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Empreendedorismo
Empreendedorismo
Presidente do Grupo Splice
Reitor
Diretor Administrativo Financeiro
Diretora da Educação a Distância
Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
Gestora do Instituto da Área da Saúde
Gestora do Instituto de Ciências Exatas
Autoria
Parecerista Validador
Antônio Roberto Beldi
João Paulo Barros Beldi
Claudio Geraldo Amorim de Souza 
Jucimara Roesler
Henry Julio Kupty
Marcela Unes Pereira Renno
Regiane Burger
Schirlei Mari Freder
Aécio Antônio de Oliveira
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Sumário
Os diversos âmbitos do empreendedorismo ..............6
Histórias inspiradoras .................................................26
Empreendedorismo no Brasil e no mundo ...............44
Comportamento empreendedor e 
intraempreendedor .....................................................63
Intraempreendedorismo, desenvolvimento de um 
empreendimento .........................................................81
Modelagem de Negócios .............................................98
Startups .......................................................................115
Incubadoras e aceleradoras de empresas ..............132
Empreendedorismo
Empreendedorismo
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Palavras do professor
Caro aluno! Cara aluna!
Bem-vindo à disciplina de Empreendedorismo! A proposta principal deste 
estudo é contextualizar o tema de maneira que você tenha condições de 
compreender do que se trata e de que modo utilizará o empreendedo-
rismo em sua prática e escolha profissional.
Abordaremos as perspectivas de conteúdos desde o empreendedorismo 
voltado aos negócios com fins lucrativos, que tem por objetivo principal o 
lucro destinado aos seus sócios, até outra modalidade de empreendedo-
rismo, que é aquele voltado para a área social: os negócios sociais. Estes, 
por sua vez, também apresentam finalidades lucrativas, porém, têm como 
pano de fundo a necessidade de resolver um problema social. 
Separamos algumas histórias inspiradoras e também conteúdos sobre 
o perfil empreendedor e intraempreendedor e, nas últimas unidades, 
conversaremos sobre a aplicação de ferramentas para a modelagem de 
negócios, bem como sobre as inovadoras técnicas de financiamento com 
as aceleradoras e incubadoras de empresas e a criação de novas empre-
sas em um novo formato: as startups.
Em suma, ao final desta disciplina, você conseguirá compreender os 
diferentes contextos nos quais se insere a geração de negócios e de que 
modo você poderá definir sua futura carreira profissional. Essa definição 
certamente envolverá a escolha por seguir uma carreira dentro de uma 
empresa ou organização da sociedade civil ou abrir seu próprio negócio, 
tanto na área econômica tradicional quanto na área dos negócios sociais. 
Bons estudos!
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Os diversos âmbitos 
do empreendedorismo
Para iniciar seus estudos
Olá! Nesta unidade, você conseguirá compreender os diferentes con-
textos nos quais se insere o empreendedorismo. A geração de negócios 
ocorre tanto na área econômica tradicional, na qual se encontra a maioria 
das empresas, quanto na área dos negócios sociais, que são aqueles vol-
tados à transformação social. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
• Contextualizar o empreendedorismo e as diversas maneiras de 
empreender, tanto no âmbito dos negócios quanto na perspec-
tiva da transformação social.
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
1.1 Contextualizando o tema do empreendedorismo
Quando um empreendimento é inaugurado, podemos dizer que ele cumpriu um ciclo, composto por várias eta-
pas de um processo. Sim, são várias etapas a serem cumpridas para que as iniciativas empreendedoras comecem 
a cumprir suas finalidades. E, mesmo antes dessas etapas, por menor que seja a iniciativa empreendedora, certa-
mente ela necessitou de um plano para existir.
Esse plano bem elaborado será capaz de responder se a ideia realmente possui possibilidades e perspectivas ou 
se ainda são necessários esforços para amadurecer uma ou outra etapa do futuro empreendimento. A constru-
ção de um planejamento empreendedor torna-se um desafio, exigindo persistência, comprometimento, criati-
vidade, pesquisa e dedicação. Também representa uma etapa essencial para que as chances de sucesso aumen-
tem.
No processo criativo, que envolve desde a fase de ideação de uma nova empresa ou negócio até a implementa-
ção dessa ideia, Drucker (2003, p. 25) destaca que alguns modos de pensar são fundamentais. Entre eles, é citado 
o modo de pensar inovativo, pois a inovação “[...] é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo 
qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente”. 
Sendo assim, o processo de inovação é uma oportunidade de identificar e explorar novos negócios e também de 
reinventar negócios que estão funcionando.
Dessa forma, Drucker apresenta a inovação como uma disciplina de diagnóstico: um exame sistemático das áreas 
de mudança que tipicamente oferecem oportunidades ao empreendedor e que são inspiradas pela inovação 
econômica e social, a partir da busca por mudanças e solução de problemas. 
Utiliza-se o monitoramento de sete fontes para uma oportunidade inovadora. Tais fontes podem servir de guia 
para você identificar oportunidades de inovação em sua empresa e em seu ambiente de trabalho.
Segundo Drucker (2003), as primeiras quatro fontes são aquelas que estão dentro da empresa ou do negócio. 
Normalmente são confiáveis e exige-se pequenos esforços para capturá-las:
• O inesperado: o sucesso, o fracasso e o evento externo;
• A incongruência: entre a realidade como ela é de fato e a realidade como se presume ser ou como deveria 
ser;
• A inovação baseada na necessidade do processo;
• Mudanças na estrutura do setor em que o negócio está inserido ou na estrutura do mercado, que muitas 
vezes pegam todos desprevenidos.
Em seguida, Drucker (2003) apresenta as outras três fontes para oportunidades inovadoras, que implicam em 
mudanças fora da empresa ou do negócio em si:
• Mudanças demográficas;
• Mudanças de percepção, disposição e significado;
• Conhecimento novo, tanto científico quanto não científico.
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Sendo assim, o empreendedor precisa ter sempre em mente o que pode ser explorado no mercado. É quase como 
que algumas perguntas perseguissem o empreendedor.
Figura 1: Questões que acompanham o empreendedor
Legenda: Perguntas para o empreendedor.
Fonte: Elaborada pela autora (2016).
Cabe destacar que algumas soluções ainda não são possíveis, pois dependem de tecnologia ainda não disponível 
ou porque não encontramos as soluções técnicas para resolvê-las. Nesses casos, o conhecimento pessoal do 
empreendedor pode agregar valor para tornar possível a produção de algum produto ou a prestação de algum 
tipo de serviço.
Um exemplo simples: a Gillette inventou a lâmina de barbear, mas, na época em que isso 
ocorreu, não existiam máquinas para fazer uma lâmina de aço fina, com a espessura que 
estavam idealizando. Então, foi necessário esperar o desenvolvimento das máquinas que 
fossem capazes de atender à proposta e, dessa forma, tornar a ideia viável.
Algo interessante no perfil do empreendedor é que esse conhecimento não vem só de um lugar ou de uma 
ciência única, mas, sim, de um conjunto multidisciplinar de saberes, envolvendo várias experiências vividas pelo 
empreendedor. Além disso, quando se busca a solução para um problema, geralmente na etapa de exploração 
da ideia, em muitos casos recomenda-se a utilização de assessorias com especialistas – na agricultura,por exem-
plo, os adubos são resultado de pesquisas de várias áreas, como botânica, química, agronomia, engenharia de 
alimentos, física etc.
Multidisciplinar: várias disciplinas dentro de uma mesma área do conhecimento.
Glossário
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Para que possamos avançar e compreender melhor o contexto em que se insere um empreendedor, no próximo 
item, abordaremos os 5 “Ps” do Empreendedorismo. As características apresentadas em cada “P” podem ser 
natas, ou seja, nascem com o empreendedor e aprimoram-se com as experiências da vida; em outros casos, 
algumas dessas características podem ser desenvolvidas por meio de cursos e das diversas experiências pessoais 
e profissionais vivenciadas pelas pessoas.
1.1.1 Os 5 “Ps” do Empreendedorismo 
Diante dessa introdução apresentada, veja que, dos diversos conhecimentos e habilidades que um empreende-
dor precisa ter e saber, trazemos algo que pode ser muito inspirador quando analisamos o campo do empreen-
dedorismo, que são os 5 “Ps” do Empreendedorismo. 
São diversas teorias e diversos autores que se dedicam a essa análise, sempre buscando compreender o perfil do 
“ser empreendedor”, e também de que modo ocorre o empreendedorismo. 
Nessa análise, os 5 “Ps” do Empreendedorismo são apresentados como se fossem um ciclo. Ressalta-se que eles 
nem sempre acontecerão na ordem aqui apontada, porém, o que será exposto certamente fará você refletir em 
cada etapa e contribuir nos processos de tomada de decisão. 
Os 5 “Ps” do Empreendedorismo relatados por Gimenez em seu livro “Empreendedorismo, Sustentabilidade a 
vida de professor: prosa e poesia” são descritos a partir da experiência acadêmica e da dedicação de muitos anos 
de pesquisa na área.
[Ao] descrever as características de cada “P” pode facilitar a análise e compreensão do modo 
como podemos verificar isso nas práticas empreendedoras, independente do porte ou tamanho 
da empresa. [...] são características que podem se tornar um padrão quando buscamos analisar o 
comportamento empreendedor (FREDER; FREITAS; MINGHINI, 2016, p. 105).
Em um estudo aplicado por Freder, Freitas e Minghini (2016), uma pergunta norteou as questões utilizadas na 
entrevista: “apesar das dificuldades, o que motiva o empreendedor brasileiro?” Os autores partiram então para 
uma comparação entre os “5 Ps” de Gimenez (2015) e os depoimentos do Dr. Ozires Silva, fundador da Embraer 
e importante empreendedor brasileiro, em seu livro “Cartas a um jovem empreendedor: realize seu sonho. Vale 
a pena” (SILVA, 2007). Notaram que os “empreendedores brasileiros têm em comum os aspectos de liderança, 
protagonismo e o forte desejo de transformar suas realidades” (FREDER; FREITAS; MINGHINI, 2016, p. 104) e que 
essas são informações recorrentes em diversas pesquisas sobre o perfil do empreendedor. 
