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Interpretação de Textos

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PROFA. PATRÍCIA 
LIMA 
 
Curso Professor Clemilson 
SEMANA 6 
1 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
Questão 01 
 
 
 
Em relação ao post adaptado da página do Facebook “Caneta 
Desmanipuladora”, a “desmanipulação” (substituição de “já” por 
“só” e acréscimo de “até agora”) explicita a tentativa do jornal 
de levar o leitor a pensar que 
 
A) ainda falta muito a ser pago pela mineradora e há atrasos 
no pagamento. 
B) a Samarco já quitou o que devia , conforme valor 
homologado na justiça. 
C) o governo e a população também deviam arcar com o 
pagamento das multas. 
D) a mineradora não deveria arcar sozinha com a despesa da 
tragédia de Mariana. 
E) a Samarco teria pago uma grande parte do que devia e o 
prazo provavelmente está sendo cumprido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 02 
 
O holandês Boyan Slat criou a Ocean Clean Up, uma 
tecnologia capaz de limpar o lixo do Oceano Pacífico em uma 
década. O sistema funciona como uma barreira flutuante que 
aproveita as correntes oceânicas para bloquear os resíduos 
encontrados no mar. 
Nos testes com um protótipo, a barreira foi capaz de 
coletar plásticos em até três metros de profundidade. O sistema 
também recolheu pouca quantidade de zooplâncton, o que 
facilita o reaproveitamento e a reciclagem do plástico. A 
estimativa é de que o sistema remova 65 metros cúbicos de lixo 
por dia. 
Slat teve a ideia anos atrás, quando mergulhava na 
Grécia e viu mais garrafas de plástico do que peixes. Desde 
então, desenvolveu a tecnologia, montou um site com todas as 
especificações, fez um estudo de viabilidade e uma campanha 
para financiar sua ideia. 
DARAYA, V. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 23 jun. 2014. 
 
Ao avaliar a intenção comunicativa, bem como os interlocutores 
desse texto, verifica-se que ele enquadra-se no gênero 
 
A) resenha, pois analisa as informações sobre os fatos 
apresentados. 
B) relato, pois descreve um fato referente a um acontecimento 
específico. 
C) conto, pois exibe uma história curta, com personagens e 
enredo. 
D) depoimento, pois expõe fatos reais vividos por uma 
pessoa. 
E) notícia, pois divulga fatos por meio de linguagem objetiva. 
 
Questão 03 
 
— Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é... 
filho de uma escrava. 
— Eu? 
— O senhor é um homem de cor!... Infelizmente esta é 
a verdade... 
Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim 
de um silêncio: 
— Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana 
Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi 
muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a 
sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira; 
concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não 
imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!... Nunca 
me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-lo, 
teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar 
a neta senão um branco de lei, português ou descendente 
direto de portugueses! 
AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008. 
 
Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra 
destaca o modo como o mulato era visto pela sociedade de fins 
do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção 
em que a 
A) miscigenação racial desqualificava o indivíduo. 
B) condição econômica anulava os conflitos raciais. 
C) discriminação racial era condenada pela sociedade. 
D) escravidão negava o direito da negra à maternidade. 
E) união entre mestiços era um risco à hegemonia dos 
brancos. 
 
 
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
#noCPCvocêsegarante 
 
Questão 04 
 
TEXTO I 
 
[...] 
Ouça-me bem, amor, 
Preste atenção, o mundo é um moinho 
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos 
Vai reduzir as ilusões a pó 
Preste atenção, querida, 
De cada amor tu herdarás só o cinismo 
Quando notares estás à beira do abismo 
Abismo que cavastes com teus pés... 
“O mundo é um moinho”, de Cartola (1974). 
 
TEXTO II 
 
 
LAERTE. Quadrão. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 jul. 2017. 
Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 17 jul. 2017. 
 
Os textos anteriores mantêm uma relação de intertextualidade 
na qual o(a) 
 
A) eu lírico do texto I elabora um retrato objetivo da situação 
narrada. 
B) texto I pode ser encarado como uma versão parodiada do 
texto II. 
C) ironia do texto II se dá pela interpretação denotativa do 
texto I. 
D) inversão de valores torna os sentimentos positivos no 
texto I. 
E) texto II faz uma tradução literal exata do contexto do 
texto I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 05 
 
Washington, 7 de setembro de 1956, 
Sexta-feira, 10 horas a.m. 
Prezados Sr. e Sra. E. Veríssimo, 
 
 Como é do conhecimento dos senhores, meu marido 
e eu, não tendo infelizmente religião (por enquanto), criamos 
nossos filhos na ideia de Deus, mas sem lhes dar rituais 
definitivos, e à espera de que eles próprios mais tarde se 
definam. 
Tendo terminado com algum esforço frase tão 
comprida, venha ao assunto principal que é o objetivo 
emocionado desta carta. Desejo perguntar-lhes se acreditam 
na possibilidade de padrinhos leigos. Eu acredito. No caso do 
sr. e da sra. Fal também acreditarem, esta carta os convida, em 
nome de uma amizade perfeita, a serem padrinho e madrinha 
de Pedro e Paulo. A condição única é continuarem a gostar 
deles. 
No caso dos senhores não aceitarem, no hard 
feelings. Mas a verdade é que, por três anos, vocês têm sido 
os padrinhos deles, por tácito, espontâneo e comum acordo. 
Restaria apenas legalizar uma situação que aos poucos estava 
se tornando escandalosa. 
Se eu disser que a ideia já me havia ocorrido mais de 
uma vez, os senhores hão de duvidar. Pois acreditem. Quando 
o senhor E. Veríssimo aventou a hipótese, meu coração se 
rejubilou, e, quando o digo, não estou brincando. 
Aí pois fica o nosso convite. A resposta deverá ser 
dada antes do embarque, pois, em caso de uma afirmativa, 
quero anunciá-la às crianças. 
Na esperança do convite ser aceito, ouso assinar. 
 
