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MÓD 2_UA4 TEORIA DOS JOGO REGULAÇÃO E DEFESA DA CONCORRÊNCIA

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TEORIA DOS JOGOS
 REGULAÇÃO E DEFESA 
DA CONCORRÊNCIA
GESTÃO PÚBLICA
Unidade de aprendizagem N° 02
Prof. Ramon Oliveira
E-BOOK
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A DISTRIBUIÇÃO, E A COMERCIALIZAÇÃO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL.
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UA4 - TEORIA DOS JOGOS. REGULAÇÃO E DEFESA DA 
CONCORRÊNCIA
1. TEORIA DOS JOGOS.
A teoria dos jogos é um ramo da matemática aplicada e da economia que estuda o compor-
tamento estratégico e a tomada de decisões em situações onde o resultado de uma ação depende 
das escolhas feitas por outros indivíduos ou agentes. Ela oferece um conjunto de ferramentas ana-
líticas para analisar e prever interações estratégicas entre diferentes tomadores de decisão.
O termo "jogos" aqui não se refere a jogos de tabuleiro ou esportes, mas sim a um conceito 
matemático abstrato que descreve situações em que os participantes tomam decisões em busca de 
seus objetivos, levando em consideração as ações dos demais.
A teoria dos jogos lida com cenários onde existem competições ou cooperações entre agentes 
que possuem interesses próprios e, muitas vezes, conflitantes. Alguns conceitos importantes da 
teoria dos jogos incluem:
1. Jogadores: Os tomadores de decisão ou participantes do jogo, que podem ser indi-
víduos, empresas, países, ou qualquer entidade que possa fazer escolhas estratégicas.
2. Estratégias: As opções disponíveis para cada jogador em uma situação específica. 
Cada jogador escolhe uma estratégia que busca maximizar seus próprios interesses.
3. Pagamentos ou utilidades: As consequências ou resultados de cada combinação 
de estratégias escolhidas pelos jogadores. Os pagamentos representam os ganhos ou perdas as-
sociados a cada decisão tomada.
4. Equilíbrio de Nash: Um conceito fundamental na teoria dos jogos, que se refere a 
uma situação em que nenhum jogador pode melhorar sua posição individualmente, dado o que os 
outros estão fazendo. É uma espécie de estabilidade no jogo.
A teoria dos jogos tem inúmeras aplicações em diversas áreas, como economia, ciências so-
ciais, política, biologia, psicologia e até inteligência artificial. Ela ajuda a entender o comportamento 
humano em situações de competição e cooperação, auxiliando na tomada de decisões estratégicas 
e na formulação de políticas eficientes.
Alguns exemplos clássicos de jogos estudados pela teoria dos jogos incluem o Dilema do Pri-
sioneiro, o Jogo do Ultimato, os Jogos de Leilão, entre outros. Esses jogos abstratos e suas análises 
permitem entender melhor os incentivos, conflitos e resultados das interações entre os tomadores 
de decisão em situações do mundo real.
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A teoria dos jogos, apesar de ser uma ferramenta poderosa para analisar interações estratégi-
cas e tomadas de decisão, também enfrenta algumas críticas e limitações. Algumas das principais 
críticas são as seguintes:
1. Pressupostos simplificados: Muitos modelos da teoria dos jogos assumem racio-
nalidade completa dos jogadores, ou seja, que cada jogador é capaz de considerar todas as infor-
mações disponíveis e tomar decisões que maximizem seus interesses de forma consistente. Na 
realidade, os seres humanos nem sempre agem de maneira completamente racional e podem tomar 
decisões influenciadas por emoções, heurísticas e limitações cognitivas.
2. Falta de consideração de aspectos culturais e psicológicos: A teoria dos jogos 
muitas vezes não leva em conta as diferenças culturais e psicológicas que podem afetar o com-
portamento dos jogadores. Fatores como normas sociais, confiança e cooperação podem desem-
penhar um papel importante em interações estratégicas, mas são frequentemente simplificados ou 
negligenciados nos modelos da teoria dos jogos.
3. Equilíbrios não realistas: Alguns modelos de equilíbrio de Nash, como o Equilíbrio 
de Nash perfeito em subjogos, podem levar a resultados que não correspondem à realidade, pois 
nem sempre representam situações realistas em que os jogadores seguem estritamente suas es-
tratégias.
4. Jogos repetitivos e aprendizado: A teoria dos jogos nem sempre lida bem com jo-
gos repetitivos e a capacidade dos jogadores de aprenderem com as experiências passadas. Em 
situações em que os jogadores podem adaptar suas estratégias com base em jogos anteriores, as 
previsões da teoria dos jogos podem ser menos precisas.