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
A seguir, no Quadro 1, consta a descrição dessas cinco características empreendedoras apontadas por Gimenez 
(2015).
Quadro 1 – Descrição dos “Cinco Ps” do Empreendedorismo.
Os “Cinco Ps” Descrição das Características
Primeiro “P” - Paixão • Relaciona-se com a dedicação que se devota a algo ou alguém;
• O empreendimento é um objeto de desejo;
• Sem a paixão pode ser difícil atender as demandas do objeto de desejo que 
é o empreendimento.
Segundo “P” – Propósito • O propósito é o guia da Paixão;
• Refere-se a motivação para empreender;
• Vincula-se com a razão da existência do empreendimento que é o que se 
oferece ao mercado ou a sociedade.
Terceiro “P” – Pessoas • Pessoas compõe o mercado;
• O empreendimento deve ter capacidade de atrair e ofertar algo para as 
pessoas;
• O empreendimento necessita das pessoas para existir: sócios, funcionários, 
fornecedores, parceiros, etc.
Quarto “P” - Práticas • Saber fazer;
• Vincula-se aos três papeis do empreendedor: criador, organizador e 
condutor.
Quinto “P” - Produto • Todo empreendimento se constrói a partir de um produto (tangível ou 
intangível) ofertado para o mercado ou para a sociedade;
• Nesse quinto “P” são materializados os outros 4 “Ps”: Paixão, propósito, 
Pessoas e Práticas.
Legenda: Características dos “Cinco Ps” do Empreendedorismo.
Fonte: Adaptado de Gimenez (2015) e Freder; Freitas; Minghini (2016).
Quando nos lembramos dos empreendedores, podemos afirmar que “[...] estas características fazem com que 
tenham coragem de superar diariamente os desafios apresentados em suas práticas empreendedoras” (FREDER; 
FREITAS; MINGHINI, 2016, p. 104).
Então, vamos aprofundar-nos um pouco mais nessas características a partir das descrições para os Cinco Ps, do 
Professor Fernando Gimenez (2015) e comparar com os relatos do Dr. Ozires Silva (2007), grande empreendedor 
brasileiro e fundador da Embraer. 
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Veja que algo interessante foi constatado no “Primeiro P”, a Paixão, de Gimenez (2015): “[...] está relacionado com 
a dedicação que devotamos a algo ou alguém que nos aproxima da felicidade” (GIMENEZ, 2015, p. 13). De modo 
convergente, Silva descreve que é o “Sonho de Voar” e é quando “o empreendedor imagina a obra que pretende 
construir, e se indaga sobre a capacidade dessa obra manter-se em pé no futuro” (SILVA, 2007, p. 8).
O segundo “P”, o Propósito, “[...] se refere à motivação para empreender. [...] tem a ver também com a razão da 
existência do empreendimento, o que é oferecido ao mercado se for uma empresa, ou a sociedade, se for outro 
tipo de organização” (GIMENEZ, 2015, p. 13). Nessa etapa, geralmente o empreendedor enxerga um propósito e 
cria métodos e processos que contribuirão para viabilizar sua ideia, seu produto ou serviço e, dessa forma, vemos 
o nascimento de um novo negócio.
O terceiro “P”, as Pessoas, mostra que o “[...] empreendimento, em geral, necessita de outras pessoas para exis-
tir: empregados, sócios, fornecedores, parceiros, etc. Para cada tipo de público há interações que precisam ser 
estabelecidas” (GIMENEZ, 2015, p. 13-14). Nesse item, já notamos que, sem dúvida, mesmo que no início do seu 
negócio ainda não tenha funcionários contratados, desde sempre o empreendedor se relacionará com diversas 
pessoas; assim, saber fazer isso de forma eficiente e garantindo bons resultados é uma importante habilidade a 
ser desenvolvida.
Após a formalização e com o negócio em funcionamento, as diversas relações e experiências do empreendedor 
serão as que contribuirão para as Práticas, o quarto “P”, afinal empreender:
[...] requer um saber fazer que é direcionado por três eixos: imaginar uma nova organização, bus-
car e articular recursos e tecnologias em um modo de operação e estimular e conduzir pessoas 
visando atingir objetivos. [...] Em essência, dizem respeito ao exercício de três papéis empreende-
dores: criador, organizador e condutor (GIMENEZ, 2015, p. 14).
Até aqui, você deve ter percebido que, além dos “Ps”, uma série de outras habilidades vão somando-se na prática 
empreendedora, entre elas, as citadas anteriormente: criador, organizador e condutor. 
Podemos dizer até mesmo que o empreendedor é como se fosse um compositor que faz 
uma música e que depois ensaiará sua música com uma grande orquestra, tornando-se o 
maestro. Para que o som seja perfeito, tudo deve estar em harmonia e equilíbrio, da mesma 
forma como ocorre nas empresas.
Seguimos agora para o último “P”, o Produto. Gimenez (2015) diz o seguinte:
Todo empreendimento se constrói em torno da capacidade de entregar um produto, tangível ou 
intangível, para a sociedade, de forma mais ampla, ou mercado, de forma mais estreita. É no pro-
duto que surge o resultado de Paixão, Propósito, Pessoas e Práticas (GIMENEZ, 2015, p. 14).
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Diante disso, Freder, Freitas e Minghini (2016, p. 107) apresentam uma sugestão de ciclo no qual se pode visualizar 
a criação e a realimentação de processos dentro de um empreendimento, pois é bem possívelque os negócios 
de fato necessitem de “um ciclo que [...] se reinicia de tempos em tempos”, conforme apresentado na Figura 2.
Figura 2 – Ciclo dos 5 Ps do Empreendedorismo.
Legenda: Esquema com a imagem do Ciclo dos 5 Ps do Empreendedorismo.
Fonte: Freder et al. (2016, p. 107).
Por fim, mesmo com os 5 “Ps”, Freder, Freitas e Minghini (2016, p. 107) abordam algo interessante quando dizem 
que “[...] tem um comportamento no empreendedor que chama a atenção em nossas pesquisas: a inquietação”. 
Ao trazerem essa questão, finalizam seu estudo dizendo que “[...] os 5 ‘Ps’ podem ser caracterizados até mesmo 
como um tipo de ciclo que se reinicia em um novo projeto na empresa, ou até mesmo em uma nova empresa” 
(FREDER; FREITAS; MINGHINI, 2016, p. 107). 
Apresentar os cinco “Ps” teve como objetivo mostrar uma forma como iniciativas empreendedoras podem surgir. 
Elas podem ocorrer com você, no seu negócio ou em suas atividades intraempreendedoras e, dessa forma, caso 
você identifique uma dessas características, poderá compreender a importância desses ciclos. 
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Figura: 3: empreendedores indivíduo empreendedor.
Legenda: Profissionais empreendedores.
Fonte: http://br.freepik.com/vetores-gratis/equipe-do-negocio-que-descreve-pacote_831669.htm
Nos ciclos, temos a oportunidade de avaliar nossas ações e, desse modo, corrigir erros e realimentar os processos 
organizacionais. Essa orientação também vale para o processo contínuo de formação, pois será a partir dessas 
vivências que você alimentará suas ideias e sua motivação. 
Todos esses temas, de maneira direta ou indireta, serão abordados em diversos conteúdos 
ao longo do curso. Note então que é possível aplicar diversas técnicas e métodos em seu dia 
a dia; dessa forma, você será o agente de sucesso de seus negócios.
Veja a dica portal da “Endeavor”, que aborda inúmeros assuntos voltados ao tema empreen-
dedorismo, bem como a temas de interesse do próprio empreendedor, como o seu desen-
volvimento pessoal, autoconhecimento etc. O site também disponibiliza uma série de mate-
riais para download gratuito: <https://endeavor.org.br/>.
https://endeavor.org.br/
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
1.2 Empreendedorismo: os negócios no campo econômico 
tradicional e os negócios sociais
Os negócios no campo econômico dito tradicional são a grande maioria das empresas das quais utilizamos 
algum serviço ou produto em nosso cotidiano. E são essas empresas, muitas delas de pequeno e médio portes, 
que movimentam a economia das cidades e dos países. Podemos citar, por exemplo, alguns desses serviços e 
produtos que utilizamos em nosso dia a dia: padaria, serviço médico, escola, supermercado, incluindo constru-
toras e instituições bancárias.
Para compreender em qual categoria estão localizadas essas empresas, são utilizados os termos setor primário, 
setor secundário e setor terciário. As empresas vinculadas ao setor primário são as que exploram os recursos 
naturais, como mineração, agricultura, pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça.
No setor secundário, estão as empresas que transformam a matéria-prima que vem do setor primário em pro-
dutos, materiais tangíveis, dentro de processos industrializados, por exemplo: roupas, máquinas, automóveis, 
alimentos industrializados, eletrônicos, casas etc. 
Já as empresas vinculadas ao setor terciário são aquelas da área dos serviços. Esses são intangíveis, porém, atu-
almente, representam boa parte do PIB de muitas cidades no Brasil e no mundo. Podemos citar como exemplos 
empresas vinculadas ao comércio, à educação, à saúde, às telecomunicações, serviços de informática, seguros, 
transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços bancários e administrativos, transpor-
tes etc.
PIB – Produto Interno Bruto: representa o montante, em valores monetários, de todos os 
bens e serviços finais produzidos em determinada região, cidade ou país durante determi-
nado período de tempo. Geralmente, esse acompanhamento é feito mensalmente.
Glossário
Essa abordagem refere-se às atividades empreendedoras voltadas aos negócios com fins lucrativos, ou seja, que 
têm como objetivo principal o lucro destinado aos seus sócios. Nessa modalidade, estão os exemplos citados 
anteriormente: empresas dos setores primário, secundário e terciário.
Agora, abordaremos outra modalidade de empreendedorismo, que é aquele voltado à área social, e que tem, 
como pano de fundo, a necessidade de resolver um problema social. Esse tipo de atividade é dividido em duas 
modalidades: organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, mas com fins econômicos; e os negócios sociais, 
com fins econômicos e lucrativos.
