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EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE Profª. Drª. MARIA ALICE CAMPAGNOLI OTRE 003 Aula 1: Empreendedorismo: o que é? 010 Aula 2: Tipos de empreendedores, características e habilidades 017 Aula 3: Autoanálise: Sou (ou posso ser) um empreendedor? 023 Aula 4: Identificação e análise de oportunidades 030 Aula 5: A importância de informar-se para a identificação de oportunidades 036 Aula 6: Criatividade e Empreendedorismo 045 Aula 7: A Criatividade Pode (E Deve!) Ser Exercitada! 048 Aula 8: Ferramentas de Geração e Desenvolvimento de Ideias Criativas 052 Aula 9: Conceituando a Inovação 056 Aula 10: Os Tipos de Inovação 063 Aula 11: Gerenciamento da Inovação 067 Aula 12: Entendendo o Canvas: valor, segmento de clientes e relacionamento com clientes 073 Aula 13: Entendendo o Canvas: Atividades principais, canais e parcerias 078 Aula 14: Entendendo o Canvas: Recursos principais, estrutura de custos e fontes de receita 083 Aula 15: Plano de Negócios: Sumário executivo, análise de mercado, plano de marketing e plano operacional 089 Aula 16: Plano De Negócios: Plano Financeiro, Construção de Cenários, Avaliação estratégica e avaliação 002002 01 Empreendedorismo: o que é? 003 Preparado(a) para explorar este universo? Sabe aquele ditado popular em que a melhor forma de começarmos é do começo? Pois bem, impossível falarmos de empreendedorismo, inovação e criatividade sem entendermos realmente essa terminologia que, mais do que ser uma palavra da moda, nos apresenta oportunidades de atuação e realização pessoal. A Aula 1 tem esse objetivo principal: que você se familiarize com o conceito a partir de autores que estudam a temática, mas também a partir do que o mercado diz sobre o empreendedorismo. [...] pois o conceito não é somente um pensamento. [...] O conceito é, portanto, pensamento que expressa a essência do mundo real exatamente naquilo em que ele é mais real; por conseguinte, é concreto e objetivo. (BREITBACH, 1988, p. 123). O que dizem os autores? É muito importante você saber que este termo, apesar de atual, não é um termo novo. Ele vem sendo desenvolvido desde a Idade Média (por volta do século XIV) e foi se transformando a partir de sua relação com a sociedade, com as tecnologias, com a visão de mundo das pessoas e com o desenvolvimento das relações comerciais, políticas e econômicas. Se hoje o termo é visto como algo arrojado, ousado e de alguém que assume os riscos de inovar, com conotação claramente positiva, em outros momentos da história já foi visto de maneira negativa, como apontou Mendes (2017): Nos séculos XVI e XVII, o empresário era visto como uma pessoa que se entregava à especulação, e não propriamente à produção e geração de riqueza, o que o tornava um indivíduo pouco recomendável” (MENDES, 2017, p. 2). O quadro a seguir nos apresenta, por meio de uma síntese bem clara, a evolução do conceito de empreendedorismo. Vale a pena ser lido com atenção. 004 Período Autor Conceito Idade Média Desconhecido Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala. Século XVII Desconhecido Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725 Richard Cantillon Pessoa que assume riscos é diferente da que fornece capital. 1803 Jean-Baptiste Say Lucros do empreendedor separados dos lucros de capital. 1876 Francis Walker Distinguir entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que obtinham lucro com habilidades administrativas. 1934 Joseph Schumpeter O empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. 1961 David McClelland O empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964 Peter Drucker O empreendedor não é ciência nem arte. É uma prática. 1975 Albert Shapero O empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita os riscos do fracasso. 1980 Karl Vesper O empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos. 1983 Gifford Pinchot O intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. 1985 Robert Hisrich O empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforços necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. 2001 José Carlos Assis Dornelas O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização. 2001 Sebrae Empreendedor é aquele que desenvolve a arte de empreender, de mudar, conquistar. Ser um empreendedor é exteriorizar aquilo que você, na realidade, sempre foi e será. 2010 Babson College Empreender é uma forma de pensar e agir guiada por visão holística e liderança, focada em agregar valor. 2016 Do autor Empreendedor é o indivíduo criativo, capaz de transformar simples obstáculos em oportunidades de negócio, por livre e espontânea vontade. Nota: o quadro em questão foi extraído e adaptado pelo autor (MENDES, 2017) com novas definições encontradas durante o desenvolvimento da pesquisa. Quadro 1 - Desenvolvimento do termo empreendedorismo e do termo empreendedor a partir da Idade Média. Fonte: Mendes, 2017. 005 Se pensarmos no estudo da palavra e suas origens, o que se costuma chamar de etimologia, o vocábulo traz como raiz a palavra imprehendere, do latim, que signi�ca "empresa laboriosa e difícil", ou ainda, "pôr em execução" (CUNHA, 2004 apud SCHMIDT; BOHNENBERGER, 2009, p. 452). Há, portanto, uma relação direta entre o desa�o de executar um plano de sucesso e rentável, a palavra empreender e o papel do empreendedor. Mas, professora, você deve estar se perguntando, por qual motivo eu iria me dedicar a alguma coisa que já se propõe como difícil? É aí que está todo o encanto de se empreender. O empreendedor é uma pessoa motivada a superar desa�os, a solucionar problemas e a trazer inovações que possibilitem o desenvolvimento econômico e social, escrevendo seu nome na história e destacando-se no mercado. É justamente este o motor que o faz se movimentar. 006 Você acha possível que pensemos a comunicação no mundo sem considerarmos os feitos de Johannes Gutenberg, o inventor da prensa que possibilitou a reprodução e disseminação de material grá�co; de Alexander Graham Bell, o inventor do telefone; de Guglielmo Marconi, a quem se atribui a invenção do Rádio; de Steven Jobs e todas as suas contribuições tecnológicas (Computador pessoal, tablet, tocador portátil de música, o iPhone), de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, dentre tantos outros protagonistas da comunicação? Esses são exemplos de pessoas motivadas a vencer as barreiras da comunicação e que ajudaram a escrever a nossa história, inclusive enquanto humanidade. Além disso, destacaram-se pessoal e comercialmente falando. Foram grandes empreendedores! Em 1942, o economista austríaco Joseph Schumpeter associou o empreendedor ao desenvolvimento econômico. Ele chama a atenção para um ponto interessante do capitalismo que denominou de destruição criativa. Você consegue imaginar o que isso signi�ca? Segundo ele, o sistema capitalista tem como característica inerente uma força denominada de processo de destruição criativa, fundamentando-se no princípio que reside no desenvolvimento de novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados; em síntese, trata-se de destruir o velho para se criar o novo. Pela de�nição de Schumpeter, o agente básico desse processo de destruição criativa está na �gura do que ele considera como o empreendedor. Em uma visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, en�m, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação (SEBRAE, s/d). 007 Veja bem que não há um limite de campo de conhecimento que diga você pode ou não pode ser empreendedor. Um matemático, um físico, um engenheiro,um comunicador, um literato... há espaço para todos empreenderem! Neste contexto em que o novo é exigido a todo tempo, precisamos nos focar em buscar soluções para os problemas, muito mais do que arquivar conhecimentos ou decorar coisas que em pouco tempo estarão ultrapassadas. É neste modelo, inclusive, que você está sendo formado neste curso, pois é esse pro�ssional que o mercado exige cada vez mais: alguém que é capaz de articular tudo o que leu, estudou, re�etiu, usando-os como referência para alternativas inovadoras de solução de problemas. Conforme destacou Chagas (2000): “Não adianta mais acumularmos um estoque de conhecimentos. É preciso que saibamos aprender. Sozinhos e sempre. Como realiza o empreendedor na vida real: fazendo, errando, aprendendo” (apud BAGGIO, A; BAGGIO, D, 2014, p. 26). A resposta é sim: você pode e deve ser um empreendedor caso se sinta motivado a desbravar esse universo! Voltando à questão conceitual, o professor da Faculdade de Administração, da Universidade The Montreal Business School, Louis Jacques Filion, tem uma de�nição bem completa sobre o termo e nos ajuda a entender todos os âmbitos deste conceito de maneira clara. Para ele, O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos, e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios. Um empreendedor que continua a aprender sobre as possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor. (FILION, 1999, p. 19). Em síntese, diz o professor: um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões (FILION, 1999, p. 19). 