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Membranas 
Fetais
SUMÁRIO
1. Introdução às Membranas Fetais ............................................................................... 3
2. Córion: A Barreira Protetora ........................................................................................ 4
3. Âmnio e Líquido Amniótico: O Ambiente de Crescimento ........................................ 7
4. Vesícula Umbilical: O Suporte Nutricional ................................................................. 9
5. Alantoide: Gestão de Resíduos Fetais ...................................................................... 10
6. Gêmeos e Membranas Fetais: Uma Dinâmica Complexa ....................................... 12
Referências ...................................................................................................................... 17
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1. INTRODUÇÃO ÀS MEMBRANAS FETAIS
As membranas fetais constituem uma parte integral do sistema de suporte à vida 
que se desenvolve durante a gravidez. Elas são estruturas biológicas especializadas 
que se formam logo após a fertilização e são essenciais para o desenvolvimento em-
brionário e fetal. A compreensão de suas funções e formação é fundamental para a 
prática obstétrica e a pesquisa em desenvolvimento humano.
Formação das Membranas Fetais
A formação das membranas fetais inicia-se com a implantação do blastocisto, uma 
estrutura formada cerca de uma semana após a fertilização. O blastocisto é composto 
por uma massa celular interna, que eventualmente se desenvolve no embrião, e uma 
camada externa de células chamada trofoblasto, que dá origem ao córion e participa 
na formação da placenta.
À medida que o blastocisto se implanta no endométrio uterino, o trofoblasto se dife-
rencia em duas camadas distintas: o sinciciotrofoblasto, que invade o tecido materno 
para estabelecer a troca de nutrientes, e o citotrofoblasto, que mantém a capacidade 
de proliferação celular. Juntos, esses componentes formam a base para o desenvol-
vimento do córion.
Paralelamente, o âmnio começa a se formar a partir de uma pequena cavidade 
preenchida por fluido que aparece dentro da massa celular interna. Esta cavidade 
se expande para se tornar o saco amniótico, envolvendo o embrião em um ambiente 
aquoso protegido.
A vesícula umbilical surge como uma estrutura anexa ao embrião, fornecendo nu-
trientes e auxiliando na formação do sistema circulatório primitivo. O alantoide, embora 
rudimentar em humanos, forma-se como uma extensão do trato digestivo inferior e 
contribui para a formação dos vasos sanguíneos do cordão umbilical.
Funções das Membranas Fetais
Cada membrana fetal tem funções específicas que são vitais para o desenvolvi-
mento fetal:
• Córion: Serve como uma membrana de proteção e participa na formação da 
placenta, que é essencial para a troca de nutrientes e gases entre a mãe e o feto. 
Também desempenha um papel na secreção de hormônios como a hCG.
• Âmnio: O âmnio cria um ambiente estéril para o feto, permitindo movimentos livres 
que são cruciais para o desenvolvimento musculoesquelético. O líquido amniótico 
absorve choques, previne aderências entre o feto e o córion, e fornece fluido para 
o feto engolir, o que é importante para o desenvolvimento gastrointestinal.
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• Vesícula Umbilical: Inicialmente, atua como uma fonte de nutrientes e é o local da 
hematopoiese primitiva. Embora sua função seja substituída pela placenta mais 
tarde, ela continua sendo um importante indicador de desenvolvimento normal 
durante a ultrassonografia precoce.
• Alantoide: Contribui para a formação dos vasos sanguíneos umbilicais e, em 
conjunto com o córion, forma o cordão umbilical, que é a conexão vital entre o 
feto e a placenta.
As membranas fetais não só apoiam o crescimento e desenvolvimento do feto, mas 
também são envolvidas na modulação do ambiente imunológico do útero, ajudando a 
prevenir a rejeição do feto, que é geneticamente distinto da mãe.
Em resumo, as membranas fetais são estruturas dinâmicas e multifuncionais 
que estabelecem as bases para uma gravidez bem-sucedida. Elas são um exem-
plo fascinante da complexidade do desenvolvimento humano e um campo de 
estudo vital para a medicina fetal e perinatal. Vamos estudar cada uma delas 
separadamente:
2. CÓRION: A BARREIRA PROTETORA
O córion é uma das membranas fetais mais críticas, desempenhando múltiplas 
funções essenciais para a proteção e nutrição do feto. A origem e a estrutura 
do córion são complexas e refletem a natureza dinâmica do desenvolvimento 
embrionário.
