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Orçamento e Finanças
SIOP BI – Business Intelligence 
no Sistema Integrado de 
Planejamento e Orçamento
Enap, 2023
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
Conteudista/s
Karlei Scardua Rodrigues (Conteudista, 2023).
Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Sumário
Apresentação .................................................................................................................... 6
Módulo 1 – Noções do Business Intelligence (BI)
Unidade 1 - Conceito de Business Intelligence ..................................................................7
1.1 Origem do termo Business Intelligence .............................................................. 7
1.2 Evolução do conceito de BI ....................................................................................... 8
1.3 Componentes de BI .................................................................................................. 11
Unidade 2 - Aplicações do BI ................................................................................. 15
2.1 O BI como diferencial no mercado competitivo ................................................... 15
2.2 BI e os Níveis Organizacionais ................................................................................ 18
2.3 O BI na Administração Pública ................................................................................ 20
Referências bibliográficas .................................................................................... 23
Módulo 2 – Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – 
SIOP BI
Unidade 1 - Histórico do SIOP BI .......................................................................... 25
1.1 Uma breve introdução ao orçamento público ...................................................... 25
1.2 A necessidade de acesso a dados orçamentários ................................................ 27
1.3 Relatórios pré-formatados X Autonomia do usuário ........................................... 31
Unidade 2 - Origem dos Dados ............................................................................. 35
2.1 SIOP: dados da programação orçamentária ......................................................... 35
2.2 SIAFI: dados da execução orçamentária ................................................................ 39
Referências bibliográficas .................................................................................... 42
Módulo 3 – Introdução ao SIOP 43
Unidade 1 - Sistema de Planejamento e Orçamento Federal (SIOP) ...............43
1.1 Sistemas Estruturadores da Administração Pública Federal .............................. 43
1.2 Sistema de Planejamento e Orçamento Federal .................................................. 45
1.3 Processo Orçamentário ........................................................................................... 47
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Unidade 2 - História do SIOP ................................................................................. 50
2.1 Sistemas de Apoio ao Processo Orçamentário ..................................................... 50
2.2 Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - SIOP .................................. 51
Unidade 3 - Elaboração de propostas no SIOP .................................................... 55
3.1 Momentos de uma proposta .................................................................................. 55
3.2 Tramitação entre momentos de uma proposta ................................................... 62
Unidade 4 - Módulos do SIOP ................................................................................ 66
4.1 Estrutura do SIOP ..................................................................................................... 66
4.2 Funcionalidades do Menu ....................................................................................... 68
Unidade 5 – Outros Recursos do SIOP ................................................................. 78
5.1 Painel do Orçamento ............................................................................................... 78
5.2 Orçamento Cidadão Digital ..................................................................................... 80
5.3 Cadastro de Ações .................................................................................................... 82
5.4 Dados Abertos .......................................................................................................... 86
5.5 Manuais do SIOP....................................................................................................... 88
Referências bibliográficas .................................................................................... 89
Módulo 4 – Consultas no Extrator do SIOP BI 91
Unidade 1 - Cubos do SIOP BI ................................................................................ 91
1.1 Organização em Cubos de Extração ...................................................................... 91
1.2 Cubos Disponíveis .................................................................................................... 93
Unidade 2 – Elaborando e Gerando Consultas ................................................... 95
2.1 Seleção dos campos e métricas da consulta......................................................... 95
2.2 Definição de filtros ................................................................................................... 97
2.3 Geração da consulta e exportação dos dados ...................................................... 98
Unidade 3 - Salvando e Compartilhando Consultas.........................................102
3.1 Salvando uma consulta .......................................................................................... 102
3.2 Compartilhando uma consulta com outros usuários do SIOP ......................... 103
Unidade 4 – Dicas e Dúvidas ............................................................................... 108
4.1 Ordem e consolidação dos registros ................................................................... 108
4.2 Pivotamento de Campos ....................................................................................... 113
4.3 Momentos somados .............................................................................................. 116
4.4 Métricas Incompatíveis .......................................................................................... 118
4.5 Filtros inadequados ................................................................................................ 121
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Unidade 5 – Outros recursos .............................................................................. 125
5.1 Atualização dos dados dos cubos ........................................................................ 125
5.2 Relatórios pré-formatados .................................................................................... 128
Referências bibliográficas .................................................................................. 132
Glossário ............................................................................................................... 133
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Apresentação
Desejamos boas-vindas ao Curso SIOP BI – Business Intelligence no Sistema 
Integrado de Planejamento e Orçamento. 
O conteúdo deste curso é estruturado em 04 módulos:
• Módulo 1 – Noções do Business Intelligence (BI);
• Módulo 2 - Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – SIOP BI;
• Módulo 3 - Introdução ao SIOP;
• Módulo 4 - Consultas no Extrator do SIOP BI.
Bom estudo!
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração PúblicaMódulo
1 Noções do Business Intelligence 
(BI)
Unidade 1 - Conceito de Business Intelligence
Ao final da unidade, você deverá reconhecer a origem do conceito 
de Business Intelligence e a sua evolução.
1.1 Origem do termo Business Intelligence
Existe um consenso entre especialistas em administração de empresas de que o 
uso adequado dos dados à disposição de uma instituição é um diferencial para um 
processo de tomada de decisão mais eficaz e para o alcance de melhores resultados. 
Em uma realidade de alta competitividade, ferramentas que tornem a análise de 
dados mais ágil e eficiente são vistas cada vez mais como essenciais.
Entre as ferramentas mais populares nesse contexto estão o Business Intelligence, 
ou simplesmente BI, ou Inteligência de Negócios, em português. Mas o que seria uma 
ferramenta de BI?
A primeira menção do termo Business Intelligence ocorreu no livro Cyclopaedia of 
Commercial and Business Anecdotes, de 1865, escrito por Richard Millar Devens. 
Nesta obra, o autor narra a história de um bancário que consegue lucros destacados 
a partir de informações obtidas antes de seus concorrentes, o que pode ser visto 
como a ideia primordial do BI. 
Posteriormente, em 1958, Hans Peter Luhn, pesquisador da IBM, propôs pela 
primeira vez um sistema de BI automatizado em seu artigo A Business Intelligence 
System.
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 1 - Hans Peter Luhn
Preocupado com as dificuldades de comunicação dentro das organizações, Luhn 
propôs o desenvolvimento de um sistema automático, baseado em máquinas de 
processamento de dados, que indexasse e codificasse documentos, tornando mais 
eficiente a recuperação e disseminação das informações.
O sistema originalmente proposto por Luhn era baseado na microfilmagem de 
documentos, mapeando o processo de entrada, a disseminação, a recuperação e 
a saída de informações a partir de perguntas como “Quem precisa saber?”, “Quem 
sabe o quê?”, “O que é conhecido?”, etc.
Porém, na época,o formato dos documentos e o estágio de desenvolvimento dos 
computadores mostraram-se fortes obstáculos para a implementação prática do 
modelo, e acabaram inviabilizando a proposta.
1.2 Evolução do conceito de BI
Com a evolução dos computadores pessoais, o aumento da capacidade de 
processamento e o surgimento de sistemas robustos de armazenamento de dados, 
os sistemas de BI começaram a se desenvolver efetivamente a partir da década de 
80. Disciplinas como administração de dados, modelagem de dados, engenharia da 
informação e análise de dados começaram a ter destaque no meio acadêmico. O 
termo Business Intelligence passou a ser utilizado se referindo ao processo de coleta, 
organização, análise, disseminação e monitoramento de dados. 
Confira no gráfico o aumento da capacidade de processamento. 
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 2 - Aumento da capacidade de processamento
Em 1965 o co-fundador da Intel Gordon Moore previu que o número 
de transistores em um chip dobraria a cada dois anos. Essa teoria 
ficou conhecida como Lei de Moore. Apesar de, como ilustra a figura, 
ter sido claramente confirmada por muitos anos, revolucionando 
a indústria da informática, alguns pesquisadores atuais 
entendem que ela já não funciona mais. Principalmente porque 
os sistemas atuais exigem menos recursos dos processadores, 
e o investimento necessário para a pesquisa de processadores 
ainda mais potentes tornou-se alto demais para ser considerado 
vantajoso para a maior parte das empresas do ramo.
Embora o BI estivesse evoluindo, enfrentava desafios importantes, principalmente 
no que se refere ao cruzamento de dados oriundos de diferentes fontes. A criação 
dos Data Warehouse (DW), no início da década de 90, começou a simplificar o processo, 
um tópico que será abordado ainda neste módulo do curso.
