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PROFA. PATRÍCIA LIMA Curso Professor Clemilson SEMANA 8 1 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 01 São palavras que expressam ideias coerentes com a situação retratada na tira: A) opressão e intolerância. B) passividade e reação. C) bajulação e ingratidão. D) subserviência e resignação. E) dedicação e desregramento. Questão 02 Reparei desde pequena que os adultos vivem muito em casais. Mesmo que nem sempre sejam óbvios, porque algumas pessoas têm par mas andam avulsas como as solteiras, há casais de mulher com homem, há de homem com homem e outros de mulher com mulher. Há também casais de pássaros, coelhos, elefantes, besouros, pinguins – que são absurdamente fiéis -, quero dizer: há casais de pinguins, e até golfinhos podem ser casais. Tudo por causa do amor. O amor constrói. Gostamos de alguém, mesmo quando estamos parados durante o tempo de dormir, é como fazer prédios ou cozinhar para mesas de mil lugares. Mas amar é um trabalho bom. A minha mãe diz. MÃE. V.H. O paraíso são os outros. São Paulo: Cosac Naify De acordo com a narradora, A) o amor é um sentimento tão fácil que até os animais vivenciam-no. B) todas as pessoas que não têm par andam avulsas. C) o amor é uma incessante construção e dá trabalho. D) os casais humanos são infiéis. E) devemos respeitar os casais homossexuais. Questão 03 A madrasta retalhava um tomate em fatias, assim finas, capaz de envenenara todos. Era possível entrever o arroz branco do outro lado do tomate, tamanha a sua transparência. Com a saudade evaporando pelos olhos, eu insistia em justificar a economia que administrava seus gestos. Afiando a faca no cimento frio da pia, ela cortava o tomate vermelho, sanguíneo, maduro, como se degolasse cada um de nós. Seis. O pai, amparado pela prateleira da cozinha, com o suor desinfetando o ar, tamanho o cheiro do álcool, reparava na fome dos filhos. Enxergava o manejo da faca desafiando o tomate e, por certo, nos pensava devorados pelo vento ou tempestade, segundo decretava a nova mulher. Todos os dias — cotidianamente — havia tomate para o almoço. Eles germinavam em todas as estações. Jabuticaba, manga, laranja, floresciam cada uma em seu tempo. Tomate, não. Ele frutificava, continuamente, sem demandar adubo além do ciúme. Eu desconhecia se era mais importante o tomate ou o ritual de cortá-lo. As fatias delgadas escreviam um ódio e só aqueles que se sentem intrusos ao amor podem tragar. QUEIRÓS, B. C. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac & Naify, 2011. Ao recuperar a memória da infância, o narrador destaca a importância do tomate nos almoços da família e a ação da madrasta ao prepará-lo. A insistência nessa imagem é um procedimento estético que evidencia a A) saudade do menino em relação à sua mãe. B) insegurança do pai diante da fome dos filhos. C) raiva da madrasta pela indiferença do marido. D) resistência das crianças quanto ao carinho da madrasta. E) convivência conflituosa entre o menino e a esposa do pai. 2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 04 TEXTO I PRAZERES, Heitor dos. Morro da Mangueira. [196-], 1 original de arte, óleo sobre tela, 100 cm x 120 cm. Coleção Roberto Marinho. TEXTO II Prontas, João Romão mandou levantar um grosso muro de dez palmos de altura, [...] onde se dependurou uma lanterna de vidraças vermelhas, por cima de uma tabuleta amarela, em que se lia o seguinte, escrito a tinta encarnada e sem ortografia: “Estalagem de São Romão. Alugam-se casinhas e tinas para lavadeiras”. [...] E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre os lustrosos bancos de lavar. E os gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada, cintilavam ao sol, que nem lagos de metal branco. AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. Petrópolis: Vozes, 2016. p. 23-24. Os textos anteriores dialogam porque, mesmo apresentando diferentes suportes, possuem relação temática. Os elementos da imagem se relacionam com o texto literário porque A) fazem uma representação das classes populares do país. B) quebram uma ordem lógica de representação dos fatos. C) correspondem ao mesmo período histórico de criação. D) são representações predominantemente objetivas. E) apresentam elementos escatológicos na descrição. Questão 05 É cada vez mais difícil saber se determinada frase que circula pela internet foi realmente dita por esta ou aquela pessoa, seja ela famosa, ou não. Sem falar nas notícias, que correm a galope nos diversos blogs e sites, sendo muitas vezes "fakes", com informações e imagens manipuladas. Agora mesmo, quem garante que o que você está lendo no seu Facebook, Orkut, Badoo, WhatsApp Messenge, Twitter ou LinkedIn, tem realmente veracidade? Ou, ainda, que a frase creditada àquela pessoa notória é realmente de sua autoria? Sim, o mundo virtual mudou tudo. E será que até o poder que uma notícia tem sobre algo, ou alguém, torna-se imensurável, no que diz respeito a questões como constrangimento e exposição? No