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PROFA. PATRÍCIA LIMA Curso Professor Clemilson SEMANA 6 1 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 01 Em relação ao post adaptado da página do Facebook “Caneta Desmanipuladora”, a “desmanipulação” (substituição de “já” por “só” e acréscimo de “até agora”) explicita a tentativa do jornal de levar o leitor a pensar que A) ainda falta muito a ser pago pela mineradora e há atrasos no pagamento. B) a Samarco já quitou o que devia , conforme valor homologado na justiça. C) o governo e a população também deviam arcar com o pagamento das multas. D) a mineradora não deveria arcar sozinha com a despesa da tragédia de Mariana. E) a Samarco teria pago uma grande parte do que devia e o prazo provavelmente está sendo cumprido. Questão 02 O holandês Boyan Slat criou a Ocean Clean Up, uma tecnologia capaz de limpar o lixo do Oceano Pacífico em uma década. O sistema funciona como uma barreira flutuante que aproveita as correntes oceânicas para bloquear os resíduos encontrados no mar. Nos testes com um protótipo, a barreira foi capaz de coletar plásticos em até três metros de profundidade. O sistema também recolheu pouca quantidade de zooplâncton, o que facilita o reaproveitamento e a reciclagem do plástico. A estimativa é de que o sistema remova 65 metros cúbicos de lixo por dia. Slat teve a ideia anos atrás, quando mergulhava na Grécia e viu mais garrafas de plástico do que peixes. Desde então, desenvolveu a tecnologia, montou um site com todas as especificações, fez um estudo de viabilidade e uma campanha para financiar sua ideia. DARAYA, V. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 23 jun. 2014. Ao avaliar a intenção comunicativa, bem como os interlocutores desse texto, verifica-se que ele enquadra-se no gênero A) resenha, pois analisa as informações sobre os fatos apresentados. B) relato, pois descreve um fato referente a um acontecimento específico. C) conto, pois exibe uma história curta, com personagens e enredo. D) depoimento, pois expõe fatos reais vividos por uma pessoa. E) notícia, pois divulga fatos por meio de linguagem objetiva. Questão 03 — Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é... filho de uma escrava. — Eu? — O senhor é um homem de cor!... Infelizmente esta é a verdade... Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um silêncio: — Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!... Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar a neta senão um branco de lei, português ou descendente direto de portugueses! AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008. Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra destaca o modo como o mulato era visto pela sociedade de fins do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção em que a A) miscigenação racial desqualificava o indivíduo. B) condição econômica anulava os conflitos raciais. C) discriminação racial era condenada pela sociedade. D) escravidão negava o direito da negra à maternidade. E) união entre mestiços era um risco à hegemonia dos brancos. 2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 04 TEXTO I [...] Ouça-me bem, amor, Preste atenção, o mundo é um moinho Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos Vai reduzir as ilusões a pó Preste atenção, querida, De cada amor tu herdarás só o cinismo Quando notares estás à beira do abismo Abismo que cavastes com teus pés... “O mundo é um moinho”, de Cartola (1974). TEXTO II LAERTE. Quadrão. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 jul. 2017. Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 17 jul. 2017. Os textos anteriores mantêm uma relação de intertextualidade na qual o(a) A) eu lírico do texto I elabora um retrato objetivo da situação narrada. B) texto I pode ser encarado como uma versão parodiada do texto II. C) ironia do texto II se dá pela interpretação denotativa do texto I. D) inversão de valores torna os sentimentos positivos no texto I. E) texto II faz uma tradução literal exata do contexto do texto I. Questão 05 Washington, 7 de setembro de 1956, Sexta-feira, 10 horas a.m. Prezados Sr. e Sra. E. Veríssimo, Como é do conhecimento dos senhores, meu marido e eu, não tendo infelizmente religião (por enquanto), criamos nossos filhos na ideia de Deus, mas sem lhes dar rituais definitivos, e à espera de que eles próprios mais tarde se definam. Tendo terminado com algum esforço frase tão comprida, venha ao assunto principal que é o objetivo emocionado desta carta. Desejo perguntar-lhes se acreditam na possibilidade de padrinhos leigos. Eu acredito. No caso do sr. e da sra. Fal também acreditarem, esta carta os convida, em