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Geologia Geral Rochas e minerais são estruturas sólidas que compõem a litosfera terrestre. Diferenciar essas duas formas é extremamente importante para as Ciências da Terra. É comum haver confusão por parte de muitas pessoas sobre a diferença entre rochas e minerais. Muitos acreditam ser a mesma coisa, outros até sabem que são diferentes, mas não conseguem definir o que torna um objeto distinto do outro. Por esse motivo, é necessário conhecer os seus respectivos conceitos sob o ponto de vista das Ciências da Terra. Uma rocha – na literatura especializada nunca se utiliza o termo “pedra” – corresponde a um agregado de minerais. Portanto, os minerais são apenas composições que estruturam as rochas. Um exemplo é o granito, em que uma de suas variações apresenta uma composição de quartzo, mica e feldspato. Já os minerais são compostos químicos quase sempre inorgânicos e presentes na forma sólida. Costumam ser homogêneos e subclassificados conforme suas diferentes propriedades, tais como textura, dureza, opacidade, brilho, cor, entre outras. Existem rochas que são formadas por um único tipo de mineral. Essas nada mais são do que um mineral agrupado em grande quantidade, como é caso do quartzito, que é formado apenas por quartzo. As rochas são classificadas em três diferentes tipos, que variam conforme a sua gênese: sedimentares, ígneas e metamórficas. As sedimentares formam-se a partir da cimentação ou junção sob alta pressão de restos de rochas preexistentes (sedimentos); as ígneas surgem a partir da solidificação do magma tanto na superfície (extrusivas) quanto no interior da Terra (intrusivas); e as rochas metamórficas surgem do metamorfismo de outras rochas anteriormente existentes, em que essas se modificam sem antes se transformarem em magma ou sedimentos. Os três tipos de rocha existentes são as: rochas magmáticas, rochas sedimentares e rochas metamórficas. Lembre-se que rocha é um agregado natural formado por um ou mais minerais. Seu processo de formação é contínuo e as primeiras rochas surgiram após a formação e resfriamento da Terra. Ao longo da história geológica da Terra, as rochas se formam e se modificam constantemente. Rochas antigas são transformadas em rochas novas. Enquanto isso, novas rochas são criadas pelo derramamento de magma. É o chamado "ciclo das rochas". Na Era Primitiva ou Pré-Cambriana a Terra devia ser uma só massa incandescente, com temperaturas elevadíssimas, sem existência de matéria sólida. Os minerais eram uma massa pastosa, semelhante ao magma. Quando a Terra começou o processo de esfriamento, muitos minerais se solidificaram e formaram as primeiras rochas do planeta - as rochas magmáticas. Os gases e vapores que escaparam do resfriamento dos minerais deram origem à camada de ar que envolve a Terra: a atmosfera. Com a formação das chuvas, dos rios e oceanos, agindo como agentes de erosão, foram se formando novas formas de relevo. Os detritos (sedimentos) resultados das erosões das rochas primitivas foram sendo depositados, camadas por camadas, nas depressões, dando origem às rochas sedimentares. Submetidas às condições de temperatura e pressão, as rochas magmáticas e sedimentares deram origem às rochas metamórficas. A rochas magmáticas, também chamadas de ígneas, são formadas pelo resfriamento e solidificação do magma pastoso. O magma que existe no interior da terra é expelido pelas erupções vulcânicas. A solidificação do magma ocorre de duas maneiras: na superfície e no interior da Terra. O magma que chega à superfície e sofre rápido resfriamento permite que se formem pequenos cristais na sua composição, não visíveis a olho nu. Recebem o nome de rochas magmáticas vulcânicas ou extrusivas. O resfriamento no interior da terra forma as rochas magmáticas plutônicas ou intrusivas. Nesse caso o resfriamento do magma é lento, permitindo a formação de grandes cristais, visíveis a olho nu. São também chamadas de rochas cristalinas. SÃO EXEMPLOS DE ROCHAS MAGMÁTICAS: • O basalto, que é o tipo de rocha magmática mais comum. É utilizado como paralelepípedo para o calçamento de ruas; • O granito, que quando polido é usado no revestimento de pisos, paredes e tampo de pia de cozinhas e de