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Educação em Saúde para Mulheres Climatéricas

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1 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-12, 2024 
 
 jan. 2021 
Intervenções educativas para mulheres climatéricas: experiências de 
discentes na promoção da saúde e educação emocional 
 
Educational interventions for climacteric women: students’ experiences in 
health promotion and emotional education 
 
Intervenciones educativas para mujeres climatéricas: experiencias de 
estudiantes en promoción de la salud y educación emocional 
 
DOI: 10.55905/revconv.17n.6-124 
 
Originals received: 05/10/2024 
Acceptance for publication: 05/31/2024 
 
Maria Taís da Silva Santos 
Graduanda em Enfermagem 
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) 
Endereço: Cajazeiras – Paraíba, Brasil 
E-mail: taisenf2000@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3626-174X 
 
Ana Yasmim Gomes de Lima 
Graduanda em Enfermagem 
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) 
Endereço: Cajazeiras – Paraíba, Brasil 
E-mail: anayasmim240@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7081-3566 
 
Maria Fernanda Bandeira da Silva 
Graduanda em Enfermagem 
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) 
Endereço: Cajazeiras – Paraíba, Brasil 
E-mail: enfnanda1406@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1001-6773 
 
Thiozano Afonso de Carvalho 
Graduando em Enfermagem 
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) 
Endereço: Cajazeiras – Paraíba, Brasil 
E-mail: theo.tec.enf.carvalho@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-4675-6914 
 
 
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Mércia de França Nóbrega Cavalcanti 
Doutora em Ciências da Saúde 
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) 
Endereço: Patos – Paraíba, Brasil 
E-mail: merciaufcg@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8016-4504 
 
Rubens Felix de Lima 
Pós-Graduado em Saúde da Família 
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 
Endereço: Cajazeiras – Paraíba, Brasil 
E-mail: rubensufcglatics@hotmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8298-5661 
 
Ana Vilhena Araujo dos Santos 
Pós-Graduanda em Saúde da Família e Comunidade 
Instituição: Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) 
Endereço: Cedro – Ceará, Brasil 
E-mail: ana_vilhenaaraujo@hotmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1518-8339 
 
Jiliélisson Oliveira de Sousa 
Doutorando em Ciências da Saúde 
Instituição: Universidade do Sul de Santa Catarina (UniSul) 
Endereço: Cajazeiras – Paraíba, Brasil 
E-mail: jilielisson@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0287-2286 
 
RESUMO 
As ações de educação em saúde foram fundamentais para garantia da integralidade do cuidado, 
melhoria do bem-estar, superação dos entraves e aprimoramento das habilidades de autocuidado. 
Objetivou-se relatar a experiência de discentes na realização de ações educativas em um projeto 
de iniciação científica para mulheres climatéricas usuárias da estratégia saúde da família. Trata-
se de um relato de experiência, de caráter descritivo e transversal a respeito da vivência de 
discentes do curso de enfermagem como facilitadores do processo de aprendizagem para 17 
mulheres com idades entre 40 e 60 anos. Durante o período de outubro de 2022 a maio de 2023 
foram desenvolvidas atividades educativas objetivando promover avanços no nível de 
conhecimento, melhora na qualidade de vida e aceitação das modificações corporais que ocorrem 
no climatério e menopausa. Diante disso, foi possível constatar os avanços no nível de 
conhecimento dessas mulheres a respeito das particularidades envolvendo o processo de 
envelhecimento e declínio hormonal que caracterizam essa etapa da vida de todas as mulheres. 
A experiência da iniciação científica proporcionou aos discentes o desenvolvimento de 
habilidades técnica, científica, oratória, criatividade e a sensibilidade para lidar com um público 
comumente esquecido pelos profissionais de saúde e carente de informações. 
 
Palavras-chave: climatério, educação em saúde, menopausa, promoção da saúde. 
 
