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FACULDADES INTEGRADAS DE ITARARÉ – FAFIT Procedimentos Operacionais em Empresa Resumo: O presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, bibliográfica com relação à segurança, meio ambiente e saúde na colheita florestal, realizando uma integração junto às normas, procedimentos e máquinas existente relativa ao trabalho rural, e assim fazer um estudo de caso na fazenda Moquém. Como instrumento metodológico utilizou-se dados quantitativos, com análise de documentos e entrevista com o Técnico de Segurança do trabalho da empresa em questão, para demonstrar dados estatísticos e determinar a relevância da Gestão Integrada de SMS na atual conjuntura econômica mundial para a empresa. Palavras chave: Indústria, Segurança, Meio Ambiente, Trabalho. Operational Procedures in Company Abstract: The current study is an exploratory and descriptive literature regarding safety, environment and health in forest harvesting, performing an integration with the standards, procedures and existing machines on rural work, and so do a case study Moquém on the farm. As methodological tool we used quantitative data, document analysis and interviews with the Technical Safety work of the company in question, to demonstrate statistical data and determine the significance of Integrated SMS in the current global economic environment for the company. Keywords: Safety, Environment, harvest wood, Rural work. 1 Introdução A globalização da economia levou ao acirramento da concorrência entre as empresas de base florestal. Cada qual passa a se preocupar e a tomar decisões no sentido de tirar o máximo proveito da matéria-prima disponível e de aperfeiçoar o processo produtivo. Os objetivos das empresas passam a ser o baixo custo e a alta qualidade, definindo quem permanece no mercado. A necessidade da segurança e saúde no trabalho caminharem juntas cresce, apesar dos obstáculos colocados por alguns profissionais, que não entendem a necessidade dessa parceria, mas são as Normas Regulamentadoras (NR) que mostram a importância da integração destes dois sistemas, em todas as atividades da organização. As empresas que estão adotando práticas de novas técnicas e equipamentos especializados apesar de ser um processo lento e restrito já obtêm resultados altamente satisfatórios, porém, o grau de modernização da indústria depende da evolução da própria indústria de máquinas e equipamentos. O trabalho justifica-se alegando que a falta de planejamento detalhado, nível de cultura dos colaboradores, normatização das atividades operacionais do sistema de extração, adequação de equipamentos e a falta de procedimentos e normas com relação à segurança, meio ambiente e saúde, são alguns aspectos que levam a ineficiência da produção industrial tendo reflexo na sustentabilidade do meio ambiente e no seu custo final. Porém alguns aspectos devem ser analisados, sendo estes de segurança, ambientais e operacionais. 2. Segurança e Saúde do Trabalho A função Segurança ou simplesmente Segurança exerce um papel fundamental no intuito de reduzir danos e perdas provocadas por agentes agressivos, sendo uma variável inversamente proporcional ao risco e aumentar a segurança significa reduzir riscos. Segundo Miranda (1998), o ambiente de trabalho seguro é obtido através de medidas que neutralizam ou eliminam os riscos associados às atividades de trabalho, sendo ele capaz de possibilitar o aumento da produtividade, pois não ocorre interrupção do trabalho por conta da ocorrência de acidentes, isso tudo pode se conseguir através da qualidade e eficiência da Segurança e saúde no trabalho. Na relação entre homem e máquina não deve haver apenas a preocupação com o manejo eficiente para que a produtividade seja alcançada a qualquer custo. As pessoas também devem ser consideradas, e precisam de segurança, saúde e conforto no trabalho. Segurança do Trabalho estuda disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, o ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios, Explosões e Gerência de Riscos. Segundo Filho (1999), dirigir esforços para essa função sem considerar Produtividade, Qualidade de Produtos, Preservação Ambiental e o Desenvolvimento de pessoas é uma grave falha conceitual e estratégica, portanto a função segurança deve estar integrada a gestão de várias funções vitais. O lado humano requer cuidado antes de tudo. Na fabricação de todo e qualquer produto, a saúde tanto física quanto mental do trabalhador, no manuseio das