008 O que diz o mercado? Está �cando mais claro o conceito para você? Considerei importante, além de trazer autores que se dedicaram a pesquisar o assunto, selecionar algumas falas resultantes de entrevistas ou de sites con�áveis, com pessoas ou instituições que estão no mercado, sobre o conceito de empreendedor ou empreendedorismo. Veja só que interessante esse olhar que complementa o que vimos no tópico anterior. Romero Rodrigues, BuscaPé: “Empreender é acreditar no impossível. Se você quer empreender e está perseguindo uma ideia, não conheço nenhuma palavra que possa provocar e trazer mais sucesso, realização e felicidade do que a palavra impossível.” Ricardo Buckup, B2 Agência: “Empreender é correr risco, é liberdade, é autonomia, é desa�o e é demais. É saber que, seja no negócio, na família ou em uma empresa, você não �ca na zona de conforto. É buscar outro desa�o não só nos negócios, mas na vida.” Pedro Passos, Natura: “O empreendedor é apaixonado por uma ideia e corre atrás dela. Ele tem que ter brilho nos olhos e vontade de fazer, mesmo que seja a segunda, terceira, quarta iniciativa.” Wilson Poit, Poit Energia: “O empreendedor não tem vergonha de tentar e ter atrevimento para querer coisas maiores. Ele sabe que o ‘não’ ele já tem garantido.” Site do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). “Em uma visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, en�m, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação”. Não há limites quando se fala em inovação, criatividade e empreendedorismo. Já parou pra pensar que você pode ser o próximo a deixar uma marca em sua área de atuação? Eu estou justamente pensando nisso e, para que este projeto seja possível, vamos trabalhar na próxima aula “Tipos de empreendedores, características e habilidades”. Antes que eu me esqueça, se você ainda não assistiu à Videoaula 1, não deixe de fazê- lo, pois ali você tem a possibilidade de reforçar o que vimos aqui! Caso tenha �cado alguma dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato com o tutor. 009 02 Tipos de empreendedores, características e habilidades 010 Agora que nós já conceituamos empreendedorismo, vamos falar sobre os tipos de empreendedores, suas características principais e as habilidades necessárias para reconhecer (ou se tornar!) um. Importante retomar aqui uma observação feita pelo autor José Dornelas (2015, p. 34) de que ser empreendedor não se resume a ter sua empresa. O comportamento empreendedor, segundo ele, pode ser encontrado em um ator, desde a concepção até a apresentação da peça e entrega do produto ao espectador; pode estar em um funcionário público que propõe maneiras de otimizar recursos e melhor atender a sociedade ou em pessoas inconformadas com problemas sociais que lhes rodeiam e que decidem se unir para mudar aquela realidade, por exemplo. Então sim, você pode ser um empreendedor. Vamos conferir? José Dornelas divide os empreendedores de acordo com suas motivações em dois grandes grupos: os que empreendem por necessidade e os que empreendem por oportunidade. Vamos conhecer um pouco mais essas categorias? Empreendedores por necessidade Em nosso país, vivemos momentos difíceis de desemprego, subempregos, falta de acesso à educação de qualidade, entre outras coisas. Dornelas (2015, p. 36) apresenta as principais motivações que podem levar as pessoas a buscarem empreender por necessidade. Falta de acesso a oportunidades de trabalho formal como empregado: aliado à falta de conhecimento explícito e de acesso à educação formal, empreender passa a ser uma alternativa para suprir suas necessidades. Necessidade de recursos �nanceiros mínimos para arcar com as demandas da sobrevivência: Complementando o tópico anterior, o autor aponta que “O trabalho informal se torna rotina, e qualquer atividade que traga o mínimo de recursos para prover alimentação, quando muito, a si e à família, acaba por se constituir o dia a dia do empreendedor de necessidade.” (DORNELAS, 2015, p. 36). 011 Carência de conhecimento explícito: quanto menor o acesso dos adultos ao conhecimento formal e de qualidade quando crianças e jovens, maior a chance de empreenderem por necessidade, pois �cou uma lacuna do que o autor chama de conhecimento tácito. Demissão e desemprego: muitas vezes, uma demissão inesperada ou oportunidades formais que não aparecem fazem com que as pessoas mudem seus planos e empreendam por necessidade. A�nal, é preciso garantir o sustento de si e dos seus familiares. Empreendedores por oportunidade Diferentemente dos que necessitam empreender por sobrevivência, estão neste grupo motivações que se dão a partir de oportunidades que aparecem na vida dessas pessoas ou ainda de metas planejadas. Vejamos as motivações: Decisão deliberada e/ou planejada: muitos empreendedores se planejam e preparam para empreender. De maneira estratégica, decidem em que investir e tocam adiante algum projeto. Segundo Dornelas (2015, p. 37), são geralmente funcionários de grandes empresas que acumularam experiência e recursos para abrir e investir em seus próprios sonhos. Ideia, descoberta, inovação: essa motivação pode se dar desde a partir de um pesquisador que descobriu alguma coisa genial para impactar a vida das pessoas quanto por meio de pessoas que criam suas empresas a partir de soluções que enxergam no dia a dia das pessoas, inclusive para resolverem problemas pessoais. Convite: algumas pessoas empreendem porque foram convidadas para um projeto diferente, como sócios que complementam as habilidades de quem concebeu a ideia do novo negócio. Busca sistemática (querer ganhar dinheiro e se realizar �nanceiramente): alguns empreendedores colocam como fator prioritário a busca pela realização �nanceira e testam as opções do mercado que melhor possam se tornar oportunidades de negócio. Desejo de autonomia: é a motivação que a maioria dos empreendedores tem de tomar as decisões, de de�nir o caminho a seguir, de ter voz em seu negócio. Essa postura exige cuidado, pois pode ser que o empreendedor precise ouvir seus sócios ou clientes chaves para ter sucesso. 012 Figura 1- Motivação dos empreendedores | Fonte: Dornelas (2015, p. 36) Ganharum recurso inesperado: é a motivação �nanceira que faltava para um empreendedor que tinha vontade, mas não tinha condições de empreender. Ganhar na loteria ou receber um bônus na empresa em que trabalha pode ser o incentivo decisivo para empreender. Receber herança e/ou participar de sucessão de empresa familiar: outras motivações que dariam um passo importante para se montar um novo negócio. Projeto da pós-carreira: a aposentadoria pode signi�car uma passagem do mundo da carteira assinada para uma nova fase da vida pro�ssional, a de ser dono do próprio negócio. Missão de vida: algumas pessoas sonham em deixar um legado e aproveitam para empreender, devolver soluções à sociedade, gerar empregos e riquezas como parte de uma missão. 013 Com base na publicação de José Dornelas, a revista Exame fez uma releitura das principais características e habilidades empreendedoras. Vamos acompanhar? Aproveite para ver se você se encaixa em alguns desses per�s e se abra para novas oportunidades! 1. O informal: é o empreendedor que atua para pagar as contas imediatas. Precisa do negócio para sobreviver. Aos poucos, este pro�ssional tem sido substituído pelo Microempreendedor Individual (MEI) 2. O cooperado: este per�l empreende de maneira intuitiva, ligado a cooperativas. Geralmente tem poucos recursos e tem como meta crescer até se tornar independente. 3. O individual: é o empreendedor informal que se formalizou através do MEI e começa a estruturar uma empresa. Geralmente age pela sobrevivência e trabalha sozinho ou com mais um sócio. 4. O franqueado e o franqueador: considerados empreendedores pela iniciativa de comandar um negócio, mesmo que uma franquia. O franqueado geralmente procura uma renda mensal média e o retorno do investimento. Já o franqueador costuma ser exemplo de empreendedorismo ao expandir sua marca por meio de uma rede de franquias. 5. O social: empreendedores que aliam o desejo de transformar a sociedade em que vivem com a oportunidade de ganhar dinheiro. 6. O corporativo: também chamado de intraempreendedor, é um funcionário que empreende novos projetos na empresa que trabalha, visando ao crescimento da empresa. 7. O público: parte do conceito do intraempreendedor, mas atua no setor governamental. Não se entrega à estabilidade e busca o bem coletivo. 8. O do conhecimento: este empreendedor usa um profundo conhecimento em determinada área para conseguir faturar. É o pro�ssional liberal que quer fazer a diferença; o maestro que rege a orquestra com perfeição e entusiasma a plateia com o resultado obtido; o escritor que estimula as pessoas a sonhar e a viver o papel do protagonista da história. (DORNELAS, 2015, p. 40). 014 Fonte: Disponível aqui Figura 2- Tipos de empreendedores | Fonte: Dornelas (2015, p. 39) 9. O do negócio próprio: a princípio, empreende sem muitas expectativas de crescimento mas para ser dono do próprio negócio, ter um padrão de vida digno, certo status social. O empreendedor que arrisca, pode construir algo duradouro e que eventualmente muda o mundo, ou pelo menos sua região, cidade, comunidade; e pode se tornar um franqueador e gerar riqueza e empregos e servir a sociedade com sua empresa. A �gura acima nos mostra que essas categorias não são estáticas, e que os empreendedores por necessidade podem, com dedicação, esforço, planejamento e preparo migrar para ser empreendedor de oportunidade. 015 https://exame.abril.com.br/pme/os-9-tipos-de-empreendedores-mais-comuns-no-brasil/ Em um artigo muito interessante sobre o “Per�l empreendedor e desempenho organizacional”, os pesquisadores Serje Schmidt e Maria Cristina Bohnenberger propuseram a identi�cação de algumas características a partir das quais poderiam medir e identi�car o per�l empreendedor de cada caso analisado. Dentre elas, elencaram: autoe�cácia, capacidade de assumir riscos calculados, planejador, detecta oportunidades, persistência, sociável, inovação e liderança. Vamos entender o que cada uma dessas características atitudinais nos ensinam, ou melhor, quais atitudes são importantes para o empreendedor segundo os autores Schmidt e Bohnenberger (2009, p. 453-454). 1. Autoe�caz: é a estimativa que uma pessoa tem das suas capacidades de mobilizar motivação, recursos cognitivos e cursos de ação necessários para exercitar controle sobre eventos na sua vida (Carland et al., 1988; Chen et al., 1998; Kaufman, 1991; Longenecker et al., 1997; Markman & Baron, 2003). 