Origem do Córion
O córion origina-se do trofoblasto, a camada externa de células do blastocisto. Após 
a fertilização, quando o ovo se divide e forma o blastocisto, o trofoblasto se diferencia 
em duas camadas principais: o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto. O citotrofoblasto 
é uma camada de células que mantém a capacidade de se dividir e regenerar, enquanto 
o sinciciotrofoblasto é uma massa multinucleada que invade o endométrio para esta-
belecer a troca de nutrientes.
Partes do Córion
O córion pode ser dividido em duas partes distintas com base em sua função e 
morfologia:
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• Córion Liso (Córion Laeve): Esta é a parte do córion que não possui vilosidades 
e está em contato com as partes do útero que não contribuem para a formação 
da placenta. À medida que a gravidez avança, a porção lisa do córion tende a se 
expandir à medida que as vilosidades coriônicas em outras áreas se tornam mais 
especializadas e complexas.
• Córion Viloso: É a parte do córion que desenvolve vilosidades, estruturas semelhan-
tes a dedos que se projetam e se ancoram no endométrio materno. Esta região do 
córion é altamente vascularizada e participa ativamente na formação da placenta.
Imagem 1. Córion
Fonte: Sakurra/Shutterstock.com
Vilosidades Coriônicas
As vilosidades coriônicas são fundamentais para a função placentária. Elas podem 
ser classificadas com base em seu desenvolvimento e função:
• Vilosidades Primárias: Formadas no início da gestação, consistem em um núcleo 
de citotrofoblasto coberto por sinciciotrofoblasto. Elas iniciam o processo de 
invasão no endométrio.
• Vilosidades Secundárias: À medida que a gravidez progride, um mesoderma extra-
embrionário invade as vilosidades primárias, trazendo consigo vasos sanguíneos 
fetais, o que as transforma em vilosidades secundárias.
• Vilosidades Terceiras: Estas são vilosidades maduras que possuem uma rede 
completa de capilares e são responsáveis pela troca eficiente de gases e nutrien-
tes entre a mãe e o feto.
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As vilosidades coriônicas são imersas no sangue materno dentro dos espaços inter-
vilosos da placenta, onde ocorre a troca de nutrientes, gases e resíduos. Esta interface 
é crítica para a manutenção da gravidez e o desenvolvimento fetal saudável.
A complexidade do córion e suas vilosidades reflete a natureza altamente especia-
lizada da placenta como um órgão de suporte à vida. O estudo detalhado do córion 
e de suas vilosidades é essencial para entender condições como a pré-eclâmpsia e 
outras complicações placentárias que podem afetar o resultado da gravidez. A análise 
histológica das vilosidades coriônicas, obtida através de biópsia de vilo coriônico, pode 
fornecer informações importantes sobre a saúde do feto e a presença de anormalida-
des genéticas.
Imagem 2. Vilosidades
Fonte: Fascija/Shutterstock.com
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3. ÂMNIO E LÍQUIDO AMNIÓTICO: 
O AMBIENTE DE CRESCIMENTO
O âmnio é uma membrana delgada, mas resistente, que desempenha um papel cru-
cial no desenvolvimento fetal, oferecendo proteção e um ambiente controlado para o 
crescimento do feto.
Saco Amniótico
O saco amniótico é formado pelo âmnio e contém o líquido amniótico, envolvendo 
o feto durante toda a gestação. A formação do saco amniótico começa na segunda 
semana de desenvolvimento, quando as células do epiblasto dão origem a uma pequena 
cavidade preenchida por fluido. Esta cavidade, conhecida como cavidadeamniótica, 
expande-se e é revestida pelo âmnio, que se separa do epiblasto.
Características do Âmnio
O âmnio é uma membrana transparente, composta por várias camadas de células 
especializadas, incluindo um epitélio amniótico e uma camada de mesoderma. Ele é 
avascular, ou seja, não contém vasos sanguíneos próprios, e recebe nutrientes e oxigê-
nio diretamente do líquido amniótico e do sangue materno através do cordão umbilical 
e da placenta.