ramo corporativo, cada vez mais as empresas têm percebido a real necessidade de ter departamentos para monitorar o que o público comenta a respeito de seu desempenho, seja em termos de atendimentos, produtos, serviços, ou o que o valha. [...] https://www.dci.com.br/colunistas/2.249/direto-da-redac-o-o-perigo-e-a-forca-das- redes-sociais-1.248226 O texto aborda o mundo virtual, questionado, principalmente A) A veracidade das informações veiculadas e a exposição das pessoas. B) A importância das redes sociais na transmissão de informações. C) Os departamentos que monitoram os comentários do público. D) A exposição exagerada das pessoas famosas. E) A qualidade do atendimento das empresas. Questão 06 O incentivo ao consumo do leite em diversas propagandas está associado a uma vida mais saudável, com a prevenção de doenças crônicas, como a osteoporose, e como um alimento essencial para as crianças. No entanto, muitos estudos científicos não corroboram essa afirmação. Alguns não relacionam a ingestão de leite e seus derivados com o equilíbrio de cálcio no organismo. Além disso, ao contrário do que se pensa, outros estudos mostram que países que consumem pouco leite possuem menor incidência de osteoporose e fraturas ósseas. Tudo começou em 2011, quando o departamento de nutrição da Universidade de Harvard nos EUA limitou o consumo de leite e seus derivados na sua nova pirâmide alimentar. A notícia foi como uma “bomba” no campo da nutrição. Uma das causas dessa limitação ao leite seria devido à existência de alguns estudos que correlacionam o consumo do leite com câncer de mama e de próstata. A sugestão de Harvard de consumir leite e seus derivados com moderação parece ser a melhor opção, mas novos e maiores estudos serão fundamentais para avaliar o real impacto do leite na saúde do homem. RENKE, G. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com>. Acesso em: 10 dez. 2017. [Fragmento] Considerando a tipologia textual predominante no texto, o objetivo primário do autor é A) persuadir o leitor da necessidade de se reduzir o consumo de leite e derivados. B) expor a abordagem incorreta de muitas publicidades sobre a ingestão de lactose. C) instruir o leitor sobre o método para se prevenir doenças por meio da alimentação. D) divulgar a pesquisa desenvolvida em Harvard que mudou dietas em todo o mundo. E) descrever efeitos positivos e negativos dos derivados de leite no organismo humano. #noCPCvocêsegarante 3 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 07 Você sabea diferença entre comunicação síncrona e assíncrona? A forma síncrona permite a comunicação entre as pessoas em tempo real, ou seja, o emissor envia uma mensagem para o receptor e este a recebe quase que instantaneamente, como numa conversa por telefone. São exemplos deste tipo de comunicação o chat e a videoconferência. Já a forma assíncrona dispensa a participação simultânea das pessoas, ou seja, o emissor envia uma mensagem ao receptor, o qual poderá ler e responder esta mensagem em outro momento. São exemplos deste tipo de comunicação o correio eletrônico, o fórum e a lista de discussão. Correio eletrônico — o que é e-mail? Correio eletrônico, ou simplesmente e-mail (abreviatura de electronic mail), é uma ferramenta que permite compor, enviar e receber mensagens, textos, figuras e outros arquivos pela internet. É um modo assíncrono de comunicação, ou seja, independe da presença simultânea do remetente e do destinatário da mensagem, sendo muito prático quando a comunicação precisa ser feita entre pessoas que estejam muito distantes, em diferentes fusos horários. BRASIL. MEC/Proinfo. Disponível em: www.eproinfo.mec.gov.br. Acesso em: 17 jan. 2014 (adaptado). O texto evidencia que um dos fatores determinantes para a escolha do e-mail como uma forma de comunicação é o(a) A) presença do interlocutor. B) emergência do contato. C) disponibilidade dos meios de comunicação. D) alcance espaço-temporal da mensagem. E) relação entre os interlocutores. Questão 08 TEXTO I TIÃO: — [...]. Só tem uma coisa... Eu gostaria que tu tivesse tudo, num queria que minha mulhé vivesse em barraco... MARIA: — Sempre vivi em barraco! E vivê com tu é o que interessa... TIÃO: — Eu é que não me ajeito muito no morro. TEXTO II MARIA: — [...] Olha a cidade lá embaixo! TIÃO: — Tu não gostaria de ir pra lá? MARIA: — Hum, hum... não. É fria... Eu gosto do morro. TIÃO: — Muito? MARIA: — Eu gosto do pessoal. Olha o cruzeiro, Tião! Como tá bonito. [...] Os textos anteriores são diferentes trechos extraídos da peça Eles não usam black-tie, de Giafrancesco Guarnieri. A análise dos trechos permite perceber que A) Tião, no texto II, apresenta uma postura ética e moral distinta da demonstrada na passagem anterior. B) Maria, em ambos os textos, demonstra uma paixão pelo espaço do morro e descaso pela pessoa de Tião. C) Maria, nos dois textos, apresenta um comportamento resignado e destoante daquele demonstrado por Tião. D) Maria, no texto II, evita mudar-se para a cidade por