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
1.2.1 Organizações da Sociedade Civil - OSCs
As Organizações da Sociedade Civil, em geral, são constituídas no formato jurídico – por exemplo, sociedades, 
clubes ou associações – e, desse modo, são Organizações Não Governamentais (ONGs) ou organizações do ter-
ceiro setor. 
Figura 4: Organizações da Sociedade Civil.
Legenda: Organizações/entidades.
Fonte: http://www.123rf.com/photo_29167346_hands-teamwork-union-icon-stylized-colorful-vector.html?term=hands
%2Bholding%2Bcompanies&vti=loo3m3nutsy5l45i62
Para contextualizar o surgimento dos termos ONG e organizações do terceiro setor, trazemos algumas explica-
ções de Albuquerque (2006) que, de forma sistemática, apresenta essa abordagem em vários países. Os dois 
termos citados anteriormente são recorrentemente utilizados no Brasil. 
Terceiro Setor: para entender a separação dos setores, conceitua-se o primeiro setor para 
a área governamental, o segundo setor para a iniciativa privada (empresas, indústrias e o 
comércio em geral) e o terceiro setor para as organizações sociais, sem fins lucrativos.
Glossário
O termo “terceiro” setor vem da tradução de third sector, utilizado nos Estados Unidos também com outras 
expressões, como “organizações sem fins lucrativos” (nonprofit organizations) e “setor voluntário” (voluntary sector). 
Na Inglaterra, utilizam-se dois termos: “caridades” (charities), termo de origem medieval que ressalta o aspecto 
de obrigação religiosa; e “filantropia” (philantropy), que é um conceito mais moderno e humanista em relação 
ao anterior. Na Europa Continental, predomina o termo “Non-governmental Organization (NGOs), ou, em por-
tuguês, Organização Não Governamental (ONG), cuja origem são os projetos realizados por representações da 
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Organização das Nações Unidas (ONU) em diversos países europeus. Ao estabelecerem cooperação interna-
cional nos anos 1960 e 1970, surgem as ONGs, com o objetivo de desenvolver projetos no “Terceiro Mundo”, 
estabelecendo diversas parcerias.
No Brasil e na América Latina, utiliza-se o termo “sociedade civil”. Sua origem é do século XVIII, período no qual 
se desenvolvia uma espécie de plano governamental que incluía as organizações privadas que realizavam ativi-
dades de interação com a sociedade, podemos dizer que realizavam ações sociais. (ALBUQUERQUE, 2006). 
O termo sociedade civil é também utilizado para descrever as associações e organizações que não fazem parte 
do Estado. Essas organizações são privadas, mas cumprem uma finalidade pública, ou seja servem a comunidade, 
por isso elas se distinguem do Estado e promovem direitos coletivos e do mercado (ALBUQUERQUE, 2006).
Essas organizações da sociedade civil, de acordo com Albuquerque (2006), possuem características específicas 
que se diferenciam das características das empresas e das organizações governamentais:
• Fazem contraponto às ações do governo: os bens e serviços públicos resultam da atuação do Estado e 
também da multiplicação de várias iniciativas particulares.
• Fazem contraponto às ações do mercado: abrem o campo dos interesses coletivos para a iniciativa indi-
vidual.
• Dão maior dimensão aoselementos que as compõem: realçam o valor tanto político quanto econômico 
das ações voluntárias sem fins lucrativos.
• Projetam uma visão integradora da vida pública: enfatizam a complementação entre ações públicas e 
privadas.
Note, portanto, que ao descrever as características dessas instituições, podemos visualizar diversas organizações 
que surgiram em determinados contextos históricos para atender a determinados fins; em muitos casos, a área 
governamental brasileira não atendia de modo satisfatório ou atendia de modo insuficiente às demandas apre-
sentadas nos diversos segmentos da sociedade: social, educacional, esportivo, saúde, habitação etc.
Na atualidade, um dos maiores desafios no contexto em que essas instituições estão inseridas, que é o terceiro 
setor, é criar um conceito comum para a área, que está seguindo para uma nova nomenclatura: “Organizações 
da Sociedade Civil (OSCs)”. Essas organizações possuem interesses e necessidades compartilhados por outras 
organizações, incluindo as mais diversas áreas e setores, como cultura, educação, saúde, social, esportiva etc.
OSCs - as Organizações da Sociedade Civil são entidades privadas sem fins lucrativos, com 
personalidade jurídica própria e capazes de gerenciar suas atividades. Elas atuam na promo-
ção e na defesa de direitos em áreas como saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia, 
desenvolvimento agrário, assistência social, moradia e direitos humanos, entre outras. Elas 
podem ser entidades privadas sem fins lucrativos; sociedades cooperativas; organizações 
religiosas.
Glossário
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Figura: 5: Planejando a gestão de voluntariado.
Legenda: Desafio.
Fonte: http://www.123rf.com/search.php?word=challenge+icon&imgtype=&t_word=&t_lang=en&oriSearch=profile+infog
raphic&sti=mn2lewqfa5adqt29ht|&mediapopup=48482417
Outro desafio para a gestão é de que modo planejar as atividades dos voluntários, pois se sabe que eles represen-
tam a maioria dos indivíduos dessas entidades. Um bom plano para treinar e capacitar voluntários atuantes pode 
facilitar e potencializar as possíveis parcerias com o governo e as empresas, pois ambos têm muito a contribuir 
para a garantia de, no futuro, apoiar uma maior autonomia para essas organizações da sociedade civil.
No Brasil, a Lei Federal nº 13.019, de 2014, vem sendo implementada para que se tenha mais regulação no ter-
ceiro setor e para as organizações da sociedade civil; entre elas, estão as entidades culturais polono-brasileiras. O 
Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) é um conjunto de estratégias que busca melho-
rar a relação das organizações da sociedade civil com o poder público, a sua sustentabilidade econômica e a 
obtenção de títulos e certificados.
Dentro dessa nova legislação que pretende regular as ações das organizações da sociedade civil, estão ações 
como a unificação do conceito e da terminologia a ser utilizada por essas entidades. São OSCs: creches e institui-
ções para idosos; comunidades terapêuticas; cooperativas de produtores rurais, catadores/reciclagem, pessoas 
com deficiência, APAEs, esportivas, culturais etc. Para compreender suas características de acordo com esse novo 
marco legal, veja a Tabela 1.
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
Tabela 1: Características das Organizações da Sociedade Civil.
Tipo de entidade Características
Entidade privada sem 
fins lucrativos
Não distribui resultado ou sobra de qualquer natureza e os aplica integralmente 
na consecução de seu objeto social.
É formada de duas formas:
• Associação (união de pessoas com objetivos para o bem social da coletividade 
ou se restringir a um público menor – como no caso de clubes); ou
• Fundação (formada a partir de um capital financeiro de empresas ou pessoas).
Sociedade Cooperativa Está prevista na Lei Federal 9.867/99.
É integrada por pessoa em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou 
social.
É alcançada por programas e ações de combate a pobreza e de geração 
trabalho/renda.
É voltada para:
• Fomento, educação, capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de 
agentes de assistência técnica e extensão rural; ou
• Execução de atividade ou projeto de interesse público.
Organização religiosa É disciplinada pela Lei Federal 10.825/03.
Deve se dedicar a atividade ou projeto de interesse público e cunho social 
distintos de religiosos.
Legenda: Tipologia das Organizações da Sociedade Civil.
Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais. <http://www.almg.gov.br/hotsites/2016/mrosc?aba=js_a-nova-
-lei&subcontent:a-nova-leimodelos-juridicosexigenciasrecursos-e-gestaoacompanhamento=prestacao-de-contas-ha-
-novidades>. 
Até aqui foi exposto, de modo atual, o contexto em que essas entidades estão inseridas, pois se sabe que vem 
ocorrendo uma série de novidades no marco legal que regulamenta o funcionamento delas e que certamente 
impactarão na gestão. 
Esse é um assunto que interessa aos empreendedores que pretendem envolver-se com essa área, tendo em vista 
o nível de importância dessas entidades para a sociedade brasileira.
http://www.almg.gov.br/hotsites/2016/mrosc?aba=js_a-nova-lei&subcontent:a-nova-leimodelos-juridicosexigenciasrecursos-e-gestaoacompanhamento=prestacao-de-contas-ha-novidades
http://www.almg.gov.br/hotsites/2016/mrosc?aba=js_a-nova-lei&subcontent:a-nova-leimodelos-juridicosexigenciasrecursos-e-gestaoacompanhamento=prestacao-de-contas-ha-novidades
http://www.almg.gov.br/hotsites/2016/mrosc?aba=js_a-nova-lei&subcontent:a-nova-leimodelos-juridicosexigenciasrecursos-e-gestaoacompanhamento=prestacao-de-contas-ha-novidades
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Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
1.2.1 Negócios sociais
Os negócios sociais possuem características diferentes das organizações da sociedade civil e também daquelas 
empresas do campo tradicional da economia. Também podemos dizer que os negócios sociais são uma nova 
alternativa para solucionar problemas nas mais diversas áreas da sociedade, como ambiental, habitação, educa-
ção, saúde etc.
Portanto, os negócios sociais têm fins econômicos e lucrativos, com personalidade jurídica de empresas tradicio-
nais, porém, com o objetivo principal de solucionar um problema social. 
Negócios Sociais são empresas que têm a única missão de solucionar um problema social, são 
autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos. Como uma ONG, tem uma mis-
são social, mas como um negócio tradicional, geram receitas suficientes para cobrir seus custos. 
É uma empresa na qual o investidor recupera seu investimento inicial, mas o lucro gerado é rein-
vestido na própria empresa para ampliação do impacto social (YUNUS BRASIL, 2017).
Ao contrário das empresas tradicionais, cuja medição de sucesso é feita pela análise de percentual de lucro 
gerado, nos negócios sociais, a medição do sucesso é feita a partir do volume quantitativo ou qualitativo de 
impacto positivo gerado para pessoas ou para o meio ambiente.
Na Figura 6, constam informações que podem ajudar você a compreender o contexto no qual se inserem as 
empresas vinculadas aos negócios sociais.
Figura 6 – Diferenças entre ONGs, Negócios Sociais e Negócios Tradicionais.