máquinas, necessita ser preservada. Afinal, é improvável que alguém inseguro ou até não saudável realize suas tarefas com precisão. A produtividade não depende apenas das máquinas. A Segurança do Trabalho “estuda técnicas apropriadas das possíveis causas de acidentes de trabalho, buscando em si a prevenção e proteção do trabalhador em seu local de trabalho, no que se refere à questão da segurança e da higiene do trabalho.” (FRIGÉRIO, 1996). A segurança no ambiente de trabalho deve ser otimizada com a utilização da própria tecnologia. É fundamental que as máquinas sejam criadas com mecanismos que não somente facilitem a sua utilização, mas principalmente que evitem riscos de nada adianta um local de trabalho seguro se o aparelho com o qual as tarefas são executadas é prejudicial à saúde. A Medicina do trabalho “estuda técnicas próprias sobre as causas das doenças ocupacionais, incluindo também as doenças profissionais e do trabalho com o objetivo fundamental de prevenção das mesmas.” (FRIGÉRIO, 1996). O quadro de segurança do trabalho de uma empresa é composto de uma equipe de técnicos de segurança do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho. Estes profissionais formam o que é chamado de SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Há também a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que é formada por funcionários da empresa e tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. É também importante que todos os empregadores e empregados participem de palestras e seminários, façam cursos de atualização sobre qualidade de vida no trabalho e meio ambiente, que gera conhecimento necessário para fazer que a empresa seja mais eficiente e segura. Segundo (Miranda, 1998) existe também o chamado Diagnóstico de Segurança onde as empresas fazem um estudo que tem objetivo conhecer o estado de segurança, como estão os equipamentos, ambientes da organização, tendo isso é avaliado e é comparado com um padrão já existente, permitindo que a empresa mude a sua elaboração de plano de ação para intervenção de acidentes de trabalho. Os sistemas mais utilizados são os de controle de risco que são constituídos por isolamento, alarme, proteção, evacuação, resgate, sendo os mais viáveis na preservação e proteção de todos os envolvidos. A qualidade de vida no trabalho precisa ser coloca à frente da produtividade. Trabalhar satisfatoriamente só é possível com profissionais que, além de terem conhecimento e possuírem boas máquinas produtivas, estejam seguros e saudáveis. 3.Surgimento das Normas Regulamentadoras O ano de 1978, constituiu marco importante com a aprovação das Normas Regulamentadoras (NR) referente a higiene, segurança e medicina do trabalho. Essas normas se destacam por introduzir procedimentos nitidamentemodernizado. De um momento para outro, os programas de segurança e medicina dentro do ambiente de trabalho passaram a representar foco de atenção dos trabalhadores, organizações sindicais das empresas e dos profissionais da área. Surge a necessidade de grandes movimentações em torno destes programas, apesar das dificuldades alegadas, principalmente por pequenas empresas, levando o governo a introduzir alguns ajustes. “A consequência imediata da aprovação das Normas Regulamentadoras foi a necessidade de formar médicos e profissionais habilitados para implantar, coordenar, orientar e executar os programas. Os maiores beneficiários dos programas são os trabalhadores que passam a ter sua saúde e segurança no trabalho asseguradas.” (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2005). Cada vez observa-se mais a necessidade da segurança e medicina no trabalho, e as Normas Regulamentadoras (NR) tem a real necessidade de serem utilizadas para que a empresa cumpra o que é estipulado pelo governo quanto a prevenção de riscos que possam gerar acidentes de trabalho, danos à saúde e ao meio ambiente. Existem hoje 36 Normas Regulamentadoras, sendo em destaque as mais utilizadas, pois independente do ramo de atividade da empresa, estas normas deverão ser seguidas. Norma Regulamentadora nº 4 (NR 4) – Norma sobre os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. Norma Regulamentadora nº 5 (NR 5) - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA: Esta Norma estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais; Norma Regulamentadora nº 6 (NR 6) - Equipamento de Proteção Individual – EPI: Os equipamentos devem sempre ser utilizados, esta norma estabelece e define os tipos de Equipamentos