conta de problemas relacionados à temperatura e ao clima. E) Tião, no texto II, passou por profundas alterações ideológicas e psicológicas, mudanças que o tornaram mais humilde. Questão 09 Anúncios... anúncios... Quando bati à porta do gabinete de trabalho do meu amigo, ele estava estirado num divã improvisado com tábuas, caixões e um delgado colchão, lendo um jornal. Não levantou os olhos do quotidiano, e disse-me, naturalmente: – Entra. Entrei e sentei-me a uma cadeira de balanço, à espera de que ele acabasse a leitura, para darmos começo a um dedo de palestra. Ele, porém, não tirava os olhos do jornal que lia, com a atenção de quem está estudando coisas transcendentes. Impaciente, tirei um cigarro da algibeira, acendi-o e pus-me a fumá-lo sofregamente. Afinal, perdendo a paciência, fiz abruptamente: – Que diabo tu lês aí, que não me dás nenhuma atenção? – Anúncios, meu caro; anúncios... – É o recurso dos humoristas à cata de assuntos, ler anúncios. – Não sou humorista e, se leio os anúncios, é para estudar a vida e a sociedade. Os anúncios são uma manifestação delas: e às vezes, tão brutalmente as manifestam que a gente fica pasmo com a brutalidade deles. Vê tu os termos deste: “Aluga-se a gente branca, casal sem filhos, ou moço do comércio, um bom quarto de frente por R$60,00 mensais, adiantados, na Rua D., etc., etc.” Penso que nenhum miliardário falaria tão rudemente aos pretendentes a uma qualquer de suas inúmeras casas; entretanto, o modesto proprietário de um cômodo de sessenta mil-réis não tem circunlóquios. – Que concluis daí? – O que todos concluem. Mais vale depender dos grandes e dos poderosos do que dos pequenos que tenham, porventura, uma acidental distinção pessoal. O doutor burro é mais pedante que o doutor inteligente e ilustrado. Lima Barreto. Disponível em: www.biblio.com.br. Nesse fragmento, o interlocutor do personagem narrador A) vale-se de um exemplo para ilustrar sua tese final sobre componentes sociais. B) elege a leitura de anúncios como instrumento exclusivo de autoconhecimento. C) utiliza-se, em sua argumentação, do método dialético de raciocínio. D) expressa seu ponto de vista a partir de um argumento de autoridade. E) usa da ironia para formular sua crítica ao comportamento de certas pessoas. Questão 10 Observando-se a sequência da tirinha, o humor do referido texto consiste na(o) A) não participação masculina das atividades domésticas. B) arrependimento da mulher em ter aceitado a proposta de casamento. C) compreensão da mulher em agora entender que o casamento só se reduz a tarefas rotineiras, sem tempo de lazer. D) implicação de sentido conotativo e denotativo do termo “mão”. E) falta de habilidade feminina, ao lidar com os serviços domésticos. 4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 11 Ensino laico Levar o ensino religioso a escolas federais, estaduais e municipais, mesmo com matrícula facultativa, mostrou-se um erro do constituinte. Não se trata aqui de contestar a importância da fé para indivíduos ou para a sociedade; a questão é que as igrejas nunca precisaram do púlpito escolar para dar publicidade a suas doutrinas. Sendo assim, resta pouco sentido em consumir tempo e recursos escassos da educação do país com algo que outras entidades já fazem com eficiência. A introdução da disciplina no currículo criou a dificuldade de conciliá-la com o princípio da laicidade do Estado, segundo o qual este deve manter posição de neutralidade plena em relação a todos os credos – e também à descrença de parte dos cidadãos. Ora, dado que tanto o ensino religioso quanto a laicidade são mandamentos da Constituição, o modo menos canhestro de harmonizá-los é sacrificando qualquer caráter confessional, isto é, toda associação direta do poder público com esta ou aquela fé. Na impossibilidade de proporcionar aulas associadas a todas as preferências, afigura-se mais adequado abraçar um modelo em que se tenta abordar o fenômeno religioso no que ele tem de universal, explicando o surgimento das principais doutrinas. Às próprias igrejas caberia levar ensinamentos mais dogmáticos a seus fiéis. Espera-se, assim, que a maior parte dos ministros que ainda não votaram o julgamento de ação direta de inconstitucionalidade que contesta o ensino religioso de caráter confessional em escolas públicas acompanhe o relator, para o qual o tratamento da disciplina na rede pública precisa ser necessariamente não confessional, isto é, desvinculado de crenças específicas. (Editorial. Folha de S.Paulo, 20.09.2017. Adaptado) De acordo com o texto, a oferta de ensino religioso nas escolas públicas é um erro da Constituição Brasileira, considerando-se que A) as aulas de diferentes religiões, na ótica da Carta Maior, devem necessariamente ser ministradas com caráter confessional. B) as aulas de religião contrariam a ideia de ensino laico, dificultando a harmonização entre ambos os princípios na realidade escolar. C) o Estado laico prevê que as aulas de religião sejam organizadas segundo crenças