nome de uma amizade perfeita, a serem padrinho e madrinha de Pedro e Paulo. A condição única é continuarem a gostar deles. No caso dos senhores não aceitarem, no hard feelings. Mas a verdade é que, por três anos, vocês têm sido os padrinhos deles, por tácito, espontâneo e comum acordo. Restaria apenas legalizar uma situação que aos poucos estava se tornando escandalosa. Se eu disser que a ideia já me havia ocorrido mais de uma vez, os senhores hão de duvidar. Pois acreditem. Quando o senhor E. Veríssimo aventou a hipótese, meu coração se rejubilou, e, quando o digo, não estou brincando. Aí pois fica o nosso convite. A resposta deverá ser dada antes do embarque, pois, em caso de uma afirmativa, quero anunciá-la às crianças. Na esperança do convite ser aceito, ouso assinar. [...] Comadre Clarice LISPECTOR, Clarice. Carta a Mafalda e Érico Veríssimo Com base na leitura da carta enviada por Clarice Lispector a Mafalda e Erico Verissimo, conclui-se que o tema é A) a ideia de que a religião deve ser uma escolha pessoal dos filhos no futuro. B) o convite para que Mafalda e Erico fossem padrinhos de Pedro e Paulo. C) o grande apreço por Mafalda e Erico, os melhores amigos da autora D) a saudade dos amigos depois de um longo período vivido no exterior. E) a viagem para os Estados Unidos para aprender a língua inglesa. #noCPCvocêsegarante 3 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 06 [Cena igual à da aparição de Nosso Senhor e Nossa Senhora. A compadecida entra.] ENCOURADO [com raiva surda] Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete! JOÃO GRILO Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei? A COMPADECIDA Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo. JOÃO GRILO É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito. A COMPADECIDA É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado. ENCOURADO Protesto. MANUEL Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou. SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. 15. ed. Rio de Janeiro: Agir. 1979. [Fragmento] O que determina o fragmento de Ariano Suassuna como representante do gênero dramático é A) a linguagem coloquial na fala de figuras religiosas. B) a indicação do receptor das falas por meio escrito. C) o tom de humor imposto a uma cenaconflituosa. D) o emprego de rubricas na estruturação da ação. E) o caráter opinativo dos textos entre colchetes. Questão 07 Analisando-se as relações lógico-semânticas, o cartum sugere que A) o filho, mesmo com pouca idade, já teve relações sexuais, o que o faz profundo conhecedor do assunto. B) o acesso à internet permite o contato de muitas crianças com conteúdos inapropriados; tal facilitação dá a elas comportamentos adultizados, amadurecimento precoce, porém, sem discernimento. C) o pai já recebeu do filho bons conselhos sobre sexo, o que faz com que ele o procure novamente. D) sexo é um tabu apenas entre adultos; para as crianças, é prática corriqueira. E) as crianças, hoje, são verdadeiros prodígios: têm acesso a tudo; não sabem, entretanto, nada. Questão 08 O poder das comunicações globais, enquanto importante manifestação contemporânea, não implica em haver produção de convergências significativas de atitudes e crenças. Ainda que a CNN internacional transmita as mesmas imagens para o mundo inteiro, as interpretações em cada sala do planeta, diante das mesmas cenas, são diferentes, as experiências de cada cidadão não são as mesmas no Líbano ou na Bósnia. MELO, Eliana Meneses de et al. Linguagens, tecnologias, culturas: discursos contemporâneos. São Paulo: Factash, 2008. p. 23-24. As convergências mediadas pelo acesso a informação são diferentes porque é necessário reconhecer que A) as diferentes línguas são um empecilho comunicativo. B) o contexto também influencia a situação comunicacional. C) as dificuldades de transmissão desvirtuam a mensagem. D) a mesma mensagem não é recebida por diferentes países. E) as informações não passam pelo filtro de um veículo formal. Questão 09 “Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar!” Lembra desse hit da infância? Se isso lhe parece nostalgia demais é porque, provavelmente você nunca ouviu falar de dança circular. (...) Mas por que a dança é tão agregadora? A dança foi a primeira forma de expressão criativa do ser humano e expressava uma conexão com o sagrado e com o mundo que estava em sua volta, e a roda foi a forma que os povos antigos adotaram para desenvolvimento da vida em grupo e social. Apesar de acompanharem a história da humanidade, as danças circulares se tornaram mundialmente conhecidas na década de 60, quando o bailarino alemão Bernhard Wosien (1908-1986), ao entrar em