banheiros. Sem o polimento é usado como calçamento de ruas; • O diorito, cuja finalidade é especialmente fazer pedra britada para construção de estradas. As rochas sedimentares resultam da deposição de detritos de outras rochas ou de matérias orgânicas em depressões do relevo terrestre. A ação das chuvas, dos ventos, dos rios, mares e geleiras sobre o relevo, desgasta as rochas da superfície terrestre. Esses processos vão formando sedimentos que são transportados para as partes mais baixas do relevo, dos mares, lagos e rios. No processo de formação das rochas sedimentares, os detritos se acumulam e se consolidam em camadas de estratos. As rochas sedimentares são também chamadas de rochas estratificadas, pois se apresentam em camadas de sedimentos. A formação de petróleo originou-se da deposição de micro-organismos em bacias sedimentares. Estas podem existir tanto nos continentes quanto nos oceanos. A deposição dos sedimentos ocorre também por meio de processos químicos, como as estalactites e estalagmites das grutas calcárias. As estalactites são formas que pendem do teto e as estalagmites são provenientes de pingos d'água que se acumulam no chão. Ambas são formadas por bicarbonato de sódio dissolvido em água. SÃO EXEMPLOS DE ROCHAS SEDIMENTARES: • O arenito, que é empregado na fabricação de vidros; • O argilito, feito de argila, que é empregada na fabricação de tijolos e telhas; • O carvão mineral, que é utilizado como combustível. As rochas metamórficas têm sua origem na transformação de outras rochas (magmáticas e sedimentares), quando submetidas a certas condições de umidade, calor e pressão no interior da Terra. A rocha transformada adquire novas características e tem sua composição alterada. SÃO EXEMPLOS DE ROCHAS METAMÓRFICAS: • O mármore, que é bastante utilizado na construção e na criação de monumentos; • O quartzito, utilizado para fins ornamentais, é uma rocha parecida com o mármore, porém, mais resistente. • O gnaisse, além de ser utilizada na ornamentação, é utilizada também na construção civil. O ciclo das rochas é um fenômeno natural cíclico, continuo e infinito, que envolve os processos de transformação das rochas através do tempo e que ocorrem através da erosão ou do intemperismo. Esse ciclo, que leva milhões de anos para acontecer, é responsável pela renovação e transformação da litosfera terrestre (parte sólida da Terra). O ciclo das rochas é dividido em diversas etapas, a saber: • Magma: o estágio inicial do ciclo das rochas começa no interior da terra, quando o magma (rocha fundida ou lava), massa pastosa mineral, é expelido através de uma atividade vulcânica. Com altas temperaturas, no momento em que chega a superfície, o magma sofre um resfriamento. • Cristalização (congelamento das rochas): com o resfriamento do magma, ocorre a cristalização dessa massa mineral, o que dá origem as rochas chamadas de magmáticas (ou ígneas). • Erosão: processo natural resultante do desgaste do relevo, a erosão pode ocorrer pela força da água e do vento. • Sedimentação: após o processo de erosão, diversas camadas de sedimentos são depositadas nas camadas mais baixas (bacias sedimentares), levando ao processo de formação das rochas sedimentares. • Enterro Tectônico e Metamorfismo: Com o passar do tempo, as rochas sedimentares vão sendo enterradas e sofrendo processos químicos e físicos por meio da temperatura e pressão, o que transforma sua composição originando as rochas metamórficas. • Fusão: mesmo com essa transformação, a temperatura continua agindo em sua superfície, e assim resulta na fusão do magma, que a transforma novamente em rocha ígnea. Após milhões de anos, o ciclo se reinicia. Os minerais são substâncias sólidashomogêneas e geralmente de origem inorgânica, formadas por um ou mais elementos químicos, comumente encontrados na natureza. Rochas e solos são exemplos de materiais que apresentam minerais em sua constituição. • Estrutura sólida e cristalina; • Composição química definida; • Arranjo atômico ordenado. A mineralogia é o ramo da ciência dedicado ao estudo dos minerais. Esses compostos possuem propriedades distintas, que são resultado da sua composição e estrutura química bem definidas. São exemplos de minerais: quartzo, feldspato e