição, o autor não coloca as re lações chefe/subordinado, mas estas constituem toda a base para a implementação do método 3-D, como fica bastante claro no decor rer da obra. Diversas são as definições de APO, e diversos, também, são os enfoques colocados nessas defi nições .. No entanto, alguns ele mentos sao comuns a quase todas elas: - objetivos estabelecidos para as posições; - determinação conjunta de obje tivos; :__ associação de objetivos; . - ênfase na medida e no controle; - estabelecimento de um sistema de revisão e reciclagem; - alto envolvimento do superior; ·- alto apoio técnico nos estágios iniciais. Contudo, o autor acrescenta uma nova dimensão a esses ele mentos, que é a atribuição de áreas de eficácia individuais e de responsabilidade de um único in divíduo em toda a organização; a partir das áreas de eficácia, são de terminados os críterios ou méto dos de medição e, posteriormente, definidos os objetivos para cada posição, por meio de um estreito relacionamento superior /subordi nados; aliâs, este relacionamento, como já foi dito 1 é a base para a operacionalização do método. Aspectos cencraís do método 3-D -'-- Os aspectos mais importantes utilizados pelo autor em sua teoria são· os seguintes: - eficácia gerencial; - ênfase total nos resultados; - separação clara entre os resul tados de uma função e os insumos por ela utilizados. A APO eficaz não se preocupa com a adminis tração dos insumos, mas sim com os resultados esperados para uma determinada posição; - ênfase nas relações entre supe rior e subordinados; - implementação por equipe/ através dos conceitos de áreas de eficácia de unidades e da posterior atribuição de áreas de eficácia para cada posição. Os três tipos de eficácia - O autor classifica o conceito de eficácia em três tipos, totalmente distintos: 1. Eficácia gerencial: não é um as pecto da personalidade do geren te; não é algo que o gerente pos sui; representa produto e não insu mo; não é tanto o que o gerente faz, mas sim o que alcança. Em síntese, a eficácia gerencial representa o nível em que o geren te alcança resultados efetivos e es perados para sua posição . 2. Eficácia aparente: expressões como "geralmente pontual", 'Ires postas imediatas", "toma decisões rápidas", "tem boa ·redação", "bom em relações públicas", "cumpriu suas tarefas", entre ou tras, ilustram o conceito de eficácia aparente . A eficácia apa rente relaciona-se muito com o conceito simples de eficiência; um gerente poderá ser 100% eficiente naquilo que faz, mas 0% eficaz, em termos dos resultados que sua posição deveria produzir. 3. Eficácia pessoal: refere-se, sim plesmente, à satisfação de objeti vos pessoais, acima dos objetivos da empresa;_ isto acontece em es pecial com homens ambiciosos, em uma empresa na qual as medi das administrativas de resultados sejam poucas e bem definidas. A base de toda a teoria . do método 3-D é a eficácia gerencial. .Areas de eficácia comuns e es pecíficas - A eficácia gerencial é obtida pj:!lo alcance dos resultados nas áreas de eficácia de· cada po sição. As áreas de eficácia podem ser comuns, como por exemplo: su bordinados, inovação autodesen volvimento, sistemas, etc.; ou en- tão podem ser específicas a cada posição, como por exemplo: es tratégia empresarial (característica da alta direção), custo de vendas (característica de um executivo de marketing), etc. Quase todas as posições gerenciais têm áreas de eficácia comuns e específicas; eventualmente, uma posição poderá ter somente áreas de eficácia comuns, mas é raro ocorrer isto . O autor enfatiza o fato de que as áreas de eficácia são característi cas de cada posição numa empre sa, e variam de uma empresa para outra e mesmo de uma situação para outra, mostrando, assim, o caráter essencialmente dinâmico da APO eficaz . Erros comuns na atnbuição de áreas de eficácia - Após a defini-· ·ção dos conceitos e a exemplifica- ção das áreas de eficácia, o autor apresenta alguns erros comuns na,· atribuição das mesmas, quais se Jam: 1. Área de recursos: uma área de recursos é uma afirmação incorre- 105 ta de uma área de eficácia que é baseada em atividades-meio, ou em recursos, ao invés de em resul- tados ou produtos. 