contato com a dança em visita às tribos do interior do Leste Europeu, adotou os passos e repassou adiante com o objetivo pedagógico. No Brasil, a atividade vem se propagando desde os anos 1980. “Essas danças refletiam a necessidade de comunhão, celebração e união entre as pessoas e, por isso, Bernhard viu o quanto elas eram transformadoras e acabou divulgando e adaptando os movimentos de forma que todos pudessem fazer parte do grupo”, explica a psicóloga e adepta da dança circular, Gabriela Bessa Barreto. (...) Disponível em: www.minhavida.com.br. Acesso em 20 fev. 2017. A dança circular, a julgar pelo fragmento acima, A) é a única modalidade de dança que tem por objetivo promover a comunhão entre as pessoas. B) pode ser aproximada, historicamente, à música “ciranda cirandinha”, voltada para as crianças, pela sua natureza agregadora. C) assumiu características comunitárias a partir da descoberta feita pelo bailarino alemão Bernhard Wosien, na década de 60. D) mantém intactas as suas características originais de religiosidade e interação com o sagrado. E) ganhou dimensão mais individualista, a partir da descoberta e consequente utilização de seus passos por parte do bailarino Bernhard Wosien. 4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 10 Texto I Sereia Clara como a luz do sol Clareira luminosa nessa escuridão Bela como a luz da lua Estrela do oriente nesses mares do sul Clareira azul no céu Na paisagem Será magia, miragem, milagre Será mistério Prateando horizontes Brilham rios, fontes Numa cascata de luz No espelho dessas águas Vejo a face luminosa do amor As ondas vão e vem E vão e são como o tempo Luz do divinal querer Seria uma sereia Ou seria só Delírio tropical, fantasia Ou será um sonho de criança Sob o sol da manhã Composição: Lulu Santos / Nelson Motta Texto II Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante. Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno, que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces. Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado. Trecho do romance Inocência. Considerando a leitura dos dois textos, podemos dizer que eles se assemelham quando A) traçam a ideia de nativismo e idealismo, apontando para a individualidade da cultura brasileira. B) mostram a cultura do povo do sertão, com seus hábitos e costumes tão específicos. C) tratam a mulher de forma idealizada, elevando-a por meio da descrição a um nível de perfeição. D) tratam a mulher como se fosse tão ingênua quanto uma criança. E) apontam para grandes feitos da mulher retratada. São essas atitudes que fazem dela uma pessoa especial. Questão 11 O crack e a internação compulsória Os episódios ocorridos no ano de 2012 (divulgados pela mídia) da ação da prefeitura do Rio de Janeiro atuando nas ‘cracolândias’ provocaram a discussão acerca do acerto ou não da internação forçada dos usuários de crack. As classes média e alta, acuadas, defendem a política de internação municipal, sob o argumento de que tais pessoas, reunidas para se drogarem, constituiriam um perigo em potencial. A municipalidade, por seu turno, fundamenta sua conduta sob o argumento da preocupação com a saúde daquelas pessoas que precisam de ajuda para se recuperarem. Por uma escolha pública, a ajuda eleita pelo Estado foi a internação involuntária para tratamento, ou seja, contra a vontade dos usuários. Deve ser esclarecido que, em tais episódios, não se realizou a chamada internação compulsória, mas sim a involuntária. Como visto, a compulsória é a requerida judicialmente e a involuntária é a realizada a pedido de pessoa diversa do paciente. Assim, não houve um requerimento judicial de internação coletiva dos usuários de crack que estivessem nas ruas. Mas sim, segundo o noticiado pela imprensa, a internação dessas pessoas com base em laudo médico, que, supõe-se, existia no momento da internação. Tais argumentos não convencem. Texto adaptado: COELHO, Isabel; OLIVEIRA, Maria Helena Barros de. Internação compulsória e crack: um desserviço à saúde pública. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v38n101/0103-1104-sdeb-38-101-0359.pdf.