Legenda: Apresentação das diferenças entre ONGs, Negócios Sociais e Negócios Tradicionais.
Fonte: <http://www.yunusnegociossociais.com/o-que-so-negcios-sociais>. 
http://www.yunusnegociossociais.com/o-que-so-negcios-sociais
22
Empreendedorismo | Os diversos âmbitos do empreendedorismo
A medição do sucesso dos negócios sociais é feita a partir do volume quantitativo ou quali-
tativo de impacto positivo gerado para pessoas ou para o meio ambiente.
Esperamos ter contribuído para o seu aprendizado sobre o tema do empreendedorismo nessa abordagem que 
acabamos de percorrer. Vale destacar que as áreas do terceiro setor e negócios sociais sequer eram reconhecidas 
como setor econômico até poucas décadas atrás. Porém, pela relevância e pelo volume de empregos gerados,vêm destacando-se e consolidando-se, gerando, desse modo, novas possibilidades de empreender nas mais 
diversas áreas.
23
Considerações finais
Chegamos ao fim da Unidade de Estudo 1 e esperamos que você possa 
ter iniciado o seu processo de inspiração e motivação para compreender 
a área de empreendedorismo e, mais do que isso, escolher sua profissão a 
partir dessa abordagem. 
De tudo que vimos, cabe destacar:
• perfil empreendedor;
• os 5 “Ps” do Empreendedorismo;
• o empreendedorismo na área econômica tradiconal;
• o empreendedorismo na área do terceiro setor;
• o empreendedorismo na área dos negócios sociais.
Outro ponto interessante que foi abordado é a constatação de que exis-
tem dois tipos de empreendedores: os natos e aqueles que desenvolvem 
as habilidades empreendedoras com o tempo.
Diante disso tudo, você já escolheu o que quer seguir?
Referências bibliográficas
24
ALBUQUERQUE, Antônio Carlos Carneiro de. Terceiro setor: história e 
gestão de organizações. São Paulo: Summus Editorial, 2006.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <https://
www.priberam.pt/dlpo/multifuncional>. Acesso em: 23 jan. 2017.
DRUCKER, F. P. Inovação e espirito empreendedor, prática e princípios. 
São Paulo: Thomson-Pioneira, 2003.
ENDEAVOR. Disponível em: <https://endeavor.org.br/>. Acesso em: 8 jan. 
2017.
FREDER, S. M.; FREITAS, V. Z.; MINGHINI, L. Os 5 Ps do Empreendedo-
rismo: um estudo de caso. Revista Cátedra Ozires Silva de Empreende-
dorismo e Inovação Sustentáveis, v. 1, N 1, 2016. Disponível em: <http://
revista.isaebrasil.com.br/>. Acesso em: 28 dez. 2016.
GIMENEZ, F. A. P. Empreendedorismo, Sustentabilidade a vida de pro-
fessor: prosa e poesia. Curitiba: Edição do Autor, 2015.
SILVA, O. Cartas a um jovem empreendedor: realize seu sonho, vale a 
pena. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
YUNUS BRASIL. Disponível em <http://www.yunusnegociossociais.
com/o-que-so-negcios-sociais>. Acesso em: 8 jan. 2017.
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Histórias inspiradoras
Para iniciar seus estudos
Olá! Nesta unidade, serão apresentadas diversas histórias inspiradoras de 
empresas brasileiras de sucesso, bem como algumas dicas de livros e fil-
mes que contribuirão para que você assimile conhecimento e também 
para a sua escolha profissional. Trazer esses casos também tem como 
objetivo fazer com que você perceba os diversos pontos em comum que 
existem nessas histórias e como podemos, por exemplo, identificar as 
características dos “5 Ps” nelas. A partir desses casos, você também terá 
condições de encontrar a solução para o desafio que irei propor ao fim de 
nossos encontros. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar casos de empreendedores brasileiros que atuam em 
diversos setores econômicos.
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
1.1 Empresas brasileiras de sucesso
A proposta de trazer casos de empresas brasileiras dá-se tanto porque os índices de sobrevivência desafiam pes-
quisadores e especialistas quanto porque, ao mesmo tempo em que ocorrem as dificuldades, as soluções encon-
tradas também são incríveis e fogem até mesmo das bases teóricas que guiam nossas pesquisas. 
Figura 7: Empresas.
Legenda: Representação de conjunto de empresas.
Fonte: http://pt.123rf.com/photo_44865001_criativo-modelo-de-projeto-do-edif%C3%ADcio,-para-sua-empresa,-
-ilustra%C3%A7%C3%A3o-vetorial.html?term=company&vti=md9dwk0ffgqbrllvar
Outro ponto interessante que justifica apresentar os casos brasileiros é que nossa legislação e nossas realidades 
política e econômica são diferentes das de outros países; assim, não faria tanto sentido trazer outras situações. 
Porém, isso não quer dizer que você não possa inspirar-se em casos internacionais – você pode buscar exemplos 
de propostas e melhorias em seu negócio em outras empresas similares.
Uma das formas de analisar perfis das empresas e perfil dos empreendedores é por meio dos dados sobre o 
empreendedorismo publicados pelo projeto Global Entrepreneurship Monitor (GEM), iniciado em 1999 por meio 
de uma parceria entre a London Business School e o Babson College, abrangendo, no primeiro ano, 10 países. O 
objetivo principal do projeto é “[...] compreender o papel do empreendedorismo no desenvolvimento econômico 
e social dos países” (GEM, 2015, p. 21).
Desde 1999, cerca de 100 países vincularam-se ao projeto e liberam seus dados para as pesquisas. Por isso, na 
área do empreendedorismo, o projeto GEM tornou-se o maior estudo em andamento no mundo. O Brasil aderiu 
em 2010 e, desde então, diversas instituições brasileiras que possuem algum vínculo com o tema vêm asso-
ciando-se e colaborando para as pesquisas. A seguir, destacaremos alguns pontos interessantes que constam na 
pesquisa mais recente, publicada em 2015.
28
Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
A cada ciclo de pesquisa, o GEM utiliza metodologias de análise diferenciadas. Para o ano de 2015, a análise foi 
de acordo com as etapas do processo empreendedor:
[...] que começa com a intenção dos indivíduos em iniciar um negócio, prossegue até a criação do 
empreendimento, passa pelas fases iniciais de seu desenvolvimento (nascentes e novos) e ter-
mina até o empreendimento ser considerado como estabelecido (GEM 2015, p. 21).
Figura 8: Processo empreendedor adotado nas análises GEM 2015.
Legenda: Processo empreendedor adotado nas análises GEM 2015.
Fonte: GEM (2015, p. 21-22).
A partir de dados estatísticos, é possível obter conclusões que vão desde a intensidade da atividade empreende-
dora em cada país até as características dos empreendedores e dos empreendimentos. Tudo isso tem o objetivo 
de fornecer dados que possam auxiliar na elaboração de políticas públicas de incentivo e fomento do empreen-
dedorismo em cada país analisado.
Possivelmente por isso, a cada novo ciclo, novos países aderem ao projeto, pois os dados levantados são relevan-
tes e apresentam diversas informações que poderão direcionar inúmeras estratégias de desenvolvimento local 
e regional.
29
Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
Esse interesse justifica-se pela metodologia adotada pelo projeto GEM, pois ele considera o PIB dos países e pro-
põe comparações entre aqueles que possuem os mesmos parâmetros. Veja, na figura a seguir, como acontece 
essa classificação, que ocorre conforme o nível de desenvolvimento econômico de cada país. 
Figura 9: Classificação dos países segundo seu desenvolvimento econômico.
Legenda: Tabela do desenvolvimento econômico de cada país.
Fonte: GEM (2015, p. 23).
A classificação adotada pelo projeto GEM (2015, p. 22) é “[...] estabelecida pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) 
(Global Competitiveness Report), com base no tamanho do PIB, renda per capita e quota de exportação de pro-
dutos primários, conforme a seguir”:
• Países impulsionados por fatores – são caracterizados pela predominância de atividades com forte 
dependência dos fatores trabalho e recursos naturais.
• Países impulsionados pela eficiência – são caracterizados pelo avanço da industrialização e ganhos em 
escala, com predominância de organizações intensivas em capital.
• Países impulsionados pela inovação – são caracterizados por empreendimentos intensivos em conheci-
mento e pela expansão e modernização do setor de serviços.
O Brasil ficou classificado como sendo um dos países impulsionados pela eficiência e, para facilitar a comparação 
do Brasil com outros países, a equipe que coordenou os trabalhos do relatório escolheu seis países de referência, 
representativos desses três grupos. Entre os países impulsionados pela inovação, foram selecionados Estados 
Unidos e Alemanha; pela eficiência, a África do Sul, a China e o México; e, por fatores, a Índia.
30
Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
Das informações apresentadas nesse relatório, há um gráfico que resume dados de 2002 até 2015, com o perfil 
dos empreendedores brasileiros. Algumas informações importantes podem ser verificadas na figura a seguir.
Figura 10: Proporção de empreendedorismo e PIB.
Legenda: Gráfico coma proporção de empreendedorismo x PIB.
Fonte: GEM (2015, p. 33).
Dos dados dos empreendedores iniciais por oportunidade no Brasil, no período de 2002 a 2015, contata-se um 
aumento frequente até 2014. A queda inicia-se em 2015, período em que a crise econômica se acentuou no 
país. A proporção do número de empreendedores por oportunidade diminuiu de 70,6%, em 2014, para 56,5% 
em 2015. Notem que nesse mesmo período a taxa de crescimento do PIB também diminuiu.
Como consequência, percebe-se o aumento do desemprego e, paralelamente, o aumento dos empreendedores 
por necessidade, saindo de 29,1%, em 2014, para 43,5% em 2015.
Conforme dito anteriormente, o empreendedorismo contribui para o desenvolvimento dos países. Vamos ima-
ginar uma situação: quando a economia do Brasil se estabilizasse, se existissem políticas de estímulo para os 
empreendedores por oportunidade, será que eles continuariam empreendedores ou voltariam ao mercado com 
carteira assinada? E se, junto com essa política, houvesse incentivo para que os empreendedores por oportuni-
dade também mantivessem seus negócios ativos, gerando empregos, renda e o desenvolvimento dos bairros, 
por exemplo? Certamente esse tipo de estratégia pode contribuir, e muito, para que os países possam melhorar 
seus indicadores econômicos e de desenvolvimento social.