[...] 
 
Comadre Clarice 
LISPECTOR, Clarice. Carta a Mafalda e Érico Veríssimo 
 
Com base na leitura da carta enviada por Clarice Lispector a 
Mafalda e Erico Verissimo, conclui-se que o tema é 
 
A) a ideia de que a religião deve ser uma escolha pessoal dos 
filhos no futuro. 
B) o convite para que Mafalda e Erico fossem padrinhos de 
Pedro e Paulo. 
C) o grande apreço por Mafalda e Erico, os melhores amigos 
da autora 
D) a saudade dos amigos depois de um longo período vivido 
no exterior. 
E) a viagem para os Estados Unidos para aprender a língua 
inglesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#noCPCvocêsegarante 
 
3 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
Questão 06 
 
[Cena igual à da aparição de Nosso Senhor e Nossa Senhora. 
A compadecida entra.] 
 
ENCOURADO [com raiva surda] 
Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete! 
 
JOÃO GRILO 
Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com 
o verso que eu recitei? 
 
A COMPADECIDA 
Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o versinho que 
Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não 
deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, 
mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. 
Quem gosta de tristeza é o diabo. 
 
JOÃO GRILO 
É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a 
gente, dizendo que é falta de respeito. 
 
A COMPADECIDA 
É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito 
apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado. 
 
ENCOURADO 
Protesto. 
 
MANUEL 
Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu 
velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou. 
SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. 15. ed. Rio de Janeiro: Agir. 
1979. [Fragmento] 
 
O que determina o fragmento de Ariano Suassuna como 
representante do gênero dramático é 
 
A) a linguagem coloquial na fala de figuras religiosas. 
B) a indicação do receptor das falas por meio escrito. 
C) o tom de humor imposto a uma cenaconflituosa. 
D) o emprego de rubricas na estruturação da ação. 
E) o caráter opinativo dos textos entre colchetes. 
 
Questão 07 
 
 
 
Analisando-se as relações lógico-semânticas, o cartum sugere 
que 
 
A) o filho, mesmo com pouca idade, já teve relações sexuais, 
o que o faz profundo conhecedor do assunto. 
B) o acesso à internet permite o contato de muitas crianças 
com conteúdos inapropriados; tal facilitação dá a elas 
comportamentos adultizados, amadurecimento precoce, 
porém, sem discernimento. 
C) o pai já recebeu do filho bons conselhos sobre sexo, o que 
faz com que ele o procure novamente. 
D) sexo é um tabu apenas entre adultos; para as crianças, é 
prática corriqueira. 
E) as crianças, hoje, são verdadeiros prodígios: têm acesso a 
tudo; não sabem, entretanto, nada. 
Questão 08 
 
O poder das comunicações globais, enquanto 
importante manifestação contemporânea, não implica em haver 
produção de convergências significativas de atitudes e crenças. 
Ainda que a CNN internacional transmita as mesmas imagens 
para o mundo inteiro, as interpretações em cada sala do 
planeta, diante das mesmas cenas, são diferentes, as 
experiências de cada cidadão não são as mesmas no Líbano 
ou na Bósnia. 
MELO, Eliana Meneses de et al. Linguagens, tecnologias, culturas: discursos 
contemporâneos. 
São Paulo: Factash, 2008. p. 23-24. 
 
As convergências mediadas pelo acesso a informação são 
diferentes porque é necessário reconhecer que 
 
A) as diferentes línguas são um empecilho comunicativo. 
B) o contexto também influencia a situação comunicacional. 
C) as dificuldades de transmissão desvirtuam a mensagem. 
D) a mesma mensagem não é recebida por diferentes países. 
E) as informações não passam pelo filtro de um veículo 
formal. 
 
Questão 09 
 
“Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar!” Lembra 
desse hit da infância? Se isso lhe parece nostalgia demais é 
porque, provavelmente você nunca ouviu falar de dança 
circular. 
(...) 
Mas por que a dança é tão agregadora? A dança foi a 
primeira forma de expressão criativa do ser humano e 
expressava uma conexão com o sagrado e com o mundo que 
estava em sua volta, e a roda foi a forma que os povos antigos 
adotaram para desenvolvimento da vida em grupo e social. 
Apesar de acompanharem a história da humanidade, 
as danças circulares se tornaram mundialmente conhecidas na 
década de 60, quando o bailarino alemão Bernhard Wosien 
(1908-1986), ao entrar em contato com a dança em visita às 
tribos do interior do Leste Europeu, adotou os passos e 
repassou adiante com o objetivo pedagógico. No Brasil, a 
atividade vem se propagando desde os anos 1980. “Essas 
danças refletiam a necessidade de comunhão, celebração e 
união entre as pessoas e, por isso, Bernhard viu o quanto elas 
eram transformadoras e acabou divulgando e adaptando os 
movimentos de forma que todos pudessem fazer parte do 
grupo”, explica a psicóloga e adepta da dança circular, Gabriela 
Bessa Barreto. 
(...) 
Disponível em: www.minhavida.com.br. Acesso em 20 fev. 2017. 
 
