Buscar

Planejamento Estratégico na Gestão Pública

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO PÚBLICA 
NA PERSPECTIVA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA 
MÓDULO 9 
 
Profª. Drª. Andréa Cristina Dörr 
 
2 
 
Lista de Figuras 
 
 
Figura 1 - Instrumentos de Planejamento da Políticas 
Públicas. ............................................................................. 16 
Figura 2 - Receita Municipal ............................................... 20 
Figura 3 - BSC Adaptado aos Serviços Públicos. .............. 44 
Figura 4 - BSC Aplicada à Gestão de uma Escola. ........... 45 
Figura 5 - Matriz FOFA/SWOT. .......................................... 49 
Figura 6 - Ciclo PDCA. ....................................................... 51 
Figura 7- Etapas de Elaboração e Implementação do PES.
 ............................................................................................ 55 
Figura 8 - Dimensões que Compõem a Estrutura do Plano 
de Ações Articuladas. ......................................................... 57 
Figura 9 - Etapas de Elaboração do PAR. ......................... 57 
Figura 10 - Atores Presentes na Discussão do Diagnóstico 
do PAR................................................................................ 58 
Figura 11 - Dimensões do Instrumento de Diagnóstico. .... 60 
Figura 12 - Critérios para a Pontuação. ............................. 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081292
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081293
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081294
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081296
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081300
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081300
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081301
file:///C:/Users/Fábio/Desktop/PRADIME/Módulos%20definitivos/Módulo%209/Módulo%209%20-%20COMPLETO.docx%23_Toc394081302
 
3 
 
Lista de Quadros 
 
Quadro 1 - Missão, Visão, Valores e Objetivos Estratégicos 
da Prefeitura Municipal de Vila Velha-ES ......Erro! Indicador 
não definido. 
Quadro 2 - Missão, Valores e Visão da Escola de 1º Grau 
Maria D'Ajuda Silva Vieira, Município de Itabela-BA. ......... 41 
Quadro 3 - Exemplos de Indicadores no Modelo de Gestão 
BSC ..................................................................................... 43 
Quadro 4 - Missão, Visão e Estratégia do GesPública. ..... 46 
Quadro 5 - Ferramentas de Gestão Utilizadas no 
GesPública. ........................................................................ 46 
Quadro 6 - Diferenças entre o Planejamento Tradicional e o 
PES. .................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Lista de Siglas 
 
BACEN Banco Central do Brasil 
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento 
BSC Balanced Scorecard 
CF Constituição Federal 
CMN Conselho Monetário Nacional 
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade 
Social 
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
ECT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
FGT S Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
FOFA Pontos Fortes, Oportunidades, Pontos Fracos e 
Ameaças 
GESPÚBLICA Programa Nacional de Gestão Pública e 
Desburocratização 
ICMS Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte 
Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação 
IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 
IDH Índice de Desenvolvimento Humano 
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 
IGP-DI Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna 
IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado 
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa 
INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor 
IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 
IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 
IPC-FIPE Índice de Preços ao Consumidor da Fundação 
Instituto de Pesquisas Econômicas 
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados 
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano 
IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
IRPF Imposto de Renda de Pessoa Física 
IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica 
ISS Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza 
KM Quilômetro 
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
MEC Ministério da Educação e Cultura 
MEGP Modelo de Excelência em Gestão Pública 
NTN-B Notas do Tesouro Nacional Série B 
NTN-C Notas do Tesouro Nacional Série C 
PAF Plano de Ações Financiáveis 
PBQP Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade 
PDE Plano de Desenvolvimento da Educação 
PE Planejamento Estratégico 
PIB Produto Interno Bruto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
PIL Produto Interno Líquido 
PIS Programa de Integração Social 
PNB Produto Nacional Bruto 
PNE Plano Nacional de Educação 
PNL Produto Nacional Líquido 
PNQ Prêmio Nacional da Qualidade 
PPA Plano Plurianual 
PPC Poder de Paridade de Compra 
REE Renda Enviada ao Exterior 
RLEE Renda Líquida Enviada ao Exterior 
RNB Renda Nacional Bruta 
RRE Renda Recebida do Exterior 
RS Rio Grande do Sul 
SAC Serviços de Atendimento ao Cidadão 
SIMEC Monitoramento, Execução e Controle 
SWOT Strenght, Weaknesses, Opportunities, e Threats 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ................................................................ 7 
UNIDADE 1 .......................................................................... 8 
1. INTRODUÇÃO À GESTÃO .............................................. 8 
1.1. Fundamentos e Princípios da Administração Pública 8 
1.2 Centralização e Descentralização ............................ 11 
1.3 Conceitos acerca da Gestão Pública ....................... 13 
1.4 Gestão Estratégica no Setor Público........................ 15 
ATIVIDADE 1 – UNIDADE 1: Tarefa .................................. 22 
ATIVIDADE 1 – UNIDADE 1: Fórum de discussão ............ 22 
UNIDADE 2 ........................................................................ 23 
2. ECONOMIA NO SETOR PÚBLICO ............................... 23 
2.1. O Papel do Governo na Economia .......................... 23 
2.2. Políticas Públicas na Educação .............................. 23 
2.2.1. Transporte Escolar para a Educação Básica - 
Caminho da Escola ..................................................... 23 
2.2.2. Programa Nacional de Apoio ao Transporte do 
Escolar (PNATE) ........................................................ 25 
2.2.3. Alimentação Escolar na Educação Básica 
(PNAE) ........................................................................ 26 
2.2.4. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)... 27 
2.2.5. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básicae de Valorização dos Profissionais da 
Educação(FUNDEB) ................................................... 29 
ATIVIDADE 1 – UNIDADE 2: Tarefa .................................. 32 
ATIVIDADE 2 – UNIDADE 2: Fórum de Discussão............ 33 
UNIDADE 3 ......................................................................... 33 
3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................ 33 
3.1. Fundamentos sobre Planejamento Estratégico ....... 33 
3.2 Planos Educacionais e Planejamento Estratégico ... 36 
3.3. Definição da Missão, Visão do Futuro e Valores ..... 39 
3.4. Modelos de Planejamentos Estratégicos e Aplicações
 ........................................................................................ 42 
3.4.1. Modelo Balanced Scorecard (BSC) .................. 42 
3.4.2. Programa Nacional de Gestão Pública e 
Desburocratização (GesPública) ................................ 46 
3.4.3. Análise de Ambiente Interno e Externo (Matriz 
FOFA/SWOT) .............................................................. 48 
3.4.4. Ciclo PDCA ....................................................... 50 
3.4.5. Planejamento Estratégico Situacional (PES).... 52 
3.4.6. Plano de Ações Articuladas (PAR) ................... 56 
ATIVIDADE 1 – UNIDADE 3 - Tarefa ................................. 62 
ATIVIDADE 2 – UNIDADE3–Fórum de discussão ............. 62 
REFERÊNCIAS .................................................................. 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Prezado(a) Dirigente Municipal da Educação: 
 
Vamos dar início ao módulo de Planejamento 
Estratégico na Gestão Pública na Perspectiva da Gestão 
Democrática, o qual está subdividido em 3 unidades. Dessa 
forma, acompanharemos as 3 unidades ao longo de 8 
semanas e, ao final de cada unidade, teremos um exercício 
obrigatório a ser postado no Moodle. Fiquem tranquilos que 
a equipe pedagógica irá auxiliá-los durante todo o período, 
tanto na leitura do material como também na resolução dos 
exercícios. Ao final de cada unidade, disponibilizamos a 
literatura consultada na elaboração deste material, bem como 
as bibliografias complementares que poderão subsidiar o seu 
aprofundamento sobre os conteúdos abordados. 
A Unidade 1 - Introdução à Gestão - apresenta os 
conceitos sobre a administração e a gestão estratégica no 
setor público. Essa unidade aborda os conceitos de uma 
maneira mais prática e direta a relevância da gestão dos 
recursos públicos. A Unidade 2 - Economia no Setor Público 
–mostra qual a importância da economia dentro da gestão 
pública e como o seu entendimento contribui para 
compreendermos o papel do governo na aplicação dos 
recursos públicos nos diversos setores. Por fim, a Unidade 3 
- Planejamento Estratégico - apresenta os fundamentos 
sobre o planejamento estratégico. Além disso, agrega os 
conteúdos teóricos e práticos de diversos modelos de 
planejamento estratégico. Com base em exemplos, 
esperamos que esses conceitos e suas aplicações tornem-
se mais compreensíveis. 
O exercício do Dirigente Municipal da Educação 
(DME) é, sem dúvida, de extrema responsabilidade e 
desperta outra condição para tal função: a de valorizar a 
contribuição de todos os atores sociais na formulação geral 
de metas, estratégias e identificação de possibilidades. Esse 
cenário pode ser designado de gestão democrática, envolve 
a interação comunidade local e comunidade escolar, as 
expectativas dos alunos, dos funcionários e dos professores. 
A participação conjunta representa ações demandadas, 
eficiência no trabalho e resultados precisos e satisfatórios. 
Esperamos que este módulo alcance o seu principal objetivo: 
proporcionar, ao DME, uma visão sistêmica sobre a teoria e 
a prática da gestão e do planejamento estratégico no setor 
público. 
 