Crescimento do Âmnio
O crescimento do âmnio é um processo dinâmico que acompanha o desenvolvimen-
to do embrião e do feto. Inicialmente, o âmnio adere intimamente ao epiblasto, mas à 
medida que o feto cresce e o volume de líquido amniótico aumenta, ele se expande e 
eventualmente se funde com o córion, formando a bolsa amniótica que conhecemos.
Líquido Amniótico
O líquido amniótico é um componente crítico do ambiente fetal, desempenhando 
várias funções:
• Função: O líquido amniótico protege o feto contra impactos físicos, permite mo-
vimentos fetais livres, importantes para o desenvolvimento musculoesquelético, 
e previne a aderência do feto às membranas. Ele também regula a temperatura, 
fornece um ambiente estéril e contribui para o desenvolvimento pulmonar e di-
gestivo, pois o feto ingere e "respira" o líquido amniótico.
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• Origem e Desenvolvimento: O líquido amniótico é inicialmente formado a partir do 
filtrado do plasma materno. À medida que o feto cresce, contribuições adicionais 
vêm do feto, incluindo urina e secreções do trato respiratório.
• Produção e Absorção: A produção de líquido amniótico é um equilíbrio entre a 
secreção e a reabsorção. O feto engole o líquido amniótico, que é absorvido pelo 
trato gastrointestinal e retorna ao espaço amniótico através da micção. A troca 
também ocorre através das membranas fetais e do cordão umbilical.
Imagem 3. Âmnion
Fonte: rob9000/Shutterstock.com
Quantidade ao Longo da Gestação
A quantidade de líquido amniótico aumenta com o avanço da gestação, atingindo 
um pico de cerca de 800 a 1000 ml por volta de 36 a 38 semanas de gestação. Após 
esse ponto, a quantidade pode começar a diminuir. A medição do volume de líquido 
amniótico é um aspecto importante do monitoramento fetal, pois anormalidades 
na quantidade podem indicar várias condições, como oligoidrâmnio (baixo volume 
de líquido) ou polidrâmnio (alto volume de líquido), cada um com suas próprias 
implicações clínicas.
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O âmnio e o líquido amniótico são, portanto, fundamentais para um ambiente 
intrauterino saudável e para o desenvolvimento fetal. Alterações na quantidade ou 
na composição do líquido amniótico podem ser indicativas de patologias e são 
monitoradas de perto através de ultrassonografias regulares durante o pré-natal.
4. VESÍCULA UMBILICAL: O SUPORTE 
NUTRICIONAL
A vesícula umbilical, também conhecida como saco vitelínico ou saco vitelino, é 
uma estrutura embrionária que desempenha papéis cruciais nas fases iniciais do de-
senvolvimento fetal.
Desenvolvimento e Origem
A vesícula umbilical se desenvolve simultaneamente com o embrião a partir do 
blastocisto. Durante a segunda semana de gestação, quando o blastocisto se implanta 
na parede uterina, duas cavidades são formadas: a cavidade amniótica e a cavidade 
do saco vitelino. A cavidade do saco vitelino origina-se do hipoblasto, uma camada de 
células que reveste a face interna do blastocisto.
À medida que o embrião cresce, o saco vitelino é progressivamente restringido e 
forma uma estrutura em forma de pera ligada ao embrião pelo ducto vitelino. Este ducto 
é importante pois será incorporado no intestino do feto e desempenhará um papel na 
absorção de nutrientes.
Importância e Função
A vesícula umbilical é a primeira estrutura anatômica associada à nutrição do embrião. 
Ela serve como uma fonte de nutrientes antes da formação completa da placenta e do 
sistema circulatório fetal. As funções da vesícula umbilical incluem:
• Hematopoiese: É o local da primeira onda de produção de células sanguíne-
as, um processo conhecido como hematopoiese vitelínica. As células-tronco 
hematopoiéticas originadas no saco vitelino migram posteriormente para a 
medula óssea, onde continuarão a produzir células sanguíneas durante a vida 
do indivíduo.