a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigir, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, conforme Normas Regulamentadoras em anexo. A fundamentação legal e ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta Norma Regulamentadora (NR), são os artigos 166 e 167 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Art.166 – A empresa é obrigada a entregar sem custo algum aos seus empregados todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários para execução das tarefas. Art.167 – Todo Equipamento de Proteção individual (EPI) utilizado deverá ter Certificado de aprovação do Ministério do Trabalho; Norma Regulamentadora nº 7 (NR 7) - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO: Este programa deve ser feito por empresas contratadas, onde se estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores; Norma Regulamentadora nº 9 (NR 9) - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA: Este programa deve caminhar junto com o PCMSO, onde estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais; Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12) – Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico existência desta Norma Regulamentadora (NR), são os artigos 184 186 da Consolidação das Leis Trabalhista (CLT). Art.184 – as máquinas e equipamentos devem possuir dispositivos de parada e partida de maneira que esteja descartado o acionamento acidental. Art.185 - Toda e qualquer manutenção e ou reparo devem ser executados com as máquinas e equipamentos parados. Art.186 – O Ministério do Trabalho estabelece normas adicionais de segurança com as proteções nas operações das máquinas e equipamentos. Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15) – Atividades e Operações Insalubres: Descrevem as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta Norma Regulamentadora (NR), são os artigos 189 e 192 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Art.189 – As atividades são consideradas insalubres quando os empregados sãos submetidos/expostos a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados e razão da natureza, da intensidade e do tempo de exposição aos seus efeitos. Art.192 – Quando o exercício da atividade for considerado insalubre, o Ministério do Trabalho assegura que o empregador pague ao empregado uma quantia de 40%, 20% e 10% do salário mínimo, segundo a classificação dos graus máximos, médio ou mínimo; Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17) – Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Art.198 – O trabalhador pode remover individualmente o máximo de 60 (sessenta) quilogramas. Art.199 – Para todas as atividades que devem ser realizadas sentadas, o empregador é obrigado a colocação/instalação de assentos que assegure a postura correta do trabalhador; Norma Regulamentadora nº 20 (NR-20) – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis; Norma Regulamentadora nº 21 (NR-21) – Trabalho a Céu Aberto; Norma Regulamentadora nº 28 (NR-28) – Fiscalização e Penalidades; Norma Regulamentadora nº 31 (NR-31) – Uma das mais importantes para o trabalho no campo, diz respeito a segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e a aquicultura. É uma norma recente, aprovada pela Portaria nº. 86 de 03 de março de 2005. Nesta norma existem alguns itens que devem ser aplicados para a exploração florestal, em termos de responsabilidades, gestão do trabalho rural, utilização e manuseio de produtos químicos, ferramentas, ergonomia das máquinas via de circulação, transporte de trabalhadores, de cargas, fatores climáticos e topográficos, medidas de proteção pessoal, instalações rurais dentre outras. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973. Pelo artigo 13 da Lei 5.889 de 1973, nos locais de trabalho rural serão observadas as normasde segurança e higiene estabelecidas em portaria do ministro do Trabalho e Previdência Social. 