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-1- 
 
Sala Ambiente 
Materialidade da Rede Pública Municipal de Ensino: 
Infraestrutura 
 
Apresentação Geral 
 
Prezado(a) cursista, 
bem-vindo(a) à Sala Ambiente Materialidade da Rede Pública Municipal de Ensino: Infraestrutura. 
 
Esta sala representa a penúltima etapa do percurso de reflexão e práticas sobre as diversas áreas de atuação do 
DME. 
 
Com ela, prosseguimos no nosso processo de discussão, trocas e práticas, desta vez, relativas ao panorama das 
principais questões da infraestrutura da educação no Brasil, em especial da rede pública municipal, enfocando as 
condições materiais da rede escolar em face ao direito a uma educação de qualidade; destacando os novos desafios 
a serem enfrentados em relação à educação infantil; e a atuação do Dirigente Municipal de Educação mais 
diretamente relacionada com o provimento dessa infraestrutura para a melhoria da qualidade da educação municipal. 
 
No primeiro tópico, destacam-se o planejamento da rede e as condições materiais das escolas em relação ao 
princípio da equidade e à garantia do direito a uma educação de qualidade. O segundo tópico trata dos padrões e 
recomendações a serem observados no processo de planejamento e na melhoria da rede física municipal. O terceiro 
tópico refere-se especificamente à expansão do atendimento da educação infantil, com foco nos parâmetros a serem 
observados. Por fim, no quarto tópico o foco é a atuação do DME quanto à aquisição de bens - imóveis e móveis-, à 
contratação de obras e serviços, e também quanto à manutenção, reposição, alienação e guarda de bens 
patrimoniais. 
 
Para percorrer esta Sala Ambiente você fará uso dos recursos tecnológicos do ambiente MOODLE, já apresentados 
na Sala Ambiente Introdução ao Curso e ao Ambiente Virtual, e continuará dispondo dos mesmos meios, sempre que 
tiver dúvidas quanto ao uso dos recursos tecnológicos. 
 
Da mesma forma, além das atividades programadas que acompanham a sala, você também dispõe de todos os 
recursos já mencionados na Apresentação da Sala Ambiente Planejamento e Avaliação da Educação no Âmbito 
Municipal para colocar suas dúvidas, questionamentos e pedidos de esclarecimento em relação aos assuntos 
tratados e também discutir com os demais dirigentes municipais que participam deste programa, temas e questões 
relacionados com essas atividades. 
 
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-2- 
Mapa da Sala 
 
 
A Sala Ambiente Materialidade da Rede Pública Municipal de Ensino: Infraestrutura é um espaço que visa a 
proporcionar ao cursista um panorama das principais questões relacionadas à infraestrutura da educação no Brasil, 
em especial da rede pública municipal; apontar os caminhos e desafios em relação a ela, com um foco especial na 
expansão do atendimento da educação infantil e discutir o papel do DME referente aos processos de compras e 
contratações relacionados com a infraestrutura e demais bens patrimoniais. Este é o espaço em que se discute a 
educação municipal em termos da infraestrutura, entendida latu sensu como ambiente físico escolar que engloba 
instalações, equipamentos, mobiliário e material pedagógico. 
 
Nesta sala temos as seguintes unidades: 
 
Condições materiais da rede escolar e o direito a u ma educação de qualidade 
 
• Introdução 
• Planejamento da rede escolar com qualidade social: uma alternativa para enfrentar problemas de infraestrutura 
educacional 
• Equidade do atendimento, a partir da melhoria dos espaços físicos 
 
 
Melhoria da rede escolar e da infra estrutura das e scolas: caminhos e desafios 
 
• Introdução 
• Padrões mínimos como parâmetro para o processo de melhoria da rede escolar 
• Levantamento da Situação Escolar - LSE 
• A melhoria das unidades escolares – Recomendações 
 
 
Atendimento à educação infantil: colocando o foco n a infraestrutura 
 
• Introdução 
• Parâmetros de qualidade para a educação infantil 
 
 
Papel do DME nas questões relativas a: terrenos par a a construção, contratação de obras e aquisição de 
bens móveis e imóveis 
 
• Introdução 
• Aquisição de terrenos 
• Contratação de obras, aquisição de bens e serviços e gestão do patrimônio 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
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-3- 
 
Condições materiais da rede escolar e o direito a u ma 
educação de qualidade 
 
Introdução 
 
A educação é amplamente reconhecida como um dos aspectos mais importantes para o desenvolvimento de uma 
nação. Mas de que educação está se falando? Certamente de uma educação de qualidade, que leva as pessoas a 
serem sujeitos de direitos e de conhecimentos. Que as fortaleça para atuarem em defesa de seus direitos e para 
cumprirem seus deveres; que as leve a aprenderem com os outros e a buscarem qualidade para sua vida. Uma 
educação que as leve a lutarem por uma sociedade mais justa e solidária e que dialogue com as necessidades do 
mundo do trabalho. A prioridade a ela atribuída pelo país deve ser também unanimidade na política municipal. 
 
No Brasil, 5.565 municípios 1 com realidades heterogêneas, têm a responsabilidade constitucional pela gestão da 
Educação Básica, aí compreendidas a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, no Brasil, obrigatória para todos. 
No interior de cada região, de cada estado e de cada município, sobretudo nas grandes cidades, essa 
heterogeneidade remete também para um conjunto de desigualdades que exigem tratamentos diferenciados. Essa é 
uma das razões pelas quais, apesar do aumento dos recursos repassados pela União aos municípios, a situação da 
rede física escolar ainda deixa muito a desejar, tanto no que se refere à qualidade das instalações quanto à 
existência e suficiência de equipamentos, de mobiliário e de material para alunos e professores. 
 
Por sua vez, a visão da escola como promotora do desenvolvimento da pessoa e da sociedade passa pelo cuidado e 
atenção para com o ambiente escolar no que se refere à sua potencialização como espaço para construção de 
saberes individuais e coletivos voltados para as necessidades e aspirações dos sujeitos, de uma comunidade ou 
grupo social. Para isso, é preciso que se pense em um sistema de ensino que seja eficiente para operar otimizando a 
utilização dos recursos;eficaz para atender às necessidades e às expectativas dos beneficiários da ação educacional 
e, equitativo para proporcionar uma distribuição que assegure a igualdade de acesso e de qualidade a todos os que 
demandam esse serviço, sem discriminação. 
 
Uma educação com qualidade social requer que os espaços e recursos sejam postos a serviço da aprendizagem dos 
alunos. Daí a importância de, nesta Sala Ambiente voltada para a materialidade da rede pública de ensino, se passar 
do conceito de ambiente escolar para o de ambiente de aprendizagem. 
 
Por ambiente de aprendizagem entende-se um lugar organizado para promover oportunidades de aprendizagem, 
constituindo-se de forma única, na medida em que é socialmente construído por alunos e professores a partir das 
interações estabelecidas entre si e com as demais fontes materiais e simbólicas do ambiente (MOREIRA, A. F., 
BORGES, O., 2007). 
 
 
1 Fonte: IBGE: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em 15/02/2012. 
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-4- 
 
 
Um ambiente de aprendizagem é constituído por quatro dimensões: física, funcional, relacional e temporal (UNDIME, 
2009). 
 
A dimensão física refere-se ao aspecto material do ambiente. É o espaço físico e suas condições estruturais. 
Também compreende os objetos do espaço (materiais, mobiliário, elementos decorativos, etc.) e a sua organização 
(diferentes formas de distribuição do mobiliário e dos materiais dentro do espaço). 
 
A dimensão funcional relaciona-se com a forma de utilização dos espaços escolares, a sua polivalência (diferentes 
funções em um mesmo espaço) e o tipo de atividadesàs quais se destinam. 
 
A dimensão relacional diz respeito às diferentes relações que se estabelecem dentro da escola, aos diferentes 
modos de se ter acesso aos espaços; às normas e ao modo como se estabelecem as relações; aos diferentes 
agrupamentos que se formam para a realização das atividades; à participação do professor e dos alunos nos 
diferentes espaços. 
 
A dimensão temporal refere-se à organização do tempo, aos momentos em que serão utilizados os diferentes 
espaços da escola. Importante lembrar que o tempo das diferentes atividades está necessariamente ligado ao 
espaço onde se realiza cada uma delas. 
 
Considerando esta concepção de ambiente de aprendizagem, a gestão da infraestrutura e dos recursos materiais da 
rede municipal assume papel fundamental para a garantia de condições básicas para a aprendizagem dos alunos e 
para o atendimento ao seu direito a uma educação com qualidade social. Para tanto, ela deve dialogar com o projeto 
educacional do município e com as propostas pedagógicas das escolas de sua rede. 
 
 
 
 
 
 
 
Planejamento da rede escolar com qualidade social: uma alternativa para enfrentar 
problemas de infraestrutura educacional 
 
Não é possível falar de educação de qualidade sem reconhecer que este é um país muito desigual e que essas 
desigualdades foram construídas ao longo da sua história. No cotidiano, essas desigualdades se traduzem na 
diferenciação do acesso a recursos, oportunidades, saberes e ao poder formal. 
 
É preciso que as políticas educacionais enfrentem estas desigualdades, inclusive as políticas relacionadas ao 
planejamento e à reorganização da rede escolar. No âmbito municipal, o DME não pode ignorar o princípio da 
igualdade de condições para o acesso, permanência e sucesso do aluno na escola, garantido pela Constituição de 
1988 (art. 3º, I). 
 