Bom curso! 
Profa. Andréa Cristina Dörr 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
UNIDADE 1 
 
1. INTRODUÇÃO À GESTÃO 
 
A Unidade 1 apresenta um panorama da ideia de 
gestão no setor público e está subdividida em quatro tópicos: 
princípios e fundamentos acerca da administração pública; 
centralização e descentralização; conceitos acerca da gestão 
pública e gestão estratégica no setor público. O conteúdo 
apresentado nesta Unidade irá contribuir para esclarecer 
quais os fundamentos que orientam as estratégias de ação 
dentro da gestão no setor público. Nesse cenário, 
destacamos que o gestor público possui um papel primordial 
na condução do trabalho em equipe e na prestação de 
serviços com eficiência e eficácia, além de agregar novos 
valores à administração pública em prol de serviços públicos 
de qualidade. É oportuno ressaltar que a construção de um 
plano de gestão com a equipe e os atores sociais faz parte 
do planejamento estratégico. Além disso, é de extrema 
relevância destacar que o gestor público tenha 
comprometimento nas ações cujos resultados indicam uma 
melhoria da qualidade da educação municipal. 
 
1.1. Fundamentos e Princípios da Administração Pública 
 
O Estado existe, fundamentalmente, para realizar o 
bem comum: bem-estar, segurança e justiça. A 
interdependência dos fins do Estado assume particular 
importância em relação a sua principal meta: a promoção do 
bem comum. Ele é composto, obrigatoriamente, por três 
elementos essenciais: povo, território e governo soberano. 
Por sua vez, as funções do Estado são exercidas por meio 
dos Poderes do Estado. A saber: (i) o Poder Legislativo tem 
como principal função a elaboração de leis (função 
legislativa); (ii) ao Poder Executivo, cabe a execução das leis 
(função administrativa); e (iii) o Poder Judiciário tem como 
função a aplicação das leis aos casos concretos (função 
judicial). 
O Estado, ao definir seus planos governamentais, 
necessita da administração pública para que eles possam ser 
concretizados. Assim, a administração pública é o 
instrumento do Estado para que a sua vontade seja efetivada. 
O governo – que pode ser entendido como o Estado em ação 
– apresenta-se como um elenco de objetivos, metas, ações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
e medidas, delineadas pelo Estado, para serem realizadas 
em certo período e em locais e em áreas específicas. 
A administração pública é o conjunto de órgãos 
instituídos para consecução dos objetivos do governo. Em 
outras palavras, é o conjunto das funções necessárias aos 
serviços públicos em geral. Pode classificar-se, em sentido 
objetivo, conforme as atividades exercidas pelas pessoas 
jurídicas, pelos órgãos e agentes incumbidos de atender 
concretamente às necessidades coletivas. Em sentido 
subjetivo, a administração pública se refere aos órgãos 
integrantes das pessoas jurídicas políticas (União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal), os quais a lei (art. 18 da CF) 
confere o exercício de funções administrativas. Em 1988, a 
promulgação da Constituição Federal representou o início de 
um novo padrão na administração pública e incorpora as 
exigências de políticas mais descentralizadas, democráticas 
e de interesse público. O art. 37 da CF trata dos princípios 
inerentes à administração pública direta e indireta dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, a qual obedecerá aos princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Todo e qualquer ato da administração pública 
somente será válido quando respaldado em lei. O princípio 
da legalidade está definido no inciso II do art 5º da 
Constituição Federal, que explicita: “ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da 
lei”. 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
A ação administrativa deve ser destinada a todos os 
administradores, sem descriminação ou favoritismo. 
Ademais,a administração deve visar sempre ao bem comum 
- interesse primordial da administração - a fim de que 
prevaleça o interesse público sobre o particular. A 
responsabilidade dos atos administrativos não deve ser 
imputada ao agente, e sim à pessoa jurídica. 
 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
Constitui pressuposto de validade de todo ato da 
administração pública. Assim, tudo o que contrariar a moral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
administrativa será inconstitucional, não podendo prevalecer 
(art. 37, § 4° da CF). 
 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
Este princípio assegura a transparência dos atos da 
administração e possibilita uma fiscalização de toda a 
coletividade. Em princípio, nenhum ato administrativo poderá 
ser sigiloso, exceto aqueles relacionados à segurança da 
sociedade ou do Estado (art. 37, § 3° inciso II da CF). 
 
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
Exige que a atividade administrativa seja exercida 
com presteza, perfeição e rendimento funcional, tanto na 
contratação e na exoneração de agentes públicos, quanto 
nos serviços prestados por eles. Nos anos 1950-1960, houve 
uma modernização de alguns setores da administração 
pública brasileira, com a criação do Banco Nacional do 
Desenvolvimento(BNDE), do Banco Central, da Petrobrás, da 
Companhia Siderúrgica Nacional e de outras empresas 
estatais consideradas estratégicas. Foi o chamado período 
desenvolvimentista da gestão de Juscelino Kubitsckek, com 
o Slogan “cinquenta anos em cinco”. Conforme Teixeira e 
Santana (1995), estabeleceram-se, assim, grandes 
disparidades organizacionais, de formas de estruturação e 
atuação entre organismos do próprio aparelho de estado, 
constituindo diferenças regionais, setoriais, etc., em termos 
de estilo de atuação, objetivos, nível de modernização 
organizacional, salários, etc. Nessa época, surge como 
medida para as organizações o modelo burocrático de 
gestão, baseado na teoria clássica da Administração. 
Já na segunda metade da década de 1960 e na 
década de 1970, houve um avanço no papel do Estado na 
Economia e, ao mesmo tempo, passou a vigorar um modelo 
de centralização política e um crescente fortalecimento da 
esfera federal da administração, reflexo da estrutura estatal 
autoritária vigente. Uma reforma administrativa notável foi 
instituída pelo Decreto nº 200/1967, que institucionalizou uma 
maior autonomia para os órgãos da administração indireta. 
Podemos observar que o processo de evolução da 
administração pública no Brasil, entre a década de 1930 e a 
de 1990, desencadeou alguns padrões, dentre eles a 
fragmentação institucional e a separação entre a formulação 
e a implementação política. Nos anos de 1990, a reforma 
avançou na utilização dos conceitos de participação, 
accountability e controle social. A palavra accountability não 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
possui uma tradução exata na língua portuguesa e, de modo 
geral, está associada a um contexto político ou ético. Assim, 
accountability está ligada à ideia de obrigação de membros 
de um órgão administrativo ou representativo de prestar 
contas a instâncias controladoras ou a seus representados 
(MOTA, 2006). A discussão em torno das reformas do papel 
do Estado no Brasil foi fortalecida a partir de 1995, 
constituindo-se numa proposta ampla de sua reestruturação, 
abarcando os campos econômico, administrativo, 
previdenciário e político. Nesse sentido, a reforma propõe 
uma reconfiguração das estruturas estatais, baseada na 
substituição do modelo burocrático de administração pública 
por um modelo gerencial (BRESSER-PEREIRA, 1996). 
Em 1997, começou a surgir uma linha cada vez mais 
nítida de separação entre a gestão pública e a privada, pois 
se percebeu que não poderiam ser aplicados os mesmos 
princípios, métodos e técnicas da qualidade do setor privado 
sem adaptações para o setor público. Dessa forma, por se 
tratar de um modelo pós-burocrático, buscou-se importar 
ferramentas de gestão provenientes do setor privado, 
focalizando o sucesso da eficiência econômica do Estado. 
Em linha com as experiências internacionais, iniciou-se um 
amplo processo de revisão das formas de prestação dos 
serviços públicos no Brasil. 
Além dos princípios citados acima, podemos 
mencionar ainda duas outras grandes questões que 
perpassam as políticas públicas educacionais 
contemporâneas: a centralização ea descentralização e a 
gestão democrática na gestão educacional. A Constituição 
Federal (CF) de 1988 foi um importante marco para a 
democratização da educação. Ela reforçou o movimento de 
gestão democrática da educação (Art. 206), que teve um 
grande avanço nas décadas de 1980 até meados da década 
de 1990. Segundo Oliveira (2009), as reformas educacionais 
dos anos 1990 apresentam, como principal traço, a tentativa 
de modernização administrativa do aparato público. O 
modelo centralizado de planejamento passa a ser substituído 
por um modelo de gestão mais flexível. O papel 
desempenhado pela gestão democrática passa a ser de 
fundamental relevância na condução das políticas públicas 
educacionais. 
 