5. Falta de cooperação: Em alguns jogos, a teoria dos jogos pode levar a resultados que 
não incentivam a cooperação entre os jogadores, mesmo quando a cooperação poderia ser mutua-
mente benéfica. Isso pode levar a subotimizações em alguns cenários.
Apesar dessas críticas, a teoria dos jogos continua sendo uma ferramenta importante para a 
análise de interações estratégicas em várias áreas do conhecimento. Ao reconhecer suas limitações 
e integrar outras abordagens, como a teoria comportamental e a economia experimental, é possível 
obter uma compreensão mais completa e realista das complexas dinâmicas das decisões humanas 
em contextos de competição e cooperação.
2. REGULAÇÃO E DEFESA DA CONCORRÊNCIA
A Regulação e Defesa da Concorrência são duas áreas importantes da política econômica que 
visam garantir o bom funcionamento dos mercados e proteger os interesses dos consumidores e 
texto comum comum bold itálico
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das empresas.
1. Regulação Econômica: A regulação econômica refere-se ao conjunto de regras e normas 
impostas pelo governo ou por órgãos reguladores para supervisionar e controlar certos setores ou 
indústrias da economia. O objetivo da regulação é assegurar que os serviços essenciais, como ener-
gia elétrica, água, telecomunicações, transporte, entre outros, sejam fornecidos de forma eficien-
te, segura e a preços razoáveis. A regulação econômica busca evitar abusos de poder de mercado, 
práticas monopolísticas e falhas de mercado que possam prejudicar os consumidores ou restringir 
a concorrência.
2. Defesa da Concorrência (ou Antitruste): A defesa da concorrência é um conjunto de po-
líticas e leis que têm o objetivo de promover e preservar a concorrência em mercados, impedindo 
práticas anticompetitivas e concentração excessiva de poder econômico. As leis antitruste visam pre-
venir a formação de monopólios ou oligopólios, bem como combater acordos entre empresas que 
possam restringir a competição ou abusar do poder de mercado. A defesa da concorrência busca 
garantir que os mercados permaneçam abertos, competitivos e que as empresas não prejudiquem 
os consumidores ou concorrentes de forma injusta.
Essas duas áreas, regulação e defesa da concorrência, têm papéis complementares na pro-
moção de uma economia saudável e eficiente. Enquanto a regulação se concentra em setores es-
pecíficos para garantir a prestação adequada de serviços essenciais, a defesa da concorrência atua 
em todo o sistema econômico, zelando pela concorrência justa e equilibrada em benefício dos con-
sumidores e da sociedade como um todo.
As políticas de regulação e defesa da concorrência são fundamentais para promover o cresci-
mento econômico, a inovação e o bem-estar geral, evitando abusos de poder, promovendo a efici-
ência e permitindo que os consumidores tenham acesso a produtos e serviços de qualidade a pre-
ços competitivos. É responsabilidade dos governos e órgãos reguladores garantir a implementação 
adequada dessas políticas para proteger a livre concorrência e prevenir práticas prejudiciais ao mer-
cado e aos consumidores.
Apesar de serem ferramentas importantes para garantir o bom funcionamento dos mercados e 
proteger os interesses dos consumidores e empresas, a regulação e a defesa da concorrência tam-
bém enfrentam algumas críticas e desafios. Algumas das principais críticas incluem:
1. Custos e burocracia: A implementação e manutenção dos mecanismos de regulação 
e defesa da concorrência podem ser caras e envolver muita burocracia governamental. Isso pode 
gerar ineficiênciase, em alguns casos, aumentar os custos para as empresas, o que pode acabar 
sendo repassado aos consumidores em forma de preços mais altos.
2. Captura regulatória: Existe o risco de que as agências reguladoras ou órgãos de 
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defesa da concorrência sejam influenciados por interesses políticos ou corporativos, levando a uma 
"captura regulatória". Isso pode comprometer a independência e imparcialidade dessas instituições, 
prejudicando a eficácia da regulação e permitindo práticas anticompetitivas.
3. Complexidade e mudança tecnológica: Em um ambiente de rápida mudança tecno-
lógica e inovação, pode ser difícil para as regulamentações e leis de defesa da concorrência acom-
panharem e se adaptarem adequadamente às novas realidades do mercado. Novos modelos de ne-
gócios e tecnologias disruptivas podem desafiar a aplicação efetiva das leis existentes.