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-5- 
 
Por planejamento de rede escolar entende-se “o conjunto de políticas e procedimentos administrativos utilizado para 
planejar a distribuição, o tamanho e o número de vagas das escolas. Sua finalidade primordial é adequar a distribuição 
das escolas (e, principalmente, das vagas nas escolas) à distribuição da população escolarizável” (GOULD, 1986, 
citado em BRASIL, 2006c, vol 2, p.128). Ao incorporar os princípios da equidade e da qualidade, esse planejamento 
requer o estabelecimento do padrão de atendimento educacional para o município, de forma a facilitar o acesso, a 
permanência e o sucesso de um maior número de alunos à escola e a possibilitar melhores condições de 
aprendizagem e uso mais eficiente de recursos - atuais ou futuros. 
 
Trata-se de um processo muito mais amplo do que a conquista de certos parâmetros relacionados à estrutura e 
funcionamento da rede escolar, tais como reforma ou construção de instalações, aquisição de móveis e 
equipamentos de apoio ou de materiais didáticos e de conservação. Este planejamento envolve respostas a 
questões como, por exemplo, quantas novas escolas ou creches são necessárias para atingir as metas do PME e do 
PAR do município? Onde localizá-las? As escolas estão distribuídas geograficamente no município, de forma a 
atender melhor a demanda? Como os recursos materiais e humanos devem ser distribuídos a fim de minimizar, e 
futuramente eliminar, disparidades? Essas perguntas devem direcionar o início do trabalho de análise crítica da rede 
municipal bem como do seu planejamento, com vistas à uma educação promotora de equidade social entre crianças 
e jovens. 
 
Para executar a organização eficiente e eficaz da rede escolar, o DME deve lançar mão de diversos levantamentos e 
análises que permitam conhecer os aspectos mais significativos da sua capacidade de atendimento, tendo em vista 
não só a absorção da demanda em determinada área geográfica, como a qualidade dos serviços oferecidos. Entre 
eles destacam-se: 
 
• Levantamento dos aspectos físico-territoriais, geográficos e urbanísticos: para caracterização do espaço - 
urbano ou rural - quanto à topografia, à hidrografia, ao uso do solo e do sistema viário, ao tipo de habitações, 
à posse e à valorização dos terrenos; 
• Levantamento dos aspectos demográficos, socioeconômicos e culturais: para caracterização da população 
dos bairros, por faixa etária e pelo seu nível socioeconômico e cultural; 
• Levantamento dos aspectos educacionais: para caracterização dos aspectos construtivos, dimensionais e de 
uso dos prédios escolares e dos aspectos quantitativos do atendimento da população escolarizável, 
relacionados com as propostas pedagógicas. 
 
O DME deve também considerar e acessar os programas de atendimento a essa necessidade de reorganização da 
rede escolar, disponibilizados aos municípios pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE tais 
como: Caminho da Escola 2 e Programa de Apoio do Transporte Escolar - PNATE 3. Maiores informações podem 
ser obtidas no site www.fnde.gov.br . 
 
 
 
2 O programa Caminho da Escola tem por objetivo renovar a frota de veículos escolares, garantir segurança e qualidade ao transporte dos estudantes e contribuir para a 
redução da evasão escolar, ampliando, por meio do transporte diário, o acesso e a permanência na escola dos estudantes matriculados na educação básica da zona rural das 
redes estaduais e municipais. O programa também visa à padronização dos veículos de transporte escolar, à redução dos preços dos veículos e ao aumento da transparência 
nessas aquisições. 
3 O programa consiste na concessão, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de linha de crédito especial para a aquisição, pelos estados e 
municípios, de ônibus, mini ônibus e micro-ônibus zero quilômetro e de embarcações novas.
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-6- 
 
Uma das quatro dimensões avaliadas no âmbito do PAR é da de Infraestrutura e Recursos Pedagógicos. Através do 
Instrumento Diagnóstico 2011 – 2014, as Secretarias Municipais de Educação dispõem de uma ferramenta simples 
para analisar as condições de infraestrutura de seu sistema de ensino. No que se refere à Infraestrutura, esta 
dimensão contempla as seguintes áreas: 
1. Área - Instalações físicas da secretaria municipal de educação 
2. Área - Condições da rede física escolar existente 
3. Área - Uso de tecnologias 
4. Área - Recursos pedagógicos para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que considerem a 
diversidade das demandas educacionais 
 
A avaliação destas áreas, que possuem indicadores elencados, permite que a Secretaria Municipal de Educação 
mapeie os problemas existentes na infraestrutura da rede de ensino e elenque uma lista de ações prioritárias. Ao fazer 
isto através do PAR 2011 – 2014, a Secretaria de Educação terá um diagnóstico da infraestrutura educacional de seu 
município. 
 
A partir de julho de 2011, os estados, municípios e Distrito Federal que pleitearam recursos para infraestrutura 
(reforma, ampliação, adaptação e adequação de espaços físicos escolares) somente serão atendidos se tiverem 
aplicado o Levantamento da Situação Escolar - LSE em suas respectivas redes. O LSE compõe o diagnóstico 
situacional do PAR. 
 
Um dos maiores desafios para os planejadores da rede municipal é o atendimento da área rural. Ali prevalece a 
existência de escolas pequenas e pulverizadas, com instalações precárias e isso dificulta sobremaneira a sua 
equipagem. Porém, há experiências bem sucedidas que demonstram ser possível concentrar alunos de áreas rurais, 
criando não só escolas grandes e bem equipadas em povoados ou distritos, como também unidades bem 
distribuídas geograficamente. Estas escolas funcionam como pólos para determinadas comunidades, possibilitando 
espaço físico e condições de aprendizagem mais adequadas, e oportunidades de convivência e troca de 
experiências com uma maior diversidade de crianças e de educadores. Entretanto, no trabalho de reorganização e 
busca de eficiência da rede escolar, é preciso consideraras consequências desta alternativa sobre a rotina dos 
alunos, dos educadores e das famílias, especialmente aquelas relacionadas com o tempo de deslocamento até a 
escola. É também necessário avaliar os seus possíveis impactos sobre as comunidades onde se situam as pequenas 
escolas, uma vez que elas costumam representar, no imaginário das famílias, um espaço de construção 
possibilidades e de identidades, bem como um local de fortalecimento cultural e comunitário. Assim, a decisão por 
uma política de planejamento da rede passa, necessariamente, por responder aos seguintes questionamentos: 
concentrar ou dispersar? Manter pequenas escolas nas comunidades ou transportar os alunos? 
 
Na mesma linha de considerações e cuidados que devem ser observados em um processo de reorganização de 
rede, é importante lembrar que a infraestrutura deve dialogar com a proposta pedagógica. 
 
A preocupação com o planejamento e reorganização da rede escolar representa uma mudança de visão e de postura 
acerca do papel da educação, não só em relação ao desenvolvimento da criança e do adolescente, como também 
em relação ao projeto de sociedade que se quer construir. 
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-7- 
 
 
Equidade do atendimento, a partir da melhoria dos e spaços físicos 
 
Equidade significa tratar de maneira distinta os que não estão em condições de igualdade, exatamente para que 
sejam construídas relações justas. Eficiência acontece quando se alcançam os maiores resultados com menor custo. 
A promoção da equidade na educação municipal, com eficiência nos processos, é, certamente, um dos maiores 
desafios do DME em sua gestão. Ela começa pelo planejamento da rede escolar e se concretiza na melhoria da 
infraestrutura das escolas. 
 
Nos últimos anos, o espaço físico escolar vem ganhando importância como uma dimensão a ser considerada pela 
escola na análise da sua qualidade. Tanto assim que, em 2005, foram divulgados indicadores da qualidade na 
educação em que essa dimensão - ambiente físico escolar - aparece como uma das seis dimensões de avaliação. 
Assim como as outras cinco, essa dimensão foi decomposta em indicadores que sinalizam aspectos qualificadores 
da realidade e possibilitam identificar o que vai bem e o que vai mal na escola. Especificamente em relação ao 
ambiente físico, três são os indicadores a serem considerados: suficiência, qualidade e bom aproveitamento. 
Informações mais detalhadas sobre esse tema são encontradas em: Indicadores da Qualidade na Educação (AÇÃO 
EDUCATIVA, 2005). 
 
No geral, as escolas brasileiras encontram-se distantes do que seria um patamar mínimo de qualidade4 de suas 
instalações e equipamentos. Considerando-se apenas o Ensino Fundamental, as escolas com até 30 alunos (muitas 
delas multisseriadas) representam aproximadamente 29,5% do total da rede escolar brasileira e as que atendem 
entre 31 e 150 alunos somam em torno de 35,8% desse conjunto. Esses 65,3% são, em geral, unidades 
educacionais dispersas, muitas vezes isoladas, que apresentam condições de funcionamento muito ruins, estejam 
elas situadas nas zonas rurais ou urbanas, embora as situadas nas zonas rurais tenham maiores deficiências em 
termos de equipamentos e infraestrutura. As maiores carências referem-se à falta de laboratórios de informática e de 
ciências, parque infantil e quadra de esportes. Água e energia elétrica constituem ainda parte desse déficit em 
algumas escolas rurais. 
 
Estudo de Soares e Sátyro (2008), realizado com base no Censo Escolar de 1998 a 2005 sobre uma coorte de 
132.603 escolas, apontou que insumos escolares importam para o desempenho educacional, principalmente no caso 
das escolas com maior precariedade de condições infraestruturais. Nesse estudo, a infraestrutura foi 
compreendida latu sensu, e incluiu formação docente, existência de biblioteca, material pedagógico e certas 
características municipais. Por desempenho educacional entendeu-se basicamente a redução da taxa de distorção 
idade-série. Apesar de não haver consenso quanto à relação direta entre aumento de insumos e aumento dos 
resultados escolares, o estudo contraria trabalhos da literatura internacional que apontam para a ineficácia de 
políticas de insumo para melhoria da qualidade educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Dados retirados do Caderno de Textos, vol. 2, p.123, Pradime, 2006. 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-8- 
 
O principal ponto de Soares e Sátyro (2008) é que, em escolas muito precárias, a melhora da infraestrutura produz 
impacto positivo nos resultados escolares, sendo, inclusive, maior o seu efeito para as escolas em pior situação, aí 
incluído o grupo de escolas rurais que apresentam condições extremamente precárias e baixíssimos resultados 
educacionais. Segundo eles, passar de 3 para 4 horas de aula diárias surte melhor resultado no desempenho do que 
passar de 4 para 5 horas; o aumento da proporção de professores com ensino superior de 0% para 20% também 
produz mais impacto do que aumentar esta proporção de 70% para 90%. Segundo esses mesmos pesquisadores, 
não se pode esquecer que, além da qualidade da infraestrutura, as variáveis da gestão e outras relacionadas aos 
aspectos político-pedagógicos, tais como escolaridade dos professores, gastos por aluno, tamanho das turmas, 
expectativas sobre o desempenho e participação dos pais também impactam os resultados escolares. Importante ter 
em conta que é possível que estas [variáveis] sejam potencializadas ou potencializem as variáveis de insumos. 
 