1.2 Centralização e Descentralização 
 
A Federação é uma forma de organização político-
territorial baseada no compartilhamento tanto da legitimidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
como das decisões coletivas entre mais de um nível de 
governo (ABRÚCIO; FRANZESE, 2007). O federalismo é 
uma forma de organização política compatível com o Estado 
moderno, criado nos Estados Unidos em 1787. Segundo 
Saldanha (2009), uma das principais características do 
federalismo é a descentralização política, em que cada ente 
da federação detém competências próprias e encontra seu 
fundamento na constituição federal. 
A evolução do Estado brasileiro foi, ao mesmo 
tempo, marcada pelas disputas entre o poder central e as 
oligarquias regionais, o que resultou num movimento 
pendular, alternando-se entre a centralização e a 
descentralização (RÉGIS, 2009). Na Primeira República 
(1889-1930), marcada por amplo domínio das oligarquias, o 
federalismo não esteve, inicialmente, associado nem ao 
desenvolvimento econômico nem à implantação da 
democracia (COSTA, 2010). Foi o período em que os grupos 
dominantes nos Estados tiveram grande autonomia em 
relação ao poder central. 
Posteriormente, a crise mundial dos anos 1930 
assinalou a falência do liberalismo econômico e político e 
também teve reflexos no Brasil. A Era Vargas(1930-1945) foi 
marcada pela expansão de regimes autoritários, altamente 
centralizados, nos quais a autonomia dos Estados 
praticamente deixa de existir [“Estado Novo” (1937-1945)]. 
Com a instalação de um novo regime, marcado pelas regras 
democráticas da Constituição de 1946, o federalismo voltava 
a ser o fundamento político-territorial do país. O regime militar 
(1964-1985) teve como diretriz a maior centralização possível 
do poder. 
A CF de 1988 amplia as competências dos Estados-
membros, estabelece um papel de destaque para os 
Municípios e determina quais as competências de cada uma 
das partes que compõem a Federação. A Constituição 
identifica o Município como um dos entes integrantes da 
Federação. Entre outras atribuições, os Municípios podem 
legislar sobre assunto de interesse local e a fiscalização será 
exercida pelo Poder Legislativo municipal, isto é, pelos 
Vereadores e pelo Poder Executivo municipal. 
Entretanto, a CF de 1988 potencializou os 
desequilíbrios federativos, pois não previu a adequada fonte 
de recursos para o provimento de serviços públicos 
descentralizados, ao mesmo tempo em que ampliou as 
responsabilidades das unidades subnacionais, 
particularmente, dos municípios, com os direitos sociais. 
Assim, a Constituição Federal de 1988 iniciou um processo 
de políticas descentralizadas num paísextremamente 
heterogêneo (ARAÚJO, 2013). Na década de 1980, no 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
contexto da redemocratização, a cidadania foi trazida ao 
primeiro plano das questões educacionais, constituindo o 
fundamento das políticas de universalização, com equidade, 
da escola pública, quando os excluídos passam a ter acesso 
ao conhecimento e a adquirir condições de participação 
política (BORDIGNON, 1996). 
A CF de 1988 faz uma escolha por um regime 
normativo e político, plural e descentralizado, no qual se 
cruzam novos mecanismos de participação social com um 
modelo institucional cooperativo, que amplia o número de 
sujeitos políticos capazes de tomarem decisões (CURY, 
2005). Em linha com o autor, Abrúcio (2010) destaca que o 
processo de descentralização foi impulsionado pela maior 
autonomia concedida aos Estados, Municípios e escolas na 
gestão do pedagógico e no financeiro da educação, bem 
como pela participação da sociedade civil na 
responsabilização na garantia do direito à educação. 
Conforme UNDIME (2012a), a gestão democrática é 
uma forma de exercitar a democracia participativa e contribuir 
para a própria democratização da sociedade. Portanto, para 
Souza, Meneses e Silva (2010), a participação da sociedade 
na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no 
controle das ações da administração pública torna-se um 
complemento indispensável ao controle institucional 
realizado pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos. 
Essa participação é importante porque contribui para a 
qualidade da aplicação dos recursos públicos, fazendo com 
que as necessidades da sociedade sejam atendidas de forma 
eficiente. 
Para Guimarães (2007), a participação da sociedade 
civil nesses processos provoca, mesmo que de maneira 
embrionária, a democratização da gestão municipal. E o 
exercício dessa cidadania se concretiza por meio de 
conselhos. Nesse sentido, os conselhos podem ser 
classificados conforme as funções que exercem. Souza, 
Meneses e Silva (2010) enfatizam que os conselhos podem 
desempenhar, conforme o caso, funções de fiscalização, 
mobilização, deliberação. Entretanto, Serrano (2013) destaca 
que o grande desafio para os atores que atuam na 
fiscalização da aplicação dos recursos públicos é atuar em 
rede. A fiscalização se fragiliza e abre espaços para a 
ineficiência quando é feita sem articulação. 
 
1.3 Conceitos acerca da Gestão Pública 
 
O início da gestão pública se caracteriza por um 
período de grande expectativa, no qual o governante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
apresenta as suas propostas de governo. Desse modo, o 
plano se constitui em um elo entre a política e a gestão, na 
medida em que explicita objetivos, recursos, competências e, 
de modo particular, os agentes e os mecanismos de 
articulação entre eles e as políticas propostas pelo plano. 
Visto isso, o ambiente do gestor público requer conhecer 
realisticamente os desafios que o caminho coloca, 
articulando três variáveis: o projeto de governo, a 
governabilidade e a capacidade de governo (MATUS, 1996). 
O projeto de governo é formado pelos objetivos do 
ator; suas propostas de ação − o que é possível fazer. A 
governabilidade do sistema é a relação entre as variáveis que 
o ator controla e as que não controla − quanto menor o 
número de variáveis sob controle do ator menor a sua 
governabilidade. E, por último, a capacidade de governo que 
engloba a capacidade de gestão, administração e controle - 
é a capacidade da gerar e comandar ações. Destacamos que 
essas três variáveis são interdependentes entre si. Assim, o 
projeto de governo precisa ser compatível com a 
governabilidade e com a capacidade de governo. E a 
qualidade dessas variáveis muda no decorrer do jogo, 
conforme o sucesso ou o insucesso do jogador dentro do jogo 
(MATUS, 1996). 
O campo da gestão tem sido pródigo em inovações, 
propostas de modelos, invadindo muitos outros domínios, 
como público e privado, social, político e organizacional. 
Vamos ver três conceitos importantes: 
 Gestão pública: utilização de práticas na 
administração do setor público. A gestão está ligada 
ao planejamento, que é uma das principais funções 
do gestor. 
 Planejamento: processo formalizado para gerar 
resultados a partir de um sistema integrado de 
decisões. Planejamento difere de improvisar. 
 Estratégia: consiste na conexão a qualquer 
processo de tomada de decisão que atinge toda a 
organização por um prazo longo. Logo, é um 
conjunto de decisões e ações que tem, por finalidade, 
assegurar a coerência interna e externa da 
organização, mobilizando todos os seus recursos. 
 
Analisando de forma conjunta gestão, planejamento 
e estratégia, observamos que a administração pública 
consiste em uma prática, uma ação concreta, contínua, e o 
gestor nada mais é que um ente de ação. O gestor se baseia 
(idealmente) num máximo de saberes (científico ou tirado da 
reflexão sobre experiências) para ter a habilidade de tomar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
decisões adequadas dentro de suas atividades, nas 
instituições nas quais atua (AKTOUF, 1996). 
A relevância da gestão dos recursos também é 
destacada por Matus (1996) como um requisito para governar 
e planejar dentro daqueles “espaços determinados do 
sistema social”. O autor considera que é ator somente aquele 
que tem capacidade de ação e peso coletivo e, por isso, não 
pode ser ignorado pelo restante da sociedade. Isso implica 
controle de algum recurso político, econômico, gerencial ou 
cognitivo e estar organizado politicamente. Dessa forma, sem 
preencher essas exigências, um ator não existe dentro do 
jogo social, por mais legítimo que seja seu objetivo. 
 
1.4 Gestão Estratégica no Setor Público 
 
A administração pública burocrática foi adotada para 
substituir a administração patrimonialista, que definiu as 
monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o 
privado eram confundidos. Nesse tipo de administração, o 
Estado era entendido como propriedade do rei. Em virtude 
disso, revelou-se incompatível com o capitalismo industrial e 
as democracias parlamentares, que surgem no século XIX. A 
administração pública burocrática clássica foi adotada porque 
era uma alternativa muito superior à administração 
patrimonialista do Estado (BRESSER-PEREIRA, 1996). 
Entretanto, o pressuposto de eficiência em que se 
baseava não se revelou real. No momento em que o Estado 
se transformou no grande Estado social do século XX, 
assumindo um crescente número de serviços sociais e 
papéis econômicos, o problema da eficiência tornou-se 
essencial. Por outro lado, a expansão do Estado respondia 
não só às pressões da sociedade, mas também às 
estratégias de crescimento da própria burocracia. A 
necessidade de uma administração pública gerencial, 
portanto, decorre de problemas não só de crescimento e da 
decorrente diferenciação de estruturas e complexidade 
crescente da pauta de problemas a serem enfrentados, mas 
também de legitimação da burocracia perante as demandas 
da cidadania (BRESSER-PEREIRA, 1996). 
Dessa forma, com a promulgação da CF de 1988, foi 
introduzido no Brasil um novo modelo de planejamento e 
gestão referenciados no modelo de gestão empresarial. A 
partir desse modelo, foram delineadas novas bases 
metodológicas e operacionais para viabilizar uma mudança 
efetiva no planejamento, no orçamento e na gestão pública. 
O processo democrático trouxe para a arena os movimentos 
sociais, as exigências de maior transparência com os 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
negócios públicos e a prestação de contas (PARES; VALLE, 
2006). 
Assim, o Estado deve planejar suas políticas públicas 
em conjunto com os segmentos representativos da 
sociedadecivil. Os instrumentos desse planejamento, 
definidos na CF de 1988, são apresentados na Figura 1. 
 