A dança circular, a julgar pelo fragmento acima, 
 
A) é a única modalidade de dança que tem por objetivo 
promover a comunhão entre as pessoas. 
B) pode ser aproximada, historicamente, à música “ciranda 
cirandinha”, voltada para as crianças, pela sua natureza 
agregadora. 
C) assumiu características comunitárias a partir da 
descoberta feita pelo bailarino alemão Bernhard Wosien, 
na década de 60. 
D) mantém intactas as suas características originais de 
religiosidade e interação com o sagrado. 
E) ganhou dimensão mais individualista, a partir da 
descoberta e consequente utilização de seus passos por 
parte do bailarino Bernhard Wosien. 
 
 
 
 
 
 
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
#noCPCvocêsegarante 
 
Questão 10 
 
Texto I 
Sereia 
 
Clara como a luz do sol 
Clareira luminosa nessa escuridão 
Bela como a luz da lua 
Estrela do oriente nesses mares do sul 
 
Clareira azul no céu 
Na paisagem 
Será magia, miragem, milagre 
Será mistério 
 
Prateando horizontes 
Brilham rios, fontes 
Numa cascata de luz 
No espelho dessas águas 
Vejo a face luminosa do amor 
As ondas vão e vem 
E vão e são como o tempo 
 
Luz do divinal querer 
Seria uma sereia 
Ou seria só 
Delírio tropical, fantasia 
Ou será um sonho de criança 
Sob o sol da manhã 
 
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta 
 
Texto II 
Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era 
Inocência de beleza deslumbrante. 
Do seu rosto irradiava singela expressão de 
encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar 
sereno, que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a 
franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem 
sombras nas mimosas faces. Era o nariz fino, um bocadinho 
arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente 
torneado. 
Trecho do romance Inocência. 
 
Considerando a leitura dos dois textos, podemos dizer que eles 
se assemelham quando 
 
A) traçam a ideia de nativismo e idealismo, apontando para a 
individualidade da cultura brasileira. 
B) mostram a cultura do povo do sertão, com seus hábitos e 
costumes tão específicos. 
C) tratam a mulher de forma idealizada, elevando-a por meio 
da descrição a um nível de perfeição. 
D) tratam a mulher como se fosse tão ingênua quanto uma 
criança. 
E) apontam para grandes feitos da mulher retratada. São 
essas atitudes que fazem dela uma pessoa especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 11 
 
O crack e a internação compulsória 
 
Os episódios ocorridos no ano de 2012 (divulgados 
pela mídia) da ação da prefeitura do Rio de Janeiro atuando 
nas ‘cracolândias’ provocaram a discussão acerca do acerto ou 
não da internação forçada dos usuários de crack. As classes 
média e alta, acuadas, defendem a política de internação 
municipal, sob o argumento de que tais pessoas, reunidas para 
se drogarem, constituiriam um perigo em potencial. 
A municipalidade, por seu turno, fundamenta sua 
conduta sob o argumento da preocupação com a saúde 
daquelas pessoas que precisam de ajuda para se recuperarem. 
Por uma escolha pública, a ajuda eleita pelo Estado foi a 
internação involuntária para tratamento, ou seja, contra a 
vontade dos usuários. Deve ser esclarecido que, em tais 
episódios, não se realizou a chamada internação compulsória, 
mas sim a involuntária. Como visto, a compulsória é a requerida 
judicialmente e a involuntária é a realizada a pedido de pessoa 
diversa do paciente. 
Assim, não houve um requerimento judicial de 
internação coletiva dos usuários de crack que estivessem nas 
ruas. Mas sim, segundo o noticiado pela imprensa, a internação 
dessas pessoas com base em laudo médico, que, supõe-se, 
existia no momento da internação. Tais argumentos não 
convencem. 
Texto adaptado: COELHO, Isabel; OLIVEIRA, Maria Helena Barros de. 
Internação compulsória e crack: um desserviço à saúde pública. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v38n101/0103-1104-sdeb-38-101-0359.pdf.>. 
Acesso em 20/06/2017. 
 
A continuidade de modo coerente ao texto é: 
 
A) A ação efetivada, por meio da internação compulsória, 
garante o direito à vida. 
B) A sustentabilidade está diretamente relacionada ao 
desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio 
ambiente. 
C) A gestão do SUS passa a ser responsabilidade da União, 
dos Estados e dos Municípios, agora entendidos como os 
gestores do SUS. 
D) A internação compulsória que foi feita é uma saída 
individual que o Estado brasileiro assume, mantendo o 
direito do outro de decidir. 
E) É cristalino que o objetivo não é dar o melhor tratamento 
àquelas pessoas – sim, são pessoas! –, mas ‘higienizar’ a 
cidade para os futuros eventos internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#noCPCvocêsegarante 
 
5 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
► Analise o infográfico e o texto para responder às questões 
de números 12 e 13. 
 