 
O Censo Escolar 2008 oferece uma ampla visão das disparidades inter-regionais e entre diferentes redes. Um dos 
principais resultados refere-se à grande desigualdade entre as escolas do Ensino Fundamental da rede pública 
municipal e as da rede privada, em termos de infraestrutura e equipamentos. Esta desigualdade se apresenta mais 
forte nos itens referentes à acessibilidade a informações como: existência de biblioteca, acesso a internet e 
disponibilidade de computadores. Uma rápida análise do quadro a seguir ratifica essas observações. 
 
 
Quadro 1 – Comparativo entre Escolas das redes muni cipais e privadas segundo 
infraestrutura e equipamentos existentes 
 
Unidade 
Geográfica Rede 
Total de 
Escolas do 
Ensino 
Fundamental 
Biblioteca 
Laboratório 
de 
Informática 
Quadra 
de 
Esportes 
Laboratório 
de 
Informática 
Computador 
Acesso 
à 
Internet 
Brasil Municipal 106.654 22.93% 13,33% 16,51% 2,03% 33,35% 15,73% 
Brasil Privada 19.632 79,91% 58,13% 57,68% 30,45% 91,97% 77,30% 
Diferença entre as 2 redes 56,98% 44,80% 41,17% 28,42% 58,62% 61,57% 
Fonte: Censo Escolar 2008 
 
 
Os resultados do Censo demonstram também desigualdades de cunho geográfico entre as escolas da rede 
municipal das cinco regiões brasileiras. De um modo geral, as escolas das regiões Norte e Nordeste estão muito 
aquém das escolas do Sudeste e do Sul tanto em termos de infraestrutura como de equipamentos, conforme 
claramente é demonstrado pelo Quadro 2 a seguir: 
 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-9- 
Quadro 2 – Comparativo entre Escolas das redes muni cipais das 5 regiões 
brasileiras segundo infraestrutura e equipamentos e xistentes 
 
Unidade 
Geográfica Rede 
Total de 
Escolas do 
Ensino 
Fundamental 
Biblioteca 
Laboratório 
de 
Informática 
Quadra 
de 
Esportes 
Laboratório 
de 
Informática 
Computador 
Acesso 
à 
Internet 
Brasil 106.654 22.93% 13,33% 16,51% 2,03% 33,35% 15,73% 
Norte 17.796 9,93% 5,18% 5,65% 0,41% 16,52% 5,13% 
Nordeste 56.531 12,37% 5,81% 6,49% 0,41% 19,32% 5,88% 
Sudeste 18.743 47,46% 31,20% 38,61% 5,62% 63,34% 41,43% 
Sul 9.916 56,25% 32,08% 44,90% 7,57% 73,59% 35,50% 
Centro Oeste 
Municipal 
3.668 33,34% 26,74% 33,80% 1,55% 69,13% 34,02% 
Fonte: Censo Escolar 2008 
 
Uma análise mais cuidadosa aponta a região Norte como a que apresenta piores condições em todos os itens 
relacionados, enquanto a região Sul está em melhores condições em quase todos eles,à exceção do acesso à 
internet, em que região Sudeste está melhor posicionada. No geral, a maior carência em todas as redes refere-se ao 
laboratório de ciências, que apenas 0,41% das escolas municipais das regiões Norte e Nordeste possuem. 
Importante, porém lembrar que em cada região, cada estado e cada município também existem desigualdades, e 
estas requerem diferentes tratamentos. “A leitura dessa realidade deve ser cautelosa para evitar preconceitos e a 
tradicional visão que opõe Norte-Nordeste pobre a um Sul-Sudeste rico, ou o urbano ao rural” (BRASIL, 2006c. Vol. 
2, p.124. Vale também ressaltar que a região Nordeste concentra pouco mais de 50% do total de escolas municipais 
brasileiras, o que pode explicar os dados relacionados à precariedade de suas escolas. 
 
Algumas ferramentas e programas do FNDE podem apoiar o DME na promoção de melhorias na infraestrutura e 
equipagem das escolas do seu município. Por exemplo: para facilitar o diagnóstico dos prédios escolares o DME 
pode utilizar o Levantamento da Situação Escolar – LSE, que permite conhecer minuciosamente o interior das 
escolas, possibilitando: 
 
• a identificação das condições físicas dos prédios escolares e a disponibilidade de mobiliário, equipamento e 
material didático; 
• a verificação da situação das escolas quanto aos padrões mínimos de funcionamento; 
• o estabelecimento de prioridades de atendimento para a adequação de prédios escolares; 
• a avaliação dos resultados da adequação escolar e do fornecimento do mobiliário. 
 
Para construção de prédios escolares e melhoria dos equipamentos existentes, ele conta com programas tais como: 
 
• Proinfância - para construção e aquisição de equipamentos e mobiliário para creches e pré-escolas públicas 
da educação infantil 
• Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE – refere-se à distribuição de acervos de obras de literatura, 
de pesquisa e de referência; 
• Programa Nacional do Livro Didático – PNLD - é o mais antigo dos programas voltados à distribuição de 
obras didáticas aos estudantes da rede pública de ensino brasileira 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-10- 
• Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE - consiste na assistência financeira às escolas públicas da 
educação básica. O objetivo desses recursos é a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o reforço da 
autogestão escolar e a elevação dos índices de desempenho da educação básica 
• Programa Nacional de Tecnologia Educacional – Proinfo é um programa que leva às escolas computadores, 
recursos digitais e conteúdos educacionais. 
 
Os quatro primeiros são disponibilizados pelo FNDE e o último pela SEB/MEC. 
 
 
 
 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-11- 
Melhoria da rede escolar e da infraestrutura das es colas: 
caminhos e desafios 
 
Introdução 
 
Em seu art. 4º, IX, a LDB postula ser dever do Estado a garantia de “padrões mínimos de qualidade de ensino 
definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do 
processo de ensino-aprendizagem”. Esses padrões referem-se a pessoal, espaço educativo (infraestrutura física), 
mobiliário, equipamentos e material didático e escolar, e precisam ser tomados como um patamar de investimentos, 
que se apóia na estreita articulação entre qualidade e equidade, na perspectiva da garantia do direito a uma 
educação básica de qualidade para todos. 
 
 
 
Padrões mínimos como parâmetro para o processo de m elhoria da rede escolar 
 
Implantar padrões mínimos de funcionamento pode significar um processo de aprendizagem social das condições de 
ensino-aprendizagem existentes, dos insumos indispensáveis para sua melhoria e das ações necessárias para isso. 
Ele tem a chance de ser bem sucedido quando é realizado de forma participativa, ordenada e sistemática, desde o 
planejamento até a implementação das ações necessárias à construção do futuro desejado. 
 
Nesse sentido, alguns conceitos ligados aos padrões mínimos (MORAES, 2002) podem contribuir para o processo 
de sua implantação. São eles: 
 
• Conceito 1: os padrões mínimos dizem respeito às condições básicas sem as quais o processo de ensino- 
aprendizagem não tem condições de se desenvolver a contento. 
• Conceito 2: os padrões mínimos podem ser entendidos como o conjunto de condições de acesso, 
permanência e desempenho que permitem garantir um serviço educacional de qualidade. 
• Conceito 3: os padrões mínimos são uma estratégia para a equidade no ensino fundamental brasileiro. 
• Conceito 4: os padrões mínimos referem-se a um ponto de partida, e não a um ponto de chegada. 
 
Por sua vez, a operacionalização do processo para o estabelecimento dos padrões mínimos pode ser tratada em oito 
etapas: 
 
• Alinhamento conceitual da equipe dirigente quanto ao processo de implementação dos padrões mínimos em 
torno de: conceito, justificativa, parâmetros legais apoiadores e análise da composição (componentes e 
elementos); 
• Levantamento detalhado das condições de funcionamento das unidades escolares, nos seus diversos 
aspectos; 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-12- 
• Definições quantitativas e qualitativas em relação a ambientes, mobiliário, equipamentos, material, alimentos, 
cuidados com higiene e segurança e recursos humanos; 
• Comparação entre a situação das unidades escolares e as necessidades levantadas; 
• Decisão sobre prioridades de investimento e de ações necessárias à sua implementação; 
• Levantamento dos custos associados aos insumos necessários à implementação dos padrões definidos 
como prioritários à implantação; 
• Levantamento das possibilidades e condições de financiamento existentes; 
• Desenvolvimento de procedimentos de implementação e acompanhamento, capazes de assegurar a correta 
alocação dos insumos e a consequente implantação do(s) padrão(ões). 
 
Além dos padrões mínimos, é importante considerar a importância de se adotar padrões de construção que 
contribuam para que as escolas sejam locais acolhedores, prazerosos e agradáveis para aprender, ensinar, trabalhar 
e brincar; que o espaço escolar convide a nele permanecer e que considere e se integre às atividades didático- 
pedagógicas. 
 