Figura 1 - Instrumentos de Planejamento da Políticas Públicas. 
Fonte: Dörr (2014). 
 
O Plano Plurianual (PPA) é previsto no § 1° do Artigo 
165 da CF e regulamentado pelo Decreto n. 2.829, de 29 de 
outubro de 1998. O PPA estabelece diretrizes, objetivos e 
metas da administração pública para um período de 4 anos, 
organizando as ações do governo em programas que 
resultem em bens e serviços para a população. O primeiro 
PPA foi implantado no período de 2000-2003. Mais 
especificamente, a Lei nº 12.593, de 18 de janeiro de 2012, 
institui o PPA para o período de 2012 a 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II - a ampliação da participação social; 
 
III - a promoção da sustentabilidade ambiental; 
 
IV - a valorização da diversidade cultural e da 
identidade nacional; 
 
V - a excelência na gestão para garantir o provimento 
de bens e serviços à sociedade; 
 
VI - a garantia da soberania nacional; 
 
VII - o aumento da eficiência dos gastos públicos; 
 
VIII - o crescimento econômico sustentável; 
 
IX - o estímulo e a valorização da educação, da 
ciência e da tecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano 
Plurianual 
(PPA)
Lei de 
Diretrizes 
Orçamentárias 
(LDO) 
Lei de 
Orçamento 
Anual 
(LOA)
! Dica 
Conforme o Art. 4º, o PPA de 2012-2015, por exemplo, 
tem como diretrizes: I - a garantia dos direitos humanos 
com redução das desigualdades sociais, regionais, 
étnico-raciais e de gênero; 
 
17 
 
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) define a 
visão tática, ou seja, estabelece os parâmetros para a 
elaboração do orçamento do exercício seguinte, atendendo a 
determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e os 
programas definidos como prioritários pelo governo. Em 
outras palavras, a LDO é o elo entre o planejamento 
estratégico (PPA) e o planejamento operacional (Lei 
Orçamentária Anual - LOA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o § 2º do art. 165 da CF, 
§ 2.ºA lei de diretrizes orçamentárias 
compreenderá as metas e prioridades da 
administração pública federal, incluindo as 
despesas de capital para o exercício financeiro 
subsequente, orientará a elaboração da lei 
orçamentária anual, disporá sobre as alterações 
na legislação tributária e estabelecerá a política de 
aplicação das agências financeiras oficiais de 
fomento. 
 
A gestão dos recursos públicos se baseia no princípio 
da legalidade, conforme estabelecido a Lei das Finanças 
Públicas, a Lei nº4.320/64; na Lei das Licitações, a Lei nº 
8.666/93 e na Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei 
Complementar nº 101/2000. E toda despesa efetuada na 
administração pública (Lei nº 4.320/64), de qualquer dos 
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios), deve seguir os três estágios, a saber: empenho, 
liquidação e pagamento. 
A Lei nº 8.666/93 estabelece, por sua vez, que as 
despesas devem ser efetuadas, sem privilegiar um ou outro 
fornecedor dos produtos, das obras ou dos serviços. Isto é, o 
gestor público deve observar o princípio constitucional da 
isonomia (igualdade de todos perante a lei). Por outro lado, 
deve selecionar a proposta mais vantajosa para a 
administração, conjugando com razoabilidade os critérios de 
preço e técnica. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar 
nº 101/2000, orienta para o planejamento, a transparência, o 
controle e a responsabilidade na gestão fiscal dos recursos 
públicos e a prestação de contas. Prevê, no seu art. 1º, § 1º, 
a responsabilidade de se buscar transparência na gestão 
pública, como foco para promover uma gestão fiscal e 
orçamentária responsável: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
! Dica 
A LOA é comumente denominada orçamento. É a lei 
que estima os valores da receita e fixa os valores da 
despesa para determinado exercício. A partir da LOA, 
o cidadão identifica a destinação dos recursos que o 
governo recolhe sob a forma de impostos e nenhuma 
despesa pública pode ser executada fora do 
orçamento. 
 
18 
 
Art. 1º, § 1º.A responsabilidade na gestão fiscal 
pressupõe a ação planejada e transparente, em 
que se previnem riscos e corrigem desvios 
capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, 
mediante o compromisso de metas e resultados 
entre receitas e despesas e a obediência a limites 
e condições no que tange a renúncia de receita, 
geração de despesas com pessoal, da seguridade 
social e outras, dividas consolidada e mobiliária, 
operações de crédito, inclusive por antecipação 
de receita, concessão de garantia e inscrição em 
restos a pagar. 
 
Os pilares básicos da LRF são a transparência e a 
responsabilidade: 
Art. 48. São instrumentos de transparência da 
gestão fiscal, aos quais será dada ampla 
divulgação, inclusive em meios eletrônicos de 
acesso público: os planos, orçamentos e leis de 
diretrizes orçamentárias; as prestações de contas 
e o respectivo parecer prévio; o Relatório 
Resumido da Execução Orçamentária e o 
Relatório de Gestão Fiscal; e as versões 
simplificadas desses documentos. 
 
Parágrafo único. A transparência será assegurada 
também mediante incentivo à participação popular e 
realização de audiências públicas, durante os processos de 
elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes 
orçamentárias e orçamentos. 
A lei estabelece, em regime nacional, parâmetros a 
serem seguidos relativos ao gasto público de cada ente 
federativo (estados e municípios) brasileiro. As restrições 
orçamentárias visam a preservar a situação fiscal dos entes 
federativos, de acordo com seus balanços anuais. Isso 
porque têm o objetivo de garantir a saúde financeira de 
estados e municípios, a aplicação de recursos nas esferas 
adequadas e uma boa herança administrativa para os futuros 
gestores. Entre seus itens, está previsto que cada elevação 
de gasto necessita vir de uma fonte de financiamento 
correlata, e os gestores precisam respeitar questões relativas 
ao fim de cada mandato, não excedendo o limite permitido e 
entregando contas saudáveis para seus sucessores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
+ Saiba mais 
Para fazer-se cumprir a LRF, é importante lembrarmos 
que uma das funções dos conselhos (citamos o 
Conselho do Fundo da Educação Básica (Fundeb), 
Conselho de Alimentação Escolar (CAE), Conselho 
Municipal da Educação (CME), Conselho de 
Acompanhamento e Controle Social do Fundeb (CACs) 
é auxiliar na fiscalização e execução da gestão dos 
recursos para que ela se cumpra. Por isso, para que os 
conselhos desempenhem seu papel de forma efetiva, é 
necessário que o DME observe a composição dos 
membros, bem como as suas ações. Verifique no site 
do "Tesouro Nacional" 
 (http://www3.tesouro.gov.br/hp/consulta.asp). Se o 
seu município está em dia com suas Contas Anuais. 
 
19 
 
A política fiscal refere-se a todos os instrumentos que 
o governo dispõe para a arrecadação de tributos (política 
tributária) e o controle de suas despesas (política de gastos). 
É importante lembrarmos que as políticas fiscais cumprem 
três funções: a estabilização macroeconômica, a 
redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função 
estabilizadora consiste na promoção do crescimento 
econômico sustentado, com baixo desemprego e 
estabilidade de preços. A função redistributiva visa a 
assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a função 
alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e 
serviços públicos, compensando as falhas de mercado. Além 
disso, as políticas fiscais podem ser: 
 Contracionistas: são medidas fiscais que visam a 
diminuir os gastos da coletividade por meio do 
aumento da carga tributária e da diminuição dos 
gastos públicos. 
 
 
 
 
 
 
 Expansionistas: as medidas fiscais são no sentido 
inverso, ouseja, visam a elevar a demanda 
agregada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ademais, a Lei nº 5.172/1966 regulamenta o Sistema 
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito 
tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Os 
Artigos 3° e 5° esclarecem sobre tributo: 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato 
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. 
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e 
contribuições de melhoria. 
 