• Desenvolvimento do Sistema Digestivo: O saco vitelino está envolvido na 
formação do intestino primitivo e fornece as células para o desenvolvimento 
do epitélio gastrointestinal.
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• Transferência de Nutrientes: Antes da circulação placentária estar totalmente 
estabelecida, o saco vitelino absorve e transfere nutrientes do trofoblasto para 
o embrião.
• Desenvolvimento do Sistema Circulatório: O saco vitelino também desempe-
nha um papel no desenvolvimento do sistema circulatório primitivo, incluindo 
a formação dos primeiros vasos sanguíneos e do coração primitivo.
Com o avanço da gestação, a importância da vesícula umbilical diminui à medida 
que a placenta assume a função de nutrição e suporte ao feto. No entanto, a vesí-
cula umbilical continua a ser um importante marcador durante a ultrassonografia 
no primeiro trimestre, pois sua presença e morfologia podem fornecer informações 
valiosas sobre o desenvolvimento fetal.
A vesícula umbilical é um exemplo notável da eficiência e da complexidade do de-
senvolvimento embrionário, desempenhando múltiplas funções vitais antes de outras 
estruturas mais permanentes estarem prontas para assumir esses papéis. Embora sua 
função seja transitória, a vesícula umbilical é indispensável para o suporte inicial da vida.
5. ALANTOIDE: GESTÃO DE RESÍDUOS FETAIS
O alantoide é uma estrutura embrionária que, em humanos, tem um papel funda-
mental durante o desenvolvimento fetal, embora sua função seja mais proeminente em 
outros vertebrados, como aves e répteis, onde atua como um reservatório para excretas 
nitrogenadas e participa na respiração.
Figura 4. Alantoide
Fonte: Acervo Sanar.
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Desenvolvimento e Origem
O alantoide se desenvolve a partir do mesoderma extraembrionário, especificamen-
te da região chamada pedículo do embrião, que mais tarde se torna parte do cordão 
umbilical. Em humanos, o alantoide começa a se formar durante a terceira semana 
de gestação como uma pequena evaginação do saco vitelino, que se projeta para o 
pedículo do embrião.
Importância e Função
Embora o alantoide dos seres humanos seja uma estrutura vestigial, ou seja, uma 
estrutura que perdeu a maior parte de suas funções originais ao longo da evolução, ele 
ainda desempenha algumas funções importantes:
• Desenvolvimento do Cordão Umbilical: O alantoide contribui para a formação dos 
vasos sanguíneos do cordão umbilical, que são essenciais para o transporte de 
oxigênio e nutrientes do sangue materno para o feto e para a remoção de resíduos 
metabólicos do feto para a mãe.
Figura 5. Cordão Umbilical
Fonte: Sakurra/Shutterstock.com
• Base para a Formação da Bexiga Urinária: O alantoide também está envolvido 
na formação da bexiga urinária. A porção do alantoide que se estende para o 
pedículo do embrião eventualmente forma o uraco, um ducto que se conecta à 
bexiga fetal. Após o nascimento, o uraco se fecha e forma o ligamento umbilical 
mediano.
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• Suporte Estrutural: Durante o desenvolvimento fetal, o alantoide, junto com o 
saco vitelino, o córion e o âmnio, forma o cordão umbilical, fornecendo suporte 
estrutural para essas estruturas vitais.
Em outras espécies, o alantoide tem funções adicionais, como armazenamento de 
resíduos e trocas gasosas, mas em humanos, essas funções são realizadas pela pla-
centa e pelo sistema renal fetal.
A presença do alantoide é temporária; ele se atrofia e se torna parte do cordão um-
bilical à medida que o feto se desenvolve. No entanto, anormalidades no processo de 
atrofia do alantoide podem levar a complicações, como fístulas ou cistos do uraco, que 
podem requerer intervenção após o nascimento.
O estudo do alantoide é um exemplo fascinantede como as estruturas evoluem 
ao longo do tempo, mantendo algumas funções enquanto perdem outras, refletindo a 
incrível capacidade de adaptação dos organismos vivos.