dominantes de uma determinada comunidade. D) o poder público está impedido de orientar os sistemas de ensino em relação a qual das religiões deverá ser incorporada ao currículo. E) os recursos financeiros abundantes fazem com que o Estado aplique muito em atividades cujaeficiência em sala de aula pode ser questionável. ► Leia o texto para responder às questões de números 12 e 13. Às 15h de uma segunda-feira, o campinho de futebol sob o viaduto de Vila Esperança está lotado de jovens descalços disputando o clássico Dois Poste contra Santa Cruz. Ninguém tem emprego. Xambito é um deles. Xambito precisa pagar pensão para seu filho de três anos, mas não quer voltar para a “vida errada”, como diz. “Essa vida errada aí, biqueira [ponto de vendas de drogas], tráfico, só tem dois caminhos: cadeia ou morte; não quero nenhum desses dois, quero ver meu filho crescer, botar ele pra jogar bola, pra estudar”, diz Xambito, que anda pela favela com uma caixinha de som tocando o sertanejo Felipe Araújo. Ele está correndo atrás de um “serviço fichado” (registrado). Já foi várias vezes aos pátios das fábricas em Cubatão, mas diz que aparecem dez vagas para 500 pessoas. “Só com ajuda de Deus para ser chamado, é muita gente desempregada.” (http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/) Questão 12 Analisando a fala de Xambito, identificam-se marcas da linguagem informal, como A) “vida errada”, contrapondo-se ao registro formal em “Xambito precisa pagar pensão para seu filho de três anos”. B) “Só com ajuda de Deus para ser chamado”, contrapondo- se ao registro formal em “cadeia ou morte; não quero nenhum desses dois”. C) “botar ele pra jogar bola”, contrapondo-se ao registro formal em “Já foi várias vezes aos pátios das fábricas em Cubatão”. D) “quero ver meu filho crescer”, contrapondo-se ao registro formal em “só tem dois caminhos: cadeia ou morte”. E) “é muita gente desempregada”, contrapondo-se ao registro formal em “Ele está correndo atrás de um ‘serviço fichado’ ”. QUEST Questão 13 ÃO 11 No texto, a função da linguagem predominante é a A) apelativa, considerando-se a intenção de persuadir o público leitor, fazendo-o acreditar que muitas pessoas vivam sem renda. B) referencial, considerando-se a intenção de analisar e expor ao público leitor a condição de vida dos menos favorecidos. C) emotiva, considerando-se a ênfase nas condições de vida conturbadas das pessoas com o fim de comover o público leitor. D) emotiva, considerando-se a descrição de um contexto de vida particular para expor a questão das drogas na sociedade. E) referencial, considerando-se que expõe de forma pouco idealizada a rotina de jovens que preferem o futebol ao trabalho formal. #noCPCvocêsegarante 5 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 14 E se “tipo” não for bandeira de pobreza vocabular, mas marcador sofisticado? Tipo, “tipo” é tipo imbatível na hora de determinar aquilo que mais, tipo, enlouquece pais e professores na linguagem tipo “jovem”, se bem que já tem tipo décadas que as pessoas falam tipo assim. Também é verdade que toda repetição insistente incomoda quando prestamos atenção nela. O que não faz sentido é dizer que as pessoas falam assim por lhes faltarem palavras e ideias – isto é, por serem tapadinhas. Ou afirmar que a palavra é um indeterminador pastoso que revela a dificuldade das novas gerações para declarar algo com firmeza: nada seria exatamente assim, mas sempre “tipo assim”. Vou mais longe. Em vez de tornar o enunciado pastoso, traduzindo insegurança, é como se “tipo” solicitasse a cumplicidade do interlocutor no reconhecimento sofisticado de uma série de padrões sociais de relação entre palavras e coisas. A inteligência de sua função metalinguística merece ser mais estudada. Mas que o pessoal abusa, abusa. RODRIGUES, Sérgio. E se “tipo” não for bandeira de pobreza vocabular, mas marcador sofisticado? Folha de S.Paulo, São Paulo, 19 jan. 2017. Disponível em: <http://www.folha.com.br>. Acesso em: 10 abr. 2017. (adaptado) De acordo com o texto, o marcador “tipo”, muito utilizado pelos jovens em sua fala, possui uma função no discurso que é A) refletir sobre aspectos da própria língua. B) convencer o interlocutor de sua opinião. C) estabelecer contato com o interlocutor. D) enriquecer dramaticamente o discurso. E) confirmar uma informação verificável. Questão 15 A velhice O neto: Vovó, por que não tem dentes? Por que anda rezando só. E treme, como os doentes Quando têm febre, vovó? Por que é branco o seu cabelo? Por que se apóia a um bordão? Vovó, porque, como o gelo, É tão fria a sua mão? Por que é tão triste o seu rosto? Tão trêmula a sua voz? Vovó, qual é seu desgosto? Por que não ri como nós? Olavo Bilac Tomando como base a leitura de três estrofes de “A velhice”, de Olavo Bilac, o emprego recorrente de pontos de interrogação permite concluir que o neto A) pretende encontrar a cura para as moléstias sofridas pela avó. B) não entende a razão de a avó sofrer tanto com doenças. C) tem dificuldade de aceitar o