4.Administração dos processos na construção civil As transformações econômicas que ocorrem no mundo globalizado e o alto nível de competitividade no setor forçam as empresas construtoras a buscarem melhorias nos seus processos empresarias. Santos (2000) leciona que a maneira mais simples de obter vantagens nesse mercado cada vez mais competitivo, é gerenciar o processo produtivo de maneira clara e fácil de ser com compreendida. As empresas estão percebendo que um processo de produção “transparente” aumenta a motivação para melhorias, reduz a propensão a erros, e ao mesmo tempo, aumenta a visibilidade de eventuais erros. São inúmeras as alterações que vem ocorrendo no país, e sempre com a finalidade de melhorar e assegurar a qualidade de seus processos, o qual, irá minimizar as perdas geradas pelo desperdício, retrabalhos e ociosidade da mão-de-obra. No que se refere a esta questão, Martins (apud MARCON, 1997) ressalta que as alterações são processos naturais numa organização e são respostas às ameaças e pressões internas. Para as empresas construtoras a transformação organizacional força a adoção de novas tecnologias da qualidade, demandando mudanças na forma de realização das atividades de seus processos com visão globalizada, onde deve haver cooperação interfuncional e atendimento às exigências dos clientes e fornecedores internos (LIMA, 1998 e OLIVEIRA, 1998). A realidade atual deste cenário, reflete a necessidade de mensurar o desempenho das empresas de forma a obter dados específicos e necessários para que se possa conquistar uma possível melhora no desempenho construtivo. 5.Qualidade A partir da promulgação do Código de Defesa do Consumidor – CDC, através da LEI nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990, que veio estabelecer uma série de regras relativas à relação produtor/consumidor, observa-se que o código impõe severas sanções aos projetistas, fabricantes, prestadores de serviços e construtores em decorrência de falhas nos produtos em uso ou vícios de construção, além de regulamentar a prestação de serviços, além disso, o CDC veta a colocação de produtos e serviços no mercado que estejam em desacordo com as Normas Técnicas brasileiras, elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT. A partir da promulgação do CDC, houve uma maior preocupação com a qualidade de produtos e serviços prestados ao consumidor. Desta forma, as organizações começaram a se preocupar com os prazos, garantias, data de validade de seus produtos, além e fornecer treinamento especializado a seus funcionários, com a finalidade de atender as exigências que venham a garantir a satisfação de seus clientes. Portanto a qualidade é um assunto que vem merecendo cada vez mais atenção em todas as partes do mundo. O que se observa que a atual e crescente demanda mundial, faz aumentar as expectativas dos clientes em relação à qualidade dos produtos e serviços prestados, desta forma para serem competitivos, e, por conseguinte, manterem um bom desempenho econômico-financeiro, as organizações necessitam, cada vez mais, de aprimorar a qualidade de seus produtos e serviços. Conforme observa Pichi (1993), o conceito de qualidade tem sofrido uma rápida evolução, nos últimos anos, observa-se que este conceito é derivado de distintos enfoques, sendo baseado por vez na produção, e por outra no produto ou consumidor. Campos (1992), completa, o exposto, mencionando que um produto ou um serviço de qualidade é todo aquele que vem atender de forma clara e confiável, segura e no prazo certo as necessidades do cliente. Desta forma, pode-se definir que a qualidade é a composição total das características de marketing, engenharia, fabricação e manutenção de um produto ou serviço, através das quais o prouto ou serviço que venha a atender às expectativas do cliente (FEIGENBAUN, 1986). Segundo a ABNT, em sua norma NBR ISO 8402, qualidade é a totalidade de propriedades e características de um produto ou serviço, que confere sua habilidade em satisfazer necessidades explícitas ou implícitas.Os clientes possuem necessidades dinâmicas que podem ser ordenadas de forma explicita e implícita sendo que a forma implícita não são apresentadas abertamente, mas da mesma forma são caracteriza pelas necessidades reais. Desta forma o procedimento adequado é identificá-las e traduzi-las adequadamente na linguagem da empresa, para planejar e produzir um bem ou serviço que realmente possa atender todos os anseios do consumidor. Picchi (1993) leciona que o conceito de qualidade adveio a partir de um conceito bastante restrito e específico, em função da conformidade com requisito, novos aspectos foram sendo adicionados ao longo do tempo, e nunca eliminados, num processo cumulativo no qual o conceito se amplia e ganha complexidade cada vez maior e apresenta a evolução como sendo a seguinte: a) Conformidade com requisitos b) Características que atendem à necessidade dos clientes c) O cliente pode ser interno, externo, e a sociedade em geral. d) As necessidades podem ser explícitas ou implícitas e) Atender com economia f) Qualidade inclui os serviços agregados ao produto g) Qualidade