Texto 1 
 
* Vila Esperança fica em Cubatão-SP 
(http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/)Texto 2 
 
Às 15h de uma segunda-feira, o campinho de futebol 
sob o viaduto de Vila Esperança está lotado de jovens 
descalços disputando o clássico Dois Poste contra Santa Cruz. 
Ninguém tem emprego. Xambito é um deles. 
Xambito precisa pagar pensão para seu filho de três 
anos, mas não quer voltar para a “vida errada”, como diz. 
“Essa vida errada aí, biqueira [ponto de vendas de 
drogas], tráfico, só tem dois caminhos: cadeia ou morte; não 
quero nenhum desses dois, quero ver meu filho crescer, botar 
ele pra jogar bola, pra estudar”, diz Xambito, que anda pela 
favela com uma caixinha de som tocando o sertanejo Felipe 
Araújo. 
Ele está correndo atrás de um “serviço fichado” 
(registrado). Já foi várias vezes aos pátios das fábricas em 
Cubatão, mas diz que aparecem dez vagas para 500 pessoas. 
“Só com ajuda de Deus para ser chamado, é muita gente 
desempregada.” 
(http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/ 
 
Questão 12 
 
De acordo com o infográfico, conclui-se corretamente que, na 
Vila Esperança, assim como no Brasil, 
 
A) uma pequena parcela da população vive com até 2 
salários-mínimos. 
B) a maior parcela da população tem renda entre 2 e 5 
salários-mínimos. 
C) a parcela da população que recebe mais de 20 salários-
mínimos é expressiva. 
D) a parcela da população que vive sem renda ultrapassa os 
10%. 
E) a população sem renda equivale à que vive com até meio 
salário-mínimo. 
 
 
 
Questão 13 
 
Ao relacionar as informações do texto às do infográfico, 
entende-se que a situação dos moradores de Vila Esperança 
 
A) contraria a tendência nacional, já que os moradores de lá 
procuram uma colocação profissional formal, como 
Xambito, que “está correndo atrás de um ‘serviço fichado’”. 
B) comprova os dados apresentados, como se pode ver com 
a frase “Ninguém tem emprego” e com a fala de Xambito: 
“é muita gente desempregada”. 
C) marca-se pelo desejo de mudarem de vida pelo esporte, já 
que o campinho do lugar fica “lotado de jovens descalços 
disputando o clássico Dois Poste contra Santa Cruz”. 
D) exemplifica uma situação atípica no que diz respeito ao 
desemprego, considerando-se a fala de Xambito: “mas diz 
que aparecem dez vagas para 500 pessoas”. 
E) mostra-se mais alentadora que a média do Brasil, criando 
boas expectativas de vida aos moradores como Xambito, 
ao dizer: “quero ver meu filho crescer, (...) pra estudar”. 
 
Questão 14 
 
Com as minhas bem parcas sobras, tomei uma 
assinatura em um gabinete de leitura que então havia à Rua da 
Alfândega, e que possuía copiosa coleção das melhores 
novelas e romances até então saídos dos prelos franceses e 
belgas. [...] Devorei os romances marítimos de Walter Scott e 
Cooper, um após outro; passei aos do Capitão Marryat e depois 
a quantos se tinham escrito desse gênero, pesquisa em que me 
ajudava o dono do gabinete, em francês, de nome Cremieux, 
se bem me recordo, o qual tinha na cabeça toda a sua livraria. 
Li nesse discurso muita coisa mais: o que me faltava de 
Alexandre Dumas e Balzac, o que encontrei de Arlincourt, 
Frederico Soulié, Eugênio Sue e outros. 
Como e por que sou romancista, de José de Alencar. 
 
Ao discursar em sua crônica sobre a função social 
desempenhada pelo gabinete de leitura, infere-se pelo texto 
que esse espaço 
 
A) contribuiu para a redução de leitores nas bibliotecas 
públicas. 
B) tornou mais democrático o acesso à literatura e à 
informação. 
C) funcionava como uma biblioteca pelo fato de fornecer 
livros de graça. 
D) diferenciava-se de uma livraria por apresentar pouca 
variedade de produtos. 
E) caracterizava-se como um ambiente hostil ao 
desenvolvimento intelectual dos leitores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/
 
 
6 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
#noCPCvocêsegarante 
 
Questão 15 
 
Texto I 
 
Antes de sair de casa, passei a manhã diante da 
máquina, tentando iniciar esta crônica. O papel em branco era 
um desafio à minha esterilidade mental. Agora as ideias vão 
afluindo, e se aglutinam, compondo frases que procuro fixar na 
memória, para lançá-las no papel assim que chegar em casa. 
Descubro que, para um escritor, nada mais inspirador do que 
uma corrida matinal. Mais tarde, comunico a descoberta à 
minha mulher, queixando-me de que tão logo regresso ao 
trabalho, as ideias se vão. Ela começa a rir e sugere que eu 
corra com a máquina de escrever pendurada no peito. 
[...] 
SABINO, Fernando. Corro risco correndo 
Texto II 
 
Catar feijão se limita com escrever: 
joga-se os grãos na água do alguidar 
e as palavras na folha de papel; 
e depois, joga-se fora o que boiar. 
Certo, toda palavra boiará no papel, 
água congelada, por chumbo seu verbo: 
pois para catar esse feijão, soprar nele, 
e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 
MELO NETO, João de. Catar feijão. 
 