 
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ABSTRACT 
Health education actions were fundamental in ensuring comprehensive care, improving well-
being, overcoming obstacles and improving self-care skills. The objective was to report the 
experience of students in carrying out educational actions in a scientific initiation project for 
climacteric women using the family health strategy. This is an experience report, of a descriptive 
and transversal nature, regarding the experience of nursing course students as facilitators of the 
learning process for 17 women aged between 40 and 60 years. During the period from October 
2022 to May 2023, educational activities were developed aiming to promote advances in the level 
of knowledge, improvement in quality of life and acceptance of the body changes that occur 
during climacteric and menopause. In view of this, it was possible to observe advances in the 
level of knowledge of these women regarding the particularities involving the aging process and 
hormonal decline that characterize this stage of all women's lives. The scientific initiation 
experience provided students with the development of technical, scientific, oratory, creativity 
and sensitivity skills to deal with a public commonly forgotten by health professionals and 
lacking information. 
 
Keywords: climacteric, health education, menopause, health promotion. 
 
RESUMEN 
Las acciones de educación en salud fueron fundamentales para garantizar una atención integral, 
mejorar el bienestar, superar obstáculos y mejorar las habilidades de autocuidado. El objetivo fue 
relatar la experiencia de estudiantes en la realización de acciones educativas en un proyecto de 
iniciación científica para mujeres climatéricas utilizando la estrategia de salud familiar. Se trata 
de un relato de experiencia, de carácter descriptivo y transversal, sobre la experiencia de 
estudiantes de la carrera de enfermería como facilitadoras del proceso de aprendizaje de 17 
mujeres con edades entre 40 y 60 años. Durante el período de octubre de 2022 a mayo de 2023 
se desarrollaron actividades educativas encaminadas a promover avances en el nivel de 
conocimientos, mejora en la calidad de vida y aceptación de los cambios corporales que se 
presentan durante el climatérico y la menopausia. Frente a esto, fue posible observar avances en 
el nivel de conocimiento de estas mujeres sobre las particularidades que involucran el proceso 
de envejecimiento y deterioro hormonal que caracterizan esta etapa de la vida de todas las 
mujeres. La experiencia de iniciación científica permitió a los estudiantes desarrollar habilidades 
técnicas, científicas, de oratoria, creatividad y sensibilidad para enfrentarse a un público 
comúnmente olvidado por los profesionales de la salud y carente de información. 
 
Palabras clave: climaterio, educación para la salud, menopausia, promoción de la salud. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O período denominado como climatério, nos últimos anos, vem sendo considerado mais 
do que somente o fim da vida fértil de uma mulher, reconhecendo-se o quão imprescindível é 
garantir qualidade de vida e o bem-estar nessa fase. Com o aumento da expectativa de vida do 
 