>. Acesso em 20/06/2017. A continuidade de modo coerente ao texto é: A) A ação efetivada, por meio da internação compulsória, garante o direito à vida. B) A sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente. C) A gestão do SUS passa a ser responsabilidade da União, dos Estados e dos Municípios, agora entendidos como os gestores do SUS. D) A internação compulsória que foi feita é uma saída individual que o Estado brasileiro assume, mantendo o direito do outro de decidir. E) É cristalino que o objetivo não é dar o melhor tratamento àquelas pessoas – sim, são pessoas! –, mas ‘higienizar’ a cidade para os futuros eventos internacionais. #noCPCvocêsegarante 5 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ► Analise o infográfico e o texto para responder às questões de números 12 e 13. Texto 1 * Vila Esperança fica em Cubatão-SP (http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/)Texto 2 Às 15h de uma segunda-feira, o campinho de futebol sob o viaduto de Vila Esperança está lotado de jovens descalços disputando o clássico Dois Poste contra Santa Cruz. Ninguém tem emprego. Xambito é um deles. Xambito precisa pagar pensão para seu filho de três anos, mas não quer voltar para a “vida errada”, como diz. “Essa vida errada aí, biqueira [ponto de vendas de drogas], tráfico, só tem dois caminhos: cadeia ou morte; não quero nenhum desses dois, quero ver meu filho crescer, botar ele pra jogar bola, pra estudar”, diz Xambito, que anda pela favela com uma caixinha de som tocando o sertanejo Felipe Araújo. Ele está correndo atrás de um “serviço fichado” (registrado). Já foi várias vezes aos pátios das fábricas em Cubatão, mas diz que aparecem dez vagas para 500 pessoas. “Só com ajuda de Deus para ser chamado, é muita gente desempregada.” (http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/ Questão 12 De acordo com o infográfico, conclui-se corretamente que, na Vila Esperança, assim como no Brasil, A) uma pequena parcela da população vive com até 2 salários-mínimos. B) a maior parcela da população tem renda entre 2 e 5 salários-mínimos. C) a parcela da população que recebe mais de 20 salários- mínimos é expressiva. D) a parcela da população que vive sem renda ultrapassa os 10%. E) a população sem renda equivale à que vive com até meio salário-mínimo. Questão 13 Ao relacionar as informações do texto às do infográfico, entende-se que a situação dos moradores de Vila Esperança A) contraria a tendência nacional, já que os moradores de lá procuram uma colocação profissional formal, como Xambito, que “está correndo atrás de um ‘serviço fichado’”. B) comprova os dados apresentados, como se pode ver com a frase “Ninguém tem emprego” e com a fala de Xambito: “é muita gente desempregada”. C) marca-se pelo desejo de mudarem de vida pelo esporte, já que o campinho do lugar fica “lotado de jovens descalços disputando o clássico Dois Poste contra Santa Cruz”. D) exemplifica uma situação atípica no que diz respeito ao desemprego, considerando-se a fala de Xambito: “mas diz que aparecem dez vagas para 500 pessoas”. E) mostra-se mais alentadora que a média do Brasil, criando boas expectativas de vida aos moradores como Xambito, ao dizer: “quero ver meu filho crescer, (...) pra estudar”. Questão 14 Com as minhas bem parcas sobras, tomei uma assinatura em um gabinete de leitura que então havia à Rua da Alfândega, e que possuía copiosa coleção das melhores novelas e romances até então saídos dos prelos franceses e belgas. [...] Devorei os romances marítimos de Walter Scott e Cooper, um após outro; passei aos do Capitão Marryat e depois a quantos se tinham escrito desse gênero, pesquisa em que me ajudava o dono do gabinete, em francês, de nome Cremieux, se bem me recordo, o qual tinha na cabeça toda a sua livraria. Li nesse discurso muita coisa mais: o que me faltava de Alexandre Dumas e Balzac, o que encontrei de Arlincourt, Frederico Soulié, Eugênio Sue e outros. Como e por que sou romancista, de José de Alencar. Ao discursar em sua crônica sobre a função social desempenhada pelo gabinete de leitura, infere-se pelo texto que esse espaço A) contribuiu para a redução de leitores nas bibliotecas públicas. B) tornou mais democrático o acesso à literatura e à informação. C) funcionava como uma biblioteca pelo fato de fornecer livros de graça. D) diferenciava-se de uma livraria por apresentar pouca variedade de produtos. E) caracterizava-se como um ambiente hostil ao desenvolvimento intelectual dos leitores. http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/ 6 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 15 Texto I Antes de sair de casa, passei a manhã diante da máquina, tentando iniciar esta crônica. O papel em branco era um desafio à minha esterilidade mental. Agora as ideias vão afluindo, e se aglutinam, compondo frases que procuro fixar na memória, para lançá-las no papel assim que chegar em casa. Descubro que, para um escritor, nada mais inspirador do que uma corrida matinal. Mais tarde, comunico a descoberta à minha mulher, queixando-me de que tão logo regresso ao trabalho, as ideias se vão. Ela começa a rir e sugere que eu corra com a máquina de escrever pendurada no peito. [...] SABINO, Fernando. Corro risco