Os impostos são os tributos que mais arrecadam e 
são categorizados em impostos diretos e indiretos. A receita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
! Dica 
Por exemplo, conforme os dados do Ministério da 
Fazenda, o aumento do imposto sobre produtos 
industrializados (IPI), a partir de 01 de janeiro de 2014, 
irá aumentar a arrecadação do governo no montante 
de 1,146 bilhão de reais. 
! Dica 
Citamos como exemplo o Programa Bolsa Família. O 
programa tem por objetivos combater a fome e 
promover a segurança alimentar e nutricional; combater 
a pobreza e outras formas de privação das famílias; 
promover o acesso à rede de serviços públicos, em 
especial, saúde, educação, segurança alimentar e 
assistência social; e criar possibilidades de 
emancipação sustentada dos grupos familiares e 
desenvolvimento local dos territórios. 
 
20 
 
própria do município tem base de arrecadação composta de 
impostos, taxas e contribuições (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dörr (2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receita municipal
Impostos:
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 
(ISSQN)
Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter 
Vivos (ITBI)
Taxas:
Taxas de Serviços Urbanos (TSU)
Taxas de Poder de Polícia (TPP)
Contribuições:
Contribuição de Melhorias
Contribuição para Iluminação Pública (CIP)
Figura 2 - Receita Municipal 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os impostos diretos incidem diretamente sobre a 
renda, que é o caso do Imposto de Renda de Pessoa Física 
(IRPF) e do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ). 
Para que a gestão pública municipal consiga 
arrecadar os tributos de forma a alocar a carga tributária com 
equidade, é indispensável que a realidade, as necessidades 
locais e as leis sejam observadas. Conforme o art. 212 da 
CF, a aplicação de recursos da manutenção e 
desenvolvimento do ensino − no caso dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios − não pode ser inferior a 25% da receita 
líquida de impostos e transferências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca 
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios vinte e cinco por cento, no 
mínimo, da receita resultante de impostos, 
compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino. 
 
A vinculação das receitas definidas para o 
cumprimento dos índices mínimos de aplicação em saúde e 
educação, 15% (art.77 da CF) e 25%, respectivamente, 
assim como, o limite máximo de 60% com gasto com pessoal, 
demonstram que já existe um elevado comprometimento das 
receitas com despesas contínuas. Portanto, os gestores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
+ Saiba mais 
Conforme a LRF, Receita Corrente Líquida 
corresponde ao somatório das receitas tributárias, de 
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, 
de serviços, transferências correntes e outras receitas 
também correntes, deduzidas as parcelas entregues 
aos municípios por determinação constitucional; as 
contribuições sociais para a seguridade social do 
empregador; as contribuições sociais para a 
seguridade social do trabalhador e dos demais 
segurados da previdência social; e a arrecadação 
decorrente das contribuições para o Programa de 
Integração Social (PIS) e para o Programa de 
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). 
+ Saiba mais 
Os impostos indiretos estão embutidos nas 
transações intermediárias e finais. Nesse caso, a 
contribuição está incorporada ao processo produtivo, 
como no Imposto sobre operações relativas à 
circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual, intermunicipal e 
de comunicação (ICMS), Imposto Sobre Serviços de 
Qualquer Natureza (ISSQN), Contribuição para 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e 
Programa de Integração Social (PIS). 
 
22 
 
públicos são desafiados a realizar um planejamento 
estratégico das ações e alocar de forma eficiente os recursos, 
a fim de trazer à sociedade resultados que venham contribuir 
ao desenvolvimento econômico e social do município. 
 
 
 
 
 
 
 
Ressaltamos a utilização de indicadores de avaliação 
na gestão educacional do município para dar suporte à 
formulação das ações no plano. Citamos como exemplo o 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). 
Conforme já foi discutido na Unidade 8, o IDEB é um 
indicador fundamental de metas da educação básica, e o 
aumento de seus índices pode contribuir para a melhoria na 
qualidade da educação em nível municipal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 1 – UNIDADE 1: Tarefa 
Apresente um relato com evidências do 
funcionamento da gestão democrática no cotidiano de suas 
atividades na Secretaria Municipal de Educação (SME). Além 
disso, descreva quais são os atores locais que fazem parte 
da elaboração do planejamento estratégico, como é a 
articulação e o diálogo entre eles e a sua equipe da SME. 
Você pode realizar a atividade em editor de texto com 
Word, Writer ou outros, e anexar o arquivo. 
 
ATIVIDADE 2 – UNIDADE 1: Fórum de discussão 
Considerando-se a relevância do controle social na 
gestão dos recursos financeiros, discuta no fórum quem são 
os atores locais que atuam em seu município e apresente 
exemplos em relação ao nível e à forma de atuação, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
! Dica 
Na esfera Municipal, a LRF determina o limite de 
gastos com pessoal no setor público: 60% da 
Receita Corrente Líquida, ou seja, 6% para o 
Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do 
Município, quando houver; e 54% para o Executivo. 
+ Saiba mais 
Na esfera Municipal, a LRF determina o limite de 
gastos com pessoal no setor público: 60% da 
Receita Corrente Líquida, ou seja, 6% para o 
Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do 
Município, quando houver; e 54% para o Executivo. 
 
23 
 
UNIDADE 2 
 
2. ECONOMIA NO SETOR PÚBLICO 
 
A partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB) nº.9.394/96, uma série de 
alterações aconteceu. Novas propostas de gestão da 
educação, financiamento, programas de avaliação 
educacional, políticas de formação de professores, dentre 
outras medidas foram implementadas com o objetivo de 
melhorar a qualidade da educação. Nesse contexto, 
objetivamos, nesta unidade, abordar aspectos relacionados à 
gestão da educação pela compreensão de alguns conceitos 
econômicos capazes de facilitar suas relações com o setor 
público. Além disso, apresentamos um panorama sobre as 
principais políticas públicas voltadas à educação. 
 
2.1. Políticas Públicas na Educação 
 
O Ministério da Educação executa atualmente dois 
programas voltados ao transporte de estudantes: o Caminho 
da Escola e o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do 
Escolar (PNATE), que visam a atender alunos moradores da 
zona rural. 
O Programa Nacional de Alimentação Escolar 
(PNAE) contribui na oferta de alimentação escolar e no 
desenvolvimento de ações de educação alimentar e 
nutricionais para os alunos de toda a educaçãobásica, por 
meio da transferência de recursos financeiros. 
Temos ainda o Programa Dinheiro Direto na Escola 
(PDDE). O objetivo do PDDE é a melhoria da infraestrutura 
física e pedagógica, o reforço da autogestão escolar e a 
elevação dos índices de desempenho da educação básica. O 
PDDE consiste na assistência financeira às escolas públicas 
da educação básica das redes estaduais, municipais e do 
Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial, 
mantidas por entidades sem fins lucrativos. Podemos citar 
ainda o Fundeb. Os fundos destinam-se à manutenção e ao 
desenvolvimento da educação básica pública e à valorização 
dos trabalhadores da educação. 
Vamos compreender cada um desses programas. 
 
2.1.1. Transporte Escolar para a Educação Básica - Caminho 
da Escola 
 
A Resolução/CD/FNDE nº 3, de 28 de março de 
2007, cria o Programa Caminhos na Escola considerando a 
necessidade de ampliar, por meio do transporte diário, o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
acesso e a permanência dos alunos da educação básica 
transportados da zona rural dos sistemas estadual e 
municipal. O Artigo 1° resolve 
Art. 1º - Aprovar as diretrizes e orientações para 
que os Municípios, os Estados e o Distrito Federal 
se habilitem ao Programa Caminho da Escola e 
possam buscar financiamento junto ao BNDES, 
nos exercícios de 2007 a 2009, visando à 
aquisição de ônibus de transporte escolar, zero 
quilômetro, assim como embarcações novas, 
destinadas ao transporte diário dos alunos da 
educação básica, transportados da zona rural dos 
sistemas estadual e municipal, no âmbito do 
Programa. 
 
A Resolução/FNDE/CD/nº 11, de 25 de abril de 2008, 
estabelece as orientações em relação à aquisição de 
veículos que incluam acessibilidade específica para 
portadores de necessidades especiais (Art. 3). No âmbito do 
Programa Caminho da Escola, o Art. 1ºda Resolução nº 18, 
de 14 de maio de 2008, autoriza a execução de transferência 
financeira de recursos de emendas parlamentares ao 
orçamento do FNDE, para aquisição de ônibus e 
embarcações para o transporte escolar. 
Parágrafo único. Os convênios firmados para o 
atendimento do disposto nesta Resolução devem 
atender exclusivamente à aquisição de veículos 
mediante adesão ao registro de preços realizado 
pelo FNDE, conforme referido no art. 13 da 
Resolução CD/FNDE nº 11, de 25/04/2008. 
 