Mas nem sempre é desse modo que as coisas se organizam. Em dados momentos, as estratégicas econômicas 
visam trazer grandes empreendimentos para instalarem-se no país. Em outros, ocorre o incentivo da agricultura. 
Mesmo assim, no campo do empreendedorismo, o que se percebe é que tem havido mais incentivos para a cria-
ção e a manutenção de empresas.
Um dos grandes desafios do futuro para o Brasil é criar oportunidades e incentivos para que essas empresas se 
formalizem, pois boa parte delas ainda é informal. Esse tipo de situação prejudica toda a sociedade. Uma das 
justificativas para a não formalização é a grande carga tributária, que sobrecarrega as empresas. Essa discussão 
vem sendo debatida em todo o país nos últimos cinco anos e existem projetos no legislativo federal para que a 
situação possa ser revisada.
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
Voltando ao relatório GEM 2015, nele constam alguns dados importantes sobre a formalização. Dos empreende-
dores iniciais e dos empreendedores estabelecidos, aqueles que possuem CNPJ, ou seja, os formais, acabam dife-
renciando-se positivamente daqueles que não possuem a formalização. Os indicadores positivos concentram-se 
nos itens novidade do produto ou serviço, geração de empregos e faturamento.
Para resolver a questão da formalização, na última década, algumas condições favoráveis, ainda que insuficien-
tes, foram e vêm sendo implantadas por meio de políticas governamentais. Para exemplificar, cita-se a criação da 
categoria SIMPLES, que apresenta carga tributária menor; do MEI, categoria para o Microempreendedor Indivi-
dual; e o mais recente, o Programa Bem Mais Simples. 
Em geral, esses programas objetivam a redução da burocracia na gestão das empresas e nos processos de aber-
tura e fechamento delas; visam também simplificar o sistema de arrecadação de tributos, por isso o grande inte-
resse governamental em contribuir para esses processos de formalização. 
Na avaliação dos especialistas do relatório GEM 2015, ainda há a ausência de políticas públicas “[...] adequadas 
às necessidades dos empreendedores e há excesso de burocracia para abertura, funcionamento e encerramento 
dos negócios” (GEM, 2015, p. 83). As empresas também “[...] enfrentam alta carga tributária e complexidade da 
legislação brasileira, que aumentam os custos de operação e tornam os negócios menos competitivos” (GEM, 
2015, p. 89).
Por isso, em diversos estudos, vemos as discussões sobre a melhoria nos processos de competitividade das 
empresas brasileiras frente ao cenário internacional. Ressalta-se que os empreendimentos estão, sim, direta-
mente vinculados às estratégias de desenvolvimento local. 
Na tabela a seguir, é possível verificar diversos fatores que estimulam e favorecem o empreendedorismo no Brasil. 
O fator favorável mais citado pelos especialistas refere-se à capacidade empreendedora dos brasileiros (54,1%). 
Entre os países selecionados, o Brasil é o que apresenta a maior taxa de empreendedorismo inicial (21,0%), equi-
valente à do México. 
Tabela 2: Fatores que favorecem o empreendedorismo.
Legenda: Principais fatores que favorecem o empreendedorismo em cada país selecionado.
Fonte: GEM (2015, p. 86).
32
Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
Na tabela a seguir, que traz os principais obstáculos para a abertura e a manutenção de novos negócios no Brasil, 
os elementos destacados pelos especialistas foram as políticas governamentais (54,1%), a educação e a capaci-
tação (48,6%), os custos do trabalho, o acesso e a regulamentação (33,8%). 
Tabela 3: Obstáculos para o empreendedorismo.
Legenda: Principais obstáculos para o empreendedorismo em cada país selecionado.
Fonte: GEM (2015, p. 87).
Com as informações constantes nessas duas últimas tabelas, pode-se verificar que cada país tem tanto incenti-
vos quanto obstáculos específicos às suas realidades. 
Por fim, cabe destacar as sugestões de melhoria para incentivar as políticas para o empreendedorismo no Brasil, 
apontadas pelos especialistas no relatório GEM 2015 (p. 15). Veja a tabela a seguir.
Tabela 4: Sugestões de melhoria e incentivo ao empreendedorismo no Brasil.
Legenda: Recomendações de melhoria e incentivo ao empreendedorismo brasileiro.
Fonte: GEM (2015, p. 15).
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
Perceba que políticas e programas governamentais aparecem nessas recomendações, porém, o que mais chama 
a atenção é a necessidade de educação e capacitação, representando 48,6% das orientações dos especialistas 
participantes da pesquisa.
Essa necessidade de capacitação vai desde os processos formais de escolarização até a especialização para 
gerir os negócios. No entanto, cabe destacar também as capacitações com temas específicos para o dia a dia da 
empresa, pois vários empreendedores têm dificuldades em compreender, por exemplo, rotinas contábeis, altera-
ções tributárias e situações jurídicas. Essas capacitações concedem mínimas condições para que o empreende-
dor consiga gerenciar seu negócio com segurança.
Finalizamos essa introdução com informações relevantes sobre o cenário do empreendedorismo no Brasil. Agora, 
convido-o a iniciar um novo tópico, no qual serão apresentados alguns casos reais de empresas brasileiras.
1.1.1 Casos de empresas brasileiras
Diante do que foi tratado na primeira parte desta unidade, chega o momento de conhecer alguns casos reais de 
empresas brasileiras. Esses casos foram relatados pelos próprios fundadores e são bem interessantes e inspirado-
res, de empresas estabelecidas em várias áreas. Perceba que, na maioria dos depoimentos, aparecem os relatos 
de dificuldades e desafios, porém, também nota-se, em comum, o “brilho no olho”, a motivação que move todo 
empreendedor.
Os casos a seguir fazem parte de um levantamento feito por Malheiros (2014), do Portal Endeavor. Recomendo 
que assista a todos eles, pois agregarão na assimilação das diversas abordagens que serão feitas nessa disciplina.
“Acredite em você, sempre!”, frase de Robinson Shiba, fundador da empresa “China in Box”. 
É preciso acreditar que vai dar certo. “Mas só acreditar, sem implantação, sem ação, não fun-
ciona”. Assista à inspiradora e bem-humorada história de Robinson Shiba e de como surgiu 
a ideia da comida chinesa em uma caixinha.
Para assistir ao depoimento dele, acesse o link: https://www.youtube.com/
watch?v=POAfq1FyFBM
https://www.youtube.com/watch?v=POAfq1FyFBM
https://www.youtube.com/watch?v=POAfq1FyFBM
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
“As conexões que movem a vida” palavras de Marcelo Sales, fundador do portal “21212.
com”. Marcelo Sales é um empreendedor e um nerd e tem muito orgulho disso. O primeironegócio dele foi vender suco de uva na rua, e foi aí que as conexões começaram a mover sua 
vida, até virar fundador da Movile, Empreendedor Endeavor e fundador da aceleradora de 
negócios 21212.com.
Para assistir ao depoimento dele, acesse o link: https://www.youtube.com/
watch?v=JR7Omeoatek
“A fórmula da autoestima”, palavras Leila Velez, atual presidente e cofundadora da marca 
“Beleza Natural”. “A gente não queria tratar só o fio de cabelo, mas também a alma, o sen-
timento. Então criamos um lugar para a mulher de classe C viver a experiência de ser bem 
tratada”. Leila Velez e seus primeiros sócios viram potencial em uma parte invisível do Brasil, 
em uma época em que ninguém olhava para a base da pirâmide.
Para assistir ao depoimento dela, acesse o link: https://www.youtube.com/
watch?v=yIm8ZpR9hxg
E que tal pensarmos em algo diferente, por exemplo, não seguir os conselhos que você 
recebe ao longo da vida? Sim, alguns deles desmotivam o empreendedor. Para exemplificar 
isso, apresenta-se o depoimento de Salim Mattar, fundador da Localiza Rent a Car.
“Quando um louco se junta com outros cinco para contar o momento de virada da sua jornada 
empreendedora, o resultado só pode ser uma noite histórica”. “Os conselhos que não segui”. 
Para assistir ao vídeo, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=U0MrwFlLCCo.
https://www.youtube.com/watch?v=JR7Omeoatek
https://www.youtube.com/watch?v=JR7Omeoatek
https://www.youtube.com/watch?v=yIm8ZpR9hxg
https://www.youtube.com/watch?v=yIm8ZpR9hxg
https://www.youtube.com/watch?v=U0MrwFlLCCo
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
1.2 Dicas de filmes para empreendedores
Em diversas profissões, a utilização de recursos multimídia é muito indicada, pois possibilita desenvolver nossas 
habilidades de aprendizagem. Se eventualmente não conseguimos apreender algum conteúdo na leitura ou na 
explicação do professor, isso pode acontecer quando assistimos a um filme, por exemplo.
Você deve lembrar-se que, na Unidade 1, abordamos as diversas experiências vivenciadas pelo empreendedor 
e a maneira como essas experiências influenciam a sua dinâmica profissional. Por isso, quando assistimos a um 
filme, podemos elaborar pequenas conexões cerebrais que irão se conectar a alguma ideia que estamos traba-
lhando, buscando por uma solução ou resposta. A seguir, apresenta-se sinopses de seis filmes que certamente 
poderão te inspirar.
Um ótimo filme para abordar noções de empreendedorismo, trabalho em equipe, competência e inovação é 
“Kinky Boots: fábrica de sonhos”, direção de Julian Jarrold, EUA/Reino Unido, 2005, Miramax Filmes, 107 min. 
Para reagir diante de um quadro de falência, eles precisam criar alternativas de mercado, compreendendo novos 
segmentos e novas oportunidades.
Figura 11: Dicas de filmes.
Legenda: Ícones representativos da arte cinematográfica.