calcita. Os minerais se formam na natureza por cristalização, recristalização ou ainda por reações químicas. A ocorrência dessas substâncias é influenciada pelas condições de temperatura, pressão e ambiente químico. Os minerais podem ser formados por átomos de apenas um elemento químico ou por diferentes elementos. Os átomos se arranjam e formam combinações com proporções determinadas e formas geométricas definidas. Confira a seguir os principais exemplos. ELEMENTOS NATIVOS São minerais formados por um único elemento químico em um estado não ionizado. São exemplos: enxofre, prata, ouro e carbono. O enxofre (S) é um mineral formado por átomos unidos por ligações covalentes em uma estrutura octaédrica (S8). Apresenta cor amarela ou amarela-esverdeada e pode ser encontrado em vulcões ativos ou extintos. A grafita é constituída de átomos de carbono (C) ligados em uma rede hexagonal. Essa forma natural de carbono cristalino apresenta brilho metálico e cor de acinzentada a metálica. Pode ser encontrada em rochas metamórficas e ígneas. SULFETOS Os sulfetos são formados basicamente pelo ânion sulfeto (S2-) e cátions de metais. São exemplos: galena e pirita. A galena é um mineral de sulfeto de chumbo (PbS), formado por 86,6% de chumbo (Pb) e 13,4% de enxofre (S). Apresenta brilho metálico e aparência prateada por causa da sua cor cinza-chumbo. Pode ser encontrado em rochas sedimentares e metamórficas. A pirita é um mineral de dissulfeto de ferro (FeS2), formado por 53,4% de enxofre (S) e 46,6% ferro (Fe). Por causa da sua aparência, com brilho metálico e cor amarelo-latão, ela é conhecida como ouro dos tolos. É comumente encontrada em rochas sedimentares, mas pode fazer parte de rochas ígneas e depósitos metamórficos. SULFATOS Os sulfatos são formados basicamente pelo ânion sulfato (S O com 4 subscrito à potência de 2 minus sign) e cátions de metais. São exemplos: barita e anidrita. A barita é um mineral de sulfato de bário (BaSO4), formado por 34,4% de trióxido de enxofre (SO3) e 65,7% de óxido de chumbo (PbO). Sua aparência é de um brilho vítreo e uma cor esbranquiçada. Pode ser encontrada em rochas sedimentares e veios de calcário. A anidrita é um mineral de sulfato de cálcio (CaSO4), formado por cálcio (Ca) e sulfato. Sua aparência é de uma massa clara, que vai do branco ao cinza, semelhante ao gesso. Pode ser encontrada em veios hidrotermais e revestindo formações salinas. SILICATOS São minerais que apresentam espécies químicas formadas pelos elementos oxigênio (O) e silício (Si), como SiO2 e SiO5, combinadas com outros elementos químicos. São exemplos: quartzo e cianita. O quartzo, formado por dióxido de silício (SiO2), é um dos minerais mais conhecidos e utilizados. Esse material é de cor esbranquiçada e brilho vítreo, mas pela presença de impurezas pode também apresentar outras cores. A cianita (Al2SiO5), formada por 62,92 % de óxido de alumínio Al2O3 e 37,08 % dióxido de silício (SiO2), é extraída de rochas aluminosas e utilizada na confecção de porcelanas refratárias. Esse mineral apresenta aparência transparente e diversas cores, como azul, cinza e verde. Quanto à composição, os minerais são classificados em metálicos e não metálicos. Os minerais metálicos apresentam metais, como ferro, magnésio e alumínio em sua composição, e por isso são bons condutores de eletricidade e calor. Os minerais não metálicos apresentam apenas elementos químicos não metálicos em sua composição. Por exemplo, o diamante é constituído do elemento químico carbono. O agregado de um mais minerais formam as rochas. Esses minerais são classificados em: Mineral essencial: geralmente é encontrado em maior quantidade e caracteriza o tipo de rocha. Mineral acessório: caracterizam condições especiais de cristalização. Mineral secundário: unem-se às rochas depois de formada. Os minerais estratégicos são aqueles utilizados em indústrias e explorados economicamente como matéria-prima para produção de bens de consumo. Os alimentos são classificados de acordo com sua origem em vegetal, animal e mineral. Os minerais mais conhecidos estão na forma de sais. Os sais minerais importantes para o funcionamento do nosso organismo são: • Cálcio • Ferro • Magnésio • Fósforo • Potássio • Sódio • Zinco • Manganês