é relativa e dinâmica h) O que conta é a qualidade percebida pelo cliente i) Qualidade é maximizar o valor do produto j) Qualidade é a capacidade de entusiasmar o cliente Para Juran (1997), o conceito de qualidade tem dois significados distintos: (1) As características de produto que respondem às necessidades dos clientes; e (2) Ausência de deficiência. Em termo genérico para cobrir os dois significado é “adequação ao uso”. O desenvolvimento de controles de qualidade está diretamente relacionado à evolução da indústria, conforme menciona em seus estudos Pichi (1993), a consequência maior da segunda Guerra mundial, foi que a indústria (em particular a Americana) a tarefa de produzir enormes quantidades de produtos militares. 6. Controle da Qualidade A primeira etapa, é o controle da qualidade pelo operador, processo inerente ao procedimento de fabricação pelo artesão. Esta metodologia detém o controle completo sobre o artigo manufaturado, competindo a ele o desenvolvimento das atividades tecnológicas, aspectos físicos e químicos dos materiais, e de direção Para Feigenbaum (1961), o atual controle de qualidade industrial passou por cinco etapas distintas evolutivas básicas. O produto final, passando pela obtenção da matéria prima, por todo o processo de fabricação, era responsabilidade direta do artesão. Por conseguinte, a revolução industrial provocou alterações profundas nas técnicas de produção, estabelecendo-se maior controle sobre o trabalhador e a produção em massa. Os trabalhos realizados por Taylor (KANIGEL, 1997), desdobrando o processo de fabricação em tarefas mínimas e repetitivas, contribuíram para o advento do nosso moderno conceito de fábrica (FEIGENBAUM, 1961). Historicamente, observa-se que durante a primeira guerra mundial, com a utilização de processos de fabricação mais complexa, passar a existir os inspetores de qualidade, responsáveis em tempo integral pela inspeção dos produtos fabricados. Nessa etapa, do controle de qualidade por inspeção, foram criados nas empresas setores de controle de qualidade independentes da produção. Desta forma verificam-se, como os produtos atendiam as especificações e separavam-se os itens defeituosos. No período compreendido pela Segunda Guerra Mundial, o controle de qualidade evoluiu da inspeção para o controle estatístico da qualidade. Esta etapa constitui-se um aprimoramento da anterior, concedendo aos responsáveis pela inspeção de determinadas ferramentas estatísticas. Observa-se que a contribuição mais importante foi à utilização de planos de inspeção por amostragem, em vez da inspeção na totalidade dos produtos fabricados.Posteriormente, surgi o denominado controle da qualidade total com uma filosofia diferenciada em relação às anteriores. O controle inicia-se com o planejamento, o desenvolvimento e projeto do produto, procurando-se antecipar as necessidades do consumidor e terminar apenas quando o produto estiver nas mãos deste. A qualidade é estabelecida durante todo o ciclo de produção, e com o envolvimento de todas as pessoas e setores da empresa. Conforme expõe Paladini (1995), o controle de qualidade é caracterizado como um sistema dinâmico e complexo que envolve direta ou indiretamente todos os setores da empresa com a finalidade de melhora e garantir economicamente a qualidade do produto final. Paranthaman (1990) define o controle de qualidade implicando o estudo das características da qualidade por meio das quais um processo é julgado em termos de conformidade ou aceitabilidade. O processo controlado é definido por ser previsível. Podendo-se desta forma fixar limites dentro dos quais espera-se que os valores das características conhecidas que estão sendo consideradas permaneçam, desde que o estado de controle seja mantido. Segundo Campos (1992), o controle da qualidade é caracterizado de acordo com três objetivos, fundamentais: a) Localizar o cliente, saber de suas necessidades (muitas vezes ele não as conhece e você deve colocar-se em seu lugar), traduzir estas necessidades em características mensuráveis, de tal forma que seja possível gerenciar o processo de atingi-las; b) Manter a qualidade desejada pelo cliente, cumprindo padrões e atuando na causa dos desvios. O processo para manter a qualidade desejada pelo cliente. c) Melhorar a qualidade desejada pelo cliente; neste caso é preciso localizar os resultados indesejáveis (problemas) e utilizar o método de solução de problema para melhorá-los. 7. Metodologia 7.1 Área de Estudo Este trabalho foi realizado