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público feminino brasileiro e mundial é preciso se preocupar com o tratamento dos sintomas 
associados ao envelhecimento, avaliando-se os impactos nos sistemas e políticas de saúde e a 
necessidade de desenvolver ações que supram suas demandas e promovam qualidade de vida 
durante o climatério, prevenindo assim, o surgimento de inúmeros danos físicos e mentais 
(Patrício et al., 2020). 
No Brasil, a saúde da mulher foiinserida às políticas de saúde somente nas primeiras 
décadas do século XX, sendo vistas somente como seres capazes de reproduzir. Os programas 
materno-infantis traziam um olhar limitado às características biológicas e suas atribuições sociais 
como mãe e dona de casa, priorizando antes de tudo e da própria saúde, a criação e educação dos 
filhos, bem como cuidados com o marido e demais familiares. Somente em 1994, com a 
Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, os aspectos referentes à saúde 
reprodutiva da mulher foram definidos como o absoluto bem-estar emocional, físico e social. 
Com isso, incorporou-se os fatores associados à reprodução e sexualidade na perspectiva dos 
direitos à saúde, liberdade e proteção, havendo, no entanto, ainda a necessidade de mudanças nas 
questões envolvendo o acolhimento, promoção da saúde e prevenção de doenças, bem como na 
implementação de uma assistência integral e equânime às mulheres (Brasil, 2016). 
Na fase do climatério muitas mulheres não possuem queixas, enquanto outras apresentam 
sintomas físicos e emocionais. Dentre esses, podem ser citados: o ganho de peso, dores 
musculares, tonturas, cefaleia, palpitações, calor em excesso, suores noturnos, alterações na 
genitália e prurido. Tendo em vista que, neste período existe uma diminuição nos hormônios 
femininos, a exemplo do estrogênio, responsável por liberar neurotransmissores que 
desencadeiam sensações de alegria, tranquilidade e bem-estar tanto psicológico quanto físico, a 
mulher pode vir a desenvolver crises depressivas, ansiosas e de pânico (Chaves, 2019). 
Em suma, refletindo acerca das circunstâncias supracitadas, atreladas ao fato de que boa 
parte das mulheres experienciam esta etapa da vida em silêncio, recusando procurar orientações 
dos profissionais de saúde, revelar suas dúvidas e anseios, constata-se o quão imprescindível é 
tecer melhores esclarecimentos em relação aos seus direitos respaldados pelas políticas de saúde 
e acerca das inúmeras modificações físicas, mentais e sociais provocadas pelo climatério e 
menopausa. Com isso, as ações de educação em saúde foram fundamentais para a garantia da 
integralidade do cuidado, melhoria do bem-estar, superação dos entraves e aprimoramento das 
habilidades de autocuidado. 
 
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O presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de discentes na realização de 
ações educativas em um projeto de iniciação científica para mulheres climatéricas usuárias da 
estratégia saúde da família. 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 METODOLOGIA 
 
Trata-se de um relato de experiência, de caráter descritivo e transversal a respeito da 
vivência de discentes do curso de enfermagem como facilitadores do processo de aprendizagem 
para 17 mulheres com idades entre 40 e 60 anos. O mesmo contém ainda os resultados atingidos 
com a efetivação das ações de educação em saúde, permitindo comparar os dados obtidos antes 
e após a concretização das intervenções (Prodanov; Freitas, 2013). 
Os encontros foram realizados em uma unidade básica de saúde localizada em município 
paraibano, na qual foi escolhida devido a pactuação com a universidade. O estabelecimento se 
constitui como um órgão que presta cuidados primários, além de oferecer um serviço 
ambulatorial, está aberto para tríade ensino, pesquisa e extensão. Ressalta-se seu 
comprometimento com a comunidade acadêmica e população da área de abrangência visto que 
funciona como campo de estágio tanto para o curso técnico como para a graduação em 
enfermagem e medicina. 
Esta pesquisa retrata a experiência de um projeto de iniciação científica cuja finalidade 
foi promover a integralidade do cuidado às mulheres no climatério e menopausa através da 
promoção da saúde e educação emocional ao longo de 8 meses, sendo de outubro de 2022 a maio 
de 2023. Garantindo assim, a estas mulheres, uma maior segurança para lidar com esta etapa da 
vida, melhora na qualidade de vida e aceitação das mudanças corporais e processo de 
senescência. Estes encontros aconteceram mensalmente, sendo marcado com antecedência 
através de um grupo de WhatsApp que continha todas as participantes. 
O estudo contou com a participação de cinco discentes e uma docente, que atuaram desde 
a construção do projeto até a realização das palestras, bem como com o apoio de colaboradores 
externos e outros profissionais atuantes na unidade de saúde referida. Salienta-se que os alunos 
passavam por um treinamento ministrado pela professora e contavam com materiais como 
 
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manequins de peças anatômicas, impressões e cartolinas utilizadas de maneira didática para 
facilitação das informações repassadas. 
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE n° 
64201622.8.0000.5181, respeitando as resoluções vigentes para pesquisas envolvendo seres 
humanos. 
 