Dessa forma, o programa consiste na aquisição, por 
meio de pregão eletrônico para registro de preços realizado 
pelo FNDE, de veículos padronizados para o transporte 
escolar. Existem três formas para estados e municípios 
participarem do Caminho da Escola: com recursos próprios, 
bastando aderir ao pregão; via convênio firmado com o 
FNDE; ou por meio de financiamento do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que 
disponibiliza linha de crédito especial para a aquisição de 
ônibus zero quilômetro e de embarcações novas. Os critérios 
para utilização de veículos de transporte escolar são 
estabelecidos na Resolução/CD/FNDE nº 45, de 20 de 
novembro de 2013, nos Artigos 2 e 3: 
Art. 2º Para efeito desta Resolução consideram-
se veículos de transporte escolar, aqueles 
adquiridos por meio de adesão à ata de pregão 
eletrônico para registro de preços do Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação 
(FNDE), sendo: 
I – ônibus: veículo rodoviário automotor de 
passageiros especificado como Ônibus Escolar; 
II – bicicleta: veículo de propulsão humana para 
uso individual, especificado como Bicicleta 
Escolar; 
III – embarcação: veículo aquaviário automotor 
especificado como Lancha Escolar ou Barco 
Escolar. 
Art. 3º Os veículos a que se refere o Artigo 2º são 
destinados para o uso exclusivo no transporte dos 
estudantes matriculados nas escolas das redes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
públicas de ensino básico e instituições de 
educação superior, nos trajetos necessários para: 
I – garantir, prioritariamente, o acesso diário e a 
permanência dos estudantes da zona rural às 
escolas da rede pública de ensino básico; 
II - garantir o acesso dos estudantes nas 
atividades pedagógicas, esportivas, culturais ou 
de lazer previstas no plano pedagógico e 
realizadas fora do estabelecimento de ensino. 
 
2.1.2. Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar 
(PNATE) 
 
O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do 
Escolar (PNATE) foi instituído pela Lei nº 10.880, de 9 de 
junho de 2004, com o objetivo de garantir, por meio de 
assistência financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, em caráter suplementar, o acesso e a 
permanência, nos estabelecimentos escolares, dos alunos do 
ensino fundamental público residentes em área rural que 
utilizem transporte escolar(Art. 2): 
Art. 2º Fica instituído o Programa Nacional de 
Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE, no 
âmbito do Ministério da Educação, a ser 
executado pelo Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação - FNDE, com o 
objetivo de oferecer transporte escolar aos alunos 
da educação básica pública, residentes em área 
rural, por meio de assistência financeira, em 
caráter suplementar, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, observadas as 
disposições desta Lei. ("Caput" do artigo com 
redação dada pela Lei nº 11.947, de 16/6/2009). 
 
Conforme estabelecido abaixo, o cálculo do 
montante de recursos financeiros destinados aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios tem como base o número 
de alunos da zona rural que utilizam o transporte escolar e 
que foram devidamente informados no censo escolar do ano 
anterior (Art. 7). 
§ 1º O montante dos recursos financeiros será 
repassado em parcelas e calculado com base no 
número de alunos da educação básica pública 
residentes em área rural que utilizem transporte 
escolar oferecido pelos entes referidos no caput 
deste artigo. (Parágrafo com redação dada pela 
Lei nº 11.947, de 16/6/2009) 
§ 2º O Conselho Deliberativo do FNDE divulgará, 
a cada exercício financeiro, a forma de cálculo, o 
valor a ser repassado aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, a periodicidade dos 
repasses, bem como as orientações e instruções 
necessárias à execução do PNATE, observado o 
montante de recursos disponíveis para este fim 
constante da Lei Orçamentária Anual, e em suas 
alterações, aprovadas para o Fundo. 
§ 3º Os recursos financeiros a serem repassados 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
de que trata o § 1º deste artigo serão calculados 
com base nos dados oficiais do censo escolar, 
realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, 
relativo ao ano imediatamente anterior ao do 
atendimento. 
§ 4º A assistência financeira de que trata este 
artigo tem caráter suplementar, conforme o 
disposto no inciso VII do art. 208 da Constituição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Federal, e destina-se, exclusivamente, ao 
transporte escolar do aluno. 
 
O valor per capita do PNATE a ser repassado ao Ente 
Executor é definido com base no índice “Fator de 
Necessidade de Recursos do Município (FNRM)”, criado a 
partir de pesquisas realizadas com o objetivo de tornar mais 
justa a distribuição dos recursos (Lei nº 10.880, de 9 de junho 
de 2004, Art. 5º, § 1°). O cálculo do índice considera os 
seguintes indicadores: 
 Percentual da população rural do município (IBGE); 
 Área do município (IBGE); 
 Percentual da população abaixo da linha da pobreza 
(IPEADATA); 
 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 
(IDEB) (INEP). 
Os recursos são liberados no período de março a 
novembro (no total de 9 parcelas) do ano em curso, e deverão 
ser utilizados exclusivamente no custeio de despesas com o 
transporte escolar dos alunos (Art.6). Conforme o Art. 15, as 
despesas com seguros, licenciamento, impostos e taxas,podem ser realizadas caso se referirem ao ano em curso. Em 
relação às demais despesas com custeio, destacamos os 
seguintes itens: 
 
 Reforma; 
 Seguro; 
 Licenciamento; 
 Impostos e taxas; 
 Pneus; 
 Câmaras; 
 Serviços de mecânica e freio; 
 Suspensão, câmbio, motor, elétrica e funilaria; 
 Recuperação de assentos; 
 Combustível; 
 Lubrificantes do veículo. 
 
2.1.3. Alimentação Escolar na Educação Básica (PNAE) 
 
A Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de julho de 2009, 
dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos 
alunos da educação básica no Programa Nacional de 
Alimentação Escolar, durante o período letivo. 
Art. 1º Estabelecer as normas para a execução 
técnica e administrativa do PNAE e para a 
transferência de recursos financeiros, em caráter 
complementar, aos Estados, ao Distrito Federal, 
aos Municípios e às entidades federais, para a 
aquisição exclusiva de gêneros alimentícios. 
§ 1° A alimentação escolar é direito dos alunos da 
educação básica pública e dever do Estado, e 
será promovida e incentivada, com vista ao 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
atendimento dos princípios e das diretrizes 
estabelecidas nesta Resolução. 
 
Na mesma Resolução, o Art. 2º estabelece os 
princípios do PNAE, enquanto o Art. 3°, as diretrizes. 
Conforme o Art. 4º, o PNAE tem por objetivo contribuir para 
o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a 
aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de 
práticas alimentares saudáveis dos alunos, por meio de 
ações de educação alimentar e nutricional. O Art. 13 
considera educação alimentar e nutricional o conjunto de 
ações formativas que objetivam estimular a adoção voluntária 
de práticas e escolhas alimentares saudáveis, que colaborem 
para a aprendizagem, o estado de saúde do escolar e a 
qualidade de vida do indivíduo. O Programa prevê o 
atendimento dos seguintes alunos, com base no censo 
escolar: 
Art. 5º Serão atendidos pelo PNAE os alunos 
matriculados na educação básica das redes 
públicas federal, estadual, do Distrito Federal e 
municipal, inclusive as escolas localizadas em 
áreas indígenas e em áreas remanescentes de 
quilombos, em conformidade com o censo escolar 
realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, 
no ano anterior ao do atendimento. 
 
Conforme a Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de 
julho de 2009, a coordenação das ações de alimentação 
escolar, sob a responsabilidade dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, será realizada por nutricionista 
habilitado (Art. 14). Dentre as diversas competências(§1º), os 
nutricionistas lotados no setor de alimentação escolar devem 
coordenar o diagnóstico e o monitoramento do estado 
nutricional dos estudantes, planejar o cardápio da 
alimentação escolar de acordo com a cultura alimentar, o 
perfil epidemiológico da população atendida e a vocação 
agrícola da região. Conforme o Art. 18, a aquisição dos 
gêneros alimentícios: 
Art. 18. Do total dos recursos financeiros 
repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no 
mínimo 30% (trinta por cento) deverá ser utilizado 
na aquisição de gêneros alimentícios diretamente 
da Agricultura Familiar e do Empreendedor 
Familiar Rural ou suas organizações, priorizando 
os assentamentos da reforma agrária, as 
comunidades tradicionais indígenas e 
comunidades quilombolas, conforme o artigo 14, 
da Lei n° 11.947/2009. 
 
2.1.4. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) 
 
O Programa Dinheiro Direto na Escola tem por 
finalidade prestar assistência financeira, em caráter 
suplementar, às escolas públicas da educação básica das 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas 
privadas de educação especial, mantidas por entidades sem 
fins lucrativos. O Programa foi criado em 1995 pela 
Resolução FNDE/CD n°12/1995, a qual apresenta os valores 
totais a serem recebidos pelas escolas. Posteriormente, a 
Resolução FNDE/CD n°3 de 1997 (art. 2°) divide os recursos 
em custeio e capital. 
Com esses recursos, os estabelecimentos de ensino 
podem adquirir materiais para uso contínuo, fazer a 
manutenção necessária ao funcionamento da escola, realizar 
capacitações aos professores, entre outras ações 
(Resolução n° 03/1997). A Resolução FNDE/CD n° 3, de 27 
de fevereiro de 2003, reedita as resoluções anteriores 
reafirmando que: 
Art. 1° O Programa Dinheiro Direto na Escola - 
PDDE consiste na transferência, pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação - 
FNDE, de recursos financeiros, consignados em 
seu orçamento, em favor das escolas públicas do 
ensino fundamental das redes estadual, do 
Distrito Federal e municipal, destinados à 
cobertura de despesas de custeio, manutenção e 
de pequenos investimentos de forma a contribuir, 
supletivamente, para a melhoria física e 
pedagógica dos estabelecimentos de ensino 
beneficiários. 
 