Fonte: http://pt.123rf.com/photo_39386245_modelo-de-cartaz-filme-cinema-realista-com-rolo-de-filme,-
-v%C3%A1lvula,-pipoca,-%C3%B3culos-3d,-conceptbanners-com-.html?term=movies%2Btv&vti=lc54ta8r5qkzovjq52
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
A seguir, são listados outros cinco filmes, a partir de uma lista um pouco maior sugerida por Gomes (2015).
• À Procura da Felicidade – Principal mensagem: persistência. 
Sinopse: Baseado em uma história real, o filme mostra Chris em busca da carreira que acredita e do sus-
tento da família. Ele enfrenta um difícil momento: desempregado, abandonado pela mulher e lutando 
para criar seu filho pequeno, acaba não tendo onde morar, mas persegue um sonho, que é o que o 
motiva. Esse filme é exatamente o que um empreendedor precisa assistir antes de começar um negócio.
(GOMES, 2015).
• Chef – Principal mensagem: ter foco e estar aberto a aprender.
Sinopse: A obra mostra a história de Carl que, após perder o emprego em um restaurante, abre um trailer 
de comida - foodtruck. O objetivo é recuperar seu instinto criativo e, ao mesmo tempo, aproximar-se da 
família. O filme mostra um pouco esse lado de ter o foco em um negócio com o que você gosta de fazer, 
aprendendo sempre (GOMES, 2015).
• Jobs – Principal mensagem: ter coragem para apostar em suas ideias, inovar e ter paixão pelo que faz.
Sinopse: O filme Jobs (2013), estrelado por Ashton Kutcher, conta a trajetória de Steve Jobs, fundador de 
uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Jobs teve parte de sua vida revelada nesse filme. É 
interessante ver como blefes podem gerar resultado, como ter ambição pode trazer lucro e que o lema 
“vendo, depois crio” é uma constante no universo dos magnatas da tecnologia (GOMES, 2015).
• A Grande Virada – Principal mensagem: mantenha seus valores éticos e morais.
Sinopse: A Grande Virada (“Jerry Maguire”, 1996) é um filme estrelado por Tom Cruise, que interpreta um 
agente esportivo que é afastado dos negócios por acreditar que os agentes deveriam dar um tratamento 
mais humano aos atletas. Ele é demitido e começa a perder seus clientes, tendo que recomeçar. O filme 
mostra a dificuldade de montar um negócio em um mercado competitivo, que é possível vencer depois 
de um fracasso e que. independentemente das consequências imediatas que isso possa acarretar, sem-
pre deve-se manter seus valores éticos e morais (GOMES, 2015).
• Decisões Extremas – Principal mensagem: a importância de um propósito para as empresas. 
Sinopse: O filme Decisões Extremas (2010) é um exemplo de empreendedorismo. Os filhos do casal Aileen 
e John Crowley têm uma doença degenerativa. Marcados pela falta de esperança, suas trajetórias mudam 
quando descobrem um cientista que pode trazer a cura. Mas, para isso, John precisa abrir uma empresa 
para fabricar os remédios. O filme mostra que as empresas precisam ter um propósito para serem criadas 
e que o empresário tem que acreditar nela e no que produz. A partir de problemas pessoais, o persona-
gem encontra uma saída, que é a abertura de uma startup (GOMES, 2015).
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
1.3 Dicas de livros para empreendedores
Da mesma forma que os filmes, os livros podem ser uma ótima fonte de inspiração. Conforme citado no início do 
tópico anterior, algumas pessoas apreendem conteúdos por meio de filmes; outras, por meio de livros. 
Figura 12: Dicas de livros.
Legenda: Biblioteca.
Fonte:http://pt.123rf.com/photo_43200350_livro,-leitura,-%C3%B3culos..html?term=book&vti=lileqcjnak5zkjaha3
Sugere-se, nesse tópico sobre livros, uma lista com cinco obras, baseada em outra lista um pouco maior de indi-
cações elaborada por Fernandes (2015), do website Jornal do Empreendedor:
• Desperte seu gigante interior - Uma das frases inspiradoras do livro: “Se você não pode, você deve, se 
você deve, você pode”. 
Sinopse: Anthony Robbins é diferente da maioria dos escritores motivacionais por dois motivos. Primeiro, 
ele trata o treinamento da mente e do corpo como um desafio tecnológico, e não moral. Em segundo 
lugar, de alguma forma, ele consegue ser um modelo inspirador e o cara mais chato do mundo (FERNAN-
DES, 2015).
• Somos o que pensamos ser - Uma das frases inspiradoras do livro: “Os sonhadores são os salvadores 
do mundo. Como o mundo visível e sustentado pelo invisível, homens assim, através de suas provações, 
pecados e tendências mesquinhas, são nutridos pelas belas visões de seus sonhadores solitários”. 
Sinopse: Livros motivacionais são geralmente sobre a tomada de medidas imediatas. Ele explica como 
seus pensamentos moldam sua personalidade e como a sua personalidade leva você a agir e determina 
suas ações (FERNANDES, 2015).
• Não faça tempestade em copo d’água - Uma das frases inspiradoras do livro: “O estresse nada mais é 
do que uma forma socialmente aceita de doença mental”. 
Sinopse: Uma grande parte da motivação é limpar a sua mente da desordem que te coloca pra baixo. 
Richard Carlson ajuda a diferenciar entre o que é realmente importante – e merecedor da sua atenção – e 
o que é apenas ruído (FERNANDES, 2015).
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
• Motivação3.0 - Uma das frases inspiradoras do livro: “Para os artistas, cientistas, inventores, estudantes 
e o resto de nós, a motivação intrínseca – é a unidade para realizar as coisas, porque é interessante, desa-
fiador e essencial para os altos níveis da criatividade”. 
Sinopse: Motivação vem do uso criterioso de oportunidades e desafios. Segundo Daniel Pink, não é bem 
assim. Seu livro ilustra o fato de que a motivação vem de várias fontes, e que no mais alto nível de desem-
penho, a motivação vem de seu sentido mais profundo, daquilo que você quer ser (FERNANDES, 2015).
• O poder do pensamento positivo - Uma das frases inspiradoras do livro: “A ação é uma grande restau-
radora e construtora da confiança. A inércia não é apenas o resultado, mas a causa do medo. Talvez a sua 
ação vai torná-lo bem sucedido, ou talvez ela precise de ajuste. Mas qualquer ação é melhor do que não 
fazer nada”. 
Sinopse: Quando foi publicado pela primeira vez, psicólogos e teólogos atacaram o livro como herege e 
acusaram o autor Norman Vicent Peale de ser um fantoche. Hoje, a ciência tem verificado que o conceito 
básico do livro – ser otimista – faz você mais feliz e saudável e, portanto, mais propenso a ter sucesso 
(FERNANDES, 2015).
1.4 Outras fontes de inspiração e motivação
Para fechar esta unidade, são apresentadas a seguir dicas complementares, que podem ser fontes de inspiração 
e motivação para os empreendedores e intraempreendedores. 
Mas lembre-se que a lista não se esgota aqui! 
Se todas as experiências vivenciadas podem contribuir para refinar nosso olhar nas experiências futuras que tere-
mos, por que não investir nelas? Uma dessas experiências pode vir a partir de algo muito pessoal, que são nossos 
hobbies. Sim, eles também podem ser fontes de inspiração. Inclusive, quantos desses hobbies acabam se transfor-
mando em empresas de sucesso? Várias delas surgiram a partir de um hobby.
Figura 13: Hobby.
Legenda: Representação de alguns hobbies.
Fonte: http://pt.123rf.com/search.php?word=recreation+icon&imgtype=0&t_word=recreation+icon&t_
lang=pt&oriSearch=book&srch_lang=pt&sti=mr4yhtee1xqaq4q6t9|&mediapopup=39028856
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Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
Vamos falar sobre a importância de desenvolver hábitos que ajudem a trazer inspiração e motivação. Sabemos 
que todas as ideias que serão colocadas em prática surgem a partir das experiências que o empreendedor tem 
em seu dia a dia, não é mesmo?
Em muitos casos, a motivação pode vir de um hobby; em outros, pode surgir de um insight em um momento de 
lazer. É dessa forma que a inspiração e a motivação se tornam o combustível para gerar novas ideias e buscar 
soluções para o negócio.
Insight – iluminação; revelação ou visão inesperada e repentina de alguma coisa.
Glossário
Outra dica é visitar feiras e participar de eventos em áreas diferentes de seu ramo de atuação. Em uma sociedade 
cada vez mais interdisciplinar, é recomendado que possamos estar atentos a outros olhares, a outras formas de 
perceber o mundo dos negócios. É também uma oportunidade para observar de que modo outros empreende-
dores têm buscado soluções para seus negócios, de que forma se relacionam com a tecnologia, o que utilizam 
para melhorar o relacionamento com o cliente, entre tantas outras questões que permeiam o dia a dia do empre-
endedor.
Por fim, para manter-se atualizado, você pode utilizar as mais variadas fontes (impressas e eletrônicas) para con-
sultas e até mesmo para inspiração. Veja algumas dicas:
• acompanhar blogs e sites que tratam dos temas inovação, empreendedorismo e mercado;
• acompanhar canais do Youtube que abordam os temas do empreendedorismo;
• assinar revistas impressas sobre empreendedorismo e também da área do seu negócio.
Lista de sites:
http://www.sebrae.com.br
http://www.prointec.com.br
http://www.inovacao.unicamp.br
http://www.inovacao.unicamp.br
40
Empreendedorismo | Histórias inspiradoras
Outra dica valiosa é navegar nos sites de empresas reconhecidas como as mais inovadoras; vá até a aba “Institu-
cional” ou “Sobre nós”, veja missão, visão, valores e entenda um pouco por que elas são o que são:
3M http://www.3m.com.br/3M/pt_BR/3m-do-brasil/
Pixar http://www.pixar.com/
Disneylandia https://disneyland.disney.go.com/
Cirque du soleil https://www.cirquedusoleil.com/es/espectaculos
E você, já acessou alguma experiência multimídia, como um filme que te trouxe alguma 
reflexão sobre o que você tem feito e, de repente, surgiu um insight que te deu uma resposta 
que há tanto tempo você buscava?
http://www.3m.com.br/3M/pt_BR/3m-do-brasil/
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https://disneyland.disney.go.com/
https://www.cirquedusoleil.com/es/espectaculos
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Considerações finais
Chegamos ao fim dessa Unidade 2. Vimos muitos casos de sucesso de 
empresas brasileiras de diversos setores econômicos e de diversos portes. 
