Prévia do material em texto
Modernismo brasileiro: por uma dinâmica renovada O modernismo brasileiro costuma ser apresentado pela historiografia literária e cultural como estreitamente conectado aos eventos ocorridos durante a Semana de Arte de 1922, da qual participaram nomes como Graça Aranha (1868-1931), Guilherme de Almeida (1890-1969), Victor Brecheret (1894-1955), Anita Malfatti (1889-1964), Tarsila do Amaral (1886-1973), Menotti del Picchia (1892-1988), Oswald de Andrade (1890-1954) e Mário de Andrade (1893-1945). Nos dias de hoje, entretanto, a historiografia e a crítica literárias procuram revisitar textos editados e inéditos em busca de novas perspectivas de análise. Nessa senda se insere o trabalho de inúmeros pesquisadores dedicados a colher dados fidedignos que tornem mais complexa a percepção sobre o período. Um dos nomes que se colocam no cenário das pesquisas em literatura com admiração de seus pares é o de Marisa Lajolo. Segundo a autora: Neste cenário de um modernismo hegemônico, cartas trocadas entre diferentes remetentes e destinatários podem matizar um pouco uma história cultural monolítica que lê a produção literária das primeiras décadas do século XX ou como marcha triunfal em direção ao modelo de modernismo proposto e praticado nos entornos da Semana de Arte Moderna, ou como decorrência dele. (LAJOLO, 2008, p. 147) Leia, a seguir, a carta editada no artigo intitulado Mário de Andrade e Monteiro Lobato: um diálogo modernista em três tempos, de Marisa Lajolo, publicado na renomada Revista Teresa. Posteriormente, discuta como o referido documento pode estimular leituras matizadas sobre as disputas literárias e ideológicas entre escritores do modernismo brasileiro: Orientações para o aluno • Produza um texto dissertativo com, no mínimo, dez e, no máximo, 15 linhas apresentando uma discussão ampla sobre diferentes aspectos relacionados aos debates estéticos e ideológicos transcorridos na cena literária brasileira da primeira metade do século XX, com menção especial às disputas dentro do movimento modernista na década de 1920. • Você pode realizar uma ampla pesquisa para indicar leituras críticas convergentes e divergentes, realizadas não só pela crítica especializada, mas também por textos de divulgação cultural. • Procure levantar eventos de bastidores do movimento modernista a fim de oferecer concretude às suas percepções e reforçar sua argumentação. • Em sua postagem, relacione conceitos como “Semana de Arte Moderna de 1922”, “modernidades alternativas”, “vanguardas” e “vida intelectual no Brasil do século XX”. • Sua contribuição deverá ser oferecida em perspectiva de diálogo construtivo com outros membros do grupo. Portanto, a presença de marcas da dialogicidade do discurso, nos termos definidos por Mikhail Bakhtin, deve ser buscada para enfatizar a abertura a fim de agregar o discurso de seus colegas. • Comente a postagem de mais outros três participantes. Faça colocações coerentes, respeitando sempre o ponto de vista de seus colegas, e, se necessário, justifique seu posicionamento com a bibliografia específica da disciplina. Segundo Candido, a Semana de Arte Moderna de 1922 foi “o catalisador da nova literatura, coordenando, graças ao seu dinamismo e à ousadia de alguns protagonistas, as tendências mais vivas capazes de renovação, na poesia, no ensaio, na música, nas artes plásticas.” (CANDIDO, 2006, p.124) Na década de 1920 houve uma atualização estética no Brasil, tendo muitas de suas propostas introduzidas na Semana de Arte Moderna de 1922, movimento que causou um abalo nos campos de literatura e arte brasileiras, ao introduzir um desejo de renovar-se e lutar contra o passado, trazendo consequências duradouras para a arte e cultura no século XX e posteriormente. As obras de Mário de Andrade e Oswald de Andrade produzidas na década de 20 se tornaram exemplares do Modernismo Brasileiro. Anita Malfatti, participante ativa do movimento modernista, foi publicamente criticada por Monteiro Lobato, o que levou à união de modernistas em defesa dela. A crítica agiu como catalisador do movimento, gerando eventos e obras que surgiram em resposta aos ataques e buscaram apresentar perspectivas modernas do Brasil.