Essa Resolução afirma que os recursos financeiros 
devem ser repassados às escolas públicas do ensino 
fundamental das redes estadual, do Distrito Federal e 
municipal. Entretanto, a Resolução FNDE/CD n° 10, de 22 de 
março de 2004, estabelece que os repasses dos recursos 
devem contemplar, também, as instituições privadas de 
educação especial. O Artigo 1° explica que o PDDE consiste 
na transferência, pelo FNDE, de recursos financeiros em 
favor das: 
escolas públicas das redes estaduais, distrital e 
municipais no ensino fundamental, contemplando 
também as modalidades especial e indígena; 
privadas de educação especial, mantidas por 
Organizações Não-Governamentais (ONG), ou 
entidades similares, sem fins lucrativos e inscritas 
no Conselho Nacional de Assistência Social 
(CNAS). 
 
Além da Unidade Executora, entidade responsável 
pela aplicação e prestação de contas dos recursos enviados 
à escola, há também outras entidades responsáveis para o 
atendimento das escolas beneficiárias do PDDE (Resolução 
FNDE/CD n° 10 de 27 de março de 2004, Art. 3). 
Art. 3§ 2º. Unidade Executora Própria (UEx) – 
entidade de direito privado, sem fins lucrativos, 
representativa da comunidade escolar dos 
estabelecimentos de ensino públicos beneficiários 
do PDDE (caixa escolar, associação de pais e 
mestres, conselho escolar ou similar); 
Entidade Executora (EEx) - prefeitura municipal e 
secretarias de educação estadual e do Distrito 
Federal, ao receberem e executarem os recursos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
do PDDE destinados às escolas públicas que não 
instituíram as UEx; 
Entidade Mantenedora (EM) – Organização Não-
Governamental (ONG), ou outra entidade similar, 
sem fins lucrativos e inscrita no CNAS, 
responsável pela manutenção de escolas 
privadas de educação especial beneficiárias do 
PDDE. 
 
2.1.5. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação (FUNDEB) 
 
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação (FUNDEB), criado em 1º de janeiro de 2007 com 
vigência estabelecida para o período 2007-2020, é um Fundo 
especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um 
Fundo por Estado e Distrito Federal, ou seja, 27 Fundos), 
formado por parcela financeira de recursos federais e por 
recursos provenientes dos impostos e das transferências dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vinculados à 
educação, conforme disposto no Art. 212 da CF. 
Art. 212 - A União aplicará, anualmente, 
nunca menos de dezoito, e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios vinte e 
cinco por cento, no mínimo, da receita 
resultante de impostos, compreendida a 
proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do 
ensino. 
§ 1º A parcela da arrecadação de 
impostos transferida pela União aos 
Estados, ao DistritoFederal e aos 
Municípios, ou pelos Estados aos 
respectivos municípios, não é 
considerada, para efeito do cálculo 
previsto neste artigo, receita do governo 
que a transferir [...]. 
 
Em relação aos Estados e Municípios, os impostos 
próprios e as receitas de transferência que lhes cabem, cujo 
somatório corresponde à base de incidência do percentual 
referido ao artigo 212, são os seguintes: 
 
a) Transferências de Receita de Impostos da 
União para os Estados 
I – produto da arrecadação de imposto da União 
sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente na 
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelos 
Estados, suas autarquias e pelas fundações que instituírem 
e mantiverem (IRRF); 
II – Fundo de Participação dos Estados constituído 
com parte da arrecadação da União (21,5%) do imposto 
sobre a renda e proventos de qualquer natureza e do imposto 
sobre produtos industrializados (FPE); 
III – 10% do produto da arrecadação da União sobre 
produtos industrializados proporcionalmente ao valor das 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
respectivas exportações, deduzida a parte transferida para os 
Municípios (IPI/Exportação); 
IV – 75% da compensação financeira estabelecida na 
Lei Complementar nº 87/1996, relativa à desoneração do 
ICMS nas exportações de produtos primários e 
semielaborados (Lei Kandir). 
 
Impostos Estaduais Próprios: 
 Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e 
Doação (ITCMD); 
 Imposto sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS) e 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal 
e de comunicação (do qual 25% pertencem aos 
Municípios); 
 Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores (IPVA) (do qual 50% pertencem aos 
Municípios). 
 
b) Transferências de Receita de Impostos da 
União para os Municípios 
I – produto da arrecadação do imposto da União 
sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na 
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelos 
Municípios, suas autarquias e pelas fundações que 
instituírem e mantiverem (IRRF); 
II – Fundo de Participação dos Municípios constituído 
com parte da arrecadação da União (22,5%) do imposto 
sobre a renda e proventos de qualquer natureza e do imposto 
sobre produtos industrializados (FPM); 
III – 50% do produto da arrecadação do imposto da 
União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos 
imóveis localizados no território respectivo (ITR); 
IV – 25% da arrecadação do imposto do estado sobre 
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação (ICMS); 
V – 25% da compensação financeira estabelecida na 
LC nº87/86 relativa à desoneração do ICMS nas exportações 
de produtos primários e semielaborados (Lei Kandir); 
VI – 25% da parte transferida aos Estados (10%) do 
produto da arrecadação da União sobre produtos 
industrializados proporcionalmente ao valor das respectivas 
exportações de tais produtos (IPI/Exportação); 
VII – 50% do produto da arrecadação do imposto dos 
Estados sobre a propriedade de veículos automotores 
(IPVA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Impostos Municipais Próprios: 
 Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial 
Urbana (IPTU); 
 Imposto Sobre a Transmissão de Bens “Inter Vivos” 
(ITBI); 
 Imposto Sobre Serviços (ISS). 
 
Assim, independentemente da fonte de origem, 
destina recursos para a manutenção e o desenvolvimento da 
educação básica e amplia a atuação para o atendimento da 
educação básica (educação infantil, ensino fundamental e 
ensino médio e ensino de jovens e adultos). Dessa forma, em 
cada estado, o Fundeb é composto por 20% de diversas 
receitas. Em nível municipal, a gestão dos recursos do 
Fundeb é de responsabilidade da Secretaria de Educação, 
devendo ser subdivididos para aplicação, da seguinte forma: 
 
a) Parcela Mínima de 60% do Fundeb 
Calculada sobre o montante anual dos recursos 
creditados na conta no exercício; a parcela mínima de 60% 
do Fundo deve ser destinada à remuneração dos 
profissionais do magistério em efetivo exercício na educação 
básica pública, com vínculo contratual em caráter 
permanente ou temporário com Estado, Distrito Federal ou 
Município, regido tanto por regime jurídico específico do ente 
governamental contratante quanto pela Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT). 
De acordo com o art. 22 da Lei nº 11.494/2007, são 
considerados profissionais do magistério aqueles que 
exercem atividades de docência e os que oferecem suporte 
pedagógico direto ao exercício da docência, incluídas as de 
direção ou administração escolar, planejamento, inspeção, 
supervisão, orientação educacional e coordenação 
pedagógica. Para que possam ser remunerados com 
recursos do Fundeb, esses profissionais deverão atuar na 
educação básica pública, no respectivo âmbito de atuação 
prioritária dos Estados e Municípios, conforme estabelecido 
nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição. 
 
b) Recursos de até 40% do Fundeb 
Os restantes 40% dos recursos devem ser 
direcionados para despesas em nível municipal, com gastos 
de manutenção e desenvolvimento do ensino no âmbito da 
educação infantil e do ensino fundamental. Resumidamente, 
o conjunto de despesas compreende: 
 Remuneração e aperfeiçoamento do pessoal 
docente e dos profissionais da educação; 
remuneração do(a) Secretário(a) de Educação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 Aquisição, manutenção, construção e conservação 
de instalações e de equipamentos; 
 Uso e manutenção de bens vinculados ao sistema de 
ensino, aluguel de imóveis e de equipamentos; 
 Levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas 
visando precipuamente ao aprimoramento da 
qualidade e à expansão do ensino; 
 Realização de atividades-meio necessárias ao 
funcionamento do ensino; 
 Concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas 
públicas e privadas; 
 Amortização e custeio de operações de crédito; 
 Aquisição de material didático-escolar e manutenção 
de transporte escolar. 
Muito importante destacar que os recursos do Fundo 
não podem ser aplicados pelos Estados, Distrito Federal e 
Municípios em: ações do ensino superior; educação 
oferecida por instituições de ensino de natureza privada que 
não atendam alunos da educação especial, de creches e pré-
escola, e não sejam comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas, sem fins lucrativos e conveniadas com o poder 
público; etapas da educação básica de responsabilidade de 
outro ente governamental; despesas de outros exercícios, 
ainda que relacionadas à manutenção e ao desenvolvimento 
da educação básica; e ações não caracterizadas como de 
manutenção e desenvolvimento da educação básica. 
O processo de gestão dos recursos do Fundeb é 
acompanhado pela sociedade, a qual supervisiona as etapas 
relacionadas à previsão orçamentária, distribuição, aplicação 
e comprovação do emprego desses recursos, por intermédio 
da participação no Conselho de Acompanhamento e Controle 
Social do Fundeb, de criação obrigatória nas três esferas 
degoverno (federal, estadual e municipal) (art. 24 da Lei nº 
11.494/2007). Dessa forma, o controle exercido pelo 
Conselho do Fundeb representa a atuação da sociedade,que 
pode apontar falhas ou irregularidades eventualmente 
cometidas, para queas autoridades devidamente 
constituídas, no uso de suas prerrogativas legais, possam 
adotar providências. 
 