Tudo isso é muito inspirador, não é mesmo?. 
Vamos relembrar alguns pontos principais:
• dados do relatório GEM;
• empresas brasileiras de sucesso;
• filmes e livros inspiradores;
• outras formas de buscar inspiração e motivação.
A proposta de trazer os casos de empresas brasileiras deu-se porque nossa 
legislação e nossas realidades política e econômica são diferentes das de 
outros países; assim, não faria tanto sentido apresentar outras situações. 
Porém, isso não quer dizer que você não possa se inspirar em casos inter-
nacionais – você pode buscar exemplos de propostas e melhorias para seu 
negócio em outros similares.
É isso! Até o próximo encontro.
Referências bibliográficas
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ENDEAVOR. Disponível em: <https://endeavor.org.br/>. Acesso em: 8 jan. 
2017.
FERNANDES, André Bartholomeu. Jornal do Empreendedor: 2015. Dis-
ponível em: <http://www.jornaldoempreendedor.com.br/destaques/
lideranca/os-10-maiores-livros-motivacionais-de-todos-os-tempos/>. 
Acesso em: 10 set. 2016.
GEM: Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil: 
2015. Coordenação de Simara Maria de Souza Silveira Greco; autores : 
Mariano de Matos Macedo... [et al] -- Curitiba: IBQP, 2014. 178p. : il.
GOMES, Veronica. 20 filmes inspiradores que todo empreende-
dor deve assistir. 2015. Disponível em: <http://www.revistamktnews.
com/2015/07/20-filmes-inspiradores-que-todo.html>. Acesso em: 10 
jan. 2017.
MALHEIROS, Manuela. 7 Histórias de Empreendedores de Sucesso Bra-
sileiros. 2014. Disponível em: <https://endeavor.org.br/empreendedores-
-de-sucesso/?esvt=-b&esvq=_cat%3Aempreendedor&esvadt=999999-
--1&esvcrea=77671305205&esvplace=&esvd=c&esvaid=50078&gclid=
CJvI25K2t9ECFRAGkQodLCkC3g>. Acesso em: 10 jan. 2017.
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Empreendedorismo no Brasil 
e no mundo
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, conversaremos sobre o contexto do empreendedo-
rismo no Brasil e no mundo. Estudaremos dois tópicos para abordar de 
que modo ocorre a formação da cultura organizacional, bem como sua 
importância. Por fim, veremos às fontes de financiamento e inovação no 
Brasil. Vamos lá? 
Objetivos de Aprendizagem
• Contextualizar o processo histórico do tema do empreendedo-
rismo no Brasil e no mundo e discutir sobre as limitações e/ou 
dificuldades para empreender no Brasil..
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Empreendedorismo | Empreendedorismo no Brasil e no mundo
1.1 Contexto do empreendedorismo no Brasil e no mundo
Figura 14: Aumento do número de empreendedores. 
Legenda: Aumento do número de empreendedores.
Fonte: http://www.123rf.com/search.php?word=infographic++flat&imgtype=0&t_word=&t_lang=en&oriSearch=infograp
hic+flat+way&sti=n4o9pnsm5ip0t2sihb|&mediapopup=40686841
Embora o empreendedorismo sempre tenha feito parte das políticas brasileiras, ele ganhou força a partir da 
década de 1990, com a abertura da economia. Na época, investidores estrangeiros voltaram a aplicar seu dinheiro 
no Brasil, fazendo com que as exportações aumentassem. Com essa retomada da economia, naturalmente ocor-
reu o crescimento no número de empreendedores, que viram a oportunidade de desenvolver seu próprio negócio
Nos últimos 10 anos, também é possível constatar asimportantes políticas de incentivo para 
o empreendedor brasileiro. Os incentivos vão desde a diminuição no percentual de impostos 
até as melhorias nos processos burocráticos, facilitando a abertura e a gestão das empresas. 
Interessante notar que esses benefícios têm favorecido empresas de diversos portes, porém, as principais políti-
cas são para organizações de pequeno e médio porte, que representam quase 80% do montante das empresas 
brasileiras.
No entanto, manter-se no mercado sempre foi um desafio para os empreendedores no mundo todo. O fato de 
ter ideias criativas não é sinônimo de sucesso para o negócio; para além da boa ideia, é necessário perceber as 
influências e os sinais que o mercado traz a cada momento para o processo de amadurecimento da ideia e do 
próprio negócio.
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Empreendedorismo | Empreendedorismo no Brasil e no mundo
De que modo é possível identificar oportunidades para empreender e como escolher a área? Identificar as opor-
tunidades de negócios representa tirar o sonho da mente, agindo para torná-lo real. Sampaio (2014) afirma que 
“[...] se o sonho é o combustível, a atitude, ou, mais especificamente, a atitude empreendedora, é o motor dos 
grandes projetos pessoais e profissionais”. Sendo assim, percebe-se que após sonhar e idealizar o empreendi-
mento, é chegada a hora de identificar se o mercado tem a necessidade do negócio. Nesse processo, o Sebrae 
(2015) apresenta alguns pontos relevantes, vejamos:
Figura 15: Pontos relevantes para novos empreendimentos.
NECESSIDADES
IDENTIFICADAS
BUSCA DE
INFORMAÇÕES
ESCALA DIFERENCIAÇÃO
OBSERVAÇÃO
E ANÁLISE
Legenda: Pontos relevantes para novos empreendimentos.
Fonte: http://www.123rf.com/search.php?word=infographic+flat+five+steps&start=100
• Necessidades identificadas – observar as necessidades que a oportunidade busca atender ou quais pro-
blemas poderão ser resolvidos.
• Escala – ficar atento ao público-alvo e ao porte desse mercado; quanto maior for essa abrangência, maior 
a probabilidade de ser uma boa oportunidade.
• Diferenciação – quanto maior for o espaço para a inovação, maior é a chance de tornar-se um negócio 
efetivo. 
• Observação e análise – usar ferramentas que ajudem a fazer a análise de forma a conseguir uma iden-
tificação mais precisa. Analisar o fluxo de pessoas, a frequência de repetição de determinados hábitos e 
costumes.
• Busca de informações – ficar atento aos investimentos estruturantes que serão feitos no seu bairro, na 
sua cidade, na sua região. Estar atento à concorrência é essencial nesse processo. 
Mas é importante lembrar de outras informações, tais como valor do investimento e retorno, análise da concor-
rência e, principalmente, mercado potencial, ou seja, o que o mundo diz sobre o seu ramo de atuação.
Outra questão imprescindível para as empresas é adotar processos de inovação a tal ponto 
que seja possível estabelecer uma cultura organizacional inovadora
47
Empreendedorismo | Empreendedorismo no Brasil e no mundo
1.2 Estabelecendo a cultura organizacional
O que é cultura organizacional? Quais fatores são determinantes para a cultura da organização? Como ela 
influencia o perfil o empreendedor? E a inovação?
Costumes, crenças e valores que identificam uma organização ou empresa são chamados de cultura. Para Marras 
(2000), cada empresa ou organização possui crenças e valores próprios e estes formam sua cultura interna. 
Nesse sentido, cada organização possui suas próprias características e, influenciada pelas pessoas que a com-
põem, forma sua cultura. Essa cultura pode ser classificada como subjetiva dos traços de desenvolvimento cog-
nitivo das pessoas (conhecimento, inteligência etc.) e/ou objetiva, que são crenças, valores, a maneira de ser de 
cada indivíduo, que o difere dos demais (MARRAS, 2000).
Para entender melhor o assunto, são apresentadados os componentes da cultura:
a. Valores – são crenças e conceitos que moldam o contorno cultural do grupo, estabelecendo padrões de 
comportamento, de avaliação e de imagem.
b. Ritos – são praticados com a finalidade de perpetuar, no dia a dia, os valores organizacionais, e tornar a 
cultura mais coesa. Por exemplo: café da manhã com o diretor.
c. Mitos – são figuras imaginárias, geralmente oriundas da interpretação de fatos não concretos, e que são 
utilizadas para reforçar crenças organizacionais com o intuito de manter certos valores históricos. Por 
exemplo: nossa empresa é uma grande família.
d. Tabus – no processo cultural, os tabus têm a função de orientar comportamentos e atitudes, principal-
mente focando em questões de proibição ou de coisas não bem-vindas ou não permitidas. Por exemplo: 
questões religiosas, presença indesejada de mulheres (MARRAS, 2000).
No processo de formação e identificação da cultura, cabe ao gestor de pessoas gerir esse processo de identifi-
cação cultural. Nesse sentido, a busca de valores compartilhados, que são os valores tanto da organização como 
dos empregados, devem ser vistos como geradores dos impulsos dos comportamentos e das atitudes das pes-
soas envolvidas na organização (MARRAS, 2000).
De acordo com o tipo de gestão, a cultura pode ser determinante para o sucesso ou o fracasso da organização. 
Para Chiavenato (2010, p. 177), “[...] ela pode ser flexível e impulsionar a organização, como também pode ser 
rígida e travar o seu desenvolvimento”. Pessoas e organizações cada vez mais flexíveis são peças-chave para o 
sucesso. Integrar e absolver o melhor de cada pessoa, de cada organização, pode ser determinante para a exce-
lência nos relacionamentos e nos resultados organizacionais.
Nesse sentido, Chiavenato (2010) afirma que existem culturas adaptativas e não adaptativas. As organizações 
que adotam culturas adaptativas em geral promovem revisões e atualizações de suas culturas, e caracterizam-se 
pela criatividade, inovação e mudança, o que consequentemente gera um clima organizacional favorável para 
a geração de ideias, desafiando seus servidores a desenvolver novas formas de trabalho. Já as organizações que 
se caracterizam pela cultura não adaptativa são conservadoras, mantendo-se inalteradas, como se não tivessem 
sofrido nenhuma influência do mundo, continuando com seus valores e costumes arraigados.