2.2 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA 
 
Durante o período de outubro de 2022 a maio de 2023 foram desenvolvidas atividades 
educativas objetivando promover avanços no nível de conhecimento, melhora na qualidade de 
vida e aceitação das modificações corporais que ocorrem no climatério e menopausa. Para obter 
a participação das mulheres climatéricas nos encontros mensais, algumas etapas foram 
perpassadas, como evidenciado na figura 1. 
Nesse contexto, a educação em saúde pode ser entendida como a associação de 
conhecimento intuitivo na qual objetiva estimular a coletividade na busca por melhores 
condições de saúde e hábitos de vida saudáveis. Essa prática vai além do que é proposto pelo 
ensino convencional, uma vez que torna o aprendizado mais dinâmico e focalizado para aqueles 
que necessitam se capacitar (Conceição et al., 2020). Portanto, é válido salientar que quando o 
público-alvo são mulheres de idade mais avançada, é crucial ponderar suas vivências, crenças e 
tradições, para assim poderem entender as alterações relacionadas ao climatério e menopausa, 
bem como atuar ativamente na melhoria da qualidade de vida. 
 
 
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Figura 1. Atividades realizadas para concretização das intervenções educativas 
 
Fonte: elaborado pelos autores, 2024. 
 
A primeira etapa da pesquisa consistiu na realização de visitas domiciliares com o apoio 
dos agentes comunitários de saúde para a entrega de convites e anúncio do primeiro encontro 
para abordar a temática envolvendo o climatério. Nesses convites continham os objetivos do 
encontro, o local, data e horário da atividade educativa, bem como a importância de falar sobre 
o que as mulheres comumente enfrentam nessa fase. No intuito de atrair um maior número de 
participantes, panfletos foram entregues à equipe da estratégia saúde da família como o 
enfermeiro, técnico de enfermagem e recepcionista para que pudessem ajudar a divulgar o evento 
na comunidade e estimular o interesse do público em questão para a participação. 
A partir disso, na segunda etapa, o primeiro encontro foi realizado na sala de espera da 
unidade de saúde ao final do expediente e teve enfoque na explicação do projeto, convite para 
participar da pesquisa e comparecerem às ações subsequentes todos os meses, assinatura dos 
termos de consentimento livre e esclarecido, aplicação do instrumento para verificar o atual nível 
de informação sobre o assunto, criação do grupo de WhatsApp do projeto e ministrar a primeira 
palestra envolvendo assuntos referentes ao climatério e menopausa. Para mais, outra estratégia 
utilizada para a avaliação do conhecimento das mulheres foi a exibição de assertivas sobre o 
climatério e menopausa em que as participantes teriam que julgar como “mito” ou “verdade” 
através das placas que foram entregues, estimulando assima participação e o vínculo. 
Nesse sentido, como as mulheres representam mais da metade da população brasileira e 
 