2. Assume Riscos calculados: pessoa que, diante de um projeto pessoal, relaciona e analisa as variáveis que podem in�uenciar o seu resultado, decidindo, a partir disso, a continuidade do projeto (Carland et al., 1988; Drucker, 1986; Hisrich & Peters, 2004). 3. Planejador: pessoa que se prepara para o futuro (Filion, 2000; Kaufman, 1991; Souza et al., 2004). 4. Detecta oportunidades: habilidade de capturar, reconhecer e fazer uso efetivo de informações abstratas, implícitas e em constante mudança (Birley & Muzyka, 2001; Degen, 1989; Markman & Baron, 2003). 5. Persistente: capacidade de trabalhar de forma intensiva, sujeitando-se até mesmo a privações sociais, em projetos de retorno incerto (Drucker, 1986; Markman & Baron, 2003; Souza et al., 2004). 6. Sociável: grau de utilização da rede social para suporte à atividade pro�ssional (Hisrich & Peters, 2004; Longenecker et al., 1997; Markman & Baron, 2003). 7. Inovador: pessoa que relaciona ideias, fatos, necessidades e demandas de mercado de forma criativa (Birley & Muzyka, 2001; Carland et al., 1988; Degen, 1989; Filion, 2000). 8. Líder: pessoa que, a partir de um objetivo próprio, in�uencia outras pessoas a adotarem voluntariamente esse objetivo (Filion, 2000; Hisrich & Peters, 2004; Longenecker et al., 1997). Fonte: (SCHMIDT; BOHNENBERGER, 2009, p. 453-454) Agora que você já conhece as principais características de um empreendedor, na Aula 3, nos aprofundaremos em autoanálise. Quem sabe você não encontra aqui uma grande motivação e oportunidade para empreender? Características e habilidades empreendedoras 016 03 Autoanálise: Sou (ou posso ser) um empreendedor? 017 Como vimos na Aula 2, algumas características do empreendedor são: autoe�cácia, capacidade de assumir riscos calculados, planejador, detecta oportunidades, persistência, sociável, inovação e liderança (SCHMIDT; BOHNENBERGER, 2009, p. 453- 454). Que tal nos olharmos nos olhos por um instante para re�etir sobre quais dessas características nós temos e quais precisamos desenvolver mais? Minha Matriz SWOT Talvez você ainda não tenha ouvido falar na Matriz SWOT, talvez sim! Independentemene de conhecer ou não este termo, vou propor a você uma re�exão baseada em uma forma de análise muito aplicada a empresas, mas que também pode ser feita para nós, pessoal ou pro�ssionalmente. O termo SWOT vem das palavras “Strengths”, “Weaknesses”, “Opportunities” e “Threats”. Traduzidas para o português, signi�cam “Forças”, “Fraquezas”, “Oportunidades” e “Ameaças”. Identi�car Forças e Fraquezas (internas) e Ameaças e Oportunidades (externas) são formas de entendermos quem somos hoje e quem podemos ser, baseados no mercado que nos rodeia e nas habilidades que precisamos desenvolver para superar os desa�os. Utilize esse quadro abaixo para organizar melhor suas re�exões. 018 Análise de SWOT| Fonte: Disponível aqui Forças No quadrante forças, re�ita sobre todos os seus pontos positivos, suas habilidades linguísticas, motoras, técnicas e comportamentais. Pergunte-se: em que eu sou bom? O que eu gosto de fazer ou o que eu sei que me diferencia dos meus colegas mais próximos? Qual facilidades eu tenho que poderiam me ajudar pessoal ou pro�ssionalmente? Após essa breve re�exão, poderíamos exempli�car aqui a facilidade de escrita ou de diálogo e socialização, boa interpretação de texto, habilidades com um software de edição de imagens, habilidades com números, facilidade de trabalhar em equipe, domínio de outra língua, equilíbrio emocional, iniciativa, �exibilidade para me adaptar às situações, per�l para liderança,respeito e empatia para com o próximo, etc. Veja que podemos ir de algo bem prático e técnico como “saber elaborar planilhas no Excel” até de�nições mais abstratas como “ética no trabalho e na vida”. 019 https://rockcontent.com/blog/como-fazer-uma-analise-swot/ Muitas vezes, crescemos ouvindo crenças limitantes, ou seja, coisas que nos fazem acreditar que não somos muito bons em algumas coisas ou ainda que não seremos nunca capazes de fazer tal coisa. Permita-se romper com essas crenças. Você é capaz de transformar suas habilidades e qualidades com empenho, treino, dedicação, coragem! E estou certa de que este curso irá ajudá-lo a encontrar habilidades que até você duvidava ter! Não tenha vergonha em dizer quais são suas forças. Isso não é “se achar”, mas é permitir-se �orescer, redescobrir-se e ampliar suas qualidades! “A maior parte das pessoas é tão feliz quanto resolve ser”. - Abraham Lincoln Fraquezas Da mesma forma como é importante olharmos nossas forças, é importante olharmos nossas fraquezas. A�nal, não somos feitos só de habilidades e coisas boas, mas temos pontos importantes que precisam ser melhorados e trabalhados. Você só conseguirá se desenvolver pessoal e pro�ssionalmente quando reconhecer suas di�culdades e limitações e então agir para mudá-las! Pergunte-se sobre quais seus pontos fracos no relacionamento interpessoal, com relação a conhecimentos básicos (leitura, escrita, contas, etc), com relação aos conhecimentos de informática ou de algum software essencial para a carreira que você escolheu seguir; ou ainda conhecimento de idiomas cada vez mais exigidos pelo mercado; quanto a suas características pessoais emocionais como ansiedade, depressão, irritabilidade, não aceitar ser contrariado, di�culdade de trabalho em equipe, etc. Essas são algumas fraquezas que podemos citar como exemplos, mas que devem aparecer aqui não como reforço: “sou assim e não tem jeito!”; mas como a primeira oportunidade de encará-las e agir para transformá-las! “O maior valor de um ser humano está na capacidade de reconhecer seus erros e seus limites, de buscar seu autodesenvolvimento e superar-se diante dos grandes obstáculos.” - Eduardo Frederico 020 Oportunidades Ao chegarmos nas oportunidades, deixamos de olhar para dentro de nós e passamos a olhar ao nosso redor. Diante das expectativas que tracei para a minha vida, quais oportunidades estão se abrindo para mim? A área que você escolheu para atuar pro�ssionalmente está em crescimento? Se sim, como você pode se dar bem com isso? Se não, onde ainda falta gente para atuar ao que me proponho? Tem alguma região carente desse tipo de pro�ssional? Terminar meu curso superior, voltar a estudar inglês, fazer futuramente um intercâmbio para outro país como forma de estágio... são alguns exemplos de oportunidades. Fique de olho nelas a todo momento e não desperdice as chances de crescer e de se diferenciar de seus concorrentes. “Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade.” - H.W.Beecher Ameaças No quadrante ameaças, você deve se questionar quais os principais problemas ou obstáculos enfrentados na área de atuação que você escolheu. Há expectativa de mudança de legislação ou regulamentações que podem atrapalhar sua atuação nessa área? Há muita competição e, se sim, você está em pé de igualdade para competir ou precisa implementar novas ações? Alguma de suas fraquezas como, por exemplo, não ter domínio das novas tecnologias, é um fator de ameaça pro�ssional a você? 021 “É impossível avaliar a força que possuímos sem medir o tamanho do obstáculo que podemos vencer” - H.W.Beecher Mapeados os quatro quadrantes, veja se você está próximo ou distante das seguintes características: autoe�cácia, capacidade de assumir riscos calculados, planejador, detecta oportunidades, persistência, sociável, inovação e liderança. Lembre-se também que um empreendedor não nasce pronto e que você está apto(a) a implementar estratégias para melhorar o que é positivo (forças e oportunidades) e anular ou vencer os fatores negativos (fraquezas e ameaças). É claro que algumas características pessoais podem facilitar sua colocação enquanto empreendedor(a), mas não se limite! Desenvolva-se! “A vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer. Vencer será consequência da boa preparação.” - Bernardinho 022 04 Identificação e análise de oportunidades 023 Trilhamos um caminho importante até aqui, desde a conceituação de empreendedorismo, passando pelas características e habilidades de um empreendedor e re�etindo sobre nossa postura nesse ambiente criativo, inovador e ousado. É bem possível que em sua cabeça tenha brotado alguma ideia ou algumas ideias para empreender. Ou pode ser que você apenas tenha identi�cado que não é esta a sua praia. Tudo bem também! Vamos estudar alguns aspectos que podem contribuir não só com a vida de um empreendedor, mas de qualquer pessoa e pro�ssional. Primeiramente, é importante esclarecer que uma boa ideia não signi�ca uma oportunidade de negócios. Há algumas etapas a serem seguidas para que essa ideia seja testada e realmente indique ou não uma oportunidade de negócios. De maneira super�cial, você já pensou sobre oportunidades lá na análise Swot, mas agora vamos aprofundá-las. O Portal IBC Coaching (www.ibccoaching.com.br) traz algumas dicas práticas para a identi�cação de oportunidades de negócios. Vamos conhecer? Identi�que seu per�l: a sugestão é você elaborar uma lista com tudo o que gosta de fazer e outra com assuntos e conhecimentos que você gosta, domina e/ou pretende continuar aprendendo. Depois junte as duas listas buscando identi�car ideias de negócios que lhe possibilitem unir oportunidade e satisfação pessoal. Avalie as tendências de mercado: leia sobre novidades e tendências do mercado, sobre novos investimentos e segmentos lucrativos, identi�cando em quais você tem condições para investir. Produza ideias: embora ideia não seja sinônimo de oportunidades, as oportunidades são ideias que saíram do papel, portanto, escreva, busque referências, estude aquele ramo de atuação que lhe atraiu. Identi�que seu cliente e quais os problemas que você ajudará a resolver: para quem essa sua ideia é direcionada? A quem ela pretende ajudar? Sua ideia traz algum diferencial do que já se conhece? Quais outros problemas ainda existem e quais seriam possíveis soluções? Seu produto/serviço irá atender as necessidades e expectativas desse público? Como fará isso? Tempo de vida: é importante traçar parâmetros de quanto tempo aquela ideia será capaz de solucionar problemas e a partir de quando se torna ultrapassada. Assim você poderá se adiantar ao �m iminente e propor atualizações para suas ideias. Mantenha-se atento: Leia bastante, participe de eventos, ouça as pessoas, analise e converse com concorrentes, ouça seus clientes (ou possíveis). A oportunidade pode vir de onde menos se espera. 