envelhecimento da avó. D) considera inútil a avó rezar, já que ela não melhora. E) deseja eliminar as doenças e a tristeza da avó. Questão 16 Disponível em: <http://www.casaronald.org.br>. Acesso em: 25 maio 2017. Na campanha publicitária divulgada por uma rede de fast-food, os recursos argumentativos visuais e verbais objetivam, principalmente, A) informar sobre a dependência de pessoas a tratamentos químicos diversos e custosos. B) fazer com que sejam mais constantes o apoio e as doações à instituição beneficente. C) sensibilizar os cidadãos a entenderem o funcionamento de campanhas contra o câncer. D) comover o público do restaurante para que compreendam as consequências da doença. E) quantificar pessoas e empresas que ajudam causas nobres como o combate ao câncer. Questão 17 O jogo do aprendizado O governo da Irlanda do Norte parece ter encontrado uma boa solução para prender a atenção dos alunos durante as aulas. O departamento regional de cultura, artes e lazer decidiu comprar e distribuir um jogo de blocos eletrônico para mais de 200 escolas e 30 bibliotecas do país, segundo o jornal The Guardian. O jogo permite aos participantes explorar um vasto terreno composto de blocos, com possibilidade de adaptar o ambiente do jeito que preferirem, de modo a criar e destruir vários tipos de estruturas tridimensionalmente. A flexibilidade do jogo foi elogiada por pais de crianças autistas, que encontraram nele um espaço no qual podiam se exprimir em segurança, progredindo em meses o que tinham levado anos para conseguir em sessões de terapia. Uma prova de que videogames podem ensinar e trazer diversão para um público bem abrangente, diferentemente do estigma de “vício” com o que são normalmente associados. MENDONÇA, F. M. Carta Capital, abr. 2015 (adaptado). Ao relacionar tecnologia e educação e evidenciar uma mudança de paradigma por meio dessa relação, o texto indica que o investimento em jogos tem o objetivo de A) proporcionar meios eficazes de conhecimento. B) tornar os jogos de videogame mais fáceis. C) assegurar um novo público para os games. D) promover a integração de alunos autistas. E) retirar o rótulo negativo dos games. 6 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 18 Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. DUVIVIER, Gregório. Abraço caudaloso.Folha de S. Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 9 maio 2017. (adaptado) De acordo com a crônica de Gregório Duvivier, as palavras A) ratificam a matiz de previsibilidade da linguagem não verbal. B) apresentam-se separadas de seus aspectos semânticos. C) manifestam o caráter heterogêneo da língua e da comunicação. D) revelam um tom humorístico quando estão cercadas por preposições. E) desestabilizam os contextos formais de comunicação quando se encontram sozinhas. Questão 19 Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele se ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredita não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA. Manuel Bandeira É sabido que, em um mesmo texto, pode-se identificar mais de uma das seis funções de linguagem que se vinculam aos elementos da comunicação. Em muitos casos, porém, a despeito dessa diversidade de funções, é possível perceber a preponderância de uma função sobre as demais eventualmente detectáveis. No caso do poema acima, identifica-se como predominante a função A) emotiva, uma vez que se percebe, nas entrelinhas, um eu lírico expressando seus sentimentos em relação à personagem feminina. B) referencial, porque o objetivo do eu lírico é prestar informações que permitam à personagem feminina reagir ao processo de sedução. C) metalinguística, pela caracterização da postura do sujeito “sentimental” como “lágrima de cinema”, “tapeação”. D) apelativa, pelo fato de a mensagem estar centrada no receptor (no caso, “Teresa”), a quem o poeta se dirige com aconselhamentos. E) fática, já que o poeta pretende provocar ruídos na comunicação eventualmente estabelecida entre um possível sedutor e Teresa. 2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 20 Disponível em:<tecnologia.uol.com.br/álbum/humor.htm#fotoNavc=33>. O avanço da tecnologia de informação otimizou o processo comunicativo, propiciou o surgimento das redes sociais e o hábito de as pessoas postarem mensagens relacionadas aos mais diversos assuntos na internet. Considerando essa realidade tecnológica e social e o trabalho do humorista Rafael Salimena, depreende-se que: A) assim como no processo comunicativo, a evolução tecnológica proporcionou igual avanço das relações interpessoais, tornando-as mais maduras, amorosas e plenas. B) no atual estágio de desenvolvimento da tecnologia de informação, as mensagens podem ser postadas instantaneamente nas redes sociais por meio de celulares e nem sempre são condizentes com a realidade. C) a mensagem do penúltimo quadrinho confirma o que os elementos verbais e não verbais dos demais quadrinhos revelam. D) a necessidade de postar mensagens sinceras acerca de