Etapas da 
pesquisa 
 
 
Visita 
domiciliar 
 Convite 
 
 Encontros 
mensais 
 
 
Avanços e 
melhorias 
 
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são as pessoas que mais frequentam o Sistema Único de Saúde (SUS) para o próprio atendimento, 
mas acima de tudo para acompanhar os filhos e familiares, é nítida a necessidade de aproveitar 
essas oportunidades para implementação de ações de promoção, prevenção, proteção e 
recuperação da saúde (Costa; Gonçalves, 2019). E se tratando da menopausa, o acompanhamento 
e assistência integral é crucial, por ser uma etapa marcada por discriminação, infertilidade, 
mudanças físicas e emocionais, baixa autoestima, aposentadoria, saída dos filhos de casa, entre 
outros fatores, deixando a situação ainda mais complexa e carente de atenção. 
Na terceira etapa, por se referir a um público com diferentes níveis de escolaridade, para 
garantir uma melhor compreensão dos conteúdos trazidos para as ações, primou-se pelo uso de 
linguagem clara e simples, além de oportunizar espaços para diálogos, compartilhamento de 
informações, experiências pessoais, desmistificação de ideias equivocadas e esclarecimentos de 
dúvidas. 
Alguns dos assuntos abordados nesses encontros foram: direitos das mulheres no 
climatério e menopausa; câncer de mama e colo do útero; sistema reprodutor feminino; do que 
se tratava o climatério e a menopausa; quais os aspectos físicos e biopsicossociais desencadeados 
pelo climatério; a importância da avaliação laboratorial dos hormônios estrogênio e progesterona; 
a sexualidade e as estratégias para melhoria da qualidade de vida durante este período, além de 
várias outras temáticas que foram surgindo durante os encontros e de todas as dúvidas sanadas. 
Reservou-se momentos para dar dicas de autocuidado e aceitação da própria imagem, acolhendo 
essas mulheres de maneira integral, assegurando o advento de uma plateia ativa que 
argumentasse abertamente e fosse motivada a procurar meios para satisfazer suas necessidades 
individuais. 
Para auxiliar na fixação das informações repassadas, ao final de cada encontro dinâmicas 
eram realizadas para que os déficits de cada mulher fossem identificados e solucionados, além 
dos inúmeros recursos didáticos utilizados na explanação dos assuntos incluindo cartazes com 
desenhos, peças anatômicas de crochê, projetor de slides, entre outros. 
Na fase final, depois de realizados todos os encontros e abordado os principais conteúdos 
referente a temática, observou-se que com essa modalidade grupal de intervenção e diante dos 
resultados obtidos foi possível evidenciar que a educação em saúde promove melhorias até nos 
mais complexos aspectos relacionados à saúde, sendo notório os avanços no nível de 
conhecimento e melhor enfrentamento dessa fase, uma vez que antes se tratava de um público 
 
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carente de informações e pouco acolhido pelos profissionais de saúde. 
Com a percepção de que o acolhimento é fundamental para as mulheres climatéricas, 
pode-se identificar o importantíssimo papel das intervenções de educação em saúde, visto que 
podem contribuir para a redução do sofrimento em decorrência das manifestações clínicas 
comuns dessa fase e para a melhoria da qualidade de vida dessas mulheres. Através da mediação 
de conhecimento foi possível fornecer, além de informações e orientações, espaços para diálogos, 
compartilhamento de experiências e apoio emocional, contribuindo para anulação da percepção 
negativa acerca da sintomatologia climatérica e corroborando para o processo de autonomia e 
apreciação de todos os ciclos da vida. 
Apesar do envelhecimento, assim como a menopausa, ser uma condição biológica natural, 
a diminuição dos níveis hormonais pode desencadear vários prejuízos para a fisiologia da mulher, 
salientando que o surgimento dessas manifestações varia conforme o metabolismo, estilo de vida 
e fatores socioculturais e psicológicos, evidenciando a indispensabilidade de uma assistência 
integral e individualizada, do repasse de informações e apoio multiprofissional (Anette; Annika, 
2023). 
Outro aspecto que comumente contribui para promoção da saúde e melhoria da qualidade 
de vida são os níveis de informação acerca das características e veemência das manifestações 
advindas do climatério, uma vez que a motivação necessária e a explanação das dúvidas 
despertam o pensamento crítico, além da vontade de transformar e adotar hábitos que 
proporcionem uma passagem suave por essa etapa, incluindo a redução da intensidade na 
sintomatologia climatérica. Portanto, a educação em saúde é um instrumento de ação 
problematizador para construção de saberes individuais e coletivos, em que distintas experiências 
são compartilhadas, concepções despolarizadas e conhecimentos integralizados, atingindo assim 
o cotidiano das pessoas (Baraibar, 2020). 
 
2.3 PRINCIPAIS RESULTADOS ALCANÇADOS 
 
Com a execução das ações de educação em saúde ao longo dos oitos meses destinados 
para estas atividades, foi possível constatar os avanços no nível de conhecimento das mulheres 
climatéricas a respeito das particularidades envolvendo o processo de envelhecimento e declínio 
hormonal que caracterizam essa etapa da vida de todas as mulheres. 
 