024 http://%28www.ibccoaching.com.br/ Melhore sempre: Tenha em mente que algo pode ser melhorado em você, na sua ideia, na sua equipe, nos produtos ou serviços com os quais você trabalha. Promova um ambiente propício para o reconhecimento da oportunidade. Fonte: Disponível aqui Existem muitos empreendedores que acreditam que as ideias que surgem em suas mentes são verdadeiramente extraordinárias oportunidades de negócios. É importante entender que existe uma grande diferença entre uma coisa e outra. Assim, é fundamental que haja um distanciamento emocional, ou seja, é preciso submeter a ideia a uma avaliação crítica, analisando, principalmente, se realmente o que está sendo proposto vai atender a uma necessidade dos consumidores. De maneira mais técnica, os pesquisadores Hisrich, Peters e Sheperd apontaram no livro “Empreendedorismo” que a melhor forma de identi�car oportunidades de negócio é por meio do desenvolvimento de um plano de avaliação da oportunidade. Segundo eles, este plano é dividido em quatro seções, conforme apontamos abaixo: Produto/Serviço Aqui, busca-se conhecer mais sobreo produto ou serviço que se pretende desenvolver ou trabalhar. É importante que este plano contemple, segundo os autores: Uma descrição do produto ou serviço A necessidade de mercado do produto ou serviço. 025 https://www.ibccoaching.com.br/portal/empreendedorismo/aprenda-algumas-taticas-para-identificar-oportunidades-de-negocios/ Os aspectos especí�cos do produto ou serviço. Os produtos concorrentes que atendem essa necessidade e seus recursos. As empresas nesse espaço de mercado do produto. As proposições de venda exclusivas do produto ou serviço (HISRICH; PETERS; SHEPERD, 2014, p. 101). O mercado Na segunda seção do plano de avaliação de oportunidade, tem-se como foco o mercado: “seu tamanho, suas tendências, suas características e seu índice de crescimento”, como apontam os autores. Esta seção inclui: A necessidade de mercado atendida. A condição social por trás dessa necessidade de mercado. Quaisquer dados de pesquisa de mercado disponíveis para descrever essa necessidade de mercado. 026 As dimensões, tendências e características do mercado doméstico e/ou internacional. O índice de crescimento do mercado. (HISRICH; PETERS; SHEPERD, 2014, p. 101) O empreendedor e a equipe Nesta seção, analisam-se os recursos humanos que estão disponíveis para levar aquela oportunidade adiante. É preciso que haja compatibilidade entre o produto/serviço que será desenvolvido, o que o mercado espera dele e as competências da equipe em desenvolvê-lo. Para Hisrich, Peters e Sheperd (2014, p. 102) ela deve incluir respostas para as seguintes perguntas: Por que essa oportunidade o anima? 027 Como a ideia de produto/serviço se encaixa no seu histórico e na sua experiência pessoal? Quais são suas habilidades de negócios? Quais habilidades de negócios são necessárias? Você̂ conhece alguém que tenha essas habilidades? Planejamento A última seção do plano de avaliação da oportunidade tem como foco traçar um planejamento, em forma de linha do tempo, a �m de viabilizar o lançamento do empreendimento. Segundo os autores, aqui deve-se concentrar em: Identi�car cada etapa. Determinar a sequência de atividades e colocar essas etapas críticas em uma ordem sequencial. Identi�car o que precisará ser realizado em cada etapa. Determinar o tempo e o dinheiro necessários em cada etapa. Determinar o total de tempo e dinheiro necessários. 028 Identi�car a fonte desse dinheiro necessário (HISRICH; PETERS; SHEPERD, 2014, p. 101). Fonte: Disponível aqui Alberto Saraiva Alberto Saraiva tinha o sonho de se tornar médico e chegou a começar o curso, até o pai ser assassinado em um assalto à velha padaria da família. Saraiva trancou a faculdade e assumiu os negócios. Com grande concorrência ao redor, equipamentos obsoletos e funcionários que não iam trabalhar, enxergou uma saída que viria a se tornar sua marca como empreendedor: oferecer preços muito mais baratos que os da concorrência. Assim, em 16 meses a padaria se tornou um sucesso e foi vendida. Então Saraiva continuou com a sua receita em outros empreendimentos, fazendo sucesso e vendendo em seguida uma pastelaria, uma pizzaria, uma casa de gnocchi… Até que um dia, um senhor bateu à sua porta para pedir emprego, oferecendo como serviço a única coisa que sabia fazer: comida árabe. Com sua visão de empreendedor, Alberto Saraiva reconheceu na hora uma ótima oportunidade de negócio e hoje comanda uma rede de 421 lojas espalhadas no país. Para manter sua receita de sucesso de preços baixos, verticalizou o negócio e comanda mais de dez empresas que são fornecedoras do Habib’s. 029 https://myrp.com.br/empreendedores-de-sucesso-10-cases-inspiradores/ 05 A importância de informar-se para a identificação de oportunidades 030 Antes de decidir se aquela nossa ideia faz sentido ou não, é recomendável que façamos alguns tipos de pesquisa que sejam capazes de nos dar um embasamento para decidir. Informação é tudo! Uma coisa é eu achar que algo funciona de determinada forma, outra coisa é eu veri�car na prática se funciona ou não dessa forma. Para isso, vamos falar sobre algumas formas de se obter informação que podem ajudar a identi�car oportunidades e a garantir que aquela ideia pode (ou deve!) ser levada adiante. Para olhar aquela ideia como um todo, você precisa focar em características do mercado (como sua dimensão e suas características), empresas, produtos e serviços concorrentes e deve pensar na identi�cação clara de quem seria o cliente interessado na proposta de valor que você vem oferecer. Para deixar bem claro, a proposta de valor será o que sua empresa apresenta ao consumidor como um diferencial. Qual será o principal valor que você oferecerá? Quais soluções você trará ao seu cliente com seu produto? O que ele terá em você que di�cilmente terá nos concorrentes? Auxílio Se você está motivado com alguma grande ideia, a primeira dica é que procure uma unidade do Sebrae para uma conversa norteadora. Pra começo de conversa, você sabe o que é o Sebrae e qual sua função na sociedade brasileira? De acordo como o próprio site do Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é uma entidade que, há 47 anos, atua com “foco no fortalecimento do empreendedorismo e na aceleração do processo de formalização da economia por meio de parcerias com os setores público e privado, programas de capacitação, acesso ao crédito e à inovação, estímulo ao associativismo, feiras e rodadas de negócios”. Toda a instituição é pensada para que sejam atendidos desde o empreendedor que pretende abrir seu primeiro negócio até pequenas empresas que já estão consolidadas e buscam um novo posicionamento no mercado. 031 Fonte: Disponível aqui O Sebrae tem sua sede nacional em Brasília, mas conta com pontos de atendimentos nas 27 unidades da Federação, oferecendo cursos, seminários, consultorias e assistência técnica para pequenos negócios de todos os setores. Talvez você esteja se perguntando se ali no Sebrae você conseguirá o recurso necessário para abrir seu negócio, mas é importante ter claro que o Sebrae não empresta dinheiro, empresta conhecimento, suporte, assessoria e articula junto aos bancos, cooperativas de crédito e instituições de microcrédito a criação de produtos �nanceiros adequados às necessidades do segmento. Não passe por esta aula sem explorar um pouco mais o site do Sebrae. Nas imagens abaixo, você consegue ver, por exemplo, as diversas linhas de informação e apoio que eles podem dar para alavancar seu negócio. 032 http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae Fonte: Disponível aqui A linguagem é simples, atrativa e fácil de entender. Além disso, você encontra um especialista online para lhe atender e tirar dúvidas. Aproveite essa oportunidade! Fontes de informações gerais Inclua em suas leituras diárias (e se ainda não tem uma rotina diária de informações para ler, de�na-a o quanto antes!) revistas e sites que versam sobre o mercado, economia e empreendedorismo. Deixarei aqui algumas sugestões, mas �que à vontade para explorar esse mundão digital e encontrar as opções de informação que mais lhe agrade. 