correndo Texto II Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. MELO NETO, João de. Catar feijão. . Nos trechos da crônica de Fernando Sabino e do poema de João Cabral de Melo Neto, verifica-se um tema comum, que é A) a importância dos exercícios físicos. B) o diálogo com outros textos. C) a vida em sociedade. D) o processo de escrita. E) o trabalho doméstico. Questão 16 Cacarecos da língua Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá conta. Ao contrário das pessoas, que por vezes morrem de desastre, as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, cada dia um pouco – à medida em que as pessoas que as usavam vão morrendo também. Minha avó, por exemplo. Tenho certeza de que levou junto com ela a palavra “lorota”. Há palavras, no entanto, pelas quais ainda vale lutar. A palavra “cacareco”, por exemplo, tá na UTI. Pros jovens que não chegaram a conhecê-la, cacareco é uma coisa velha, já sem utilidade. Sim, a própria palavra “cacareco” virou um cacareco. Está longe de ser o único cacareco da linguagem. Pense quando foi a última vez que ouviu que a situação está um despautério, que fulano tá borocoxô, que tal roupa é uma coqueluche, que fulana é uma songamonga. O hospital das palavras está cheio – e ninguém nem sequer vai visitar as enfermas (“enfermas”: taí outra palavra dodói). Elas não têm orgulho. Pra reavivá-las, basta chamar em voz alta que elas voltam serelepes, faceiras – acabou de acontecer com as palavras “serelepe” e “faceira”. Precisamos fazer uma força-tarefa pra salvar a palavra “força-tarefa”. Junto com as palavras morrem também as coisas – e às vezes é impossível saber quem morreu primeiro, se a palavra ou a coisa. Paramos de falar alpendre porque as casas deixaram de ter alpendre ou as casas pararam de ter alpendre porque já ninguém sabia o que era um alpendre? DUVIVIER, G. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 29 out. 2017. [Fragmento] Para ser persuasivo, o produtor de um texto argumentativo defende seu ponto de vista e o justifica. Nesse artigo, o segundo parágrafo desempenha um importante papel no planejamento discursivo do texto, porque A) traz a explicação para a tese defendida anteriormente. B) estabelece uma comparação entre as palavras e a cultura. C) revela uma analogia entre a morte e as palavras em desuso. D) expressa uma causa para as inevitáveis mudanças na língua. E) indica uma contraposição em relação ao parágrafo anterior. #noCPCvocêsegarante 7 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 17 "Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são os outros - ladrões de maior calibre e de mais alta esfera... Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtamdebaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam." Sermão do bom ladrão. Padre Antônio Vieira. Com base na leitura do texto atemporal do escritor barroco Padre Antônio Vieira, a charge que melhor se comunica com ele é A) B) C) D) E) Questão 18 Moonlight: sob a luz do luar – Um retrato universal da solidão, que recusa o lugar-comum “Todo crioulo é uma estrela” (“Every nigger is a star”). Essas são as primeiras palavras que se ouvem no filme Moonlight. A frase é, na realidade, o verso da música homônima de Boris Gardiner, artista negro, que ironicamente usa o termo pejorativo para inflar a autoestima da própria comunidade. Mas engana-se aquele que pensar que se trata, aqui, de um filme de gueto – embora a produção seja, sim, um importante instrumento de voz para os afrodescendentes. Escrito e dirigido por Barry Jenkins, a partir de uma ideia de uma peça, o filme é o que, em cinema, se chama de um verdadeiro estudo de personagem. HERMSDORFF, Renato. Moonlight: sob a luz do luar – Um retrato universal da solidão, que recusa o lugar-comum. Adoro cinema. Disponível em: <http://www.adorocinema.com>. Acesso em: 19 maio 2017. (adaptado) Na construção textual, o autor do texto anterior abdica de alguns caminhos e favorece a sedimentação de outros para cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função social desse texto é A) apresentar uma resenha imparcial sobre o filme. B) classificar o filme para uma determinada faixa etária. C) informar ao espectador que os fatos apresentados são ficcionais. D) observar referências e o papel social do filme sob um olhar crítico. E) destacar que o filme focaliza mais na ação que nas personagens. Questão 19 Disponível em: http://colunistas.ig.com.br/cip/alerj-em-nova-campanhaeducativa- sobre-transito A campanha de trânsito elaborada pela Alerj, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, tem por finalidade chamar a atenção dos motoristas para A) o resultado de acidentes proveniente da falta de respeito às leis de trânsito. B) a quantidade de acidentes fatais presentes nas estradas cariocas. C) a relação existente entre o consumo de álcool e o uso do cinto de segurança. D) o descaso das autoridades frente à malha rodoviária no país. E) a principal causa de vítima fatais nas estradas e rodovias cariocas. 