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A partir dos anos 2000, o BI passou a ser reconhecido como uma ferramenta de 
integração entre bases de dados e outras ferramentas de análise de dados.
A literatura trouxe uma série de formas para conceituar o BI, conforme demonstra 
a lista abaixo. Observe que nas definições de diversos autores, alguns termos são 
recorrentes: apoio à tomada de decisão, fácil acesso à informação, aplicações ou 
ferramentas, tecnologia. 
 
Figura 2.2 – Infográfico 1
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Gartner Group desempenhou um papel fundamental na evolução do conceito 
de BI como conhecemos hoje. Howner Dresner, um dos pesquisadores, definiu 
Business Intelligence como:
Um termo guarda-chuva que inclui as aplicações, 
infraestrutura e ferramentas e as melhores práticas 
que permitem acesso e análise de informações para 
promover e otimizar decisões e performance.
1.3 Componentes de BI
Para compreender melhor o funcionamento prático de um sistema de BI, é essencial 
entender alguns conceitos chaves. Alguns autores chamam esses conceitos de 
componentes de BI, pois muitas vezes eles podem ser considerados elementos de 
uma estrutura que viabiliza um sistema de Business Intelligence. Vamos conhecer os 
principais componentes de BI.
Figura 3 - ETL
O ETL (Extração, Tratamento e Carga) é o processo de coleta de dados brutos em 
bancos de dados transacionais ou outras fontes de dados, procedendo com sua 
limpeza, tratamento e classificação para carregamento em um data warehouse 
ou em um data mart. Pode ser considerado o passo inicial de um sistema de BI, o ETL 
é essencial quando o sistema lida com várias bases com grande volume de dados ou 
com formatos diferentes.
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 3.1 - Data Warehouse
Um Data Warehouse (DW), traduzido como um “armazém de dados”, é um repositório 
de dados históricos, relacional e multidimensional, que atende a todas as áreas de 
uma organização. Uma vez carregados, esses dados não podem ser alterados por 
usuários, nem excluídos, e são indexados por temas.
Figura 3.2 - Data Mart
Um Data Mart (DM) é um repositório de dados reduzido se comparado ao Data 
Warehouse. Comumente projetado para atender às necessidades de uma área 
específica da organização. Algumas organizações optam por manter vários Data 
Marts ao invés de um Data Warehouse, por serem teoricamente mais simples de 
implementar e terem um custo reduzido.
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Figura 3.3 – Estrutura de BI - Data Mining
O Data Mining (Mineração de Dados) é uma ferramenta de análise de dados que busca 
extrair informações e conhecimentos de difícil visualização em sistemas comuns. 
A partir de processos como análise de agrupamento, detecção de associações e 
análises estatísticas, procura-se identificar padrões ou singularidades que permitam 
compreender melhor eventos passados ou inferir comportamentos futuros, riscos e 
oportunidades.
Figura 3.4 – Estrutura de BI - OLAP
OLAP (Processamento Analítico em Tempo Real) é um processo que possibilita 
gerar análises de alta complexidade e multidimensionais a partir de DWs ou DMs. 
Normalmente utilizam de ferramentas gráficas com interface amigável e interativa, 
possibilitando ao usuário final, mesmo leigo em tecnologia da informação, extrair 
dados e gerar painéis e planilhas com informações relevantes para o seu trabalho.
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
OLTP (Processamento Transacional em Tempo Real) é basicamente o mesmo 
conceito do OLAP, porém atuando sobre bases transacionais, ao invés de DWs ou 
DMs.
A figura a seguir ajuda a entender como os dados fluem por meio de uma estrutura 
de BI. Clique nos ícones e visualize o resumo sobre os componentes do BI. 
Figura 3.5 – Estrutura de BI
➊ – Fonte de dados: ponto inicial do processo, onde os dados são coletados. Pode 
incluir bases de dados relacionais, planilhas, documentos estruturados, mídias 
diversas, ou seja, qualquer fonte de informação que possa ser lida por um sistema 
computacional.
➋ – ETL (Extração,Tratamento e Carga): responsável por extrair dados de fontes 
diferentes, transformá-los (processar e tratar) para um formato consistente e 
carregá-los em um repositório de dados ou data warehouse.
➌ – Data Warehouse/Data Mart: repositório centralizado que armazena dados de 
várias fontes, organizados de forma otimizada para consulta e análise.
➍ – Data mining (mineração de dados): busca extrair informações e conhecimentos 
de difícil visualização em sistemas comuns. Utiliza uma variedade de técnicas e 
algoritmos para identificar padrões, tendências e correlações nos dados, muitas 
vezes não óbvios à primeira vista.
➎ – OLAP (Processamento Analítico em Tempo Real): Utilizadas para analisar 
dados e descobrir padrões, tendências e insights a partir de ferramentas gráficas 
com interface amigável e interativa para o usuário.
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2 - Aplicações do BI
Ao final da unidade, você reconhecerá as principais aplicações 
práticas de ferramentas de BI.
2.1 O BI como diferencial no mercado competitivo
Business Intelligence (BI) pode ser conceituado como um processo que coleta dados 
brutos que podem ser convertidos em informações úteis para suportar a tomada de 
decisões dos gestores de uma organização. 
Um administrador experiente pode ter dificuldade de enxergar inovação nesta 
definição, uma vez que a tomada de decisões sempre se baseou em algum tipo de 
coleta de informações.
A diferença que temos atualmente está no absurdo volume de dados existente e 
na velocidade de processamento desses dados que a evolução computacional 
permitiu. Isso fez com que as empresas tenham que tomar decisões cada vez mais 
importantes em espaços de tempo cada vez menores. 
 
Figura 4 – Análise de Dados
É importante lembrar que, até pouco tempo, os dados circulavam 
com dificuldade no interior das organizações. As diversas áreas 
trocavam informações por meio de relatórios, muitas vezes, 
confeccionados manualmente, o que levava à possibilidade de 
erros e imprecisões.
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O surgimento dos ERP – Enterprise Resource Planning –, sistemas 
que consolidavam dados de várias áreas da empresa, incluindo 
pessoal, financeiro, vendas entre outras, estabelecendo padrões 
e procedimentos, pode ser considerado um passo importante na 
evolução do Business Intelligence.
As empresas que conseguem promover uma gestão voltada a informações, 
controlada e orientada para o mercado, são capazes de oferecer com rapidez 
serviços e produtos personalizados para seus clientes. As ferramentas de BI, ao 
proporcionar ganhos nos processos decisórios gerenciais e de alta administração, 
permitem à empresa competir em um mercado mais dinâmico, definindo melhor 
seu posicionamento através da análise da concorrência, dos clientes e fornecedores, 
dos sinais de mercado, dos movimentos competitivos, do mapeamento de grupos 
estratégicos e do cenário em que atuam. 
Em um primeiro momento, o foco dos sistemas de BI estava na coleta, compilação, 
tratamento, indexação e disseminação de informações geradas no próprio ambiente 
das organizações. Esses sistemas eram caros e complexos, trabalhavam apenas 
com dados estruturados de ocorrências passadas, e necessitavam de parâmetros 
pré-definidos de pesquisa e análise.
 
Figura 5 – Coleta de dados em tempo real 
Com a evolução das tecnologias e, em especial, com o advento da Inteligência 
Artificial, esse escopo se ampliou significativamente, de modo que passou a ser 
possível trabalhar com dados semiestruturados ou mesmo não estruturados, porém 
coletados em tempo real, interna e externamente à organização, com possibilidade 
de consultas livres e dinâmicas. 
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
E o mais surpreendente, utilizando sistemas mais simples e acessíveis.
Se bem utilizada, uma boa ferramenta de Business Intelligence simplifica e torna mais 
ágeis várias atividades críticas para qualquer organização:
• Mapear o perfil e os hábitos de seus clientes.
• Controlar os riscos aos quais está exposta.
• Identificar oportunidades de negócio.
• Antecipar mudanças de mercado.
• Analisar a concorrência.
• Descobrir novos e potenciais competidores.
• Identificar possíveis aquisições e parceiros.
• Monitorar política e legislações que possam afetar o negócio.
• Reduzir custos.
• Ajustar o orçamento dinamicamente.
• Corrigir os rumos equivocados.
A utilização do BI, como apoio à gestão, possibilita a descentralização das 
informações e a autonomia operacional para os gestores, trazendo independência 
no momento da tomada de decisão e liberdade para efetuar suas análises técnicas, 
avaliar relatórios e propor estratégias de negócios. Segundo Araújo (2012) projetos 
que sem a utilização de BI consumiam 90% do tempo na preparação de relatórios, 
com a utilização do BI este tempo reduziu para 10%, ocasionando em um ganho 
considerável na capacidade de análise.