. 
Nos trechos da crônica de Fernando Sabino e do poema de 
João Cabral de Melo Neto, verifica-se um tema comum, que é 
 
A) a importância dos exercícios físicos. 
B) o diálogo com outros textos. 
C) a vida em sociedade. 
D) o processo de escrita. 
E) o trabalho doméstico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 16 
 
Cacarecos da língua 
 
Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá conta. 
Ao contrário das pessoas, que por vezes morrem de desastre, 
as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, cada dia um 
pouco – à medida em que as pessoas que as usavam vão 
morrendo também. Minha avó, por exemplo. Tenho certeza de 
que levou junto com ela a palavra “lorota”. 
Há palavras, no entanto, pelas quais ainda vale lutar. 
A palavra “cacareco”, por exemplo, tá na UTI. Pros jovens que 
não chegaram a conhecê-la, cacareco é uma coisa velha, já 
sem utilidade. Sim, a própria palavra “cacareco” virou um 
cacareco. 
Está longe de ser o único cacareco da linguagem. 
Pense quando foi a última vez que ouviu que a situação está 
um despautério, que fulano tá borocoxô, que tal roupa é uma 
coqueluche, que fulana é uma songamonga. 
O hospital das palavras está cheio – e ninguém nem 
sequer vai visitar as enfermas (“enfermas”: taí outra palavra 
dodói). Elas não têm orgulho. Pra reavivá-las, basta chamar em 
voz alta que elas voltam serelepes, faceiras – acabou de 
acontecer com as palavras “serelepe” e “faceira”. 
Precisamos fazer uma força-tarefa pra salvar a palavra 
“força-tarefa”. Junto com as palavras morrem também as coisas 
– e às vezes é impossível saber quem morreu primeiro, se a 
palavra ou a coisa. 
Paramos de falar alpendre porque as casas deixaram 
de ter alpendre ou as casas pararam de ter alpendre porque já 
ninguém sabia o que era um alpendre? 
DUVIVIER, G. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. 
Acesso em: 29 out. 2017. [Fragmento] 
Para ser persuasivo, o produtor de um texto argumentativo 
defende seu ponto de vista e o justifica. Nesse artigo, o 
segundo parágrafo desempenha um importante papel no 
planejamento discursivo do texto, porque 
 
A) traz a explicação para a tese defendida anteriormente. 
B) estabelece uma comparação entre as palavras e a cultura. 
C) revela uma analogia entre a morte e as palavras em 
desuso. 
D) expressa uma causa para as inevitáveis mudanças na 
língua. 
E) indica uma contraposição em relação ao parágrafo 
anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#noCPCvocêsegarante 
 
7 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
Questão 17 
 
"Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, 
sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois 
imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é 
grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar 
com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer, não 
vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de 
que eu trato, são os outros - ladrões de maior calibre e de mais 
alta esfera... Os outros ladrões roubam um homem, estes 
roubam cidades e reinos; os outros furtamdebaixo de seu risco, 
estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são 
enforcados, estes furtam e enforcam." 
Sermão do bom ladrão. Padre Antônio Vieira. 
 
Com base na leitura do texto atemporal do escritor barroco 
Padre Antônio Vieira, a charge que melhor se comunica com 
ele é 
A) 
B) 
 
C) 
 
D) 
 
E) 
 
 
Questão 18 
 
Moonlight: sob a luz do luar – Um retrato universal da 
solidão, que recusa o lugar-comum 
 
“Todo crioulo é uma estrela” (“Every nigger is a star”). 
Essas são as primeiras palavras que se ouvem no filme 
Moonlight. A frase é, na realidade, o verso da música 
homônima de Boris Gardiner, artista negro, que ironicamente 
usa o termo pejorativo para inflar a autoestima da própria 
comunidade. Mas engana-se aquele que pensar que se trata, 
aqui, de um filme de gueto – embora a produção seja, sim, um 
importante instrumento de voz para os afrodescendentes. 
Escrito e dirigido por Barry Jenkins, a partir de uma ideia de 
uma peça, o filme é o que, em cinema, se chama de um 
verdadeiro estudo de personagem. 
HERMSDORFF, Renato. Moonlight: sob a luz do luar – Um retrato 
universal da solidão, que recusa o lugar-comum. Adoro cinema. Disponível em: 
<http://www.adorocinema.com>. Acesso em: 19 maio 2017. (adaptado) 
 
Na construção textual, o autor do texto anterior abdica de 
alguns caminhos e favorece a sedimentação de outros para 
cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função social 
desse texto é 
 
A) apresentar uma resenha imparcial sobre o filme. 
B) classificar o filme para uma determinada faixa etária. 
C) informar ao espectador que os fatos apresentados são 
ficcionais. 
D) observar referências e o papel social do filme sob um olhar 
crítico. 
E) destacar que o filme focaliza mais na ação que nas 
personagens. 
 
