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literatrura brasileira ii-12

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Literatura Brasileira II 
Aula 02: Realismo - Naturalismo 
Tópico 01: O Realismo/Naturalismo
Recusando a verdade racionalmente idealizada dos clássicos e a verdade sentimental dos 
românticos, o escritor realista busca a verdade sensível, aquilo que pode ser observado em contato com o 
mundo real. É frequente a atitude dos escritores de saírem à rua com blocos de notas, para as devidas 
observações que comporão a ficção. O sensorialismo, ou seja, a percepção do mundo pelos sentidos, 
permeia a obra realista, bem como um certo sensualismo.
Contrapondo-se à tendência romântica de valorizar a polissemia, o artista realista busca o rigor lógico 
da palavra exata. 
VERSÃO TEXTUAL 
Na narrativa, há o predomínio da análise (psicológica ou social) sobre a ação, procedendo-se 
a um detalhamento minucioso das motivações das personagens, mesmo em seus aspectos 
negativos. Essa atitude faz com que a narrativa se desenvolva mais lentamente, cedendo lugar à 
reflexão. 
A ficção naturalista apresenta basicamente a mesmas características do realismo, apenas com uma 
ênfase maior em algumas delas. Assim, o cientificismo, por exemplo, é explorado insistentemente, tanto 
no vocabulário usado quanto nas explicações científicas ou pseudo-científicas.
Da sociedade, em geral, é apresentada uma visão radicalmente determinista. Os comportamentos dos 
seres humanos são condicionados basicamente por três fatores:
o meio, a raça e o 
momento
A influência do meio faz com que as atitudes humanas sejam condicionadas à classe social, ao 
bairro, à cidade. A hereditariedade é outro fator que determina os comportamentos: o ser humano tende a 
reproduzir as características de seus ancestrais. O momento refere-se ao período da vida em que o ser se 
encontra, suas determinações históricas, o que propicia esta ou aquela reação.
É retirado do ser humano, portanto, na visão determinista, o livre arbítrio, a sua condição de ser 
criativo e sonhador, resultando, em muitos casos, em sua animalização.
As classes baixas aparecem na narrativa naturalista como novo centro de interesse, principalmente 
sob o enfoque de suas mazelas e misérias. O ponto de vista pretende ser amoral: tudo pode e deve figurar 
na arte, independente de avaliações morais.
Acrescente-se ainda o gosto pelo patológico, tanto no plano físico (doenças, deformações físicas), 
quanto no psicológico (taras, sobretudo as sexuais) e social (vida dos marginalizados, dos homossexuais, 
dos negros, dos criminosos).
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