no Município de Ventania Estado do Paraná, Fazenda Moquém (figura 1), que pertence a empresa Vale do Corisco, possui uma área de 20.469 ha. Localiza- se a uma latitude 24°14'45‘’ sul e a uma longitude 50°14'34" oeste, estando a uma altitude de 1013 metros. População estimada do município em 2010 era de 9.967 habitantes. Figura 1: Fazenda Moquém Fonte: Mapa elaborado pela empresa 7.2 Metodologia e Materiais Utilizados A metodologia utilizada para este trabalho consistiu primeiramente em um levantamento bibliográfico sobre o estudo em questão, utilizando das Normas Regulamentadoras (NR´s) referentes ao trabalho rural: Colheita da Madeira. Além do referencial teórico, foi realizado um estudo de caso utilizando como fonte de dados registro em caderno de anotações às etapas de colheita executadas nas frentes de trabalho, analise documental para levantamento estatístico e comparativo no período de seis anos quanto ao: colaborador do mês, número de incidentes sem lesão, acidentes de trajeto com afastamento, acidentes de trajeto com afastamento, acidentes com afastamento, acidentes sem afastamento. No levantamento está o tipo de colheita desenvolvida na área de cultivo, máquinas e ferramentas utilizados, procedimentos e normas de segurança aplicáveis no processo de colheita de madeira verificadas através entrevista com o técnico de segurança da empresa; A madeira comercializada na fazenda é o pinus taeda, por se tratar de topografia do terreno declive é utilizado sistema semi-mecanizado com utilização de motosserras, tratores agrícolas para transporte primário, carregamento e guincho para arraste nos locais de difícil acesso. O sistema de colheita utilizado é o denominado de toras longas, é feito o corte raso, ou seja, são derrubadas todas as árvores de mais de 18 anos de idade em um mesmo talhão. Após a derrubada, procedem-se com o desgalhamento e destopamento são feitos no local. O desdobramento é feito à beira das estradas do talhão. 7.3 Resultados e Discussão Por se tratar de floresta certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), a empresa respeita os princípios e critérios onde é dada atenção as condições de trabalho incluindo segurança, treinamento, transporte, alimentação, pagamentos, recolhimentos e cumprimento de legislação.Antes do início de qualquer atividade na fazenda é realizada pelo Técnico de Segurança a verificação da documentação da contratada dos serviços sendo: Programa de Prevenção de Riscos ambientais (PPRA), Norma Regulamentadora nº 9 e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Norma Regulamentadora nº 7, junto a esses programas devem estar os exames médicos pré-estabelecidos conforme os riscos que os trabalhadores estão expostos. Os trabalhadores são submetidos a treinamentos de acordo com a atividade exercida.São recolhidas cópias de registro da carteira de trabalho, ficha de registro, ficha de EPIs, Atestado de Saúde Ocupacional, certificados de treinamento e licenças da motosserra, as cópias devem permanecer no ônibus à disposição da auditoria do Ministério do Trabalho. A empresa dispõe de mural informativonele contém: mapa de riscos das atividades, placa de informações relacionadas ao período de acidentes com e sem afastamento e recomendações em caso de acidentes. Para o abate da árvore no campo os trabalhadores seguem o procedimento da derrubada direcionada. Depois de observada a árvore, sua inclinação e melhor sentido de arraste, é escolhido o sentido de derrubada da árvore. Em seguida é realizado o arraste das árvores fora do talhão à beira de estradas. São utilizados correntes ligadas em tratores agrícolas levando aproximadamente sete árvores por vez, na chegada são posicionadas as árvores e realizada o desdobramento, compondo uma equipe de trabalhadores sendo: um operador de motosserra e dois ajudantes para realizar o branqueamento para posteriormente ser realizado o carregamento para o transporte.O carregamento é feito através de trator agrícola com adaptação de acessórios de carregamento chamado de munck. Os trabalhadores utilizam os equipamentos de proteção necessários para realizar as atividades como o capacete, óculos, bota com biqueira de aço, perneiras, protetor auditivo tipo Conchas, luvas, sendo que o operador de motosserra utiliza calça anti-corte e viseira. O abastecimento das máquinas é feito pelos operadores de forma irregular utilizando da força manual ou utilizam o munck, elevam o galão até a estrutura das máquinas e com uma mangueira fazem o processo de abastecimento. O