Em pesquisa sobre a utilização do BI como diferencial competitivo, Biazotto e Pinto 
(2022) constataram que a utilização das ferramentas de BI melhora consideravelmente 
o desempenho das empresas, apesar de que não se pode afirmar que elas por si só 
melhoram os resultados, pois exigem conhecimento e investimento em treinamento 
por parte das pessoas envolvidas. Contudo, é possível dizer que as informações 
são um recurso essencial diante da competitividade do mercado e o uso das 
ferramentas de BI contribui de forma inexorável para o melhor funcionamento da 
organização como um todo, reunindo todas as áreas em prol dos objetivos definidos 
pela administração, trazendo informações confiáveis e em tempo real, permitindo, 
assim, uma tomada de decisão precisa, adequada e assertiva.
É importante lembrar a mensagem de Richard Millar Devens em seu livro de 1865, 
quando o autor relatou o caso do bancário que teve acesso a informações críticas 
ANTES de seus concorrentes, e assim obteve melhores resultados. Essa lógica 
continua válida, só mudaram as ferramentas para acesso a informações críticas.
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Big Data é um conceito que surgiu com o crescimento da internet 
e das redes sociais. A interação de milhões de usuários do mundo 
inteiro gerou uma quantidade gigantesca de dados globais 
estruturados e não estruturados, que crescem de maneira 
exponencial e ininterrupta. Empresas que saibam explorar este 
universo de informações, conseguindo identificar aquelas de 
maior relevância para o seu ramo de negócio, podem obter um 
grande diferencial em relação a seus competidores.
2.2 BI e os Níveis Organizacionais
Ao planejar a implantação de uma ferramenta de BI para suporte à decisão, é 
fundamental conhecer a fundo os objetivos almejados. Assim é possível implantar 
um modelo de ferramenta adequado ao nível organizacional desses objetivos.
Figura 6 - BI para suporte à decisão
Hoje podemos dividir as organizações em três camadas: estratégica, tática e 
operacional.
As primeiras ferramentas de BI foram desenvolvidas com foco no processo de 
tomada de decisões na camada gerencial das organizações. Assim, podemos falar 
que essas ferramentas atuavam nos níveis estratégico e tático, algumas vezes, 
chamadas de ferramentas de BI “tradicional”. Contudo, com o aumento crescente 
da competitividade, as empresas começaram a adotar o BI também na camada 
operacional. 
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Na camada operacional, a tecnologia é utilizada como ferramenta de controle. 
Deve-se controlar com exatidão, segurança e agilidade assuntos como manufatura, 
emissão de notas fiscais, entregas de produtos, contas a pagar e a receber, transações 
bancárias, entre outros. Com o passar do tempo, o banco de dados passou a assumir 
um aspecto de “base de conhecimento”, pois toda experiência adquirida a respeito 
dos hábitos dos clientes, como rentabilidade, eficiência de transportadoras e ciclos 
de pagamentos e recebimentos, passaram a fazerparte do capital da empresa.
Na camada tática, ou gerencial, a tecnologia tem a missão de viabilizar a tomada 
de decisões num estágio intermediário entre a camada estruturada e a camada 
sem estrutura. Nessa camada, a gerência não trabalha mais com dados, mas sim 
com informação, atuando como agente controlador da operação, garantindo que os 
dados operacionais sejam gerados constantemente, e como agente fornecedor de 
informação para a direção (camada estratégica) da organização. 
No topo da hierarquia, a camada estratégica, ou seja, a direção da organização, 
tem funções destinadas basicamente à evolução do negócio. Sua função consiste 
em criar processos que serão executados pela operação e controlados pela gerência. 
Com a cadeia produtiva em perfeito funcionamento, a direção não trabalhará mais 
com dados, tampouco com informação, mas sim com conhecimento, e suas ações 
serão direcionadas para a eficácia.
Podemos resumir a atuação do BI em cada camada por meio da tabela a seguir.
Característica BI Estratégica BI Tática BI Operacional
Foco principal 
do negócio
Atingir metas 
empresariais de 
longo prazo.
Analisar dados e 
entregar relatórios.
Administrar 
operações do 
dia a dia.
Principais 
usuários
Executivos, 
analistas.
Executivos, 
analistas, gerentes 
de setor.
Gerentes de setor.
Objetivo das 
métricas
Acompanhar e 
entender como 
a estratégia está 
progredindo e 
planejar ajustes.
Acompanhar e 
entender como as 
ações do nível tático 
estão progredindo 
e planejar ajustes.
Acompanhar o 
desempenho 
dos processos 
de negócio.
Prazo Mensal, trimestral, 
anual.
Diário, semanal, 
mensal.
Imediatamente, no 
decorrer do dia.
Tipos de 
dados ou usos Histórico, preditivo. Histórico, preditivo.
Em tempo real 
ou quase em 
tempo real.
Quadro - Atuação do BI
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.3 O BI na Administração Pública
A importância do monitoramento de políticas públicas na administração pública 
tem crescido significativamente. Para além de ser simplesmente uma forma de 
diagnosticar a situação em que se encontra determinada política pública, o processo 
de monitoramento vem sendo considerado um dos principais mecanismos de 
modelagem da ação governamental.
Figura 7 – Business Intelligence na Administração Pública
Rua (2009) conceitua monitoramento das políticas públicas como uma atividade 
contínua de interferência na implementação de uma política, programa ou projeto 
governamental em que se busca examinar atividades, processos, produtos 
(preliminares, intermediários e finais), efeitos ou impactos de uma intervenção, com 
a finalidade de aperfeiçoar a sua gestão, de modo a ganhar eficácia, eficiência e 
efetividade.
O acompanhamento contínuo de políticas públicas e a realização de estudos 
específicos são procedimentos relativamente novos no Brasil e, devido a isso, ainda 
não se encontram institucionalizados de forma adequada pelo setor público. A 
tecnologia de Bussiness Intelligence (BI) surge então como um ativo que sustenta 
o monitoramento, pois além de permear ambientes de difícil análise, consegue 
captar dados para comparação e avaliação das ações do poder público.
Viana (1996) propõe que o ciclo de formação das políticas públicas passe por quatro 
fases, conforme a figura:
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 8 - Ciclo de formação das políticas públicas
É especialmente na fase de avaliação de políticas públicas que o BI consegue se 
posicionar como instrumento capaz de trazer benefícios diferenciados.
Franco, Oliveira e Ávila (2018) fizeram uma pesquisa que traçou um panorama das 
experiências de BI no Setor Público Brasileiro, a partir de artigos publicados entre 
2004 e 2015, revelou-se que aplicações de BI foram utilizadas em áreas diversas, 
como fiscal, educacional, saúde, segurança, custos, entre outros. Veja alguns 
exemplos no quadro abaixo.
Órgão / Ente 
Federativo Área Foco da Iniciativa com BI
Prefeitura Municipal 
de Curitiba Saúde Análise on-line das bases de dados 
das unidades e postos de saúde.
Secretaria de Estado 
de Administração do 
Estado do Mato Grosso
Gestão
Geração de informações de cunho 
gerencial em tempo hábil, de forma 
confiável e totalmente automatizado.
Governo do Estado 
do Rio de Janeiro
Saneamento 
e Transporte
Apoio ao planejamento estratégico 
da CEDAE e do DETRAN-RJ, com 
apoio à tomada de decisões e 
controle dos gastos públicos.
Governo do Estado 
de Minas Gerais Logística
Consolidação dos dados de todas 
as áreas de gestão de suprimentos 
em um único ambiente virtual.
Tribunal de Contas 
da Bahia Auditoria
Integração de diversos sistemas 
corporativos, viabilizando os 
cruzamentos de dados e a 
análise de informações.
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Órgão / Ente 
Federativo Área Foco da Iniciativa com BI
Secretaria de Estado da 
Educação e Inovação 
de Santa Catarina
Educação
Extração do conhecimento nas 
bases de dados governamentais 
na definição das estratégias 
de capacitação docente.
Secretaria de Estado da 
Saúde do Distrito Federal Saúde
Implantação do Núcleo de Inteligência 
e Estratégia em Saúde, processo 
de informatização das informações 
gerenciais, que antes eram acessadas 
somente de forma manual.
Quadro – Aplicação do BI
Apesar dos exemplos, os pesquisadores consideraram incipiente a a quantidade de 
estudos sobre a utilização de BI no setor público, ao menos no período analisado. 