Se uma empresa é composta por pessoas, então, a empresa possui uma cultura, e o grande desafio é a cultura 
para a inovação; a diversidade de ideias e visões pode ser benéfica porque a inovação exige essa variedade de 
saberes e beneficia-se ao desafiar e questionar as suposições dadas como certas. Já é possível perceber a existên-
cia de empresas que adotam métodos e processos para promover essa cultura para a inovação.
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Empreendedorismo | Empreendedorismo no Brasil e no mundo
Porém, uma boa parte das empresas resiste em adotar a inovação em seus processos. Existe uma lista de des-
culpas: “nós tentamos isso antes”, “isso é muito louco para ser considerado”, “não precisamos mudar, está tudo 
certo“, “este não é o meu trabalho”, “em time que está ganhando não se mexe” etc. O pior de tudo é quando se 
ouve “nós não somos uma empresa inovadora, esse assunto é para Apple, Nike, 3M, Microsoft, e não para nossa 
fabriquinha de fundo de quintal”.
E quando se diz “nós”, incluímos todos os atores envolvidos no processo, desde a concepção da ideia até a che-
gada do produto ao seu consumidor final. Veja, se a organização é formada por pessoas, todos os envolvidos 
devem ter em mente a cultura inovadora, ter conhecimento sobre o que a organização quer ofertar no mercado. 
E, para implementar a inovação, a organização precisa ter todo o aporte dos seus fornecedores e parceiros, para 
assegurar a entrega de matérias-primas de acordo com a necessidade da empresa.
Um fator comum nas empresas que implementam uma cultura organizacional inovadora é o encorajamento 
para a geração de ideias, do novo, mostrando aos envolvidos a potencialidade do que se propõem a oferecer para 
o mercado. Dessa forma, é possível fazer com que eles assimilem essa cultura e comprometam-secom novos 
processos.
Vamos adotar como exemplo a empresa 3M, tradicional e inovadora, que adota regras para uma cultura inova-
dora. Essas regras constam nos relatórios da companhia (MITCHELL,1989):
Defina metas para a inovação: por determinação corporativa, 25% a 30% das vendas anuais devem ser 
de novos produtos, com cinco anos ou menos.
Compromisso com a pesquisa e o desenvolvimento: a 3M investe em Planejamento e Desenvolvi-
mento – P&D quase que duas vezes mais que as companhias americanas. Uma das metas do planeja-
mento é relacionada à redução de tempo pela metade para o lançamento de produtos.
Inspirar o empreendedorismo interno: líderes inovadores são encorajados a trabalhar em novas ideias 
e têm a oportunidade de gerenciar seus produtos como se estivessem dirigindo seu próprio negócio. Aos 
funcionários da 3M, é permitido dedicar 15% do seu tempo em pesquisas de interesse pessoal, mesmo 
que não estejam relacionadas com os projetos atuais da companhia.
Facilitar, não obstruir. as divisões são pequenas e é permitido operar com muita independência, além 
de os funcionários terem acesso constante a informações e recursos técnicos. Os pesquisadores com 
boas ideias são premiados com US$ 50 mil de subvenção para desenvolver seus brainstorms em novos 
produtos
Foco no cliente. a definição de qualidade da 3M é demonstrar que o produto pode fazer aquilo que o 
cliente deseja e não atender à exigência de algum padrão arbitrário.
Tolerar o fracasso. o pessoal da 3M sabe que se suas ideias fracassarem, ainda será possível encontrar 
outras ideias inovadoras. A administração sabe que erros serão cometidos e que a crítica destrutiva acaba 
com a iniciativa.
Enquanto a inovação está profundamente enraizada em comportamentos ligados à cultura da empresa, a licença 
e a autoridade para determinar o valor da inovação sempre iniciam-se a partir da liderança.
De acordo com Koulopoulos (2011), os líderes que esperam que sua empresa alcance altos níveis de inovação 
sustentada precisam superar a inércia da empresa e concentrar-se em quatro objetivos:
49
Empreendedorismo | Empreendedorismo no Brasil e no mundo
Figura: 3.3: Objetivos para alcançar altos níveis de inovação.
OBJETIVO 1
Separar no que a 
empresa é boa, dos 
demais negócios, 
focando a inovação 
para o que seria sua 
maior competência.
OBJETIVO 4
Criar uma estrutura que 
favoreça a inovação, 
sem burocracia, 
interdepartamental, 
foco no cliente, flexível.
OBJETIVO 2
Os líderes devem criar uma 
cultura para a inovação, que 
inclua atitudes e os 
comportamentos necessários 
para a sustentação, reforçada 
constantemente por 
programas que desenvolvem 
uma visão compartilhada em 
toda a empresa.
OBJETIVO 3
O sucesso é importante, 
mas não podemos nos 
acomodar, isso pode 
interferir na capacidade 
de aceitar e de explorar 
novas ideias, assim 
como, reconhecer 
novas tendências.
Legenda: Objetivos para alcançar altos níveis de inovação.
Fonte: http://www.123rf.com/photo_38436281_abstract-vector-4-steps-infographic-template-in-flat-style-for-layout-
-workflow-scheme-numbered-optio.html?term=infographic%2Bflat%2Bfour%2Bsteps&vti=lt8wyducwaxai1pi77
Defender a liderança dentro de uma empresa é um assunto muito discutido e pesquisado na última década. 
Alguns especialistas defendem que para melhorar a competitividade das empresas brasileiras, além de todo o 
apoio que devem ter por meio de políticas e programas governamentais, é necessário valorizar e estimular a 
criação de lideranças empresariais. 
Essas lideranças assumem riscos e são protagonistas nessa área empreendedora. Elas podem surgir em qualquer 
ambiente e porte de empresa, basta ter espaço para serem estimuladas e desenvolvidas.
50
Empreendedorismo | Empreendedorismo no Brasil e no mundo
O papel do líder pode até ser comparado ao do intraempreendedor, pois muitas vezes esse papel não é do funda-
dor da empresa, e, sim, de um gestor, diretor ou coordenador de área, que acaba assumindo um papel de muita 
relevância dentro da organização e também com os parceiros com os quais se relaciona: clientes, comunidade do 
entorno, governo e fornecedores.
Por fim, para ter condições de avaliar o seu negócio ou empresa quanto à capacidade de inovar, é só dirigir-se aos 
clientes e perguntar: “você acha que estamos sendo inovadores?”. Se a resposta for afirmativa: “o que estamos 
fazendo de inovações que agregam valor ao cliente?“. 
A partir dessas questões, dependendo das respostas que surgem, o empreendedor tem plenas condições de criar 
estratégias e diretrizes necessárias para estimular a inovação em qualquer setor da empresa.
Dependendo do tipo de empresa, por exemplo, a inovação em um processo interno faz com que o atendimento 
ao cliente seja mais ágil e confiável, o que ajuda a conquistar a confiança dos clientes já existentes e a angariar 
novos clientes. Em outros casos, a empresa pode ter necessidade de inovar, por exemplo, em algum equipamento 
ou serviço que está vinculado diretamente ao atendimento do cliente. Sim, isso deve ser pensado o tempo todo, 
pois o resultado final é a estabilização ou o aumento de faturamento, e na escala macroeconômica, esse resul-
tado individual da empresa contribuirá para o desenvolvimento da cidade na qual ela está instalada
Mesmo com todo o esforço e as novidades na legislação e nas políticas para as empresas brasileiras, os desafios 
enfrentados ainda são grandes. Uma das formas de analisar perfis das empresas e perfis dos empreendedores é 
por meio dos dados sobre o empreendedorismo publicados pelo projeto Global Entrepreneurship Monitor - GEM, 
iniciado em 1999 por uma parceria entre a London Business School e o Babson College. O objetivo principal do 
projeto é “[...] compreender o papel do empreendedorismo no desenvolvimento econômico e social dos países” 
(GEM, 2015, p. 21).
No relatório GEM, publicado em 2015, no item da pesquisa aplicada aos empreendedores brasileiros, diversas 
informações relevantes são destacadas. Quando esses dados são comparados com outros países, vemos a dife-
rença interessante nas demandas, pois, conforme já conversamos, essas são específicas para cada país.
Na tabela a seguir, estão demonstrados os dados vinculados aos principais fatores favoráveis e também aos obs-
táculos para a abertura e a manutenção de novos negócios no Brasil. Esses dados foram obtidos em entrevistas 
a partir da avaliação dos empreendedores brasileiros nessa pesquisa de 2015.
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Empreendedorismo | Empreendedorismo no Brasil e no mundo
Tabela 5 – Fatores favoráveis e obstáculos para abertura e manutenção das empresas brasileiras
OBSTÁCULOS FAVORÁVEIS
Acesso a recursos financeiros ou financiamentos 
(empréstimos ou financiamentos)
49,1 19,3
Legislação e impostos (leis e carga tributária) 54,4 2,8
Programas de orientação para abrir ou manter um negócio 8,4 10,4
Educação fundamental, médio ou superior 2,8 5,9
Formação e capacidade de mão de obra 6,7 20,5
Serviços de apoio especializados (contador, consultor, 
advogado, etc.)
4,1 3,3
Fornecimento de água e energia, rede de esgoto e coleta de 
resíduos sólidos
0,6 2,7
Sistema de transportes (estradas, rodovias, portos) 0,6 3,2
Estrutura tecnológica dos meios de comunicação (cobertura 
telefônica, acesso a internet)
1,3 3,6
Mercado dominado por grandes empresas 2,8 2,3
Entendimento da população brasileira sobre iniciativas 
empreendedoras
1,8 10,2
Legenda: Fatores favoráveis e obstáculos para abertura e manutenção das empresas brasileiras
Fonte: GEM (2015, p. 89).
A partir dos dados apresentados, boa parte dos empreendedores cita dois obstáculos principais: 
• Legislação e impostos (leis e carga tributária), 49,1%; 
• acesso a recursos financeiros (empréstimos ou financiamentos), 54,4%. 
Os fatores favoráveis citados pelos empreendedores entrevistados não são tão significativos quanto os que se 
referem aos obstáculos para abertura e manutenção de novos negócios:
• formação e capacidade de mão de obra (20,5%); 
• acesso a recursos

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