Dentro do sistema informatizado do Levantamento da Situação Escolar (LSE), estão dispostos os padrões de 
construção adequados de uma série de ambientes da unidade escolar. A tabela abaixo ilustra alguns destes padrões: 
 
Características dos Ambientes 
Dimensões 
Ambiente 
Área (m²) 
Pé-direito 
(m) 
Iluminação Ventilação 
Número de 
Tomadas 
... 
Sala de 
Atividades – 
Educação 
Infantil 
(A1) 
1) Para construção ou ampliação/reforma de creche I 
ou creche II: área mínima de 12 m² com ocupação 
mínima de 1,5 m²/criança e no máximo 8 crianças 
atendidas por cada professor; 
2) Para construção ou ampliação/reforma de creche 
III: área mínima de 23 m² com ocupação mínima de 
1,5 m²/criança e no máximo 15 crianças atendidas por 
cada professor; 
3) Para construção ou ampliação/reforma de pré-
escola: área mínima = 30 m² com ocupação mínima 
de 1,5 m²/criança e no máximo 20 crianças atendidas 
por cada professor; 
Pé-direito 
maior ou 
igual a 2,60 
metros. 
Para construção 
e/ou 
ampliação/reform
a a soma das 
áreas de 
iluminação 
natural das 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
quinto da área do 
piso do 
ambiente. 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/refor
ma a soma das 
áreas de 
ventilação 
natural das 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
décimo da área 
do piso do 
ambiente. 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/ref
orma a 
quantidade 
de tomadas 
deve ser 
maior que 
duas peças. 
 
Sala de 
Repouso – 
Educação 
Infantil 
(A2) 
1) Para Construção ou ampliação/reforma/reforma de 
creche I: área mínima de 20 m² com ocupação 
mínima de 2,5 m²/criança e no máximo 8 crianças 
atendidas por cada professor;2) Para Construção ou ampliação/reforma/reforma de 
creche II: área mínima de 10 m² com ocupação 
mínima de 1,25 m²/criança e no máximo 8 crianças 
Pé-direito 
maior ou 
igual a 2,60 
metros. 
Para construção 
e/ou 
ampliação/reform
a a soma das 
áreas de 
iluminação 
natural das 
janelas e 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/refor
ma a soma das 
áreas de 
ventilação 
natural das 
- 
 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-13- 
atendidas por cada professor; 
3) Para construção ou ampliação/reforma/reforma de 
creche III: área mínima de 19 m² com ocupação 
mínima de 1,25 m²/criança e no máximo 15 crianças 
atendidas por cada professor. 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
quinto da área do 
piso do 
ambiente. 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
décimo da área 
do piso do 
ambiente. 
Sala de Aula – 
Ensino 
Fundamental e 
Ensino Médio 
(A3) 
1) Ampliação/reforma de ambiente tipo Sala e Aula 
em ensino fundamental deve ter área mínima entre 
26,6 e 53,3 m², com ocupação mínima de 1,33 
m²/aluno; 
2) Ampliação/reforma de ambiente tipo Sala de Aula 
em ensino médio deve ter área mínima entre 28 e 56 
m² com ocupação mínima de 1,40 m²/aluno; 
3) Construção de ambiente tipo Sala de Aula em 
ensino fundamental deve ter área mínima de 48 m² 
para no máximo 36 alunos; 
4) Construção de ambiente tipo Sala de Aula em 
ensino médio deve ter área mínima de 56 m² para no 
máximo 40 alunos; 
Pé-direito 
maior ou 
igual a 2,60 
metros. 
Para construção 
e/ou 
ampliação/reform
a a soma das 
áreas de 
iluminação 
natural das 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
quinto da área do 
piso do 
ambiente. 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/refor
ma a soma das 
áreas de 
ventilação 
natural das 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
décimo da área 
do piso do 
ambiente. 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/ref
orma a 
quantidade 
de tomadas 
deve ser 
maior que 
duas peças. 
 
Pátio Coberto 
(B1) 
1) Para construção e ampliação/reforma, a área 
mínima deve ser dois metros quadrados vezes a 
maior capacidade máxima entre os ambientes tipo 
Sala de Atividades - EI (A1) em qualquer turno (EI); 
2) Para construção e ampliação/reforma/ a área 
mínima deve ser meio metro quadrado vezes a maior 
capacidade máxima entre os ambientes tipo Sala de 
Aula - EF e EM (A3) em qualquer turno. 
OBS: Capacidade máxima para ambiente Sala de 
Atividades - EI (A1) é igual a área do ambiente 
dividido por 1,5 e para ambiente Sala de Aula - EF e 
EM (A3) é igual a área do ambiente dividido por 1,33). 
Pé-direito 
igual ou 
maior a 3,00 
metros. 
- - 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/ref
orma a 
quantidade 
de tomadas 
deve ser 
maior que 
duas peças. 
 
Quadra de 
Esporte 
Coberta (B3) 
Para construção e ampliação/reforma a área mínima 
deve ser de 540 m² (18mx30m). 
Pé-direito 
igual ou 
maior a 7,00 
metros 
- - 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/ref
orma a 
quantidade 
de tomadas 
deve ser 
maior que 
quatro peças. 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-14- 
Refeitório (B5) 
1) Para construção e ampliação/reforma a área 
mínima deve ser de dois metros quadrados vezes a 
maior capacidade máxima entre os ambientes tipo 
Sala de Atividades - EI (A1) em qualquer turno. 
2) Para construção e ampliação/reforma a área 
mínima deve ser meio metro quadrado vezes a maior 
capacidade máxima entre os ambientes tipo Sala de 
Aula - EF e EM (A3) em qualquer turno. 
Pé-direito 
igual ou 
maior a 3,00 
metros. 
Soma 1 se (área 
de iluminação 
natural janela1 + 
área de 
iluminação 
natural janela2 + 
área de abertura 
elemento 
vazado) >=1/5 da 
área do piso 
(1pto) 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/refor
ma a soma das 
áreas de 
ventilação 
natural das 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
décimo da área 
do piso do 
ambiente. 
- 
 
 
Biblioteca (C2) 
Para construção e ampliação/reforma a área mínima 
deve ser de dois metros quadrados vezes a maior 
capacidade máxima entre os ambientes tipo A (Sala 
de Atividades - EI (A1) ou tipo Sala de Aula - EF e EM 
(A3)) em qualquer turno. 
Pé-direito 
igual ou 
maior a 2,60 
metros. 
Soma 1 se (área 
de iluminação 
natural janela1 + 
área de 
iluminação 
natural janela2 + 
área de abertura 
elemento 
vazado) >=1/5 da 
área do piso 
(1pto) 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/refor
ma a soma das 
áreas de 
ventilação 
natural das 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
décimo da área 
do piso do 
ambiente. 
- 
 
Laboratório de 
Informática 
Básica (CL1) 
Para construção e ampliação/reforma a área mínima 
deve ser um metro quadrado e cinquenta centímetros 
vezes a maior capacidade máxima entre os 
ambientes tipo Sala de Aula - EF e EM (A3) em 
qualquer turno. 
Pé-direito 
igual ou 
maior a 2,60 
metros. 
Soma 1 se (área 
de iluminação 
natural janela1 + 
área de 
iluminação 
natural janela2 + 
área de abertura 
elemento 
vazado) >=1/5 da 
área do piso 
(1pto) 
Para 
construção 
e/ou 
ampliação/refor
ma a soma das 
áreas de 
ventilação 
natural das 
janelas e 
elementos 
vazados deve 
corresponder a 
no mínimo um 
décimo da área 
do piso do 
ambiente. 
- 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-15- 
 
Os ambientes previstos no Bloco III do formulário disponibilizado no sistema de LSE são: 1) Sala de Atividades de 
Ensino Infantil (A1); 2) Sala de Repouso de Ensino Infantil (A2); 3) Sala de Aula de Ensino Fundamental e Ensino 
Médio (A3); 4) Pátio Coberto (B1); 5) Auditório (B2); 6) Quadra de Esporte Coberta (B3); 7) Sala de Jogos (B4); 8) 
Refeitório (B5); 9) Sala de Leitura (C1); 10) Biblioteca (C2); 11) Sala de Multimídia (C3); 12) Sala de Multimeios (C4); 
13) Sala de Recursos Multifuncionais (C5); 15) Laboratório de Informática Básico (CL1); 16) Laboratório de Informática 
Aplicada (CL2); 17) Laboratório de Biologia (CL3); 18) Laboratório de Química (CL4); 19) Laboratório de Física (CL5); 
20) Laboratório de Matemática; 21) Diretoria (D1); 22) Secretaria (D2); 23) Sala de Professores (D3); 24) Sala de 
Coordenação Pedagógica (D4); 25) Sala de Atividade/Atendimento Pedagógico (D5); 26) Almoxarifado (D6); 27) 
Recepção (D7); 28) Cozinha (E1); 29) Área de Serviço (E2); 30) Despensa (E3); 31) Depósito de Material de Limpeza 
e Manutenção (E4); 32) Lactário (E5); 33) Sanitário dos Funcionários (F1); 34) Sanitário dos Alunos (F2); 35) Vestiário 
dos Alunos (F3); 36) Sanitário de Portadores de Necessidades Especiais (F4); e 37) Fraldário (F5)5. 
Já as características dos ambientes consideradas são: 1) Dimensões (Área e Pé-direito); 2) Barra Lavável; 3) Barra 
Auxiliar; 4) Espelho; 5) Ventilação Cruzada; 6) Tela de Proteção; 7) Grade de Proteção; 8) Relação das Aberturas com 
Áreas do Piso (Iluminação e Ventilação); 9) Número de Tomadas; e 10) Iluminação Artificial6. 
 