Porém, observaram uma elevação progressiva de publicações ao longo do tempo, o 
que sinaliza uma evolução gradual da utilização do BI no setor público.
Figura 9 - BI no setor público
Em especial, a partir da publicação do Decreto nº 10.332/2020, que instituiu a Política 
de Governança Digital no âmbito dos órgãos e das entidades da administração 
pública federal direta, autárquica e fundacional, e do Decreto nº 10.046/2019, que 
dispõe sobre o compartilhamento de bases de dados na administração pública 
federal. Cria-se, assim, a expectativa de que tais regulamentações provoquem um 
reordenamento crescente no aparelho governamental de modo que as tecnologias 
de informação sejam mais fomentadas.
Os casos analisados permitiram verificar que o BI possibilitou aos gestores o 
levantamento de informações tempestivas, com integração de diferentes fontes de 
dados, o que ocasionou uma análise mais crítica das informações geradas, tendo 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10046.htm
23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
como consequência maior qualidade no processo decisório. Assim, sugere-se que 
as tecnologias de BI têm condições de assumir uma parceria duradoura e estratégica 
com o setor público no monitoramento de políticas públicas. Além disso, os estudos 
encontrados na pesquisa demonstram que o BI tem condições de ser aplicado 
em qualquer esfera governamental, auxiliando as instituições no incremento da 
eficiência e melhorando as suas práticas de gestão.
Referências bibliográficas 
ARAUJO, A. A.P. Business Intelligence e sua importância para tomada de decisão: 
uma revisão bibliográfica. Monografia. FJN-Faculdade de Juazeiro do Norte, 
Juazeiro do Norte, 2012.
BALTZAN, P.; PHILLIPS, A. Sistemas de Informação. p. 369. Porto Alegre: AMGH.
BIAZOTTO, G. L.; PINTO, G. S. O uso da bussiness intelligence – BI como ferramenta 
de apoio a decisão e diferencial competitivo. Revista Interface Tecnológica, [S. l.], 
v. 19, n. 2, p. 380–392, 2022. DOI: 10.31510/infa.v19i2.1554. Disponível em: https://
revista.fatectq.edu.br/interfacetecnologica/article/view/1554. Acesso em: 26 jul. 
2023.
BOTELHO, F. R.; RAZZOLINI FILHO, E. Conceituando o Termo Business Intelligence: 
Origem e Principais Objetivos. Sistemas, Cibernética e Informática, v. 11, n. 1, p. 
55 a 60, 2014.
BRAGA, N. C. A Lei de Moore (ART1177). Instituto NCB. 10 nov. 2013. Disponível 
em https://newtoncbraga.com.br/index.php/projetos/8084-a-lei-de-moore-art1177.html. Acesso em: 10 ago. 2023.
BRASIL. Presidência da República. Decreto n. 10.046, de 9 de outubro de 
2019. Dispõe sobre a governança no compartilhamento de dados no âmbito da 
administração pública federal e institui o Cadastro Base do Cidadão e o Comitê 
Central de Governança de Dados. Disponível em https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10046.htm. Acesso em 26 jul. 2023.
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25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Sistema Integrado de 
Planejamento e Orçamento – 
SIOP BI 
Unidade 1 - Histórico do SIOP BI
Ao final da unidade, você deverá reconhecer a evolução das 
necessidades que levaram à criação do SIOP BI.
1.1 Uma breve introdução ao orçamento público
A gestão orçamentária é um mecanismo essencial de administração em qualquer 
organização. Ela pode ser considerada uma das principais ferramentas para a 
viabilização do planejamento estratégico de toda instituição, seja pública, seja 
privada.
De maneira resumida, podemos definir o orçamento de uma instituição como um 
plano elaborado para estimar as receitas em um determinado período, e então 
especificar as despesas prioritárias a serem realizadas com os recursos financeiros 
oriundos das receitas.
No caso da administração pública, planejamento orçamentário 
é uma questão legal. O Art. 165 da Constituição Federal de 
1988 determina que o Poder Executivo deve tomar a iniciativa 
de estabelecer leis para o plano plurianual, as diretrizes 
orçamentárias e o orçamento anual da União. 
 Módulo
2
26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
 Figura 10 - Orçamento Público
Assim, o orçamento público é o instrumento de planejamento que detalha 
a previsão dos recursos a serem arrecadados, como impostos, taxas e outras 
receitas estimadas, além da destinação desses recursos, ou seja, em quais despesas 
esses recursos serão utilizados a cada ano. Ao englobar receitas e despesas, o 
orçamento é peça fundamental para o equilíbrio das contas públicas e indica as 
prioridades do Governo para a sociedade. 
Anualmente, a União, os estados e os municípios elaboram seus orçamentos. No 
Orçamento da União, estão os valores que o Governo Federal planeja gastar com o 
seu funcionamento e na execução das políticas públicas, incluindo saúde, educação 
e segurança. Dessa forma, somente as despesas previstas nesse orçamento podem 
ser executadas.
Conheça melhor as leis que suportam a gestão orçamentária da União no nível 
federal:
 + Lei de Diretrizes Orçamentárias — LDO
Tem o papel de orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual. Inclui metas 
e prioridades para a administração pública no ano, estabelece diretrizes e 
metas de política fiscal, entre outros assuntos.
 + Lei Orçamentária Anual — LOA
Apresenta a programação dos gastos governamentais, bem como a previsão 
das receitas para custear esses gastos.
27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
 + Plano Plurianual – PPA
É o instrumento de planejamento orçamentário de médio prazo do Governo 
Federal. Com vigência de quatro anos, ele define as diretrizes, os objetivos 
e as metas da administração pública federal, contemplando as despesas de 
capital (como, por exemplo, os investimentos) e outras delas decorrentes, 
além daquelas relativas aos programas de duração continuada.
Figura 11 - Leis Orçamentárias 
1.2 A necessidade de acesso a dados orçamentários
Todo o processo de planejamento e elaboração das leis que suportam os processos 
orçamentários da União é essencial, mas só após sancionadas, quando entram em 
execução, que a gestão orçamentária se torna mais crítica e relevante.
Todo órgão que compõe a União precisa realizar um 
acompanhamento rígido do orçamento público, ou da parcela 
do orçamento público que lhe é atribuída , para efetivar suas 
ações orçamentárias. Isso é essencial para atingir suas metas 
e objetivos, cumprindo assim sua agenda institucional para a 
sociedade.
No caso da esfera federal da Administração Pública, a gestão orçamentária utiliza 
como principal ferramenta o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento 
- SIOP. O SIOP é um sistema estruturante totalmente desenvolvido, hospedado 
e evoluído por servidores da carreira de Planejamento e Orçamento lotados na 
Secretaria de Orçamento Federal – SOF, o órgão central do Sistema de Planejamento 
e Orçamento Federal — SIPOF. É no SIOP que são elaborados os projetos para as 
três leis que suportam os processos orçamentários da União no nível federal, com 
participação dos Órgãos Setoriais de Orçamento e das Unidades Orçamentárias dos 
três poderes. 
http://www1.siop.planejamento.gov.br/acessopublico/?pp=acessopublico&rvn=1http://www1.siop.planejamento.gov.br/acessopublico/?pp=acessopublico&rvn=1
28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Apesar de estados e municípios utilizarem instrumentos 
legais semelhantes aos da esfera federal, com destaque 
para Leis Orçamentárias Anuais em suas respectivas esferas 
administrativas, o SIOP não está preparado para atender às 
características específicas de cada ente federativo. Assim, o SIOP 
não pode ser utilizado nas esferas estaduais e municipais.
 
Figura 12 - Tela de acesso ao SIOP
A SOF como Órgão Central do Sistema de Planejamento e 
Orçamento
A Lei n. 10.180/2001, que organiza e disciplina os Sistemas de 
Planejamento e Orçamento Federal, entre outras providências, 
define em seu Art. 3º que o Ministério do Planejamento, Orçamento 
e Gestão (Ministério do Planejamento e Orçamento em 2023) 
integra o Sistema de Planejamento e Orçamento Federal (SIPOF) 
como órgão central.
O Art. 2º desta mesma lei declara que o Sistema de Planejamento e 
Orçamento Federal tem, como uma de suas finalidades, formular 
o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos 
anuais, e gerenciar o processo de planejamento e orçamento 
federal.
Já o Decreto n. 11.398/2023, em seu Art. 20, estabelece que 
é competência da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) 
coordenar e gerir o Sistema de Planejamento e Orçamento 
Federal, envolvendo a orientação, a coordenação e a supervisão 
técnica dos órgãos setoriais de orçamento.