6. GÊMEOS E MEMBRANAS FETAIS: 
UMA DINÂMICA COMPLEXA
A gestação de gêmeos é um fenômeno que envolve a formação de dois indivíduos 
a partir de um ou dois eventos de fertilização, resultando em gêmeos dizigóticos ou 
monozigóticos. As membranas fetais e a placenta desempenham papéis distintos 
nesses dois cenários.
Gêmeos Dizigóticos (DZ)
Os gêmeos dizigóticos, também conhecidos como gêmeos fraternos, resultam da 
fertilização de dois óvulos separados por dois espermatozoides diferentes. Eles são 
geneticamente distintos e podem ser de sexos diferentes ou do mesmo sexo.
• Membranas Fetais: Cada gêmeo DZ desenvolve-se dentro de sua própria bolsa 
amniótica, com seu próprio âmnio e córion. Portanto, eles geralmente têm pla-
centas separadas, embora as placentas possam se fundir se os óvulos forem 
implantados próximos um do outro no útero.
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Gêmeos Monozigóticos (MZ)
Os gêmeos monozigóticos, ou gêmeos idênticos, originam-se de um único óvulo 
fertilizado que se divide em dois embriões. A zigozidade e a quantidade de córions 
dependem do estágio de desenvolvimento em que ocorre a divisão:
• Divisão Precoce (Dias 0-3): Se a divisão ocorre nos primeiros dias após a fertili-
zação, os gêmeos terão placentas separadas (dichoriônicos) e bolsas amnióticas 
separadas (diamnióticos).
• Divisão Intermediária (Dias 4-8): Se a divisão ocorre após a formação do blas-
tocisto, mas antes da formação do âmnio, os gêmeos compartilharão a mesma 
placenta (monocoriônicos), mas terão bolsas amnióticas separadas (diamnióticos).
• Divisão Tardia (Dias 8-12): Se a divisão ocorre após a formação do âmnio, os 
gêmeos compartilharão a mesma placenta e a mesma bolsa amniótica (monoco-
riônicos e monoamnióticos), o que pode aumentar o risco de complicações como 
o entrelaçamento dos cordões umbilicais.
• Divisão Muito Tardia (Após o Dia 12): Em casos raros, a divisão pode ocorrer 
após a formação do disco embrionário, levando a gêmeos siameses com várias 
estruturas compartilhadas.
Figura 6. Divisão do óvulo fertilizado
Fonte: Sakurra/Shutterstock.com
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Tabela de Prevalência: Zigozidade e Quantidade 
de Córions
Tabela 1. Prevalência: Zigozidade e Quantidade de Córions.
Tipos de Gêmeos Zigozidade Córions Prevalência Estimada
Dizigóticos Diferentes Dois ~70% dos gêmeos
Monozigóticos Idênticos Dois ~20-30% dos MZ
Monozigóticos Idênticos Um ~70-80% dos MZ
Fonte: Elaborado pelo autor.
*Nota: As prevalências podem variar com base em fatores genéticos, ambientais e demográficos.*
A compreensão das membranas fetais e da placenta em gestações gemelares é cru-
cial para o monitoramento e manejo da gravidez, pois diferentes configurações podem 
estar associadas a riscos variados para complicações como a síndrome de transfusão 
feto-fetal em gêmeos monocoriônicos. A ultrassonografia precoce é uma ferramenta 
essencial para determinar a corionicidade e a amnionicidade, o que influencia o acom-
panhamento e o planejamento do parto.
Gêmeos Dizigóticos Dicoriônicos Diamnióticos
Os gêmeos dizigóticos dicoriônicos diamnióticos são o tipo mais comum de gravidez 
gemelar. Eles ocorrem quando dois óvulos são fertilizados por dois espermatozoides 
diferentes durante o mesmo ciclo menstrual.
• Formação: Após a fertilização, cada zigoto segue seu próprio caminho de desen-
volvimento, implantando-se separadamente no útero. Cada um desenvolve sua 
própria placenta (dicoriônicos) e sua própria bolsa amniótica (diamnióticos).
• Genética: Como são originados de óvulos e espermatozoides diferentes, eles são 
geneticamente distintos e podem ou não ser do mesmo sexo.
