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ERLIQUIOSE COMO UM FATOR AGRAVANTE 
DA GESTAÇÃO
Renata Gabriela Ambrosina Silva de Melo1, Cássia Regina Oliveira Santos2, Marleyne José Afonso Accioly Lins 
Amorim3, Gessica Giselle Almeida Silva4, Vanessa Gomes Santiago5 , Roger Rafael Cavalcanti Bandeira de Melo6, 
Renata Salgueiro Nobre Pessoa7, Julyana Mayra Rodrigues Paes Barretto de Oliveira8, José Givanildo da Silva9, 
Alexandre Rodrigues de Paula Júnior10
________________
1. O primeiro autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de 
Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na disciplina de Anatomia Descritiva dos animais Domésticos. 
Email:htgabi5@hotmail.com 
2. O Segundo autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de 
Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na disciplina de anatomia descritiva dos animais domésticos.
3. O terceiro autor é Professor Associado do Departamento de Morfologia e Fisiologia animal da Universidade Federal Rural de 
Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. 
4. O quarto autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, 
s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na disciplina de Anatomia Descritiva dos animais Domésticos. 
5. O quinto autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, 
s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na disciplina de Anatomia Descritiva dos animais Domésticos. 
6 O sexto autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, 
s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitor na disciplina de Anatomia Descritiva dos animais Domésticos.
7 O sétimo autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de 
Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na disciplina de Anatomia Descritiva dos animais Domésticos.
8 O oitavo autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, 
s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitora na disciplina de Anatomia Descritiva dos animais Domésticos.
9 O nono autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, 
s/n. Dois Irmãos, Recife-PE, CEP 57171-900. Monitor na disciplina de Anatomia Descritiva dos animais Domésticos.
10 O décimo autor é discente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural De Pernambuco. Av. Dom Manuel de 
Medeiros. s/n Dois Irmãos, Recife-Pe, CEP 57171900. Monitor na disciplina de anatomia descritiva dos animais domésticos.
Introdução
A erliquiose é uma doença causada por um grupo 
de microorganismos gram negativos, intracelulares 
obrigatórios e pleomórficos, os quais parasitam células 
brancas circulantes (Figura 1) de vários animais 
domésticos e silvestres. Ela é transmitida através da 
picada do carrapato contaminado. De acordo com 
Souza (2005) diferentes espécies de carrapato são 
capazes de realizar a transmissão do vetor para os 
hospedeiros vertebrados entre elas Erlichia canis, E. 
equi, E. platys, E. ewingui, E.chofeensis[1]. O principal 
vetor da erlichia canis é o carrapato marrom do cão, 
Rhipicephalus sanguineus (Figura 2). O período de 
incubação do microorganismo é de 8 a 20 dias. A 
erlichiose possui 3 fases: aguda – que se desenvolve 1 
a 3 semanas após a picada do carrapato, A Erlichia
entra em determinadas células onde começam a
reproduzir-se. Essas células estão localizadas nos
linfonodos, baço, fígado, sangue e medula óssea. 
Levando a anemia, febre, emagrecimento, depressão e 
anorexia; Subclínica – o animal fica assintomático; 
Crônica – surge após 1 a 4 meses após a picada do 
carrapato e pode apresentar-se numa forma leve ou 
severa e seus sintomas podem ser: perda de peso, 
anemia, sinais neurológicos, diminuição de células do 
sangue (plaquetas e leucócitos)[2], entre outros. Em
alguns animais encontramos associado a Erlichia outras
doenças como a Babesiose, que é também transmitida
por carrapatos.
O diagnóstico é através do exame de sangue ( pesquisa
da Erlichia ) ou através de exames imunológicos como
o teste de ELISA que verificam a presença de 
anticorpos.
O tratamento é através de antibióticos específicos e em
casos mais graves até transfusões de sangue são
necessárias.
Material e métodos
Na execução deste trabalho foi utilizada 
metodologia em pesquisa bibliográfica de artigos 
científicos, livros e periódicos de relevância na arte da 
medicina, além do embasamento em sites de pesquisas.
Resultados e discussão
O período médio da gestação em cadelas é de 62 
dias. Menos de 30 % do crescimento fetal ocorre nas 
cinco ou seis primeiras semanas. Consequentemente, a 
cadela ganha pouco peso e apresenta pouco aumento 
das suas necessidades nutricionais nos 2/3 iniciais da 
gestação. Mais de 75% do ganho de peso e metade do 
crescimento embrionário ocorre do 40º ao 55º dia de 
gestação, sendo necessário uma excelente nutrição 
neste período[3]. Portanto, o peso de um filhote é um 
bom indicador das trocas feto-maternas durante a 
gestação.
Geralmente a cadela que estiver parasitada pela 
Erlichia sp. pode desenvolver uma séria anemia não 
diagnosticado durante a gravidez, que dentre os seus 
danos ele é responsável por causar hemólise, que vai 
desencadear uma trombocitopenia. Como as hemácias 
são células transportadoras de oxigênio, com a 
hemólise, ou seja, uma ruptura destas células, todo o 
organismo vai estar mal oxigenado, conseqüentemente, 
seus fetos não receberão a carga de oxigênio devida, 
talvez em uma das mais importantes etapas da 
formação embrionária, acarretando na má formação dos 
fetos (Figura 4). A placenta de cadela é do tipo 
endotéliocorial, e há quatro camadas entre o feto e a 
mãe, sendo o endotélio materno, o córion, o 
mesênquima e o endotélio fetal. Tal tipo de placenta 
permite que haja importantes trocas nos vasos 
sanguineos endometriais, o que acarretará troca de 
células parasitadas pela Erlichia sp da mãe para o feto, 
e conseqüentemente toda essa complicação na 
gestação, parto e perda de vidas caninas[4].
Existem várias outras patologias maternas que 
podem interferir no crescimento fetal: as cardiopatias 
gravemente descompensadas ou cianóticas; o diabetes 
melittus com vasculopatia universal ou na 
concomitância de malformações; as doenças renais 
crônicas, as auto-imunes (principalmente o lúpus 
eritematoso sistêmico) e anemias severas [5], além das 
doenças parasitárias como a erliquiose. Uma patologia 
na sua fase subclínica, onde apresenta se assintomática, 
acarreta grandes prejuízos à saúde do animal, podendo 
ser fatal ao se tornar crônica. No caso da erliquiose 
gestacional, haverá grande comprometimento à saúde 
da mãe, num momento em que a mesma estará com o 
sistema imune deprimido, acarretando ainda danos aos 
seus filhotes, sendo assim responsável pelas más 
formações e óbito das crias.
Agradecimentos
 Agradecemos a professora doutora Marleyne 
José Afonso Accioly Lins Amorim pela orientação 
prestada, bem como aos demais pela dedicação e 
compromisso com o presente trabalho. Agradecemos 
também a Universidade Federal Rural de Pernambuco 
pela oportunidade cedida a alunos de pesquisas que 
empregam esforços em prol de elevar o nome da 
instituição.
 