A Secretaria de Educação deve conhecer estes padrões a fim de evitar erros de projetos de construção e reforma de 
unidades escolares, ainda mais sabendo que é comum encontrar salas de aula, mal iluminadas e sem acústica, onde 
as pessoas mal conseguem se ouvir. Além disto, os elevados gastos de construção ou de reforma de prédios 
escolares não são garantia da sua funcionalidade. Para evitar que isso ocorra no seu município, é importante que o 
DME ouça os profissionais das escolas e conheça as necessidades/demandas que estes apontam de sua rede assim 
como os padrões de construção adequados. 
 
 
 
Levantamento da Situação Escolar 
 
O que é: 
 
É um sistema informatizado de suporte ao processo de coleta de dados, informações e de avaliação do estado em que 
se encontram as escolas públicas, utilizando uma metodologia específica de orientação das atividadesde coleta, que 
abrange: 
1. infraestrutura física; 
2. material didático; 
3. equipamento; 
4. mobiliário. 
 
Os dados levantados são registrados em um sistema informatizado que armazena, em uma base centralizada, os 
dados nacionais para serem processados e referenciados aos Padrões Mínimos de Funcionamento da Escola – 
PMFE. 
 
 
5 É importante ressaltar que os ambientes e seus códigos podem ser alterados eventualmente pelo FNDE, sendo necessário dar preferência para as informações 
disponibilizadas no sistema informatizado do LSE. 
6 É importante ressaltar que as características analisadas podem ser alteradas eventualmente pelo FNDE, sendo necessário dar preferência para as informações 
disponibilizadas no sistema informatizado do LSE. 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-16- 
O sistema oferece um conjunto de relatórios de suporte à gestão das redes escolares, que indicam a situação de 
atendimento aos PMFE de cada escola e apresentam estimativas das necessidades e dos investimentos necessários 
à adequação das escolas aos PMFE. 
 
 
Objetivos: 
 
Disponibilizar para a União, Estados e Municípios uma base de dados que forneça as necessidades e os custos para 
adequação e melhoria da rede pública de ensino, tendo como foco principal o aprendizado do aluno. 
 
 
Objetivos específicos: 
 
• Identificar o nível de cumprimento dos índices que compõem os Padrões Mínimos de Funcionamento da 
Escola – PMFE de cada unidade da rede. 
• Estimar os custos para a reestruturação física de cada ambiente da escola (reforma e ampliação). 
• Informar as quantidades e estimar os custos para a recomposição do material didático, equipamento e 
mobiliário que necessitam de aquisição ou recuperação. 
• Propor prioridades de atendimento. 
 
 
Os Padrões Mínimos de funcionamento da Escola – PMF E: 
 
Os Padrões Mínimos de Funcionamento da Escola - PMFE expressam a presença de um conjunto de insumos e 
condições necessárias para a realização das atividades escolares – instalações físicas, equipamentos, recursos 
pedagógicos, recursos humanos e gerenciamento. 
 
O Índice PMFE é balizador da situação em que se encontram as redes de escolas públicas de educação básica, 
analogamente ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB. Enquanto o PMFE se refere à qualidade 
dos insumos educacionais disponíveis nessas escolas, este se refere aos resultados dos sistemas em termos de 
aprendizagem e eficiência do fluxo escolar. 
 
O Índice PMFE é calculado a partir do somatório dos resultados da avaliação de 15 indicadores sintéticos 
conformados por 369 variáveis pesquisadas em cada unidade escolar. Os indicadores são: serviços oferecidos pela 
escola, infraestrutura básica, acessibilidade ao prédio, avaliação do prédio, entorno da escola, utilização, condições 
dos elementos da edificação, aspectos gerais do prédio, componentes construtivos, acessibilidade aos ambientes, 
material didático da escola, material didático para atividades práticas, material didático para alunos com cegueira, 
mobiliário e equipamento. 
 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-17- 
Relatórios Gerenciais do Sistema: 
 
Os relatórios gerenciais são de uso direto pelos gestores municipais e estaduais. Servirão de suporte ao processo 
decisório de priorização de investimentos próprios e de captação de recursos externos consistindo, portanto, 
instrumento de diálogo com o MEC e o FNDE. Compreendem quatro relatórios: 
 
• Quadro Geral dos Padrões Mínimos de Funcionamento da Escola – QGPMFE 
• Reestruturação Física 
• Aquisições 
• Orçamento Sintético 
 
O relatório Quadro Geral do Padrão Mínimo de Funcionamento da Escola – QGPMFE contém os resultados da analise 
dos 15 indicadores sintéticos compostos por 369 variáveis que indicam as condições da escola frente aos PMFE e a 
posiciona de acordo com a pontuação alcançada. Assim como hoje cada escola tem seu IDEB, com o LSE terá 
também o seu índice PMFE que classifica cada escola segundo sua maior ou menor distância do PMFE. 
 
O relatório Reestruturação Física oferece ao gestor as necessidades e os custos estimados para adequar sua rede 
aos PMFE. Este relatório disponibiliza informações desagregadas sobre as necessidades de cada escola e do 
conjunto de escolas da rede, possibilitando ao gestor público uma tomada de decisão com base em dados e fatos. 
 
O relatório Reestruturação Física é constituído de dois relatórios: o primeiro refere-se às estimativas de custo para 
reforma dos espaços analisados pelo LSE, indicando o percentual de inadequação da estrutura física e da 
acessibilidade. O relatório traz custos discriminados por espaços, por exemplo: salas de aula, diretoria, sala de 
professores, sanitários de alunos, sanitários de funcionários. 
 
O segundo relatório contém as estimativas de custo para a ampliação dos espaços considerados inadequados. 
 
O relatório de Aquisições informa, com base nos dados levantados em cada uma das escolas, uma estimativa de 
custos para adquirir os mobiliários, equipamentos e materiais didáticos e escolares necessários ao alcance do PMFE. 
 
Por fim o quarto relatório apresenta o Orçamento sintético agregando todas as necessidades e os custos estimados 
para adequar a rede escolar. Sintetiza as informações dos dois relatórios anteriores, estimando os custos para a 
reestruturação física e aquisições para que a rede atinja o PMFE. Com este relatório o gestor tem um panorama 
completo das necessidades e dos investimentos globais que sua rede necessita para se adequar aos PMFE. 
 
 
Para acessar o Sistema: 
 
Os Secretários de Educação solicitam ao FNDE a senha de acesso ao Sistema no sitio http:// www.fnde.gov.br/lse. 
 
De posse da senha , é preciso constituir uma equipe técnica composta por, no mínimo, um (1) profissional da área de 
infraestrutura física (arquiteto, engenheiro civil ou técnico em edificações) e um (1) da área pedagógica. Ambos 
estudarão, no próprio sistema, como utilizá-lo e como preencher o formulário do LSE. 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-18- 
 
A melhoria das unidades escolares - Recomendações 
 
Em função da assertiva de que processos realizados de forma planejada, participativa e integrada tendem a ter mais 
sucesso, apresentam-se, a seguir, algumas sugestões aos diversos atores sociais para orientar a sua ação no 
processo de construção, reforma ou melhoria de uma unidade escolar. 
 
Aos dirigentes municipais de educação 
 
• Criar uma equipe multidisciplinar para a definição de diretrizes de construção e reforma das unidades 
educacionais. 
• Procurar integrar os responsáveis (engenharia/arquitetura) pela Secretaria de Obras com os responsáveis 
pela Secretaria de Educação (administradores e diretores). 
• Considerar critérios de qualidade, tomando como base os padrões mínimos, para a realização das obras em 
seus vários aspectos: técnicos; funcionais; estéticos e compositivos. 
 
 
 
Á equipe multidisciplinar 
 
• Atualizar normas, códigos de obras e cadernos de encargos, adequando-os aos padrões construtivos de 
unidades escolares e às características específicas de cada região. 
• Propor indicadores para a avaliação da qualidade das edificações, ao longo de sua realização, tomando 
como base os padrões mínimos especificados para a rede. 
• Propor metas a serem atingidas e processos sistemáticos de avaliação pós-ocupação para assegurar a 
qualidade do processo educativo e das condições de bem-estar, conforto, salubridade e acessibilidade dos 
usuários. 
• Propor ações de reconhecimento ou de premiação pela autoridade municipal aos gestores das escolas e dos 
centros de educação infantil pelos esforços e pelas iniciativas realizadas em prol da manutenção e da 
segurança de sua unidade, do conforto e da salubridade dos usuários e suas implicações no processo 
educativo. 
 
Aos arquitetos e aos engenheiros 
 
• Atuar para que a arquitetura das unidades escolares seja fundamentadana diversidade dos contextos físico- 
geográficos, socioeconômicos e culturais da comunidade local. 
• Realizar estudos, pesquisas e projetos de ambientes educacionais envolvendo a localização, a implantação, 
a avaliação e a reabilitação de edificações. 
• Considerar e difundir a utilização de recursos materiais e técnicas locais à luz dos conceitos de 
sustentabilidade, atuando para incrementar a capacidade local no segmento da construção civil. 
• Considerar que o desenvolvimento de unidades escolares inclusivas requer um maior conhecimento sobre o 
processo de projeto, procurando uma integração entre o usuário, o ambiente construído e o ambiente 
natural. 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-19- 
 
Aos gestores e aos demais profissionais da institui ção de educação 
 
• Encaminhar às autoridades competentes quadro de necessidades e solicitações dos itens básicos para 
construção ou reforma da sua unidade. 
• Após a obra, realizar periodicamente relatórios sobre o estado da unidade, apontando problemas surgidos e 
possíveis soluções. 
• Orientar os demais usuários e pais nos cuidados que devem ter em relação à manutenção e à segurança da 
edificação escolar, suas instalações e seu entorno ambiental. 
• Subsidiar os profissionais de engenharia e arquitetura nos itens relativos às necessidades pedagógicas no 
que diz respeito à construção e à reforma dessas unidades. 
 