• Riscos Associados: Embora compartilhem o mesmo ambiente uterino, cada feto 
tem sua própria fonte de nutrientes e oxigênio, o que reduz o risco de complicações 
como a síndrome de transfusão feto-fetal. No entanto, ainda há um risco aumentado 
de parto prematuro e baixo peso ao nascer em comparação com gestações únicas.
Gêmeos Monozigóticos Monocoriônicos Diamnióticos
Os gêmeos monozigóticos monocoriônicos diamnióticos resultam de um único 
óvulo fertilizado que se divide em dois embriões. Esta divisão ocorre geralmente entre 
o quarto e o oitavo dia após a fertilização.
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• Formação: A divisão após a formação do blastocisto, mas antes da formação do 
âmnio, resulta em dois embriões que compartilham a mesma placenta (monoco-
riônicos), mas cada um com sua própria bolsa amniótica (diamnióticos).
• Genética: Sendo originados do mesmo óvulo e espermatozoide, eles são geneti-
camente idênticos e sempre do mesmo sexo.
• Riscos Associados: A partilha de uma única placenta pode levar a complicações 
como a síndrome de transfusão feto-fetal, onde um gêmeo transfere sangue para 
o outro, resultando em desequilíbrios no crescimento e na circulação sanguínea.
Gêmeos Monozigóticos Dicoriônicos Diamnióticos
Embora menos comum, é possível que gêmeos monozigóticos sejam dicoriônicos 
diamnióticos. Isso ocorre quando a divisão do óvulo fertilizado acontece muito cedo, 
dentro das primeiras 72 horas após a fertilização.
• Formação: A divisão precoce permite que cada embrião se implante separadamen-
te e desenvolva sua própria placenta e bolsa amniótica, semelhante aos gêmeos 
dizigóticos.
• Genética: Apesar de terem placentas separadas, esses gêmeos são geneticamente 
idênticos e do mesmo sexo, pois vêm do mesmo óvulo e espermatozoide.
• Riscos Associados: Os riscos são semelhantes aos dos gêmeos dizigóticos, com 
a vantagem de não haver risco de síndrome de transfusão feto-fetal, mas ainda 
com preocupações quanto ao parto prematuro e ao baixo peso ao nascer.
Em todos os casos, o acompanhamento pré-natal é essencial para monitorar o desenvolvi-
mento dos fetos, identificar e gerenciar possíveis complicações e planejar o parto de maneira 
adequada. A ultrassonografia desempenha um papel crucial na determinação da corionicida-
de e da amnionicidade, o que é fundamental para o manejo adequado da gravidez gemelar.
Figura 7. Placenta de gêmeos
Fonte: logika600/Shutterstock.com
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MAPA MENTAL: MEMBRANAS FETAIS
Córion
Vesícula Umbilical
Formação de células 
sanguíneas
Troca de nutrientes Proteção imunológicaFormação da placenta
Nutrição inicial
Alantoide
Implicações clínicasTransporte de resíduos
MEMBRANAS 
FETAIS
Gêmeos
Configurações de 
membranas
Ramificações
ÂmnioPermite movimentos fetais
Contém líquido amniótico
Proteção contra traumas
Fonte: Elaborado pelo autor.
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REFERÊNCIAS
1. Moore KL, Persaud TVN, Torchia MG. The Developing Human: Clinically Oriented 
Embryology. 11th ed. Philadelphia: Elsevier; 2019.
2. Sadler TW. Langman's Medical Embryology. 14th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer; 
2018.
3. Gardner RJM, Sutherland GR. Chromosome Abnormalities and Genetic Counseling. 
3rd ed. Oxford: Oxford University Press; 2004.
4. Gilbert SF. Developmental Biology. 9th ed. Sunderland, MA: Sinauer Associates; 2010.
5. Cunningham FG, Leveno KJ, Bloom SL, et al. Williams Obstetrics. 25th ed. New York: 
McGraw-Hill Education; 2018.
Escrito por Rafael Magalhães Carvalho em parceria com inteligência artificial via chat GPT 4.0.
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	5.	Alantoide: Gestão de Resíduos Fetais
	6.	Gêmeos e Membranas Fetais: Uma Dinâmica Complexa
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