033 http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae Revista Exame Segundo o Instituto Ipsos-Marplan, a Exame é lida por mais de 90% dos presidentes das top 500 empresas do Brasil. A Revista circula desde 1967 e é uma das principais revistas de negócios em circulação no país. Tem forte presença digital e pode ser acessada em https://exame.abril.com.br/. Jornal e site Valor econômico O jornal chegou ao mercado em 2 de maio de 2000 e é um dos maiores veículos impressos de informação econômica, política, �nanceira e de negócios do país. Ampliou sua distribuição por meio do Valor online, sendo que alguns materiais são acessados gratuitamente e online. https://www.valor.com.br Época negócios Autode�nida como �lha da Era da Inovação, a publicação traz artigos exclusivos sobre o mundo corporativo, além de entrevistas com personalidades do meio. Segundo a revista, “Nossa missão: inspirar, provocar - e serum guia essencial para empresários e executivos na fascinante e desa�adora Era da Inovação”. emMais informações https://epocanegocios.globo.com/ 034 https://exame.abril.com.br/ https://www.valor.com.br/ Harvard Business Review Brasil uma das melhores universidades do mundo (Harvard University), a HBR procura trazer conteúdos em diferentes formatos, sempre promovendo re�exões inteligentes sobre gestão de negócios. É uma parceira do UOL oferecendo conteúdos exclusivos para assinantes e alguns com acesso gratuito e online. https://hbrbr.uol.com.br Você S/A Com foco na carreira, a Você S/A é uma publicação da Editora Abril “(…) feita para gente em movimento, que atua em mercado competitivo e disputa posições com pro�ssionais bem preparados”. Traz tendências, cases, soluções, entrevistas e dicas para que o leitor possa gerir sua carreira com excelência. Pequenas empresas, grandes negócios Apresentada pela Editora Globo como “A maior e mais importante comunidade de empreendedores do Brasil”, a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios destaca ter a missão de ajudar pessoas inovadoras a transformar ideias em negócios de sucesso. https://revistapegn.globo.com/ Vale a pena você conhecer e pesquisar um pouco sobre esses jornais, sites e revistas, acompanhar os que mais chamam sua atenção e/ou têm a ver com o segmento que você escolheu e conhecer cases e entrevistas para inspirarem novas ideias. Informar-se ainda é o melhor caminho para veri�car se o mercado está ou não a favor de suas ideias. 035 https://hbrbr.uol.com.br/ 06 Criatividade e Empreendedorismo 036 Na Aula 1, nós conversamos sobre um autor chamado Joseph Schumpeter que formulou um conceito bem interessante, denominado “destruição criativa”. Você se lembra disso? Se não, vale a pena rever o quadro e retomar a ideia principal. Criatividade não tem a ver com bagunça, desordem, falta de limites, mas com romper limites. Você pode estar se perguntando em que situação a criatividade casa com o mundo dos negócios, um mundo sério, muitas vezes “cinza e engravatado”. Na verdade, a criatividade é alma gêmea do empreendedor. É uma forma de procurar soluções para os problemas do negócio, conseguir fazer mais com menos, ousar frente a um mercado muito competitivo e conseguir destacar-se. Quando falava de destruição criativa, Schumpeter mostrou justamente a lógica do mercado capitalista em que um ciclo se encerra (cada vez mais rápido) no desinteresse pelo produto ou serviço e um novo ciclo se inicia pelo desenvolvimento de novos produtos, serviços, valores, experiências... Quem pode ajudar a promover este ciclo em que a atratividade precisa ser grande para conquistar o público é justamente ela, a criatividade! Dá só uma olhada no que o autor Edson Zogbi falou sobre o assunto. O mundo não para, a dinâmica da natureza e da civilização humana nos coloca desa�os constantes, e esses desa�os tornam-se problemas para serem resolvidos. Se não usamos a criatividade corremos o risco de estagnar, nos estressar e sofrer as consequências da nossa acomodação. É por isso que, às vezes, vemos pessoas com muitos recursos infelizes e pessoas sem nenhum recurso felizes. Parece-nos incoerente, mas se formos analisar cada caso, veremos que quem está́ feliz está exercendo sua criatividade, e quem está́ infeliz, não (ZOGBI, 2014, p. xiv). Mais do que um diferencial, ser criativo passou a ser uma exigência do empreendedor atual. É por meio da criatividade que se pode pensar em possibilidades para garantir destaque frente à concorrência. 037 Você já ouviu o termo “pensar fora da caixa”? Embora a expressão tenha sido banalizada pela frequência com que é usada, ela diz respeito a um desa�o diário do empreendedor. Pensar fora da caixa é buscar inovações e soluções para os problemas que aparecem diariamente na empresa. Como substituir uma matéria prima que está �cando cara demais? Como fazer novas parcerias comerciais e aplicar novos modelos de negócios? Como ganhar destaque frente a uma inovação proposta pelo concorrente? Signi�ca fazer diferente do que todo mundo tem feito, fugir do óbvio, do lugar comum, procurar e experimentar novas formas de ser e de fazer. Ao vermos essa enxurrada de startups e modelos de negócios inovadores, temos a impressão de que essa nova geração já nasceu assim, contrariando tudo o que é tradicional e tendo no DNA a criatividade e a inovação. 038 Disponível aqui O que os investidores chamam de startup? Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Mas há uma de�nição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza. Entrevista à Revista Exame concedida por Yuri Gitahy, especialista em startups, acesse abaixo: Mas na verdade não é bem assim que acontece. Muitos empreendedores trazem consigo as experiências, crenças e valores muito antigos e aos quais têm extrema resistência à mudança. Nesse contexto, ser criativo e pensar fora da caixa passa a ser necessário para a sobrevivência, e, mais do que um dom nato, passa a ser um objetivo de vida. Algumas startups conseguiram inovar a ponto de reescreverem novas formas de negócio nunca antes imaginadas. Vamos conhecer um exemplo de startup que apostou na criatividade para inovar e revolucionou o mercado �nanceiro? 039 https://exame.abril.com.br/pme/o-que-e-uma-startup/ Fonte: Disponível aqui O Nubank foi fundado em maio de 2013 pelo colombiano David Vélez, o americano Edward Wible e a brasileira Cristina Junqueira. A empresa começou em São Paulo como uma pequena startup focada em resolver problemas �nanceiros usando a tecnologia – por isso também é chamada de �ntech, uma palavra que vem do inglês “�nancial technology”, ou “tecnologia �nanceira”. Hoje, com mais de 5 milhões de clientes, o Nubank é a principal �ntech da América Latina. A revista americana Fast Company, por exemplo, elegeu o Nubank como a terceira empresa mais inovadora da América Latina no ranking Most Innovative Companies de 2018. Hoje, com todos os produtos já lançados, o Nubank oferece: Cartão de crédito internacional sem anuidade Conta digital gratuita, com transferências sem custos e ilimitadas para qualquer banco Programa de benefícios transparente, com pontos que nunca expiram Opção de pagar no Débito e realizar saques direto da NuConta (duas novas funções que começaram a ser testadas em dezembro de 2018). Todos esses produtos podem ser completamente controlados por um aplicativo móvel que dá total autonomia para os clientes resolverem tudo o que precisam pelo celular – acompanhar compras em tempo real, bloquear e desbloquear cartão, pedir aumento de limite, transferir dinheiro, checar e usar os pontos acumulados… 040 https://blog.nubank.com.br/nubank-o-que-e-confiavel/ Exemplos como o do NuBank são mesmos muito inspiradores, mas mais do que isso, nos indicam que a criatividade pode (e deve!) ser exercitada por quem quer se destacar e inovar! Veremos um pouco mais sobre isso em nossa próxima aula. Vamos lá? 041 07 A Criatividade Pode (E Deve!) Ser Exercitada! 042 Em algum momento da minha vida, eu fui aquela pessoa que preferia repetir o mantra: “eu não tenho muita criatividade, sou mais da razão mesmo”. Esse tipo de bloqueio mental ou crenças limitantes aparecem de maneira muito forte em nossas vidas. É importante olhar para elas e encará-las. Peraí, não há nada que não possamos aprender com esforço, empenho e dedicação! De repente, estamos diante de uma folha em branco e da necessidade (que às vezes vem antes do desejo) de colori-la. Como você irá registrar sua história? “O homem criativo não é um homem comum ao qual se acrescentou algo. Criativo é o homem comum do qual nada setirou.” - Abraham Maslow Olhando um pouco mais para os tais bloqueios mentais e crenças limitantes, muitos autores já falaram sobre isso e sobre como fomos moldados para nos adequarmos ao que se espera de nós, ainda mais quando crianças, e como isso é prejudicial para nosso desenvolvimento criativo. O que acontece muito precocemente é que, por uma questão de adequação social, sistêmica, e por uma questão de cuidado dos pais, somos bombardeados com limitadores da nossa curiosidade. Frases como: “Não mexa aí! Não faça isso! Não entre sem ser chamado! Não, não, não...” acontecem o tempo todo. Dizem que ouvimos mais de 10.000 “nãos” por ano quando somos crianças. Além disso, a curiosidade é tratada no mundo civilizado como “falta de educação”, “especulação”. Quem já não ouviu o termo “xereta”? Pois é assim que começamos a deixar de ser criativos (ZOGBI, 2014, p. 4). Edson Zogbi (2014, p. 53-68) apresenta oito bloqueios pessoais da criatividade, dentre eles, a educação que tivemos, a seriedade como visão de credibilidade, o excesso de regras que nos colocamos buscando não errar, o medo de arriscar, o tradicionalismo que nos mantém em uma zona de conforto, a preguiça de fazer diferente, o pessimismo e a adequação excessiva ao consenso, comportando-nos como vítimas da opinião geral. 043 Em outro capítulo, o autor traz também oito bloqueios pro�ssionais que nos “castram”, dentre eles, a falta de con�ança nos colegas, com medo de que passem sua ideia adiante; o excesso de normas e a burocracia nas empresas que faz com que a criatividade não �ua; a objetividade lógica que faz com que busquemos a solução mais objetiva e rápida em meio ao ambiente competitivo; o isolamento por meio da especialização que nos faz ter menos contato e referências com pessoas diferentes; a falta de foco, a falta de empatia, desconsiderar ou perder o tempo das coisas e a falta de dinheiro que muitas vezes bloqueiam nossas iniciativas criativas. Devemos nos lembrar que o fato de termos sido “podados” em nossas expressões criativas, em nossa curiosidade, em nossas iniciativas naturais de buscar soluções para problemas, não nos exime da responsabilidade de corrermos atrás do tempo perdido. É claro que não existe uma receita para ser criativo de uma hora para outra. Mas é possível exercitar sua mente, mudar suas atitudes e buscar uma forma mais genuína de conexão de ideias para resolver problemas. Fonte: Disponível aqui A criatividade acontece quando você, para resolver uma situação ou ter uma ideia, conecta as referências que acumulou durante a sua vida. É essa conexão que vai te fazer ter aquele estalo, aquela sensação de eureka, aquele clareamento súbito mental como se você tivesse �nalmente encontrado a resposta para o que procura. Por isso, também não adianta você ter 1 milhão de referências se você não conseguir interligá-las e associá-las para conseguir encontrar, �nalmente, a sua solução criativa. 