8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 20 Futuro incerto O futuro das inteligências artificiais – como está na literatura – pode ser desenhado e projetado, em grande medida, por elas mesmas. O que vale dizer que elas poderão evoluir independentemente de nós. Se é capaz de aprender, tem êxito na primeira geração, retoma e otimiza a segunda geração, sem que nenhuma pessoa tenha tido influência alguma no processo. Desse modo vão se criando efetivamente organismos quase biológicos. Sociologia, ed. 69, jun/17, p. 77. (Excerto). O texto revela uma análise sobre as inteligências artificiais. Um exemplo que ilustra a projeção descrita no texto é A) o processo de comunicação em rede que despreza fronteiras físicas. B) a invasão de sites de segurança máxima por hackers especializados. C) o armazenamento de dados humanos para o avanço da ciência. D) o desenvolvimento de robôs capazes de tomar as próprias decisões. E) a propagação de discursos de ódio via sistema operacional invadido. Questão 21 Dois parlamentos Nestes cemitérios gerais não há morte pessoal. Nenhum morto se viu com modelo seu, especial. Vão todos com a morte padrão, em série fabricada. Morte que não se escolhe e aqui é fornecida de graça. Que acaba sempre por se impor sobre a que já medrasse. Vence a que, mais pessoal, alguém já trouxesse na carne. Mas afinal tem suas vantagens esta morte em série. Faz defuntos funcionais, próprios a uma terra sem vermes. MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento). A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um viés temático muito presente em João Cabral de Melo Neto. No fragmento em destaque, essa abordagem ressalta o(a) A) inutilidade de divisão social e hierárquica após a morte. B) aspecto desumano dos cemitérios da população carente. C) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte. D) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra. E) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos. Questão 22 Fazer 70 anos Fazer 70 anos não é simples. A vida exige, para o conseguirmos, perdas e perdas no íntimo do ser, como, em volta do ser, mil outras perdas. [...] Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião! Nós o conseguimos... E sorrimos de uma vitória comprada por que preço? Quem jamais o saberá? ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992 (fragmento). O pronome oblíquo "o", nos versos "A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante a progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o segmento A) “Ó José Carlos”. B) “perdas e perdas”. C) “A vida exige”. D) “Fazer 70 anos”. E) “irmão-em-Escorpião”. Questão 23 Todo o bate-boca em torno do fenômeno fake news (notícias falsas) pode acabar levando a mudança de um dos comportamentos mais arraigados na cultura jornalística, o do imediatismo, ou seja, a preocupação em ser o primeiro a publicar uma notícia. Pesquisadores do jornalismo, especialistas em comunicação e estrategistas políticos estão chegando à conclusão de que a correria pelo furo noticioso dificulta a checagem de dados, fatos e eventos tanto nas redações on-line como entre os editores independentes em blogs jornalísticos. A solução seria reduzir o ritmo, gastar mais tempo na verificação e contextualização das informações para evitar que o fenômeno das fake news assuma proporções catastróficas comprometendo ainda mais a credibilidade da imprensa. CASTILHO, Carlos. Das “fake news” ao fenômeno “slow news”. Observatório da Imprensa. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 18 abr. 2017. (adaptado) Ao reconhecer criticamente os problemas derivados do imediatismo na cultura jornalística, o texto destaca que A) a checagem de dados atrapalha a construção da credibilidade jornalística. B) as redações on-line apresentam um baixo índice de problemas com notícias falaciosas. C) o furo jornalístico é benéfico ao processo de disseminação da informação verídica. D) a redução do ritmo de trabalho dos profissionais do jornalismo eliminaria as notícias falsas. E) os jornais deveriam se preocupar mais com a ratificação das informações do que com instantaneidade. #noCPCvocêsegarante 9 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 24 Às vezes a gente que finge que trabalha; o leitor lê a crônica e no fim chega à conclusão de que não temos assunto. Erro dele. Quando não