A Geomorfologia é a ciência que se ocupa do estudo das formas superficiais de relevo, seus processos de formação geológica e sua dinâmica de transformação. É um estudo amplo e que não se limita à compreensão do relevo de maneira estática, mas de todos os elementos e encadeamento de fatores que contribuem para a transformação do modelado terrestre em distintas escalas de tempo. Portanto, ela procura analisar os agentes endógenos e exógenos de formação do relevo. A Geomorfologia não estuda somente o relevo de maneira estática, mas todo o conjunto de processos que levam à sua transformação nas mais diversas escalas temporais. Assim, levam-se em consideração os estudos sobre os fatores endógenos e os fatores exógenos de transformação do relevo, isto é, os elementos naturais que atuam internamente (tectonismo, terremotos etc.) e os que atuam externamente (erosão, intemperismo etc.). Com isso, entendemos melhor a formação dos tipos de relevo, a constituição dos solos e a melhor maneira de conservá-los. O relevo corresponde ao aspecto da camada superficial da Terra, a litosfera. As principais formas que o relevo se apresenta são: planaltos, planícies, depressões e montanhas. Os tipos de relevo foram criados pela ação da força da natureza, em curto espaço de tempo ou até milhões de anos, por exemplo, através do movimento das placas tectônicas e da erosão causada pela água e vento. PLANALTO Os planaltos são superfícies elevadas e relativamente planas, com encostas íngremes e bem delimitadas. Nesse tipo de relevo há a predominância da erosão (perda de sedimentos). Sua altitude pode variar, desde 300 metros até mais de 2000 metros. Os principais tipos de planaltos são: • Sedimentares: formados por rochas sedimentares; • Cristalinos: formados por rochas metamórficas e magmáticas originadas do desgaste de montanhas; • Basálticos: formados por rochas provenientes de erupções vulcânicas. Exemplos de planaltos: • Planalto Antártico, localizado na Antártida; • Planalto da Patagônia, localizado entre a Argentina e o Chile; • Planalto Tibetano, localizado na China. • PLANÍCIE A planície caracteriza-se por ser uma superfície plana, pouco acidentada e de baixa altitude. O processo de formação das planícies é a sedimentação, ou seja, o acúmulo de sedimentos geralmente provenientes das regiões mais altas, onde é maior a erosão. Trata-se de uma forma de relevo em construção. Normalmente, as planícies situam-se próximas de montanhas e planaltos. Os principais tipos de planícies são: • Costeiras: formadas por sedimentos trazidos pelo mar; • Fluviais: formadas por sedimentos trazidos pelos rios; • Lacustres. formadas pela sedimentação de lagos. Exemplos de planícies: • Planície da Panônia, localizada na Europa Central; • Planície Jeffara, localizada entre Tunísia e Líbia; • Planície do Pantanal, localizada no Brasil e pequena porção em outros países da América do Sul. Vale destacar que planície não é mesma coisa que bacia sedimentar. Enquanto a planície é uma forma de relevo, a bacia sedimentar é uma estrutura geológica. DEPRESSÃOUma depressão geográfica caracteriza-se como uma superfície mais baixa em relação às regiões vizinhas, com predominância da erosão. Esse tipo de relevo pode estar situado próximo de montanhas, planaltos e planícies. As depressões podem ser de dois tipos: Depressão Absoluta: localiza-se baixo do nível do mar. Depressão Relativa: relevo menor do que os relevos que estão ao seu redor, localizado acima do nível do mar. Exemplos de depressões: • Depressão Cuiabana, localizada na região central do Brasil; • Mar Cáspio, localizado entre a Europa e a Ásia; • Mar Morto, localizado entre Israel, Palestina e Jordânia no Oriente Médio. • Montanha A montanha apresenta forma elevada, cuja altitude é maior que as áreas que a cercam. O ponto mais alto de uma montanha recebe o nome de cume. Esse tipo de relevo é formado por terremotos e erupções vulcânicas, causados pelos movimentos das placas tectônicas. Os principais tipos de montanhas são: • Vulcânicas: formadas a partir de erupções vulcânicas; • Falhadas: formadas a partir de falhas geológicas; • Dobradas: formadas a partir do movimento das placas tectônicas. Exemplos de montanhas: • Monte Everest, localizado na cordilheira