2. Área de preocupação: é uma área que o gerente mostra como sendo sua, porque não espera que outro gerente, a quem realmente pertence a ·responsabilidade, líde eficazmente com ela sem inter- venção. 3. Área de outro : é o caso em que o gerente mostra uma área como sendo sua, e sobre a qual ele não tem nenhum controle; isto é dife rente de uma área de preocu pação, no sentido de que emerge de uma confusão de onde reside o poder/ ao invés de ser produto de uma desconfiança de competência ou interesse. 4. Área não-mensurável: é uma área de eficácia cujo objetivo asso ciado não é mensurável. A me dição e controle de objeti'vos é es sencial na APO eficaz; pode ocor rer, no entanto, que o custo de mensuração seja muito elevac:jo, em face dos benefícios que essa mensuração poderá trazer; neste Resenha bibliográfica 106 caso, essa área de eficácia deverá provavelmente. ser abandonada. 5. Área de tempo: representa uma área em que o gerente gasta gran de parte do seu tempo, mas que não é uma área de eficácia, quase sempre reflet1ndo uma fraca estru tura de organização. Objetivos e medidas de desempe nho - Com base nas áreas de eficácia, são determinados méto dos de medicação e só então defi nidos os objetivos a serem alcan çados. Um objetivo é um enuncia do altamente específico sobre o que deve ser realizado para um método de medicacão relacionado a uma área de eficácia; um único método de medição produz um unico objetivo. Os objetivos devem ser men suráveis, ter o fator tempo associa do ao seu alcance, ser quantifica dos e específicos; objetivos qua litativos geralmente não são ne ce?sários; os objetivos devem, além disso, ser centralizados em resultados realistas e atingíveis . Planejamento - Os objetivos não são atingidos por si só; constituem simples previsões do que vai ocor rer, se nada for feito. Para que um objetivo seja al cançado, é necessár1o que sejam planejados os meios para tal; só aqui é que entram as atividades melo e os recursos, e o planeja mento é de responsabilidade do próprio geren te que deve at1ngir aqueles objetivos . Em outras palavras, o planeja mento não é função de um órgão ou departamento específico, mas sim de cada posição gerencial; po de, é claro, existir um órgão de as sessoramento ao planejamento, mas este é de responsabilidade in tegra l do gerente. Implementação da APO et1caz O autor reserva quase metade de sua obra para orientação à imple mentação bem sucedida da APO . Ele coloca como principais elemen tos do sucesso da APO os seguin tes: descongelamento adequado; máximo de informação; ênfase no grupo; Revista de Administração de Empresas ênfase na eficácia; ênfase na situação; ponto de entrada (início da ap li- caçãoladequado; ritmo apropriado de mudança; instrumentação e controle; ênfase na mudança; aceitação do lado humano . Além da discussão dos aspectos acima, o autor apresenta todo um roteiro de trabalho para a imple mentação da APO pelo método 3- D. Conclusão - Esta obra foi, para nós, uma das que mais contribuiu para uma visão cada vez mais clara da administração organizacional. Seu lado prático torna-a um poten cial ilimitado de aplicações. É provável que a empresa que se de.:_ cida a implantar a APO tenha neste material uma de suas melhores contribuições. uma de suas melhores contri bu icões. Além disso, todos os conceitos e exemplos sãc apresentados de forma bastante clara e de fácil lei tura, podendo ser utilizados por qualquer gerente ou chefia, com expectativas de ótimos resultados . Norbeho A . Torres Fique atento aos lançamentos da Editora FGV. O melhor em informação especializada. o ; ~ . ~. • • I • : ; ; . ; ~ ~ ~ ; ~ . . ·. ~ ; . . . . ; ~ ~ ·~ ; ... ~ ; ~ .... ••• f • : •••• f •• ' ' • • ···. ~.·.: ... . . . . . . . '. •. • I ~·· •• • ....