Conforme as sugestões apresentadas, pode-se concluir que a construção, reforma, adaptação ou equipagem de uma 
unidade escolar exige um compromisso de interdisciplinaridade por parte dos profissionais envolvidos. Vale lembrar 
que essa interdisciplinaridade normalmente não existe nos projetos convencionais, tornando a conciliação entre as 
várias especialidades integrantes do processo, algo novo e desafiante. 
 
É importante registrar que diversos estudos apontam que mais de 70% dos problemas na construção dos edifícios 
resultam de falhas de projeto e de execução. Embora muitos acreditem que um gasto menor na construção significa 
economia, observa-se que, dos gastos realizados durante uma vida útil estimada de trinta anos para os edifícios, 
apenas 8% correspondem aos custos de projeto e construção. O restante, cerca de 92%, refere-se aos custos com 
mão-de-obra e com a manutenção. Entre os fatos geradores dos problemas construtivos, um deles é que raramente 
nos projetos, a escolha de materiais, acabamentos e dos sistemas prediais privilegia aspectos como durabilidade e 
custos de manutenção. Por essa razão, torna-se necessário considerar, devidamente, as sistemáticas de avaliação 
pré-projeto e avaliação pós-ocupação. Esses procedimentos requerem uma investigação multidisciplinar 
sistematizada tanto dos projetos como das edificações após sua ocupação e utilização, com o objetivo de programar 
futuras intervenções corretivas e reformas. Eles também fornecem subsídios para a elaboração de futuros projetos 
similares, e auxiliam a formulação de programas de manutenção, uso e operação da edificação. 
 
 
 
 
 
 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-20- 
 
Atendimento à Educação Infantil: colocando o foco n a 
infraestrutura 
 
Introdução 
 
 
 
As políticas públicas que regulam a oferta e a obrigatoriedade à educação escolar não são um fim em si, mas 
representam estratégias relacionadas com a responsabilização do Estado, com o processo de democratização das 
oportunidades de acesso ao saber sistematizado e com a qualidade do ensino público. 
 
A escolaridade média no Brasil evoluiu, entre 2002 e 2008, de uma média de 6,8 para 7,5 anos de estudo na faixa 
etária de 15 a 17 anos e, na faixa de 18 a 24 anos, de 8,2 para 9,4 anos. O atendimento foi ampliado em todas as 
faixas etárias, passando de 96,9% para 97,9% na faixa de 7 a 14 anos; de 81,5% para 84,1%, na faixa de 15 a 17 
anos e, na educação infantil, de 11,7% para 18,1%, na faixa dos 0 a 3 anos e de 67% para 79,8%, na faixa de 4 a 6 
anos (HADDAD, 2010). 
 
Em 2009, o Estado assumiu atribuições adicionais com a Emenda Constitucional 59/2009, que aprovou o fim da 
desvinculação das receitas da União (DRU), juntamente com dever do Estado de ampliar a oferta de Educação Básica 
gratuita e obrigatória para a faixa etária dos quatro aos dezessete anos 7. Essa reivindicação já vinha sendo feita há 
muito tempo, fundamentada no argumento de que a qualidade da escola pública deveria se dar a partir da 
“institucionalização da obrigatoriedade 8 da oferta para a criança e o adolescente” (MONLEVADE, 2007 citado por 
LACERDA E SILVA, M.P., 2010, p.180). Com isso, ainda que a “educação básica” compreenda a faixa de zero a 
dezessete anos, a “educação básica obrigatória”, alvo da prioridade de destinação dos recursos públicos, abrange a 
faixa dos 4 aos 17 anos. No entanto, pela importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento da pessoa, 
o atendimento dessa faixa etária, não pode ser descurado e as creches precisam ser vistas como instituição 
nitidamente educacional, e não como um local apenas de cuidado. 
 
O atendimento da faixa de zero a cinco anos 9 está a cargo do município. Um dos principais desafios do DME é 
dispor de instalações adequadas para atender a este público, o que significa, inclusive, ter que lidar com distintos 
requisitos, quer se trate de atender a faixa de 4/5 anos em salas de pré-escola dentro de uma escola de ensino 
fundamental, quer seja criar centros de educação infantil para atender, numa mesma escola, a faixa de zero a cinco 
ou construir creches para atendimento às crianças de 0 a 3 anos. Uma primeira questão que se coloca é, portanto, o 
provimento de unidades de educação infantil. Em face dos baixos índices de atendimento deste público e das 
especificidades da infraestrutura requerida, este tema é objeto de especial atenção nesta sala ambiente. 
 
 
 
 
 
7 Com a EC nº 59, art. 208, I, a obrigatoriedade foi estendida para a pré-escola e para o ensino médio (DIDONET, V., 2010, p.182). 
8 A figura da obrigatoriedade é uma forma de “impedir que a pessoa renuncie ao direito”, seja por desinformação, ignorância ou desinteresse, privando-se de um “bem 
essencial para o seu próprio desenvolvimento pessoal e o cumprimento de seu papel social” (DIDONET, V., 201, p. 182). 
9 Com a instituição do ensino fundamental de 9 anos, aos 6 anos as crianças já não estão na Educação Infantil. 
 
Versão para Impressão 
 
 
 
 
 
 
 
-21- 
 
Inicialmente é importante destacar que a definição de diretrizes para construção, adaptação ou reforma de unidades 
de educação infantil deve ser feita de modo que haja um diálogo entre os diferentes atores sociais envolvidos desde o 
planejamento e a concepção arquitetônica, e que se leve em consideração a diversidade de contextos físico- 
geográficos, socioeconômicos e culturais das comunidades locais, conforme exposto anteriormente, no item A 
melhoria das unidades escolares – Recomendações . No que se refere à Administração Municipal, tanto o DME e 
sua equipe, como os responsáveis pelas áreas de engenharia/arquitetura da Secretaria de Obras devem participar 
desse processo. 
 
Em se tratando de educação infantil, diversos requisitos precisam ser levados em conta, além daqueles diretamente 
relacionados com os aspectos pedagógicos. São preocupações adicionais com itens segurança, higienização dos 
ambientes, dimensões espaciais e com a adaptabilidade de móveis e equipamentos, que são específicos e 
característicos desse público. Entre os exemplos de cuidados a serem tomados desde a etapa de projeto de um 
centro de educação infantil ou de uma creche, podem ser citados: instalações térreas com área externa ampla e 
protegida, a localização de tomadas altas, a especificação de ladrilhos cerâmicos antiderrapantes e de equipamentos 
sanitários em tamanhos e alturas especiais, para que possam ser utilizados pelas crianças. 
 
Por sua vez, o quadro de necessidades e solicitações dos itens básicos para adaptação ou reformade uma unidade 
de educação infantil deve ser encaminhado pelos gestores e demais profissionais da instituição, uma vez que eles 
estão em melhores condições de identificar as necessidades específicas, a partir das carências constatadas no dia a 
dia, das limitações impostas às suas práticas e das possibilidades de integração das atividades pedagógicas e de 
lazer ao espaço físico da unidade. 
 
Entre a identificação da necessidade de uma nova unidade de educação infantil e sua construção e utilização, há um 
conjunto de atividades, decisões e proposições, aglutinadas como etapas, que vão desde o estabelecimento do 
programa arquitetônico, passando pelo anteprojeto e projeto legal até o projeto executivo, que é o instrumento no 
qual ficam estabelecidos os parâmetros e condições a serem atendidos na execução da obra propriamente dita. 
 
A programação inclui os estudos de viabilidade, além da programação propriamente dita. Nesta etapa a edificação é 
definida em termos de perfil de creche, pré-escola ou centro de educação infantil a ser construído, da filosofia 
pedagógica adotada e do programa de necessidades: definem-se os ambientes pedagógicos, funções, fluxos, pré- 
dimensionamento, mobiliário específico, instalações e equipamentos básicos. 
 
O projeto é uma etapa que pode subdividir-se em estudo preliminar, anteprojeto, projeto legal e projeto executivo. 
No estudo preliminar é expressa a primeira configuração gráfica da edificação, definida a partir das informações 
produzidas na etapa de programação/estudos de viabilidade. É nesta etapa que são delineadas as soluções 
arquitetônicas quanto à configuração preliminar da edificação e sua implan tação 10. O anteprojeto decorre do 
desenvolvimento do estudo preliminar, sendo uma etapa que depende da aprovação deste. O projeto legal é 
destinado à aprovação da obra pelas autoridades públicas municipal, estadual e federal. O projeto 
executivo objetiva a preparação das informações necessárias e indispensáveis para a execução da obra. 
 
 
 
10 Que são definidas em função das condições físico/climáticas do terreno, tais como orientação, direção dos ventos dominantes, ocorrência de ruídos, topografia, vegetação 
existente, acessos principais e taxas de ocupação do terreno. 
 
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Em linhas gerais, o projeto executivo expressa-se através do caderno de encargos, no qual ficam definidos, 
qualificados e estabelecidos normas e procedimentos das obras e dos serviços; obrigações e direitos de proprietário e 
de construtor. 
 
 
 
Parâmetros de qualidade para a Educação Infantil 
 
O reconhecimento da criança como sujeito e principal usuário do ambiente educacional, exige a identificação de 
parâmetros essenciais para que os espaços físicos destinados ao processo educativo ofereçam condições 
compatíveis tanto com o que estabelece o Plano Nacional de Educação, como com a proposta pedagógica e com os 
conceitos de acessibilidade universal e sustentabilidade. 
 
Ainda que se tenha observado o crescimento das matrículas das crianças de 0 a 5 anos , no Brasil, tanto o acesso 
quanto a qualidade do atendimento da educação infantil estão aquém do que a lei estabelece e das demandas 
sociais, especialmente no caso das crianças de 0 a 3 anos. Parte das instituições que atendem estas crianças são de 
iniciativa da comunidade e funcionam alheias a qualquer mecanismo de supervisão e outras sequer dispõem das 
condições mínimas de funcionamento definidas em lei. 
 