Questão 19 
 
 
Disponível em: http://colunistas.ig.com.br/cip/alerj-em-nova-campanhaeducativa-
sobre-transito 
 
A campanha de trânsito elaborada pela Alerj, Assembleia 
Legislativa do Rio de Janeiro, tem por finalidade chamar a 
atenção dos motoristas para 
 
A) o resultado de acidentes proveniente da falta de respeito 
às leis de trânsito. 
B) a quantidade de acidentes fatais presentes nas estradas 
cariocas. 
C) a relação existente entre o consumo de álcool e o uso do 
cinto de segurança. 
D) o descaso das autoridades frente à malha rodoviária no 
país. 
E) a principal causa de vítima fatais nas estradas e rodovias 
cariocas. 
 
 
8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
#noCPCvocêsegarante 
 
Questão 20 
 
Futuro incerto 
 
O futuro das inteligências artificiais – como está na 
literatura – pode ser desenhado e projetado, em grande 
medida, por elas mesmas. O que vale dizer que elas poderão 
evoluir independentemente de nós. Se é capaz de aprender, 
tem êxito na primeira geração, retoma e otimiza a segunda 
geração, sem que nenhuma pessoa tenha tido influência 
alguma no processo. Desse modo vão se criando efetivamente 
organismos quase biológicos. 
Sociologia, ed. 69, jun/17, p. 77. (Excerto). 
 
O texto revela uma análise sobre as inteligências artificiais. Um 
exemplo que ilustra a projeção descrita no texto é 
 
A) o processo de comunicação em rede que despreza 
fronteiras físicas. 
B) a invasão de sites de segurança máxima por hackers 
especializados. 
C) o armazenamento de dados humanos para o avanço da 
ciência. 
D) o desenvolvimento de robôs capazes de tomar as próprias 
decisões. 
E) a propagação de discursos de ódio via sistema 
operacional invadido. 
 
Questão 21 
 
Dois parlamentos 
Nestes cemitérios gerais 
não há morte pessoal. 
Nenhum morto se viu 
com modelo seu, especial. 
Vão todos com a morte padrão, 
em série fabricada. 
Morte que não se escolhe 
e aqui é fornecida de graça. 
Que acaba sempre por se impor 
sobre a que já medrasse. 
Vence a que, mais pessoal, 
alguém já trouxesse na carne. 
Mas afinal tem suas vantagens 
esta morte em série. 
Faz defuntos funcionais, 
próprios a uma terra sem vermes. 
MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 
(fragmento). 
 
A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um viés 
temático muito presente em João Cabral de Melo Neto. No 
fragmento em destaque, essa abordagem ressalta o(a) 
 
A) inutilidade de divisão social e hierárquica após a morte. 
B) aspecto desumano dos cemitérios da população carente. 
C) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte. 
D) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra. 
E) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 22 
 
Fazer 70 anos 
 
Fazer 70 anos não é simples. 
A vida exige, para o conseguirmos, 
perdas e perdas no íntimo do ser, 
como, em volta do ser, mil outras perdas. 
[...] 
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião! 
Nós o conseguimos... 
E sorrimos 
de uma vitória comprada por que preço? 
Quem jamais o saberá? 
ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992 
(fragmento). 
 
O pronome oblíquo "o", nos versos "A vida exige, 
para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante a 
progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o 
segmento 
 
A) “Ó José Carlos”. 
B) “perdas e perdas”. 
C) “A vida exige”. 
D) “Fazer 70 anos”. 
E) “irmão-em-Escorpião”. 
 
Questão 23 
 
Todo o bate-boca em torno do fenômeno fake news 
(notícias falsas) pode acabar levando a mudança de um dos 
comportamentos mais arraigados na cultura jornalística, o do 
imediatismo, ou seja, a preocupação em ser o primeiro a 
publicar uma notícia. Pesquisadores do jornalismo, 
especialistas em comunicação e estrategistas políticos estão 
chegando à conclusão de que a correria pelo furo noticioso 
dificulta a checagem de dados, fatos e eventos tanto nas 
redações on-line como entre os editores independentes em 
blogs jornalísticos. A solução seria reduzir o ritmo, gastar mais 
tempo na verificação e contextualização das informações para 
evitar que o fenômeno das fake news assuma proporções 
catastróficas comprometendo ainda mais a credibilidade da 
imprensa. 
CASTILHO, Carlos. Das “fake news” ao fenômeno “slow news”. 
Observatório da Imprensa. 
Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 
18 abr. 2017. (adaptado) 
 
Ao reconhecer criticamente os problemas derivados do 
imediatismo na cultura jornalística, o texto destaca que 
 
A) a checagem de dados atrapalha a construção da 
credibilidade jornalística. 
B) as redações on-line apresentam um baixo índice de 
problemas com notícias falaciosas. 
C) o furo jornalístico é benéfico ao processo de disseminação 
da informação verídica. 
D) a redução do ritmo de trabalho dos profissionais do 
jornalismo eliminaria as notícias falsas. 
E) os jornais deveriam se preocupar mais com a ratificação 
das informações do que com instantaneidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#noCPCvocêsegarante 
 