Em resumo, a SOF atua como órgão central do SIPOF, e, por isso, é 
responsável pela gestão dos principais processos orçamentários.
29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Os projetos de lei elaborados no SIOP são encaminhados para o Poder Legislativo, 
que avalia, propõe alterações (as emendas parlamentares) e retorna os chamados 
“autógrafos” das leis, para eventuais vetos e sanção da Presidência da República, 
publicação e carregamento no SIOP. A partir deste momento, todo movimento 
orçamentário da União precisa estar previsto nas leis vigentes.
Porém, é importante destacar que a Lei Orçamentária Anual 
não se mantém estática no decorrer do exercício de execução. 
As prioridades e objetivos do Governo Federal e dos órgãos 
que compõem a União podem mudar, o que dá origem às 
alterações orçamentárias, mudanças nas programações 
previstas originalmente na LOA. Todos os pedidos de alterações 
orçamentárias são registrados, avaliados, aprovados (ou não) 
e efetivados (caso aprovados) também no SIOP. 
Dependendo da natureza da alteração, podem ser necessários novos projetos de 
lei, como os créditos suplementares que exigem autorização legislativa, conforme 
determinado no texto da própria LOA Esses projetos também precisam de 
aprovação do Poder Legislativo, que tem a prerrogativa de propor emendas. Uma 
vez aprovados, tais ajustes são efetivados no SIOP e passam a integrar o orçamento 
vigente. 
Portanto, os gestores de orçamento dos órgãos federais devem acessar regularmente 
o SIOP no decorrer do exercício tanto para gerar informação, como ao solicitar um 
pedido de alteração orçamentária, quanto para consultar os dados orçamentários 
atualizados e monitorar as programações orçamentárias sob sua administração. 
Figura 12.1 - Dicas importantes
30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Como acontece em todo sistema informatizado, o SIOP recebe dados, processa-
os com suas regras de negócio e gera novos dados, apresentando vários níveis de 
consolidação e indexação. O maior interesse dos gestores de orçamento dos Órgãos 
Setoriais está na consulta aos dados orçamentários vigentes, como destacado na 
figura a seguir.
Figura 13 - Consulta aos Dados Orçamentários
O SIOP não é o único sistema disponível que permite o acompanhamento 
orçamentário pelas unidades orçamentárias dos órgãos da União. Dentre outras 
opções, pode-se destacar o Tesouro Gerencial, gerido pela Secretaria do Tesouro 
Nacional do Ministério da Fazenda — STN/MF e o Portal da Transparência, gerido 
pela Controladoria-Geral da União — CGU. Cada uma dessas opções traz diferentes 
níveis de detalhamento das informações e diferentes modos de visualização dos 
dados, ficando a cargo do servidor público da área de orçamento a escolha da 
ferramenta que melhor atende às suas necessidades.
31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 13.1 - Sistemas disponíveis 
1.3 Relatórios pré-formatados X Autonomia do 
usuário
Todo sistema informatizado deve fornecer acesso a seus dados aos usuários, e há 
várias formas diferentes de disponibilizá-los.
Nas versões iniciais do SIOP, a forma mais comum de disponibilizar os dados 
orçamentários vigentes era por meio de relatórios pré-formatados. Ou seja, a partir 
de uma interface rígida que apresentava parâmetros para filtragem das informações 
requeridas, o sistema gera relatórios com formatação igualmente rígida, com campos 
pré-determinados no resultado e em formatos, muitas vezes, de difícil manipulação 
posterior, como arquivos PDF, MS Word DOC ou mesmo MS Excel XLS, mas com 
baixíssimo grau de flexibilidade. 
No exemplo a seguir, vemos uma interface que apresenta todas as opções disponíveis 
para a geração do “Espelho” de uma alteração orçamentária, um relatório pré-
formatado que resume as informações sobre uma alteração orçamentária. Esse é 
um relatório comumente utilizado para validar a tramitação de uma alteração junto 
aos gestores de um órgão setorial.
32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 14 - Geração do “Espelho”
Após o usuário clicar no botão “Gerar Espelho”, o SIOP processa os dados da 
base referentes à alteração orçamentária em que o usuário está trabalhando, 
selecionando e filtrando estes dados conforme as escolhas do usuário na interface 
de configuração, além disso gera um arquivo de formato PDF, com informações em 
padrões de formatação determinados previamente como os apresentados abaixo.
Figura 15 - Quadro de detalhamento da despesa
33Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 16 – Quadro resumo dos pedidos
Apesar das informações estarem atualizadas, e o formato do documento gerado ser 
considerado adequado em algumas situações, podemos apontar alguns problemas 
práticos de soluções como a apresentada, veja:
1. A interface para configurar os dados a serem apresentados no relatório 
foi desenvolvida especificamente para este relatório, e não pode ser 
reaproveitada. Outro relatório do sistema exigiria o desenvolvimento de 
uma nova interface, com as particularidades decorrentes das regras de 
negócio deste outro relatório.
2. O usuário precisa ter conhecimento aprofundado do tema em que está 
trabalhando para gerar o relatório de maneira correta, com perfeito 
entendimento do que significa cada parâmetro disponível.
3. O usuário tem pouca flexibilidade para incluir parâmetros ou filtros que 
a interface não apresenta. Ele precisaria registrar um pedido de inclusão 
junto à equipe de desenvolvimento do sistema, que precisará avaliar e 
validar com a área responsável pelo processo orçamentário sobre a 
pertinência do pedido, que precisará entrar em uma fila de priorização 
até que finalmente a inclusão seja desenvolvida, testada e implantada.
4. Da mesma forma que no item 3, o usuário também não possui 
flexibilidade para definir a formatação do relatório resultante, como 
inclusão ou exclusão de informações no relatório, alteração de tamanho 
de fonte, mudança de cores, inclusão de observações ou apresentação 
dos dados em forma de gráficos. Qualquer melhoria desse tipo requer 
alteração do código do sistema e precisará passar por todo o ciclo de 
vida de software citado no item 3.
34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Discussões sobre melhorias no SIOP com seus usuários revelaram que a maioria 
preferiria uma solução com maior flexibilidade. A preocupação com formatação 
do resultado era secundária; muitos usuários desejam ter acesso aos dados em 
formato mais bruto, para depoistrabalhar o formato da apresentação para outras 
partes (quando necessário). O mais importante para eles seria obter a maior 
flexibilidade possível para definir os campos a serem apresentados no resultado, os 
filtros e os formatos para acessar aos resultados. Em resumo, existia uma demanda 
significativa por uma solução focada na autonomia do usuário.
Baseada em relatos recorrentes desse tipo, a equipe de 
desenvolvimento do SIOP iniciou o desenvolvimento da solução 
de Business Intelligence do SIOP, o SIOP BI.
35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2 - Origem dos Dados
Ao final da unidade, você deverá reconhecer as fontes dos dados 
que compõem a base de dados do SIOP BI.
2.1 SIOP: dados da programação orçamentária
Uma das características diferenciadas de um sistema de Business Intelligence é a 
possibilidade de cruzar dados de diferentes fontes, em diferentes formatos, gerando 
uma base de dados consolidada.
No caso do SIOP BI, a maioria dos dados tem origem no próprio SIOP, a partir dos 
dados inseridos pelos usuários de órgãos setoriais, unidades orçamentárias e da 
própria Secretaria de Orçamento Federal (SOF).
Alguns dados mais específicos, com destaque para as informações de precatórios 
federais e os autógrafos das leis aprovadas no Congresso Nacional, hoje são enviados 
ao SIOP de maneira automatizada pelos órgãos responsáveis, sendo integrados às 
suas bases de dados. 
Figura 17 - Integração com o SIOP.
36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Os vários processos orçamentários geridos no SIOP, como a elaboração do 
PLOA, as estimativas de receita, as alterações orçamentárias em tramitação ou já 
efetivadas, a gestão das emendas parlamentares individuais, entre outros, geram 
os dados de referência consolidados nas suas bases de dados. Como uma das 
principais consequências desses processos, o SIOP é o sistema responsável pela 
consolidação dos dados atualizados sobre as previsões das receitas orçamentárias 
e as programações orçamentárias da despesa na esfera federal.
Daremos maior destaque à gestão das programações orçamentárias da despesa, 
alvo principal do SIOP BI.
O que é a programação orçamentária?
A programação orçamentária da despesa responde às perguntas clássicas que 
caracterizam o ato de orçar, sendo dividido em dois blocos de classificação: 
qualitativa e quantitativa.