As crianças e os profissionais da educação infantil passam, em média, um terço de seu dia no interior da creche ou 
da pré-escola. Portanto, a qualidade desses ambientes afeta significativamente a vida de seus usuários e, além 
disso, influencia o projeto político-pedagógico e o processo educacional ali desenvolvidos. Portanto, é muito 
importante que sejam estabelecidos parâmetros 11 básicos de qualidade para estas instituições, em consonância com 
os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil . 
 
A definição de parâmetros de qualidade 12
 em relação à educação infantil visa a estabelecer os requisitos 
necessários para uma “educação infantil que possibilite o desenvolvimento integral da criança até os cinco (SIC) 
anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social”. 
 
Cumpre uma diferenciação entre a escola de ensino fundamental e as creches e a pré-escola. Enquanto a escola 
tem como objeto fundamental o ensino, as creches e a pré-escola tem por objeto as “relações educativas travadas 
num espaço de convívio coletivo que tem como sujeito a criança de 0 até 5 anos de idade” (BRASIL, 2006a, vol.1, 
p.17). São relações atravessadas pela função concomitante de cuidar/educar de prover alimentação, saúde, higiene 
e proteção e acesso ao conhecimento sistematizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 Um parâmetro pode ser entendido como “referência, ponto de partida, ponto de chegada ou linha de fronteira” que deve servir como norma ou padrão, ou como variável 
“capaz de modificar, regular, ajustar um sistema” (BRASIL, 2006a, vol.1, p.8). 
12 A proposição de parâmetros de qualidade para a educação infantil requer que se leve em conta serem as crianças: cidadãos, portadores de direito; sujeitos únicos, 
singulares; seres sociais e históricos; seres competentes, produtores de cultura, indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral (BRASIL, 2006a, vol 1). 
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Na fase de vida em que se encontram, essas crianças dependem de adultos para sobreviverem. Elas precisam ser 
auxiliadas naquilo que não podem fazer sozinhas; apoiadas nas suas iniciativas espontâneas; incentivadas a brincar, 
movimentar-se em espaços amplos e ao ar livre; expressar sentimentos e pensamentos; desenvolver a imaginação, 
a curiosidade, a capacidade de expressão; ampliar permanentemente conhecimentos sobre o mundo da natureza e 
da cultura, apoiadas por estratégias pedagógicas apropriadas; diversificar atividades, escolhas e companheiros de 
interação nas creches, pré-escolas e centros de educação infantil (BRASIL, 2006a, vol 1). 
 
 
Em termos de parâmetros de qualidade relacionados com a infraestrutura, o documento “Parâmetros nacionais de 
qualidade para a educação infantil ”, em seu volume 2, apresenta, em linhas gerais, as destinações, prioritária e 
complementar, dos espaços, materiais e equipamentos das instituições de educação infantil, e os requisitos 
necessários para que estes espaços cumpram suas destinações. 
 
Dentre os documentos diretamente voltados para orientar a construção, reforma, adaptação de edifícios destinados à 
educação infantil, os “Parâmetros básicos de infraestrutura para instituiç ões de educação Infantil ” visam 
subsidiar os sistemas e redes de ensino em relação a estas demandas, e sua consulta pelo DME é imprescindível, 
sempre que for tratar da infraestrutura para de educação infantil. 
 
Destacam-se a seguir alguns pontos importantes a serem observados, relacionados com o projeto, a 
construção/adaptação/reforma e a disposição dos espaços internos e externos e seu mobiliário em unidades de 
educação infantil. 
 
O projeto, a edificação, a adaptação e as reformas dos espaços destinados à educação infantil devem buscar uma 
relação harmoniosa com o entorno e garantir conforto ambiental - térmico, visual, acústico, olfativo/qualidade do ar -, 
bem como qualidade sanitária dos ambientes. Com enfoque na sustentabilidade, precisam considerar técnicas e 
materiais de construção adequados à valorização das reservas regionais. 
 
A construção, adaptação ou reforma das edificações públicas ou privadas destinadas à educação infantil deve ser 
conduzida de modo a garantir condições adequadas de localização, acessibilidade, segurança, salubridade e 
saneamento. Os prédios, as instalações e os equipamentos devem atender às normas e especificações técnicas da 
legislação pertinente, inclusive as relativas às pessoasportadoras de necessidades especiais. O espaço físico deve 
atender às diferentes funções que lhe são próprias e conter uma estrutura básica que contemple espaço para 
recepção; sala para os professores, para serviço administrativo-pedagógico e de apoio; salas para as atividades das 
crianças. 
 
Os espaços internos e externos devem atender às suas diferentes funções. No seu planejamento e na execução de 
obras devem ser levados em conta aspectos como ventilação, temperatura, iluminação e tamanho. Além disso, eles 
devem ser equipados com mobiliário e equipamentos adequados que devem ser dispostos de modo a garantir a 
segurança e autonomia da criança e a servirem como suporte de outras ações intencionais. Eles devem ser 
adequados às diferentes faixas etárias, à quantidade de crianças e devem atender a aspectos de segurança, 
higienização, manutenção e conservação. 
 
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Em síntese, um centro de educação infantil pode ser visto como um conjunto de espaços - salas de atividades e 
áreas de recreação e vivência - que se inter-relacionam e geram fluxos e formas de circulação. A representação, em 
planta, da disposição desses ambientes, permite identificar os fluxos gerados e as formas de circulação. 
 
Há, portanto, outros parâmetros a serem observados, relacionados com a identificação do terreno e o 
desenvolvimento do projeto. 
 
Parâmetros contextuais-ambientais, que são as circunstâncias preexistentes que influenciam as decisões 
arquitetônicas. São eles: 1- as condições e características do terreno; 2- o que está construído nas proximidades do 
terreno; 3- a infraestrutura: vias de acesso, redes de água, esgoto, energia, telefonia, etc. existentes;4- aspectos 
socioculturais e econômicos; 5- aspectos físico-climáticos e ambientais, como insolação, temperatura, ventos, 
umidade, índice pluviométrico, qualidade do ar, etc., especialmente em espaços com maior número de usuários e 
com maior período de ocupação 13; 6 – a legislação em vigor. 
 
Para a seleção de um terreno destinado à implantação de uma unidade de educação infantil recomenda-se, quanto à 
localização: 
 
• Evitar a localização 14 próxima de zonas industriais com índice de poluição significativo e próxima a antenas 
de transmissão (TV e telefone). Observar a direção dos ventos dominantes em relação às fontes poluidoras, 
a topografia e a possível influência do entorno natural ou construído. 
• Levar em conta as distâncias percorridas pelas crianças, os possíveis obstáculos a serem transpostos, as 
dificuldades e facilidades de acesso até a instituição, as condições do tráfego e as atividades que acontecem 
no entorno e que prejudiquem a localização da unidade e a segurança 15
 da população a ser atendida. 
• Na escolha de terrenos 16
 para implantação da unidade, é preciso levar em conta a disponibilidade de 
infraestrutura na região, isto é, existência de saneamento básico, de rede elétrica, rede telefônica e de 
transporte coletivo compatíveis. 
 
Em relação à adequação da edificação aos parâmetros ambientais, recomenda-se: 
 
• Os ambientes devem ser bem ventilados visando ao conforto térmico e à salubridade. Para evitar a 
proliferação de focos de doenças (alergias respiratórias, por exemplo), deve ser prevista a ventilação 
cruzada nesses ambientes, através de aberturas em paredes opostas e em alturas diferenciadas, do 
desnível de telhados, etc.. 
• Sempre que for possível deve ser utilizada a iluminação natural. Um bom projeto reduz o consumo de 
Energia 17 e é requerimento fundamental para as tarefas visuais, realçando as cores e a aparência dos 
objetos. 
 
 
 
 
13 Salas de atividades e berçários, por exemplo. 
14 Deve-se evitar a localização junto a zonas de ruído como aeroporto e indústria. Se for inevitável, é preciso solicitar aos órgãos competentes soluções de isolamento 
acústico. 
15 Junto às entradas, é necessário prever área de espera externa junto ao alinhamento para diluir a aglomeração de pessoas que sempre se forma nos horários de entrada e 
saída da unidade de educação infantil. 
16 Devem ser evitados os terrenos inundáveis e oriundos de aterro sanitário. 
17 Deve ser prevista a utilização de fontes alternativas de energia, de aquecimento de água e de condicionamento ambiental, garantindo e promovendo o uso eficiente de 
energia, o conforto ambiental e a proteção ao meio ambiente. 
 
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Importante : A adequação térmica 18 do ambiente é influenciada pelas decisões tomadas ainda na elaboração do 
projeto, como por exemplo, os materiais que compõem as vedações externas do edifício (paredes e tetos; a 
quantidade, a localização e os tipos de aberturas adotadas). O isolamento e a ventilação do telhado são também 
pontos importantes. Em regiões muito quentes, o uso de cobertura independente privilegia o esfriamento da 
edificação, com a utilização de colchão de ar. 
 
 
Parâmetros funcionais, que dizem respeito aos aspectos que devem ser observados na concepção da edificação, 
tendo em vista o desempenho esperado para esses ambientes. São eles: a organização espacial e o 
dimensionamento dos conjuntos funcionais, acessos, percursos, segurança e adequação do mobiliário. 
 
Para que os espaços internos e externos atendam às diferentes funções da instituição de educação infantil, é preciso 
haver: 
 
• área livre para movimentação das crianças, locais para amamentação e higienização, espaço para tomar sol 
e brincadeiras ao ar livre, e local para repouso individual para, pelo menos, crianças com até um ano de 
idade; 
• instalações sanitárias suficientes e próprias para uso exclusivo das crianças; 
• mobiliário, equipamentos e outros recursos materiais adequados às diferentes faixas etárias, à quantidade de 
crianças atendendo aspectos de segurança, higienização, manutenção e conservação; 
• brinquedos e materiais pedagógicos para espaços externos e internos, dispostos de modo a garantir a 
segurança e autonomia da criança e servirem como suporte de outras ações intencionais; 
• nos casos de oferecimento de refeição, instalação e equipamentos para o preparo de alimentos que atendam 
às exigências de nutrição, saúde, higiene e segurança. 
 