044 https://rockcontent.com/blog/pensar-fora-da-caixa/ Embora não haja uma receita pronta para ser criativo, podemos pensar em algumas dicas que nos ajudam a enxergar melhor o nosso entorno, nossas potencialidades criativas e nos ajudem a “pensar fora da caixa”. 1. Busque experiências e referências diversas Quem faz sempre a mesma coisa, passa sempre pelos mesmos caminhos, ouve sempre os mesmos estilos musicais e assiste aos mesmos tipos de �lmes, lê sempre o mesmo gênero e conversa sempre com as mesmas pessoas tende a manter uma forma conservadora de pensar, ou seja, baseada no que já está acostumado a fazer. E isso faz com que nossas ligações cerebrais estejam baseadas em hábitos e, portanto, pouco abertas às novidades! Segundo Edson Zogbi (2014, p. 5), “Se não arriscamos experimentar o novo, não sabemos como ele realmente é. A nossa experiência marca, �ca, abre novas ligações cerebrais, as famosas sinapses (conexões eletroquímicas entre nossos neurônios)”. É, portanto, necessário, que façamos diferente, ousemos, experimentemos! Ao abandonarmos um pouco a nossa zona de conforto teremos sempre novas informações, tanto emocional quanto sensorialmente. Portanto, esse exercício de estímulo à curiosidade só́ nos faz bem, visitamos novas situações onde entramos em contato com o desconhecido, e isso aumenta nosso banco de dados cerebral, enriquece-nos através da experiência vivida (ZOGBI, 2014, p. 6). 2. Conheça novas pessoas e converse com elas Dentro das novas experimentações, dê atenção especial às pessoas! Elas, suas histórias e suas experiências são um arsenal maravilhoso de “novidades”, capazes de arejar nossas vivências. O contato com o outro enriquece demais a nossa percepção do mundo. Devemos estimular nossa curiosidade ao ponto de “darmos um tempo” para conhecer as pessoas, aumentar a chance de trocar experiências e aumentar nossa percepção sensitiva, recebendo assim um rico universo informacional, que provém de “gente diferente”. A�nal, o que aprenderíamos com outras pessoas se todos fossem nossos clones? (ZOGBI, 2014, p. 8) 045 De�nição de problema | Fonte: Disponível aqui 3. De�na claramente seu problema Para nos ajudar nessa atividade, vamos contar com a ajuda de uma publicação do Sebrae que elaborou o quadro abaixo. Veja: De nada adianta contar com uma rede absurda de informações e respostas se não soubermos ao certo o que estamos perguntando ou tentando responder. De�na claramente o problema que lhe motiva para conseguir pensar criativamente em soluções. 4. Faça brainstorms Ao analisar determinada situação-problema, permita-se pensar de maneira disruptiva, ou seja, sem buscar os caminhos óbvios, mais curtos e mais fáceis de se percorrer. Como você poderia solucionar aquele problema de maneira diferente? Permita-se anotar todas as ideias que vierem à sua cabeça, por mais absurdas que pareçam. Essa atividade também funciona muito bem com equipes e se chama brainstorm porque busca promover uma tempestade de ideias, sem julgamentos e sem considerar ridícula ou absurda qualquer sugestão. Apenas num segundo momento, essas ideias serão alvo de re�exão e julgamento. 046 http://inovacaosebraeminas.com.br/ferramenta-aprenda-a-definir-um-problema/ 5. Permita-se desfrutar do ócio criativo Sabe aquele checklist que nos acompanha quase diariamente, com as coisas que temos a fazer? Pois bem, ele é importante para nos organizarmos com nossas demandas diárias, mas no meio daquele monte de “tarefas a cumprir” é difícil ter espaço para a criatividade. Se uma tarefa está emperrada e você vê que não consegue mais executá-la de maneira �uida, dê um tempo pra você e desfrute do “nadismo”. Muito conhecido como ócio criativo, não fazer nada é essencial para que consigamos respirar, relaxar e promover insights criativos. Há hora para se cumprir tarefas e há hora para se desligar. Essa dinâmica é importante para encontrarmos soluções e novas formas de ver o mundo e nossos problemas. Agora que você já é capaz de identi�car possíveis bloqueios e tem algumas dicas de como otimizar sua criatividade, �que bem atento a qualquer forma de auto- sabotagem e aventure-se! Você pode se surpreender com os resultados! 047 08 Ferramentas de Geração e Desenvolvimento de Ideias Criativas 048 Além das dicas que trabalhamos na aula anterior para identi�cação dos bloqueios mentais e para começarmos a desobstruir os caminhos da criatividade, veremos aqui algumas ferramentas que podem ser usadas para geração de ideias. Não podemos nos esquecer que tudo o que é inovador surge de uma ideia, o primeiro passo para a identi�cação de uma oportunidade real. Usarei como base o livro Gestão da Inovação na Prática de Scherer e Carlomagno (2016), em que os autores apresentam ferramentas para capturar insights e ferramentas para o desenvolvimento de ideias. Vamos lá? Ferramentas com objetivo de capturar insights Primeiramente, precisamos esclarecer o que seriam os tais “insights” para depois pensarmos em ferramentas que os identi�quem, certo? O termo Insights vem do inglês in (dentro) e sight (vista), podendoser entendido como a visão da alma. Diz respeito àquele momento em que, de repente, a luz aparece e dissipa as incertezas. É como se, relacionando os objetos com os quais estamos em contato, conseguíssemos enxergar respostas que até parecem óbvias para nossos problemas. “Como não pensei nisso antes?” O insight é um passo anterior à geração de ideias. A partir dele podemos avançar, melhorar o que pensamos e realmente desenvolver o que temos em mente. Vamos conhecer as ferramentas apontadas por Scherer e Carlomagno (2016, p. 119) Brainstorming: já falamos rapidamente sobre ele na aula anterior, mas vale lembrar que o brainstorming “é uma ferramenta na qual, com tema e tempo determinados, um grupo selecionado é estimulado a propor, sem �ltro, novas ideias”. Não é o momento de julgar, apenas de pensar de maneira livre sobre o tema pautado. Scamper: “é uma técnica que utiliza uma lista de ações a ser aplicada sobre uma ideia base para gerar novas ideias”. O site Endeavor explica um pouco sobre a ferramente, veja lá. 049 Fonte: Disponível aqui A intenção da Ferramenta Scamper é que, com o seu uso, seja possível criar novas versões de um produto ou serviço, ou até mesmo gerar uma ideia totalmente diferente, que pode mudar os rumos da empresa. Serve para guiar o empreendedor na realização de uma sessão de brainstorm com seus funcionários a respeito de novos produtos e serviços. É útil porque torna possível direcionar e organizar a discussão de um grupo de pessoas para um resultado produtivo. Crowdsourcing: advindo do termo contribuição coletiva ou colaborativa, essa ferramenta “funciona a partir da solicitação de ideias ou conteúdos para um grupo variado de pessoas, normalmente on-line, de fora da empresa”. Design thinking: é uma abordagem prática utilizada para a resolução de problemáticas em diversas áreas, agindo com base na coletividade colaborativa do desenvolvimento dos projetos. De acordo com os autores, “É um conjunto de métodos e processos para abordar problemas, a partir da vivência do contexto e entendimento do aspecto humano envolvido, seguido da geração e prototipação de ideias para resolvê-lo” (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 119.). 050 http://info.endeavor.org.br/scamper Ferramentas para o desenvolvimento de ideias Com o objetivo de aprimorar as ideias, os autores apresentam mais cinco ferramentas. Mais importante do que decorar o signi�cado de todas essas ferramentas, é entender que são muitas as possibilidades de contribuir para o desenvolvimento criativo dentro das organizações. Vamos conhecer algumas delas. Cocriação: como o próprio nome indica, é criar conjuntamente, uma forma de inovação que “acontece quando fornecedores, colaboradores e clientes colaboram com a empresa recebendo em troca os benefícios de sua contribuição, sejam eles através do acesso a produtos customizados ou da promoção de suas ideias” (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 119). Lean startup: objetiva criar protótipos rápidos, projetados para validar suposições de mercado, e usar feedbackdos clientes para melhoria das ideias. Business Model Canvas: é uma ferramenta para se desenhar modelos de negócios de forma a criar e capturar valor das empresas, testando possibilidades antes do desenvolvimento de um plano de negócios. Falaremos mais sobre ela na aula 14. Discovery driven planning: é uma técnica de planejamento para lidar com a incerteza de forma e�ciente, por meio da organização de um roteiro de etapas a serem cumpridas. Dessa forma, organizam-se desa�os, estruturando ciclos e períodos claros para que sejam entregues. A cada objetivo atingido, outro marco passa a �gurar no horizonte de trabalho. Inovação aberta: de acordo com a UFRGS, “a Inovação Aberta é o processo de inovação no qual indústrias e organizações promovem ideias, pensamentos, processos e pesquisas abertos, a �m de melhorar o desenvolvimento de seus produtos, prover melhores serviços para seus clientes, aumentar a e�ciência e reforçar o valor agregado”. Embora não sejam as únicas ferramentas existentes para a geração de ideias, essas são algumas das mais reconhecidas e podem trazer excelentes resultados para a solução de problemas e desenvolvimento de produtos e serviços que atendam às demandas de um mercado cada vez mais exigente. 