do Himalaia entre Nepal e China; • Monte Fuji, localizado entre as províncias de Shizuoka e Yamanashi no Japão; • Monte Olimpo, localizado na cordilheira do Olimpo na Grécia. OUTRAS FORMAS DE RELEVO • Escarpa: declive acentuado nas proximidades de um planalto. • Cuesta: relevo com diferença de inclinação, uma região de declínio suave e outra de declínio abrupto. • Chapada: também chamado de planalto tubular, é um tipo de planalto caracterizado pela região mais elevada ser aplainada. • Serra: superfície constituída de diferentes formas de relevo. • Inselberg: estrutura saliente e rochosa encontrada em regiões de clima árido e semiárido. No território do brasileiro predomina três formas de relevo: planície, planalto e depressão. PRINCIPAIS PLANÍCIES BRASILEIRAS • Planície do Pantanal • Planície Amazônica • Planície Costeira PRINCIPAIS PLANALTOS BRASILEIROS • Planaltos da Amazônia • Planalto e Chapada dos Parecis • Planalto dos Guimarães PRINCIPAIS DEPRESSÕES BRASILEIRAS • Depressão Sertaneja e do São Francisco • Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná • Depressão Marginal Norte-Amazônica OUTRAS FORMAS DE RELEVO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO • Tabuleiros: Tabuleiros Costeiros e Tabuleiros Interioranos; • Chapadas: Chapadas do Meio-Norte e Chapadas do Rio São Francisco; • Serra: Serra da Mantiqueira e Serra do Mar. Os agentes do relevo determinam e moldam as formas ou os tipos de superfície que existem no planeta. O relevo é formado pela ação das forças da natureza, denominadas de forças endógenas (internas), formadoras do relevo; e das forças exógenas (externas), modeladoras do relevo. AGENTES INTERNOS (OU AGENTES ENDÓGENOS) Estes são os agentes formadores do relevo e atuam dentro da Terra, por exemplo, o tectonismo (movimento das placas tectônicas), os abalos sísmicos (terremotos) e o vulcanismo (erupções vulcânicas). O tectonismo, movimento das placas tectônicas, resulta em eventos como terremotos e formação de cadeias de montanhas. O vulcanismo, liberando magma do interior, cria vulcões e planaltos basálticos. O metamorfismo modifica rochas existentes, enquanto a erosão interna, causada por rios e água subterrânea, desempenha um papel importante. Esses agentes, interconectados, contribuem para a diversidade de formas de relevo, desde montanhas até vales, moldadas ao longo de milhões de anos. AGENTES EXTERNOS (OU AGENTES EXÓGENOS) Eles modelam as formas de relevo atuando na parte superficial da Terra, por exemplo, a ação dos seres humanos e dos ventos, das chuvas, das águas (rios, mares, oceanos), da neve, das geleiras, da temperatura, dentre outros. A ação da água, seja através de rios ou chuvas, é um dos principais agentes, esculpindo vales e formando sedimentos. O vento, ao transportar partículas finas, contribui para a formação de dunas e modela rochas expostas. A variação de temperatura, especialmente em regiões com geadas e descongelamentos, pode causar a fragmentação de rochas. As plantas, por meio de raízes que rompem rochas e microorganismos que contribuem para a decomposição, também são agentes importantes. A interação complexa desses fatores ao longo do tempo geológico resulta em paisagens diversas, desde desertos esculpidos pelo vento até vales fluviais esculpidos pela água. Os fatores climáticos estão intimamente relacionados com as formações de relevo, sendo que os mais importantes são: • Latitude • Altitude • Maritimidade • Continentalidade • Correntes Marítimas • Massas de Ar A erosão é um processo natural, que nas últimas décadas tem sido acelerado pela ação humana (desmatamento, urbanização, queimadas, práticas agrícolas, exploração de minérios, etc.), que corresponde ao desgaste das rochas e dos solos, podendo gerar inúmeros problemas sociais, econômicos e ambientais. A erosão atua na formação dos relevos e pode ocorrer pela ação dos ventos (eólica), das chuvas (pluvial), dos rios (fluvial), do gelo (glacial), do mar (marinha) e até do ser humano (antrópica). Além de contribuir para a formação das paisagens, há consequências negativas para o ser humano. Os processos erosivos são, basicamente, divididos em três etapas: desgaste do solo, transporte de partículas (sedimentos) e deposição desses sedimentos