O quadro a seguir apresenta os itens que compõem a estrutura da classificação 
qualitativa da programação orçamentária juntamente com as perguntas 
correspondentes que cada item busca responder.
Item da Estrutura Pergunta que responde
Esfera Orçamentária
Em qual Orçamento (fiscal, 
da seguridade social, ou do 
investimento das estatais)? 
Órgão
Unidade Orçamentária Quem é o responsável por fazer?
Função
Subfunção
Em que áreas da despesa a ação 
governamental será realizada?
Programa O que se pretende alcançar com a 
implementação da Política Pública?
Ação O que será desenvolvido para 
alcançar o objetivo do programa?
Subtítulo (ou Localizador) Onde é feito, onde está o 
beneficiário do gasto?
Quadro – Itens da programação orçamentária qualitativa
37Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O segundo quadro mostra os itens que compõem a estrutura da classificação 
quantitativa da programação orçamentária, juntamente com as perguntas 
correspondentes que cada item busca responder.
Item da Estrutura Pergunta que responde
Categoria Econômica da Despesa Qual o efeito econômico da 
realização da despesa?
Grupo de Natureza de Despesa (GND) Em qual classe de gasto (investimento 
ou custeio) será realizada a despesa?
Modalidade de Aplicação De que forma serão 
aplicados os recursos?
Elemento de Despesa Quais os insumos que se 
pretende utilizar ou adquirir?
Identificador de Uso (IDUSO) Os recursos são destinados 
para contrapartida?
Fonte de Recursos De onde virão os recursos 
para realizar a despesa?
Identificador de Doação e de 
Operação de Crédito (IDOC)
A que operação de crédito ou 
doação os recursos se relacionam?
Identificador de Resultado Primário Qual o efeito da despesa sobre o 
Resultado Primário da União?
Dotação Qual o montante alocado?
Quadro – Itens da programação orçamentária quantitativa
Como exemplo, considere o quadro a seguir, referente à programação 
10.39.252.26.782.2075.7M64.0043 (classificação qualitativa), no financeiro 
9999.0.100.4490.2 (classificação quantitativa). A dotação seria o valor atribuído a 
esta programação, em reais.
38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 18 - Classificação qualitativa
Enquanto o PLOA e o autógrafo da LOA propõem as programações orçamentárias 
para um exercício a ser iniciado, as alterações orçamentárias propõem mudanças 
nos itens das programações, tanto qualitativa quanto quantitativamente no 
decorrer de um exercício. Os gestores de orçamento dos órgãos da União precisam 
de constante acompanhamento sobre a situação das programações e têm no SIOP 
a origem dessas informações.
Porém, para um acompanhamento efetivo do orçamento, os gestores precisam, 
monitorar não apenas as programações orçamentárias vigentes, mas também o 
grau de execução do orçamento, uma função que está além das capacidades do 
SIOP. Nesse caso, é necessário recorrer a outro importante sistema da Administração 
Federal: o SIAFI.
39Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.2 SIAFI: dados da execução orçamentária
O Sistema Integrado de Administração Financeira do 
Governo Federal (SIAFI) é o principal instrumento utilizado 
para registro, acompanhamento e controle da execução 
orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal. O 
SIAFI é gerido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do 
Ministério da Fazenda, e desenvolvido, hospedado e evoluído 
pelo Serviço Federal de Processamento de Dados – SERPRO. 
Figura 19 - SIAFI
Em resumo, é no SIAFI que os gestores de orçamento da União realizam a execução 
orçamentária e o gasto efetivo da despesa pública.
A Lei n. 4320, de 17 de março de 1964, que estabelece Normas Gerais de Direito 
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, define 
três etapas para a execução orçamentária:
• O empenho: reserva do recurso financeiro pelo gestor de orçamento, 
visando um pagamento futuro caso o bem a ser adquirido for entregue 
ou o serviço a ser contratado concluído. Isso ajuda o governo a organizar 
os gastos pelas suas diferentes áreas, evitando que se gaste mais do que 
o planejado, ou que despesas previstas sejam preteridas em relação a 
outras de menor prioridade.
• A liquidação: confirmação de que o governo recebeu aquilo que 
comprou ou contratou. Ou seja, quando se confere que o bem foi 
entregue corretamente ou que o serviço foi prestado como acordado, 
como a etapa de uma obra.
• O pagamento: etapa final da execução, quando o governo repassa o 
recurso financeiro ao vendedor ou prestador de serviço contratado, se 
estiver tudo certo com as fases anteriores.
É evidente que o gestor de um órgão da União precisa ter dados atualizados 
sobre o estado da execução orçamentária. Na verdade, não apenas o gestor, mas 
o próprio SIOP precisa ter constante acompanhamento da situação da execução 
orçamentária. Imagine se um gestor de orçamento de um órgão resolve criar uma 
alteração orçamentária em uma programação que já foi integralmente executada? 
Obviamente não se pode alterar uma programação que já foi utilizada.
Da mesma forma, o SIAFI também precisa estar atualizado sobre a situação das 
programações orçamentárias geridas no SIOP. Em uma situação contrária à colocada 
no parágrafo anterior, imagine se um gestor resolva empenhar uma programação 
que sofreu uma alteração orçamentária e não possui mais dotação?
Assim, deve ficar claro que SIOP e SIAFI são sistemas que dependem um do outro, e 
https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/siafi
https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/siafi
40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
precisam trocardados constantemente. O SIOP envia ao SIAFI as informações sobre 
a situação das programações orçamentárias, e o SIAFI envia ao SIOP a situação da 
execução orçamentária. O desenho a seguir resume a integração entre os sistemas.
Figura 20 - Integração entre sistemas
Após a publicação do PLOA e a sanção da LOA, o SIOP envia arquivos ao SIAFI 
contendo todos os cadastros dos itens qualitativos e as programações orçamentárias 
vigentes. Com o exercício em andamento, cada alteração orçamentária efetivada no 
SIOP gera um arquivo com os detalhes da mudança que é enviado ao SIAFI em até 
uma hora.
Em contrapartida, em toda madrugada o SIAFI envia ao SIOP um arquivo com 
toda a execução do exercício, atualizado até o último dia em que houve alguma 
movimentação.
Figura 20.1 - integração e prazo
Uma consequência importante deste modo de integração é que as execuções 
orçamentárias realizadas no SIAFI, como empenhos e pagamentos, só poderão 
ser visualizadas no SIOP BI no dia seguinte à sua realização. 
Assim, os dois sistemas trabalham como parceiros para manter os dados 
orçamentários atualizados em ambos os sistemas.
41Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Uma curiosidade! Apesar de hoje a integração entre os sistemas 
ser operacionalizada por meio da transmissão automática 
de arquivos por conexão entre as redes da SOF (Secretaria de 
Orçamento Federal) e do SERPRO, é comum que os servidores se 
refiram a esses arquivos como “fitas”. Esse termo vem do antigo 
processo de integração entre o SIAFI e o SIDOR (antecessor do 
SIOP), em que a troca de informações se dava por meio de fitas 
de gravação em rolo, que eram levadas de um datacenter para o 
outro por um serviço de entrega em motocicleta. Como exemplo, 
a fita com a execução orçamentária diária do SIAFI, que deveria 
ser carregada no SIDOR, vinha com o nome “PARASOF” escrito por 
fora, indicando que deveria ser levada “para a SOF”, ou seja, para 
a Secretaria de Orçamento Federal. Até hoje o arquivo digital que 
substituiu esta fita física é chamado de “fita PARASOF”.
E finalmente conseguimos reunir todos os dados necessários para viabilizar a 
implementação do SIOP BI. Os dados presentes na base de dados do SIOP, que 
incluem tanto os de origem no próprio SIOP quanto os originados no SIAFI ou outros 
sistemas integrados, são extraídos, consolidados e indexados pelo menos uma vez 
ao dia, por meio de um processo de ETL (Extração, Tratamento e Carga), alimentando 
um data mart com todos os dados úteis para análise orçamentária. A interface 
do SIOP BI, por meio da qual os usuários do SIOP extraem esses dados, pode ser 
considerada um tipo de solução OLAP (Processamento Analítico em Tempo Real).
Figura 21 - Solução OLAP
42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
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e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança 
do Ministério do Planejamento e Orçamento, e transforma cargos em comissão e 
funções de confiança. Brasília–DF: Presidência da República, 2023. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11398.htm. 