sua vida pessoal nas redes sociais revela o quanto as pessoas dão pouco valor às aparências nessas redes. E) a mensagem enviada pela personagem revela um fato de interesse coletivo que se relaciona ao conhecimento produzido pela sociedade e ao seu desenvolvimento. Questão 21 Outra professora quase destruiu para sempre qualquer pretensão minha à originalidade literária. Era para fazer uma redação em aula sobre a ociosidade, e eu não tinha a menor ideia do que era ociosidade. Se a palavra fora mencionada em sala tinha certamente sido num dos meus períodos de devaneio, em que o corpo ficava ali, mas a mente ia passear. E então, me achando formidável, fiz uma redação inteira sobre um aluno que precisa fazer uma redação sobre a ociosidade sem saber o que é isso, sua agonia e finalmente sua decisão de fazer uma redação sobre um aluno que precisa fazer uma redação sobre a ociosidade, etc. A professora chamou a atenção de toda a classe para a minha redação. Eu era um exemplo de quem acha que com esperteza pode-se deixar de estudar e por isto estava ganhando um zero exemplar. Só me faltou chamar de original do pau oco. Enfim, sobrevivi. No ginásio, todos os professores eram homens, mas não me lembro de nenhuma marca que algum deles tenha deixado. As relações com as nossas pseudomães, no primário, eram muito mais profundas. (Luís Fernando Veríssimo. Santinho. Em: O nariz & outras crônicas. Adaptado) Na crônica, o narrador relata que sua professora quase destruiu a pretensão dele à originalidade literária porque ela A) ponderou que o aluno, mostrando-se preguiçoso, não teria capacidade de fazer uma redação que tratasse criticamente o tema da preguiça. B) acreditou que o aluno realmente desconhecesse que ociosidade é um conceito relativo à ideia de vadiagem, por isso deu-lhe um zero pela ignorância. C) condenava os momentos de devaneio do aluno, quando ele buscava soluções criativas para suas tarefas, como a redação sobre a ideia de inatividade. D) entendeu que o aluno deixava de prestar atenção aos seus ensinamentos, o que se mostrou ofensivo quando ele revelou o desconhecimento de ociosidade. E) considerou que tinha sido desonesta a atitude do aluno, tematizando na redação a ideia de inércia como estratégia para se sair bem na atividade proposta. 2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 22 O comportamento do público, em geral, parece indicar o seguinte: o texto da peça de teatro não basta em si mesmo, não é uma obra de arte completa, pois ele só se realiza plenamente quando levado ao palco. Para quem pensa assim, ler um texto dramático equivale a comer a massa do bolo antes de ele ir para o forno. Mas ele só fica pronto mesmo depois que os atores deram vida àquelas emoções; que cenógrafos compuseram os espaços, refletindo externamente os conflitos internos dos envolvidos; que os figurinistas vestiram os corpos sofredores em movimento. LACERDA, R. Leitores. Metáfora, n. 7, abr. 2012. Em um texto argumentativo, podem-se encontrar diferentes estratégias para guiar o leitor por um raciocínio e chegar a determinada conclusão. Para defender sua ideia a favor da incompletude do texto dramático fora do palco, o autor usa como estratégia argumentativa a A) comoção. B) analogia. C) identificação. D) contextualização. E) enumeração. Questão 23 Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca e engolem tudo. Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes. Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações. — Minhas senhoras, Seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça. Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando direito. Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz. Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas de João Nogueira. Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem mil réis. RAMOS, G. São Bernardo. Rio deJaneiro: Record, 1990. O trecho, de São Bernardo, apresenta um relato de Paulo Honório, narrador-personagem, sobre a expansão de suas terras. De acordo com esse relato, o processo de prosperidade que o beneficiou evidencia que ele A) revela-se um empreendedor capitalista pragmático que busca o êxito em suas realizações a qualquer custo, ignorando princípios éticos e valores humanitários. B) procura adequar sua atividade produtiva e função de empresário às regras do Estado democrático de direito, ajustando o interesse pessoal ao bem da sociedade. C) relata aos seus interlocutores fatos que lhe ocorreram em um passado distante, e enumera ações que põem em evidência as suas muitas virtudes de homem do campo. D) demonstra ser um homem honrado, patriota e audacioso, atributos ressaltados pela realização de ações que se ajustam ao princípio de que os fins justificam os meios. E) amplia o seu patrimônio graças ao esforço pessoal, contando com a sorte e a capacidade de iniciativa, sendo um exemplo de empreendedor com responsabilidade social. Questão 24 Tatame [...] Tô querendo te conhecer, Te vi na balada, lá nos cafundó Tô querendo mais, e você? Vai querer? Tua tattoo Teu olho azul Tua atitude Num jeito todo zen BIANCHINI, Leo; TETÉ, Ricardo. Tatame. Intérprete: 5 a seco. In: 5 A SECO. Ao vivo no Auditório Ibirapuera. São Paulo: Tratore, p2012. 