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Terras Indígenas: Conflitos e Direitos

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Disciplina: Mundo Contemporâneo II 
Nome: Luiz Fernando de Oliveira Guimarães Matrícula: 20112140230 
Polo: Campo Grande Curso: Geografia/Licenciatura 
Avaliação a Distância – AD1 – 2023.2 
Em um mundo contemporâneo onde informações, comunicações, transações, 
mercadorias e pessoas estão em movimentos jamais vistos, parece que a escala 
espaço-temporal sofreu mudanças, determinando um momento único na história, 
nunca houve uma sociedade com tecnologias tão desenvolvidas como agora, e a cada 
dia, horas, que passa, surgem inovações, e sem sinais de que haverá um limite. 
Mesmo assim, ainda nos deparamos com questões que parecem estar “paradas no 
tempo”. Uma destas questões, diz respeito à tese do marco temporal, que estabelece 
o direito dos povos indígenas às terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de 
outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. 
Este trabalho da disciplina Mundo Contemporâneo II, do curso de Licenciatura 
em Geografia, tem o objetivo de fazer com que reflitamos sobre o papel de um futuro 
docente perante assuntos em voga, e sacramentar a ação geográfica em assuntos 
que aparentemente não pertença a esta disciplina, eliminando qualquer tipo de 
estigma que são impostas à Geografia, sobretudo as intensões de que se trata de 
uma disciplina pragmática, capaz de apenas descrever e analisar de forma acrítica, 
baseada em gráficos, índices e números as dinâmicas físicas, humanas e econômicas 
que ocorrem no espaço geográfico. 
Com o advento da Geografia Crítica e da Geografia Cultural/Humanística, a 
tese do marco temporal ganha outra visão sob os “olhares geográficos”, é necessário 
perceber e identificar como estão chegando as informações em diferentes lugares, e 
com isso analisar e refletir sobre a questão da demarcação das terras indígenas. 
Sabe-se que um território vai muito além de fronteiras fixas, leis e ordens 
jurídicas-políticas normatizadas por um Estado, este conceito de território ganha ainda 
mais amplitude ao considerar o conceito de territorialidade como “um padrão de 
comportamento e atitudes que uma pessoa ou grupo de pessoas possui e que é 
fundamentado no controle (real ou concebido) de um determinado espaço físico, local 
ou de uma ideia, controle esse que pode ser concretizado por meio de marcação, 
personalização ou mesmo defesa num território.”, assim afirma o site Conceito.de. 
A partir de então, deve-se refletir sobre a defesa de território pelos povos 
originários, algo muito além do espaço físico, das terras. A demarcação de terras 
 
Disciplina: Mundo Contemporâneo II 
Nome: Luiz Fernando de Oliveira Guimarães Matrícula: 20112140230 
Polo: Campo Grande Curso: Geografia/Licenciatura 
indígenas compactua com uma defesa de território baseada em um uso plural, de 
subsistência, cultural, identitário, e acima de tudo, de direito e de justiça, muito acima 
de uma reparação histórica ou de um “pedido de desculpas” por tudo que os indígenas 
passaram. A propósito, geralmente, essa é a ideia que as grandes mídias costumam 
passar para a população dita como “civilizada”, urbana, ruralista, que a demarcação 
de terras indígenas e como se fosse uma reparação histórica pelas diversas violências 
sofridas por este povo, ou então como se fosse uma área necessária para preservação 
ambiental. Cabe dizer que nenhuma das duas informações repassadas estão erradas, 
só que as verdadeiras intenções dos povos indígenas são relativizadas, os valores 
culturais, espirituais, de uso e as subjetividades desses povos são superiores as 
questões econômicas, juízo de valor que geralmente é passado pelas grandes mídias 
para sociedade urbana e rural. 
Aproveitando o que foi exposto acima, pode-se dizer que a votação da tese do 
marco temporal é mais uma forma de violência sofrida pelos povos indígenas, que 
vem conquistando a passos lentos (por falta de querência da justiça) seus direitos de 
permanecerem nos territórios que já eram dele. A definição de que só é de direito 
indígena um território ocupado ou manifestado a partir do dia 5 de outubro de 1988 é 
inconstitucional, visto que o marco temporal não está previsto como determinante para 
a demarcação de terras. Será então que estamos vivendo um bandeirantismo 
moderno? Podemos acreditar que a votação a favor do marco temporal seria uma 
forma de colonização jurídica brasileira? Essas perguntas geram debates que 
provavelmente demorariam para serem respondidas, mas uma afirmação que 
dificilmente será rechaçada é que o Marco Temporal aumentou a rivalidade e a disputa 
fundiária entre os indígenas e ruralistas. 
Portanto, esta disputa, esta luta dos povos indígenas, não se restringe apenas 
a eles, esta luta são de todos, pois já é sabido que a maioria dos ruralistas são donos 
do agronegócio, grileiros, mineradores, madeireiros instituições privadas e tantos 
outros responsáveis pela degradação do ambiente natural, ou seja, além dos 
interesses dos povos tradicionais, as demarcações de territórios preservam o meio 
ambiente, beneficiando as sociedades que moram, inclusive, nas cidades, a propósito, 
o que seria da região sudeste e/ou sul do Brasil se não fossem os rios voadores 
 
Disciplina: Mundo Contemporâneo II 
Nome: Luiz Fernando de Oliveira Guimarães Matrícula: 20112140230 
Polo: Campo Grande Curso: Geografia/Licenciatura 
originários da floresta amazônica, provavelmente estas regiões teriam um clima 
semiárido. Percebe-se a importância deste tema, da preservação da biodiversidade, 
para conseguir manter uma relação no mínimo harmoniosa entre a flora, fauna e 
sociedade como um todo. 
Conclui-se então que tal tema se torna multidisciplinar, em especial para a 
disciplina de Geografia, pois trata de questões que extrapolam o pragmatismo 
geográfico. É considerado os interesses subjetivos dos povos tradicionais, que atuam 
na preservação da biodiversidade e a valorização da pluralidade, do respeito ao outro, 
e com isso ajudam a todos na libertação de estigmas impostos historicamente no 
decorrer da colonização europeia em nosso território, e que foi agravado com o 
advento do modo de produção atual, sendo maquiado pela globalização e seu 
discurso de aldeia global, onde todos estão conectados de forma homogênea, 
potencializando as discriminações ao diferente. 
Logo, entender o que está em disputa na votação do Marco Temporal e a 
reinvindicação dos povos originários é um exercício de democracia para toda a 
sociedade brasileira, a fim de que possamos conviver com mais harmonia e menos 
violência, seja ela ambiental, cultural, religiosa, civil e política. 
Referência Bibliográfica 
• CONCEITO.DE. Territorialidade. Equipe editorial de Conceito.de. (31 de agosto 
de 2016). Atualizado em 4 de junho de 2019. Territorialidade - O que é, conceito 
e definição. Disponível em: <https://conceito.de/territorialidade>. Acesso em: 
06 set. 2023.

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