Acesso em: 08 ago. 2023.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 10.180, de 06 de fevereiro de 2001: 
Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, 
de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle 
Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências. Brasília–DF: 
Presidência da República, [2001]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10180.htm. Acesso em: 08 ago. 2023.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964: Estatui 
Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos 
e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília–
DF: Presidência da República, [1964]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
Ccivil_03/leis/L4320.htm. Acesso em: 07 ago. 2023.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
https://portaldatransparencia.gov.br/entenda-a-gestao-publica/execucao-despesa-publica#
https://portaldatransparencia.gov.br/entenda-a-gestao-publica/execucao-despesa-publica#
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-orcamento
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-orcamento
https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/siafi
https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/siafi
https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php/mtos
https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php/mtos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11398.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10180.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10180.htm
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4320.htm
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4320.htm
43Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Introdução ao SIOP
 
Unidade 1 - Sistema de Planejamento e 
Orçamento Federal (SIOP)
Ao final da unidade, você deverá reconhecer a estrutura do 
Sistema de Planejamento e Orçamento Federal (SIOP) e os 
principais componentes do processo orçamentário federal.
1.1 Sistemas Estruturadores da Administração 
Pública Federal
Sistemas estruturadores da Administração Pública Federal são os mecanismos de 
suporte às atividades desempenhadas pelos órgãos setoriais (unidades responsáveis 
em cada órgão ou entidade), sob a coordenação e supervisão de um órgão central.
Papel dos órgãos de um Sistema Estruturador
Figura 22 - Órgãos centrais e Órgãos setoriais
 Módulo
3
44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Vários dos processos executados nos sistemas estruturadores são centralizados em 
soluções tecnológicas (softwares), conhecidos como sistemas estruturantes. Como 
é comum confundir os dois conceitos, vamos destacar a diferença:
Sistemas 
Estruturadores
Organizações institucionais criadas para 
organizar determinadas atividades da 
administração pública, como gestão de pessoas, 
planejamento e orçamento ou serviços gerais.
Sistemas Estruturantes
Sistemas de informação (plataformas 
tecnológicas) por meio dos quais 
muitos dos processos de cada sistema 
estruturador são executados.
Seguem alguns exemplos de sistemas estruturadores da Administração Pública 
Federal.
 + Sistema de Organização e Inovação institucional do Governo Federal – 
SIORG
Organiza as atividades de desenvolvimento organizacional dos órgãos e das 
entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. É 
a fonte oficial de informações sobre a estrutura organizacional das instituiçõesdo Poder Executivo Federal.
 + Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal – Sipec
Organiza as atividades de administração de pessoal civil do Poder Executivo 
Federal da administração direta e das autarquias.
 + Sistema de Serviços Gerais – SISG
Organiza as atividades de administração de edifícios públicos e imóveis 
residenciais, bens, serviços, transporte, comunicações administrativas e 
documentação. A função logística é apoiada por diferentes sistemas, que são 
gerenciados por órgãos distintos.
 + Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação - SISP
Organiza a gestão dos recursos de tecnologia da informação (bens e serviços 
que compõem a infraestrutura tecnológica de suporte automatizado ao ciclo 
da informação).
 + Sistema de Administração Financeira Federal
Organiza as atividades de programação financeira da União, de administração 
de direitos e haveres, garantias e obrigações de responsabilidade do Tesouro 
45Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Nacional e de orientação técnico-normativa sobre a execução orçamentária 
e financeira.
 + Sistema de Controle Interno do Poder Executivo federal – SCI
Permite avaliar a ação do governo e a gestão dos administradores públicos 
federais.
 + Sistema de Planejamento e Orçamento Federal – SIPOF
Organiza o conjunto de atividades ligadas ao processo de planejamento e 
orçamento federal na Administração Pública Federal.
No caso do nosso interesse, o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP) 
é o sistema estruturante que suporta os processos do Sistema Estruturador de 
Planejamento e Orçamento Federal (SIPOF).
1.2 Sistema de Planejamento e Orçamento Federal
A Lei 10.180/2001, em seu Art. 3º, define o Ministério do Planejamento, Orçamento 
e Gestão como órgão central do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal 
(SIPOF). 
O Decreto n. 11.398/2023 atualiza a designação de órgão central, especificando que 
cabe à Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento 
(SOF/MPO) coordenar e gerir o SIPOF, envolvendo a orientação, a coordenação e a 
supervisão técnica dos órgãos setoriais de orçamento.
Apesar de formalmente a SOF (Secretaria de Orçamento Federal) 
estar designada como órgão central do SIPOF, na prática ela 
divide esta tarefa com outras duas secretarias: 
1 - A Secretaria Nacional de Planejamento (SEPLAN), que gerencia 
os subprocessos relacionados ao planejamento de médio prazo, 
concretizado no Plano Plurianual – PPA.
2 - A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas 
Estatais (SEST), que gerencia o Orçamento de Investimento das 
Empresas Estatais.
Os órgãos setoriais do SIPOF são as unidades de planejamento e orçamento dos 
Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da 
Presidência da República.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10180.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11398.htm%5b
46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Os órgãos seccionais são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão central do 
Sistema, cuja missão está voltada para as atividades de planejamento e orçamento. 
Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as 
unidades responsáveis pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa 
do órgão central do Sistema. Estão incluídas aqui as unidades responsáveis pelos 
orçamentos da Câmara dos Deputados, Senado Federal, Tribunal de Contas da 
União, Supremo Tribunal Federal etc. Na prática, essas unidades são tratadas na 
estrutura do SIPOF de maneira equivalente aos órgãos setoriais.
As Unidades Orçamentárias (UOs), apesar de não integrarem formalmente o SIPOF, 
já que não são citadas na Lei n. 10.180/2001, estão sujeitas à orientação normativa 
e à supervisão técnica do órgão central. Além disso, devem seguir as diretrizes do 
órgão setorial ao qual estão vinculadas. Elas desempenham o papel de coordenação 
do processo de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, 
integrando e articulando o trabalho das suas unidades administrativas, tendo em 
vista a consistência da programação de sua unidade. São exemplos de unidades 
orçamentárias as agências reguladoras, os institutos, as universidades, o Banco 
Central do Brasil, entre outros. 
Embora o SIPOF tenha como uma de suas finalidades promover 
a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
visando a compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos 
Sistemas, nos planos federal, estadual, distrital e municipal, 
apenas os órgãos da esfera federal estão sujeitos à orientação 
normativa e à supervisão técnica do órgão central do SIPOF.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10180.htm
47Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 23 – Sistema de Planejamento de Orçamento Federal - SIPOF 
1.3 Processo Orçamentário
Dentre as finalidades do Sistema de Planejamento e Orçamento (SIPOF) que a Lei n. 
10.180/2001 estabelece em seu Art. 2º, destacamos:
• formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos 
anuais;
• gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal.
Já o art. 3º estabelece que o SIPOF compreende as atividades de elaboração, 
acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e a realização 
de estudos e pesquisas socioeconômicas.
Para organizar a estrutura do próprio órgão central e tornar mais claro o trabalho 
de todo o SIPOF, o processo orçamentário é traduzido, na prática, em subprocessos, 
operacionalizando cada finalidade ou atribuição do sistema.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10180.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10180.htm
48Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Assim, são definidos subprocessos como:
• Elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual
• Elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
• Elaboração do Projeto de Lei do Plano Plurianual
• Alterações Orçamentárias
• Estimativas de Receita
• Acompanhamento Orçamentário
• Monitoramento do PPA
• Gestão das Emendas Parlamentares Individuais
• Acompanhamento da Execução das Empresas Estatais
A figura abaixo ajuda a compreender como alguns destes subprocessos se organizam 
na linha do tempo para configurar o processo orçamentário de um exercício.
Figura 24 - Processo orçamentário de um exercício.
1. O processo orçamentário de um exercício tem seu início com a elaboração 
do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, que deve ser encaminhado 
pelo Poder Executivo para apreciação do Poder Legislativo até o dia 15 
de abril do exercício anterior, conforme determinado na Constituição 
Federal de 1988.
2. A estimativa de receita para o próximo exercício serve de referência para 
a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual que, também 
seguindo orientação da Constituição Federal de 1988, deve ser 
encaminhado pelo Poder Executivo para apreciação do Poder Legislativo 
até o dia 31 de agosto do exercício anterior.
3. Uma vez que o Poder Legislativo devolve o autógrafo da Lei Orçamentária 
Anual ao Poder Executivo, e a Presidência da República sanciona a Lei, é 
iniciada a execução do orçamento, quando passam a ser propostas 
alterações orçamentárias, e inicia a gestão das emendas parlamentares 
individuais.
49Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
4. Ao fim do primeiro semestre do exercício, é realizado o primeiro ciclo do 
acompanhamento orçamentário, onde é avaliado o nível e a qualidade 
da execução física do orçamento até então, podendo ser propostas 
mudanças de rumo caso necessário.
5. Ao fim do exercício, é realizado o segundo ciclo do acompanhamento 
orçamentário, visando avaliar a qualidade do gasto e identificar 
oportunidades de melhorias para o processo orçamentário nos próximos 
exercícios.
Alguns destes subprocessos são especialmente complexos, e requerem mais um 
nível de divisões em áreas que simplifiquem a sua operacionalização.Por exemplo, o subprocesso de Elaboração do PLOA é organizado nos seguintes 
temas:
• Elaboração da Proposta Qualitativa
• Elaboração da Proposta Quantitativa
• Especificação de Limites de Dotação
• Projetos de Investimento
• Descentralização de Precatórios
• Cadastro de Operações de Crédito
• Informações Complementares
• Formalização
Fica evidente que se trata de um processo de grande complexidade. 
São muitas camadas, imenso volume de informações, com origem 
em vários órgãos e unidades orçamentárias. É praticamente 
inviável gerir esse processo sem o apoio de ferramentas que 
facilitem e tornem ágil a parte operacional e viabilizem o controle 
de qualidade e o acompanhamento gerencial.
Essa realidade levou à necessidade de desenvolvimento dos primeiros sistemas 
estruturantes de apoio ao Sistema Estruturador de Planejamento e Orçamento 
Federal.
50Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2 - História do SIOP
Ao final da unidade, você deverá reconhecer o histórico e os 
motivos que levaram à criação do SIOP.
2.1 Sistemas de Apoio ao Processo Orçamentário
A primeira iniciativa para o desenvolvimento de um sistema informatizado para 
apoio ao processo orçamentário tem origem em 1987, com a criação da Comissão de 
Desenvolvimento do Sistema de Dados Orçamentários, conhecida como COMSIDOR, 
que incluía servidores da Secretaria de Orçamento e Finanças (que já usava a sigla 
SOF), do Departamento Regional de Informática do IBGE (DERIN), e analistas de 
sistemas do Ministério da Aeronáutica e do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Figura 25 - Formulário de papel
Até então, o processo orçamentário da administração pública federal baseava-se 
no preenchimento e trâmite de uma série de formulários, muitos dos quais em 
papel ou em sistemas precários e isolados. Alguns desses sistemas eram geridos 
por órgãos setoriais e possuíam características específicas aderentes à realidade de 
cada um. Essa realidade complexa deu origem à necessidade de desenvolver uma 
solução integrada que tornasse o processo mais ágil, confiável e auditável. 
Dentre os objetivos gerais a serem alcançados por este novo sistema, estabelecidos 
pela COMSIDOR, destacam-se:
• Prestar informações consistentes e ágeis que possibilitassem parâmetros 
adequados às decisões superiores.
• Disponibilidade de dados suficientes para compor uma boa série 
histórica, que propicia projeções temporais, estudos estatísticos e de 
simulação, nos aspectos físicos e financeiros, com enfoques de receita, 
despesa e programação, nos seus diversos níveis.
• Confiabilidade, velocidade, redução de custos e racionalidade de rotinas 
51Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
e, consequentemente, maior disponibilidade de tempo para o 
planejamento das atividades.
Ouça o podcast e compreenda mais sobre o assunto.
PODCAST 1 - Sistema Integrado de Dados Orçamentários – SIDOR
As mudanças significativas do processo orçamentário, estabelecidas pela Constituição 
Federal de 1988, impulsionaram a aceleração do cronograma de implementação 
do novo sistema. Assim, em 1989, foi implantado o Sistema Integrado de Dados 
Orçamentários (SIDOR). 
Em sua primeira versão, o SIDOR era focado na elaboração do PLOA, estabelecendo 
alguns parâmetros e modelos que seriam adotados pelo SIOP no futuro. Com o 
passar do tempo, foram agregados módulos para a elaboração do PPA, projeções 
de receita, acompanhamento da execução orçamentária (incluindo a possibilidade 
de cadastro de pleitos de alterações orçamentárias), projeção de gastos com 
pessoal, acompanhamento de operações de crédito e acompanhamento das 
empresas estatais.
Em 2000, a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do ministério 
do Planejamento, Orçamento e Gestão implantou o Sistema de Informações 
Gerenciais e de Planejamento (SigPlan). Este sistema foi desenvolvido com foco no 
planejamento governamental de médio prazo, em especial para a gestão do Plano 
Plurianual (PPA), e previa o monitoramento dos programas, metas e objetivos da 
administração pública federal.
O aumento da complexidade do SIDOR, acompanhando o aumento de volume de 
demandas para evolução do sistema, levou à decisão, em 2004, de passar o seu 
desenvolvimento e hospedagem para o Serviço Federal de Processamento de Dados 
(SERPRO).
2.2 Sistema Integrado de Planejamento e 
Orçamento - SIOP
As crescentes demandas por melhorias e a necessidade de adequação do sistema 
às constantes alterações normativas do processo orçamentário levaram o SIDOR a 
um limite em sua capacidade de atendimento. Sua arquitetura obsoleta, baseada 
em mainframes e em codificação com linguagem de programação limitada e pouco 
flexível, tornou sua evolução cada vez mais difícil e onerosa.
https://podcasters.spotify.com/pod/show/enap/episodes/EV-G-SIOP-BI--Sistema-Integrado-de-Dados-Oramentrios--SIDOR-e2gnap4
52Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 25.1 - SIDOR
Assim, as diretorias da Secretaria de Orçamento Federal, da Secretaria de 
Planejamento Institucional (responsável na época pelo PPA) e do Departamento de 
Coordenação e Governança das Estatais (DEST) tomaram a decisão de desenvolver 
um novo sistema, integrando todo o processo orçamentário, contando com uma 
equipe técnica própria e total autonomia para sua evolução.
Figura 26 - Analista de Planejamento e Orçamento
O concurso público para Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, realizado em 2008, reservou uma quantidade 
de vagas para especialistas em tecnologia da informação, com o objetivo de trabalhar 
no desenvolvimento do novo sistema estruturante. 
Assim, em 2009 foi desenvolvido e implantado o primeiro módulo do Sistema 
Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP), o qual já foi utilizado para a 
elaboração do Projeto de Lei Orçamentária de 2010. 
Desenvolvido a partir de plataformas abertas de desenvolvimento de software em 
solução totalmente web, o SIOP apresentava maior flexibilidade e escalabilidade que 
o SIDOR, tornando mais ágil o seu desenvolvimento e manutenção. A infraestrutura 
53Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
física para hospedagem do SIOP também foi totalmente assumida pela Secretaria 
de Orçamento Federal, e foi instalada em suas dependências físicas. Em 2015, a SOF 
adquiriu uma sala segura certificada NBR/ISO 10.636, com sistema de prevenção 
e combate a incêndios, climatização de precisão, geradores redundantes e 
monitoramento 24x7, garantindo estabilidade e segurança para a operação do SIOP.
 
Figura 27 – Data Center SIOP
A partir do exercício de 2000, as bases de dados orçamentários do SIDOR foram 
migradas para as bases do SIOP. Questões técnicas associadas ao formato dos 
dados inviabilizaram a migração dos exercícios anteriores. 
Aos poucos, os módulos do SIDOR e do SigPlan foram migrados 
para SIOP, e em 2016 o SIDOR foi desativado definitivamente. 
Versões do SigPlan ainda são utilizadas por algumas secretarias 
de planejamento estaduais, mas a versão da esfera federal 
também foi desativada.
A figura abaixo apresenta o atual portal de acesso ao SIOP, com os principais recursos 
disponíveis, e pode ser acessado por meio do link: https://www.siop.gov.br/
https://www.siop.gov.br/
54Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Figura 28 – Portal de acesso ao SIOP
Da mesma forma que o seu antecessor SIDOR, o SIOP é organizado na forma de 
módulos de sistema, ou seja, grupos de funcionalidades focados nos subprocessos 
operacionais que compõem o processo orçamentário.
Apesar do SIOP ter representado uma evolução tecnológica significativa em relação 
aos sistemas anteriormente utilizados, sua gestão sempre teve como um de seus 
pilares a preocupação com o risco de obsolescência. Dessa forma, em 2015, foram 
iniciados os primeiros trabalhos visando a evolução do seu software para uma 
arquitetura baseada em microsserviços, considerado o padrão “estado da arte” para 
o desenvolvimento de