1 CD. Faixa 12. O eu lírico da letra da canção dirige-se ao interlocutor de uma maneira A) informal, porque exemplifica as diferenças regionais no enunciado. B) formal, pois apresenta diferenças constituídas de forma histórica. C) formal, pois utiliza um jargão próprio de certo grupo de pessoas. D) coloquial, pois a situação comunicativa caracterizada é informal. E) coloquial, porque apresenta a criação de termos e expressões estrangeiras. Questão 25 Alguma coisa no ar – um som, um cheiro, uma carta anunciava a chegada de tio Zózimo. O menino desconfiava farejando, tinha os ouvidos muito abertos, os olhos muito agudos, as narinas pegavam um cheirinho diferente no ar, a pele mesmo sentia os sinais de que ele estava para chegar. Deve ser assim que aparelhos de precisão apontam a proximidade de um ciclone, antes mesmo dele chegar já lhe dão um nome. DOURADO, Autran. O risco do bordado Considerando a leitura do texto, em qual dos fragmentos a seguir o verbo “dever” foi empregado com o mesmo sentido da obra de Autran Dourado A) Você deve muito dinheiro? B) Contenta-se com a renda mofina do jornal e deve os cabelos da cabeça. C) Essa coisa de chamar a decrepitude de “melhor idade” deve ter sido invenção dela. D) Diga ao camarada Luiz Carlos para não esquecer que a Revolução para surtir efeito e se consolidar deve ser sangrenta E) Eu sempre falo que a gente deve ser enérgico, nunca desanimar, que se entregar é covardia, porém quando a coisa desanda mesmo não tendo vontade, não tem paciência que faça desgraça parar. #noCPCvocêsegarante 3 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 26 Dicas para brincar com segurança em parquinhos Que criança não ama um parquinho? Mas, para que nenhum perigo estrague o fim de semana e a alegria de vocês, é preciso ter alguns cuidados. Confira: 1) Converse Seja qual for a idade da criança, fale sobre os riscos, como correr na frente ou atrás do balanço. Isso ajuda a prevenir acidentes. 2) Respeite a faixa etária indicada Procure pela placa que indica a faixa etária permitida. Caso não a encontre, veja se há crianças de idades muito diferentes, pois cada uma tem um ritmo. 3) Observe o tipo de piso do lugar O ideal é que o chão seja coberto de materiais que amorteçam quedas de até 3 metros, como borracha, cascas de madeira, cascalho fino ou areia. 4) Prefira roupas confortáveis e adequadas Cachecol, capuz e correntinha no pescoço devem ser retirados, pois podem enganchar em algum brinquedo e sufocar a criança. 5) Preste atenção à qualidade dos brinquedos Ao comprar itens para um playground em casa, escolha os que têm selo do Inmetro. 6) Balanço Para crianças de até 3 anos, o ideal é que o assento tenha encosto e proteção de segurança na frente. Nunca deixe uma criança, de qualquer idade, empurrar outra no balanço. O melhor é que nenhuma possa correr por ali, especialmente na parte de trás. 7) Escorregador Verifique o estado dos brinquedos, que não podem estar quebrados, descascados ou ter pregos aparentes. Os de ferro não devem estar enferrujados ou corroídos. Em todos, a escada precisa de corrimão e a criança não deve subir pela prancha. Fontes: Alessandra Françoia, Conselheira de Prevenção de Lesões na ONG Criança Segura, da Nova Zelândia; Ana Maria Escobar, pediatra e colunista da CRESCER; Melina Blanco Amarins, psicóloga e psicopedagoga do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). A fim de provocar no leitor alguma mudança de comportamento, é comum a utilização de verbos no modo imperativo, característica do texto instrutivo. No texto, depreende-se que o intuito é A) sugerir comportamentos ao leitor a fim de que o mesmo sinta-se à vontade para seguir as regras ou não. B) inibir ações imprudentes de crianças, porque as consequências retratadas podem gerar multas aos pais. C) coagir os pais a respeitarem as regras com a finalidade de diminuir os incidentes em parques. D) transmitir informações que podem dirimir os acidentes em parquinhos. E) ensinar às crianças a forma correta de usar brinquedos em parquinhos. Questão 27 Suporte Disponível em: https://adrianoloyola.wordpress.com. Acesso em: 28 mar. 2018. A partir dos conhecimentos a respeito de uma alimentação saudável e do que é dieta sob o ponto de vista da Educação Física, conclui-se que A) para ter sucesso na reeducação alimentar, basta guiar-se pela pirâmide alimentar presentes nas revistas especializadas. B) fazer um a reeducação alimentar significa deixar de ingerir alguns tipos de alimentos, tais como os que contêm açúcares e gorduras. C) as dietas que prometem resultados imediatos geralmente são balanceadas e conseguem suprir as necessidades energéticas dos indivíduos. D) a reeducação alimentar pressupõe a manutenção de hábitos alimentares saudáveis, com uma dieta diversificada que contenha