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Com isso, através da aplicação do instrumento final de coleta de dados constatou-se que 
as participantes conseguiam identificar os sintomas do climatério e menopausa após todo o 
conteúdo abordado, assim como relataram que se sentiam mais seguras como mulher para passar 
pelo processo natural de envelhecimento. Quanto às sensações de melhora no quesito vida sexual 
e autoestima depois de todas as informações e dicas de autocuidado, as participantes afirmaram 
terem notado os benefícios em seus relacionamentos com seus cônjuges e mais aceitação das 
mudanças que ocorreram no próprio corpo devido ao declínio hormonal. 
Para mais, as mesmas enfatizaram que passaram a considerar nos exames de rotina, 
também a avaliação hormonal e que estavam aderindo hábitos de vida mais saudáveis após o 
repasse das informações acerca dos benefícios para o corpo e mente, e capacidade de amenização 
dos desconfortos climatéricos. Outrossim, devolutivas positivas sobre a qualidade das ações 
desenvolvidas foram dadas, além de terem reafirmado que se sentiam mais acolhidas e 
compreendidas como mulher depois da participação nos encontros e que conseguiam ajudar 
outras mulheres ao seu redor sobre como lidar com a fase do climatério e menopausa. 
Dentre os desafios identificados pela experiência, destacam-se a dificuldade para obter 
ajuda de alguns agentes comunitários de saúde para auxiliar nas visitas domiciliares e entrega 
dos convites, a resistência das mulheres nessa faixa etária para falarem abertamente suas queixas, 
visto que constantemente são compelidas a esquecê-las e priorizarem os filhos, marido e demais 
familiares antes mesmo da própria saúde. Para mais, limitações como disponibilidade reduzida 
de recursos didáticos para facilitar o aprendizado, tempo de duração dos encontros para não se 
tornarem maçantes e cansativos, a impossibilidade de aprofundamento em determinados temas, 
além dos casos de absenteísmo e evasão também foram observadas. 
Tendo em vista que o climatério para muitas mulheres é marcado por sentimentos de 
medo, angústia, desvalorização e intensificação de tabus, destaca-se a significância de ofertar um 
momento oportuno para que possam conhecer seus direitos e sua individualidade, bem como 
deixarem de negligenciar suas queixas e procurar meios para suprir suasnecessidades e tornar a 
passagem por essa fase mais amena. Outrossim, a partir dos benefícios alcançados por meio da 
inserção da educação em saúde, ansiamos que os profissionais de saúde possam rever suas 
condutas e prioridades, garantindo qualidade na assistência, criação de vínculo e relações 
humanizadas, tornando o acolhimento uma ferramenta tecnológica indispensável no cuidado em 
saúde para as mulheres climatéricas. 
 
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3 CONCLUSÃO 
 
A vivência da iniciação científica proporcionou aos discentes o desenvolvimento de 
habilidades técnica, científica, oratória, criatividade e a sensibilidade para lidar com um público 
comumente esquecido pelos profissionais de saúde e carente de informações. Além disso, através 
dos momentos compartilhados e do vínculo criado com as mulheres, evidenciou-se a 
imprescindibilidade de esclarecer as representações e significados do climatério na saúde da 
mulher, bem como auxiliar na superação dos desafios e aprimoramento das habilidades de 
autocuidado. 
Nesse viés, a introdução da educação em saúde para mulheres climatéricas foi uma 
importante estratégia de promoção da qualidade de vida, além de simbolizar um dos artifícios 
com maior competência para provocar efeitos positivos na saúde da mulher, proporcionando 
assim a conversão de crenças pessimistas em referência ao processo de senescência, bem como 
esclarecimentos acerca das peculiaridades e repercussões dessa etapa na vida da mulher. 
 
 
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https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=zUDsAQAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=Metodologia+do+trabalho+cient%C3%ADfico:+m%C3%A9todos+e+t%C3%A9cnicas+da+pesquisa+e+do+trabalho+acad%C3%AAmico&ots=ddX5efudFL&sig=YiL68w0O3CVF8nHvtHSysTM6t-M
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