4. Impactos imprevistos: Algumas regulamentações ou decisões de defesa da concor-
rência podem ter efeitos imprevistos e indesejados no mercado, afetando a competitividade e a efi-
ciência de determinados setores. É importante realizar análises cuidadosas de impacto para minimi-
zar possíveis consequências indesejadas.
5. Concentração de poder regulatório: Em alguns casos, a regulação e a defesa da con-
corrência podem levar à concentração de poder regulatório nas mãos de poucos órgãos ou agências, 
o que pode limitar a diversidade de opiniões e perspectivas na tomada de decisões.
Apesar dessas críticas, é importante ressaltar que a regulação e a defesa da concorrência são 
ferramentas essenciais para promover a concorrência justa e equilibrada, proteger os direitos dos 
consumidores e garantir a eficiência e inovação nos mercados. O desafio está em buscar um equi-
líbrio adequado entre a necessidade de regulamentação e a preservação de um ambiente dinâmico 
e competitivo que permita o crescimento econômico e o bem-estar da sociedade. Aprimorar cons-
tantemente as políticas e mecanismos de regulação e defesa da concorrência é uma tarefa contínua 
para enfrentar os desafios da economia moderna.
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1) O SBDC – Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência é formado pelo Conselho Ad-
ministrativo de Defesa Econômica − CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do 
Ministério da Fazenda. O CADE por sua vez é constituído pelos seguintes órgãos: Tribunal Adminis-
trativo de Defesa Econômica; Superintendência-Geral; e Departamento de Estudos Econômicos. O 
Tribunal Administrativo de Defesa Econômica tem como membros um Presidente e
A) três Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 anos de idade, de notório 
saber jurídico ou econômico e reputação ilibada com mandato de quatro anos, não coincidentes, 
vedada a recondução.
B) seis Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com mais de 30 anos de idade, de notório 
saber jurídico ou econômico e reputação ilibada com mandato de quatro anos, não coincidentes, 
vedada a recondução.
C) seis Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 anos de idade, de notório 
saber jurídico ou econômico e reputação ilibada com mandato de três anos, não coincidentes, per-
mitida a recondução.
D) três Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com mais de 30 anos de idade, de notório 
saber jurídico ou econômico e reputação ilibada com mandato de três anos, não coincidentes, per-
mitida a recondução.
E) cinco Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 anos de idade, de notório 
saber jurídico ou econômico e reputação ilibada com mandato de dois anos, não coincidentes, per-
mitida a recondução.
Gabarito: B
2) No que se refere à defesa da concorrência, assinale a opção correta.
A) A Lei de Proteção à Concorrência considera infração da ordem econômica quaisquer atos 
que impliquem as consequências econômicas que ela enumera, tratando-se, nesse caso, de hipó-
tese de tipificação fechada.
B) Segundo importante precedente do STJ, a competência para julgar aquisições e fusões 
Na prática
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bancárias é do CADE, afastando do BCB a competência nessa matéria.
C) Uma decisão do plenário do Tribunal Administrativo de Defesa Econômica do CADE pela 
aplicação de multa ou pela imposição de obrigação de fazer ou não fazer constitui título executivo 
judicial.
D) A aplicação da denominada “regra da razão” permite avaliar, em tese, se a conduta pratica-
da implica ou não violação das normas concorrenciais, ou seja, se causa ou não dano a mercado 
relevante.
E) O CADE, autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça, é entidade judicante com 
jurisdição em todo o território nacional.
Gabarito: E
3) Sobre a teoria dos jogos, considere as afirmativas a seguir. 
Varian, H. R. Microeconomia: uma abordagem moderna. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016 
(adaptado). 
I - O equilíbrio de Cournot acontece quando uma empresa maximiza seus lucros independen-
temente do comportamento de outra empresa. 
II - Há um equilíbrio de estratégias dominantes quando cada jogador faz o melhor que pode, 
independentemente do comportamento de outros jogadores. 
III - O equilíbrio de Nash em estratégias mistas acontece quando cada jogador opta por uma 
frequência ótima para projetar as suas estratégias, considerando as frequências das escolhas do 
outro jogador. 
Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. 
A) Todas estão corretas. 
B) I e II apenas.
C) I e III apenas.
D) I apenas.
E) II e III apenas.
Gabarito: E
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4) Ter a capacidade de compreender o que pode acontecer quando atores econômicos intera-
gem estrategicamente, como ocorre nos mercados oligopolistas, é o propósito da teoria:
A) Dos custos crescentes.
B) Do consumidor.
C) Da produção.
D) Dos jogos.
E) Do ganho marginal.
Gabarito: D

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