tenho nenhum frete a fazer, sempre carrego alguma coisa, que é o peso de minha alma; e olhem lá que não é pouco. O leitor pensa que troto com meu carrinho vazio; e eu mesmo disfarço um pouco assobiando; mas no fim da crônica estou cansado do mesmo jeito. A grande vantagem do leitor é que ele pode largar a crônica no meio, ou no começo, e eu tenho de ir tocando com ele, mesmo sentindo que estou falando sozinho. Ouço, em imaginação, o bocejo do leitor, e sinto que ele me põe de lado e vai ler outra coisa, ou nada. Que me importa: tenho de escrever, vivo disso. [...] BRAGA, Rubem. Faço questão do Córrego No trecho da crônica de Rubem Braga, a função da linguagem predominante é a A) fática, pois o autor procura estabelecer contato com o leitor. B) conativa, pois o autor pretende convencer o leitor a ler a crônica. C) expressiva, pois o autor revela seu estado de ânimo, sua objetividade.D) metalinguística, pois o autor utiliza a crônica para falar sobre a crônica. E) referencial, pois o autor transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Questão 25 GOMES, C. Disponível em: <https://bichinhosdejardim.com>. Acesso em: 29 out. 2017 (Adaptação). Para responder às perguntas e conceituar sentimentos, a personagem do caramujo emprega a figura de linguagem A) comparação, porque associa semelhanças e diferenças entre os elementos citados. B) metáfora, porque instaura entre os termos uma relação incomum de semelhança. C) pleonasmo, porque utiliza a redundância dos termos na construção do sentido. D) gradação, porque apresenta os sentimentos em uma sequência decrescente. E) paradoxo, porque aproxima proposições aparentemente antagônicas. Questão 26 Entre as crianças brasileiras, 30% apresentam sobrepeso e 15% delas já são obesas. A má alimentação começa cedo: 56% dos bebês com menos de um ano de idade no Brasil consomem refrigerantes. Dados como esses ganham rosto no documentário Muito além do peso (2012), de Estela Renner: o filme mostra como a alta ingestão de açúcar, pais desinformados e a publicidade voltada para o público infantil criam uma geração de crianças com problemas como colesterol alto e diabetes tipo 2. O documentário pode servir como ponto de partida para abordar a questão com professores e pais. Obesidade infantil. Revista Escola Pública, n. 31, fev.-mar. 2013. Analisando os procedimentos argumentativos empregados, verifica-se que o texto tem como propósito A) apresentar dados estatísticos do Brasil sobre a obesidade infantil. B) fazer propaganda de material informativo sobre a obesidade infantil. C) justificar a necessidade de se discutir o problema da obesidade infantil. D) destacar a ingestão de açúcar como a principal causa da obesidade infantil. E) alertar para a contribuição da mídia no aumento da obesidade infantil no Brasil. Questão 27 Hoje fui ao túmulo de Gina e de longe já vi as rosas vermelhas espetadas na jarra do lado esquerdo, Oriana veio ontem. [...] Fiquei um tempo olhando suas rosas vermelhonas, completamente desabrochadas. Um pouco mais de sol nessas corolas e em meio do perfume virá aquele cheiro que vem dos mortos quando também eles começam a amadurecer. Não nas narinas, eu disse. Fui buscar o corpo depois da autópsia, já não era mais a pequena Gina, agora era o corpo com aquele algodão atochado no nariz, tira isso! O enfermeiro obedeceu, apático. [...] Sua filha? Ele perguntou. Fiz que sim com a cabeça e então me recomendou, caso precise, a senhora depois arruma outro algodão. Não precisou, até o fim Gina ficou com suas narinas livres para voltar a respirar se quisesse. Não quis. Está certo, foi feita a sua vontade, ela era voluntariosa, quando resolvia uma coisa, hein? TELLES, Lygia Fagundes. Uma branca sombra. In: ______. A noite escura e mais eu. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. A literatura de Lygia Fagundes Telles é pródiga na apresentação de experiências emocionais profundas nas vivências de suas personagens. No fragmento, a narradora enfatiza o(a) A) sentimento de completude gerado pela perda da filha. B) carinho que guarda pela figura feminina de Oriana. C) comportamento obediente da personagem Gina. D) teimosia presente no temperamento da filha. E) visão estereotipada das relações familiares. 