ATIVIDADE 1 – UNIDADE 2: Tarefa 
A gestão dos recursos pelos DME está ligada à 
responsabilidade de melhoria dos resultados na qualidade da 
educação. Nesse aspecto, os DME precisam se alertar de 
que a eficiência na gestão dos recursos destinados à 
manutenção das escolas públicas é influenciada pela 
articulação/desarticulação, presença/ausênciade atores 
sociais, entre outros. Com base nos programas que 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
atualmente o município capta recursos para a educação, 
descreva como acontece o processo de definição das 
prioridades para a alocação dos recursos, quem são os 
agentes locais presentes na discussão e como as ações são 
organizadas. 
Nesta atividade, você pode utilizar o editor Word para 
apresentar as respostas e, em seguida, poste o respectivo 
arquivo na plataforma. 
 
ATIVIDADE 2 – UNIDADE 2: Fórum de Discussão 
 
Como são resolvidos os conflitos que surgem em 
torno da alocação dos recursos municipais, estaduais e 
federais destinados para a educação? 
 
UNIDADE 3 
 
3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
 
A Unidade 3 mostra que o Planejamento Estratégico 
pode ser entendido como um instrumento que auxiliará os 
gestores e colaboradores municipais, em consonância com 
as políticas educacionais, na implantação, no 
acompanhamento e no monitoramento das ações e 
atividades na busca constante pela melhoria da qualidade na 
educação. 
O plano de suporte estratégico é composto por 
estratégias, metas e planos de ação que darão a sustentação 
necessária para a transformação da visão estratégica da 
secretaria em ações práticas. Dessa forma, destacamos a 
importância da Secretaria Municipal de Educação prever, 
determinar o planejamento e avaliar as ações com base em 
algum modelo estratégico. Por isso, o papel das secretarias 
de educação é fundamental, porque elas estabelecem as 
diretrizes e os objetivos estratégicos do sistema educacional, 
como também providenciam apoio técnico-pedagógico-
gerencial às escolas, para que estas possam tornar reais os 
objetivos de aprendizagem. 
 
3.1. Fundamentos sobre Planejamento Estratégico 
 
A palavra estratégia vem do grego strategos e está 
diretamente ligada à questão militar. Strategos significa “a 
arte do general”, ou seja, um general em comando de um 
exército. Antes de Napoleão Bonaparte, estratégia se referia 
à arte e à ciência de dirigir forças militares a fim de vencer o 
inimigo ou tornar mais brandos os resultados de uma derrota. 
Nessa mesma época, o termo passou a ser incorporado aos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
movimentos políticos e econômicos, com o objetivo de obter 
melhores mudanças para a vitória militar. 
Entretanto, com o passar do tempo, a palavra 
estratégia foi incorporada ao mundo dos negócios e utilizada, 
pelas organizações, no sentido de significar a maneira como 
se comportavam e agiam frente ao seu ambiente. Na década 
de 1970, produziram-se, na literatura, os conceitos acerca de 
Planejamento Estratégico. Posteriormente, na década de 
1980, foram inseridas novas considerações e características 
para discutir o fenômeno relacionado ao binômio 
organização-ambiente, por exemplo, a sistematização e a 
formulação de estratégias. Dessa forma, o planejamento 
estratégico é um processo, ou seja, é algo dinâmico, 
conforme discutido por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010). 
Os autores apresentam as dez principais Escolas do 
Pensamento Estratégico, mostrando, de forma sintetizada, a 
essência de cada uma delas, bem como suas principais 
vantagens e desvantagens. 
A concepção de planejamento presente na obra de 
Carlos Matus abarca a articulação entre planejamento e 
governo, resgatando o planejamento como ferramenta 
eficiente e eficaz para lidar com as necessidades da direção 
da administração pública. Estratégia é a arte de jogar, na qual 
a subjetividade do jogador é determinante para o sucesso ou 
insucesso da estratégia. A concepção de estratégia está 
fortemente relacionada ao jogo. Para Matus (1996), a 
estratégia surge de um problema comum do jogo interativo 
entre os homens: avaliações situacionais distintas sobre a 
realidade que os atores constroem a partir do papel particular 
que desempenham no jogo político, econômico e social, e da 
leitura que fazem da informação oferecida pela realidade, 
limitados pela visão que esse papel lhes confere. Dessa 
forma, a estratégia não é um jogo, mas faz parte dele. O 
resultado do jogo depende dos jogadores, tendo em vista que 
cada jogador explora as possibilidades de construir o futuro 
conforme os objetivos que quer alcançar (MATUS, 1996). 
Matus (1996) considera que toda estratégia é 
situacional por corresponder a uma leitura da realidade que 
o ator faz a partir de uma visão própria, particular, que é 
distinta de qualquer outra leitura que outros atores fazem e, 
seguramente, oposta à leitura de atores adversários. “Cada 
ator jogador explica ou decodifica a realidade por meio de 
uma lente particular, carregada com interesses, valores e 
preconceitos acumulados pela história de cada jogador, e a 
reforça ou atenua na situação particular que o envolve” 
(MATUS, 1996, p.13). Portanto, “quem planeja influi nos 
resultados futuros, ainda que não tenha controle total sobre 
os resultados de sua ação” (HUERTAS, 1996, p.15). Cada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
ator, ao analisar uma situação, decide pela sua jogada, 
mesmo com restrições do passado e do presente. 
Para Porter (2004), a estratégia competitiva tanto 
pode ter desenvolvimento por meio de um processo de 
planejamento como pode ter evolução a partir de vários 
departamentos. Para esse autor, a soma dos métodos 
departamentais raramente equivale a melhor estratégia. 
Logo, o planejamento estratégico deve refletir em benefícios, 
formulados junto às estratégias, e ser coordenado e dirigido 
pelo conjunto comum de metas. 
No cenário que aponta recursos limitados e uma 
série de demandas a atender, o diagnóstico e o 
conhecimento da estrutura educacional municipal são 
imprescindíveis para execução de planejamentos 
estratégicos. Por conseguinte, o sucesso das tomadas de 
decisão e de futuros investimentos está diretamente 
relacionado ao levantamento prévio das dificuldades e 
potencialidades de cada unidade escolar. Constatamos, a 
partir desse diagnóstico, que a proximidade da Secretaria de 
Educação com as escolas foi um dos principais fatores no 
compartilhamento de informação e conhecimento da 
realidade exposta. A partir de dinâmicas como essa, é 
possível planejar e reavaliar ações aplicadas a cada unidade, 
município e região. Somente a partir do planejamento 
socialmente construído, de forma democrática e participativa, 
que as metas serão alcançadas (UNDIME, 2012b). 
O planejamento estratégico tem a função de 
coordenar e monitorar decisões a serem executadas por 
diversos atores, mas que supõem a participação e o 
comprometimento de todos os envolvidos e interessados 
(PARENTE, 2001). Segundo Boeck (2005), a participação 
das pessoas no desenvolvimento do processo proporciona o 
entusiasmo para implementar as decisões. Portanto, quanto 
maior for a participação das pessoas nos processos 
decisivos, mais democrática será a gestão. 
Conforme Undime (2012a), planejar é uma tarefa 
central no trabalho do DME, em especial, no que se refere à 
tentativa de direcionar os recursos organizacionais para 
definir os rumos da educação municipal. As ações concretas 
que traduzem esse direcionamento devem ser monitoradas, 
utilizando-se, para tanto, o instrumento denominado “plano 
estratégico”, que constitui a materialidade das ideias e 
expectativas das pessoas que compõem a Secretaria 
Municipal de Educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
3.2. Planos Educacionais e Planejamento Estratégico 
 
O Plano Nacional da Educação (PNE), Lei nº 
10.172/2001, realiza um diagnóstico da realidade do sistema 
educacional em todo o território brasileiro, nos diferentes 
níveis e modalidades de ensino, e estabelece algumas 
diretrizes e metas a serem cumpridas em um período de 10 
anos (2001-2011).

Mais conteúdos dessa disciplina