nas áreas mais baixas do relevo, tal qual o leito dos rios. Um fator de grande importância que diminui o processo erosivo é a preservação da cobertura vegetal, já que as plantas funcionam como uma proteção do solo, pois ajudam a diminuir o impacto da chuva. O desgaste das rochas pode ocorrer devido a uma série de processos naturais, como: EROSÃO FLUVIAL Esse tipo de erosão é caracterizado pelo desgaste das rochas próximas a áreas de rios. Com o processo de cheia e estiagem, há uma variação no nível do rio, causando um desgaste nas rochas que entram em contato com a água. Além disso, o próprio fluxo do rio causa esse efeito de desgaste nas rochas que estão dentro de seu leito. O agravamento desse processo resulta em um problema chamado assoreamento, que trata da deposição de sedimentos no fundo dos rios, formando bancos de areia e causando enchentes. Exatamente por isso é importante a preservação das matas ciliares (vegetação em torno dos rios), pois estas auxiliam a manter o solo fixo e evitam o assoreamento. EROSÃO PLUVIAL Trata-se da ação das chuvas sobre o solo. É um tipo grave e bastante comum no Brasil devido à elevada quantidade de chuvas da zona tropical do planeta. Essa erosão pode gerar uma série de desdobramentos simples, como a "lavagem" da camada superficial do solo, até desdobramentos mais complexos, como: Ravinas: rachaduras superficiais que se abrem no solo devido ao excesso de água infiltrada. Voçorocas: grandes buracos no solo que ocorrem devido ao agravamento das ravinas. Causam o empobrecimento do solo e afetam a fauna e a flora local. Lixiviação: transporte dos nutrientes da camada superior do solo. Esses nutrientes são transportados para camadas inferiores ou para outros fluxos de água (erosão laminar). Deslizamento de terra: ocorre em áreas de terrenos irregulares. A chuva "lava" o solo e, devido à inclinação, acaba deslizando. Ocorre com maior frequência em áreas desmatadas e com pouca vegetação. EROSÃO EÓLICA Ocorre devido à ação dos ventos sobre as rochas e sedimentos. Muito lentamente, o vento desgasta a rocha e transporta o sedimento para outras áreas, gerando paisagens únicas. É um tipo de processo que predomina em ambientes áridos e semi-áridos, devido à escassez de água. São comuns nos desertos e dunas, como nos Lençóis Maranhenses, no Brasil. EROSÃO GLACIAL É o tipo de erosão causado pelo gelo, principalmente em áreas polares e subpolares. Ocorre quando a água infiltrano solo e nas rachaduras das rochas e se congela, dilatando seu volume e quebrando as rochas por dentro, aumentando as rachaduras internas. Ao descongelar, a água flui e transporta parte dos sedimentos para outras áreas, aguardando um novo período de congelamento para continuar o ciclo erosivo. EROSÃO MARINHA As marés também atuam sobre as rochas e sedimentos. A força das ondas acaba desgastando as rochas e levando os sedimentos de um local para outro. Dessa forma, temos como exemplo a formação de praias (depósito de sedimentos) e falésias (conhecidos como penhascos, são áreas de retirada de sedimentos). EROSÃO ANTRÓPICA: É causado pelas ações humanas, que geram novas formas de erosão ou potencializam as formas já existentes. Pode ocorrer através da mineração e alteração de relevos, desvio de rios, desmatamento, queimadas, entre outras atividades. A erosão é um processo natural, mas atrapalha diversas atividades humanas. Por isso, o ser humano encontrou maneiras de desacelerar o processo erosivo, de forma que suas atividades não sejam comprometidas, como: • Terraceamento/Curvas de Nível: agricultura realizada conforme o nível do relevo. Essa técnica faz com que a água desacelere em áreas inclinadas e diminua o desgaste do solo. • Reflorestamento: aumenta a cobertura vegetal, diminui o impacto da chuva no solo (erosão em splash) e auxilia a manutenção de nutrientes. • Rotação de culturas: trata do cultivo de tipos diferentes de plantas a cada ano, criando uma rotatividade de espécies. Assim, os nutrientes retirados do solo são alternados e as pragas não se fixam. • Plantio direto: plantio diretamente no solo após a última colheita. Ocorre sem o revolvimento do solo e ainda com a palha da planta anteriormente colhida. Pode ser mesclado com a rotação de culturas.