9 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
Questão 24 
 
Às vezes a gente que finge que trabalha; o leitor lê a 
crônica e no fim chega à conclusão de que não temos assunto. 
Erro dele. Quando não tenho nenhum frete a fazer, sempre 
carrego alguma coisa, que é o peso de minha alma; e olhem lá 
que não é pouco. O leitor pensa que troto com meu carrinho 
vazio; e eu mesmo disfarço um pouco assobiando; mas no fim 
da crônica estou cansado do mesmo jeito. A grande vantagem 
do leitor é que ele pode largar a crônica no meio, ou no começo, 
e eu tenho de ir tocando com ele, mesmo sentindo que estou 
falando sozinho. Ouço, em imaginação, o bocejo do leitor, e 
sinto que ele me põe de lado e vai ler outra coisa, ou nada. Que 
me importa: tenho de escrever, vivo disso. 
[...] 
BRAGA, Rubem. Faço questão do Córrego 
 
No trecho da crônica de Rubem Braga, a função da linguagem 
predominante é a 
 
A) fática, pois o autor procura estabelecer contato com o 
leitor. 
B) conativa, pois o autor pretende convencer o leitor a ler a 
crônica. 
C) expressiva, pois o autor revela seu estado de ânimo, sua 
objetividade.D) metalinguística, pois o autor utiliza a crônica para falar 
sobre a crônica. 
E) referencial, pois o autor transmite uma informação objetiva 
sobre a realidade. 
 
Questão 25 
 
 
GOMES, C. Disponível em: <https://bichinhosdejardim.com>. Acesso em: 29 
out. 2017 (Adaptação). 
 
Para responder às perguntas e conceituar sentimentos, a 
personagem do caramujo emprega a figura de linguagem 
 
A) comparação, porque associa semelhanças e diferenças 
entre os elementos citados. 
B) metáfora, porque instaura entre os termos uma relação 
incomum de semelhança. 
C) pleonasmo, porque utiliza a redundância dos termos na 
construção do sentido. 
D) gradação, porque apresenta os sentimentos em uma 
sequência decrescente. 
E) paradoxo, porque aproxima proposições aparentemente 
antagônicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 26 
 
Entre as crianças brasileiras, 30% apresentam 
sobrepeso e 15% delas já são obesas. A má alimentação 
começa cedo: 56% dos bebês com menos de um ano de idade 
no Brasil consomem refrigerantes. Dados como esses ganham 
rosto no documentário Muito além do peso (2012), de Estela 
Renner: o filme mostra como a alta ingestão de açúcar, pais 
desinformados e a publicidade voltada para o público infantil 
criam uma geração de crianças com problemas como colesterol 
alto e diabetes tipo 2. O documentário pode servir como ponto 
de partida para abordar a questão com professores e pais. 
 
Obesidade infantil. Revista Escola Pública, n. 31, fev.-mar. 2013. 
 
Analisando os procedimentos argumentativos empregados, 
verifica-se que o texto tem como propósito 
 
A) apresentar dados estatísticos do Brasil sobre a obesidade 
infantil. 
B) fazer propaganda de material informativo sobre a 
obesidade infantil. 
C) justificar a necessidade de se discutir o problema da 
obesidade infantil. 
D) destacar a ingestão de açúcar como a principal causa da 
obesidade infantil. 
E) alertar para a contribuição da mídia no aumento da 
obesidade infantil no Brasil. 
 
Questão 27 
 
Hoje fui ao túmulo de Gina e de longe já vi as rosas 
vermelhas espetadas na jarra do lado esquerdo, Oriana veio 
ontem. [...] Fiquei um tempo olhando suas rosas vermelhonas, 
completamente desabrochadas. Um pouco mais de sol nessas 
corolas e em meio do perfume virá aquele cheiro que vem dos 
mortos quando também eles começam a amadurecer. Não nas 
narinas, eu disse. Fui buscar o corpo depois da autópsia, já não 
era mais a pequena Gina, agora era o corpo com aquele 
algodão atochado no nariz, tira isso! O enfermeiro obedeceu, 
apático. [...] Sua filha? Ele perguntou. Fiz que sim com a cabeça 
e então me recomendou, caso precise, a senhora depois 
arruma outro algodão. Não precisou, até o fim Gina ficou com 
suas narinas livres para voltar a respirar se quisesse. Não quis. 
Está certo, foi feita a sua vontade, ela era voluntariosa, quando 
resolvia uma coisa, hein? 
TELLES, Lygia Fagundes. Uma branca sombra. In: ______. A noite escura e 
mais eu. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 
 
A literatura de Lygia Fagundes Telles é pródiga na 
apresentação de experiências emocionais profundas nas 
vivências de suas personagens. No fragmento, a narradora 
enfatiza o(a) 
 
A) sentimento de completude gerado pela perda da filha. 
B) carinho que guarda pela figura feminina de Oriana. 
C) comportamento obediente da personagem Gina. 
D) teimosia presente no temperamento da filha. 
E) visão estereotipada das relações familiares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
#noCPCvocêsegarante 
 
Questão 28 
 
(...) 
 