051 09 Conceituando a Inovação 052 Já trabalhamos o conceito de empreendedorismo e de criatividade, partimos agora para o terceiro conceito-base da nossa disciplina: a inovação. Bessant e Tidd (2009, p. 16) chamam a atenção para uma coisa interessante: se observarmos as declarações de missão empresarial, assim como “visões” e “valores” apontados, identi�caremos uma in�nidade de citações sobre inovação para os clientes, os acionistas, os negócios, o futuro da empresa, sua sobrevivência e crescimento. Isso nos aponta não só a importância como a necessidade da inovação no dia a dia das empresas. A explicação é bastante simples: se não mudarmos o que oferecemos ao mundo (bens e serviços) e como os criamos e ofertamos, correremos o risco de sermos superados por outros que o façam. Em última instância, é uma questão de sobrevivência – e a história é bastante clara a esse respeito; a sobrevivência não é compulsória! As empresas que sobrevivem são capazes de mudança focada e regular (BESSANT, TIDD, 2009, p. 16). Falar sobre Inovação nos exige olhar com atenção para uma diferenciação que Joseph Schumpeter identi�cou entre invenção e inovação, “estabelecendo que a inovação se diferenciava por estar vinculada a um ganho econômico” (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 15). Em resumo, inovação não é simplesmente algo novo. É algo novo que traz resultados para a empresa. A inovação é a exploração de uma nova ideia com sucesso, resultando em grande retorno. Nesse sentido, inovação não deve ser vista somente como o desenvolvimento de um novo produto. Pode também estar vinculada a novos modelos de negócio, mercados e serviços, a novas formas de gestão, ao desenvolvimento de uma marca, à criação de plataformas tecnológicas e, até mesmo, à formação de canais de distribuição (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 15). Scherer e Carlomagno (2016, p. 15) indicam três pontos importantes sobre a prática da inovação: 1. Ela deve ser um processo continuado e não caracterizado por lampejos de ideias brilhantes que, da mesma forma como chegam, se vão. Deve advir de uma estratégia de valorização do novo na busca por atingir objetivos pré-de�nidos. 053 “Inovar signi�ca buscar incessantemente o crescimento e a liderança. Envolve criatividade, transpiração, persistência, gestão e risco”, apontam os autores. 2. Deve ser um processo gerenciado, estruturado e organizado. Apesar de ter início com a criatividade, o que exige liberdade e certo caos, a gestão da inovação deve seguir um processo “de de�nição de estratégias, de estabelecimento de prioridades, de avaliação de ideias, de gestão de projetos e de monitoramento de resultado”. 3. A indução e a gestão da inovação devem ser feitas por métodos e ferramentas especí�cas. É preciso criar um ambiente para o desenvolvimento e inovação que esteja focado não apenas no desenvolvimento de produtos. “É um processo continuado, gerenciado e induzido por ferramentas especí�cas que tragam melhores resultados”. Para se atingir bons resultados com a inovação, é preciso investir recursos (pessoais e �nanceiros) em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Alguns países já perceberam isso mais que outros. De acordo com o Diário Comércio Indústria e Serviços (DCI), o Brasil está na contramão do mundo em programas de investimentos em P&D. Fonte: Disponível aqui Na última sexta-feira (18), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou a pesquisa Projeto Indústria 2027 em evento em São Paulo. O coordenador-executivo do estudo, João Carlos Ferraz, comparou os investimentos em P&D de outros países com os do Brasil. “Os EUA querem manter a liderança em ciência, tecnologia e inovação e recuperar a manufatura avançada. Em 2017, gastaram um total de US$ 533 bilhões em P&D. Já a China gastou US$ 279 bilhõese, o Japão, US$ 202 bilhões no mesmo período. O Brasil? Cerca de US$ 20 bilhões.” 054 https://www.dci.com.br/industria/brasil-esta-na-contram-o-do-mundo-em-programas-de-investimentos-em-p-d-1.708057 Olhando dessa forma, �ca a impressão de que apenas ações governamentais seriam necessárias para alcançar índices assim, não? Claro que políticas públicas e a boa vontade política são necessárias para que o país se destaque em P&D, mas em outros lugares as empresas se organizam em prol do P&D. Fonte: BESSANT, TIDD, 2009, p. 16 Mais de 16 mil empresas nos Estados Unidos mantêm atualmente seus próprios laboratórios de pesquisa e há, pelo menos, 20 empresas que têm orçamentos anuais de mais de 1 bilhão de dólares em P&D. E você sabe quais os cinco erros mais comuns dos inovadores nas empresas? Scherer e Carlomagno (2016, p. 17) nos dão essa contribuição, vejamos: 1. Acreditar que uma boa ideia é sempre um bom negócio – um produto ou serviço com funcionalidades/tecnologias superiores não signi�ca que irá bater a concorrência. 2. Deixar para executar o projeto de inovação quando tiver tempo – de maneira geral, ninguém tem tempo “sobrando”, e outras demandas consideradas mais urgentes tomam o tempo que deveria ser priorizado para executar o projeto inovador. 3. Buscar o ótimo antes de encontrar o bom – gerar uma versão boa o mais rápido possível permite testar e aprender para fazer os devidos ajustes. Reduzidas essas incertezas, podemos gerar a versão ótima que todos buscam. 4. Esperar que o mercado “puxe” a inovação – não adianta desenvolver inovações e sem comunicá-las adequadamente e esperar que o mercado as encontre. Quando o produto chega à loja, os consumidores já deverão saber o que eles têm de melhor que a versão anterior ou que os concorrentes. 5. Jogar tênis em vez de futebol – inovação exige trabalho em equipe e múltiplas competências! Para evitarmos os erros mais comuns e organizarmos as melhores estratégias para gestão da inovação, vamos para a próxima aula? 055 10 Os Tipos de Inovação 056 Figura 3 – Radar da Inovação: as 12 dimensões | Fonte: (SCHERER; CARLOMAGNO,2016, p. 25) Agora que você já se aprofundou quanto ao conceito de inovação, vamos conhecer um pouco mais sobre os tipos de inovação e como podemos classi�cá-la. Há diversos enfoques pelos quais podemos classi�car os tipos de inovação, mas optamos por apresentar três deles, que já dão uma visão bem ampla dos processos: quanto à dimensão da inovação, sua intensidade, e seu impacto. Vamos lá então? Quanto à dimensão da inovação É comum vermos autores indicando os tipos de inovação existentes e dando 5 ou 6 categorias. Optei por trazer a vocês a de�nição de Scherer e Carlomagno, pois os autores apresentam 12 dimensões em que as empresas podem inovar. Observem no “radar” abaixo, quais são elas, pois vamos falar detalhadamente de cada uma. 057 Como forma de ilustrar cada uma das dimensões, usaremos os exemplos trazidos pelos autores (SCHERER; CARLOMAGNO,2016, p. 26): A Inovação da Oferta também chamada de inovação de produtos por outros autores, consiste no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores que representem valor para os consumidores. “A Gillette é uma empresa reconhecida por inovações de oferta como no caso da série de barbeadores Sensor, Excel e Mach III”. A inovação de Plataforma em que se constrói um portfólio de produtos que se diferenciam em modelos e funcionalidades de forma a atingir diversos tipos de consumidores. “Quando lançou o Walkman, a Sony desenvolveu uma plataforma básica do aparelho e gerou inúmeros modelos distintos, de acordo com as preferências dos mais distintos consumidores espalhados pelo mundo”. A inovação de Solução em que se criam opções integradas e customizadas de produtos, serviços e informação para resolver problemas abrangentes dos clientes. “A IBM reinventou seu negócio a partir da oferta de serviços complementares ao hardware e software comercializados e mais recentemente com a ideia de Soluções ‘On Demand’”. A inovação em Clientes quando a empresa consegue encontrar um segmento de clientes não explorado e que pode ser consumidor da marca, ou ainda, identi�car necessidades não atingidas dentre os próprios consumidores da marca. “O Habib’s é exemplo de empresa que, com uma proposta de valor bem desenhada e uma operação e�ciente, possibilitou o atendimento de clientes mais sensíveis a preço e que anteriormente não consumiam o fast-food”. A inovação na Experiência do Consumidor é uma das mais faladas atualmente, pois promete, além da oferta de um produto ou serviço, que o consumidor viva uma experiência diferenciada e marcante ao consumi-lo. “O Cirque du Soleil, circo-espetáculo-show canadense, inovou na experiência do cliente ao transformar a ida ao circo numa nova experiência de entretenimento. Desde a comunicação dos shows, passando pela compra dos ingressos, chegada no local do evento e ambiente do espetáculo, tudo prima pelo alto nível de serviço e atenção aos detalhes, a �m de proporcionar uma experiência inesquecível para o cliente”. A inovação em Captura de Valor em que se inova no quesito geração de receita, promovendo novas formas de se cobrar pelo produto ou serviço. “O Google inovou em Captura de Valor a partir de seu sistema de remuneração pelos anúncios colocados junto com a “procura” realizada no site, o que viabilizou a comercialização para pequenos anunciantes antes alijados do mercado pelo preço do sistema de banners eletrônicos”. 