transporte é feito através de ônibus e possui autorização para tráfego nas estradas e também possui compartimento para guarda das ferramentas e materiais. A empresa possui área de vivência conforme pede a Norma Regulamentadora nº 31, possuindo sanitários com lavabo (figura 2), refeitório com cobertura contendo bancos e mesas (figura 3), água potável para consumo humano. Figura 2: Sanitário Fonte: O autor: 2014 Figura 3:Refeitório Fonte: O autor: 2014 São realizados treinamentos para os profissionais, contendo prática e teoria. A reciclagem é feita anualmente ou bienalmente, estes treinamentos são realizados em parceria com o Serviço Nacional de Formação Profissional Rural (SENAR) e quando observada a necessidade pela própria empresa como: treinamento para operador de motosserra, operação de tratores, treinamento na utilização de ferramentas manuais, treinamento primeiros socorros, destinação de resíduos e brigada de incêndio. No abastecimento das motosserras são colocados os galões de combustível sobre uma lona plástica e serragem (figura 6), assim evitando a contaminação do solo. No término das atividades diárias, é retirado o restante do combustível da motosserra e colocado no galão novamente. Figura 4: Armazenamento combustível para abastecimento Fonte: O autor: 2014 Conformemostra a (figura 5) Na área de vivência são instaladas lixeiras para coleta de resíduos como: papel, plástico e resíduos orgânicos, após o término da atividade são levadas até a sede ou portaria da fazenda para destinação final dos resíduos. Figura 5: Lixeiras Fonte: O autor: 2014 7.4 Conclusão Depois de verificado os métodos de trabalho, procedimentos e normas durante a colheita da madeira, conclui que: 1) Atende as normas aplicáveis: Os equipamentos de proteção individual fornecidos para o trabalho; Realização dos treinamentos e qualificação necessários para cada função; Motosserras de uso, sendo leves com menor vibração e ruído; Coleta de resíduos; Procedimentos de corte empregado na derrubada das árvores; Área de vivência: refeitório, Instalações sanitárias, água potável; de primeiros socorros juntamente com equipe treinada para remoção em caso de acidente; Transporte de trabalhadores e guarda das ferramentas; Dispositivos de Segurança das máquinas: freios, faróis e alarme de ré; A documentação: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Exames médicos Admissionais, Periódicos; Sinalização das Estradas de acesso. 2) Não atende as normas aplicáveis: Abastecimento de máquinas Ergonomia das Máquinas: Falta de cabines fechadas. Foi observado que a empresa está cumprindo com a legislação existente. Portanto 2 (duas) não conformidades foram relatadas nesse estudo, sendo elas: Abastecimento de máquinas e Falta de cabines fechadas. Foi sugerida à empresa a aquisição de bomba manual para realizar o abastecimento das máquinas, em questão a falta de cabines é empregada o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para que o empregado não seja exposto à poeira e ruído. Considerações Finais Através das pesquisas realizadas sobre o tema escolhido, percebe-se a extrema importância de um programa de meio ambiente, saúde e segurança dentro da organização, pois esta preocupação resulta em fator de redução de custos, aumento de produtividade, melhora da imagem da empresa diante dos próprios funcionários, colaboradores e clientes, além de promover melhores relações pessoais e florescer o sentimento de comprometimento junto à empresa. Empresas devem cumprir com responsabilidade as normas estipuladas em Segurança e Saúde do Trabalho, preservando a integridade de seus funcionários e sociedade. Uma dificuldade encontrada para a elaboração deste trabalho foi a falta de fontes de consulta com visão abrangente sobre o tema, pois a grande maioria das bibliografias encontradas são especializados em legislação e não apresentam uma relação da importância da segurança com os benefícios que a adoção da cultura prevencionista proporciona aos que a adotam. Através do estudo pode-se mostrar que é possível e benéfico adotar um programa bem planejado e estruturado em Segurança e Saúde, não só com o objetivo de atendimento à legislação, mas também, focando em um ambiente de trabalho seguro, confortável e prazeroso para os funcionários, pois conforto e saúde no trabalho são certamente fatores de produtividade e motivação e tanto a empresa quanto funcionários são beneficiados com o programa. Referências ABNT. 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