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Cromatografia por Bioafinidade 1 Introdução • A cromatografia por bioafinidade baseia-se nas propriedades biológicas ou funcionais das espécies que interagem: a substância a ser separada e a fase estacionária. • Isolamento seletivo de macromoléculas biológicas, através da utilização das propriedades dessas substâncias de unirem-se reversivelmente ligantes específicos, geralmente fixos a uma matriz. 2 Introdução • As moléculas que não possuem afinidade com o ligante passam pela coluna sem serem retidas, enquanto as macromoléculas capazes de se unirem a ele, são retidas de forma diferencial, consoante sua afinidade coma fase estacionária 3 Histórico • 1910: Starkenstein ligou α-aminalase em amido insolúvel para a separação de enzimas e anticorpos. • 1936: Landsteiner e Von der Scheer inroduziram o método de acoplamento covalente. • 1951: Campbell e colaboradores, empregando anticorpos anti- haptenos, conseguiram purificar a tirosinase. Eles utilizaram uma forma ativada de celulose para imobilizar covalentemente a albumina sérica e isolar anticorpos anti-albumina. 4 Histórico • 1960-1970: Cuatrecasas e colaboradores purificaram enzimas (nuclease de origem bacteriana, carboxipertidades A e α- quimotripsina). Eles desenvolveram colunas usando um inibidor de nuclease para purificação de proteínas. • 1960-1970: Porath e colaboradores conseguiram purificar proteínas com base em sua seletividade diferencial por íons metálicos imobilizados na matriz. 5 Fundamentos • Princípio de bioafinidade: a cromatografia por Bioafinidade difere-se da cromatografia clássica, pelo fato de a proteína conseguir ser separada com base em uma propriedade bioquímica. Fig. 1 Princípio de separação por bioafinidade 6 Fundamentos Fig. 2 Mecanismo de separação por bioafinidade 7 Fundamentos • Princípios da separação por bioafinidade: a eluição pode ser feita através da alteração do pH, força iónica do meio, modificação da temperatura, uso do solvente específico. Essas modificações tornam o complexo molécula-ligante menos estável, o que leva consequentemente à sua dissociação. 8 Fundamentos Fig. 3 Princípios da separação por bioafindade 9 Fundamentos • Principais componentes em cromatografia por Bioafinidade • Ligante: molécula que se liga reversivelmente à outra molécula ou grupo de moléculas. • Braço espaçador: cadeia de hidrocarboneto que liga a matriz ao ligante. • Matriz: suporte insolúvel e quimicamente inerte, que funciona como imobilizante do ligante. 10 MATRIZ: Deve ser química e fisicamente inerte BRAÇO ESPAÇADOR: usado para melhorar a ligação entre o ligante e molécula-alvo, quando esta for muito grande LIGANTE: molécula que se liga reversivelmente a uma determinada molécula alvo ou um grupo de moléculas alvo. 12 Fundamentos Fig. 4 Componentes principais da cromatografía por bioafinidade. 11 Fundamentos • Seleção do suporte insolúvel ou matriz Características • Mecânica e químicamente estáveis. • Resistentes a variação de pH, força iônica, temperatura, agentes desnaturantes. • Partículas esféricas, rígidas e porosas. • Interagir fracamente com as macomoléculas. 12 Fundamentos • Tipos de matrizes • Matriz de agarose • Matriz de celulose • Matriz de destrana • Matriz de poliacrilamida • Matriz de trisacril • Outras matrizes orgânicas (Géis Hidroxialquilmetacrilato, géis de poliacrillamida-agarose) • Matrizes inorgânicas (suporte de vidro) 13 Fundamentos • Preparação de fases estacionárias seletivas A preparação da fase estacionária consiste na ativação da matriz e o subsequente acoplamento do ligante. M-OH + A-R-B → M-OR-B + HA M-OR-B + H-ligante → M-OR-ligante + HB 14 Fundamentos O braço espaçador é uma extenção do hidrocarboneto que se liga ao suporte sólido e em seguida liga-se covalentemente o ligante específico. Fig. 5 Braço espaçador. 15 Fundamentos Substâncias com possibilidade de separação por cromatografia por Bioafinidade. Substância a ser isolada Substância imobilizada na matriz Anticorpos Células, antígenos Lectinas Polissacarídeos, Glicoproteínas Ácidos nucléicos Histonas, enzimas específicas, sequência de bases complementares Células Proteínas específicas da superfície da célula, lectinas Enzimas Inibidores competitivos, substratos, co-fatores Proteínas (em geral) Corantes (com afinidade por sítios protéicos específicos), íons metálicos (grupos eléctro-doadores na superfície de proteínas) Hormônios Proteína transportadora, vitamina do receptor Tabela 1. Interações biológias frequentemente usadas em cromatografia por bioafinidade. 16 Fundamentos • Fase móvel A fase móvel em cromatografia por afinidade desempenha dois papéis distintos. • Permitir uma forte ligação das moléculas do analito com o ligante. • Uma vez que as espécies indesejáveis tenham sido removidas, a fase móvel deve enfraquecer ou eliminar a interação entre o analito e o ligante de forma que o analito possa ser eluído. 17 Fundamentos • Método operacional • Preparação da coluna • Dimensões da coluna • Determinação da capacidade • Preparação da amostra • Efeito da vazão e temperatura • pH • Força iónica • Eluição competitiva 18 Aplicações Esta técnica aplica-se em grande escala na Purificação é quantificação de: • Enzimas • Antibióticos • Antígenos • Ácidos nucléicos • Proteínas transportadoras 19 Aplicações • Proteínas repressoras • Fármacos ou receptores hormonais • Proteínas contendos grupos sulfídricos • Complexos polirribossômicos específicos e multienzimáticos. 20 Aplicações • Vantagens • Permite a purificação de uma biomolécula com base na sua função biológica. • Simples de executar e é uma ferramenta poderosa para a separação de macromoléculas biológicas • A elevada seletividade permite a purificação em uma etapa única. • Papel importante na análise e estudo de sistemas biológicos 21