todos os grupos alimentares essenciais. E) na busca pela redução do peso corporal, qualquer pessoa pode adotar as dietas presentes em revistas quando estas são descritas por especialistas da área de saúde. Questão 28 De Ulisses ela aprendera a ter coragem de ter fé – muita coragem, fé em quê? Na própria fé, que a fé pode ser um grande susto, pode significar cair no abismo, Lóri tinha medo de cair no abismo e segurava-se numa das mãos de Ulisses enquanto a outra mão de Ulisses empurrava-a para o abismo – em breve ela teria que soltar a mão menos forte do que a que a empurrava, e cair, a vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre. A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano. LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 32. O excerto do romance de Clarice Lispector mostra o narrador refletindo até chegar a uma assertiva sobre a natureza do ser humano. Em relação ao contexto do trecho, tornar-se humano significa A) entrar em um relacionamento amoroso estável. B) aprender a ter fé e coragem nas outras pessoas. C) desvencilhar-se e enfrentar as dificuldades da vida. D) abandonar a emoção e se tornar puramente racional. E) manter a sensação de medo como forma de se proteger. http://revistacrescer.globo.com/busca/click?q=assento&p=7&r=1522871627001&u=http%3A%2F%2Frevistacrescer.globo.com%2FDiversao%2FTurismo%2Fnoticia%2F2018%2F01%2F6-dicas-para-quem-viaja-com-crianca-no-carro.html&t=informacional&d=false&f=false&ss=&o=&cat=&key=33240f2e788fae0c8bc84c57292efb6a http://revistacrescer.globo.com/busca/click?q=assento&p=7&r=1522871627001&u=http%3A%2F%2Frevistacrescer.globo.com%2FDiversao%2FTurismo%2Fnoticia%2F2018%2F01%2F6-dicas-para-quem-viaja-com-crianca-no-carro.html&t=informacional&d=false&f=false&ss=&o=&cat=&key=33240f2e788fae0c8bc84c57292efb6ahttp://revistacrescer.globo.com/busca/click?q=seguran%C3%A7a&p=9&r=1522871657781&u=http%3A%2F%2Frevistacrescer.globo.com%2FOs-primeiros-1000-dias-do-seu-filho%2Fnoticia%2F2016%2F01%2Fseguranca-no-parquinho.html&t=informacional&d=false&f=false&ss=&o=&cat=&key=9c33c3463c211751e22e73b56ac228fb https://adrianoloyola.wordpress.com/ 4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS #noCPCvocêsegarante Questão 29 Disponível em: www.prefeitura.sp.gov.br. A decodificação dos elementos verbais e não verbais presentes na peça publicitária acima permite que se construa a seguinte frase, adequada aos objetivos de comunicação do texto: A) Se você estiver resfriado e sentir desânimo, dor de cabeça, no corpo ou nos olhos, provavelmente estará com dengue. B) Os sintomas do resfriado são muito semelhantes ao da dengue; por isso, os efeitos são os mesmos. C) Não estando resfriado, se você sentir dores pelo corpo, dor de cabeça, dor nos olhos, febre acima de 38° e desânimo, há a possibilidade de estar com dengue. D) Excluída a hipótese do resfriado, seguramente você terá contraído a dengue se sentir dor de cabeça, dor nos olhos e no corpo, desânimo e febre acima de 38º. E) Dor de cabeça? Dor no corpo e nos olhos? Desânimo? Febre acima de 38°? É dengue ! Questão 30 ● O texto a seguir é parte de uma entrevista realizada com o médico psiquiatra Flávio Gikovate, que acaba de lançar seu 26º livro, Uma História de Amor... com Final Feliz. Entrevistador - O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida? Gikovate - Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação. Entrevistador - Ficar sozinho é melhor, então? Gikovate - Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes, que "é impossível ser feliz sozinho". Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos. Entrevistador - Por que os casamentos acabam não dando certo? Gikovate - Quase todos os casamentos hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante. Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo segundo. Disponível em: http://veja.abril.com.br/entrevistas/flavio_gikovate.shtml (fragmento adaptado). A partir da análise das estratégias argumentativas empregadas no texto anterior, verifica-se que A) o entrevistado emprega estratégias argumentativas de autoridade, citando personalidades, como Vinicius de Moraes, a fim de corroborar seu ponto de vista. B) essas estratégias são utilizadas com o objetivo de comover o público-alvo, mostrando ao leitor que, entre sete e dez anos, a maioria dos relacionamentos tem um desfecho infeliz: a separação. C) ao afirmar "Quase todos os casamentos hoje são assim", o psiquiatra faz uso de estratégia de intimidação para levar o leitor a aceitar seu ponto de vista em relação aos relacionamentos atuais. D) o seu produtor vale-se de exemplos empíricos para conceder credibilidade a seus argumentos e convencer o seu público-alvo de que a vida conjugal não atende às necessidades da maior parte dos indivíduos. E) o psiquiatra parte de considerações gerais sobre a vida conjugal para, ao longo de sua argumentação, analisar casos particulares em que o casamento permanece sendo uma estrutura pouco funcional e de baixo retorno emocional.