Parâmetros estético-compositivos, que dizem respeito à imagem e à aparência e se traduzem em sensações 
diferenciadas relacionadas com o prazer de estar em um ambiente. Incluem a diversidade de cores, texturas e 
padrões das superfícies, o padrão construtivo, as formas, as proporções, os símbolos, os princípios compositivos. 
Esses elementos visuais da edificação podem ser trabalhados para despertar os sentidos, a curiosidade e a 
capacidade de descoberta da criança, e, de certa forma, atuar sobre o imaginário individual e coletivo. 
 
Quando o espaço disponível permite, deve-se atentar para a setorização de conjuntos funcionais – sócio 
pedagógico, assistência, técnico e serviços –, já que ela favorece as relações intra e interpessoais e estabelece uma 
melhor compreensão da localização dos ambientes 19, facilitando a sua apropriação pelos usuários. 
 
Na setorização, os banheiros 20 devem ter fácil acesso, estar localizados próximos às salas de atividades e às de 
recreação e vivência. 
 
 
 
18 A incorporação das condições naturais do terreno para promover a eficiência energética, por meio da ventilação natural, da iluminação natural e dos sistemas alternativos de 
geração de energia, fará do edifício escolar valioso instrumento para o processo pedagógico, na medida em que estará valorizando uma consciência ecológica. 
19 Ambientes próximos bem localizados, ordenados e que estimulem a convivência, promovem situações prazerosas e seguras, bem como valorizam a interação pretendida. 
20 Estes devem conter equipamentos que facilitem o uso de pessoas com necessidades especiais. É preciso também considerar o atendimento aos demais usuários - 
funcionários e educadores – e localizar os sanitários para seu uso nas proximidadesdo ambiente de trabalho. 
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-26- 
Já o setor técnico-administrativo 21
 deve estar situado de modo a permitir maior interação entre professores, 
direção/coordenação e crianças. Salas de fácil acesso, sem barreiras visuais ou físicas, permitindo a visualização 
interna, estimulam o acesso, integrando os usuários. 
 
Salas multiuso com fácil acesso, fácil visualização e localização central 22 podem ser vistas como uma extensão do 
pátio externo, proporcionando flexibilidade de uso e de arranjo interno. 
 
 
As áreas destinadas ao preparo e ao cozimento dos alimentos devem ser reservadas e de difícil acesso 23
 às 
crianças, evitando-se acidentes. 
 
Quando possível, as salas de atividades devem possuir área adjacente. Essa espécie de “pátio privado”, aberto 
permite que as crianças visualizem a área externa, além de possibilitar uma série de atividades na extensão da sala. 
 
A valorização dos espaços de recreação e vivência permite incrementar a interação das crianças, além de propiciar 
uma leitura do mundo com base no conhecimento do meio ambiente imediato 24. 
 
Na organização das áreas de recreação, deve-se ter em mente que as crianças menores necessitam de 
uma delimitação mais clara do espaço 25. À medida que a criança cresce, esses ambientes podem se expandir, 
favorecendo a exploração e o desenvolvimento físico-motor. 
 
Se as áreas forem muito amplas e dispersas, deve-se incluir elementos estruturadores - caminhos definidos, 
tratamento paisagístico, áreas de vivência coletiva, mobiliário externo compatível com o tamanho das crianças. Áreas 
mais reservadas permitem a preservação da individualidade ou o atendimento à necessidade de concentração e 
isolamento e cantos isolados ou áreas suspensas permitem que as crianças tenham refúgios e locais secretos. 
 
Os aparelhos fixos de recreação devem atender às normas de segurança do fabricante e ser objeto de conservação 
e manutenção periódicas. Sempre que possível, as áreas externas devem dispor de objetos ou equipamentos soltos, 
para que possam ser manipulados, transportados e transformados. 
 
Por fim, deve haver um cuidado especial com o tratamento paisagístico, não só quanto ao aproveitamento da 
vegetação, mas também em relação os diferentes tipos de recobrimento do solo, como areia, grama, terra e 
caminhos pavimentados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 O setor administrativo deve situar-se mais próximo ao acesso principal para facilitar a relação pais–instituição. É importante prever um espaço para recepção e acolhimento 
adjacente a esse setor. 
22 Esta disposição possibilita o uso por crianças de diferentes estágios sem obstáculos de percurso. 
23 Pode-se solucionar a restrição ao acesso utilizando portas à meia altura, que proporcionam segurança às crianças sem restringir a ventilação. 
24 O próprio reconhecimento da criança de seu corpo - suas proporções, possibilidades e movimento - poderá ser refinado pela relação com o mundo exterior. 
25 Sob essa ótica, é importante que nas áreas externas se considere também a escala da criança, suas relações espaciais e sua capacidade de apreensão desse contexto, 
promovendo a orientação espaço-temporal e a segurança e encorajando as incursões pelas áreas livres. 
 
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Papel do DME nas questões relativas a: terrenos par a 
construção, contratação de obras e aquisição de ben s 
móveis e imóveis 
 
Introdução 
 
A participação do DME nos processos de contratação de obras e serviços e na compra de bens materiais foi 
discutida no tópico "Aquisição de bens e contratação de serviços na Admi nistração Pública Municipal " da Sala 
Ambiente Financiamento e Gestão Orçamentária como instrumento de fortalecimento da Educação Básica, onde se 
ressaltou a indispensabilidade dessa participação. 
 
Como mencionado ali, é indispensável que o Dirigente Municipal de Educação - DME conheça os procedimentos 
legais a serem seguidos para a compra ou contratação, para se evitarem solicitações que não podem ser atendidas, 
pela inadequação formal ou temporal da sua formulação. Outro ponto igualmente destacado naquele tópico é a 
importância de se conhecer as necessidades a serem atendidas e o destinatário dos bens ou serviços a serem 
adquiridos. 
 
No caso da edificação escolar, para que ela corresponda às necessidades pedagógicas, é preciso que sejam 
especialmente consideradas as recomendações conceituais e técnicas 26 relacionadas com a implantação do 
prédio escolar no terreno,com a sua funcionalidade, habitabilidade e flexibilidade. Ademais, se a racionalização do 
projeto e a simplicidade construtiva são elementos importantes tendo em vista as possibilidades de reuso de 
elementos de projeto, é preciso especial atenção quanto a facilidade de manutenção, instalações e economia, e 
áreas externas e mobiliário. 
 
Em relação às escolas da rede municipal, o DME precisa estar especialmente atento às etapas que envolvem a 
identificação e seleção do terreno para a construção da edificação escolar, e aos processos de contratação de obras 
e de aquisição de material permanente e de consumo, a fim de se assegurar da sua adequação e correção quanto 
aos pontos destacados acima. 
 
Com a finalidade de subsidiar a atuação do DME, os subtópicos a seguir tratam com mais detalhes a aquisição de 
terrenos e a contratação de serviços e compra de bens relacionados com a edificação escolar. 
 
 
 
Aquisição de terrenos 
 
A construção de uma nova edificação escolar requer a identificação de um terreno que atenda às condições 
discutidas anteriormente. Uma vez identificado, o terreno pode apresentar diferentes situações quanto à propriedade, 
entre elas, ser domínio público municipal, estadual ou federal, ou ser uma propriedade privada. 
 
 
 
26 Para uma visão detalhada das recomendações consultar Pradime, Caderno de textos Volume 2 , pag.134 a 154, disponível no site do MEC, ou BRASIL, 2006c. 
 
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-28- 
 
Quando o município, em seu patrimônio, dispõe do terreno adequado para construir a escola, é necessário verificar a 
existência de uma lei do uso do solo, principalmente quando se tratar de área urbana. Existindo esta lei, cumpre em 
seguida verificar se é permitida a construção de escola no terreno. Caso não seja e, sendo indispensável a 
instalação da escola no local, a norma legal precisa ser modificada para tornar possível que o terreno tenha esta 
destinação. 
 
Pode ocorrer também que o terreno identificado seja de domínio da União ou do estado. Nessa situação, e com base 
no art. 17 da Lei nº 8.666/93 , é possível: 1- negociar a doação do terreno ao município com aquela ou com este; ou 
2- sua permuta com um imóvel de domínio municipal, de interesse do ente que detém o imóvel. Para estes casos 
alguns requisitos precisam ser atendidos, entre eles, a declaração de interesse público; a comprovação de 
necessidades de localização que determinam a escolha do terreno; a avaliação do imóvel. No caso de doação, é 
preciso haver autorização, mediante aprovação de projeto de lei do Congresso Nacional ou da Assembleia 
Legislativa Estadual. No caso de permuta, além da aprovação pelo Congresso ou pela Assembleia, é preciso 
também aprovar um projeto de lei da Câmara de Vereadores nesse sentido. Nestes casos, o sucesso na obtenção 
do imóvel depende, certamente, de articulações políticas no âmbito do legislativo e, portanto, da mobilização e 
participação da comunidade a ser atendida. 
 
Uma terceira situação é de o terreno adequado ser propriedade de um particular. Neste caso, o município pode 
comprar o terreno com base no art. 24, X , da Lei nº 8.666/93 , desde que comprovadas as necessidades de 
localização que condicionam a escolha. A compra precisa ser feita a um preço compatível com o valor de mercado, 
estabelecido a partir de uma avaliação prévia do imóvel. Outra possibilidade, baseada no art. 182 da Constituição 
Federal e no art. 5º do

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