Treinamento funcional 
 
O treinamento funcional se baseia nos movimentos 
naturais do ser humano, como pular, correr, puxar, agachar, 
girar e empurrar. O praticante ganha força, equilíbrio, 
flexibilidade, condicionamento, resistência e agilidade. Ele tira 
a pessoa dos movimentos mecânicos e eixos definidos ou 
isolados, como acontece na musculação. Por isso, virou uma 
alternativa para quem estava cansado dos exercícios mais 
tradicionais na academia. Para trabalhar a musculatura 
profunda, são utilizados acessórios como elásticos, cordas, 
bolas, cones, discos e hastes. É um método que ajuda a 
prevenir lesões, gera melhorias cardiovasculares, a redução do 
percentual de gordura, emagrecimento e definição muscular. 
(...) 
 
Musculação 
 
Mas será que todos esses benefícios vão colocar fim 
aos halteres e anilhas? Não, se o objetivo é aumentar a massa 
muscular ou conseguir resultados estéticos em pouco tempo. A 
musculação é muito eficiente para a hipertrofia, que não é o 
objetivo central do funcional. Ao contrário do funcional, a 
musculação consegue trabalhar os grupos musculares 
isoladamente e com mais especificidade. De acordo com o 
American College of Sports Medicine (ACSM), a musculação 
também exerce um impacto direto sobre as atividades da vida 
diária que exijam um percentual da capacidade muscular para 
serem executadas. 
– Um programa feito de duas a cinco vezes por semana gera 
benefícios no condicionamento físico, aumento da massa 
magra e diminuição do percentual de gordura, se aliado a uma 
dieta adequada – afirmou Vinícius Oliveira, coordenador e 
professor da academia Forum Exere Fitness. 
Carla Gomes e Igor Christ. Rio de Janeiro. 
Disponível em: www.globoesporte.globo.com. Acesso em 20 fev. 2017. 
 
O confronto entre os dois métodos de trabalho com o corpo 
mencionados acima permite o reconhecimento de que 
 
A) a musculação, ao contrário do treinamento funcional, 
busca, por meio de elásticos, bolas e molas, a diminuição 
do percentual de gordura dos praticantes. 
B) os movimentos naturais do corpo humano são igualmente 
privilegiados nas duas práticas referidas no texto em 
questão. 
C) os dois tipos de atividade buscam, primordialmente, com 
igual intensidade, propiciar aos praticantes a obtenção de 
desejáveis níveis de emagrecimento. 
D) há compatibilidade entre as duas práticas mencionadas, 
uma vez que seus diferentes objetivos podem ser tidos 
como complementares. 
E) seriam pouco significativas as alterações nas finalidades 
das duas práticas, caso os alteres e anilhas de uma fossem 
cambiáveis com as bolas e molas da outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 29 
 
 
Disponível em: <tecnologia.uol.com.br/album/humor.htm#fotoNav=21>. 
 
Na charge acima, publicada no UOL, a combinação dos 
elementos verbais e não-verbais permite afirmar que: 
 
A) a reação do adolescente à ordem do pai traduz-se de 
forma dócil, solícita, sem reclamações de qualquer 
espécie, o que caracteriza o adolescente dos anos 90 
como mais conectado à tecnologia e tolerante que o 
adolescente atual. 
B) os elementos não-verbais indicam haver, nos anos 90, 
celeridade no processo de acesso à internet, cuja 
tecnologia já era comparável à dos anos atuais. 
C) pressupõe-se, pela fala do pai, que o acesso do 
adolescente à comunicação por meio da internet interferia 
na comunicação familiar, posto que utilizasse a linha 
telefônica fixa que também servia à comunicação de toda 
a família. 
D) o acesso à internet, nos anos 90, apesar de demandar 
tempo menor que o atual no acesso aos sites 
disponibilizados aos usuários dessa tecnologia de 
comunicação, não tinha o alcance e o impacto social que 
apresenta hoje. 
E) os elementos não-verbais representam o processo de 
abertura de uma página da internet nos anos 90, 
caracterizando a morosidade desse processo numa época 
em que a internet estava em seu estágio inicial. 
 
Questão 30 
 
Devemos dar apoio emocional específico, trabalhando 
o sentimento de culpa que as mães têm de infectar o filho. O 
principal problema que vivenciamos é quanto ao aleitamento 
materno. Além do sentimento muito forte manifestado pelas 
gestantes de amamentar seus filhos, existem as cobranças da 
família, que exige explicações pela recusa em amamentar, sem 
falar nas companheiras na maternidade que estão 
amamentando. Esses conflitos constituem nosso maior desafio. 
Assim, criamos a técnica de mamadeirar. O queé isso? É 
substituir o seio materno por amor, oferecendo a mamadeira, e 
não o peito! 
PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experiências interdisciplinares em Aids: 
interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado). 
 
O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de gestantes 
e mães soropositivas. Nesse relato, em meio ao drama de 
mães que não devem amamentar seus recém-nascidos, 
observa-se um recurso da língua portuguesa, presente no uso 
da palavra “mamadeirar”, que consiste 
 
A) na manifestação do preconceito linguístico. 
B) na recorrência a um neologismo. 
C) no registro coloquial da linguagem. 
D) na expressividade da ambiguidade lexical. 
E) na contribuição da justaposição na formação de palavras.

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