10 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 28 (...) Treinamento funcional O treinamento funcional se baseia nos movimentos naturais do ser humano, como pular, correr, puxar, agachar, girar e empurrar. O praticante ganha força, equilíbrio, flexibilidade, condicionamento, resistência e agilidade. Ele tira a pessoa dos movimentos mecânicos e eixos definidos ou isolados, como acontece na musculação. Por isso, virou uma alternativa para quem estava cansado dos exercícios mais tradicionais na academia. Para trabalhar a musculatura profunda, são utilizados acessórios como elásticos, cordas, bolas, cones, discos e hastes. É um método que ajuda a prevenir lesões, gera melhorias cardiovasculares, a redução do percentual de gordura, emagrecimento e definição muscular. (...) Musculação Mas será que todos esses benefícios vão colocar fim aos halteres e anilhas? Não, se o objetivo é aumentar a massa muscular ou conseguir resultados estéticos em pouco tempo. A musculação é muito eficiente para a hipertrofia, que não é o objetivo central do funcional. Ao contrário do funcional, a musculação consegue trabalhar os grupos musculares isoladamente e com mais especificidade. De acordo com o American College of Sports Medicine (ACSM), a musculação também exerce um impacto direto sobre as atividades da vida diária que exijam um percentual da capacidade muscular para serem executadas. – Um programa feito de duas a cinco vezes por semana gera benefícios no condicionamento físico, aumento da massa magra e diminuição do percentual de gordura, se aliado a uma dieta adequada – afirmou Vinícius Oliveira, coordenador e professor da academia Forum Exere Fitness. Carla Gomes e Igor Christ. Rio de Janeiro. Disponível em: www.globoesporte.globo.com. Acesso em 20 fev. 2017. O confronto entre os dois métodos de trabalho com o corpo mencionados acima permite o reconhecimento de que A) a musculação, ao contrário do treinamento funcional, busca, por meio de elásticos, bolas e molas, a diminuição do percentual de gordura dos praticantes. B) os movimentos naturais do corpo humano são igualmente privilegiados nas duas práticas referidas no texto em questão. C) os dois tipos de atividade buscam, primordialmente, com igual intensidade, propiciar aos praticantes a obtenção de desejáveis níveis de emagrecimento. D) há compatibilidade entre as duas práticas mencionadas, uma vez que seus diferentes objetivos podem ser tidos como complementares. E) seriam pouco significativas as alterações nas finalidades das duas práticas, caso os alteres e anilhas de uma fossem cambiáveis com as bolas e molas da outra. Questão 29 Disponível em: <tecnologia.uol.com.br/album/humor.htm#fotoNav=21>. Na charge acima, publicada no UOL, a combinação dos elementos verbais e não-verbais permite afirmar que: A) a reação do adolescente à ordem do pai traduz-se de forma dócil, solícita, sem reclamações de qualquer espécie, o que caracteriza o adolescente dos anos 90 como mais conectado à tecnologia e tolerante que o adolescente atual. B) os elementos não-verbais indicam haver, nos anos 90, celeridade no processo de acesso à internet, cuja tecnologia já era comparável à dos anos atuais. C) pressupõe-se, pela fala do pai, que o acesso do adolescente à comunicação por meio da internet interferia na comunicação familiar, posto que utilizasse a linha telefônica fixa que também servia à comunicação de toda a família. D) o acesso à internet, nos anos 90, apesar de demandar tempo menor que o atual no acesso aos sites disponibilizados aos usuários dessa tecnologia de comunicação, não tinha o alcance e o impacto social que apresenta hoje. E) os elementos não-verbais representam o processo de abertura de uma página da internet nos anos 90, caracterizando a morosidade desse processo numa época em que a internet estava em seu estágio inicial. Questão 30 Devemos dar apoio emocional específico, trabalhando o sentimento de culpa que as mães têm de infectar o filho. O principal problema que vivenciamos é quanto ao aleitamento materno. Além do sentimento muito forte manifestado pelas gestantes de amamentar seus filhos, existem as cobranças da família, que exige explicações pela recusa em amamentar, sem falar nas companheiras na maternidade que estão amamentando. Esses conflitos constituem nosso maior desafio. Assim, criamos a técnica de mamadeirar. O queé isso? É substituir o seio materno por amor, oferecendo a mamadeira, e não o peito! PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experiências interdisciplinares em Aids: interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado). O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de gestantes e mães soropositivas. Nesse relato, em meio ao drama de mães que não devem amamentar seus recém-nascidos, observa-se um recurso da língua portuguesa, presente no uso da palavra “mamadeirar”, que consiste A) na manifestação do preconceito linguístico. B) na recorrência a um neologismo. C) no registro coloquial da linguagem. D) na expressividade da ambiguidade lexical. E) na contribuição da justaposição na formação de palavras.