058 A inovação de Processos diz respeito à cultura empresarial e objetiva rever os processos operacionais a �m de gerar mais produtividade e e�ciência. “A Toyota é um dos exemplos mais conhecidos de empresa que revolucionou o setor a partir da implementação de novos processos e do redesenho dos existentes. A partir dessa e de outras inovações, a empresa mantém melhor produtividade que seus concorrentes. O movimento da Qualidade estimulou melhorias, mas inclusive inovações de processos”. A inovação na Organização, segundo os autores, indica novas formas de se estruturar a empresa, seu organograma, seus principais parceiros comerciais. “A empresa de engenharia Promon é uma dessas empresas, reconhecida pela forma singular e inovadora com que se auto-organiza. Na Promon, o presidente é escolhido pelos funcionários, há diferentes formas de participação nos resultados e a empresa possui uma estrutura �exível e ágil”. A inovação na Cadeia de Fornecimento é quando a empresa olha para toda sua cadeia de produção, pensando em formas de adequar as atividades dos envolvidos no processo de fabricação e de prestação de serviços. “A GM, por exemplo, organizou a produção do Celta na montagem de seus Sistemistas e no modelo de venda on-line. É o tipo de inovação que trata de rede�nir o modelo de fornecimento do negócio”. A inovação de Presença procura recriar os canais de distribuição para aproximar a empresa do cliente através da presença em novos pontos de venda. “A Grendene inovou em presença ao desenvolver lojas-conceito para sua marca Melissa nas quais difunde a ideia de design e inovação ao redor do mundo”. A inovação em Relacionamentos quando uma empresa se une a algum parceiro comercial que contribui para oferecer uma solução melhor ao problema do cliente. “A Otis, por exemplo, conseguiu uma inovação em rede ao oferecer a possibilidade de monitoramento remoto de seus elevadores. Para tanto, estabeleceu uma rede de parceiros de tecnologia, segurança e informação para viabilização dessa proposta”. A inovação na Marca consiste na criação de novos contextos e aplicações para a marca. “A Ferrari, por exemplo, a partir de sua presença no mundo dos automóveis, se multiplicou para uma série de produtos, incluindo vestuário, canetas e notebooks, obtendo ótimos resultados”. 059 Figura 4 - Matriz de inovação e melhoria| Fonte: (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 38). Quanto à intensidade e impacto da inovação Se ao falarmos de inovação nos aproximamos de sua relação com o retorno da empresa, uma forma interessante de de�niros tipos de inovação diz respeito às diferenças entre melhoria, invenção, inovação incremental e inovação radical. A matriz abaixo, desenvolvida a partir das experiências de consultoria da Innoscience e retirada do livro de Scherer e Carlomagno (2016, p. 38) pode nos auxiliar nesse desa�o. Se veri�carmos, há uma relação manifesta entre a novidade da ideia e o resultado esperado, que diferencia o processo de adequação de produtos aos concorrentes para não perdermos espaço no mercado, da melhoria de nossos produtos com certo grau de novidade e de retorno, passando pela invenção de produtos muito originais mas com baixo retorno �nanceiro e chegando à inovação enquanto um processo com alta novidade da ideia e alto resultado esperado. 060 Os autores apontam ainda que as inovações podem se dar em diferentes níveis: as incrementais e as radicais. Vamos olhar um pouquinho para ambas por meio do site da empresa de consultoria em inovações ABGi Acceleration Innovation. Fonte: Disponível aqui Inovação incremental: re�ete pequenas melhorias contínuas em produtos ou em linhas de produtos. Geralmente, representam pequenos avanços nos benefícios percebidos pelo consumidor e não modi�cam de forma expressiva a forma como o produto é consumido ou o modelo de negócio. Exemplo: evolução do CD comum para CD duplo, com capacidade de armazenar o dobro de faixas musicais. Inovação Radical: representa uma mudança drástica na maneira que o produto ou serviço é consumido. Geralmente, traz um novo paradigma ao segmento de mercado, que modi�ca o modelo de negócios vigente. Exemplo: evolução do CD de música para os arquivos digitais em MP3. De acordo com Scherer e Carlomagno (2016), o que caracteriza as iniciativas de inovações incrementais são o fato de elas serem apenas uma continuidade de algo já existente. “Uma inovação incremental se caracteriza por um grau moderado de novidade e por ganhos signi�cativos nos resultados”, apontam. Como exemplos, eles citam “a Coca-Cola Zero, o Check-in eletrônico das Cias. Aéreas, o iPod Shu�e da Apple e o sistema de Self Service de Café da rede Starbucks”. Olhar para a nomenclatura de cada um dos tipos já nos permite entender bastante do que se diz respeito. As inovações radicais, por exemplo, não trazem apenas uma melhoria, mas dizem respeito a “grandes transformações nas regras competitivas, no processo produtivo, nos produtos e serviços ofertados, e nas preferências do consumidor”. E dizem mais: 061 http://brasil.abgi-group.com/a-inovacao/ A inovação radical transforma as regras do jogo, altera o relacionamento com fornecedores, distribuidores e clientes, reestrutura a economia de determinados mercados, aposenta produtos vigentes e eventualmente cria categorias inteiramente novas de produtos. Inovações radicais envolvem mudanças signi�cativas em produtos, processos e serviços que mudam os mercados e indústrias existentes ou criam outros absolutamente novos. O modelo “Pré-Pago” das empresas de telefonia, o fast-food de baixo preço do Habib’s, a inigualável experiência de consumo do Cirque du Soleil e o modelo de produção enxuto do Toyota são exemplos de inovações radicais. (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 23). Se você está acompanhando atentamente nossa caminhada pela inovação, acredito que esteja motivado a pensar em coisas interessantes e rentáveis. É importante, porém, que para otimizar os processos de inovação haja um setor de gerenciamento da inovação; e sobre isso falaremos em nossa próxima aula. Aproveitando, você tem assistido às videoaulas da disciplina? Espero que elas estejam ajudando a clarear as ideias e conceitos. 062 11 Gerenciamento da Inovação 063 Figura 5 – O octógono da inovação | (SCHERER; CARLOMAGNO,2016, p. 38) Tão importante quanto saber os tipos possíveis de se inovar dentro de uma empresa é saber como gerir os processos que possibilitem que a ideia vire um sucesso. Vamos olhar um pouco para as ações que precisam ser tomadas nesse desa�o? A Figura abaixo apresenta o octógono da inovação, uma ferramenta elaborada pela Innoscience – Consultoria de Gestão da Inovação e apresentada por Scherer e Carlomagno (2016, p. 37), que mostra as 8 dimensões que precisam ser administradas para que a inovação consiga acontecer e se manter de maneira e�caz. “Essas dimensões precisam ser con�guradas de acordo com a estratégia e cultura da empresa, bem como suas intenções com a inovação”, apontam. Não há como falar de inovação sem olhar para esses pontos: a importância de se con�gurar estratégias especí�cas para promover a inovação, de con�gurar na empresa uma cultura para a inovação, com pessoas e lideranças com olhar aguçado para essa proposta e motivados a desenvolver processos que favoreçam a inovação. Isso não acontece, porém, se não houver na empresa uma estrutura para o desenvolvimento da inovação, relacionamentos com parceiros que podem acrescentar conhecimento à empresa, seguindo conceito da inovação aberta, e a existência de funding para a inovação, ou seja, alocação de recursos especí�cos para a geração de inovação na empresa. 064 Figura 6 – Processo de inovação | (SCHERER; CARLOMAGNO,2016, p. 56) Conhecidas essas dimensões, vamos ver na �gura abaixo uma representação de como se dá o processo de inovação. Segundo os autores, A inovação, portanto, não é uma atividade eventual, é um processo a ser gerenciado, desde a ideia inicial até a implementação. Um processo de inovação inicia-se pela geração de novas ideias (idealização), segue com o re�namento do conceito da ideia proposta (conceituação), passa pela redução das incertezas (experimentação) e chega à concreta transformação dos mesmos em inovações (implementação). (SCHERER; CARLOMAGNO, 2016, p. 53). E é justamente desse processo sistematizado que se pode falar em gestão da inovação, pois a partir daí a empresa é capaz de identi�car problemas e antecipar soluções para que a inovação aconteça de forma contínua. 065 Fonte: Disponível aqui A análise criteriosa das competências e dos processos permite identi�car os gaps de inovação e desenvolver um plano de ação para efetivamente inserir a gestão da inovação na organização. Podemos dizer que a gestão da inovação consiste na criação de condições para que ocorra o processo contínuo e permanente de produção de inovações. Certamente, as organizações mais inovadoras são as que criam melhores condições tanto para o desenvolvimento das áreas de competência como para a sistematização dos processos de inovação. 066 http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/entrevistas/gestao-da-inovacao-nas-organizacoes 12 Entendendo o Canvas: valor, segmento de clientes e relacio- namento com clientes 067 Nas nossas próximas três aulas, conheceremos a fundo um modelo de negócios que faz sucesso quando o assunto é empreendedorismo. O quadro Canvas é uma ferramenta simples que propõe um olhar visual para seu modelo de negócios, de forma que você seja capaz de promover inovação em qualquer uma das nove partes do quadro. O Canvas foi projetado para ser montado por meio de adesivos autocolantes (post- its), oferecendo assim a possibilidade de uma criação livre, já que podemos excluir o adesivo cuja ideia não agradou e substitui-lo com facilidade. O modelo Canvas foi criado pelo suíço Alex Osterwalder, como uma dinâmica simples que facilita o entendimento do negócio. Diferentemente de um plano de negócios, o modelo de negócios é o primeiro olhar sobre a proposta; nela, posso ousar, arriscar, pensar em diferentes abordagens e diferenciais para minha proposta. Na fase da escrita do plano, um documento com maior exigência de profundidade de informações, já �zemos os testes no modelo e conseguimos errar menos, sendo mais certeiros na elaboração. Um modelo de negócios descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização (OSTERWALDER apud PIMENTA, 2015, p. 13). Segundo o material elaborado por Marcelo Pimenta (2015) para o SEBRAE, criação de valor é o que a empresa de�ne como produto; entrega de valor