. 
Referências
[1] SOUSA, M.G.;HIGA, A.C.;GERARDI, D.G.; COSTA, M.T . ; 
MACHADO, R.Z. Tratamento da Erliquiose Canina de 
ocorrência Natural com Doxiciclina, Precedida ou não pelo 
Dipropionato de Imidocarb. Revista de Ciências Agro 
veterinárias, n.2, p.126-130, 2005.
[2] TROY, G. C.; FORRESTER, S. D. Canine ehrlichiosis. In: 
GREENE, C. E. Infectious diseases of the dog and cat 
Philadelphia:Saunders, 1990, cap. 37, p. 404-417.
[3] EWING, S. A. Canine ehrlichiosis. In: BRANDLY. C. A.; 
CORNELLUS, C. E. Advances in veterinary Science and 
comparative medicine. New York: Academic Press, v. 13, p. 
331-353, 1969.
[4] ROBERTS, S. J. (Ed.). Veterinary obstetrics and genital 
diseases. Ann Arbor. Edward Brothers, 1986.
[5] AMOROSO, E. C. Alanto-chorionic differentiations in the 
carnívora - Jornal of anatomy – v. 86, p. 481-482 – 1852
Figura 1: Linfócitos parasitados por Ehrlichia SP Figura 2: Rhipicephalus sanguineus
Fonte: vet.uga.edu Fonte: amicinet.com.br
 
 
 
Figura 3: Fetos mal formados e natimortos por conta de erliquiose gestacional
Fonte: Arquivo pessoal